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Ensino Religioso - 9 Ano - Manual - L1 - 2010
Ensino Religioso - 9 Ano - Manual - L1 - 2010
CAMINHOS
Religiosidade e Convivência
ENSINO FUNDAMENTAL
8. série
a
MANUAL DO PROFESSOR 1
8S/9A
2 Manual do Professor – ed 07
Sumário
Apresentação
Apresentação .............................................................................................................................................................. 3
Novidade à direita
Apresentação
Apresentação
Fundamentação
Vivemos numa sociedade em que muitos valores são relativizados num processo acelerado. O avanço tecno-
lógico cria novidades a cada instante e na mesma proporção as descaracteriza. Essa realidade vai gestando uma cultura
do descartável, que tem conseqüências sérias para o meio ambiente, ameaçando a vida no planeta. Mas não é só. O
problema mais sério é que o próprio ser humano passa também a ser descartável. Além disso, culturas e países
inteiros não são contados no mercado concentrador de riqueza. Com isso, apenas uma parcela da população mundial
é incluída nos projetos que estão sendo implementados no processo de globalização. Esse processo deixa pessoas,
culturas, países inteiros perplexos. Mais perplexos entre todos estão os adolescentes e jovens com pouca perspec-
tiva de futuro. Vêem seus sonhos destruídos e banalizados a cada instante. Emerge, nesse contexto, a questão do
sentido da vida. Viver para quê? Como se realizar? Que caminho percorrer? Como ser feliz? O que sabemos é que,
em muitos aspectos, não é mais possível trilhar o mesmo caminho dos pais. Então, a que referenciais se apegar para
desencadear uma vida pessoal e social saudável?
Este projeto de Ensino Religioso tem presentes essas preocupações e propõe um olhar mais amplo, procuran-
do entender, refletir e buscar pistas de ação para a formação do ser humano integral. Procura entendê-lo na sua
integridade, contemplando as diferentes dimensões da vida e evitando sua fragmentação, seu esfacelamento. Nesse
sentido, está em sintonia com os chamados temas transversais: ética, meio ambiente, pluralidade cultural, orientação
afetivo-sexual, saúde, trabalho e consumo que têm a ver com o todo da vida. Claro que o projeto não se restringe a
essas abordagens, pois a própria Lei de Diretrizes e Bases, no artigo 33, considera o Ensino Religioso indispensável
para a formação do cidadão. Pretendemos, por isso, contemplar essa dimensão, pois julgamos ser ela a que nos
remete diretamente ao sentido da vida.
Sabemos que, na sociedade atual, a comunicação é direta ao ouvinte, procurando envolvê-lo emocional-
mente, inclusive utilizando uma linguagem divinizada para atingir os objetivos econômicos. Não é tão fácil entrar
nesse ambiente cultural com uma outra mensagem que analise as causas dos grandes problemas nacionais e
mundiais. São inúmeros os movimentos basicamente orientados para a satisfação das necessidades subjetivas,
de fundo emocional, da pessoa e do grupo de iniciados. Nesses movimentos, há pouco interesse pelos terríveis
problemas sociais do país e muitos ignoram as diferentes dimensões da vida.
Reconhecemos que não há verdadeiro processo de educação sem conexão com as expectativas dos alu-
nos. Por isso, é desafiante desenvolver o conhecimento que abarque todos os processos naturais e sociais em que
são gerados e, a partir daí, considerar no processo educativo as diferentes formas de organização da vida. Dentro
dessa dinâmica, a educação não pode ser entendida só como aquisição de conhecimento, mas também como o
despertar da dignidade de sujeitos-cidadãos protagonistas de sua história. Estamos viabilizando esse projeto,
entendendo que a educação é o espaço privilegiado de discernimento, a partir do qual se promove a vida de todos
os seres e de toda a humanidade. Nesse processo, o Ensino Religioso tem muito com o que contribuir.
Procuramos, neste projeto, articular as diferentes dimensões da vida, tendo como eixo central o sentido da vida
que se expressa de múltiplas maneiras, especialmente no exercício da cidadania. Ao despertar nos adolescentes e
jovens suas potencialidades, sem dúvida, estaremos cumprindo nosso papel de educadores. Entendemos que a
escola não tem um fim em si mesma. É, antes, lugar de preparação, por isso de passagem, para que cada um exerça
bem o seu papel social. Na verdade, a escola amplia o horizonte familiar e a sua organização possibilita o agir social. Por
julgarmos oportuno e urgente articular a vida pessoal, familiar, social e sua abertura ao Transcendente, optamos por este
projeto pelo qual irão perpassar essas dimensões de vida. Cremos que não há certezas absolutas, pois elas estagnam
e inviabilizam a busca de novos caminhos. A única certeza é que a vida pode ser melhor em suas múltiplas expressões.
Assim, é nela que apostamos.
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Planejamento Anual
Disciplina: Ensino Religioso Série: 8.a Segmento: EF
Carga horária semanal: a de referência
Fundamentação teórica
Eixo: Sentido da vida e com o transcendente. Este volume destina-se à 5.a
série e contempla temas dos diferentes eixos.
Subeixos Os temas visam propiciar reflexões sobre os
1. Identidade e Relações diferentes subeixos e procuram aproximar-se dos
2. Natureza, Cultura e Sociedade valores individuais de cada pessoa, de sua conexão
3. Ética e Valores com o ambiente familiar e das relações daí decorren-
4. Abertura ao Transcendente e Complexidade do tes na perspectiva do respeito às diferenças. Além
Fenômeno Religioso disso, procuram analisar o ser humano como gestador
5. Manifestações Religiosas: Mitos, Ritos, Escrituras de culturas. Ressalta-se que as culturas são vivencia-
e Teologias das no espaço social, uma vez que o ser humano se
caracteriza por viver em sociedade e, embora as so-
Unidades e temas ciedades apresentem limites, deve-se ter como meta
última a prática da justiça.
Crendo no potencial da educação é que orga- Os outros temas retratam os valores essenci-
nizamos este projeto de 5.a a 8.a série do Ensino Fun- ais para a vida humana que devem se expressar atra-
damental, cientes de nossa responsabilidade com os vés de um agir ético, desencadeando ações solidári-
adolescentes, os jovens, as famílias e a sociedade, as que favoreçam a vida de todos os seres.
envolvidos no processo educacional. Os temas vão Os temas anteriores são ampliados pela com-
se ampliando no sentido de possibilitar ao aluno um preensão de que o ser humano não encerra suas ativi-
contato consigo mesmo, com o outro, com a sociedade dades na vivência social e, sim, está aberto a uma
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dimensão que vai além. Supera os limites na busca do nas potencialidades das pessoas e na construção de
transcendente, articulando sistemas religiosos que exer- relações saudáveis, apesar das adversidades. É preci-
cem uma função determinante na organização e no senti- so que veja além do senso comum, que sonhe com
do da vida. caminhos alternativos, acredite neles e os viabilize. Cla-
ro que isso não pode ser desconectado da realidade. É
Observações metodológicas preciso sonhar com os pés firmes no chão da vida, cien-
te dos limites que a realidade impõe, mas crendo que
Essas aulas são um canal para a escola conhecer sempre é possível ir além. Para concretizar esse proje-
diferentes aspectos da vida dos alunos e, assim, lidar to, há necessidade de investir numa formação específi-
melhor com suas inquietações e possibilidades. As au- ca, além de sensibilidade e carisma para lidar com as
las, portanto, visam a estabelecer um diálogo sobre as diferentes dimensões da vida sem “pré-conceitos”.
questões que os alunos levantam a respeito de si mes- Para a 8.a série, estão previstos 19 temas. O
mos, da relação com o outro, com o mundo e com o desenvolvimento de cada um está em interação com os
cosmos. Essas questões nem sempre são compreensí- demais, dando-se num continuum. É importante ler o
veis e de respostas fáceis; exigem um processo contí- volume todo, o que facilitará o desenvolvimento e dará
nuo de busca e aprofundamento, respeitando cada fase maior clareza ao direcionamento do projeto. Recorrer
da vida. aos temas já trabalhados, resgatando aspectos centrais,
Quanto mais partirmos da vivência concreta dos é um recurso que o professor deverá usar sempre que
adolescentes e jovens, mais eles serão capazes, com o julgar oportuno, pois evitará a fragmentação e proporci-
auxílio da escola, especialmente do professor e também onará maior interação entre os temas.
dos colegas, de ir aprendendo a conviver em sociedade. O roteiro das aulas não deve ser seguido com
Com certeza, esse processo favorecerá a revisão de rigidez. É interessante ampliá-lo com outros conceitos,
atitudes e cada um, tendo sua originalidade respeitada, jogos, dramatizações, quando o professor julgar conve-
se abrirá e dará sua contribuição para a concretização de niente. Sempre há variações de uma turma para outra.
um mundo melhor, não num futuro longínquo, mas no agora A originalidade de cada uma pode exigir mais atenção
da história. em certos temas do que em outros, por isso a flexibili-
É de fundamental importância entender que o ado- dade é fundamental.
lescente está numa fase delicada de passagem do uni- Destacamos, ainda, algumas observações váli-
verso familiar para inserir-se no universo social. Essa pas- das para todas as aulas:
sagem nem sempre se dá de forma pacífica, pois há • Motivar os alunos para realizarem a tarefa e registra-
rupturas, incertezas, inseguranças, perdas, revoltas, como rem as etapas e conclusões.
também há sonhos, aspirações, expectativas, desafios, • Incentivar a pesquisa de palavras que não ficaram
desejos, necessidades, preocupações, interesses, para, claras.
só então, o aluno se posicionar diante das múltiplas • Comentar as epígrafes e incentivar a memorização,
interações da vida. pois elas sempre se relacionam com o tema.
Esse material não visa a passar uma doutrina, mas, • Retomar a tarefa de casa no início de cada aula.
sim, despertar o adolescente para a vivência de valores, É importante que o professor consiga sensibili-
que se concretizarão a partir da compreensão e assimila- zar seus alunos, no decorrer dessas aulas, para que os
ção dos aspectos que fizerem sentido para o todo da valores apresentados sejam despertados em cada um
vida dos alunos e de toda a comunidade educativa. Des- deles, alcançando-se, assim, os objetivos propostos.
sa forma, contribuirá para a construção de novos seres e Este projeto de Ensino Religioso exigirá dos pro-
de uma nova sociedade. fissionais um compromisso pessoal, institucional e soci-
O caminho para o professor é criar empatia com al, para que possa, efetivamente, dar novo significado
os alunos e, a partir do diálogo respeitoso, buscar práti- ao sentido da vida. Reafirmamos a nossa convicção de
cas que irão descobrindo juntos. O professor não deve que a vida é o maior valor e de que as diferentes áreas
ser alguém que define a priori o que os alunos devem do conhecimento, cada uma à sua maneira, muito têm a
ou não fazer. Ele já tem uma experiência maior de vida, contribuir para potencializá-la. O Ensino Religioso, por-
mas também está em busca do novo. Por isso, o pro- tanto, não pode ficar alheio a essa dinâmica.
fessor deve agir com profundo respeito e ética, crendo
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MANUAL DO PROFESSOR
Orientações / Sugestões
Orientações / Sugestões
• Trabalhe com a questão da auto-estima. A pes- • Trabalhe com dinâmicas de grupo que possibilitem
soa que não sabe o seu potencial nunca atingirá aos alunos perceber suas qualidades e limites.
sua meta. • Incentive-os a pesquisar e partilhar com o grupo o
• Proponha, em primeiro lugar, uma atividade indi- perfil de pessoas vencedoras e pessoas derrota-
vidual que desperte a reflexão do aluno a respei- das na vida. Questione qual o critério que foi utilizado
to de suas práticas cotidianas. Pode ser dese- para estabelecer “vencedores” e “derrotados.”
nhar ou escrever numa folha avulsa os aspectos
de que mais gosta em si mesmo.
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Orientações / Sugestões
• Reconhecer seu valor e conscientizar-se de que pode melhorar o nosso mundo e contar com outras pessoas.
• Perceber a importância das relações no cotidiano.
Orientações / Sugestões
Orientações / Sugestões
• Estes dois capítulos, professor, devem ser traba- do ano, os alunos poderão celebrar, utilizando-se
lhados de maneira conjunta, para que seja percebi- desse painel que poderá ser montado progressi-
do que somos um todo e que nossas decisões, vamente.
gostos, preferências são interligados. • Ressalte alguns aspectos que não podem faltar na
• Monte um grande PAINEL DA VIDA com depo- elaboração de um projeto de vida
imentos, fotos, lembranças de cada aluno. Ao final
Orientações / Sugestões
• Para melhor compreensão desse tema, parta da resulta num fraco compromisso com a nova fase.
experiência de vida dos alunos. Ajude-os a per- As passagens são importantes para que todos os
ceber que, se não houver passagem, conse- envolvidos tomem consciência da nova fase, e
qüentemente perda de uma condição anterior, possam, então, agir segundo o script estabeleci-
não haverá avanço significativo que leve à matu- do em cada cultura para essa nova fase.
ridade. • Organize um painel com os momentos da vida que
• A lição da águia, nesse sentido, é muito ilustrativa, a turma julgar fundamental ritualizar. Se possível,
pois as passagens são sofridas, exigentes, dolo- poderia ser organizado um ritual em torno de algum
ridas, mas sem elas não haveria mais vida. momento significativo da escola.
• Ressalte que a sociedade moderna, em grande • Aprofunde a questão da banalização dos rituais na
parte, dilui as iniciações, as passagens, o que atualidade e as conseqüências daí decorrentes,
especialmente a falta de compromisso.
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Orientações / Sugestões
• Estabeleça com a turma critérios que possam ser • Promova uma reflexão sobre o respeito e os limites
indicadores ou questionadores das categorias pú- com o espaço público.
blico e privado. • Motive-os a fazer um álbum de imagens de sua
• Proponha que elaborem um vídeo que demons- cidade que retrate as RELAÇÕES PÚBLICAS E
tre a questão do público e privado na sociedade PRIVADAS.
contemporânea.
Orientações / Sugestões
• Oriente os alunos na elaboração do folder do mo- • Motive os alunos para que conheçam grupos que
vimento criado por eles. se articulam em torno da defesa e promoção da
• Oriente-os na elaboração de uma página na Internet vida.
que possa ser consultada por adolescentes e que
divulgue esse tipo de assunto.
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• Compreender a importância da religião para as pessoas, especialmente como possibilidade e espaço de encanto
da vida.
• Perceber que as expressões religiosas têm uma razão de ser, pois elas desempenham uma função na vida das
pessoas, daí a emergência constante de novas maneiras de manifestações.
Orientações / Sugestões
• É interessante pontuar a emergência de tantas de- • É importante também, professor, motivar os alu-
nominações religiosas na atualidade. A montagem nos para que conheçam diferentes espaços reli-
de um painel com os nomes de diferentes deno- giosos e o que efetivamente se oferece nesses
minações religiosas é uma atividade interessante, espaços.
pois auxilia na percepção do pluralismo religioso, • É importante ressaltar que o ser humano perma-
como também nas diferentes propostas e normas nentemente está em busca do encanto e, sem esta
de conduta. busca, a vida fica sem sabor.
Orientações / Sugestões
• É interessante trazer à tona momentos significati- um espaço para refletir sobre seu significado den-
vos da vida de cada aluno, da sua família e das tro do conjunto da nação.
diferentes religiões, pois auxilia no resgate da me- • Muitas datas estão ligadas ao catolicismo, por isso,
mória, que é uma dimensão fundamental para com- ressalte que essa realidade é o resultado do pro-
preensão da própria identidade. cesso histórico de construção do país, onde o cato-
• A montagem de um painel com as datas significati- licismo era a religião oficial, mas que esse quadro já
vas para o grupo é um exercício para a valoriza- é bem diferente hoje, dada a pluralidade religiosa.
ção tanto do indivíduo como da coletividade. Tal- • Outro aspecto que pode ser trabalhado, profes-
vez apareça a questão das datas do calendário sor, é a questão da festa como espaço fundamen-
civil. Se essa questão emergir, poderá se tornar tal dentro da dinâmica da vida.
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Orientações / Sugestões
• Proponha aos alunos visitas a diferentes templos. • Proponha que os próprios alunos elaborem uma
Cada grupo da turma, se possível, poderá fazer maquete de um espaço sagrado ideal para eles.
uma visita e, depois, partilhar com todos. • Proponha uma celebração totalmente preparada
pelos alunos.
Orientações / Sugestões
• Para reflexão desse tema, faça um exercício com o tra forma seria organizar um debate em que cada
grupo. Peça que cada aluno escreva numa folha um defenderia suas afirmações. Essas atividades
algumas verdades religiosas, segundo sua con- possibilitam um bom aquecimento e, ao mesmo
cepção. tempo, a percepção de que no cotidiano nem sem-
• Em seguida, os alunos trocarão as folhas entre pre é tão simples o diálogo, pois ele exige humil-
eles, para que cada um conheça as afirmações dade e abertura ao diferente. Dialogar não significa
dos outros. A partir disso, dialogue se eles con- negar a si mesmo, nem se impor como verdade
cordam com aquelas afirmações ou não. Você absoluta.
pode também escrever algumas afirmações pro- • O texto “Dois irmãos que amavam” e o de Marcos
vocativas e deixar a folha circular junto com as ou- podem ser utilizados como iluminadores, pois eles
tras. Não é necessário que saibam que há afirma- revelam que, no centro das preocupações, está o
ções do professor. Isso é interessante para ver outro, para o qual a ação deve estar direcionada.
como cada um reage diante das afirmações que,
muitas vezes, são também contraditórias. Uma ou-
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Orientações / Sugestões
• É interessante refletir sobre os três modos princi- trem em uma dramatização qual seria o discurso que
pais – situacional, institucional, constitucional – atra- fariam. Esse é um bom exercício para aprender que
vés dos quais emergem os líderes e, nesse pro- um líder, no geral, capta as necessidades do grupo
cesso, é importante destacar que toda liderança é que lidera, pois, pelo contrário, deixaria de ser líder.
o resultado de um determinado contexto. Os líde- • Quanto ao texto “O pecador que se tornou ho-
res não surgem no vácuo, são o resultado do mo- mem de Deus”, trabalhe em duas perspectivas: a
mento e de concepções históricas. possibilidade de mudança de vida presente em
• As afirmações dos diferentes líderes religiosos cada ser humano e, por outro lado, a manipulação
abordam questões essenciais para organização dos adeptos feita pelos líderes religiosos que usu-
da sociedade. Pontue os aspectos comuns nas fruem da carência e às vezes do desespero das
diferentes afirmações. Você também pode pedir pessoas.
que alguns alunos se coloquem como líder reli-
gioso de um grupo ou de uma multidão e mos-
Orientações / Sugestões
• Este tema é polêmico, pois não é fácil discernir o preciso lidar com muito tato, pois não há neutralida-
que efetivamente é ídolo/idolatria ou Deus. A ques- de e, como cada religião afirma que a sua origem e
tão que surge é quem estabelece os critérios para seu jeito de ser são os verdadeiros, pode haver o
qualificar cada um. Se há critérios, é porque foi es- risco de deslegitimar a outra forma de expressão.
tabelecido por alguém ou por uma cultura. Então, é Então, talvez o critério que possa ser assumido é o
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da potencialização da vida, ou seja, entender que revistas, programas de rádio e TV, resgate essa
Deus efetivamente potencializa a vida. Nessa pers- utilização como legitimação, inclusive como
pectiva, também podem ser trabalhados os tex- divinização dos produtos, em que se atribui uma
tos bíblicos. certa transcendência às coisas. É interessante res-
• Comente, no debate, como a linguagem religiosa gatar alguns ídolos criados pelos meios de comuni-
é utilizada para legitimar as estruturas socioeconô- cação e analisar qual a função que eles exercem na
micas e políticas na atualidade. Através de jornais, vida dos seus seguidores.
Orientações / Sugestões
• Trabalhe com as imagens de Deus que os alunos • Pontue que a concepção que cada um tem de Deus
levarem. resulta do processo cultural de cada um, por isso
• Incentive os alunos a elaborar um rap. Se possí- todos são relativos e continuamente vão se modi-
vel, organize no colégio um festival de música. ficando.
Orientações / Sugestões
• Este tema, sem dúvida, é bastante polêmico, da- entre outras, para que os alunos percebam como
das as afirmações ideológicas da suposta neutrali- a política, realmente, está nos diferentes momen-
dade da religião. tos da vida social e particular.
• Proponha um trabalho de pesquisa que envolva, • Incentive os alunos a elaborar uma música que es-
também, as disciplinas de Geografia, História, tabeleça a relação entre política e religião.
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• Como a política faz parte da vida, é interessante sociais. É interessante que cada grupo justifique
pontuar que as religiões não são neutras. Elas suas posições com argumentos e, se possível,
exercem um papel social, seja de legitimação, seja com exemplos concretos da relação ou não da re-
de transformação da sociedade. Pode-se também ligião com a política.
organizar um debate em que uma parte da turma
defenda a neutralidade da religião e a outra defen-
da a influência marcante dela nas diferentes esferas
Orientações / Sugestões
• Para debater este tema, após refletir sobre as • O texto apresenta apenas quatro funções e, sem
quatro funções apresentadas no texto: alienação, dúvida, a religião, sendo uma produção humana
resistência, busca de identidade, transformação e e cada vez mais plural, pode ter “mil e uma utili-
libertação, tome alguns exemplos das práticas re- dades”. É diante dessa realidade que você pode
ligiosas que os alunos conheçam para que eles também analisar o fenômeno religioso e inclusi-
compreendam a função que elas exercem. Vale ve participar da produção dele, mas sem abrir mão
ressaltar que não se trata de estabelecer uma hie- de alguns princípios éticos. Tais princípios garan-
rarquia religiosa, segundo a função que ela exerce, tem a vida de todos e em todas as suas dimen-
antes sim, pontuar que as diferentes funções estão sões, como também a vida do planeta.
em todas as religiões, dependendo do momento
histórico e dos desafios e contradições presentes
em cada contexto.
Orientações / Sugestões
• Este é o último tema do ano e da série. Por isso, é uma vez que pode haver mudanças quanto ao gru-
interessante, a partir dele, “amarrar” as reflexões po na passagem para o Ensino Médio. Diante dis-
ocorridas durante o ano. A 8.a série é o final de uma so, ressalte que não importa por onde cada um
etapa, pois se encerra um estágio interessante de caminhe, mas como caminha e quais os princípios
estudos e vida, passando-se para outro. Essa di- que norteiam a vida; sem dúvida, não se pode
mensão é importante frisar. abrir mão da defesa da vida de todos os seres
• Os textos que constam no livro são motivadores humanos e de todo o planeta.
dentro do tema, como também pontuam que não • A música “Tocando em frente”, pode ser cantada
haverá mudanças significativas sem esforço e por todos juntos. Abra espaço para que cada alu-
envolvimento. Com base na reflexão, estabeleça no diga ao menos um compromisso para a vida.
com os alunos alguns compromissos para a vida,
Momento do perdão
Celebração Final
Elementos: terra, espinhos, arame farpado,
bacia com água.
Cada unidade pode ser encerrada com uma Motivação:
celebração. Professor, utilizando-se das reflexões Durante nossa caminhada, quais os momentos
de cada turma, prepare com os próprios alunos o em que fomos espinho na vida do grupo, quando
momento celebrativo. Não há necessidade de ser fomos arame farpado? Quando nos omitimos na dor
longa. O importante é envolver todos, no sentido de de nossos colegas, discriminados, rejeitados? (Este
abrirem-se para algo mais, isto é, ao transcenden- momento pode ser preparado por um grupo de alu-
te. nos. Quanto mais próximas as situações apresenta-
Neste manual, propomos uma celebração fi- das, melhor.)
nal que deverá ser adaptada para a realidade de cada Para encerrar este momento, cada um pode
turma. lavar as mãos, o que simboliza purificação e vonta-
(Prepare o local antecipadamente. Conte de de romper as barreiras que impedem a vida.
com a ajuda dos alunos que poderão trazer símbo-
Momento do louvor
los significativos para o momento que estão viven-
do e que foram marcantes na etapa que se encer-
Canto: “Onipotente e bom Senhor” ou outro
ra.)
de louvor
• Música de fundo tranqüila (para a entrada). (Antes do canto, cada um pode dizer o que
• Panos coloridos ao centro, Bíblia aberta, velas, gostaria de agradecer.)
símbolos religiosos e da adolescência. Quanto
mais objetos dos próprios alunos, melhor para o Onipotente e bom Senhor / A ti a honra, gló-
envolvimento. ria e louvor /
• Retirar as cadeiras, se houver. Todas as bênçãos de ti nos vêm / e todo o
• O tema da celebração é Ação de Graças. povo te diz Amém!
A entrada deverá ser feita de maneira bem Louvado seja nas criaturas / primeiro o sol
tranqüila. Cada um deverá escolher um local no lá nas alturas /
chão para se sentar. Clareia o dia, grande esplendor / radiante
A INTRODUÇÃO será feita pelo coordena- imagem de ti, Senhor.
dor, que acolhe a todos e motiva para a importân-
cia do momento. Louvado sejas pela irmã lua / no céu
Música: escolhida pelos alunos. criastes, é obra tua /
Sugestão: !Novo tempo” – Ivan Lins. Pelas estrelas claras e belas / tu és a fonte
do brilho delas.
16 Manual do Professor – ed 07
Onipotente e bom...
Canto: Esperança (Pode-se escolher um
Louvado sejas pelo irmão vento / e pelas adequado ao momento.)
nuvens, o ar e o tempo /
E pela chuva que cai no chão / nos dá sus- Quem aqui chegou...
tento / Deus da Criação. Quem aqui chegar
Traz sempre um sonho,
Louvado sejas, ó meu Senhor / pelo irmão De algum lugar...
Fogo e seu calor /
Clareia a noite, robusto e forte / belo e ale- Vem de peito aberto
gre, bendita sorte! Sem saber o que será
Com coragem
Onipotente e bom... De se aventurar
Sejais louvado pela irmã Terra / Mãe que Quem aqui chegou...
sustenta e nos governa / Quem aqui ficar
Produz os frutos, nos dá o pão / com flores e Por esses caminhos há de encontrar
ervas sorri o chão!
Sonhos tão iguais
Louvado sejas meu bom Senhor / pelas pes- Corações a se entregar
soas que em teu amor / Recriando a vida
Perdoam, sofrem tribulação / Felicidade em
ti encontrarão! Vida, vidas, esperança...
Sonho, sonho, sonhos, esperança...
Onipotente e bom... E paz, paz, paz, esperança...
Louvado sejas pela irmã Morte / que vem a Vida, sonhos, esperança...
todos: ao fraco e ao forte / E a paz, paz,
Feliz aquele que em ti amar / a morte eterna
não o matará! Quem aqui chegou
Ficará
Bem-aventurado quem guarda a Paz / Pois
SCHIAVON, Luiz; BERNARDES, Nil; BARBOSA,
o Altíssimo o satisfaz /
Marcelo. Ed. Warner/Chappell Br-Wmb-02/01606. Ar-
Vamos louvar e agradecer / com humildade
tista gentilmente cedido por Valey Music/BMG Brasil.
ao Senhor Bendizer!
Momento da Palavra
Oração
Elemento: LUZ (se possível, apagar a luz e Transformação
deixar só a claridade das velas).
O momento de transformação é mágico.
Leitura: escolha uma leitura bíblica ou de outra Há nele uma percepção profunda do momento
tradição religiosa que seja significativa para o grupo. presente.
Antecipadamente, os professores, coordenadores e Há um mergulho no cerne da existência
um grupo de alunos poderão preparar palavras-cha- Há sincronicidade numa grande harmonia do
ves para serem ditas neste momento. “ser”.
Prepare uma massa com farinha de trigo e É como aquele exato momento em que a lagarta
distribua bandeirinhas coloridas para que cada um se transforma em borboleta.
escreva a sua palavra marcante desta caminhada
de estudos. Pode-se, em seguida, fazer uma mon- E voa sem nunca ter voado.
tagem no chão com todas as bandeirinhas e as pa-
lavras. E é bela, de uma beleza nunca percebida antes.
E é borboleta, depois de um tempo de ser
lagarta.
17 Ensino Religioso – CP07 – 18ERM1
Referências
Sugestões de vídeos:
ADOLESCENTES, Direção: Rosinha Megdessian, Brasil, 45min, ficção, Paulinas.
O CRISTÃO E A POLÍTICA – Conversando com Chico Whitaker. Direção: Edith Feix, Brasil, 58min, palestra, Paulinas.
CIDADANIA ATIVA, A SOLUÇÃO. Dir: Dirceu de Oliveira e Rosinha Megdessian, Brasil, 38 min, educativo, Paulinas.
ELEIÇÕES – Escolha bem e controle depois. Dir: Edith Feix, rasil, 40 min, palestra, Paulinas.
RECICLAR – 1.o Congresso Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – 1.a Marcha Nacional da População de
Rua. 25 min, Rede Rua de Comunicação.
VESTÍGIOS DE UMA PAIXÃO. Título original: This can’t be love; país: Estados Unidos, ano: 1994; duração: 89
minutos, direção:Anthony Harvey, roteiro: Duane Poole, classificação: livre, categoria: romance.
O NOME DA ROSA. Direção: Jean-Jacques Annaud, 1986, Nelson Entertainment Inc., 130 minutos.
SÉCULO 21 – PAZ SEM EXCLUSÃO – Centro Gaúcho de Audiovisuais, Mundo Jovem, Instituto de Pastoral de
Juventude. 29 minutos.
RITOS DE PASSAGEM. Documetário: Puberdade dos adolescentes – Cultura, 28 minutos.