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HELENISMO

O ESTOICISMO
FILOSOFIA - SLIDE 006
SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO
O ESTOICISMO

Fundada por Zenão de Cício (332-262 a.C.), cidade


localizada em Chipre, em 300 a.C., a escola estoica representou
a mais importante das correntes de pensamento do Período
Helenístico. A palavra estoicismo tem sua origem no termo stoa
poikilé, que significa pórtico pintado, local em que os membros
dessa escola se reuniam. Dentre as principais figuras que
compunham a escola estoica, estão Cleantes (331-232 a.C.) e
Crisipo (280-206 a.C.).
A ideia de natureza é essencial para compreendermos o estilo
de vida e a proposta de felicidade pregada pelo estoicismo.
O ESTOICISMO
Segundo essa escola, a Filosofia é dividida em três partes, a
física, a lógica e a ética, sendo esta última a mais importante.
Nessa concepção, a Filosofia é vista como uma árvore, na qual
os frutos correspondem à ética, a raiz à física e o tronco à
lógica.
Para o estoicismo, o homem deve viver segundo o que é
natural. Dentro dessa concepção ética, o homem pertenceria à
natureza, vista como o macrocosmo, sendo o ser humano
somente um microcosmo. Dessa forma, o microcosmo está
submetido ao macrocosmo. Para que o homem alcance a
felicidade verdadeira, suas ações devem estar de acordo com
o macrocosmo, ou seja, com aquilo que a natureza determina.
O ESTOICISMO

São três as virtudes que levariam o homem à felicidade: a


inteligência, que o conduziria ao conhecimento e ao
discernimento do bem e do mal; a coragem, que consiste em
conhecer o que deve ser temido e o que não deve ser temido;
e a justiça, que seria o conhecimento do que deve ser dado a
cada um segundo o que lhe é devido. Em sua concepção, o
estoicismo dirá que não existe nada além da vida terrena: se o
homem é natureza e deve se inteirar a ela, ao morrer ele
continua a ser natureza, de outra forma, certamente, mas
simples natureza. “O homem dissolve-se na natureza.”
O ESTOICISMO
Dentro de sua proposta ética, podemos perceber que o
estoicismo estará próximo de um determinismo ou fatalismo: as
coisas estão determinadas pela sua natureza, e, se assim é, o
homem deve aceitar tal natureza, tal “destino” e cumpri-lo,
fazendo sempre o que é correto. Isso não significa que o sujeito
não tenha vontade ou capacidade de pensar naquilo que é
certo ou errado, mas que ele deve aceitar o que é inevitável, se
for isso o que a racionalidade do cosmos determinar. É
importante perceber que a natureza não é arbitrária e irracional,
por isso os estoicos insistiam no esforço para conhecer a
racionalidade intrínseca à natureza, compreendendo, assim, as
suas determinações, sem se desesperar diante delas.
O ESTOICISMO

Nesse ponto, encontra-se aquilo que talvez seja o maior


ensinamento do estoicismo: se os acontecimentos seguem o
curso da natureza, o homem deve aceitá-los de forma tranquila,
buscando nessa aceitação a verdadeira felicidade. Dessa
forma, o sujeito deve alcançar a ataraxia (estado de paz
interior) por meio da tranquilidade da alma, possível somente
àquele que constrói sua fortaleza interior, ou atinge a apatheia,
que seria a indiferença a tudo o que acontece, de modo que os
fatos da vida, sendo inevitáveis porque são naturais, não podem
tirar a paz interior do homem.
O ESTOICISMO

O estoicismo ensina o homem a enfrentar as vicissitudes da


vida de forma calma, resignada, e, sobretudo, digna. Esse
estado é alcançado por meio do autocontrole e da austeridade
de uma vida disciplinada e construída somente com o que é
estritamente necessário à sobrevivência, sem qualquer luxo ou
culto às coisas supérfluas.
A escola estoica teve grande aceitação no mundo romano
(posterior ao mundo helênico), tendo como principais
representantes pensadores da qualidade de Sêneca (4 a.C.-65
d.C.) e Marco Aurélio (121-180), imperador de Roma após 161.
O ESTOICISMO

Em sua versão latina, o


estoicismo se manifestou
principalmente na ideia de
indiferença a tudo o que
acontece na vida do
homem, sem que este perca
a paz interior construída com
a racionalidade filosófica.

O suicídio não era um tabu para os estoicos. Diante de uma situação


extrema, seria a solução mais racional a ser tomada pelo homem.
O ESTOICISMO

É interessantíssima a ideia trazida pelo estoicismo sobre a


possibilidade do suicídio. De acordo com essa corrente, se a
natureza é racional e o homem deve viver de acordo com essa
racionalidade, preservando o autocontrole e a paz interior, em
alguns casos, o suicídio se torna natural. Por exemplo, quando o
sujeito é acometido de uma doença grave e incurável, que lhe
causará, inevitavelmente, uma dor tamanha, tirando-o do
controle de si mesmo, provocando a angústia e o sofrimento
como consequências, afastando-o definitivamente da
felicidade, o mais racional seria, portanto, deixar de viver.
O ESTOICISMO

Por isso, o suicídio é visto pelos estoicos como um caminho


racional diante de situações extremas e não como um pecado
ou um erro.
As influências do estoicismo serão claramente identificadas no
cristianismo, quando este, anos depois, tecerá elogios ao
autocontrole, à resignação diante dos acontecimentos e
sofrimentos inevitáveis e à vida simples e abnegada em vista de
um ideal maior que está para além desse mundo.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ARANHA, Mária Lúcia de Arruda [et.al]. Filosofando. Volume Único. São


Paulo: Editora Moderno, 2009.
AMORIM, Richard Garcia [et.al] Filosofia. Volume 3 e 4. São Paulo: Editora
Bernoulli

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