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Sumário

Estilos de vida sustentáveis.................................................................................. 4

1. Introdução ao tema........................................................................................... 4
2. Práticas sustentáveis....................................................................................... 6
3. Água e energia................................................................................................ 10
3.1. Introdução: universo da água.................................................................. 10

3.2. Dicas práticas para economia de água.................................................... 12

3.3. Técnicas de reaproveitamento e armazenamento da água....................... 16

3.4. Energia é tudo........................................................................................ 19

3.4.1. Setor elétrico no Brasil........................................................................ 21

3.5. Dicas práticas para economia de energia................................................ 22

4. Resíduos sólidos no Brasil.............................................................................. 25


4.1. Panorama brasileiro............................................................................... 25

4.2. Dicas práticas......................................................................................... 28

5. Habitações sustentáveis................................................................................. 34
5.1. Introdução.............................................................................................. 34

5.2. Impactos da construção......................................................................... 37

5.3. Sustentabilidade na sua construção....................................................... 40

6. Transporte e mobilidade urbana...................................................................... 42


6.1. Transporte sustentável........................................................................... 43

6.2. Meios de Transporte não motorizados.................................................... 46

6.3. Casos bem-sucedidos............................................................................ 47

6.4. O que você pode fazer............................................................................ 49


7. Outros temas para reflexão............................................................................. 50
7.1 Ecoturismo.............................................................................................. 50

7.2. Pegada sustentável................................................................................ 53

Encerramento..................................................................................................... 56
Referências Bibliográficas.................................................................................. 57

Estilos de vida sustentáveis


Estilos de vida sustentáveis

1. Introdução ao tema
A Sustentabilidade é um novo conceito de
desenvolvimento que está relacionado à permanência
dos recursos naturais para suprir as necessidades do
presente sem afetar as necessidades das gerações
futuras, por isso tornou-se um campo essencial. A
partir do crescimento da população mundial, esse
conceito tornou-se fundamental para uma visão
que compatibiliza economia com ecologia. Uma
vez que a vida de cada um depende da utilização
dos recursos naturais é hora de reunir práticas ecológicas e dicas que auxiliem na
mudança de hábitos e valores que visem um estilo de vida sustentável.

O Estilo, ou Modo de Vida Sustentável, é a reunião de diversas atitudes e escolhas


que visam minimizar o consumo de recursos e os impactos de um indivíduo ao
meio ambiente global. Seus impactos positivos se concentram principalmente na
redução no consumo de recursos naturais. Esta abordagem busca conciliar a me-
lhor qualidade de vida possível com a minimização do impacto deste estilo de vida
no meio ambiente, idealmente propiciando sua recuperação dos danos que sofreu
pelo consumo irresponsável ao longo das últimas décadas. Com esta abordagem
responsável, busca-se permitir às pessoas suprir suas necessidades pessoais e
aspirações, sem privar as demais espécies de seres vivos de seus habitats e condi-
ções de vida natural, garantindo também o bem estar das futuras gerações.1

Suprir nossas necessidades individuais e desejos dentro dos limites dos recursos
disponíveis é o nosso desafio coletivo!

PILARES PARA A SUSTENTABILIDADE

O estilo de vida sustentável está diretamente ligado ao desenvolvimento sustentá-


vel, que contempla três pilares para a sustentabilidade:

1
Fonte: Estilo de vida sustentável (Fernanda Capdeville)

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• Social: Busca o bem estar de toda a sociedade por meio da redução da
desigualdade social visando uma melhor qualidade de vida. É fundamental
por motivos tanto intrínsecos quanto instrumentais em razão da perspectiva
de rompimento social que paira de forma ameaçadora sobre muitos lugares
problemáticos do nosso planeta.
• Ambiental: Preocupa-se com o consumo responsável dos recursos naturais
que impactam à sustentação da vida e com as emissões de poluentes e
resíduos no ambiente, reduzindo ao máximo os impactos negativos sobre
a natureza.
• Econômico: Pensa o desenvolvimento econômico de maneira sadia,
buscando uma viabilidade econômica de curto, médio e longo prazo.
Apesar de alguns verem o modo de vida sustentável como
um retrocesso tecnológico, a verdade é que muitos dos que
praticam esse estilo de vida também o fazem por meio das
mais avançadas tecnologias.

Na qualidade de cidadão, em casa e no trabalho, muitas das


escolhas tomadas em conformidade com o estilo de vida, re-
lativas à habitação, à alimentação, ao vestuário, à higiene, ao uso de energia, de
água, ao transporte e ao tratamento de resíduos, têm papel fundamental na mu-
dança climática, na perda da diversidade e nas desigualdades no mundo. Portanto,
uma melhor compreensão dos estilos de vida sustentáveis, bem como uma maior
inovação no desenvolvimento de soluções sustentáveis em diferentes partes do
mundo são cruciais para se alcançar a sustentabilidade.2

2
Fonte: Estilo de vida sustentável (Fernanda Capdeville)

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2. Práticas sustentáveis
Seja qual for o seu estilo de vida , a sua forma de trabalho ou como você se coloca
no mundo, fique antenado às questões de sustentabilidade, pois cada vez mais elas
farão parte do seu dia a dia.

Fique de olho nestas dicas!

Que tal só trocar de celular quando ele parar de funcionar? Será que você
precisa comprar outro só porque tem mais recursos – que você nem vai
usar?!

Se preferir ler texto impresso, faça assinatura comunitária de jornais e re-


vistas com amigos e vizinhos. Aliás, quantos produtos poderiam ser com-
partilhados?

Em festas e reuniões, é possível usar menos descartáveis. É possível


contratar utensílios, e até decoração reutilizáveis.

Brinquedos com pilhas brincam sozinhos. Crianças adoram companhia.


Bons brinquedos são aqueles que instigam o raciocínio, a curiosidade e
permitem a interação.

Quando suspeitar de uso de mão de obra infantil ou escrava na confecção


do produto, não compre. Um sapato feito em sofrimento não é bom para
caminhar em paz. Sustentabilidade pressupõe generosidade. Fique de olho
nas etiquetas e busque informações sobre formas de trabalho nos países
de origem. Prefira sempre o “feito aqui por perto”.

Que tal comprar em brechós, reformar e customizar roupas, sapatos e


acessórios? Quando não for usar mais, doar é uma excelente opção.

Muitas cidades já têm feiras de trocas. É também uma excelente forma de


mudar o guarda-roupa. Que tal você organizar uma feira em seu bairro?

Se for montar ou reequipar sua casa, prefira móveis usados, caso não possa
restaurar os que já possui. E só compre madeira certificada, de manejos que
respeitem a vida da floresta.

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Armazenar alimentos em potes com tampas é uma ótima opção para evitar
embrulhos descartáveis.

Prefira alimentos cultivados em sua região, pois seu transporte consome


muita energia e gera considerável poluição.

Sirva-se só do que for comer. O desperdício de alguns é a falta de alimentos


para muitos outros

Facilite (e torne menos custoso) o tratamento de esgotos não despejando


óleo na pia. Ao descer pelo ralo, o óleo vai para a rede de esgoto e pode
entupir as tubulações e contaminar a água. Cada litro de óleo despejado no
esgoto tem capacidade para poluir cerca de um milhão de litros de água.

Veja duas opções de como lidar com a sobra de óleo em sua casa:

Armazene e leve a um posto de coleta: Coloque a sobre da fritura em uma garrafa


PET limpa e entregue em um posto de coleta para que seja reciclado corretamente.
Pesquise e conheça os locais próximos da sua casa.

Transforme-o em sabão caseiro: Você mesmo pode dar um novo destino ao óleo de
cozinha. A receita é simples e pode ser feita em casa.

Materiais: 5 litros de óleo de cozinha usado, 2 litros de água, 200 mililitros de


amaciante, 1 quilo de soda cáustica em escama.

Preparo: Coloque cuidadosamente a soda em escamas no fundo de um balde e


acrescente a água fervendo. Mexa até diluir todas as escamas da soda e depois
adicione o óleo e mexa. Em seguida, adicione o amaciante e mexa novamente.
Jogue a mistura numa forma e espera secar. Corte o sabão em barras.

Reserve um cantinho verde na varanda (na cozinha ou na área de serviço)


para um tempo seu com a terra. Utilize aquele pó de café como adubo.

Não deixar água nos pratinhos de vasos é muito importante. Recolher as


sobras de ração de seus animais domésticos e cobrir alimentos também.
Se você não der chance aos insetos e roedores, não vai precisar de venenos.

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Para evitar o uso de garrafa descartável de água, use um squeeze abastecido
com água filtrada.

Escolha estabelecimentos de alimentos que empreguem utensílios duráveis


e laváveis. E, no caso de embalagens de bebidas prefira as retornáveis. E se
você sai de casa na intenção de comprar comida para viagem, leve sua
vasilha.

Para os assíduos frequentadores de restaurantes orientais: se o


estabelecimento não oferecer hashis duráveis, que tal adquirir e levar seus
hashis de uso pessoal?

E o canudo? Certeza que é indispensável? Mexa o suco com colher.

Para as compras, há ecobags de plástico durável, de lona, de palha de milho


e outros materiais. Leve sua ecobag na bolsa ou no carro para carregar
compras inesperadas.

Incentive empresas e mercados a usarem embalagens de menor impacto


na natureza.

Corte os exageros nas compras. Depois veja o que mais você pode fazer,
como adquirir produtos que têm refil.

Optar por produtos com certificações ambientais e sociais é uma excelente


maneira de contribuir com a sustentabilidade, pois assim você influirá em
toda a cadeia produtiva.

Aspectos sociais a serem considerados no momento da compra:

Adquira sempre produtos originais e exija nota fiscal. Somente através do


comércio legal é possível buscar igualdade nas competições de mercado.

Verifique onde o produto foi fabricado. Quanto mais próximo de nossa casa,
melhor. Ao comprar um produto da economia local, estamos ajudando a
fortalecer essas empresas e colaborando para o desenvolvimento da região.
Verificar a origem é importante também para evitar produtos de regiões ou
países com práticas sociais inadequadas.

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Opte por produtos oriundos da economia verde e avalie adotar algumas
de suas práticas. Produtos com o selo “Fair Trade” garantem que sua
produção promoveu relações de comércio mais justas e solidárias. Redes
ou cooperativas de consumidores facilitam o acesso a produtos orgânicos
com um preço acessível. E feiras de troca mostram ser possível existir
relações comerciais que não se baseiam em dinheiro.

Pesquise as práticas de responsabilidade social das empresas. Isto é,


verifique se adquirem matéria-prima e componentes a um preço justo, se
não usam mão de obra infantil ou escrava (direta ou indiretamente), se
respeitam acordos coletivos, se estão em dia com impostos e taxas, se
pagam os funcionários em dia, se têm boas práticas em gestão de pessoas,
se compartilham com a comunidade parte de seus lucros em forma de
programas e ações sociais, entre outras coisas.

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3. Água e energia

3.1. Introdução: universo da água


A água é um recurso natural essencial para a sobrevivência de
todas as espécies que habitam a Terra. No organismo humano,
a água atua, entre outras funções, como veículo para troca de
substâncias e para a manutenção da temperatura, representando
cerca de 70% de sua massa corporal.3

Além disso, é considerada solvente universal e é uma das poucas


substâncias que encontramos nos três estados físicos: gasoso,
líquido e sólido.4

Os alimentos que ingerimos dependem diretamente da água para a sua produção.


Necessitamos da água também para a higiene pessoal, para lavar roupas e utensí-
lios e para a manutenção da limpeza de nossas habitações.

Ela é essencial na produção de energia elétrica, na limpeza das cidades, na cons-


trução de obras, no combate a incêndios e na irrigação de jardins, entre outros. As
indústrias utilizam grandes quantidades de água, seja como matéria-prima, seja na
remoção de impurezas, na geração de vapor e na refrigeração.

3
Fonte: http://www.aguahtz.com.br/2010/09/28/a-importancia-da-agua-para-humanos/
4
Fonte: Manual de educação e consumo sustentável.Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
publicacao8.pdf)

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A ameaça da falta de água, em níveis que podem até mesmo inviabilizar a nossa
existência, pode parecer exagero, mas não é. Os efeitos na qualidade e na quantidade
de água disponível, relacionados com o rápido crescimento populacional, evidenciam
um grande desafio e com isso temos que nos adaptar e entender que redução de
desperdícios, produção de alimentos mais saudáveis e seguros, aumento do valor
agregado do produto, padronização da qualidade da matéria-prima, redução de
custos com insumos, melhoria na qualidade do solo, são práticas sustentáveis, que
não trazem benefícios somente para o meio ambiente, como também elas são
economicamente viáveis.

As projeções da Organização das Nações Unidas indicam que, se a tendência


continuar, em 2050, mais de 45% da população mundial estará vivendo em países
que não poderão garantir a cota diária mínima de 50 litros de água por pessoa.5

5
Fonte: Manual de educação e consumo sustentável. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
publicacao8.pdf

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Geração de energia

No Brasil, as usinas hidrelétricas respondem por cerca de 61% da produção de


energia elétrica. Se somadas às outras fontes renováveis (Biomassa, Eólica, Solar
e outras renováveis), são mais de 83% de toda a produção elétrica nacional6. Esta
é uma vantagem, já que se trata de fontes limpas e renováveis, ao contrário dos
combustíveis derivados do petróleo, carvão ou minerais radioativos que, além de
poluidores, são finitos.

3.2. Dicas práticas para economia de água


Vamos conferir algumas dicas com base no “Guia de boas práticas: uso sustentável
da água”.

Descarga

Na utilização doméstica de água, as descargas representam cerca de 30% do


consumo total.
Ajuste a caixa de descarga (quando você a possuir) para um volume de
descarga mínimo baixando a boia. Em média, cada descarga gasta de 10 a
12 litros de água, quando metade seria suficiente.
Tenha preferência por caixas de descarga de dupla descarga ou com
interrupção de descarga.
Evite descargas desnecessárias. Não jogue resíduos como cabelos, papéis,
cigarros ou outros objetos no sanitário. Tenha sempre um lixo no banheiro.

Torneiras de Lavatório

As torneiras são os dispositivos de consumo de água mais comuns numa habitação,


existindo no mínimo de 3 a 5 em cada cada. Estima-se que as torneiras representem
de 15 a 20% do consumo na habitação.
Feche a torneira enquanto escova os dentes e use um copo para bochechar.
Encha metade do lavatório com água para fazer a barba, feche a torneira
enquanto se barbeia.
6
Resenha energética Brasileira – Ministério de Minas e Energia – Maio 2019, Pág 7.

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Considere a colocação de torneiras temporizadoras e/ou de comando
eletrônico (com sensor de proximidade).

Banho

Os banhos de chuveiro são usos bastante significativos na habitação, representando


próximo de 1/3 do consumo médio. Desta forma, existe um potencial de poupança
significativo aplicando medidas que reduzam o volume gasto em cada utilização.

Feche a água do chuveiro enquanto se ensaboa e lava o cabelo ou, em


alternativa, adquira chuveiros temporizados que interrompem o fluxo de
água decorrido algum tempo.

Sempre que for substituir/adquirir novos chuveiros considere a sua


eficiência.

Utilize concentradores de esguicho, que reduzem a área de difusão, con-


centrando-a.

Utilize um balde para aproveitar a água que sai do chuveiro enquanto não
aquece. Essa água pode depois ser utilizada para limpezas, rega e outras
coisas.

Torneiras

Juntamente com as torneiras de lavatório, o consumo de água nas torneiras de


cozinha tem um peso significativo no consumo de uma casa.

Minimize a utilização de água corrente para descongelar alimentos.

A água utilizada para lavar a fruta e legumes poderá ser utilizada para a
rega de plantas. Não a jogue fora!

Evite encher excessivamente as panelas com água para cozinhar. Utilize


apenas a água suficiente para cobrir os alimentos, cozinhe com a tampa
fechada e diminua a chama do fogão assim que levantar fervura – a água
não ultrapassa os 100°C mesmo que mantenha a chama no máximo.

Use a mínima quantidade de detergente para uma lavagem de louça. É eficaz


e, dessa forma, poupa detergente e água para enxaguá-la.

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A utilização das máquinas de lavar roupa e louça é responsável por cerca de 10%
do consumo de água de uma habitação. A redução do consumo de água nesses
equipamentos está diretamente ligada à forma como eles são utilizados.

Não utilize programas com ciclos desnecessários, por exemplo, pré-


lavagens.

Que tal juntar bastante roupa antes de usar a máquina? Aproveitar a água
do enxágue para lavar outras coisas? E lembre-se: mais sabão não significa
mais branco. Use só o necessário. E roupas não precisam de água quente.

Deixe as roupas de molho e use a mesma água para lavar e ensaboar.

Sempre que tiver que substituir/adquirir as máquinas de lavar, considere a


sua eficiência. Prefira as máquinas que consumam menos água nas suas
lavagens. O valor considerado como ideal para uma máquina de lavar roupa
é de 6 litros/kg de roupa.

Limpeza

É uma atividade muito importante na manutenção da habitação e para o bem-estar


dos seus residentes.

A lavagem dos veículos pode ter um alto impacto ambiental. Além de um grande
consumo de água, pode ainda ser responsável pela poluição por descarga direta de
poluentes!

Opte por baldes de água. Evite a utilização da mangueira, mas, caso o faça,
feche a torneira quando não estiver utilizando a água.

Use vassoura, rodo e balde para limpar a casa, quintal e calçada. Assim,
você não vai usar a mangueira e gastar tanta água. Evite usar a mangueira
para “empurrar” o lixo. Varra-o e recolha-o antes. Assim você economiza na
conta e não desperdiça água potável.

Utilize equipamentos com água sob pressão ou com mistura de ar. Eles
conferem maior força à água e, consequentemente, maior poder de limpeza,
tornando essa operação mais eficiente.

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Piscinas

Embora pouco usuais, podem ter um peso importante no consumo de água da ha-
bitação. A construção/instalação de uma piscina carece de uma atenção redobrada
de forma a otimizar o consumo.
Proteja a piscina do vento mediante barreiras naturais ou encontre uma
zona protegida para implantá-la, evitando desta forma uma perda de água
por evaporação em quantidade nada desprezível.
Utilize uma cobertura isotérmica, permitindo a redução de cerca de 80 e
90% da perda de água por evaporação a que evita também a entrada de pó,
folhas e outros elementos.
Não encha demais a piscina, de forma a evitar a perda de água com os
mergulhos e brincadeiras.
Na manutenção da qualidade da água da piscina, faça a recirculação da
água conjuntamente com um sistema de tratamento eficiente do ponto de
vista do consumo de água na lavagem de filtros.
Cumpra o intervalo recomendado entre as manutenções.

Espaços verdes

Quem possui um espaço verde também consome água para rega, que representa
um peso importante no consumo. Pense na economia de água que conseguirá em
longo prazo, afinal o jardim perdurará por muito tempo. O dinheiro que investir na
sua concepção pode ser recuperado em poucos anos.

Considere a plantação de espécies endêmicas (espécies típicas da região),


que naturalmente conseguem sobreviver com menor quantidade de água,
por estarem adaptadas ao clima, ou prefira as espécies menos exigentes.

Evite regas excessivas, que acabam por asfixiar a vegetação.

Plante com composto rico em matérias orgânicas e nutrientes, o qual facilita


a retenção da água no solo junto às raízes.

Escolha espécies com diferentes ciclos vegetativos de modo a que não


necessitam ao mesmo tempo de maiores quantidades de água.

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Plante árvores que façam sombra no verão, reduzindo a evaporação da
água na terra protegida pela sombra.

Tenha atenção às condições meteorológicas. Não será preciso regar em


caso de chuva.

Regue de manhã cedo ou à noite para poupar a água que se perde com o
calor do sol (evaporação), além de ser mais adequado para as plantas.

Evite a rega em dias ventosos, para que a maioria da água não evapore ou
não atinja a zona pretendida.

Certifique-se de que o sistema de rega distribui a água uniformemente.

Lave os animais de estimação ao ar livre numa área que precise de rega e, ao


substituir a água, não a jogue fora e use-a para regar árvores ou arbustos.

3.3. Técnicas de reaproveitamento e armazenamento da


água
A água pluvial é aquela que vem da chuva, enquanto a chamada “água cinzenta”
se refere a qualquer água proveniente de processos domésticos, como lavar louça,
roupa e tomar banho (exceto dos vasos sanitários, que são as águas negras).

Em atividades como a rega, a lavagem de automóveis e quintais ou para descargas,


não é necessária a utilização de água potável, com elevados padrões de qualidade.
Como forma de redução de consumo de água potável, pode-se reaproveitar as
águas cinzentas ou pluviais para esses fins.

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Figura 1: Fluxo de reutilização da água da chuva

Fonte: Adaptado do site CondomínioSC


Link: https://condominiosc.com.br/secoes/mercado-condominial/2733-sistema-de-captacao-da-agua-
da-chuva-informacoes-e-beneficios

Para que seja possível fazer o aproveitamento da água da chuva, é necessária


uma superfície de recolha, que geralmente é a cobertura da habitação/edifício, e
um depósito de armazenamento. Pode optar-se por um reservatório subterrâneo, o
qual, apesar de acarretar custos de instalação mais elevados, tem a vantagem de
não ocupar espaço acima do solo. Neste caso, será necessário instalar uma bomba
para a elevação da água.

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Figura 2: Sistema de reaproveitamento da água da chuva

Fonte: Adaptado de HI Tecnologia


Link: https://www.hitecnologia.com.br/automacao-industrial/projeto-automacao-predial

Sistema de reuso de água cinzenta

A água descartada pelo esgoto pode ser classificada em água negra ou cinza. A
água cinza é a água que foi usada em processos domésticos, como o banho ou
lavar a louça e a roupa. Já a água negra é a água descartada que possui matéria
fecal e urina, sendo essa mais difícil de ser reciclada.

As águas cinzas podem ser reutilizadas para atividades como irrigação, limpeza e
descarga de sanitários.

Um sistema de reuso da água cinza compreende:

Sistema de coleta de esgoto sanitário – consiste em dois tipos de condutores


visando à separação das águas cinzentas e águas negras (efluentes das bacias
sanitárias);

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Sistema de tratamento – as águas cinzentas sofrem tratamento para a remoção da
carga poluidora e a desinfecção;

Reservatório de armazenamento – após o processo de tratamento, a água de reuso


é encaminhada para um reservatório de armazenamento exclusivo;

Sistema de distribuição predial – consiste em ramais e sub-ramais que levam a


água de reuso até o destino de utilização.

Atualmente, existem no mercado inúmeros sistemas industrializados de tratamento


de esgoto doméstico que facilitam muito a implantação de sistemas de reuso de
água em edificações residenciais e pequenos conjuntos habitacionais. A escolha
do equipamento deve se basear no tipo de efluente a ser tratado e na sua vazão
diária de contribuição.

NOTA

Se informe. Procure por novas tecnologias no reaproveitamento da água, ou até


mesmo crie a sua ou adapte alguma para que ela custe menos!

Fonte:https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/diferenca-agua- cinza-agua-negra/

3.4. Energia é tudo


A energia elétrica se tornou um dos bens de consumo mais fundamentais para
as sociedades modernas. Usamos energia para gerar iluminação, movimentar
máquinas e equipamentos, controlar a temperatura produzindo calor ou frio, agilizar
as comunicações etc. Da eletricidade dependem a nossa produção, locomoção,
eficiência, segurança, conforto e vários outros fatores associados à qualidade de
vida.

A contrapartida dos benefícios proporcionados pelo desenvolvimento tecnológico


é o crescimento constante do consumo de energia. Para atender à demanda, os
governos precisam investir cada vez mais na construção de usinas de geração,
linhas de transmissão e distribuição.

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A gravidade dos impactos ambientais vai depender em grande parte da fonte de
energia usada na geração da eletricidade. O emprego de fontes não renováveis,
como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio, está associado a
maiores riscos ambientais, tanto locais (poluição do ar e vazamento radioativo)
como globais (aumento do efeito estufa).

Já as fontes de energia renováveis, como a água, o Sol, os ventos e a biomassa (le-


nha, bagaço de cana, carvão vegetal, álcool e resíduos vegetais) são considerados
as formas de geração mais limpas que existem, embora também possam afetar o
meio ambiente, dependendo das formas de utilização desses recursos.

No campo da produção de energia da biomassa, o Brasil é um país absolutamente


privilegiado. Por dispor da incidência da energia solar durante todo o ano, em quase
toda a sua extensão territorial, pode-se propor a implantar um amplo programa de
geração de energia de variados teores e fontes.

Atualmente, boa parte da tecnologia de produção baseia-se em derivados de


petróleo. Como as reservas de petróleo são finitas e diminuem a cada ano, são
enormes as vantagens competitivas dos Países com capacidade de produção de
energia a partir de fontes perenes, como o Sol, os ventos e a biomassa.

O uso de energias renováveis no Brasil é comum pela utilização da energia hídrica,


solar, eólica e biomassa. O aproveitamento das fontes renováveis deve ser destacado
pois, além de auxiliarem na preservação do meio ambiente, também são eficientes
na geração de energia elétrica.

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3.4.1. Setor elétrico no Brasil
As características físicas e geográficas do Brasil foram determinantes para a
implantação de um parque gerador de energia elétrica de base predominantemente
hidráulica. Nosso sistema hidrelétrico foi planejado entre 1951 e 1956, dando
sustentação ao forte impulso do País rumo à industrialização e ao desenvolvimento.

Isso, no entanto, não significa que podemos ficar tranquilos. Nos últimos 40 anos,
a população brasileira mais que triplicou, e a demanda por energia elétrica cresceu
de forma exponencial. Para garantir o fornecimento de eletricidade à população, ao
parque industrial e comercial, o País investiu na construção da que na época foi a
maior usina do planeta, a Hidrelétrica de Itaipu.

Mesmo assim, em meados dos anos 90, o sistema hidrelétrico começou a não
acompanhar o crescimento da demanda, em função do decréscimo de investimento.
Os excedentes de água que davam garantias de abastecimento para os cinco anos
seguintes passaram a ser consumidos sem a compensação proporcional que
deveria ser assegurada pelos períodos chuvosos.

Consumo x desperdício

Segundo estimativas do setor elétrico, cada consumidor desperdiça em média 10%


da energia fornecida, seja por hábitos adquiridos, seja pelo uso ineficiente de
eletrodomésticos. Esse quadro, no entanto, parece estar mudando.

O país inteiro passou por um racionamento de energia elétrica. Os consumidores


domésticos tiveram de reduzir o consumo em até 20%. Embora isso tenha exigido
uma boa dose de sacrifício, o racionamento acabou sendo útil, na medida em que a
população se tornou mais consciente em relação ao desperdício.

Para boa parte da população que nunca


havia se preocupado com o gasto de ener-
gia, foi uma oportunidade para identificar e
eliminar fontes de desperdício em suas re-
sidências e se conscientizar de que o con-
sumo de energia implica custos econômi-
cos, ambientais e sociais. Para outra parte

Estilos de vida sustentáveis 21


da população, a de menores recursos, para redução do consumo, teve de abrir mão
do uso de eletrodomésticos. Ao final do racionamento, muitas pessoas já estavam
habituadas a níveis mais baixos de consumo e continuaram economizando energia,
agora não mais de forma compulsória, mas voluntariamente.

Isso mostra que economizar energia requer um esforço extra, mas não é nada que
nós não podemos fazer.

3.5. Dicas práticas para economia de energia


Conheça as dicas para economia de energia do “Manual de educação e consumo
sustentável”.

Eficiência energética pode ser definida como a otimização que podemos fazer no
consumo de energia.

Atualmente, boa parte da tecnologia de produção baseia-se em derivados de


petróleo. Como as reservas de petróleo são finitas e diminuem a cada ano, são
enormes as vantagens competitivas dos Países com capacidade de produção de
energia a partir de fontes perenes, como o Sol, os ventos e a biomassa.

A ameaça de esgotamento das reservas de combustíveis fósseis, a pressão dos


resultados econômicos e as preocupações ambientais levam-nos a encarar a
eficiência energética como uma das soluções para equilibrar o modelo de consumo
existente e para combater as alterações climáticas.

Aprender a utilizar de forma responsável a energia de que dispomos é garantir um


futuro melhor para as gerações vindouras.

No entanto, para chegarmos lá, precisamos alterar a nossa atitude em relação ao


consumo de energia, refletindo-a nos gestos do dia a dia.

Vamos às dicas para reduzir o consumo!

Estilos de vida sustentáveis 22


Chuveiro

Quando o tempo não estiver frio, procure usar o chuveiro com a chave na
posição verão (morno). O consumo é 30% menor do que na posição inverno.

Tente limitar seus banhos em aproximadamente cinco minutos. Feche o


chuveiro enquanto se ensaboa.

Use resistências originais, verificando a potência e a voltagem correta


do aparelho. Jamais faça emendas ou adaptações. Esse procedimento
aumenta o consumo de energia e causa sérios danos à instalação e ao
chuveiro.

Máquinas de lavar e ferro elétrico

Habitue-se a juntar a maior quantidade possível de roupas para passá-las


de uma só vez.

Mantenha o filtro da máquina de lavar roupa sempre limpo.

Se o ferro for automático, regule sua temperatura. Passe primeiro as roupas


delicadas, que precisam de menos calor. No final, depois de desligá-lo, você
ainda pode aproveitar o calor para passar algumas roupas leves.
Evite ligar o ferro elétrico nos horários em que muitos outros aparelhos
estejam ligados. Ele sobrecarrega a rede elétrica.
Geladeira e freezer

De forma geral, esses equipamentos são responsáveis por cerca de 30% do


consumo de uma residência. Na hora de comprar, leve em conta a eficiência
energética certificada pelo selo PROCEL e dê preferência aos que utilizam
gases inofensivos à camada de ozônio (livres de CFCs).
Evite a proximidade com o fogão, aquecedores ou áreas expostas ao sol. No
caso de instalações entre armários e paredes, deixe um espaço mínimo de
15 cm dos lados, acima e no fundo do aparelho.
Evite abrir a porta da geladeira com frequência ou por tempo prolongado.
Deixe espaço entre os alimentos e guarde-os de forma que você possa
encontrá-los rápida e facilmente.

Estilos de vida sustentáveis 23


Não guarde alimentos e/ou líquidos quentes, nem recipientes sem tampa
na geladeira.
Não forre as prateleiras com vidros ou plásticos, pois isso dificulta a
circulação interna de ar.
Faça o descongelamento do freezer periodicamente, conforme as instruções
do manual, para evitar que se forme uma camada com mais de meio
centímetro de espessura.
No inverno, a temperatura interna do refrigerador não precisa ser tão baixa
como no verão. Regule o termostato.
Conserve limpas as serpentinas (as grades) que se encontram na parte de
trás do aparelho e não as utilize para secar panos ou roupas.
Mantenha em perfeito estado a borracha de vedação da porta.
Quando você se ausentar de casa por tempo prolongado, esvazie o freezer
e a geladeira e deixe-os desligados.
Lâmpadas

Na hora de comprar, dê preferência a lâmpadas fluorescentes, compactas


ou circulares, para a cozinha, área de serviço, garagem e qualquer outro
lugar da casa que fique com as luzes acesas por mais de quatro horas
por dia. Sempre que possível, use lâmpadas LEDs. Elas duram mais, são
bastante econômicas e não são consideradas resíduos perigosos como as
fluorescentes.

Evite acender lâmpadas durante o dia. Aproveite melhor a iluminação natural


abrindo bem as janelas, cortinas e persianas.

Apague as lâmpadas dos ambientes desocupados. Use iluminação dirigida


(spots) para leitura, trabalhos manuais etc. para ter mais conforto e
economia.

Periodicamente, faça a manutenção das instalações elétricas. Fios mal


encapados, desencapados e mal isolados causam fuga de corrente.

Estilos de vida sustentáveis 24


Televisão

Não durma com a televisão ligada. Mas se você se acostumou com isso,
uma opção é recorrer ao timer (temporizador) para que o aparelho desligue
automaticamente.

Telas de LCD consomem menos energia do que as de plasma.

Não deixe os aparelhos em stand-by. Tire-os da tomada quando não


estiverem em uso.

4. Resíduos sólidos no Brasil

4.1. Panorama brasileiro


A geração excessiva de resíduos sólidos causados pelo crescimento da população
e, consequentemente das cidades brasileiras, gerou a necessidade de se promulgar
a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A implementação dessa Política
ainda é um dos grandes desafios a serem enfrentados pelos gestores públicos dos
municípios brasileiros.

Um dos problemas a serem enfrentados é o descarte de embalagens. Contudo,


em termos do uso racional de embalagens de vinho, o Brasil é um exemplo até
para países mais desenvolvidos. Uma boa parte do vinho produzido no país é
acondicionada em garrafões de 5 litros; as vidrarias automáticas oferecem ao
mercado garrafões de 2,5 litros e de 4 litros, inéditos no mercado mundial.

O Brasil conta com o maior acervo mundial de garrafas retornáveis de vidro para
cerveja e refrigerantes.

Vamos conhecer como o resíduo é classificado?

O resíduo pode ser classificado como “seco” (inorgânicos) ou “úmido” (orgânicos).

Estilos de vida sustentáveis 25


Essa classificação é muito usada nos programas de coleta seletiva, por ser
facilmente compreendida pela população.7

Os resíduos também podem ser classificados de acordo com seus riscos potenciais.
De acordo com a NBR/ABNT 10.004 (2004), os resíduos dividem-se em:

• Classe I: perigosos; Classe II: não perigosos.


Estes ainda são divididos em:

7
Fonte: Manual de educação e consumo sustentável. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
publicacao8.pdf

Estilos de vida sustentáveis 26


Classe IIA

Não inertes (apresentam características como biodegradabilidade, solubilidade ou


combustibilidade, como os restos de alimentos e o papel)

Classe IIB

Inertes (não são decompostos facilmente, como plásticos e borrachas)

Quaisquer materiais resultantes de atividades que contenham radionuclídeos


(nuclídeos radioativos, existentes na natureza ou obtidos artificialmente em reator
nuclear) e para os quais a reutilização é imprópria são considerados rejeitos
radioativos e devem obedecer às exigências definidas pela Comissão Nacional de
Energia Nuclear – CNEN.

Existe ainda outra forma de classificação, baseada na origem dos resíduos sólidos.
Nesse caso, o resíduo pode ser, por exemplo, domiciliar ou doméstico, público, de
serviços de saúde, industrial, agrícola, de construção civil e outros. Essa é a forma
de classificação usada nos cálculos de geração de resíduos.

Veja a seguir as principais características dessas categorias:

Domiciliar
São os resíduos provenientes das residências. São muito diversi-
ficados, mas contêm principalmente restos de alimentos, produtos
deteriorados, embalagens em geral, retalhos, jornais e revistas, pa-
pel higiênico, fraldas descartáveis etc.
Comercial
São os resíduos originados nos diversos estabelecimentos comer-
ciais e de serviços, tais como supermercados, bancos, lojas, bares,
restaurantes etc.
Público
São aqueles originados nos serviços de limpeza urbana, como restos
de poda e produtos da varrição das áreas públicas, limpeza de praias
e galerias pluviais, resíduos de feiras livres e outros.

Estilos de vida sustentáveis 27


De serviços de saúde
Resíduos provenientes de hospitais, clínicas médicas ou odontoló-
gicas, laboratórios, farmácias etc. É potencialmente perigoso, pois
pode conter materiais contaminados com agentes biológicos ou
perigosos, produtos químicos e quimioterápicos, agulhas, seringas,
lâminas, ampolas de vidro, brocas, dentre outros.
Industrial
São os resíduos resultantes dos processos industriais. O tipo de
resíduo varia de acordo com o ramo de atividade da indústria. Nessa
categoria está a maior parte dos materiais considerados perigosos
ou tóxicos.
Entulho
Restos da construção civil, reformas, demolições, solos de escava-
ções, dentre outros.

4.2. Dicas práticas


Além de aliviar os lixões e aterros sanitários, chegando até eles apenas os rejeitos
(restos de resíduos que não podem ser reaproveitáveis), grande parte dos resíduos
sólidos gerados em casa pode ser reaproveitados. A reciclagem economiza recursos
naturais e gera renda para os catadores de material reciclável, parte da população
que utiliza a venda dos materiais recicláveis como fonte de renda.

No Brasil, em 2018, foram geradas 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos


urbanos, um aumento de pouco menos de 1% em relação ao ano anterior. Desse
montante, 92% (72,7 milhões) foram coletados - uma alta de 1,66% em comparação
a 2017, o que mostra que a coleta aumentou num ritmo um pouco maior que a
geração. Apesar disso, 6,3 milhões de toneladas de resíduos ficaram sem ser
recolhidos nas cidades.

Os dados fazem parte do Panorama dos Resíduos Sólidos, da Associação Brasileira


de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Comparando com
os países da América Latina, o Brasil é o campeão de geração de lixo, representando
40% do total gerado na região (541 mil toneladas/dia, segundo a ONU Meio Ambiente).

Estilos de vida sustentáveis 28


DICAS PARA DESTINAÇÃO CORRETA DO LIXO

A preservação do meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias, que fazem
toda a diferença. Uma das mais importantes é a reciclagem do lixo. As vantagens
da separação do lixo doméstico ficam cada vez mais evidentes.

Com a separação, é possível: a reutilização; a reciclagem; o melhor valor agregado


ao material a ser reciclado; as melhores condições de trabalho dos catadores ou
classificadores dos materiais recicláveis; a compostagem; menor demanda da
natureza; o aumento do tempo de vida dos aterros sanitários e menor impacto
ambiental quando da disposição final dos rejeitos.

O que é reciclável?

É reciclável todo o resíduo descartado que constitui interesse de transformação de


partes ou o seu todo. Esses materiais poderão retornar à cadeia produtiva para virar
o mesmo produto ou produtos diferentes dos originais.

Por exemplo: Folhas e aparas de papel, jornais, revistas, caixas, papelão, PET,
recipientes de limpeza, latas de cerveja e refrigerante, canos, esquadrias, arame,
todos os produtos eletroeletrônicos e seus componentes, embalagens em geral e
outros.

Como separar o lixo doméstico?

Não misture recicláveis com orgânicos - sobras de alimentos, cascas de


frutas e legumes. Coloque plásticos, vidros, metais e papéis em sacos
separados.

Lave as embalagens do tipo longa vida, latas, garrafas e frascos de vidro e


plástico. Seque-os antes de depositar nos coletores.

Papéis devem estar secos. Podem ser dobrados, mas não amassados.
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-11/brasil-gera-79-milhoes-de-
toneladas-de-residuos-solidos-por-ano

Estilos de vida sustentáveis 29


Embrulhe vidros quebrados e outros materiais cortantes em papel grosso
(do tipo jornal) ou colocados em uma caixa para evitar acidentes. Garrafas
e frascos não devem ser misturados com os vidros planos.

O que não vai para o lixo reciclável?

Papel-carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos, fotografias, filtro de


cigarros, papéis sujos, papéis sanitários, copos de papel. Cabos de panela e
tomadas. Clipes, grampos, esponjas de aço, canos. Espelhos, cristais, cerâmicas,
porcelana. Pilhas e baterias de celular devem ser devolvidas aos fabricantes ou
depositadas em coletores específicos.

E as embalagens mistas: feitas de plástico e metal, metal e vidro e papel e metal?

Nas compras, prefira embalagens mais simples. Mas, se não tiver opção, desmonte-a
separando as partes de metal, plástico e vidro e deposite-as nos coletores
apropriados. No caso de cartelas de comprimidos, é difícil desgrudar o plástico do
papel metalizado, então as descarte junto com os plásticos. Faça o mesmo com
bandejas de isopor, que viram matéria-prima para blocos da construção civil.

Vamos conferir mais algumas dicas!

Papéis: todos os tipos são recicláveis, inclusive caixas do tipo longa-vida e de


papelão. Não recicle papel com material orgânico, como caixas de pizza cheias
de gordura, pontas de cigarro, fitas adesivas, fotografias, papéis sanitários e papel
carbono.

Plásticos: 90% do lixo produzido no mundo são à base de plástico. Por isso, esse
material merece uma atenção especial. Recicle sacos de supermercados, garrafas
de refrigerante (pet), tampinhas e até brinquedos quebrados.

Vidros: quando limpos e secos, todos são recicláveis, exceto lâmpadas, cristais,
espelhos, vidros de automóveis ou temperados, cerâmica e porcelana.

Metais: além de todos os tipos de latas de alumínio, é possível reciclar tampinhas,


pregos e parafusos. Atenção: clipes, grampos, canos e esponjas de aço devem ficar
de fora.

Estilos de vida sustentáveis 30


Isopor: Ao contrário do que muita gente pensa, o isopor é reciclável. No entanto,
esse processo não é economicamente viável. Por isso, é importante usar o isopor
de diversas formas e evitar ao máximo o seu desperdício. Quando tiver que jogar
fora, coloque na lata de plásticos. Algumas empresas o transformam em matéria-
prima para blocos de construção civil.

CURIOSIDADES:

A reciclagem de uma única lata de alumínio economiza energia suficiente


para manter uma TV ligada durante três horas.

Cerca de 100 mil pessoas no Brasil vivem exclusivamente de coletar latas


de alumínio e recebem, em média, três salários mínimos mensais, segundo
a Associação Brasileira do Alumínio.

Uma tonelada de papel reciclado economiza 10 mil litros de água e evita o


corte de 17 árvores adultas.

Cada 100 toneladas de plástico reciclado economizam 1 tonelada de


petróleo.

Um quilo de vidro quebrado faz 1kg de vidro novo e pode ser infinitamente
reciclado.

O lacre da latinha não vale mais e não deve ser vendido separadamente. As
empresas reciclam a lata com ou sem o lacre. Isso porque o anel é pequeno
e pode se perder durante o transporte.

Para produzir 1 tonelada de papel é preciso 100 mil litros de água e 5 mil
KW de energia. Para produzir a mesma quantidade de papel reciclado, são
usados apenas 2 mil litros de água e 50% da energia.

Agora que já vimos como separar o material reciclável, você deve estar se pergun-
tando o que fazer com o resíduo orgânico.

Estilos de vida sustentáveis 31


Sim! Podemos utilizar os restos de alimentos como
adubo para as plantas. Para isso, devemos realizar
o processo da compostagem, que é um conjunto de
técnicas aplicadas para controlar a decomposição de
materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor
tempo possível, um material estável e rico em húmus e
nutrientes minerais.

Veja a seguir algumas dicas de como fazer uma composteira (local no qual será a
realizada a compostagem dos alimentos):

Estilos de vida sustentáveis 32


http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf)

SAIBA MAIS

Caso não haja espaço em sua casa para fazer esse tipo de composteira, você
pode optar por outras opções mais práticas. Em sites como Youtube e Vimeo, você
encontra vários vídeos que explicam como fazer um composteira para residências
que não possuem muito espaço.

Estilos de vida sustentáveis 33


Outro assunto a ser tratado nessa lição é o cuidado que se deve ter ao descartar
materiais cortantes, pois eles podem machucar os coletores de recicláveis.

Vários catadores já sofreram acidentes com vidro, seringas, palito de churrasco


e galhos de árvores com espinhos. O problema se repete em todas as cidades a
solução é bem simples: basta ser consciente.

http://www.jornalnanet.com.br/noticias/367/separar-material-cortante-evita-acidente-com�HYPERLINK
“http://www.jornalnanet.com.br/noticias/367/separar-material-cortante-evita-acidente-com-coletores-
de-lixo-domiciliar”coletores-de-lixo-domiciliar)

5. Habitações sustentáveis

5.1. Introdução
As alterações climáticas observadas nos últimos tempos representam um divisor
de águas no setor da construção civil. É inquestionável a dimensão dos impactos
ambientais decorrentes dessa atividade, favorecendo, assim, a busca por formas
alternativas de construção.

Uma habitação sustentável traz uma série de benefícios, como a minimização do


uso de recursos naturais e da geração de poluição, o desenvolvimento da economia

Estilos de vida sustentáveis 34


local e a formalidade nas relações de trabalho, além do aumento da eficiência no
uso de recursos financeiros na construção e valorização do imóvel pelo mercado.

Isto porque nem toda construção sustentável implica em maiores custos, depende
da intervenção e se ela foi integrada na etapa da concepção e projeto. Em alguns
casos, pode até reduzir o custo. Além disso, ao analisarmos com mais atenção,
veremos que caso o custo inicial seja mais caro, ainda sim, ele pode ser revertido
em ganho ambiental e econômico posterior.

Pode ser verificada no universo das construções voltadas para a habitação,


alternativas com potencial cada vez menor de emissões de gases de efeito estufa
e geração de poluentes, iniciando um processo de mudança cultural, no que diz
respeito às formas de se habitar um imóvel.

Por esse motivo surgiu o conceito de habitação sustentável. Uma habitação pode ser
considerada sustentável quando a adequação ambiental, a viabilidade econômica e
a justiça social são incorporadas em todas as etapas do seu ciclo de vida, ou seja,
desde a fase de concepção, construção, uso e manutenção; até em um processo de
demolição.

EXEMPLO

Mesmo que o preço de implementação de alguns sistemas ambientalmente


sustentáveis em uma habitação gere um custo cerca de 5% maior do que um edifício
convencional, sua utilização pode representar uma economia de 30% de recursos,
durante o uso e ocupação do imóvel.

O aumento da demanda relativa à aquisição de materiais e equipamentos sustentá-


veis contribui para a diminuição dos preços. Boas práticas, representadas por mu-
danças de hábitos e de valores, podem impulsionar a transformação do mercado no
ramo da construção civil.

Uma habitação sustentável contempla os seguintes aspectos:

Estilos de vida sustentáveis 35


Eficiência energética
Redução do consumo de energia em todo o ciclo de vida de uma
habitação; utilização de fontes alternativas. A implantação de
sistemas e equipamentos que promovam a redução do consumo de
energia, ou uma arquitetura que promova mais a entrada de luz solar
ou que sejam movidos a fontes alternativas de energia necessitam
de certo investimento inicial, o qual é amortizado ao longo do tempo
tendo em vista a economia de energia elétrica.
Uso racional da água
Redução do consumo e da geração de efluentes. Por exemplo,
habitações que empregam sistema de reuso de água (a água dos
chuveiros e lavatórios, após tratamento, volta para abastecer os
sanitários e as torneiras das áreas comuns) podem ter uma economia
de água da ordem de 35%.8
Materiais de construção sustentáveis
Redução do uso de recursos naturais e das perdas durante a obra, uso
de materiais e equipamentos que causem menor impacto ambiental,
reuso e reciclagem de materiais. Uma construção sustentável pode
representar uma economia de até 30% de recursos, durante a vida
útil do imóvel (uso/manutenção).9

Conforto térmico
Redução da utilização de produtos tóxicos e garantia de conforto
térmico aos ocupantes da habitação.

Acessibilidade
Utilização do conceito de desenho universal, isto é, ambientes
adequados às necessidades do morador. Traduz-se pela utilização
de técnicas como: rampas de acesso, pisos antiderrapantes, alturas
e larguras especiais, banheiros adaptados entre outros. Estima-se
que uma construção como esta seja 1% mais cara.10
8910

8
Fonte: http://r3ambiental.blogspot.com.br/2013/03/tijolo-ecologico.html
9
Fonte: http://r3ambiental.blogspot.com.br/2013/03/tijolo-ecologico.html
10
Fonte: Cadernos de Educação ambiental: habitação sustentável. Disponível em: http://www.ambiente.sp.gov.br/wp/
cpla/files/2011/05/Habitacao-Sustentavel-p_INTERNET4969.pdf

Estilos de vida sustentáveis 36


5.2. Impactos da construção
Além dos recursos naturais utilizados, uma grande porcentagem da energia
produzida no Brasil é usada para abastecer nossas casas e condomínios. Grande
parte dessa energia poderia ser facilmente economizada se essas construções
aproveitassem melhor a luz solar natural ou então utilizassem lâmpadas e chuveiros
econômicos, por exemplo.

A situação precária das áreas destinadas à disposição final destes resíduos


e o enorme potencial que eles apresentam para a reciclagem, tornam urgente a
necessidade de plantação de medidas que permitam a segregação e o controle
do fluxo dos resíduos gerados na construção de forma a viabilizar o processo de
reciclagem e a utilização de materiais reciclados.

Veja, agora, alguns problemas causados pelo mau gerenciamento do entulho pro-
veniente das construções:

Estilos de vida sustentáveis 37


(Fonte: Programa Entulho Limpo (1ª etapa) – Coleta Seletiva: uma forma racional de tratar os resíduos
sólidos gerados nos canteiros de obra. Disponível em: http://www.cepam.sp.gov.br/arquivos/sisnama/
meio_ambiente_em_temas/sinduscon1_ma.pdf)

Estilos de vida sustentáveis 38


Vamos falar agora sobre bioconstrução.

Bioconstrução se refere às construções nas quais a preocupação ecológica está


presente desde sua concepção até sua ocupação. Combina técnicas milenares com
inovação tecnológica, garantindo a sustentabilidade não só do processo construtivo
como também do período pós-ocupação de casas e edifícios.

Os profissionais responsáveis pela execução da obra devem pensar em detalhes


para que se prevaleça à preservação do meio ambiente, como o uso de matérias-
primas recicladas ou naturais disponíveis no local da obra.

Outros pontos privilegiados são a economia de água a partir de métodos como o


reuso ou aproveitamento da água da chuva, fontes alternativas de energia como
aquecimento solar, energia eólica e energia proveniente de biodigestores, coleta
seletiva e reciclagem, separação da água cinza e água negra, utilização de fossas
ecológicas e técnicas construtivas baseadas na utilização do barro, palha, madeira
ou bambu.

A bioconstrução abrange uma série de tecnologias e a viabilidade ecológica,


econômica e social e sua aplicação depende, principalmente, da avaliação do local
da obra.11

Elas incluem grande dose de criatividade, vontade pessoal do proprietário e


responsável pela obra e o uso de soluções ecológicas pontuais adaptadas a cada
caso.

A Bioconstrução, através de seus processos construtivos, encontra o melhor


aproveitamento dos recursos, naturais ou não, necessários à sua constituição.
Também busca elevar o grau de interação dessa edificação com o seu entorno e os
vários seres que a habitam.12

11
Fonte: http://www.ecocasa.com.br/bioconstrucao.asp
12
Fonte: http://www.trevert.com/o-que-e-bioconstrucao

Estilos de vida sustentáveis 39


5.3. Sustentabilidade na sua construção
A primeira coisa que decidimos é onde construir nossa casa.

Logo nesse primeiro momento, devemos nos preocupar com o meio ambiente, pois
construir em áreas inapropriadas pode resultar em grandes impactos ambientais.

Durante o processo de seleção, é importante priorizar locais que não incluam áreas
restritivas à ocupação e que possuam infraestrutura adequada (saneamento e
acesso ao transporte público) e serviços básicos (bancos, supermercados, escolas,
restaurantes, postos de saúde etc.).13

Projeto

A decisão de reformar sua casa ou construir um imóvel exige planejamento. Neste


aspecto, sobressai um dos pilares da sustentabilidade: a viabilidade econômica.

É preciso prever e ter controle do seu orçamento em todas as etapas da obra.14

Esse é o único caminho para que seu sonho de construir ou reformar não vire um
pesadelo!

Não há uma “receita sustentável” única para todas as construções, cada uma – um
prédio, uma casa, um puxadinho – tem suas peculiaridades e estará assentada em
um terreno diferente, em cidades diferentes, com clima específico.

Apresentamos aqui algumas ideias para tornar sua construção ou reforma mais
sustentável, que poderão ser discutidas com o profissional técnico responsável
pelo projeto e pela obra. Uma boa maneira de começar o projeto é observar como
as pessoas do local construíram suas casas antigamente. Assim, não corremos o
risco de importar soluções inadequadas.15

13
Fonte: Moradias sustentáveis: economia e durabilidade. Disponível em: http://www.mma.gov.br/publicacoes/
responsabilidade-socioambiental/category/90-producao-e-consumosustentaveis?download=981:cartilha-de-
construcoes-sustentaveis
14
Fonte: http://www.blogdomenorpreco.com.br/tag/reforma
15
Fonte: Moradias sustentáveis: economia e durabilidade. Disponível em: http://www.mma.gov.br/publicacoes/
responsabilidade-socioambiental/category/90-producao-e-consumosustentaveis?download=981:cartilha-de-
construcoes-sustentaveis

Estilos de vida sustentáveis 40


Veja algumas dicas a respeito do projeto:
Adapte seu projeto à topografia natural do terreno, reduzindo o impacto
com a retirada de terra e nas áreas de “bota fora” (para onde é levada a terra
retirada).

Preserve as espécies nativas existentes no terreno: elas garantem a


estabilidade do solo e refrescam o ambiente.
Faça um projeto adequado ao clima do local, isso irá minimizar o consumo
de energia ao longo da etapa de uso da edificação.
Otimize as condições de ventilação natural,
garantindo ventilação cruzada na residência.
Prefira janelas de abrir e com o adequado
sombreamento.
Em climas frios, preveja o aquecimento solar
passivo, com a admissão do sol nas fachadas
leste e norte para as primeiras horas do dia.
O projeto deve permitir o uso da moradia por
pessoas com mobilidade reduzida.
Dependendo do clima da sua região, utilize coberturas verdes. Esse tipo de
cobertura proporciona melhoria do conforto térmico e ajuda na retenção de
águas pluviais.
Utilize vegetação no entorno da edificação. Isso combina a evapotranspiração
das plantas com isolamento térmico.
Utilize telhados inteligentes. Uma opção acessível é pintar o telhado com
tintas especiais, com pigmentos refletores, que não permitem a absorção
de radiação solar, mantendo a superfície fria.
Priorize as empresas da construção civil que estejam certificadas no Siste-
ma de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras (SIAC) do Programa
Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat.

Estilos de vida sustentáveis 41


6. Transporte e mobilidade urbana
A mobilidade urbana é fundamental para o bem viver em
nossa sociedade. Nas grandes cidades, dependemos
dos transporte para nos deslocarmos para a maioria de
nossas atividades cotidianas, além do deslocamento de
todas as mercadorias que chegam até nós.

O Setor Transporte, por utilizar a queima de combustíveis


fósseis, é responsável por parte considerável da emissão
de gases de efeito estufa na atmosfera e pela poluição
do ar. O aumento da densidade populacional, o crescimento urbano desordenado e
a abundância de capitais têm encorajado cada vez mais as pessoas à comprarem
veículos automotores aumentando assim os danos ambientais. Da mesma forma,
o transporte aéreo, com o aumento da demanda e sua popularização, tem crescido
e espera-se chegar ao topo das expectativas nas próximas décadas, o que gerará
mais impactos.

Embora estejam sendo adotadas medidas para baixar conter o alto índice de
poluição, a contaminação do ar ainda representa uma séria ameaça aos seres vivos,
além dos danos ambientais globais. É preciso envolver toda a sociedadepara que
se possa reverter esse quadro. É um grande desafio encontrar formas sustentáveis
de transportes que garantam qualidade de vida para as presentes e as futuras
gerações.

Na América Latina, encontram-se algumas das metrópoles mais poluídas do


mundo: Santiago do Chile, Cidade do México e São Paulo. O problema tem reflexos
diretos sobre a saúde da população: alergias, irritação nos olhos, coceira na
garganta, tosse, além de problemas mais graves, como doenças respiratórias e até
cardiovasculares.16

16
Fonte: Manual de educação e consumo sustentável. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
publicacao8.pdf

Estilos de vida sustentáveis 42


6.1. Transporte sustentável

EXEMPLO

Vejamos os exemplos das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Bogotá, Santiago
do Chile e Madri, que compartilham iniciativas que buscam tornar o transporte mais
sustentável, mitigando as emissões de CO2 e a poluição.

Os projetos desenvolvidos por essas cidades fazem parte de ações do C40, grupo
de grandes cidades mundiais que discute alternativas para combater as mudanças
climáticas. Atualmente, cerca de 60 cidades participam do C40, entre elas Cairo
(Egito), Pequim (China), Sydney (Austrália), Berlim (Alemanha), Paris (França), Nova
York (EUA) e Buenos Aires (Argentina). Do Brasil, fazem parte as cidades de Curitiba,
Rio de Janeiro e São Paulo.

Atualmente, alguns dos projetos que mais têm chamado a atenção são os de
transporte sustentável, que visam reduzir as emissões de carbono e diminuir
a poluição das cidades. Um desses é o Programa de Teste de Ônibus Híbrido e
Elétrico (HEBTP), realizado em parceria com Iniciativa Climática Clinton (CCI) e o
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e que no último mês publicou um
relatório com o parecer dos testes.

A principal questão a ser abordada é determinar como as necessidades de mobilidade


dos cidadãos podem ser atendidas de forma sustentável. Isto inclui dois desafios
principais: o dever de reduzir a necessidade de transporte motorizado, sempre que
possível, e o dever de mudar as opções de transportes insustentáveis para opções
sustentáveis.

Ferramentas administrativas e financeiras desempenham um papel importante no


apoio a mudanças em direção a modos sustentáveis de transporte. Um primeiro
passo seria manter acessíveis os preços das passagens, pois dessa forma, as
pessoas seriam estimuladas a utilizar o transporte coletivo.

Tais situações não podem ser superadas sem uma mudança de valores da nossa
sociedade. Isto significa, por exemplo, o fim da percepção de um carro como símbolo
de status e, em vez disso, ver o transporte público como algo desejável.

Estilos de vida sustentáveis 43


Educação é fundamental para a mudança de valores!

Para as situações em que o uso de algum meio de transporte motorizado é impres-


cindível, pode-se amenizar seus impactos negativos utilizando os biocombustíveis.

A Política Nacional de Educação Ambienta, Lei Nº 9795/99, conceitua a Educação


Ambiental como os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Ao lado de seus
princípios e objetivos, uma grande importância da educação ambiental reside na
atuação consciente dos cidadãos. Ela produz reflexões, como propõe uma visão
sustentável da mobilidade urbana e o enfrentamento dos danos ambientais que ela
pode causar. Sendo assim, ela promove a mudança de comportamentos e valores
tidos como nocivos para todo o campo socioambiental.

O estudo das questões ambientais é transdisciplinar e por isso engloba a integração


entre as áreas econômicas, sociais e ambientais, ressaltando a importância do
enfrentamento da crise sociambiental para colaborar com a construção de um
mundo socialmente justo e ambientalmente sustentável.  Esse envolvimento, para
além da educação formal, garante que as próximas gerações desenvolvam uma
conexão forte com o planeta e sejam menos afetadas.

Dessa maneira, o individuo se disponibiliza a aprender com o próprio meio ambiente,


mudando valores e hábitos, transformando situações e pensamentos ao seu redor,
isto é, ele se torna um cidadão educado ambientalmente. Dessa forma, a educação
ambiental colabora com a conquista de uma melhor qualidade de vida para as
pessoas, incentivando cada indivíduo a contribuir, com uma cidadania responsável
para conter o avanço da degradação ambiental.

E, nessa perpectiva, a educação ambiental colabora com a ampliação do olhar para


o cotidiano e reforça a construção de novas tecnologias que podem contribuir com
o transporte sustentável por meio de “tecnologias verdes” e inovadoras, a exemplo
dos tipos de combustíveis que podem trazer grandes oportunidades, mas somente
se os potenciais efeitos rebote forem evitados. Os veículos elétricos, por exemplo,
poderiam beneficiar o meio ambiente (dependendo da fonte de energia elétrica) e

Estilos de vida sustentáveis 44


reduzir os efeitos ambientais nocivos dos gases de escape. Mas um efeito rebote
poderia incluir o aumento dos congestionamentos, se os veículos elétricos resul-
tassem em mais carros nas estradas.17

Para as situações em que o uso de algum meio de transporte motorizado é impres-


cindível, pode-se amenizar seus impactos negativos utilizando os biocombustíveis.

SAIBA MAIS

Você sabe o que são os biocombustíveis?

Eles são derivados de biomassa renovável que podem substituir, parcial ou


totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás natural.

Os dois principais biocombustíveis líquidos utilizados no Brasil são o etanol (extraído


de cana-de-açúcar e utilizado nos veículos leves) e, mais recentemente, o biodiesel
(produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais, utilizado principalmente
em ônibus e caminhões).

Saiba mais sobre os diferentes biocombustíveis produzidos no Brasil.

Etanol

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais e o maior exportador de etanol.


Atualmente, o etanol brasileiro representa a melhor e mais avançada opção para a
produção sustentável de biocombustíveis em larga escala no mundo.

Biodiesel

O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis como


óleos vegetais e gorduras animais. Estimulados por um catalisador, eles reagem
quimicamente com álcool.

17
Fonte: Sustainable lifestyles: Today’s facts & tomorrow’s trends. Disponível em: http://www.sustainablelifestyles.eu/
DCAA2A49-666A-43AB-A73C-20EC98DDA95E/FinalDownload/DownloadId-4C6D3F6A3D763C3FFE6067B6E70965
EB/DCAA2A49-666A-43AB-A73C-20EC98DDA95E/fileadmin/images/content/D1.1_Baseline_Report.pdf. Tradução:
Kátia Cortez.

Estilos de vida sustentáveis 45


Existem diferentes espécies de oleaginosas no Brasil que podem ser usadas para
produzir o biodiesel. Entre elas estão a mamona, dendê, canola, girassol, amendoim,
soja e algodão. Matérias-primas de origem animal, como o sebo bovino e gordura
suína, também são utilizadas na fabricação do biodiesel.18

? PERGUNTA

Viu só como é possível ter transportes motorizados mais sustentáveis?!

Mas para isso, sua contribuição é indispensável. Tanto no papel


de consumidor, dando preferência a veículos e combustíveis que
agridem menos o meio ambiente, quanto no papel de cidadão,
cobrando do poder público mudanças no transporte.

6.2. Meios de Transporte não motorizados


Em muitos países a bicicleta é um importante meio de transporte, tanto de
pessoas como de pequenas mercadorias. Porém, inicialmente é preciso pensar na
implantação de estruturas e na criação de legislações para a utilização de bicicletas
nas cidades.

No Brasil, em São Paulo, por exemplo, a bicicleta tem ganhado grande importância,
com a instauração do Sistema de Bicicletas Públicas Bike Sampa, que visa oferecer
à cidade de São Paulo uma opção de transporte sustentável e não poluentes.

O Sistema Bike Sampa é composto de Estações inteligentes, conectadas a uma


central de operações via wireless, alimentadas por energia solar, distribuídas em
pontos estratégicos da cidade de São Paulo, onde os clientes cadastrados podem
retirar uma bicicleta, utilizá-la em seus trajetos e devolvê-la na mesma, ou em outra
estação.

18
Fonte: http://www.brasil.gov.br/sobre/economia/energia/matriz-energetica/biocombustiveis

Estilos de vida sustentáveis 46


O projeto tem como objetivo:

• Introduzir a bicicleta como modal de transporte público


saudável e não poluente;
• Combater o sedentarismo da população e promover a
prática de hábitos saudáveis;
• Reduzir os engarrafamentos e a poluição ambiental nas
áreas centrais das cidades;
• Promover a humanização do ambiente urbano e a responsabilidade social
das pessoas.

Quem tiver disposição e habilidade, pode adotar a bicicleta como meio de transporte
alternativo e mandar embora entre 600 e 800 calorias, já a prática de exercícios
melhora o bem-estar, dá ânimo e ajuda no condicionamento físico.19

Além da bicicleta, existem outros meios de transporte alternativos que fazem


bem tanto a saúde das pessoas quanto ao meio ambiente, como o skate, patins e
patinetes.

6.3. Casos bem-sucedidos


Vamos conhecer algumas práticas promissoras e projetos bem-sucedidos de
transporte?

Prática promissora: Teleféricos


Além de atração turística, os teleféricos são importantes opções de transporte
urbano em diversas cidades do mundo, uma vez que são considerados não
poluentes, rápidos e práticos. Os sistemas de cabos e cabines surgiram, nos
últimos anos, como alternativa para regiões com muitos morros, grande densidade
demográfica e de difícil penetração de trens e ônibus.

19
Fonte: http://saude.terra.com.br/bem-estar/transporte-alternativo-melhora-a-saude-
e-emagrece�HYPERLINK “http://saude.terra.com.br/bem-estar/transporte-alternativo-
melhora-a-saude-e-emagrece- confira,ed683f04c2f27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.
html”confira,ed683f04c2f27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html

Estilos de vida sustentáveis 47


Prática promissora: Vagas vivas
Em São Francisco (EUA), a prefeitura recorreu a uma solução criativa para diminuir
o volume de carros nas ruas e atrair pessoas para o espaço público: criou o sistema
de “Vagas Vivas”. Com essa política, os comerciantes que desejarem ocupar o
espaço para vagas de estacionamento em frente a seus estabelecimentos com
jardins, por exemplo, participam de um edital, pagam uma indenização e, caso
selecionados, obtêm o direito de ocupar o local.
Prática promissora: Curitiba
A cidade de Curitiba possui uma política que busca a integração multimodal,
criação participativa de um plano diretor metropolitano de transporte e mobilidade,
implementação de anéis tarifários no transporte público e promoção de transporte
limpo e sustentável.
Prática Promissora: Rio Branco
Rio Branco, capital do Acre, também apresenta um grande diferencial no quesito
mobilidade urbana. A cidade possui uma das maiores redes cicloviárias per capita
do País. Ao todo, são mais de 160 km de vias projetadas para 300 mil habitantes,
o que transformou a bicicleta no meio de transporte mais popular do local.20
Prática promissora: Pernambuco
O Bike PE é o sistema de compartilhamento de bicicletas operacionalizado pela
tembici. e patrocinado pelo banco Itaú. Com ele, qualquer pessoa que deseja se
deslocar pelas cidades do Recife, Jaboatão dos Guararapes e Olinda, utilizando
uma bicicleta, pode comprar um passe, alugar uma bicicleta e devolvê-la em uma
estação próxima ao seu destino final.
20

20
Fonte: http://www.mobilize.org.br/noticias/3353/mobilidade-urbana-solucoes-criativas-e-politicaspublicas.html

Estilos de vida sustentáveis 48


6.4. O que você pode fazer
Evite usar o carro nos horários e locais de maior congestionamento. A
cada 20 minutos em um congestionamento, você desperdiça 1 litro de
combustível.

Evite usar o automóvel para trajetos curtos – dê preferência ao transporte


coletivo ou vá a pé ou de bicicleta.

Procure sempre que possível compartilhar o carro com outras pessoas.

Dê preferência aos transportes coletivos que não emitam gases tóxicos,


como o trem e o metrô.

Procure atuar junto ao poder público e às empresas no sentido de exigir


a implantação de medidas que contribuem para um transporte mais
sustentável, como:
• Melhorar o transporte coletivo;
• Construir ciclovias;
• Substituir o uso de combustíveis fósseis por outros de fontes renováveis;
• Estimular e viabilizar o uso de meios de transporte menos poluidores,
como o hidroviário;
• Desenvolver novas tecnologias para geração de energia limpa etc.
Quando o uso do automóvel for inevitável, o motorista poderá dar sua
parcela de contribuição fazendo com que o seu carro polua menos. Seguindo
as dicas abaixo, além de melhorar a qualidade do ar e evitar acidentes, o
motorista vai economizar cerca de 10% de combustível, velas e pneus.

Troque de marcha na rotação correta;

Evite reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas em


excesso;

Evite paradas prolongadas com o motor funcionando;

Use o afogador somente no momento da partida, sem esquecer de desativá-


lo;

Estilos de vida sustentáveis 49


Tente manter a velocidade constante, tirando o pé do acelerador quando o
semáforo fecha ou quando o trânsito para à frente;
Oriente os seus passageiros para que não joguem lixo, pontas de cigarro,
latas etc. pelas janelas;
Faça as manutenções e revisões recomendadas pelo fabricante,
principalmente no que tange ao catalisador do escapamento;
Observe a vida útil dos componentes importantes no controle da poluição,
como filtro de ar e de óleo;
Abasteça o veículo com combustível de boa qualidade;
Rode com os pneus bem calibrados;
Não sobrecarregue o veículo;
Desligue o ar-condicionado nas subidas muitos íngremes;
Mantenha o sistema de arrefecimento do motor revisado e no nível adequado
de funcionamento.21

7. Outros temas para reflexão


7.1 Ecoturismo
“Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sus-
tentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a
formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do am-
biente, promovendo o bem-estar das populações” (Diretrizes para uma Política
Nacional de Ecoturismo).

Utilizar o patrimônio natural e cultural de forma sustentável representa a promoção


de um turismo ecologicamente sustentável a longo prazo, economicamente viável,
assim como ética e socialmente equitativo para as comunidades locais. Exige
integração ao meio ambiente natural, cultural e humano, respeitando a fragilidade
que caracteriza muitas destinações turísticas.

21
Fonte: Manual de educação e consumo sustentável. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
publicacao8.pdf

Estilos de vida sustentáveis 50


Esse tipo de turismo pressupõe atividades que promovam a reflexão e a integração
homem e ambiente, em uma inter-relação vivencial com o ecossistema, com os
costumes e a história local. É planejado e orientado visando o envolvimento do
turista nas questões relacionadas à conservação dos recursos que se constituem
patrimônio natural e cultural.

Assim, o Ecoturismo pode ser entendido como as atividades turísticas baseadas na


relação sustentável com a natureza e as comunidades receptoras, comprometidas
com a conservação, a educação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico.

Veja a seguir algumas atividades praticadas no âmbito do Ecoturismo:22

a) Observação de fauna

Relaciona-se com o comportamento e habitats de determinados


animais. Podem ser observados: aves, mamíferos, cetáceos (como
baleias, botos e golfinhos), insetos, répteis, anfíbios e peixes.

b) Observação de flora

Permite compreender a diversidade dos elementos da flora, sua


forma de distribuição e as paisagens que compõem um bioma, e
está associada às possibilidades de interação com a fauna silvestre
existente na localidade e região. O uso tradicional das plantas (usos
medicinais, cosméticos e ornamentais) por comunidades locais
despertam muito interesse, podendo ampliar as experiências dos
visitantes e promover o uso sustentável de elementos que integram
as áreas visitadas.

22
Fonte: ECOTURISMO: Orientações básicas. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_
ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/ Ecoturismo_Orientacoes_Basicas.pdf

Estilos de vida sustentáveis 51


c) Observação de formações geológicas

Atividade ainda tímida no Brasil, que consiste geralmente em


caminhada por áreas com características geológicas peculiares e
que oferecem condições para discussão da origem dos ambientes
(geodiversidade), sua idade e outros fatores, por meio da observação
direta e indireta das evidências das transformações que ocorreram
na esfera terrestre.

d) Visitas a cavernas (Espeleoturismo)

Atividade recreativa originada da exploração de cavidades


subterrâneas, também conhecida por espeleologia – estudo das
cavernas. As cavernas atuam como habitat ideal para a conservação
de espécies ameaçadas de extinção, tanto da fauna como da flora
e cada vez mais, tornam-se fontes de atividades economicamente
importantes, das quais advêm benefícios financeiros, tais como o
Ecoturismo e a prática de esportes e de recreação.

e) Observação astronômica

Observação de estrelas, astros, eclipses, queda de meteoros, em


locais preferencialmente com reduzida influência de iluminação
artificial.

f) Mergulho livre

Mergulho no mar, rios, lagos ou cavernas com o uso de máscara,


snorkel e nadadeiras, sem equipamentos autônomos para respiração.

g) Caminhadas

Percursos a pé em itinerário predefinido. Existem caminhadas


de um ou mais dias com a necessidade de carregar parte dos
equipamentos para pernoite em acampamentos ou utilizando meios
de hospedagem, em pousadas ou casas de família.

Estilos de vida sustentáveis 52


h)Trilhas interpretativas

As trilhas interpretativas são o “ conjunto de vias e percursos com


função educativa e vivencial. Pressupõe amplo conhecimento da
fauna, flora, paisagem, clima e demais aspectos biológicos, geográ-
ficos, históricos da região. Podem ser autoguiadas ou percorridas
com o acompanhamento de condutores, guias e intérpretes devi-
damente capacitados. A depender do tipo de trilha e grau de dificul-
dade, podem conter sinalização, equipamentos de proteção e facili-
tadores (corrimões, escadas, pontes), proporcionando interação do
homem com a natureza e a compreensão da responsabilidade em
relação aos recursos naturais.”

http://api.ning.com/files/Xtqy1PL7tLxgvNNNoBfoiJGRcLeC14d6U-
0pySDBxG0Y_/Livro_Ecoturismo.pdf

i) Safáris fotográficos

Itinerários organizados para fotografar paisagens singulares ou


animais. Os safáris podem ser feitos a pé ou com a utilização de um
meio de transporte.

7.2. Pegada sustentável


Nossa caminhada pela Terra deixa “rastros”, “pegadas”, que podem ser maiores ou
menores, dependendo de como caminhamos.

A Pegada Ecológica consiste em uma metodologia que busca examinar como a


forma de vida das pessoas deixa rastros e marcas no meio ambiente, estando
diretamente ligada, portanto, aos padrões de consumo dos indivíduos. Não se trata
de uma medida exata, mas sim de uma estimativa que mostra até que ponto nossa
forma de viver está de acordo com a capacidade do planeta de oferecer e renovar
seus recursos naturais e de absorver os resíduos que geramos ao longo de vários
anos.

Estilos de vida sustentáveis 53


Assim, considerando o crescimento da população, o aumento do consumo de
bens e serviços, crescimento das emissões de gases de efeito estufa, o sistemas
biológicos da Terra está em risco e podemos chegar no limite de sustentação
dos sistemas biológicos do planeta. A vida humana e de outros seres vivos está
ameaçada por isso é necessário que calculemos nossa “pegada ecológica”, pois,
assim, podemos perceber quanto nossas atitudes e padrões de consumo podem
acarretar consequências irreversíveis para o meio ambiente. Temos os desafios
de minimizar os efeitos da mudança climática no Planeta, reduzir o consumo de
energia para garantir o fornecimento futuro, eliminar desperdício e preservar os
recursos naturais e sendo assim garantir saúde e bem-estar.

? PERGUNTA

Assim como existe a pegada ecológica, também existe a pegada hídrica. Você já
ouviu falar nesse conceito?

Sem água não há vida e a pegada hídrica é um indicador do uso da água que
analisa seu uso de forma direta e indireta, tanto do consumidor quanto do produtor.
A pegada hídrica de um indivíduo, comunidade ou empresa é definida como o volume
total de água doce que é utilizada para produzir os bens e serviços consumidos
pelo indivíduo, comunidade ou produzidos pelas empresas.

“O interesse na Pegada Hídrica está enraizado no reconhecimento de que os


impactos humanos nos sistemas de água doce podem estar ligados ao consumo
humano, e que questões como a escassez de água e a poluição podem ser melhor
compreendidas e tratadas, considerando a produção e cadeias de suprimento como
um todo,” diz o professor Arjen Y. Hoekstra, criador do conceito da Pegada Hídrica.

Estilos de vida sustentáveis 54


“Os problemas da água normalmente estão intimamente ligados à estrutura da
economia global. Muitos países externalizarão significativamente sua Pegada
Hídrica, a importação de bens intensivos em água de outro lugar. Isso coloca
pressão sobre os recursos hídricos nas regiões de exportação, onde muitas vezes
os mecanismos para a sábia governança e conservação da água são escassos. Não
só os governos, mas também os consumidores, as empresas e comunidades da
sociedade civil podem desempenhar um papel na obtenção de uma melhor gestão
dos recursos hídricos”.

Continuando com a nossa revisão, vimos que as construções geram um grande


impacto ambiental, principalmente devido aos seguintes fatores:

• Extração de recursos naturais para a produção de materiais.


• Gases tóxicos emitidos no processo de fabricação dos materiais.
• Resíduos sólidos gerados na construção civil.
• Consumo de água e energia na habitação.

Estilos de vida sustentáveis 55


Encerramento
Parabéns!

Você concluiu a leitura do conteúdo deste curso. Realize as atividades propostas na


página inicial do curso e obtenha seu certificado.

Esperamos que o conteúdo aqui exposto possa colaborar com um estilo de vida
sustentável!

Até o próximo curso!

Estilos de vida sustentáveis 56


Referências Bibliográficas
Cadernos de educação ambiental: Guia pedagógico do lixo. Disponível em:
http://www.ambiente.sp.gov.br/wp-content/uploads/publicacoes/sma/12
GuiaPedagogicodoLixo.pdf.

Cadernos de Educação ambiental: habitação sustentável. Disponível em: http://


www.ambiente.sp.gov.br/wp/cpla/files/2011/05/Habitacao-Sustentavel-p_
INTERNET4969.pdf.

Estilo de vida sustentável (Fernanda Capdeville).

Guia de boas práticas: uso sustentável da água. Disponível em: www.regiaodeaveiro.


pt/Download.aspx?id=33089.

Manual de educação e consumo sustentável. Disponível em: http://portal.mec.gov.


br/dmdocuments/ publicacao8.pdf).

Moradias sustentáveis: economia e durabilidade. Disponível em: http://www.mma.


gov.br/publicacoes/ responsabilidade-socioambiental/category/90-producao-e-
consumosustentaveis?download=981:cartilha-de- construcoes-sustentaveis.

Programa Entulho Limpo (1a etapa) – Coleta Seletiva: uma forma racional de tratar os
resíduos sólidos gerados nos canteiros de obra. Disponível em: http://www.cepam.
sp.gov.br/arquivos/sisnama/meio_ambiente_em_temas/sinduscon1_ma.pdf)

Resenha energética Brasileira – Ministério de Minas e Energia – Maio 2019, Pág 7.

Estilos de vida sustentáveis 57

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