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Caso prático n.

º 1
Qualifique as seguintes situações:
a) Regimento de um órgão colegial;
b) Regulamento municipal que procede à criação de uma taxa;
c) Regulamento que disciplina a vida quotidiana de uma instituição de ensino
superior dirigido à prestação de serviços de formação especializada, prevendo
procedimento internos de organização de cursos de formação contínua e os
regimes de avaliação dos estudantes inscritos;
d) Resolução do Conselho de Ministros pelo qual se procede à nomeação de vários
funcionários;
e) Norma de uma postura municipal que prevê uma proibição de circulação
rodoviária;
f) Norma do estatuto disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol que prevê
como infração disciplinar, à qual associa a sanção de não inscrição de atletas, o
não pagamento de salários aos jogadores.

Caso prático n.º 2


Comente a seguinte afirmação no que seja indispensável para justificar a sua
concordância ou discordância:
Os regulamentos administrativos são sempre suscetíveis de impugnação administrativa
e contenciosa.

Caso prático n.º 3


Identifique os vícios, quando existam:
1. Norma do PDM que viola o disposto no Programa de Ordenamento do Território;
2. Regulamento de avaliação dos discentes que não foi sujeito a consulta pública;
3. Regulamento municipal que define as zonas de estacionamento proibido sem que
do mesmo conste qualquer preâmbulo;
4. Regulamento municipal que não foi aprovado pelo órgão competente.

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Caso prático n.º 4
Qualifique as hipóteses colocadas considerando as formas de atividade administrativa que
conhece:
1. Contrato de arrendamento social sujeito ao regime da renda apoiada, previsto no
Lei n.º 81/2014, de 19 de dezembro;
2. Declaração que esclarece, após pedido do interessado, que “de acordo com os
registos o contribuinte não tem dívidas fiscais”;
3. Nos termos do artigo 11.º do Código das Expropriações, “a entidade interessada,
antes de requerer a declaração de utilidade pública, deve diligenciar no sentido de
adquirir os bens por via de direito privado, salvo nos casos previstos no artigo
15.º, e nas situações em que, jurídica ou materialmente, não é possível a aquisição
por essa via”.
4. Norma de uma postura municipal que prevê uma proibição de circulação
rodoviária;
5. A entidade concessionária da atividade de fiscalização das contraordenações
previstas no artigo 71.º do Código da Estrada, levantou um auto de
contraordenação por falta de pagamento da taxa de estacionamento devida;
6. O delegante remeteu oficiosamente ao delegado, nos termos do artigo 41.º do
CPA, um requerimento que implica o exercício das competências que lhe tinham
sido delegadas;
7. “Por falta de apresentação da declaração de aceitação do conteúdo do caderno
de encargos, considere-se a sociedade “Construções Silva, S.A.” excluída do
concurso público tendente à celebração de um contrato de empreitada de obras
públicas.”;
8. Parecer vinculativo favorável da Agência Portuguesa do Ambiente à construção
em zona abrangida pelo Programa do Proteção da Orla Costeira;
9. Remoção de uma autocaravana estacionada num terreno do domínio público
municipal;
10. Notificação de um ato administrativo;
11. Indeferimento de um pedido de atribuição de subsídio;
12. Falta de decisão, no prazo previsto no n.º 1 do artigo 128.º do CPA, de
requerimento no qual se solicita a prorrogação do período de estágio;

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13. Regimento de um órgão colegial;
14. Regulamento que disciplina a vida quotidiana de uma instituição de ensino
superior dirigido à prestação de serviços de formação especializada, prevendo
procedimento internos de organização de cursos de formação contínua e os
regimes de avaliação dos estudantes inscritos.

Caso prático n.º 5


Qualifique os seguintes atos administrativos, considerando a tipologia de atos
administrativos lecionada:
1. Ato que aplica uma sanção disciplinar a trabalhador com um vínculo de emprego
público.
2. Ato que indefere um pedido de atribuição de uma subvenção pública.
3. Ato que determina a cobrança de uma quantia certa.
4. Licença de uso e porte de arma ilegal.

Caso prático n.º 6


Suponha que Ana Leonor requereu, em 20 de fevereiro de 2017, junto dos serviços de
segurança social da sua área de residência, a concessão de pedido de proteção jurídica ao
abrigo do Regime de Acesso ao Direito e aos Tribunais, aprovado pela Lei n.º 34/2004,
de 29 de julho. No entanto, em 20 de julho do mesmo ano, ainda não tinha sido notificada
de qualquer decisão quanto ao seu pedido.

Quid iuris? considerando que nos termos do artigo 25.º da Lei n.º 34/2004, de 29 de julho:
“1 - O prazo para a conclusão do procedimento administrativo e decisão sobre o pedido
de protecção jurídica é de 30 dias, é contínuo, não se suspende durante as férias judiciais
e, se terminar em dia em que os serviços da segurança social estejam encerrados,
transfere-se o seu termo para o 1.º dia útil seguinte. 2 - Decorrido o prazo referido no
número anterior sem que tenha sido proferida uma decisão, considera-se tacitamente
deferido e concedido o pedido de protecção jurídica” 1.

1 Dispõe o artigo 25.º da Lei n.º 34/2004, de 29 de julho, com a última alteração introduzida
pela Lei n.º 2/2020, de 31 de março.
“1 - O prazo para a conclusão do procedimento administrativo e decisão sobre o pedido de
protecção jurídica é de 30 dias, é contínuo, não se suspende durante as férias judiciais e, se

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Caso prático n.º 7
Suponha que em janeiro de 2021 foi concedida a Isabel uma licença de construção. Por a
licença de construção se reportar a uma zona de proteção da faixa costeira, a mesma
dependia de parecer prévio favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Por discordar do sentido negativo do parecer concedido, o Município de Espinho
concedeu a referida licença nos exatos termos solicitados por Isabel.
Acresce que embora a referida licença respeite o disposto no PDM, o PDM viola o
disposto no artigo 1360.º do Código Civil, de acordo com o qual:
“1. O proprietário que no seu prédio levantar edifício ou outra construção não pode
abrir nela janelas ou portas que deitem diretamente sobre o prédio vizinho sem deixar
entre este e cada uma das obras o intervalo de metro e meio.
2. Igual restrição é aplicável às varandas, terraços, eirados ou obras semelhantes,
quando sejam servidos de parapeitos de altura inferior a metro e meio em toda a sua
extensão ou parte dela.
3. Se os dois prédios forem oblíquos entre si, a distância de metro e meio conta-se
perpendicularmente do prédio para onde deitam as vistas até à construção ou edifício
novamente levantado; mas, se a obliquidade for além de quarenta e cinco graus, não
tem aplicação a restrição imposta ao proprietário”.

terminar em dia em que os serviços da segurança social estejam encerrados, transfere-se o


seu termo para o 1.º dia útil seguinte.
2 - Decorrido o prazo referido no número anterior sem que tenha sido proferida uma decisão,
considera-se tacitamente deferido e concedido o pedido de protecção jurídica.
3 - No caso previsto no número anterior, é suficiente a menção em tribunal da formação do
acto tácito e, quando estiver em causa um pedido de nomeação de patrono, a tramitação
subsequente à formação do acto tácito obedecerá às seguintes regras:
a) Quando o pedido tiver sido apresentado na pendência de acção judicial, o tribunal em que
a causa está pendente solicita à Ordem dos Advogados que proceda à nomeação do patrono,
nos termos da portaria referida no n.º 2 do artigo 45.º;
b) Quando o pedido não tiver sido apresentado na pendência de acção judicial, incumbe ao
interessado solicitar a nomeação do patrono, nos termos da portaria referida no n.º 2 do artigo
45.º
4 - O tribunal ou, no caso referido na alínea b) do número anterior, a Ordem dos Advogados
deve confirmar junto dos serviços da segurança social a formação do acto tácito, devendo estes
serviços responder no prazo máximo de dois dias úteis.
5 - Enquanto não for possível disponibilizar a informação de forma desmaterializada e em
tempo real, os serviços da segurança social enviam mensalmente a informação relativa aos
pedidos de protecção jurídica tacitamente deferidos ao Gabinete para a Resolução Alternativa
de Litígios, à Ordem dos Advogados, se o pedido envolver a nomeação de patrono, e ao
tribunal em que a acção se encontra, se o requerimento tiver sido apresentado na pendência
de acção judicial”.

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Suponha que é vizinho de Isabel e que esta licença lhe causa prejuízo.
O que faria?

Caso prático n.º 8


Imagine que António solicitou ao INFARMED - Instituto Nacional da Farmácia e do
Medicamento, IP, a emissão de licença para instalação de uma farmácia social. António
ficou profundamente surpreendido com o indeferimento do seu pedido, atendendo que o
parecer solicitado pelo órgão decisor apontava no sentido do deferimento.
Comente.

Caso prático n.º 9


Identifique os seguintes vícios e respetivas sanções:
1. Prática de um ato administrativo em incumprimento dos princípios gerais da
atividade administrativa;
2. Ato administrativo que recusa o pedido de um particular a uma prestação a que
tem direito por lei;
3. Incerteza, ilegalidade ou impossibilidade do conteúdo ou do objeto do ato
administrativo;
4. Prática de um ato administrativo que prossegue um fim diverso daquele que a lei
impõe;
5. Prática de um ato administrativo com preterição da audiência prévia dos
interessados;
6. Violação de parecer pelo ato administrativo praticado;
7. Falta ou insuficiência de fundamentação do ato administrativo praticado;
8. Falta de assinatura ou de indicação do autor do ato administrativo;
9. Falta de indicação do sentido, objeto ou conteúdo do ato administrativo;
10. Prática de um ato administrativo com carência da sua forma legal;
11. Prática de um ato administrativo não precedido de procedimento administrativo;
12. Falta de notificação do ato administrativo;
13. Prática por um órgão administrativo de um ato administrativo fora das atribuições
da pessoa coletiva a que pertence;

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14. Prática por um órgão administrativo de um ato da competência de outro órgão
administrativo da pessoa coletiva a que pertence;
15. Prática de um ato administrativo com erro sobre os pressupostos de facto, dolo ou
sob coação.

Caso prático n.º 10


Considere a seguinte disposição:
Artigo 225.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho
Recurso hierárquico ou tutelar

1 - O trabalhador e o participante podem interpor recurso hierárquico ou tutelar dos despachos e das
decisões que não sejam de mero expediente, proferidos pelo instrutor ou pelos superiores hierárquicos
daquele.
2 - O recurso interpõe-se diretamente para o respetivo membro do Governo, no prazo de 15 dias, a
contar da notificação do despacho ou da decisão, ou de 20 dias, a contar da publicação do aviso a que se
refere o n.º 2 do artigo 214.º
3 - Quando o despacho ou a decisão não tenham sido notificados ou quando não tenha sido publicado
aviso, o prazo conta-se a partir do conhecimento do despacho ou da decisão.
4 - O recurso hierárquico ou tutelar suspende a eficácia do despacho ou da decisão recorridos, exceto
quando o seu autor considere que a sua não execução imediata causa grave prejuízo ao interesse público.
5 - O membro do Governo pode revogar a decisão de não suspensão referida no número anterior ou
tomá-la quando o autor do despacho ou da decisão recorridos o não tenha feito.
6 - Nas autarquias locais, associações e federações de municípios, bem como nos serviços
municipalizados, não há lugar a recurso tutelar.
7 - A sanção disciplinar pode ser agravada ou substituída por sanção disciplinar mais grave em resultado
de recurso do participante.

Os recursos previstos são facultativos ou necessários?

Caso prático n.º 11


1. Quem tem legitimidade para fazer uso da reclamação e dos recursos
administrativos?
2. Os prazos previstos nos artigos 184.º e seguintes do CPA contam-se em dias úteis
ou de forma contínua?
3. Qual é o prazo para fazer uso de uma reclamação?
4. E do recurso hierárquico?

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5. Na sequência de um recurso hierárquico contra uma omissão ilegal, pode o
superior hierárquico praticar o ato omisso, substituindo-se ao subalterno, ou
apenas pode ordenar ao subalterno a prática do ato em falta?
6. Quais são os sentidos possíveis de decisão de uma reclamação ou recurso
apresentado contra um ato administrativo?
7. Considere que na sequência de um recurso hierárquico, é praticado um ato que
confirma o ato recorrido, mas inova quanto à fundamentação apresentada. Trata-
se de um ato confirmativo?
8. Imagine que na notificação de um ato administrativo não é mencionada a sua
sujeição a recurso hierárquico necessário e que, por isso, o interessado recorre
diretamente aos tribunais. Quid iuris?

Caso prático n.º 12


Identifique o mecanismo de reação administrativa a utilizar, o regime aplicável e
respetivos fundamentos:
1. Deliberação da câmara municipal em incumprimento do quórum exigível que
decide celebrar um contrato de aquisição de serviços;
2. Ato administrativo que recusa o pedido de um particular a uma prestação a que
tem direito por lei, praticado pelo delegado no exercício dos poderes de delegação;
3. Prática de um ato administrativo que aplica uma sanção disciplinar, com
preterição da audiência prévia dos interessados;
4. Ato de adjudicação dirigido à celebração de um contrato de empreitada, que viola
o critério de adjudicação;
5. Omissão ilegal de ato administrativo para o qual tem competência exclusiva o
subalterno.

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