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ESTUDO NO LIVRO DE EZEQUIEL

Parte 02

O CHAMADO E A VOCAÇÃO DE EZEQUIEL (I)


Texto Bíblico Ez Cap 1 – 3

Todos os profetas do SENHOR Deus têm uma característica que lhes é comum e que
sem ela não podem ser chamados de “Profetas do Deus Altíssimo”, a saber, a vocação
divina para exercer tal ofício. Isto aconteceu com Ezequiel e é disso que tratam os três
primeiros capítulos do seu livro: O Chamado de Ezequiel.

Visão Geral do Texto

Nestes três capítulos temos os fatos referentes ao chamado de Ezequiel para exercer
o ministério profético junto ao povo de Judá quando este estava exilado na Babilônia. Em
meio a toda aquela tristeza, dor e sentimento de abandono, Ezequiel recebe da parte de
Deus a visão da Sua glória (Cap.1), fato este que encheu o seu coração de coragem e
esperança também. Uma vez chamado por Deus (Cap.2), o profeta recebe outra visão
(Cap.3) de um livro em forma de rolo (os livros eram assim confeccionados naqueles
tempos) no qual estava a Palavra de Deus e o qual deveria ser devorado pelo profeta. Em
seguida, o SENHOR Deus comissiona o profeta, ou seja, dá especificações do seu
chamado e ministério profético.

I – O chamado de Ezequiel (1.1 – 3.27)

A. As circunstâncias do chamado de Ezequiel (1.1-3)

Falando na terceira pessoa do singular, Ezequiel narra os fatos concernentes ao seu


chamado que se deu “no trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês”. Este é o mês de
Tamuz, que corresponde à última semana de julho e às primeiras de agosto. O quinto dia
era precisamente o dia 31 de julho. E o ano é de 593 a.C., quando Ezequiel estava com
trinta anos de idade, ocasião em que ele deveria começar seu ofício sacerdotal, mas o
SENHOR Deus o chamou para o ofício profético.

As circunstâncias não eram nem um pouco animadoras. Eles estavam no cativeiro às


margens do rio Quebar, que ficava uns 95 quilômetros ao norte da Babilônia. Em meio
àquela visão de dor e sofrimento, a Ezequiel “veio expressamente a palavra do SENHOR”
por meio de visões e ali “esteve sobre ele a mão do SENHOR” (v.3).

B. A primeira visão que Deus lhe concedeu (1.4-28a)

Essa primeira visão compõe-se de três partes: a dos quatro seres viventes (1.4-14), a
das quatro rodas (1.15-25) e da glória do trono de Deus (1.26-28). O simbolismo do
número 4 aqui aponta para a totalidade da Criação, visível e invisível, do mundo material e
do espiritual.

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Devemos tomar muito cuidado ao interpretar essa visão para não afirmarmos coisas
absurdas como muita gente faz. A lição principal transmitida pela visão é clara: Deus não
está preso ao seu templo em Jerusalém. O seu trono, equipado com rodas e suspenso
pelos querubins, é móvel; ele pode manifestar – e de fato manifesta – sua presença a
Ezequiel na Babilônia tão facilmente como a havia manifesto, por exemplo, a Isaías em
Jerusalém (Is 6.1); Ele é o Deus do céu e da terra.

Esse é o significado de todas essas três visões como fica bem claro em Ez 1.28. Deus
estava mostrando para Ezequiel que o Seu domínio não está restrito a um lugar ou
circunstância – não era porque estavam no cativeiro que Deus havia perdido o domínio
sobre eles e sobre todos. O cativeiro era propósito de Deus e tinha de se concretizar.

No v.4 Ezequiel menciona uma tempestade. Uma nuvem repleta de raios e relâmpagos.
Essa foi uma das principais formas da manifestação da presença de Deus ao Seu povo (Êx
19.16-18; 1Rs 19.11,12; Sl 18.7-15; 68.7-10). Em toda a Escritura, as nuvens quando
empregadas em relação à glória de Deus, significam a manifestação de Sua glória. É por
esse motivo que a Bíblia diz que Jesus voltará por entre as nuvens.

Os seres viventes (1.5-14)

Estes eram querubins (veja Ez 10.1). Deus sempre foi conhecido como Aquele que tem
Seu trono entre os querubins (1 Sm 4.4; Sl 80.1; 99.1). Cada um deles tinha quatro rostos
e quatro asas (v.6), suas pernas eram “direitas”, isto é, retas, embora seus pés parecessem
cascos de boi que brilhavam como “bronze polido” (v.7). A aparência deles era de “carvão
em brasa”, ou seja, expressavam santidade. Não devemos nos prender nos detalhes aqui,
tão somente lembramos que a descrição dos quatro rostos aqui sempre é associada à
pessoa e caráter de Cristo apresentado nos quatro Evangelhos: Mateus apresenta Cristo
como o Rei (figura do leão); Marcos, como o Servo sofredor (figura do boi); Lucas, como
Homem Perfeito (figura do homem); e João O apresenta como Deus (figura da águia).

As quatro rodas (1.15-25)

Da mesma forma não devemos nos deter nos detalhes descritos aqui. O significado
dessas rodas é a onipresença, onisciência e onipotência de Deus, pois, o Seu trono e Sua
glória se movimentam livremente para onde Deus quiser (v.19,20). Uma “roda dentro da
outra” traz a ideia de algo que se movimenta em qualquer direção. Temos aqui a
onipresença de Deus. Elas eram “brilhantes”, o que aponta para o fulgor da glória de Deus,
glória esta que mete medo no coração do pecador, como aconteceu com Ezequiel ao ver
que “suas cambotas eram altas, e metiam medo”. Essas rodas “eram cheias de olhos ao
redor”, o que aponta também para a onisciência de Deus.

O firmamento sobre a cabeça dos seres viventes é muito parecido com o que o apóstolo
João viu em Apocalipse (Ap 4.6; 15.2). A única diferença é que Ezequiel o viu de baixo e
(v.23), João de cima. De acordo com Êx 24.10, este firmamento era o estrado dos pés de
Deus.

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No v.24 temos a onipotência de Deus, pois, aqui Ezequiel ouviu “a voz do Onipotente”. E
quando a voz de Deus se fez ouvir, os seres viventes abaixaram suas asas e em reverência
a Deus, pararam (v.25).

A visão da glória de Deus (1.26-28a)

Novamente aqui, as semelhanças da visão de Ezequiel com a de João no Apocalipse


são impressionantes. O profeta ao olhar para aquilo que ele entendeu ser o trono de Deus
viu “sentada uma figura semelhante a um homem”. Se o homem foi feito à imagem de Deus
(Gn 1.27), então não é inapropriado que, na falta completa de menção da aparição de Deus,
ele fosse retratado antropomorficamente, ao menos na linguagem da analogia
experimental.

Em outras palavras, Deus se revelou a Ezequiel de uma forma que o profeta pudesse
entender, ou pelo menos assimilar ainda que vagamente o que estivesse vendo. Contudo,
não devemos em momento algum fazer, nem mesmo mentalmente, qualquer representação
do ser de Deus. Fomos claramente proibidos disso em Êx 20.4,5.

O objeto que o profeta viu parecido como o arco-íris aponta para a aliança de Deus com
o Seu povo (Gn 9.12-17).

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