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CONSTITUIÇÃO

DO

Brande Oriente do Brazil

ET O DE JANET RO
Typ. ALEXANDRE KIBEIRO & C., rua da Q u i t a n d a , 79-b e 54

1901
CONSTITUIÇÃO
DO

RIO DE JANEIRO
T y p . de A L E X A N D R E R I B E I R O & C . , r . da Q u i t a n d a , 79-b e 5 4

1901
D E C R E T O N . 1 7 9

Nós, Doutor Antonio J o a q u i m do Macedo Soares, Ministro do


S u p r e m o T r i b u n a l Federal, G r . - . M e s l r . ' . G r . ' . C o m . - ,
d a Ord.\ Maç. •. no Brazil ;

Fazemos saber a todas as OOIT. • . e MMaç. •. da Federação,


para q u e c u m p r a m e l a ç a m c u m p r i r , q u e a A s s e m b l . ' . Ger.".
do G r . ' . Or.-, do Brazil, emscss.". ord.". de 21 do
corrente m e z , depois de observados os preceitos estabelecidos,
adoptou a Constit. *. pela q u a l deverá regular-se a Maço-
n a r i a no Brazil e que 6 por nós p r o m u l g a d a pelo presente
Decreto.
O G r . ' . S e c i v . Ger. - . d a Ord.-. é encarregado da notifi-
cação e publicação do presente Decreto e da nova Constit. • .
D a d o e traç. • . n a Gr, •. Secret. •. Ger. *. do Gr. • . O r . * .
e S u p r . • . Cons. • . do Brazil, no Bio de Janeiro, aos 31 dias
do 10° m e z do a n n o d a V . ' . L . ' . 5 9 0 0 — 3 1 de Dezembro de
1900 E.\ V . ' .

Antonio J o a q u i m de Macedo Soares, 33/.


Gr.-. M e s t r . G r . ' . Com. •. da Ord. •.
D>\ Henrique Ydlidnres, 33.".
-
G r , ' . Seer.•. Ger. . da Ord.•.
Henrique Valentini I I . Dunham, 7.'.
Gr. •. Chanc.
CONSTITUIÇÃO

TITULO I

Da M a ç o n a r i a e seus princípios
Ari. 1? A Maçonaria, instituição essencialmente caritativa
e philantropica, philosopliica e progressista, tem por objecto a
indagação da verdade, o estado da moral e a pratica da solida-
riedade, trabalhando pelo melhoramento material e moral e pelo
aperfeiçoamento intellectual e social da Humanidade.
Sua divisa é—Liberdade, Igualdade, Fraternidade—e seus
princípios são—a tolerancia, o respeito mutuo e a liberdade
absoluta de consciência.
E l l a considera o trabalho como um dos deveres essenciaes do
homem, honrando igualmente o trabalho manual e o trabalho
intellectual.
Art. E ' dever da Maçonaria estender a todos os mem-
bros da Humanidade os laços fraternaes que ligam os maçons
espalhados em toda a superfície do globo e assim recommenda aos
seus membros a propaganda pela palavra, pelos escriptos e
pelo exemplo e dá a cada um o direito de expender e publicar a
sua opinião sobre questões maçónicas de ordem geral.
Art. :3'.' E ' dever do maçou, em qualquer circumstancia, aju-
dar e proteger a seu irmão, mesmo com risco da propria vida,
defendendo-o contra a injustiça.
TITULO II

Dos M a ç o n s e das Officinas


CAPITULO I

Dos Maçons

Art. 4? A admissão na Maçonaria é submettida a escrutínios


em que têm direito de tomar parte todos os maçons presentes.
Art. 57 A Maçonaria possue siguaes e emblemas, cuja alta
significação symbolica só pôde ser revelada pela iniciação.
Estes signaes e emblemas, sol) formas determinadas, são em-
pregados nus trabalhos e relações dos maçons e servem, em toda
a superfície do globo, para reconhecerem-se e auxiliarem-se.
Art. 6? A iniciação comprehende muitos grãos que variam
conforme os ritos.
§ único. Os tres primeiros grãos são: o de aprendiz, o de
companheiro e o de mestre, sendo este o que dã a plenitude dos
direitos maçónicos.
A r t . 77 Para ser maçou e gozar dos direitos inherentes a
este titulo, são indispensáveis os seguintes requisitos:
1? Estar emancipado.
2? Ter bons costumes e reputação illibada, devidamente
verificada.
37 Ter profissão que lhe assegure meios honestos e sufficien-
tes de subsistência.
47 Ter instrucção precisa para comprehender as verdades e
os fins da Maçonai ia.
§ único. São dispensados da condição 1? do presente artigo os
filhos de maçons e os lowlons regularmente adoptados, que
podem ser iniciados desde que tenham 18 annos de idade, com
consentimento de seus paes ou tutores.
A r t . 87 A qualidade de maçou, assim como os direitos e
prerogativas que lhe são inherentes, perdem-se:
7 —

1? Pur uma acção deshonrosa.


2? Pelo exercício de profissão notoriamente desconsiderada
na sociedade.
3? Pela violação dos compromissos maçonicos tomados por
occasião da iniciação.
4? Por actos qualificados como delictos ou crimes na lei penai
maçónica.
§ uuico. Perde-se a qualidade de maçou, definitiva ou tem-
porariamente, em virtude de um julgamento nas condições e
formas determinadas pela Constituição e por lei delia derivada.
Art. 9? Qualquer maçou tem o direito de representar ao
poder superior denunciando os abusos que forem commettidos
"por maç.ons ou corpos maçonicos e promover a responsabili-
dade dos culpados.
Art. 10. Nenhum maçou será punido por delicto maçonico
senão por autoridade competente, em virtude de lei anterior e
na forma por ella regulada.

CAPITULO II

Das Officinas

Art. 11. Os maçons aggremiam-se em corpos maçónicos, que


tomam o nome genérico de Officinas.
As officinas consagradas aos tres primeiros grãos denomi-
nam-se Loja.s e as que se consagram aos grãos superiores até o
de rosa-cruz—chamam-se Capítulos.
As officinas do rito escossez destinadas aos grãos superio-
res ao de rosa-cruz até ao de cavalleiro kadoscli têm o nome
de Conselhos, e as consagradas aos grãos 31 e 32 denominam-se
Consistórios.
§ único. As condições de estabelecimento das officinas das
diversas cathegorias serão fixadas no regulamento geral.
Art. 12. As officinas governam-se livremente, no limite das
regras estabelecidas pela presente Constituição e pelo regula-
mento geral, devendo ser sempre consultadas sobre as medidas
8 —

í e interesse geral e maçonico na parte relativa ás respectivas


attribuições.
9«j
Art. 13. Todas as funcções maçónicas nas officinas são elec-
tivas e temperarias, sendo os funccionarios eleitos annualmente.
§ único. O titulo e o numero dos cargos, suas a t t r i b u t e s ,
as condições de elegibilidade, a época e o modo de eleição serão
nxados 110 regulamento geral.
Art. 14. Só os membros activos de uma officina são elegi-
reus aos cargos na mesma, sendo também os únicos com o direito
de concorrer á eleição dos ditos cargos.
§ único. As condições de actividade maçónica serão definidas
11 o regulamento geral. ^umuab

Art. 15. As officinas têm o direito de disciplina sobre os


— «

Art. 16. Dmts 011 mais offirhms .le esmo oriente ,,„.

'r ' r """"" s <> .Idil,,™,- , , l l e r em sessões


tlJ b0
ciai ou maçónico. ^ '

As deliberações to,nadas n'essas reuniões ou delegações em

Un <U,Vem Ír 4
Bicas! ' * J l ^ i ;

Art. 17. A ' s officinas cabo <> l i l t , s m o direito conferido aos


maçons lios arts. 9 e li) da presente (Constituição ^

Feconlieddos.*^S s<! Il ,;
» ' ~ U) em seus tnibulhos um dos ritos

S 1! Sáo considerados ritos reconhecidos: o escosse/ antio-n


§
e acce,to, o adonhiramifa, o moderno (,.i í r n c e z -

- ' S r
— — -

J
— 9 —

T I T U L O I I I

Da F e d e r a ç ã o
Art. 19. As officinas regidas pela presente Constituição e
pelos regulamentos geral e particulares d'ella derivados formara
entre si uma Federação com o titulo de Grande Oriente do
Brazil, cuja séde é na cidade do Rio de Janeiro.
Art. 20. As officinas das ditferentes cathegorias com séde
nos Estados da Republica poderão constituir Grandes Orientes
Estadoaes sob os auspícios do Grande Oriente do Brazil, desde
que no Estado haja sete lojas capitulares, pelo menos, das
quaes tres, no minimo, em um mesmo oriente.
§ 1? Uma vez constituído um Grande Oriente Estadoal, a
elle ficam subordinadas todas as officinas das ditferentes cathego-
rias com séde no mesmo Estado.
§ 2? O regulamento geral lixará os demais requisitos para a
installação dos Grandes Orientes Estadoaes.
Art. 21. Os Grandes Orientes Estadoaes são corpos autono-
mos, mas subordinados ao Grande Oriente do Brazil e têm por
fim concorrer para o desenvolvimento e progresso da Maçonaria
e prover, a suas expensas, ás necessidades moraes e materiaes
das officinas do respectivo Estado, sendo responsáveis para com
os Poderes Maçónicos da União pelo cumprimento da Constituição
e das leis e pela observancia dos rituaes.
Art. 22. Cabe exclusivamente aos Poderes da União:
§ 1? Decretar a lei administrativa e as leis penal e do pro-
cesso e todas as de interesse geral.
§ 2'.' Estabelecer, manter ou interromper as relações com as
Potencias Maçónicas Estrangeiras.
§ 3? Resolver sobre questões lithurgieas peculiares a cada
rito e organisar os rituaes dos trabalhos das officinas das diversas
cathegorias.
§ 4? Decretar a sua renda e applical-a de accôrdo com os
fins da Instituição.
10 —
Art. 23. Compete exclusivamente aos Grandes Orientes Es-
tadoaes :

§ 1? Decretar as leis necessariax á sua autonomia e aos in-


teresses das officii)a,1; de sua jurisdicoão.
§ 2? Decretara sua renda e applical-a de accôrilo com os fins
da Instituirão.
Art. 24. As rendas do Grande Oriente do Brazil consisti-
rão em:

§ 1." Annuidades pagas pelos Grandes Orientes Estadoaes.


§ 2'.' Annuidades pagas pelas officinas das diversas cathego-
rias não subordinadas a Grandes Orientes Estadoaes.
§ :•{? Contribuirão especial das lojas que funccionarem em
prédio de propriedade do Grande Oriente.
§ 4V .Jóias de install,'irão de lojas e capítulos não subordina-
dos a Grandes Orientes Estadoaes e de conselhos e consistorios.
f>? -bdas de fusão c de mudança de rito de officinas.
$ (iV Emolumentos pelos breves, cartas e patentes das offici-
nas de todas as cathegorias.
§ 7V Emoliiinentos pelos breves e patentes dos grãos conferi-
dos pelos capítulos, conselhos e consistorios, que serão todos ex-
pedidos pelas grandes officinas chefes de rito.
§ K" -lidas dos grãos 4V ao anterior a rosa-cruz conferidos a
obreiros (hi lojas não capitulares e não subordinadas a Grandes
Orientes Estadoaes.
§ !>V Jóias dos grãos 18 a 30 conferidos pelo Conselho Geral
de Kadosch.
§ 10. Jóias e emolumentos por patentes dos grãos conferidos
pelo Supremo Conselho do rito escossez e do grão de noachita
conferido pelo respectivo Grande Capitulo.
§ U . Emolumentos por patentes de títulos conferidos pela
Assemble* Geral, pelo Grão Mestre e pelas grandes officinas
clieíes de rito.
§ 12. Produeto da venda de suas leis e rituaes e de quaes-
quer trabalhos impressos a suas expensas.
§ 13. Emolumentos por certidões extrahidas de documentos
do seu archivo.
§ 14. Renda do Boletim Official.
— 11 —

A r t . 25. As rendas dos Grandes Orientes Estadoaes consis-


tirão em:
§ I o Annuidades pagas pelas lojas e capítulos de sua juris-
dicção.
§ 2 o Contribuirão especial das lojas que funccionarein em
prédios de propriedade do Grande Oriente Estadoal ou a elle alu-
gados.
§ 3? Jóias de installação de lojas e capítulos.
§ 4? Jóias do gráo de rosa-cruz, em todos os ritos.
§ 5? Jóias dos gráos superiores íio de rosa-cruz, no rito es-
cossez, conferidos pelu conselho e pelo consistorio de sua juris-
dicção.
§ 6? Emolumentos pela concessão de titulos honoríficos que
conferir.
§ 7? Prod li c to da venda de quaesquer trabalhos impressos a
suas§ expensas
8 o Emolumentos por certidões extrahidas de documentos
do seu archivo.
§ 9? Renda do seu jornal official.
§10. I enda do conselho e do consistorio de sua juris-
dicção.
A r t . 26. Ao Grande Oriente do Brazil e aos Grandes Orien-
tes Estadoaes é facultado crear outras fontes de renda, respei-
tados os direitos estabelecidos na presente Constituição.

TITULO IV

D o s P o d e r e s Maçonicos F e d e r a e s
CAPITULO I

Designação cios Poderes

A r t . 27. Os Puderes Maçonicos Federaes são:


1? Poderes Gemes, independentes e harmonicos entre si, a
saber: o legislativo, o executivo e o judiciário.

/
12
2? Poderes Hspeciaes, ou corpos lithurgicos mantenedores
dos mystenos dos diversos ritos, que são: as grandes officinas
chefes de rito.
3? A Grande Loja Central.

CAPITULO II

3 3 0 P o
^ o r L e g i s l a t i v o

Art. 28. A Assemldéa Geral do Grande Oriente do Brazil é


o poder legislativo da Maçonaria no Brazil.
Art. 29. Os membros effectivos da Assembléa Geral ou de-
latados, únicos a quem cabe o direito de voto o também os únicos
que podem ser eleitos para os cargos e c o m m i s s i da mesma
Assembléa, são:
§ 1'.' As Grandes Dignidadps da Ordem.
a? Os membros effectivos das grandes officinas chefes de

§ 3? Os presidentes das officinas da séde do Grande Oriente


& 4. Os representantes das officinas de séde diversa da do
Grande Oriente.
S 5? Os deputados das officinas da Federação.
Art. 30 São membros honorários da Assembléa Geral e
nessa quahdade, podem assistir ás suas sessOes e tomar parte nas
discussões, sem direito de voto:

§ IV Os maçons que tiverem patente pela qual ll.es seja con-


J
tendo esse titulo.

S 2 ? Os representantes de Potencias Maçónicas acreditado,


4
perante o Grande Oriente do Brazil. acied.tados

o)7 A r l " 3 L A ' A s s e , u l , I é i l A qual cabe o tratamentou de


Utí
Soberana, compete:
§ 1? Verificar os poderes dos seus membros

f a n a r i H S 6
I r Proceder^ T ™ permanentes.
Dignidades da Òrdem ^ " «-des

1
r e À l n ^ T ' ' ^ ^ ^ » «rdinarias e o
§ 5? Orçar a receita e fixar a despeza do Grande Oriente
annualmente e tomar contas da receita e despeza de cada exer-
cício financeiro.
§ 6? Decretar créditos para despezas extraordinarias, qnando
as verbas orçamentarias sejam insuficientes.
§ 7? Autorisar emprestimos que seja necessário contrahir.
§ 8? Conceder subsídios ou auxílios a instituições, maçó-
nicas ou não, cujos fins estejam de accõrdo com os da Maçonaria.
§ 9? Estabelecer a tabella geral que deve regular a cobrança
das rendas do Grande Oriente.
§ 10. Estabelecer os casos em que as contribuições de qual-
quer natureza, pertencentes á renda do Grande Oriente, podem
ou devem ser reduzidas ou dispensadas.
§ 11. Determinar, sob proposta do grande secretario geral
da Ordem, o numero e honorários dos empregados do Grande
Oriente e dos mais que forem estipendiados.
§ 12. Conceder beneficencias e soccorros a maçons ou a
viuvas e orpliãos, ascendentes ou descendentes de maçons.
§ 13. Estabelecer pensões a viuvas e orpliãos, ascendentes
ou descendentes de maçons que tenham tido assento na Assembléa
Geral.
§ 14. Crear e conceder títulos honoríficos e insígnias de
distincção para galardoar a quem por seus serviços e virtudes o
mereça, quer seja membro da Federação, quer sujeito a Potencia
Maçónica reconhecida.
§ 15. Resolver sobre a installação de Grandes Orientes Esta-
doaes.
§ 16. Eleger os membros do Supremo Tribunal de Justiça.
§ 17. Conceder amnistia a maçons ou a officinas.
§ 18. J u l g a r da procedencia da accusação contra as Grandes
Dignidades da Ordem.
§ 19. Reconhecer, consagrar e autorisar os ritos que estejam
de harmonia com os princípios niaçonicos e disposições da
presente Constituição.
§ 20. Adoptar e rejeitar as relações entre o Grande Oriente
do Brazil e as Potencias Maçónicas estrangeiras, ouvindo a
— li —

grande officina chefe do rito a que pertencer a Potencia com a


qual se tratar.
§ 21. Approval', modificar ou rejeitar os tratados e convénios
que o Poder Executivo effectual- coin as Potencias Maçónicas es-
trangeiras.
Art. 32. A Assembled Geral só poderá f u n c i o n a r com a
presença de, pelo menos, trinta e três membros effectivos, sendo
esse numero reduzido a vinte e um em segunda convocação.
Os seus trabalhos terão logar no gráo de mestre do rito mo-
derno (3 as suas resoluções serão adoptadas por maioria absoluta
dos votos presentes.
Art. .'53. Os fmiccionarios da Assembled Geral são: grandes
dignitários e grandes officiaes.
§ 1? Os grandes dignitários são:

1? Grande Vigilante;
,2? Grande Vigilante;
Grande Orador;
Grande Secretario Geral da Ordem.

§ 2'.' Os grandes officiaes são;

Grande Thesoureiro Geral da Ordem;


Grande Chanceller;
l i Grande Experto;
2? Grande Experto;
Grande Hospitaleiro;
I* Grande Mestre de Ceremonias;
2? Grande Mestre de Ceremonias';
Grande Cobridor.

§ 3? Os grandes dignitários e o grande thesoureiro geral da


Ordem serão eleitos por maioria absoluta dos votos pre-
s
e nt
e s
.
Os outros grandes officiaes serão eleitos desde que obtenham
a simples maioria relativa. "uieunam

§ 4? Aos cargos de grande orador, grande secretario, grande


thesoureiro e grande hospitaleiro haverá adjuntos eleitos da
mesma forma que os effectivos e gozando das respectivas V a -
lias, quando em exercício. °
— 15 —
Art. 34. A Assembléa Geral será presidida pelo Grão
Mestre e, na sua falta, pelo Grão Mestre Adjunto, e, na falta
destes, pelos 1? e 2? grandes vigilantes, pelas Grandes Dignida-
,>
des honorarias, grandes dignitários honorários até 2. grande vi-
gilante inclusive, ou pelo decano presente, na ordem em que são
enumerados.
Art. 35. O regulamento geral especificará os dias de sessão
e as com missões da Assembléa Geral.

CAPITULO III

D o P o d L o r E x e c u t i v o

A r t . 36. O poder executivo é exercido pelo Grão Mestre


Grande Commendador da Ordem, eleito pelo sulfragio directo do
povo maçonico da Federação.
§ 1? Substitue o Grão Mestre, no caso de impedimento, e
succede-lhe, no de falta, o Grão Mestre Adjunto Logar Tenente
Commendador, eleito simultaneamente com elle.
§ 2? No impedimento ou falta do Grão Mestre Adjunto, o
Grão Mestrado caberá ao presidente do Supremo Tribunal de
Justiça,,
A r t . 37. São condições para ser eleito Grão Mestre Grande
Commendador da Ordem e Grão Mestre Adjunto Logar Tenente
Commendador, que se denominam Grandes Dignidades da
Ordem:
§ l ! Ser membro activo de, pelo menos, uma loja da Fede-
ração.
§ 2! Estar collado no gráo de mestre, pelo menos, ha mais de
dous annos.
§ 3? Estar no pleno gozo dos direitos maçonicos.
§ 4? Ser maior de trinta e tres annos.
Art. 38. No caso de vaga, por qualquer causa, de Grão Mes-
tre ou de Grão Mestre Adjunto antes do ultimo anno do período
em que deverão servir, proceder-se-ha a nova eleição dentro de
tres mezes.
— If) —

Art. 39. O Grão Mestre Grande Commendador da Ordem e


o Grão Mestre Adjunto Logar Tenente Commendador exercerão
o cargo por três annos, podendo ser reeleitos.
§ 1? O actual período terminará em 21 de J u n h o de 1901.
§ 2? A eleição das Grandes Dignidades da Ordem terá
h'gar no primeiro dia útil do mez de Fevereiro do anno em que
terminar o período, sendo o processo da eleição e apuração regu-
1
lado em lei. °

Art. 40. As Grandes Dignidades da Ordem, ao serem empos-


sadas, farão a seguinte promessa em assembléa do povo maço-
s
nico:

« Prometto por minha honra cumprir e fazer cum-


«prir a Constituirão e as leis do Grande Oriente
« do Brazil, promovendo, quanto em mim couber, o
* engrandecimento e prosperidade da Maçonaria.»

Art. 41. O Grão Mestre Grande Commendador, como chefe


da Ordem, seu orgão official e seu representante nato ante os po-
deres públicos e as Potencias Maçónicas estrangeiras, tem as
seguintes attribuições:
§ 1? P r e s i d i r a todas as reuniões maçónicas a que compa-
reça e quaesquer que ellas sejam, com excepção do SupremoT ri-
bunal de Justiça e dos outros tribunaes de instancia inferior
â 2° Promulgar e fazer publicar as leis e resoluções da As-
se mole a Geral, sob a seguinte formula:

« Nós F . . . , Grão Mestre Grande Commendador da


« Ordem Maçónica no Brazil :

. « . ^ e m o s saber a todas as officinas e maçons da


« jurisdicçao, para que cumpram e façam cumprir que
« a Assembléa Geral do Grande Oriente ,1o Brazil
« adoptou a seguinte resolução..

§ 3? Expedir decretos, regulamentos e instrucções para a


boa execução das leis e resoluções da Assembléa Geral e das

srs.chefesde pem
i quefôrem
:: *^
§ f>.° I n d u l t a r as ofticinas ou maçons da Federação pelos de-
lictus que houverem commettido.
§ <>'.' Convocar extraordinariamente a. Assembléa Geral, a as-
semblea do povo maçónico e as grandes ofticinas chefes de rito,
quando julgar conveniente, ou quando lhe íbr requerido nos
termos determinados no regulamento geral.
§ TV Nomear delegados para inspeccionar ofíicinas, segundo
as conveniências da Ordem, devendo elles ser maçons activos da
Federação e possuir o grão mais elevado do rito a que pertencer
a officina.
§ sV Nomear as commissões de policia e de redacção do
Bole ti in, seiido aquella composta de membros effectives da As-
sembléa Geral.
§ !)'.' Nomear os representantes junto ás Potencias Maçóni-
cas estrangeiras e indicar os que podem ser escolhidos p i r a re-
presentante junto ao Grande Oriente do Prasil.
§ 10. Nomear e demittir, sob proposta do grande sec,reta-
l i o geral da Ordem, os empregados da grande secretaria geral e
os mais que (orem estipendiados, de accordo com o numero e ho-
norários lixados pela Assembléa Geral.
§11. D i s p e n s a r á s ofíicinas que tenham interrompido os seus
trabalhos o debito para com o G r a n d e Oriente, quando isso lhe
pareça conveniente.
§ \-2. Suspender provisoriamente as ofíicinas e maçons que
infringirem as leis ou regulamentos da Ordem, ou desobedecerem
ás ordens legaes de aucloridade maçónica competente, fazendo
depois seguir as normas do processo.
£ i:j. Decretai-, mediante as devidas provas, a expulsão de
maçou ou a eliminação de officina, 110 caso de rebeldia, com o
li,li de separação ou orgaiiisaoão de corpo maçonico espúrio.
£ 1-1. Sustar a execução de qualquer deliberação da Assem-
bléa quando lhe pareça contraria ás conveniências e ao bem da
Ordem, dando por escripto as razões do seu procedimento para
que a mesma Assembléa resolva a respeito na sua primeira reu-
nião. X'essa reunião a Assembléa Geral sanccionará o acto ou
não, sendo necessário, n'este ultimo caso, (pie a deliberação seja
adoptada por dons terços, pelo menos, dos votos presentes.
§ 15. Decretar medi-las extraordinarias que julgar conve-
nientes em bem da Ordem, quando as cireumstancias urgirem
ou os poderes maconicos constituídos não possam funccionar,
submetendo os seus actos ao conhecimento e approvação da
Assembléa Geral, logo que essa possa reunir-se.
§ 16. Dar as palavras semestraes.
Art. 42.. Todos os actos do Grão Mestre Grande Commen-
dador serão expedidos pela grande secretaria geral e os (pie não
forem de mero expediente levarão, além da sua assignatiira, a
do grande secretario geral da Ordem e a do grande clianceller
da Assembléa Geral.

CAPITULO IV

IOq Podler Judiciario

Art. -13. O poder judiciário da União é exercido do seguinte


modo, não conipreliendendo os maçons e officinas da obediência
de Grandes Orientes Esúdoaes, quando o delicto for commettido
no respectivo Estado.
Em primeira instancia:
1'.', pelas lojas, quanto aos maçons;
2?, pela Grande Loja Central, quanto ás officinas que
lhe são subordinadas.

Em segunda instancia, pelo Supremo Tribunal de Justiça.


Em única instancia, pelo Supremo Tribunal de Justiça
quanto ás Grandes Dignidades da Ordem, depois que for decre-
tada pela Assembléa Geral a procedência da accusaçáo e quanto
as Grandes Dignidades Honorarias e aos membros effectives da
Assembléa Geral e do proprio Tribunal.
Art. 44. O Supremo Tribunal de Justiça é formado de quinze
membros eleitos pela Assembléa Geral do Grande Oriente (Ventre
maçons elegíveis para o cargo de membro efectivo da mesma
Assembléa.
H " Os membros do Tribunal servirão por tres annos, po-
dendo ser reeleitos. Para isso annualmente far-se-ha a renovação
Ho terço em época designada em lei.
19 —
§ 2? No dia 10'de Agosto de cada anno ou no primeiro dia
util que se lhe seguir, quando aquelle for impedido, os membros
do Tribunal elegerão d'entre si o presidente e o vice-presidente
do Tribunal e o procurador da Justiça.
§ 3? No caso de vaga do presidente, vice-presidente ou pro-
curador da Justiça, será o Tribunal convocado, dentro de quinze
dias, para proceder á eleição para o preenchimento da vaga.
§ 4? O presidente do Tribunal não poderá, durante o exerci-
d o , ter outro cargo na Ordem, salvo o de deputado ou represen-
tante .
Art. 45. Das decisões dos julgamentos de primeira instancia
poderá haver recurso para o Supremo Tribunal de Justiça, o
qual terá eífeito suspensivo.
O recurso é obrigatorio e <'x-nfflcio, sempre que for imposta
a pena de expulsão de maçou ou de eliminação de officina.
§ 1? No caso de vicio de forma, falsa applicação ou violação
da lei, o Supremo Tribunal de Justiça annulla a decisão recorri-
da e manda proceder a novo jury.
§ 2? No caso de ter sido a pena mal applicada, o Tribunal
modifica a pena, excepto para aggraval-a.
Art. 46. Os contlictos de jurisdicç.ão entre os Grandes Orien-
tes Estadoaes serão processados e julgados pelo Supremo Tribu-
nal de Justiça.
A r t . 47. Das decisões dos Tribunaes de Justiça Estadoaes
haverá recurso extraordinário de revista para o Supremo Tribu-
nal de Justiça:
1? Quando as mesmas decisões forem contrarias á Consti-
tuição ;
2? Quando deixarem de applicar, por abrogadas, derogadas
ou revogadas, leis federaes vigentes ;
3.° Quando se fundarem em leis federaes abrogadas, deroga-
das ou revogadas ;
4'.' Quando oífenderem tratados ou convenções celebradas com
Potencias Maçónicas Estrangeiras ;
5'.' Quando offenderem a autonomia de outros Grandes Orien-
tes Estadoaes.
— 20 —

CAPITULO V

Dos Poderes Especiaes

Art. 48. Como poderes lithurgicos e mantenedores dos mys-


teries dos diversos ritos, funceionarão na séde do Grande Oriente
do Brazil as grandes officinas chefes de rito, que são:
1'.' Supremo Conselho do 33'.' e ultimo grão do rito escossez
antigo e acceito ;
2". Grande Capitulo do Rito Moderno;
3? Grande Capitulo dos Noachitas.
^ único. Será creada na mesma séde a grande officina chefe
de qualquer rito reconhecido, satisfeitas as leis d'esse mesmo
rito.
Art. 49. Cada grande officina chefe de rito compõe-se:
1'.' De 33 membros etfectivos;
2". I)e membros honorários;
3? De membros extranumerarios.
i5 ]'.' São membros etfectivos das grandes officinas chefes de
rito as Grandes Dignidades da Ordem, o grande secretario gerai
da Ordem e o grande thesoureiro geral da Ordem.
Quando, pela admissão d'esses funccionarios, for excedido o
numero dos membros effectives, não serão preenchidas as vagas
que se derem até que se attinja ao numero fixado.
§ 2'.' Os membros effectives das grandes officinas chefes de
rito são eleitos (Ventre os maçons que possuírem o ultimo grão
do rito. residirem na séde do Grande Oriente do Brazil e per-
tencerem como membros e(lectivos a uma officina qualquer do
rito, devendo receber dons terços pelo menos dos votos presentes.
Quando o mais votado não reunir os votos precisos, proceder-se-
ha inimediatamente a segundo escrutínio entre os dois mais vo-
tados, decidindo a idade civil no caso de empate e a sorte quando
lor a mesma a idade civil.
§ 3? São membros honorários das grandes officinas chefes de
rito os maçons que possuírem o ultimo gráo do rito e pertence-
rem como membros effectivos a uma officina qualquer do rito, a
quem a respectiva grande officina conferir esse titulo.
§ 4? São membros extranumerarios das grandes officinas
chefes de rito 'os maçons que possuírem o ultimo grão e perten-
cerem a uma officina qualquer do rito.
§ 5? Os membros honorários têm assento nas sessões das re-
feridas grandes officinas e os extranumerarios poderão compare-
cer quando forem convidados, gozando, n'este caso, das mesmas
regalias (pie os honorários. Podem i f essas sessões discutir, mas
sem voto, direito que cabe somente aos effectivos.
Art. 50. Perderá o direito de membro elfectivo de qualquer
grande officina chefe de rito, conservando, porém, o de ho-
norário :
§ 1'.' O que deixar de pertencer como membro elfectivo a
officina do rito.
§ 2'.' O (pie fixar residencia fora da séde da mesma grande
officina.
§ 3'.' O q u e d e i x a r . d e comparecera lies sessões ordinarias
consecutivas, sem motivo justificado, a j u í z o da grande officina.
§ 4? O que deixar de comparecer ás sessões durante dons
annos, quaesquer que sejam as causas da ausência.
Art. 51. As grandes officinas chefes de rito só poderão func-
cionar quando estiverem presentes, pelo menos, nove dos seus
membros effectivos.
No regulamento geral serão fixados os dias das sessões ordi-
narias e os seus funccionarios e commissões.
Art. 52. Compete ás grandes officinas chefes de rito:
§ 1'.' Resolver todas as questões relativas á l i t h u r g i a , conser-
vação e perfeição do rito.
§ 2? Autorisar os rituaes pelos quaes devem regular-se
as officinas do rito.
§ 3? Examinar as petições para a fundação de officinas do
ri to, autorisal-as e expedir-lhes os respectivos breves, cartas ou
patentes constitutivas.
§ 4'.' Informar sobre a regularidade das Potencias Maçónicas
estrangeiras do respectivo rito, com quem o Grande Oriente
do Brazil tenha de entrar em relações.
§ 5'.' Conceder o titulo de membros honorários.
§ 6'.' Organisar o seu regimento interno.
Art. 53. Ao Supremo Conselho do rito escossez cabe em
particular .
§ 1? Concedei', conferir e reconhecer o grão 33.
§ 2.° Conceder, conferir e reconhecer os grãos 31 e 32 a
maçons pertencentes a ofíirinas não subordinadas a consistorios.
$ 3." Expedir os breves do grão i s e as patentes dos grãos
30. 31. 32 e 33.
Art. 54. Ao Grande Capitulo do Hi to Moderno incumbe em
particular:
£ I'•' Conceder, oiil'.-rir e reconhecer o grão 7 a maçons per-
tencentes ás lojas do rito não capitulares.
ij 2'.' Expedir os breves do grão 7.
Art. 55. Ao (irando Capitulo dos Noachitas compete em
pai ticular:
S 1- Conceder, conferir e reconhecer o grão 13.
§ Conceder, ciih-rir e ívn.nh <vi g-rão 12 aos maçons
pertencentes ás lojas do rito não ca pi I tilares.
S Expedir ..s breves do grão ; „ e as patentes do grão 13.

CAPITULO VI

X>£t G - r a n d c Loja Central

Ait. 5(;. Na séde do Grande Uri-me haverá a Grande Loja


Central .pie será com. ií uida pelos presidentes das officinas de sua
sede e pelos represem iiit.es das ottLinas de séde diversa não sub-
ordinadas a outra < írande Loja.
Su as atlribuicõe-- são:
§ IV Kesolver soíire os regulumemo* particulares das lojas
de sua jurisdicção.
?? 2V Decidir solue os recur,nos „u representações que lhe
foi ei» dirigidos, ichuivosás questões administrativas suscitadas
U t t > o í l i d n a s sll
bardina;las e á falia de ío: malidades de lei em
actos eleitoraes ou de mitra natureza.
£ 3V Julgar as 1 tíi ina-s sol, sua júri-dicção pelos delictos
que houverem commetiid >.

^ ;1- Liegeros -cus funcc'onarios e c o m m i s s i , c íjo numero


e designações serão íi :a los no regulamento geral.
— '23 —

T I T U L O "\7"

Dos Poderes Maçonicos Estadoaes

CAPITULO 1

D e s i g n a ç ã o d o s p o d e r e s

A r t , 57. Os poderes nmçonicos estadoaes são: o legislativo,


o executivo e o judiciário.

CAITITU) ii

I O < o > ^®ocaLo3L» ZlEC^IslEiti-^TC

A r t , 58. A Assembléa, de um Grand») Oriente Estadual é o


poder legislativo no Estado com as resírio.cães da presente Con-
stituição.

§ 1." Os seus membros o Hedi v o s o u delegados, únicos a


quem cabe o direito de voto e Mmlmm uni o s que podem ser
eleitos para os cargos e commis Ges na A -embica, são:
1? As duas Grandes JJiguid.ide.^ d o C.-amío Oriente Esta-
dual.
2'.' Os presidentes das officinas da sédc do mesmo Grande
Oriente.
3" Os delegados das officinas, s-ndo um de cada uma das da
sede do Grande Oriente e dons das <!,: A d e diversa.
§ 2? São membros honorários da A-.mmioKm e n'essa finalida-
de podem assistir ás suas sessões e í o n n r parte nas discussões,
sem direito de vol o, os maçons a quem tiver ella conferido esse
titulo.
A ; t , 59. A ' Assembléa de um Grande Oriente Estadual, á
qual cabe o tratamento de Poderosa, compete:
§ 1.° Verificar os poderes dos seus membros.
§ ir.' Eleger os seus funccionarios e cemmissões perma-
nentes.
$ Proceder ú apuração geral da eleição das Grandes
Dignidades Kstadoaes.
$ 4." Decretar as leis e medidas necessarias á sua autono-
mia e aos interesses das officinas de sua jurisdicção, r e c e i t a d a s
as rest riccões d'esta Constituição.
§ r>." Orçar a receita e lixar a despeza do Grande Oi'iente
aninialn;ent« e tomar contas da receita e despeza de cada exercí-
cio lir.aíiceii'o.
$ (i." Decretar créditos para despezas extraordinarias quando
as veibas orçamentarias sejam insutlicientes.
S 7." Autorisar empréstimos que seja necessário contrahir.
s; s-" Conceder subsidies ou auxilies a instituições, maçónicas
mi não, cujos tins estejam de accordo com os da Maçonaiia.
$ '•»•" Kstabelecer a t abe 11a geral que deve regular a cobrança
das lendas do Orando Oriente Estadoal.
ij lo. Estabelecer os casos em que as contribuições de qual-
quer natureza, pertencentes á renda do Grande Oriente Estadoal,
podem ou devem ser reduzidas ou dispensadas.
$11. Determinar, sob proposta do grande secretario, o nu-
mero e honorários dos empregado? do Grande Oriente e dos mais
que forem estipendiados.
onceder beneficencias e soccorros a maçons ou a
viuvas e orphãos, ascendentes ou descendentes de maçons.
S Estabelecer pensões a viuvas e orphãos, ascendentes
ou descendentes de maçons que tenham tido assento na Assem-
blea do Grande Oriente Estadoal.
I I . Crear e conceder títulos honoríficos e insígnias de dis-
tincção para galardoar a quem por seus serviços e virtudes o
mereça, unia vez que seja membro de officina da Feder; cão.
$ 15. Eleger os membros do Tribunal de Justiça.
£ 16. Julgar da procedencia da accusação contra as Grandes
Dignidades Estadoaes,
$ 17. Exercer, em relação ãs officinas do Estado, as attri-
b u t e s conferidas á Grande Loja Central.
§ 18. F i x a r os dias de suas sessões e as suas commissões
permanentes.
Art. 60. A Assembléa de um Grande Oriente Estadoal só
poderá funccionar com a presença de, pelo menos, onze membros
effectivos.
Os seus trabalhos terão logar no grão de mestre do rito mo-
derno e as suas resoluções serão adoptadas por maioria absoluta
ilos votos presentes.
Art. 61. Os funccionarios da Assembléa de um Grande
Oriente Estadoal são: grandes dignitários e grandes oíficiaes.

§ 1.° Os grandes dignitários são:

1.° G r a n d e Vigilante.
2? Grande Vigilante.
G r a n d e Orador.
G r a n d e Secretario Geral.

§ 2." Os grandes officiaes são:

G r a n d e Thesoureiro Geral.
G r a n d e Chanceller.
] . u Grande Experto.
.2.° G r a n d e Experto.
G r a n d e Hospitaleiro.
G r a n d e Mestre de Ceremonias.
G r a n d e Cobridor.

§ 3? Os grandes dignitários o o grande thesoureiro geral


serão eleitos por maioria absoluta dos votos presentes.
Os outros grandes officiaes serão e l e i t o s desde que obtenham
a simples maioria relativa.
§ 4." Os cargos de grande orador, grande secretario, grande
thesoureiro, grande hospitaleiro e grande mestre de ceremonias
poderão ter adjuntos eleitos da mesma forma que os effectivos e
gozando das respectivas regalias, quando em exercício.
A r t . 62. A Assembléa de um Grande Oriente Estadoal será
presidida pelo respectivo Grão Mestre e, na sua falta, pelo Grão
Mestre A d j u n t o e, na falta d'este, pelos 1'.' e 2? grandes vigilan-
tes, pelas Grandes Dignidades honorarias, grandes dignitários
26 —

h o n o r á r i o s a l ô 2'.' gran de v i g i l a n t e inclusive, ou pelo decano pre-


sente!, n a ordem em que são enumerados.
A r t . fi'j. P a s decisões e resoluções de qualquer Assembléa
E s t a d u a l , contrarias á Constituição ou ao bem geral da Ordem,
haverá recurso para a Assembléa Geral, interposto pelo g r a n d e
orador ou por qualquer outro m e m b r o da Assembléa E s t a d u a l .
§ único. E m caso urgente, o G r ã o Mestre d a O r d e m poderá
sustai' a decisão ou resolução, observando o disposto no § 14 do
a r t . -11 d a presente Constituição.

CAPITULO III

X>o Poder Executivo

Art. r;i. O poder exeent iv<> em um < i r a n d o Oriente E s t a loa]


é exercido pelo sou ( i r ã o ?d e s t i e , eleito pelo siitiragio directo
do povo m a c o n i o do last ado.

S> Substituo o Grão M e s t r e , no caso de impedimento e


succede lhe, no de (alta. o ( i r ã o M e s t i e A d j u n t o , eleito simulta-
neamente com eilo.
íí impedimento ou falta do G r ã o Mestre Adjunto, o
G r ã o Mestrado cai terá ao presidente do T r i b u n a l de J u s t i ç a .
Ar1 ! )
- Most!'e e o ( i r ã o Mestre A d j u n t o exercerão
o cargo por tres anu os, podendo ser reeleitos.
s O a c t u a ! perioiio t e r m i n a r á em 24 de J u n h o de 1,901.
v
S -•" eloição das G r a n d e s Dignidades Estadoaes t e r á l o g a r
110
primoiru dia util do mo/ de A b r i l do a n n o em que terminar
0 )(
l n'iodo, sendo o processo da. eleição e apuração regalado
em lei.
c.aso de vaga. por q u a l q u e i causa, de G r ã o Mestre
0,1 ,Kí
M e s t i c A d j u n t o allies do ultimo anno do período e m
que deverão servir, proceder-se-ha a nova eleição dentro de tres
mezes.
§ 4.° As condições do elegibilidade para os cargos de Grão
Mestre o t i r ã o Mestre A d j u n t o são as exigidas pelo a r t . 37 d a
presente Constituição.
Art. 66. O G r ã o Mestre de um G r a n d e Oriente Estadoal,
como chefe d a M a ç o n a r i a no E s t a d o , é o seu órgão official e o
seu representante nato ante os poderes públicos, competindo-lhe:
g 1.° P r e s i d i r a todas as reuniões maçónicas a que compa-
reça e quaesquer que ellas sejam, com excepção do T r i b u n a l de
J u s t i ç a e dos outros tribuna.es de instancia inferior.

§ 2." P r o m u l g a r e fazer p u b l i c a r as leis e resoluções da


Assèmbléa do Grande Oriente do Estado, sob a seguinte
formula:
Y G r ã o Mestre do G r a n d e Oriente
E s t a d o a l de , sob os auspícios do G r a n d e
O r i e n t e do B r a z i l ;
F a ç o saber que a Assèmbléa do G r a n d e O r i e n t e
do E s t a d o adoptou a seguinte resolução.

ç E x p e d i r deeret-s, regulamentos e instrucções para a


boa' execução das deliberações da respectiva Assèmbléa e das
decisões do T r i b u n a l de dust iça.
§ Convocar extraordinariamente, a A s s è m b l é a , o consis-
tório e o conselho q u a n d o j u l g a r conveniente, ou quando lhe for
requerido por maçons membros e f e t i v o s dVsses corpos em nu-
mero. pelo menos, i g u a l ao que é exigido para que possam íunc-
cionar. .
§ 5." Convocar, quando entender conveniente, reunião do

povo maconieo.
ç o* X o m e a r delegados para inspeccionar officinas, segundo
as c o n v e n i ê n c i a s da O r d e m , de,vendo elíes ser maçons activos de
officina do E s t a d o e possuir o grão m a i , elevado do rito a que
pertencer a officina a inspeccionar.
s 7 " N o m e a r e elenntür. sob proposta do g r a n d e secretario
geral, os empregados da g r a n d e secretaria geral e os naus que
forem estipendiados, de accovdo com o numero e honorários
fixados pela A s s è m b l é a .
s s" Suspender provisoriamente as officinas e maçons que
i n f r i n g i r e m as leis ou regulamentos da O r d e m , ou desobedecerem
ás ordens legaes de auloiidade, maçónica competente, fazendo
depois seguir as n o r m a s do processo. .
S 9." I n f o r m a r sobre o pedido de installação de novas officinas

d i r i g i d o ás g r a u d e s officinas chefes de rito.


— 28 —

CAPITULO IV

Do U
E
® «odor Judiciário

Art. 67. O ]Mxlí*r judiciário em mu Grande Oriente Estadoal


é exercido do seguinte modo. em relação aos maçons e officinas
de sua jurisdicção e em relação a maçons de outra jurisdicção
que tenham commettido delicto em officina do Estado:

Km primeira instancia, com sorteio de juizes:

1.° Pelas lojas, quanto aos maçons.


2.° Pela Assembléa, quanto ás officinas.

E m segunda instancia, pelo Tribunal de Justiça.


Ian única instancia, pelo Tribunal de J u s t i ç a , quanto ás
Grandes Dignidades do Kstado, depois que pela Assembléa for
decretada a procedência da accusação e quanto ás Grandes
Dignidades llonoraiias do Kstado e aos membros etfectivos da
Assembléa e do proprio Tribunal.

T I T U L O "VI
Das Relações E x t e r i o r e s
A r t . 68. O Grande Oriente do Brazil não eonstitue officinas
em paiz estrangeiro onde existir Potencia Maçónica regular
e com elle em relações, nem reconhece officina constituída no
Brazil por autoridade maçónica estrangeira.
A r t . 69. Para a manutenção das boas relações com as Po-
tencias Maçónicas estrangeiras, o Grande Oriente do B r a z i l
reconhecerá os Representantes nomeados junto a elle e t e r á
seus Representantes junto a essas Potencias, nomeados pelo
Grao Mestre Grande Commendad-r da Ordem.
— 29 —

TIO?TJUO "VXI
Disposições Geraes
Art,. 70. Os maçons que forem eleitos para os cargos de
Grandes D i g n i d a d e s da O r d e m , Grandes Dignidades Estadoaes,
grande secretario geral da Ordem, grande thesoureiro geral da
Ordem, grande secretario geral e grande thesoureiro geral dos
Grandes Orientes Estadoaes, e os membros do Supremo Tribunal
de Justiça e dos Tribunaes de Justiça que forem eleitos presi-
dente e vice-presidente dos mesmos Tribunaes, ficam por isso
elevados ao maior grão de todos os ritos.
A r t . 71. As Grandes Dignidades da Ordem, durante o exer-
c i d o são considerados membros natos de todas as officinas da
Federação e, nessa qualidade, incluídas nos respectivos quadros,
não podendo ter outro cargo na Ordem.
§ único. As Grandes Dignidades Estadoaes durante o exer-
cício, não poderão ter outro cargo.
A r t . 72. O grande secretario geral da Ordem e o grande
thesoureiro geral da Ordem servirão durante tres annos.
No caso de vaga antes de lindo o período, o eleito servirá o
tempo que faltava ao antecessor.
§ único. O actual período terminará em 21 de J u n h o de
1901.
Art. 73. P a r a ser membro effeotivo da Assembléa Geral ou
de uma Assembléa Estadual e membro do Supremo Tribunal de
Justiça ou dos Tribunaes de Justiça, é preciso estar collado no
grão de Oavalleiro Kadosch, pelo menos, no rito escassez e lio
mais elevado nos ritos adonhiramita. francez e symbolicos.
§ único. A eleição ou nomeação para os cargos referidos no
presente artigo poderá, entretanto, recahir em maçons que pos-
suam, pelo menos, o grão de mestre, os quaes só poderão ser
empossados depois de colhidos no grão exigido, ao qual sao ele-
vados por e f e i t o da eleição ou nomeação.
— :>0 —
Art. 74. As mortificações qui! Lenham rte ser feitas lia pre-
sente Constituição serão propostas á Assembléa Geral por qual-
quer maçou, oflicina, Assembléa Estadoal ou grande ofíícina
chefe rte rito.
A proposta,, submettirta ao estudo rta commissão respectiva,
precisa, para sua primeira ap[)i'ovação, ser adoptada por rtous
terços, pelo menos, dos votos presentes.
Adoptada assim a proposta, será ella publicada no Boletim
Official [tara que as lojas da Federação e as Assembléas Esta-
doaes se manifestem a respeito.
As respostas das lojas e Assembléas Estadoaes serão no anno
maçónico seguinte submettidas a uma commissão especial que
formulará o seu parecer, tendo em consideração essas opiniões.
Esse parecer será sujeito á Assembléa Geral, decorrendo, 110
minimo, o prazo de seis mezes, a e.ontar rta primeira approvação
e ahi se resolverá pela maioria absoluta dos votos presentes.
Consideram-se como tendo aeeeitado a proposta as lojas e
Assembléas Estadoaes que não responderem 110 prazo marcado.
Art. 75. Approvada e promulgada a presente Constituição e
feita a sua transcripção em livro especial, será ella publicada e
enviada a todas as officinas e mais corpos maçónicos da Federa-
ção para que a observem.

Riu de Janeiro, 31 de Dezembro de 1900.

2>r. ^enrique Valladarez, 33.'.


draihlr Sccrct«ri<, Geral da Ordem.

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