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ÉTICA

ATIVIDADE A1

Ao longo da unidade, vimos que o psicólogo deverá basear a sua atuação a


partir do que é preconizado pelo seu Código de Ética Profissional do Psicólogo
(2005). Este afirma que: “O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na
promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser
humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.” (p. 7). Desta forma, entendendo que a base deste Código
está na Declaração Universal dos Direitos Humanos, justifique a partir da
própria Declaração Universal dos Direitos Humanos e na construção do ser-
ético, o que configura uma conduta profissional ética, e como construí-la?

O trabalho do profissional psicólogo (independentemente de sua área de


atuação, abordagem ou linha teórica) deve ser integralmente alinhado aos
Direitos Humanos. Isso significa o respeito às diferenças, recusa a toda forma
de preconceito e violência, promoção da liberdade e dignidade, entre outras
diretrizes importantes que guiam sua atuação profissional.

Na prática, se observa a importância do trabalho do psicólogo frente a


diversos contextos, exigindo que suas habilidades sociais e emocionais
permitam o estabelecimento de um ambiente de cuidado, seguro e acolhedor.
Nesse sentido, reportagem da Revista Entrelinhas (2018) observa que em
áreas da Assistência Social, Educação e Justiça, nessa perspectiva, o
profissional deve estar atento ao direito à liberdade e igualdade, enquanto
aqueles que desenvolvem trabalhos em atenção psicossocial, aos direitos da
integridade e dignidade.

Para Knijnik (2016), o campo dos direitos humanos não trata de uma
especialidade do psicólogo, mas a melhor forma de observar o mundo, para
então produzir sua intervenção, orientada pela ética e respeito ao indivíduo.
Para Marta Suplicy, em entrevista ao Conselho Regional de Psicologia do Rio
Grande do Sul (2018), a atuação do psicólogo é indissociável dos direitos
humanos. Conforme a psicóloga e senadora, traduz a busca do bem-estar da
pessoa, sua verdade e seus direitos.
Na construção do trabalho do psicólogo, é importante ressaltar que sua
atuação é fundamentada em teorias e abordagens amparadas pelo código de
ética profissional, e que sejam destacados na preservação dos valores
mencionados.

Referências

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do


Psicólogo. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2005.
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assembleia Geral das Nações
Unidas. Paris: 1948. Disponível em:
<https://www.ohchr.org/EN/UDHR/Pages/Language.aspx?LangID=por>;.
Acesso em: 11/12/2019.

KNIJNIK, Luciana. Psicologia e Direitos Humanos. Entrevista. CRPRJ,


Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, 2016. Disponível em <
http://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2016/05/jornal29-luciana-
knijnik.pdf > Acesso em 7 de junho de 2022.
Revista Entrelinhas. Na sua prática psicológica: onde estão os direitos
humanos? Revista EntreLinhas, nº80. Universidade do Vale do Rio dos Sinos,
Unisinos, 2018.

CRPRS, Conselho Regional de Psicologia do RS. EntreLinhas 80 -


Depoimento Marta Suplicy. Youtube, 2018. Disponível em <
https://www.youtube.com/watch?v=IB67dQTb6Hc&t=17s > Acesso em 7 de
junho de 2022.

ANTROPOLOGIA

QUESTÃO A1

A miscigenação brasileira vem basicamente de três raças: índios, negros e


brancos. No contato entre os três, por razões diversas, os brancos
(portugueses) ocupavam posição de destaque. A partir dessa configuração, e
com a chegada de europeus de outros países, além de japoneses, a identidade
brasileira foi sendo construída.  Alimentação, religião, dança, música, hábitos
comportamentais e valores que temos ainda hoje têm origem nessa época.
Nossa história e nossa cultura são ricas. Desde sua descoberta, até os dias de
hoje! Identifique os principais elementos de nossa cultura e de que etnia eles
são originários. Identifique também os conflitos e convergências entre eles e
sua presença no nosso cotidiano.

Entre os principais elementos culturais herdados da cultura negra (Blog


Terramundi, 2019), estão a dança e música africanas – como a capoeira, rodas
de samba e bossa nova, batuque, maracatu, e também os instrumentos
musicais para sua expressão, como o tambor e a cuíca, agogô, marimba,
maracas, entre alguns tipos de flauta. Da mesma forma, as raízes africanas
foram base para diversos outros estilos musicais de grande sucesso no Brasil,
como o rock e country. Na religião, destacam-se o candomblé marca forte
presença, no culto a Orixás da Umbanda. Já na culinária, além do feião preto,
são apreciados a grande variedade de pimentas, leite de coco e azeite de
dendê, na degustação de pratos como acarajé, vatapá, caruru, entre outros.
Vegetais como couve, quiabo e batata doce também são de origem africana.

A festa mais famosa do Brasil, o Carnaval, também tem sua origem no


continente africano, bem como o a Festa de Iemanjá, Bumba-meu-boi e
Maracatu, este último um “cruzamento” entre heranças africanas, europeias e
indígenas. Quando ao vocabulário, mesclou-se com o português, na formação
dos significados de

acarajé, axé, babá, berimbau, búzios, cachaça, caçula, cafuné,


Candomblé, canjica, capoeira, dendê, empacar, farofa, fofoca, fubá,
gogó, Iemanjá, miçanga, maracatu, mingau, mochila, moleque, nenê,
pamonha, quindim, samba, tagarela, tango, tutu, vatapá, xodó e
zangar (Blog Terramundi, 2019, [s.d]).

No entanto, a miscigenação do povo brasileiro também conta com


muitas heranças de povos indígenas, a exemplo de hábitos como banhos
diários, andar descalço, caça e pesca, dormir na rede. A alimentação à base de
mandioca, farinha e polvilho (Carvalho, [s.d.]), também o costume de comer
frutas como graviola, caju, açaí e cupuaçu, e a cura de doenças pela
administração das plantas locais (Educa Ativa, 2021).

No entanto, a influência portuguesa (e europeia, de forma geral) também


teve ampla participação. O portal Mundo Lusíada (2016) destaca festas
populares, como o Carnaval, Festa Junina e Bumba-meu-boi (citados
anteriormente), no folclore – com os personagens do Lobisomem, Bicho-papão
e Cuca – e danças, como maracatu e fandango.

A brincadeira da ciranda (com Sapo Cururu, Roda Pião, Atirei o Pau no


Gato, Ciranda-Cirandinha e escravos de Jó), jogos como amarelinha, bola de
gude e pião também são originalmente portugueses. Na música, instrumentos
como o violão, piano, violino, flauta, contrabaixo, sanfona, cavaquinho e
violoncelo.

Na culinária, o Brasil adaptou uma enorme lista de pratos típicos


portugueses, a exemplo da bacalhoada, quindim, e caldo verde. A manga,
couve, cebola, alface, pepino, jaca, fruta-do-conde e alho igualmente foram
trazidas de lá, além de muitas outras ervas e condimentos.

Nesse contexto cultural multifacetado, portanto, são observadas


algumas convergências e divergências, a partir de misturas, sobreposições e
antagonismos de crenças, manifestações e expressões humanas. Ao passo
que enriquece o leque cultural herdado pelo País, também é ignorantemente
apontado como justificativa para etnocentrismos, discriminações, processos de
invisibilização e toda ordem de desigualdades sociais, promovidas por
discursos de exclusão e estereótipos segregadores.

Referências

Blog Terramundi. Cultura Africana — Heranças de Um Continente Diverso.


Blog Terramundi, 2019. Matéria online. Disponível em <
https://www.terramundi.com.br/blog/africa-pelo-mundo-herancas-de-um-
continente-diverso/ > Acesso em 7 de junho de 2022.

CARVALHO, Leandro. Índios do Brasil. Brasil Escola, s.d. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historiab/indios-brasil1.htm. Acesso em 08 de
junho de 2022.
Eduta Ativa. Heranças culturais Indígenas. Canal Educa Ativa. Youtube,
2021. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=hh6KBumyQgE >
Acesso em 7 de junho de 2022.

Mundo Lusíada. Cultura brasileira exibe ampla herança portuguesa. Mundo


Lusíada, 2016. Matéria online. Disponível em <
https://www.mundolusiada.com.br/cultura/cultura-brasileira-exibe-ampla-
heranca-portuguesa/ > Acesso em 7 de maio de 2022.

ANTROPOLOGIA

Questão A3

Leia o texto e, depois, responda à questão abaixo.

O etnocentrismo é o ato de pôr uma cultura, nacionalidade, raça, religião no


centro de tudo, ou seja, como se fosse a única, e como se fosse a melhor de
todas em relação às outras. O etnocentrismo é praticado tanto individualmente
como coletivamente. Acontece que o etnocentrismo não é nada saudável, pois
engendra consequências como o racismo e a discriminação, e às vezes chega
ao extremo, levando pessoas etnocêntricas a matarem outras por serem
diferentes. [...] pode levar a atrocidades e massacres, assim como as atitudes
de Hitler que perseguiu, discriminou e dizimou milhões de judeus apenas por
achar sua raça melhor. Ninguém sai ganhando por ser etnocêntrico, seja uma
pessoa ou até mesmo um povo. Por descriminarem outras culturas, acabam se
isolando no seu ‘’mundo’’ e perdendo a oportunidade de conhecer algo
diferente e aprender algo novo.

HERCULANO, Gabriel. Etnocentrismo e suas consequências. SCRIBD, 2019.


Disponível em: < https://pt.scribd.com/doc/127699335/Etnocentrismo-e-suas-
consequencias>. Acesso em: 24 de jun. de 2019 (adaptado).

Identifique situações de etnocentrismo e/ou relativismo cultural nas relações


cotidianas. Associe essas questões do dia a dia às questões históricas
mencionadas no texto. Em sua resposta, exercite a escrita transcrevendo a
pesquisa com suas palavras. Além disso, não esqueça de informar referências
ou citações seguindo o modelo disponível e de acordo com a ABNT.

Nas relações cotidianas, o etnocentrismo se relaciona com muitas


formas de discriminação atuais. É possível observarmos diversas visões
unilaterais a respeito de comportamentos, hábitos e costumes diferentes dos
nossos.

O racismo, por exemplo, herdado do período escravocrata brasileiro,


repercute em muitas situações do dia a dia. Para além do preconceito
manifesto verbalmente – a exemplo dos xingamentos em estádios,
recentemente denunciados –, também expressa seu caráter institucional e
estrutural nas abordagens policiais diferenciadas a pessoas de cor, opiniões
sobre o corte de cabelo, piadas, eufemismos, falta de acesso à educação,
exercício da cidadania em geral, entre tantas outras formas de exclusão social.

Já a xenofobia é comumente vista em estereótipos sobre etnias, gerados


por medo ou ódio a pessoas estrangeiras. A imagem que temos do Outro é
repleta de pareceres distorcidos, fraudulentos, baseados em opiniões
higienistas com vistas a atingir objetivos de poder e controle, políticos, ou
meramente egoístas. Nesse sentido, a intolerância religiosa é outro fator
fortemente associado ao etnocentrismo. Com frequência, seus exemplos
carregam aspectos de desrespeito, violência e ofensas em geral contra outras
religiões.

O evolucionismo social, por sua vez, parte da ideia de que as


necessidades de alguns sejam mais importantes do que as de outras pessoas.
Nessa perspectiva, suas consequências mais importantes dizem respeito a
processos diversos de abuso, gentrificação e segregação, entre outros que são
justificados com base em uma individualidade arbitrária, que cede a desejos
próprios, sem qualquer empatia.

É importante ressaltar que, no contexto globalizado atual, o crescente


uso das novas tecnologias nem sempre favorece ambientes de troca
saudáveis. Pelo contrário, o “tribunal da internet” se torna um amplo espaço
para a chamada “cultura do cancelamento” e disseminação de notícias falsas,
entre outras variáveis que contribuem para que argumentos como os citados
sejam transmitidos e valorizados, aprofundando estigmas e desigualdades
sociais. O etnocentrismo, nesse sentido, muitas vezes não se dá por meio de
uma discriminação às claras – racismo, xenofobia, intolerância religiosa –, mas
é encoberto pela sobreposição de todas elas, de formas socialmente
naturalizadas.

PORFÍRIO, Francisco. Etnocentrismo. Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm. Acesso em 08 de
junho de 2022.

ÉTICA

Atividade A3

Imagine a seguinte situação: Maria é uma menina de 6 anos. Ela foi


encaminhada pela escola para atendimento psicológico depois de seus
professores observarem mudanças no comportamento da menina, como
agressividade e inibição. Além disso, ela tem apresentado dificuldades de
concentração e aprendizagem. Seus desenhos também têm sido escuros e
com figuras sombrias. Ela mora com seu pai, pois sua mãe faleceu quando ela
tinha 5 anos. Maria relata que a madrasta a castiga muito, mas não menciona
de que forma isso acontece. Nesse contexto, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) afirma, em seu art. 13º, que “[…] os casos de suspeita ou
confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao
Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
legais” (BRASIL, [2019], online). Ademais, os serviços de saúde e assistência
social “[…] devem garantir máxima prioridade ao atendimento das crianças na
faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de
qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua
intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar” (BRASIL,
[2019], online). 
(BRASIL. Lei n. 8069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente. Brasília, DF: Congresso Nacional, [2019].
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em:
19 jan. 2020.) Pensando no caso descrito e levando em consideração o Código
de Ética Profissional do Psicólogo, as Resoluções n. 466/2012 e n. 510/2016
do Conselho Nacional de Saúde, bem como o Estatuto da Criança e do
Adolescente, responda, em dois ou três parágrafos, o que se pede a seguir: 1)
Qual seria a conduta mais adequada a ser tomada pelo psicólogo? 2) Quais
desafios e dilemas éticos peculiares mais comuns, especialmente em se
tratando de investigações que envolvem crianças e adolescentes?

Pela complexidade de fatores que casos de suspeita de violência,


abuso, abandono e negligência física e psicológicas envolvem, o psicólogo
deverá adotar postura condizente à confidencialidade e sigilo das informações,
entre outras previsões do Código de Ética profissional. Um espaço aberto de
escuta, nesse sentido, é fundamental.

Também é dever deste profissional informar os responsáveis legais


sobre o trabalho a ser realizado, e objetivos propostos. Suas conclusões
técnicas, nesse sentido, devem ser fundamentadas em teorias científicas que
sustentem sua abordagem e investigação, sempre em busca pelo menor
prejuízo ao indivíduo.

Nessa perspectiva, cabe ressaltar a exigência de seu afastamento de


estereótipos e discursos socialmente comuns, a exemplo da culpabilização da
vítima, a descrença e distorções de seu relato. Da mesma forma, é
fundamental que a criança ou adolescente sofram o mínimo de exposição, na
tentativa de evitar a revivência de traumas.

Referência
CRPRS, Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul. Nota de
Orientação Atuação dos Psicólogos em casos de violência contra criança
e adolescente. CRPRS, [s.d.] Documento online. Disponível em <
https://www.crprs.org.br/upload/others/file/da757909ce07f88aad575cc61e26d4
50.pdf > Acesso em 7 de junho de 2022.

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