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FUNDAMENTOS DO DIREITO DO TRABALHO

O direito do trabalho é fruto do capitalismo e serviu para retificar distorções


econômico-sociais e para civilizar a relação de poder que sua dinâmica
econômica cria no âmbito da sociedade civil, em especial no estabelecimento e
na empresa.

O fundamento de sua criação foi o cenário apresentado com a Revolução


Industrial, que trouxe a crescente e incontrolável exploração desumana
do trabalho.

Na verdade, o direito do trabalho fixou controles para esse sistema econômico


deflagrado com a Revolução Industrial, buscando eliminar as formas mais
perversas de utilização da força de trabalho pela economia.

Afinal, apenas no desenrolar do processo da Revolução Industrial é que a


relação de emprego se torna a categoria dominante como modelo de
vinculação do trabalhador ao sistema produtivo.

Essa mão de obra utilizada era livre, mas também subordinada, e o


empreendedor capitalista usufruía ao máximo da energia e da inteligência
humanas, dando origem a um mecanismo de integração da pessoa ao sistema
produtivo dotado de potencialidade máxima no tocante à geração de bens e
serviços na sociedade.

Em sendo assim, o Direito do Trabalho, como fruto da sociedade industrial,


patrocinado pelo Estado de bem-estar social, tem como característica
fundamental a luta contra as injustiças provocadas pela produção industrial em
massa.

Sua base está voltada para a Justiça Social, que não pode ser apreendida
como um preceito abstrato, devendo ser identificada no lucro, na acumulação
de riqueza que o capital obtém à custa de uma mão-de-obra mal remunerada.
FORMAÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO

Posicionamento do Direito do Trabalho na História:

O Direito do Trabalho – como qualquer ramo jurídico – constitui um complexo


coerente de institutos, princípios e normas jurídicas, que resulta de um
determinado contexto específico.

O núcleo fundamental do Direito do Trabalho é a relação empregatícia, pois


sem ela, aquele não existiria. Assim, é em torno dessa relação jurídica
específica que se constrói todo o universo de institutos, princípios e regras
características a esse específico ramo jurídico.

As relações jurídicas escravistas e servis são incompatíveis com o Direito do


Trabalho, pois elas supõem a sujeição pessoal do trabalhador e não a sua
subordinação.

Subordinação é conceito que traduz a situação jurídica derivada do contrato de


trabalho mediante o qual o empregado se obriga a acolher a direção do
empregador sobre o modo de realização da prestação de serviços. A
subordinação é enfocada pela ordem jurídica sob um prisma estritamente
objetivo, atuando sobre o modo de realização da prestação pactuada. Não gera
um estado de sujeição pessoal (prisma subjetivo) do prestador de serviço –
razão por que supõe e preserva a liberdade do prestador. Já a sujeição é
subjetiva, atuando sobre a pessoa do trabalhador – razão por que supõe e
reproduz sua falta de liberdade pessoal.

Assim pressuposto lógico para existência do direito do trabalho é a liberdade


do trabalhador.

Numa fase pré-histórica não é possível se falar em trabalho, mas sim em


servidão/escravidão. Já que trabalhador sem liberdade é escravo-servo.

Nesta fase o ser humano era “coisa/bem” é não há de se falar que qualquer
movimento trabalhista existente, trata-se tão somente de luta pela liberdade,
que difere de luta de classe.

Apenas a partir de fins da Idade Média e alvorecer da Idade Moderna é que há


o rompimento das formas servis de utilização da força de trabalho com a
expulsão do servo das glebas.

Durante a Idade média o trabalho livre era basicamente artesão, de pequenas


manufaturas, organizadas nas corporações de ofício (forma de agremiação /
junção de trabalhadores que, na verdade, servia para exercer controle sobre
o trabalho, note-se que aqui também não há que se falar em liberdade do
trabalhador).

Funcionava da seguinte forma: havia a figura do mestre (conhecia o ofício,


tinha a técnica e muitas vezes as ferramentas de trabalho), que aceitava na
corporação o chamado aprendiz (para aprender o ofício). Com o passar do
tempo, o aprendiz deixava tal condição – porque já conhecia o ofício - mas não
chegava a mestre – e passava para a condição de companheiro (figura
intermediária – já tinha o conhecimento, mas não galgava o posto de mestre
por razões políticas – quanto mais mestre, menos poder!)

Os mestres não queriam que os companheiros se tornassem também mestres,


gerando – logicamente – uma tensão entre mestres e companheiros.

Essa tensão entre mestres e companheiros acabou resultando na chamada


“revolta dos companheiros” (classe intermediária), que consubstanciou uma
tentativa de alcance, pelos companheiros, do posto de mestre.

Alguns doutrinadores identificam aqui o início do movimento sindical, bem


como o início do movimento trabalhista, mas essa é uma visão muito criticada,
porque a “revolta dos companheiros” não tinha o pressuposto de duas classes
antagônicas como temos na área trabalhista hoje. Na verdade, se caracterizava
por uma busca pela liberdade para trabalhar, sem o controle do Mestre –
trabalho dominado.

E esse objetivo – a busca pela liberdade – foi confirmado no decorrer da


história, porque após essa fase chega-se à época da revolução francesa
(1789), que foi um marco jurídico para o mundo moderno (proclamação dos
princípios universais de liberdade, igualdade e fraternidade).

A liberdade levou a revolução francesa a acabar com Estado Absolutista


criando o Estado Liberal, onde o cidadão passou a viver livremente, sem a
intervenção do Estado. A revolução francesa é uma revolução burguesa - que
era um poder econômico (geração de riqueza), sem poder político; não há
concepção aqui de luta de classes, mas sim luta pela liberdade

Daí a afirmação histórica dos direitos fundamentais de primeira dimensão,


chamado de liberdade de classe, direito à liberdade, a vida, a propriedade.

O Estado não podia mais interferir na vida, propriedade e liberdade das


pessoas - Estado Mínimo _ o poder público não podia mais oprimir o cidadão
(eficácia vertical – Poder Público x cidadão). Os direitos fundamentais de
primeira geração afirmação da liberdade como valor central para o ser
humano - têm uma eficácia negativa preponderante – o que o poder
público não pode fazer!

Após a revolução francesa a questão ficou teoricamente bem arranjada: o


Estado não interferia nas relações privadas, as pessoas podiam se relacionar
livremente, os contratos poderiam ser estabelecidos sem regra nenhuma, de
acordo com a livre vontade / autonomia da vontade absoluta (a autonomia da
vontade teve seu máximo neste momento histórico).

Como decorrência, nessa época foram extintas as corporações de ofício,


porque nessa fase foi proibida qualquer forma de agremiação de trabalhadores,
por ser algo que de alguma forma poderia comprometer a liberdade individual.
A força do trbalho era exercido com liberdade - sem regulamentação.

O modelo do Estado Liberal funcionaria, contudo, se todos tivessem o mesmo


status, ou seja, no caso de paridade de forças e, como este não era o caso,
não tardou para despontar que o que parece ser o máximo da valorização do
indivíduo, na verdade, acaba sendo uma forma de oprimir o indivíduo mais
fraco. E foi na esfera trabalhista que surgiu a primeira evidência dessa falsa
aparência do Estado Liberal, que se transformou num grande opressor dos
mais fracos.

Isso apareceu na história da seguinte forma: após essa fase da revolução


francesa, por volta do séc. XVIII na Inglaterra, ocorreu a primeira revolução
industrial e, com isso, uma grande transformação do mundo. Revolução
de raiz econômica.
Houve a modificação das bases de produção de riquezas (revolução de
produtividade – dentro da empresa) com máquinas para produção em massas,
que transformou o agricultor em operário acarretando o movimento de
migração do campo para os pequenos centros, onde há trabalho, que foram
sendo urbanizados de forma bastante desordenada, surgindo os primeiros
centros urbanos (até então o meio era basicamente agrário). Sem qualquer
regulamentação do trabalho.
O trabalho subordinado apenas aparece na Revolução Industrial, em que há
uma relação de produção com liberdade e subordinação, ou seja, o trabalhador
é separado dos meios de produção, é juridicamente livre, mas subordinado no
âmbito da relação empregatícia ao proprietário desses mesmos meios
produtivos. Total liberdade de contratação - precarização com ambiente hostil -

O Direito do Trabalho é, pois, um produto cultural do século XIX e das


transformações econômico-sociais e políticas dessa época, que colocam a
relação de trabalho subordinado como o núcleo do processo produtivo daquela
sociedade.

Não houve manifestação justrabalhista em sociedades anteriores à sociedade


industrial contemporânea, já que nas sociedades feudais e antigas, o trabalho
subordinado pode ter surgido apenas como exceção.

Processo de formação de consolidação do Direito do Trabalho:

O Direito do Trabalho surge da combinação de um conjunto de fatores:


econômicos, sociais e políticos.

Do ponto de vista econômico:

São fatores que propiciaram as condições favoráveis ao surgimento do novo


ramo jurídico especializado: de um lado, a utilização da força de trabalho livre,
mas subordinada, por meio da relação de emprego; de outro lado, a
circunstância de esse novo sistema produtivo também gerar e desenvolver uma
distinta modalidade de organização do processo produtivo (a grande indústria –
baseada na intensa utilização de máquinas e profunda especialização e
mecanização de tarefas), que suplantou as formas primitivas de organização
de produção, consubstanciadas no artesanato e na manufatura.

Do pondo de vista social:

São fatores que propiciaram o surgimento do Direito do Trabalho: a


concentração proletária na sociedade europeia e norte-americana em torno das
grandes cidades industriais; o surgimento de uma inovadora identificação
profissional entre as grandes massas obreiras, a partir de um mesmo universo
de exercício de sua força de trabalho – universo consubstanciado no
estabelecimento ou na empresa.

Do ponto de vista político:

As ações desenvolvidas no plano da sociedade civil e do Estado, para fixar


preceitos objetivos para a contratação e gerenciamento da força de trabalho
componente do sistema produtivo estruturado, foram fatores que conduziram
ao surgimento do Direito do Trabalho.

No plano da sociedade civil, houve a descoberta pelos trabalhadores da ação


coletiva como instrumento de atuação, já que perceberam que a atuação
individual reduziria suas chances de modificação da situação, surge a
chamada consciência coletiva, quer no âmbito político (perante o Estado), quer
no âmbito profissional (perante os empregadores). Calvet acredita que aqui se
encontra gênese do direito do trabalho, pela coletivização, onde o direito do
trabalho nasce a fórceps – direito de luta, luta de classes entre o capital e o
trabalho.

Tal descoberta tendeu a gerar modalidades novas de normatização jurídica,


como os acordos coletivos e os regulamentos de empresas, por exemplo.

Com esse processo, surgiram movimentos políticos, com forte participação


obreira: associacionismo sindical nacional e internacional, o socialismo, o
comunismo.

No contexto histórico-social (fatores econômicos, sociais e políticos), o Direito


vigorante à época, baseado no Direito Civil, de formação liberal-individualista,
não tinha resposta jurídica adequada ao fato novo da relação empregatícia.
Afinal, a prática de que “o contrato faz lei entre as partes” colocava o
trabalhador em posição inferior numa negociação com o empregador, e, em
face da necessidade, acabava por aceitar todo e qualquer tipo de cláusula
contratual, ficando submetido às condições desumanas e degradantes.

Remontam deste tempo as jornadas extensas, ambiente de trabalho hostil,


exploração do trabalho de mulheres e crianças inclusive com ganhos inferiores,
acidentes do trabalho, tais caracteres são oriundos dos efeitos da liberdade
total, dentro deste novo aspecto social trazido pela revolução industrial.

Os trabalhadores observaram que individualmente, em suas reivindicações


pouco conseguiam, mas juntos tinham a capacidade de conseguir melhorias,
há aí uma fagulha do direito do trabalho, sua Gênese na luta de classes –
movimentos grevistas.
Os segmentos sociais dos trabalhadores passaram então a formular propostas
de normatização de caráter coletivo, abrangentes do conjunto dos
trabalhadores envolvidos e subordinados e com isso conseguiram contrapor ao
sujeito individual assimilado pelo Direito Civil da época a ideia de sujeito
coletivo, primeiros movimentos associativos
Há de se inserir no contexto acima descrito alguns movimentos econômicos
como o taylorismo que trata da cientificidade do trabalho, trabalho segmentado
em etapas, uma especialização em etapas com o fim de tornar o trabalho mais
produtivo – maior produção.
Neste aspecto há de se pensar num novo estado que não se configure a
liberdade total, a falta de parâmetros pelo Estado, que levou a exploração e
afetou a dignidade humana, mas um modelo estatal do mínimo razoável 1.
Estado promovedor e não só expectador.
Nasce assim os direitos fundamentais de 2ª geração, direitos humanos 2.
No século XX com o pós primeira guerra temos o Tratado de Versailhes e a
Convenção de Genebra (igualdade econômica internacional) e o nascimento da
OIT com a estipulação das garantias mínimas necessárias e a universalização
do direito do trabalho.
Com o fordismo temos a esteiras mecânicas onde o há apropriação do tempo
em prol da produtividade – tempo das máquinas. Os operários são
consumidores, o que forma a classe média. As empresas e empregados
entabulam uma relação estável onde este vai galgando postos.

Com a 2ª guerra, e seus esforços nasce a terceirização , expansão tecnológica


e a reformulação geoeconômica.

1
Patamares mínimos civilizatórios, não são imutáveis, mas, entretanto, não se lhes permite o retrocesso
2
Seus valores encontram-se presentes na área trabalhista por força do artigo 6º da Constituição. A
eficácia horizontal dos direitos fundamentais encontra-se mais fortificados nas relações privadas.
Paradigma da essencialidade (Teresa Negreiros) quando uma parte busca o essencial para sobrevivência
digna, fica fragilizada perante a outra parte. O hipossuficiente se lança na busca do contrato mínimo
essencial (salário chave para a qualidade de vida)
Fases históricas do Direito do Trabalho:

Os marcos fundamentais no processo de formação e consolidação do Direito


do Trabalho foram:
 Revolução Industrial, em 1775, e Revolução Francesa, em 1789;
 “Manifesto Comunista” de Marx e Engels, em 1848;
 Encíclica católica RerumNovarum, de 1891;
 Primeira Guerra Mundial e seus desdobramentos, como a formação da
OIT (1919) e a promulgação da Constituição Alemã de Weimar (1919);
 Constituição Mexicana (1917).

Essas duas constituições foram pioneiras na inserção em texto constitucional


de normas nitidamente trabalhistas, que seria uma das marcas distintivas do
século XX.
Os autores Granizo e Rothvoss perceberam a existência de quatro fases
principais na evolução do Direito do Trabalho: formação, intensificação,
consolidação e autonomia, que serão examinadas a seguir.

Fase de formação (1802-1848): Seu momento inicial foi no Peel´sAct, do início


do século XIX, na Inglaterra, que trata basicamente de normas protetivas de
menores.

Fase de intensificação (1848-1890): Teve como marcos iniciais o Manifesto


Comunista (1848) e, na França, os resultados da Revolução de 1848, como a
instauração da liberdade de associação e a criação do Ministério do Trabalho.

Fase de consolidação (1890-1919): Seus marcos iniciais são a Conferência


de Berlim (1890), que reconheceu uma série de direitos trabalhistas, e a
Encíclica Católica RerumNovarum (1891), que também fez referência à
necessidade de uma nova postura das classes dirigentes perante a “questão
social”.

Fase de autonomia (início em 1919, estendendo-se às décadas


posteriores do século XX)): A criação da OIT (1919) e as Constituições do
México (1917) e da Alemanha (1919) são suas fronteiras iniciais.

Contudo, essa periodização de Granizo e Rothvoos não explica a substância


do Direito do Trabalho, nem os modelos justrabalhistas aos quais se refere.

Desta forma, em busca de uma compreensão mais global, abrangente e


sistemática da experiência justrabalhista, é que uma divisão em fases foi
realizada por Mauricio Godinho Delgado, conforme exposto em seguida.

1ª fase) É a das manifestações incipientes ou esparsas, que vão do início do


século XIX (1802), com o Peel´sAct inglês, até 1848. Esta fase se qualifica pela
elaboração de leis dirigidas (intervenções legislativas) a reduzir a
superexploração empresarial sobre mulheres e menores. Contudo, o aspecto
normativo trabalhista ainda é disperso, sem originar um ramo jurídico próprio e
autônomo, bem como estático, sem a presença significativa de uma dinâmica
de construção de normas com forte indução operária. Afinal, não havia na
época uma união operária com capacidade de pressão e de atuação grupal no
contexto das sociedades. Greves incipientes.

2ª fase) É a da sistematização e consolidação do Direito do Trabalho, que vai


de 1848 a 1919, após a Primeira Guerra Mundial, com a criação da OIT e a
promulgação da Constituição de Weimar, ambos eventos ocor-ridos em 1919.
Os marcos iniciais desta fase situam-se no Manifesto Comunista, de 1848, no
movimento de massas denominado cartista, na Inglaterra, e ainda, na
Revolução de 1848, na França. O ano de 1848 foi de grande relevância para o
Direito do Trabalho, já que em razão do processo de revoluções
experimentados é que a pressão coletiva dos trabalhadores sobre o
empresariado e sobre a ordem institucional vigorante ganhou força, de modo a
refletir no universo das condições de contratação da força de trabalho e no
universo jurídico mais amplo da sociedade, aumentando o número de leis
trabalhistas e contribuindo para o avanço sistemático das negociações
coletivas. Em 1875 há o reconhecimento dos sindicatos. Outro fato importante
foi a Conferência de Berlim (1890), que reuniu 14 Estados e significou o
primeiro reconhecimento formal e coletivo pelos principais Estados europeus
da real necessidade de se regular o mercado de trabalho, com a edição de
normas trabalhistas diversificadas na realidade de cada país. Por fim, destaca-
se ainda nesta fase o surgimento da Encíclica RerumNovarum, (1891),
documento editado pelo Papa Leão XIII, que traduz a manifestação oficial da
Igreja Católica com respeito à questão social, exigindo do Estado e das classes
dirigentes postura mais compreensiva sobre a necessidade de regulação das
relações trabalhistas. Parâmetro contra o abuso dos seres humanos em
detrimento do lucro – visava o bem estar do ser humano (Presente na nossa
Constituição) – aqui o epicentro passa a ser o homem

3ª fase) É a fase da institucionalização do Direito do Trabalho, que se inicia em


1919 (após a Primeira Guerra Mundial), avançando ao longo do século XX.
Seus marcos são a Constituição de Weimar e a criação da OIT, situa-dos no
ano de 1919, e a Constituição Mexicana de 1917. Nesta fase o Direito do
Trabalho se institucionaliza, oficializa-se, incorporando-se à matriz das ordens
jurídicas dos países desenvolvidos democráticos, após longo período de
estruturação, sistematização e consolidação, em que se digladiaram e se
adaptaram duas dinâmicas: as ações coletivas dos trabalhadores e a atuação
estatal na elaboração de normas. Seu clímax se deu apenas nas décadas
seguintes à Segunda Guerra Mundial, com o aprofundamento do processo de
constitucionalização do Direito do Trabalho e hegemonia do Estado do Bem
Estar Social.

4ª fase) Trata-se da fase de crise e transição do Direito do Trabalho, que


abrange o final do século XX. A chamada crise do petróleo, entre 1973 e 1974
fez crescer a inflação, acentuando a concorrência entre as empresas e as
taxas de desemprego. Houve também um processo de renovação tecnológica,
com a microeletrônica, robotização e microinformática, que reduziu os postos
de trabalho e criou outras formas de trabalho como o teletrabalho e o escritório
em casa (home-office). Ademais, ganha prestígio a reestruturação das
empresas através de modelos de descentralização administrativa, com as
terceirizações. Ganhou força na política também o pensamento em prol da
desregulação das políticas sociais e das regras jurídicas limitadoras do mercado econômico. Nesta fase
ocorre então a desregulamentação das regras do Direito do Trabalho e a sua crescente flexibilização.

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