Olá pessoal tudo bem vamos iniciar nossa aula sobre a parte introdutória do Direito
do Trabalho fundamentos e informações histórica do direito trabalho toda a parte
conceitual divisão características enfim aquela parte que é necessária para a gente estruturar e entender e compreender o fenômeno que é esse esse ramo do direito o direito do trabalho vamos lá para a gente começar a falar direito trabalho a gente tem que relembrar que só existe a noção de trabalho como a gente estuda ou seja a ciência do Direito de Trabalho só é possível a partir de um corte epistemológico nesse estudo que é o trabalho livre Por isso as manifestações de trabalho antes da existência de trabalho livre a gente não coloca no campo da ciência do Direito do Trabalho é a fase que a gente chama de pré-histórica do direito trabalho a fase de trabalho escravo trabalho sem liberdade é a fase da antiguidade lá na Grécia é a fase que o Brasil por exemplo adotou com trabalho escravo até 1888 isso tudo não entra no campo da ciência do direito trabalho tudo que a gente faz hoje obviamente é combater o trabalho escravo e na visão moderna é o trabalho análogo as condições de escravo né porque mudou já esse fenômeno em relação ao que era no passado Então esse é o corte necessário tá E esse corte ele começa a surgir de forma assim mais precisa na idade média com trabalho de pequenos artesãos nas manufaturas aí a gente tinha de certa forma um trabalho livre muito incipiente e que era organizado através das corporações de ofício as corporações de ofícios eram entidade gente que serviam para controlar o trabalho desses artesãos como é que funcionava a corporação de ofício você tinha os mestres que eram detentor do normal do conhecimento da técnica e as pessoas entravam como aprendizes normalmente até menores de idade para aprender o ofício para aprender a profissão então o trabalho era feito com autorização das corporações de ofício das corporações de eu fiz e eu aprendi ali né fazendo a sua parte aprendendo o Ofício até que ele conseguisse um dia também ter o conhecimento da profissão e pudesse virar mestre O problema é que os médicos não queriam que todo mundo chegasse a mesma condição deles e começou uma atenção ali dentro das corporações de ofício Daí nós tivemos um movimento muito importante na França que é a revolta dessa figura intermediária que ficava entre os aprendizes e os mestres é a figura dos companheiros a revolta dos companheiros foi uma revolta para se libertar dessa situação porque ele já tinha o Ofício já tinha um conhecimento e não podiam trabalhar livremente muita gente acha que a Re lta dos companheiros seria o início do Direito de Trabalho a primeira manifestação assim catalogada de busca de melhores condições de trabalho mas não é bem isso porque porque na verdade os companheiros queriam o mesmo que antes os escravos buscavam que concomitantemente os escravos dos carros que é liberdade liberdade para poder trabalhar sem nenhuma agremiação controlando o seu trabalho a revolta dos companheiros Então queria isso queria Liberdade isso marca gente que não houve ali o início da chamada luta de classes que depois originou o direito de trabalho não existiam as condições adequadas para que essa luta acontecesse tanto é verdade que logo após na sequência histórica com a Revolução Francesa em 1789 com os ideais da liberdade igualdade Fraternidade principalmente no primeiro momento Liberdade o que que aconteceu a gente teve a instalação da figura do chamado estado liberal aquele estado mínimo a gente teve afirmação histórica dos direitos fundamentais de primeira dimensão ou de primeira geração a chamada de liberdades clássicas onde você queria o quê onde você queria afastar o estado afastar a figura do poder público afastar controle Porque durante a idade média com o Estado Absolutista o grande vilão das liberdades do cidadão era justamente o poder público o poder público que chegava lá e pegava a sua propriedade controlava sua forma de trabalhar a sua forma de agir a sua vida privada daí os ideais da Liberdade que foram afirmados nessa época pode Revolução Francesa tiveram esse grande intuito de colocar o estado num papel secundário no papel minimalista criamos então chamado estado liberal como eu já disse e uma das consequências importantes na área trabalhista foi justamente a proibição de agremiações de trabalhadores ou seja houve a noção ali exata de que agremiações de trabalhadores levava controle da sua liberdade por conta da experiência A Luta dos companheiros lá atrás não era uma questão de luta de classes dentro de uma visão capitalista não era bem isso era realmente busca pela Liberdade tanto que depois que a liberdade é afirmada na Revolução Francesa A gente tem a proibição de qualquer agremiação de trabalhadores então qualquer coletivo de trabalhadores era visto como algo que retiraria a liberdade de trabalhar é o afastamento do estado é o afastamento de controle reconhecendo a Total Liberdade de contratação foi esse o panorama jurídico que a gente teve pode Revolução Francesa E aí é claro que a gente ainda não tinha as condições históricas para o surgimento do direito trabalho como a gente conhecia porque naquela época Ainda era o trabalho basicamente de manufaturas o trabalho Agrário trabalho no campo a gente ainda não tinha as condições adequadas para o surgimento do direito trabalho porque o direito trabalha gente é bom lembrar logo disso ele é subproduto do que da revolução industrial a revolução industrial no século 18 quando começa a ler a Revolução Industrial primeira com os teares mecânicos depois com a máquina a vapor foi uma revolução de raiz Econômica né buscava uma melhor Retribuição melhores condições e no campo do Social levou a uma circunstância muito importante as pessoas começaram a procurar esses locais para poderem sobreviver através de uma remuneração então quando a gente começa a ter as fábricas surgindo começa a ver uma migração dos trabalhadores do campo né que é basicamente na época era manufatura de mão de obra no campo e começam a buscar essas fábricas Para poderem trabalhar num ambiente jurídico sem qualquer proteção sem qualquer regulamentação era Total Liberdade naquela época e isso foi mostrando que que essas pessoas que iam buscar esse tipo de trabalho sem nenhuma regulamentação estava ali numa situação ruim foi isso que a história mostrou para gente as pessoas topavam qualquer coisa para obter trabalho para poder sobreviver foi a época então que a gente viu acontecer jornadas extremamente longas menores trabalhando sem nenhum tipo de limitação de horário menores trabalhando recebendo menos mulheres trabalhando recebendo menos porque era mais fracas nada de segurança no trabalho de insalubridade era uma situação calamitosa do ponto de vista ali humanos Sem dúvida nenhuma agora isso levou uma condição social muito interessante porque porque as pessoas começaram a se organizar em volta dessas fábricas começou a ver uma concentração dessa massa de trabalhadores que a gente começa a chamar de operariado o operariado começa a se concentrar em torno das fábricas começa a surgir as Vilas industriais né as pessoas residindo ali próximo e se comunicando e eles começam a perceber que quem tentar sozinho conseguir melhores condições de vida de trabalho dificilmente vai ter sucesso porque porque há uma massa de gente lá fora querendo aquele lugar as pessoas queriam sair da miséria então sozinhos eles não conseguiriam fazer muita coisa é aí que começa a nossa história efetivamente do Direito do Trabalho essa classe que a classe do operariado começa a se unir e começa a perceber que há necessidade de uma reivindicação coletiva porque aí eles podem fazer barulho aí eles podem conseguir algo melhor É nesse ponto que a gente pode dizer ocorre a fagulha inicial do Direito do Trabalho é a formação da consciência coletiva do operariado dentro desse contexto de luta de classes que acontece histórico que a gente não pode ignorar aconteceu assim foi assim o direito de trabalho começa a se formar o direito trabalha ele se forma gente a partir de reivindicação a partir de luta a partir de conflito num primeiro momento a gente começa a ter algumas concessões feitas pelo empresário para acalmar a massa né para que a massa possa trabalhar possa produzir mas a gente começa também a ter ainda que time da mente lá no início uma intervenção Legislativa o estado começa a perceber que ele não pode simplesmente deixar livremente esses atores sociais negociando porque porque existe uma diferença de forças existe alguém que tem um capital que tem o poder e existe uma massa de pessoas Miseráveis possuídos que nesse mercado que basicamente vão entrar com a sua força humana de trabalho essa diferença de forças é que faz com que comece a haver uma intervenção Legislativa para criar alguns freios é aí que nasce o direito de trabalho por isso a gente não pode esquecer dessa raiz histórica o direito do trabalho é direito de reivindicação lá no início o direito do trabalho é um direito que está ligado a melhoria da condição humana por isso a sua raiz lá com os direitos humanos Sem dúvida nenhuma tá essa rede histórica ela existe e o direito de trabalho ele é formado a partir do movimento social dentro desse contexto de luta de classes para evitar a Mega exploração do mais forte sobre o mais fraco dessa percepção da diferença de forças onde a massa de pessoas com necessidades se jogava para trabalhar em qualquer condição porque simplesmente precisavam sobreviver é aí então que surge a primeira intervenção Legislativa em 1802 a frente marcar aqui um momento histórico na Inglaterra que foi uma lei para proibir trabalhos noturno para menores de idade e reduzindo a jornada dos menores de idade para 12 horas por dia você vê como o direito de trabalho ele nasce aí na primeira intervenção Legislativa com o patamar de direitos que hoje pra gente é um absurdo né você imaginar menor trabalhando 12 horas por dia é um absurdo isso é muito importante da gente perceber porque porque o direito trabalho ele é construído socialmente de forma lenta e gradativa a gente vai alcançando patamar e civilizatórios que a gente não aceita mais retrocesso a gente não quer que isso volte para trás São Direitos que nós consolidamos que a gente tem que preservar vejam como tudo começa e onde a gente já chegou hoje a gente já tem na nossa Constituição que ninguém trabalha mais do que 8 horas por dia 44 por semana esse é o padrão e que a regra é o menor não trabalhar a não ser a partir de 14 anos como aprendiz e de uma forma geral a partir de 16 anos Olha como a gente já evoluiu de lá para cá é muito interessante né Então essa é uma ideia importante é a construção a partir dos mínimos querendo chegar aos máximos tá nessa época a gente tem portanto os primeiros movimentos associativos começa a surgir as agremiações de trabalhadores ainda que ilegalmente porque no campo jurídico isso não era permitido e a gente tem as primeiras greves organizadas então é um fato social mesmo tá gente que vai anulando que vai pulando e óbvio que a gente tem vários fatores históricos que ajudam na contribuição da formação histórica do Direito de Trabalho além das filosofias da época né filosofia marxista a gente tem também algo muito importante que aí sim era um ovário Ou seja a doutrina social da Igreja Católica que começa a olhar para esse fenômeno ele começa a perceber que deve haver um freio na exploração desses seres humanos para busca de uma dignidade para busca de uma igualdade para busca de fraternidade a gente começa então a ter a formação do direito e trabalho com muita luta que eu tô aqui Resumindo óbviamente né e mais ou menos aí em quase um século a gente passa da proibição da agremiação de trabalhadores para o reconhecimento legal dessas entidades coletivas que trabalham justamente com o interesse da coletividade de trabalhadores sindicatos beleza isso não contexto gente de ainda primeira revolução industrial que aquela ideia do mercado temorista né do da forma de trabalhar temorista onde você segmenta a força de trabalho buscando maior produtividade o taylorismo é que marca esse primeiro momento com uma racionalização do trabalho humano é a técnica entrando na forma do trabalho humano para buscar mais produtividade aliado à tecnologia mas para a gente entender melhor esse fenômeno e como isso afetou a construção do primeiro direito trabalho né do direito trabalho 1.0 a gente vai aprofundar depois de nesse nosso primeiro intervalo Tá bom já voltamos então é daqui a pouquinho muito bem pessoal como é que funcionava então a ideia do taylorismo Robert Taylor teve a seguinte sacada se a gente conseguir segmentar o trabalho humano ou seja em vez do Trabalhador conhecer e saber pegar do produto bruto lá da matéria-prima até a transformação final se a gente conseguir segmentar e colocar cada um especializado numa etapa dessa produção do produto final a gente vai ganhar muito tempo e a gente consegue criar especialistas em cada detalhe seja parafuso alguma coisa Seja bater um martelo é aquela visão clássica né do trabalho repetitivo e que a gente pode controlar no tempo cria-se a figura do cronometrador né pra gente poder racionalizar e buscar mais produtividade nessa época então a gente teve um incremento de tecnologia o incremento da racionalização da forma de trabalho que levou a gangue produtividade gigantescos obviamente jogando essa massa de produtos para o mercado que absorvia toda a linha estava crescendo tudo ali estava em ascensão e a gente teve então uma massa que conseguia consumir aquilo que era produzido a empresa então era Invista como uma empresa concentrada que fazia todas as etapas da produção racionalizando o trabalho humano de forma segmentada produzindo cada vez mais para o mercado consumidor que absorveria essa produção Essa é a ideia de empresa por isso que a gente pode dizer que a intervenção legislativo o direito de trabalho que foi construído nesse momento histórico foi um direito trabalho que seguiu esse padrão era um direito de trabalho com a mesma visão primeiro retilínea né porque a empresa ela vai sempre crescer então irei trabalha um direito trabalho que também tem sempre que crescer o trabalhador tem que sempre ganhando mais conquistas e conseguir mais direitos seguindo carreira dentro da mesma empresa o direito de trabalho ele tem que ser estável tem que gerar uma estabilidade para o trabalhador uma segurança para o trabalhador Porque a empresa ela vai sempre crescer também é uma empresa estável é uma empresa segura então o trabalhador tem que fazer carreira lá dentro fica a vida inteira galgando melhores posições isso permitia então ideias que era basicamente o que a gente Segue até hoje logo muita coisa já mudou mas uma ideia primeiro Dual se você quer trabalho você contrate o empregado a empregado empregador relação Dual como tá na CLT até hoje levou muito tempo para a gente conseguir regulamentar a terceirização por exemplo que quebra essas espinhas dorsal então o trabalho tem que ser Dual o trabalhador tem que ter carreira o trabalho dele não tem que ter fim continuidade da relação de emprego ele tem que conseguir cada vez mais direitos condição mais benéfica tudo que é criado na legislação é criado para que ele possa ter melhores condições de trabalho norma mais favorável Olha só como a gente tá já anunciando aqui em princípio para você entender na raiz histórica que a gente vai estudar na sequência das aulas dos princípios de direito e trabalho tudo dentro da grande ideia De que De fazer uma intervenção Legislativa com direitos obrigatórios imperatividade do direito do trabalho não é assim que você não pode abrir mão né porque senão você volta a estaca zero e renunciabilidade dentro da grande ideia maior que é proteger do Trabalhador o princípio da proteção essa história do Direito de Trabalho é isso que dá toda a estrutura para o direito de trabalho até hoje até hoje a gente tem essa príncipelogia com essas esses reflexos para o direito de trabalho e isso já mostra a grande dificuldade atual né porque o mundo mudou demais as empresas mudaram demais como a gente vai ver aí ao longo da nossa aula agora é importante a gente perceber o seguinte essa visão de mundo lá atrás dessa primeira revolução industrial da formação inicial do Direito do Trabalho levou em conta uma muito importante que foi uma grande contribuição da área trabalhista para o direito foi perceber o seguinte que aqueles ideais lá da Revolução Francesa de liberdade Fraternidade ele só conseguiriam realmente ser preenchido ser preenchido se a gente tivesse algumas condições mínimas porque porque ninguém é livre passando fome ninguém é livre morando na rua ninguém é livre sem condições mínimas de existência Foi aí que a gente começou a pensar na ideia de que todo cidadão deve ter acesso ao mínimo existencial esse mínimo existencial gente é justamente a parte em que a gente pensa que o Estado o poder público ele não deve ser só um garante dor de liberdade do cidadão o estado passa a ter uma responsabilidade para fazer algo o estado deve promover por isso que é interessante que a gente vê que a primeira afirmação de direito fundamentais Liberdade os direitos com eficácia negativo o estado não tinha que fazer nada ele só tinha que reconhecer preservar e não vilipendiar os seus direitos agora não agora a gente já quer que os casos promova algo São Direitos do estado tem que gastar ele tá vinculado a promover algo para o cidadão é um momento histórico da afirmação dos direitos fundamentais de segunda dimensão o chamado direitos sociais onde se inclui aí a parte trabalhista toda a parte trabalhista toda ela entra nesse contexto histórico de afirmação dos direitos fundamentais de segunda dimensão tanto que tá lá na nossa Constituição de 88 no artigo 6º a gente tem lá os direitos sociais e entre eles a gente vê o direito ao trabalho e por aí vai são vários direitos que compõem esse mínimo especial que todo mundo deveria ter acesso eu costumo dizer que se a gente conseguir se implementar só o artigo 6 da Constituição a gente teria uma sociedade muito melhor né O problema é que esse estado que promove que a gente começa a chamar de estado social ele tem um grande uma grande dificuldade recursos e a gente se fica nessa conflitosidade até hoje porque todo mundo quer políticas sociais para que todo mundo possa ter uma melhor condição de vida o problema é sabermos de onde vem esse dinheiro e normalmente vem dos recursos públicos e os recursos públicos nada mais são gente do que dinheiro do cidadão que o estado arrecada através dos tributos nessa história é velha é a mesma história de sempre é um problema é esse é saber o nível de arrecadação a questão da gestão pública desse dinheiro como fazer investimento desse dinheiro porque normalmente o dinheiro não dá acrescentando que aqui no Brasil a gente tem sempre o problema também intrínseco da corrupção né porque muito dinheiro você perde no meio do caminho então o que eu acho mais interessante é perceber o seguinte que na Essência todo mundo concorda com os valores né O problema é como fazer como chegar lá e o direito de trabalho fica nesse meio do caminho porque o direito do trabalho ele quer a melhoria das condições dos trabalhadores dos seres humanos o direito de trabalho precisa de promoção do Estado ele precisa da participação do estado da intervenção estatal o problema é saber que medida como isso deve acontecer Qual é a melhor forma de proteção Esse é o debate eterno do Direito de Trabalho problema que a gente faz esse debate hoje de uma forma muito agressiva né esse debate deveria ser mais relaxado porque todos queremos a mesma coisa a gente quer melhoria para o ser humano em geral e aí a gente tem que perceber também que talvez seja na hora de superarmos algumas visões clássicas e já não se encaixa m 100% a começar pela Essa visão sempre conflitiva do Direito de Trabalho e ele trabalha é luta é guerra é conflito entre trabalhador e empregador como se ele sempre tivessem vontades antagônicas e isso nem sempre é verdade isso existe ainda mais sempre a verdade comente também vai ver aí ao longo da aula tá então é muito importante a gente perceber o seguinte para a gente fazer aqui já é um corte importante ele começa a ter intervenção estatal pela percepção de diferença de forças entre um lado e o outro o trabalhador mais fraco o tomador de serviço mais forte e o direito de trabalho percebe que há necessidade do Estado promover o mínimo assegurar o mínimo para que todo cidadão possa ter real Liberdade essa foi uma grande contribuição da área trabalhista para o direito como um todo e aí que a gente entra numa temática muito importante que hoje a gente já consegue ver isso de uma forma mais fácil que é a seguinte é que em uma relação privada como é a relação trabalhista entre dois atores privados a gente também tem que respeitar os chamados direitos fundamentais a gente não pode permitir numa relação privada que haja agressão a esses direitos ou seja a gente reconhece na área trabalhista e área trabalhista foi Pioneiro nisso a eficácia horizontal dos direitos fundamentais claro que a gente só vai falar disso nessa forma lá no século 20 mas na origem já era isso no fundo e área trabalhista também fez algo muito importante para o direito que o a área privado direito civil só foi perceber também quase que Um século depois ou mais até que foi a limitação na autonomia da vontade do indivíduo porque lá na época a gente Liberdade A ideia era consagrar esse valor autonomia da vontade Direito Civil foi calcado em cima disso Direito Civil clássico né da autonomia da vontade e o direito de trabalho falou não eu não posso deixar os dois Livres assim porque tá caro o mais forte sobre apoia mais fraco Então a gente tem que fazer uma intervenção estatal via legislador para limitar os conteúdos dos contratos limitando assim a autonomia da vontade e aí Olha só que lindo gente séculos depois o direito civil chegou essa mesma conclusão e obviamente o direito civil ele tem talvez mais refinamento que o direito de trabalho e nós temos uma doutrinadora muito importante que a Teresa Negreiros que fala na sua obra de como a gente identifica que num contrato privado numa relação privada a gente precisa disso tudo a gente precisa fazer essa intervenção que ela chama de paradigma da essencialidade quando a gente tem uma relação privada com dois atores privados e um deles se lança nessa relação para buscar algo que é essencial para sua sobrevivência digna como alimento como moradia esse ser humano está potencialmente fragilizado porque gente Trocando em Miúdos quem tá com fome assina qualquer coisa quem precisa pagar a escola para os filhos topa qualquer trabalho não vai nem ler contrato não vai nem ler se tá como empregado se tá como autônomo PJ você tá como cooperativado tanto faz eu preciso receber dinheiro no final do mês então essa condição que é hoje reconhecida em todo o direito privado é a condição primordial da área trabalhista o paradigma da essencialidade e quando eu falo área trabalhista eu estou propositalmente querendo mostrar para vocês que isso na verdade existe não é só no contexto da relação de emprego isso existe no contexto maior de todas as relações de trabalho hoje um trabalhador autônomo que não tem fraude gente não tá falando de fraude o cara é autônomo mesmo ele também tem um corte de dependência de necessidade de fragilidade pode acontecer é um sujeito por exemplo que tem um contrato como autônomo se entendesse contrato ele vai passar fome até arrumar outro então ele fica ali numa situação de dependência Esse é o corte importante da área trabalhista o corte da dependência é o corte de trabalhar por conta alheia alguém recebe a sua energia de trabalho paga por isso OK mas você não consegue você mesmo se auto explorar você não consegue você mesmo ganhar o máximo que você poderia ganhar se auto explorando você tem alguém que tá ganhando em cima de você quando contrata sua mão de obra Esse é um esquema muito importante dentro da lógica capitalista de exploração de trabalho humano tudo bem beleza compreendido isso gente vamos avançando aqui na formação histórica para chegar no século 20 no século 20 a gente tem alguns fatores importantes na formação do direito trabalho aniversário de 1919 a convenção de Genebra de 1921 e a criação da aoit organização internacional do trabalho que é importantíssima para nossa área por quê Porque esse primeiro conflito Mundial Essa guerra primeira guerra mundial ela foi muito decorrência da desigualdades sociais então há essa percepção da necessidade da gente ter uma uma maior coerência uma maior harmonização uma hegemonia das proteções aos seres humanos globalmente algo que a gente não conseguiu até hoje né até hoje a gente tem muitas disparates em termos de proteção humana em termos de desenvolvimento do Direito do Trabalho mundo afora tá agora esse contexto todo da formação do direito trabalho ainda tem na sua lógica aquela ideia de empresa grande e forte a gente pode dizer que no início do século 20 Tivemos uma mudança de mercado a gente começa a adotar o chamado fordismo mas que tem muito ainda da mesma lógica Inicial empresa grande concentrada forte produzindo cada vez mais com o incremento de tecnologia por um mercado consumidor Ou seja a gente continua na lógica de Direito do Trabalho forte retilíneo do uau como no início mas como uma pequena diferença que eu vou explicar depois de mais esse intervalo Tá bom até daqui a pouco Qual foi o detalhe Aí talvez o grande detalhe com o fordismo em rifor passa a incrementar nas suas fábricas as chamadas esteiras mecânicas as esteiras mecânicas elas fazem o quê na prática elas mudam a percepção da velocidade do trabalho do tempo de trabalho o ser humano ele não trabalha mais de acordo com que o seu corpo Manda uma capacidade dele ele tem que se adequar o tempo da máquina é aquela visão clássica gente do filme de Charles Chaplin Tempos Modernos quando ele tá lá na esteira mecânica fazendo o trabalho repetitivo seguindo aquela rapidez ali da esteira mecânica que ele vai tendo dificuldade né E aí tem duas cenas que eu acho muito interessante uma que ele sai na rua reproduzindo os mesmos movimentos né que ele ficava só a parafusando e aquela cena né fenomenal quando ele cai na esteira mecânica e ele é engolido pela máquina aquilo ali foi para festa né gente Charlie Chaplin percebeu lá atrás que a gente ia ter uma grande transformação no mundo em que a gente acaba sendo engolido pela tecnologia e de fato aconteceu né talvez não na forma como ele imaginou mais aconteceu hoje a gente tem uma grande independência da tecnologia hoje a gente tem uma grande influência da tecnologia a tecnologia hoje não é mais só neutra ela é ativa né Principalmente através daqueles aparelhinhos que a gente ama que é o smartphone com as suas redes sociais né com os algoritmos que vão identificando o seu perfil e vão te oferecendo produtos vão te direcionando para notícias hoje a situação é bem complexa tá gente isso vale aí também um curso a parte a influência da tecnologia nos seres humanos principalmente nas crianças né a gente tem que ficar muito Alerta com isso tudo mas o fato é realmente a gente passou a fazer todo o nosso desenvolvimento atrelado ao desenvolvimento tecnológico perfeito e isso acontece a partir de reforma essa percepção da tomada do tempo do ser humano pela tecnologia e obviamente com ainda aquela aquele paradigma de produzir cada vez mais né para o mercado consumidor que também absorve isso teve uma outra sacada né Foi a época em que se percebeu que para o mercado consumidor absorver tudo que se produzia a gente precisaria também criar essa massa de consumidores Foi então que houve um aumento no ganho dos trabalhadores para que eles pudessem se transformar também em consumidores é o que a doutrina indica como o grande fator da formação da tradicional classe média americana é aquele operário que consegue comprar os produtos que ele mesmo ajuda a fabricar r com a criação do famoso sonho americano né uma casinha com todos os eletrodomésticos com tudo aquilo que é sendo produzido o seu carro na porta aquela ideia tradicional de família americana Doriana né que a gente tem isso no nosso Imaginário até hoje essa construção familiar né E essa construção de sociedade a classe média Então ela é muito importante na formação aí do próprio direito de trabalho e nessa época também começa algo muito interessante que é o incremento da época até então até mais um pouquinho para frente é mais para década de 60 Então vamos chegar lá mas é aquela aquela valorização disso né de você ganhar dinheiro através do seu trabalho para poder consumir informar a base da sua família aí a gente vai continuando na história e chega na segunda guerra mundial a Segunda Guerra Mundial gente ela pra gente na área trabalhista ela trouxe alguns fatores muito importantes primeiro a explosão tecnológica o esforço de guerra faz com que a gente né seja mais criativo e busca atrás de novas tecnologias tanto que a raiz da internet foi lá só nos radares Ingleses da Segunda Guerra Mundial tem uma explosão tecnológica a transformação nas grandes empresas também que começam a precisar produzir mais pro esforço de guerra é aí que a nossa doutrina também mostra que começa as ideias de terceirização de delegação de atividades com o esforço da Guerra essa delegação de atividade para produzir mais e obviamente com o fim da guerra toda reformulação geoeconômica mundial com um detalhe que eu acho fenomenal que foi a derrota do Japão por que que isso é fenomenal para área trabalhista porque com a derrota do Japão nos tratados de paz o Japão passa a ficar proibido de ter grandes concentrações de Capital porque o esforço de guerra japonês foi muito financiado pelos grandes conglomerados econômicos financeiros passa a ver então uma pulverização do Capital nas empresas no Japão E aí a alma natural adaptação essa nova realidade se eu não posso ter grande conglomerados as empresas que estão pulverizadas começa a fazer o quê começam a produzir fazendo uma rede entre si de negócios para produção é aí que a gente começa a ter as condições históricas para criar um novo tipo de mercado que a gente chama de toyotismo que foi aí né digamos assim usado e que ficou famoso com a empresa Toyota o toyotim basicamente é a ideia de você reduzir a sua empresa a um lucro essencial onde você vai ter os segredos industriais o design aquilo que vai fazer a grande característica do produto no mercado e você ao invés de você mesmo produzir tudo ao invés de você mesmo cuidar de todas as etapas da produção você cria uma rede de parceiros para isso você vai ter fornecedores de produtos e serviços é o que a gente chama de descentralização da economia é o quando a gente começa a ter uma economia pulverizada com empresas em rede isso é muito interessante para área trabalhista porque porque se a terceirização que começa ali após a segunda guerra mundial já é um fenômeno que Impacto a área trabalhista porque ela quebra a dualidade a descentralização produtiva afeta diretamente frontalmente os princípios trabalhistas porque você não tem mais aquela concentração de trabalhadores dentro de uma mesma empresa que faz tudo não você tem os trabalhadores espalhados nessa rede que é uma cadeia produtiva e aí esse modelo da Toyota que começou ali forte na década de 60 Ele se mostra um modelo vencedor do ponto de vista empresarial na década de 70 quando ocorre a grande crise do petróleo quando ocorre a grande crise do petróleo a indústria automobilística ela acaba sendo paradigmática para isso porque porque as grandes empresas Americanas com o aumento da matriz energética né do preço da matriz energética petróleo na década de 70 e a Toyota tem mais facilidade de enfrentar a crise porque ela não está com tudo concentrado dentro dela a GM por exemplo ela tinha PIB gente maior que país é uma empresa e era uma empresa mãe né que o trabalhador ia cada vez conseguido mais direitos fazia a vida ali dentro naquela visão tradicional do Direito do Trabalho 1.0 né agora quando a gente muda para esse fenômeno do toyotismo e esse modelo se mostra o modelo vencedor porque a empresa fica mais leve leve em que sentido ela consegue se adequar ao mercado no momento do que o mercado quer a gente começa a ter uma outra lógica é a produção sobre demanda não há mais necessidade de eu produzir como era antes para fazer um grande estoque não eu vou produzir sobre de nada O mercado consumidor quer mais eu dou mais para ele O mercado consumidor também até menos eu dou menos para ele e para dar menos eu não preciso dispensar empregados eu não preciso reduzir meus empregados não eu simplesmente mexo com a minha rede de fornecedores de produtos e serviços se o cara produzir 10 mil carros eu vou comprar tantos mil pneus se eu quero produzir 5.000 carros eu compro menos de pneu E aí o problema da redução da produção de pneus é da fábrica lá de pneus não é meu problema é problema deles eles que vão ter que dispensar trabalhadores não eu por isso que essa forma de digerir é uma forma muito mais leve para empresa é uma forma mais flexível para empresa e obviamente do ponto de vista do Direito do Trabalho tradicional é destruidora porque porque a gente não consegue dar uma resposta adequada de responsabilidade trabalhista da cadeia produtiva inteira porque afinal de contas Qual é o erro de uma empresa que quer produzir menos ela compra menos que eu ela não é obrigado a comprar a mesma quantidade de pneu todos os dias não é ela pode mudar a quantidade que ela quer comprar Então olha só como as coisas mudam e aí o problema trabalhista passa a ficar mais nas pontas da rede do que na chamada as empresas mães empresas principais indústria mobilística ela foi de novo Pioneira nessa nova forma de trabalhar que a partir da década de 60 começa e 70 principalmente começa a ser adotada de uma forma mais Ampla com um potencial precarizante direito do trabalho gigantesco porque o fenômeno é diferente fenômeno não é aquele original imagem quando a gente começa a fazer isso no plano internacional principalmente impulsionado pela globalização e a revolução tecnológica que facilita muito que você faça essa rede essa cadeia produtiva para além do seu país você começa Aí sim a ter uma dificuldade gigantesca porque porque dentro do mesmo país você ainda tem a soberania do estado e do Poder Judiciário que pode alcançar ali o fenômeno e tentar condenar e manter a responsabilidade dos atores dentro do território nacional agora como você começa a fazer isso no plano internacional fica muito difícil porque se uma empresa brasileira por exemplo delega e contrata uma fábrica chinesa para produzir alguma coisa para ela para ela comprar o chinês que morre lá é problema do Brasil é problema nosso ou é problema lá da fábrica chinesa a gente fica nem sabendo o que acontece nessa cadeia produtiva isso de fato mexe muito com direito de trabalho e a gente não conseguiu uma resposta adequada até hoje né desde centralização produtiva em plano internacional É de fato um fenômeno bastante complexo que a gente tem dificuldade de resolver e não há resposta adequada ainda para isso então a globalização elas gasta o problema trabalhista principalmente a partir da década de 90 com a revolução tecnológica das Comunicações e o direito de trabalho não conseguiu chegar ainda à tarde e aí começa a acontecer um fenômeno que foi muito triste porque porque esses grandes players de mercado essas grandes empresas usam dessa nesse sistema para terem mais ganho Elas começam a delegar atividades para países de baixa proteção humana debaixo do desenvolvimento humano e de quase zero proteção trabalhista Foi a época que a gente viu a fuga de fábricas de empresa para países periféricos o Brasil recebeu fábricas assim também porque o Brasil apesar de ter um direito de trabalho forte grande complexo o Brasil tem uma mão de obra ainda muito barata né o nosso salário mínimo aqui é muito baixo então o Brasil ainda vale a pena mesmo com toda essa complexidade do direito de trabalho mas mesmo que o Brasil a luta ficou complicada com o chamado Tigres Asiáticos os países na Ásia com praticamente zero proteção trabalhista com uma massa de Miseráveis que começaram a receber essas fábricas com uma grande evolução para eles né a gente teve aí índia vietna Azerbaijão Indonésia e por aí vai e a China né a China numa mudança de mentalidade que eles tiveram que eles começaram a migrar por um capitalismo de estado com a criação desses parques Fabrício que produziam um desenvolvimento econômico impressionante para aquele país tirando as pessoas da miséria para uma condição boa então assim é muito complexo a gente julgar né claro que tudo deveria ter acontecido de uma forma mais humana mas o fato é que para esses países Isso foi uma boa notícia eu tenho um amigo que era alta executivo de uma empresa dessas multinacionais ele falava quando a gente fala que a gente vai abrir uma fábrica né a corrida dos países para buscar essa fábrica para levar para lá é impressionante a quantidade de benefício que eles dão para empresa para você abrir uma fábrica em determinado local de Miseráveis porque aquilo ajuda na miséria daquele local faz com que as pessoas evoluam e aí obviamente a gente viu De novo acontecer aquilo que aconteceu lá atrás no Direito de Trabalho pessoas trabalhando sem condições de segurança com jornadas o que acontece até hoje volta e meia a gente tem notícias na mídias desse tipo de trabalho ainda que não é um trabalho Digno né a gente ainda passa por essa mazela e a gente não tem ainda uma resposta adequada né complexo né mas a gente vai continuar aí mostrando a evolução do direito de trabalho depois de mais um intervalo até já pois bem gente com esse Panorama que chegamos à descentralização produtiva a gente já começa a ter um a outra questão que a gente também não tem resposta adequada que é as empresas hoje nem serem mais descentralizadas as empresas hoje não querem mais terem nessa responsabilidade de contratar trabalhador seja utilizando automação Inteligência Artificial sejam essas empresas hoje que são empresas nuvem empresas aplicativos que criam software com algoritmo e que fazem uma uma utilização da chamada economia compartilhada que algo acontece com o fenômeno hoje do Trabalho através de aplicativo nós temos mais de 100 aplicativos de modelos de negócio através de aplicativos os mais conhecidos são aqueles de entrega né de motoristas de entrega de mercadorias aqui no Brasil mais conhecida a empresa mais conhecida é a Uber tanto que muita gente fala de idealização do Direito do Trabalho humanização do trabalho humano mas a Uber não é a única empresa que utiliza dessas características da economia compartilhada pra fazer o seu modelo de negócio basicamente sua empresas que ligam as pontas ligam o consumidor ao trabalhador e fazem isso através de um software né de um aplicativo uma página na internet enfim algo que ambos se logom e se encontram se você parar para pensar o motorista de Uber é basicamente é isso ele poderia botar uma placa no carro dele sou o motorista particular faça corridas e andar pela rua e pegar pessoas que topam entrar no carro dele só que você jamais iria entrar no carro dele você jamais iria como motorista conseguiu uma clientela forte assim por isso o aplicativo surge porque o aplicativo dá algum controle alguma segurança para o consumidor e para o motorista o aplicativo ele te passa lá quem é o motorista esse Motorista tem uma avaliação que é feita pelos próprios usuários né Teoricamente a empresa que contrata o motorista toma algum cuidado né ao deixar ele ter o aplicativo não é assim e você Motorista vai conseguir a sua clientela através do aplicativo vai aparecer ali um monte de gente querendo pegar um carro e você vai lá e busca o sujeito então é numeral a ideia fenomenal né Eu não sou contra a ideia nem sou contra a existência aplicativo muito pelo contrário aqui no Brasil inclusive foi alternativa para sobrevivência digna para muito gente para milhões de trabalhadores há milhões de brasileiro o que a gente precisa é aprimorar o sistema porque porque o potencial precarizante disso é muito grande também você deixa o sujeito por conta própria Se vira você vai ter o seu carro Se você tivesse o problema é seu você tem que pagar pela manutenção do seu carro pela gasolina você passa a ser uma espécie de um empreendedor enquanto o consumidor simplesmente vai pagar pelo uso do serviço também sem nenhum tipo de responsabilidade e a empresa que criou o aplicativo ela quer se colocar no mercado como uma empresa de tecnologia alguém que desenvolve um software que tanto o motorista quanto o cliente né O Passageiro contrato e por isso ela recebe a parte dela por ter desenvolvido esse software ponto final é assim que a empresa se coloca tá de todo errado na visão dela mas aqui no ponto de vista trabalhista a gente tem uma outra percepção do problema a nossa percepção é que são novas forma s de trabalhar são nova forma de receber trabalho humano que ainda não tem uma regulamentação adequada que ainda não tem uma proteção específica um fenômeno novo que a gente não conseguiu dar a resposta ainda a gente mal deu a resposta da terceirização não conseguiu ainda dar a resposta da descentralização a gente já tá com fenômeno novo na mão que a gente ainda não conseguiu também absorver E aí nós temos basicamente duas propostas do ponto de vista tentar enquadrar no Direito do Trabalho clássico aqui no Brasil enquadrar na CLT né o que eu particularmente Acho muito difícil não encaixa perfeitamente como a gente vai estudar também ao longo das aulas ou criar uma regulamentação adequada específica para isso que é a resposta de vários países também fazer uma regulamentação específica para esse novo fenômeno acho muito inteligente essa proposta por quê Porque a meu ver a gente tem que reconhecer que as coisas mudaram a gente tem que reconhecer que existe novas formas de trabalhar e a gente tem que reconhecer que essas novas formam trabalhar não podem causar retrocesso nas nossas conquistas civilizatório adequada ao longo das aulas vocês vão perceber que a minha visão de mundo é não destruir o direito de trabalho tradicional mas permitir a evolução para novas formas de direito trabalhistas que absorvam esses novos fenômenos por isso que eu acho que a gente tinha que ter assim para ontem um Grande Debate uma grande mudança meu ver construimos tudo toda proteção trabalhista clássica está construída em cima de um modelo de relação jurídica que é a relação jurídica de emprego Talvez esteja na hora da gente repensar isso e construir um modelo de proteção trabalhista pelo simples fato de existir trabalho humano ou seja sou trabalhador eu tenho que ter direito de mínimos garantidos é esse GAP que eu acho que tá faltando esse salto de qualidade sair da proteção a partir de uma relação jurídica para chegar a uma proteção pelo simples fato de haver o fenômeno do trabalho humano Então sou trabalhador tem o direito de mim e aí em cada tipo de relação jurídica a gente vê como esse direitos mínimos serão implementados eu acho que essa era a grande solução para gente mas que tá difícil da gente chegar lá porque que tá difícil porque basicamente para isso a gente vai ter que aceitar uma certa flexibilização no modelo tradicional uma certa desconstrução do modelo tradicional e isso traz medo né Isso realmente traz uma dificuldade de absorção porque porque a construção social é lenta a gente olha para o passado e a gente tem essa referência que deu razoavelmente certo de proteção trabalhista fazer esse salto no escuro é a grande dificuldade porque a gente não sabe se esse modelo vai dar certo a gente já teve algumas experiências que não foram muito boas né já Ficou comprovado por exemplo que inflexibilizar o direito de trabalho clássico não produz necessariamente melhor renda melhor proteção não produz nem mais postas de trabalho o que gera mais forte do trabalho sem dúvida nenhuma é desenvolvimento econômico por isso que talvez a gente possa sair da atenção original do Direito de Trabalho que é proteção trabalhista contra o capital né não virar totalmente por outro lado que seria o neoliberalismo de vale tudo e voltamos a estaca zero implementando Total autonomia da vontade que a história já mostrou que isso não dá certo para chegar no meio termo esse meio termo que é muito difícil da gente construir que é o meio termo onde a gente precisa de proteção social mas precisa também de mais liberdade para os atores sociais mas flexibilidade mais leveza para que o fenômeno trabalhista possa ir adequando a gente precisa de um direito trabalho que não seja estático a gente precisa de trabalho que seja dinâmico aos novos fenômenos para que a gente possa ter algo que vai funcionar daqui para frente porque Pare para pensar gente se hoje a gente já tem fenômeno que a gente não consegue dar resposta como trabalho por aplicativo você imagina daqui a cinco dez anos a gente não sabe nem o que vai existir a gente não tem condições nem saber o que vai acontecer com o trabalho humano daqui a 5 10 anos porque porque a tecnologia A gente tá avançando de uma forma que a gente não vai conseguir mais segurar é aquilo que Charles Chaplin falou a tendência é hoje é cada vez mais termos automação Inteligência Artificial cada vez mais substitui o trabalho humano repetitivo por máquina é isso essa é a tendência a gente tá discutindo motorista de Uber e a gente já sabe que hoje já é uma realidade de carros sem motorista de caminhões fazendo entregas sem motorista de entrega por Drone sem motorista de táxi sem motorista totalmente automatizado isso já existe o potencial da automação de veículos tem assim a capacidade de gerar a perda segundo eu li numa notícia de Jornal de cerca de 400 milhões de poste de trabalho no mundo inteiro vocês terem uma ideia automação hoje aqui no Brasil já seria capaz de substituir 40 ou até 50% da mão de obra brasileira aqui no Brasil então me parece que a Grande Saída não é Tentar segurar já mostrou que isso também não funciona isso foi tentado lá atrás na Revolução Industrial né o ludismo né o pessoal que sabotava as máquinas para não ter perda de poste de trabalho isso é impossível isso não tem como não tem como você segurar esse fenômeno porque a gente precisa readequar todo o plano de sociedade todo o contrato social para que as pessoas possam viver bem dentro de outro paradigma essa esse é o grande desafio para o século 21 a gente refazer o modelo de sociedade para que você possa sobreviver dignamente independentemente de trabalho ou com outras espécie de trabalho que é o que eu acredito eu acredito que o trabalho do futuro é o trabalho que envolva características humanas empatia isso que a gente está fazendo aqui de bater papo de passar a minha as minhas percepções de mundo que eu compreendo para vocês é o trabalho criativo do ser humano e classe difícil também de máquina substituir máquina pode até criar Mas aquela essência do ser humano é só nossa né então são profissões que a gente vai evoluindo e eu acho muito interessante né a gente acaba Relembrando do passado Se você olhar lá na antiguidade clássica Grécia por exemplo o cidadão livre o conceito cidadão Livre era o cidadão que não trabalhava era o cidadão que não suava um trabalho de sobrevivência o que o cidadão fazia o cidadão livre fazer a política diálogo filosofia pensava refletir tanto que os intelectuais do passado era muito mais completo né eles estudavam diversos Campos da ciência e fim dos fenômenos pode ter uma compreensão mais completa de tudo né talvez a gente esteja no futuro uma grande oportunidade de voltar ao passado mais com uma condição melhor sem ter que colocar ninguém como escravo deixando isso para o desenvolvimento tecnológico então no fundo eu sou um grande otimista você já deve ter percebido né a gente tá passando talvez por uma das piores fases da humanidade porque o momento que a gente vive é um momento que tem um potencial desestruturante igual ao da primeira revolução industrial a gente tá batendo cabeça sem saber o que fazer com essas novidades todas mas o ser humano já mostrou também historicamente que ele se reinventa que ele recita que ele se adapta por isso que eu sou otimista Eu acho que a gente vai chegar lá no meio do caminho muita gente sofre infelizmente a gente ainda não tem essa capacidade de fraternidade para gente fechar essa primeira aula fechando esse bloco eu quero só relembrar o seguinte os ideais da Revolução Francesa Liberdade Fraternidade estão totalmente conectados com essa discussão toda porque porque primeiro passo é afirmar a liberdade ter a liberdade para que você possa naturalmente buscar a igualdade que você só vai conseguir de verdade contra Fraternidade Então me parece que esses três ideais eles são cíclicos você não vai abusar da sua liberdade quando você tiver Fraternidade O que vai permitir você buscar a verdadeira igualdade então no fundo todos esses ideais tem que estar alimentados simultaneamente para que a gente possa conseguir que a gente vai conseguir então para fechar esse bloco e essa nossa primeira aula eu quero deixar essa mensagem vai dar certo a gente tá debatendo a gente tá vislumbrando o que fazer com a área trabalhista as tendências atuais e futuras do Direito de Trabalho e é importante você ter uma crítica sobre isso tudo ok para que você possa contribuir também com a sua parte possa chegar lá e saber como enfrentar esse fenômeno maravilhoso que é o fenômeno do trabalho Valeu então vamos fechar por aqui essa primeira aula até a próxima forte abraço