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Produção

Tiago de Andrade Maciel

Curso Técnico em Logística


Educação a Distância
2021
Produção
Tiago de Andrade Maciel

Curso Técnico em Logística

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

1.ed. | Ago. 2021


Professor(es) Autor(es) Catalogação e Normalização
Tiago de Andrade Maciel Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
Tiago de Andrade Maciel Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Eliane Barbosa George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional Manoel Vanderley dos Santos Neto
Deisiane Gomes Bazante
Coordenação Geral
Design Educacional Maria de Araújo Medeiros Souza
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Izabela Pereira Cavalcanti Secretaria Executiva de
Jailson Miranda Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Descrição de imagens Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Sunnye Rose Carlos Gomes
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução .............................................................................................................................................. 4

1.Competência 01 | Desenvolver o Conhecimento de Técnicas de Localização, Layout e Arranjos


Físicos de Produção ................................................................................................................................ 5

1.1 Os critérios competitivos na produção ....................................................................................................... 8

1.2 Estratégia de produção ............................................................................................................................. 12

1.3 Os conceitos e tipos de layout .................................................................................................................. 14

2.Competência 02 | Conhecer os Instrumentos de Produção ............................................................. 22

2.1 Meios de produção ................................................................................................................................... 23

2.2 Modos de produção .................................................................................................................................. 24

2.3 Processo de produção............................................................................................................................... 31

2.4 Previsão de demanda ............................................................................................................................... 31

3.Competência 03 | Conhecer os Indicadores de Produtividade ........................................................ 33

3.1 Definições de indicadores de qualidade ................................................................................................... 33

3.2 Indicadores de desempenho logístico ...................................................................................................... 33

3.3 Key Performance Indicador – KPI .............................................................................................................. 34

3.4 Tipos de indicadores de desempenho ...................................................................................................... 36

4.Competência 04 | Conhecer Boas Práticas em Produção ................................................................ 41

4.1 Objetivo de boas práticas de produção .................................................................................................... 41

4.2 Definição de boas práticas ........................................................................................................................ 42

4.2.1. Nível de Sistematização da Boa Prática ................................................................................................ 42

4.2.2. Resultados quantitativos ...................................................................................................................... 43

4.2.3. Nível de Impacto causado ..................................................................................................................... 43

4.2.4 Potencial de transferência ..................................................................................................................... 43

4.3 Programa de qualidade ............................................................................................................................. 44

4.4 Planejamento de capacidade de produção ....................................................................................... 46


4.4.1 Vantagens do planejamento da capacidade produtiva ......................................................................... 47

Conclusão ............................................................................................................................................. 49

Referências ........................................................................................................................................... 50

Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 52


Introdução
Caro (a) estudante,
Dedico este estudo para orientar, da melhor forma, como funciona a área de produção
na cadeia logística.
No decorrer dos estudos vamos conhecer ações administradas nos recursos de materiais,
financeiros e pessoais encontrados entre os fornecedores, pelo processo de aquisição de produtos,
serviços, planejamento de produção, armazenagem, distribuição, monitoramento e gestão de
informações através do fluxo operacional.
O layout de uma empresa é de extrema importância para garantir o sucesso do fluxo da
operação na logística.
A possibilidade de terceirização de todo o projeto, ou de parte dele e alta flexibilidade
serão as principais vantagens presentes no arranjo físico.
No decorrer do trabalho, você terá a oportunidade de identificar todas as coisas que
direta ou indiretamente permitem transformar matéria-prima em produto final.
Através dos indicadores de produtividade você conhecerá como medir o número de
recursos utilizados pela empresa para produzir um determinado produto ou serviço.
Nos dias atuais, o setor de logística é visto como uma área de extrema importância para
alcançar o sucesso.
A Administração do estoque é muito importante para garantir bons índices no segmento
de logística.
Um estoque limpo e organizado pode auxiliar na prevenção de acidentes, atentando
sempre para não deixar mercadorias no chão para não obstruir os corredores e equipamentos de
brigada de incêndio.
Um ponto extremamente importante para a logística chegar em um bom resultado é
mapear e padronizar os processos pertencentes a empresa evitando o desperdício de tempo e
dinheiro.
Os custos na logística são os mais expressivos nas empresas e diante deste fato precisam
ter um acompanhamento diferenciado. Será visto algumas ações para auxiliar na redução destes
custos.
Bons estudos!

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Competência 01

1.Competência 01 | Desenvolver o Conhecimento de Técnicas de


Localização, Layout e Arranjos Físicos de Produção
Olá, estudante! Vamos iniciar a tratar da administração de produção como responsável
pelo desempenho de técnicas de gestão da produção de bens e serviços, já que possui como principal
finalidade desenvolver produtos e serviços a partir da matéria-prima.
Você sabia que, tudo o que se refere as atividades presentes no dia a dia de sua função,
como planejar algo, direcionar, senso de organização e controle de seu desempenho, são exemplos
de administração da produção? E que um layout correto tem como objetivo promover a eficiência da
produção?
Saiba que é de suma importância decidir a instalação física da empresa, determinado pelo
potencial da receita de um determinado local, conforme o sistema logístico.
Em se tratando de instalações pode-se afirmar que, dependendo do local, representará
um alto custo para transferi-las para um outro local.
Veja abaixo alguns destaques nos desafios presentes na logística, referente à localização:
• Número adequado de armazéns;
• Localização de cada armazém;
• Tamanho de cada armazém;
• Alocação de espaço para cada produto em cada armazém;
• Alocação de produtos-clientes por cada armazém.

Serviços de transporte e tecnologia da informação, representam as duas grandes


motivações para as empresas avaliarem bem sua localização, no intuito de atender as demandas de
produção e entrega, de uma maneira rápida e eficiente.
A organização precisa ser fortemente praticada dentro da cadeia logística para manter
um padrão de qualidade. O nível de produção deve elevar e atender toda expectativa dos clientes
dependendo dos processos eficientes que são alcançados através de meio de controle e organização.

5
Competência 01

São exemplos clássicos do planejamento e análise de layout na logística:


• Layout de armazém,
• Layout de centros de distribuição,
• Layout de movimentação de materiais.

Observe um layout de armazém, na imagem abaixo, como foram dispostas as áreas de


armazenagem, de modo a aproveitar todo o espaço disponível da melhor forma possível.

Figura 1- Layout no armazém


Fonte: https://www.mecalux.com.br/manual-de-armazenagem/desenho-armazem
Descrição da imagem: layout de um armazém, definido com uma boa capacidade de operar mercadorias, com dois
caminhões estacionados nas docas, realizando operação de carga e descarga.

Como constatado na imagem acima, a área de armazenagem pode ser composta por uma
ou várias seções. É possível perceber ainda, um conjunto articulado de funções e atividades
responsáveis pelo fluxo dos materiais. Veja que as características de um bom layout obedecem
prioritariamente, ao conhecimento da rotatividade dos produtos que serão movimentados no
armazém.
A principal característica do arranjo físico é a possibilidade de o profissional adquirir
recursos materiais que busquem alterar o resultado final de seu serviço ou produto, conforme
descrito na representação do armazém abaixo, onde é possível também você observar as diversas
atividades dispostas neste ambiente, tais como: separação de produtos, carregamento e
descarregamento desses mesmos materiais. Da mesma forma, a presença de equipes utilizando
equipamentos e máquinas, como empilhadeiras e esteiras auxiliando o processo produtivo.

6
Competência 01

Figura 2- Arranjo físico


Fonte: https://4.bp.blogspot.com/n9Ebucv8ows/XCAE6YZJJSI/AAAAAAAAII0/Hn3ekruI7S0yVVTHiaOYUG6J-
TaHPwpLACLcBGAs/s1600/Arranjo%2BFisico.jpg
Descrição da imagem: exemplo de arranjo físico, onde as pessoas trabalham confortável em relação a
organização do espaço físico de uma estação de trabalho para outra (acessibilidade).

Percebeu como o espaço deve ser pensado de acordo com a acessibilidade para facilitar a
movimentação dos equipamentos? O objetivo é sempre buscar a melhoraria da produtividade, assim
como a otimização do tempo para a gestão do estoque.

São características de um bom arranjo físico:

• Acessibilidade;
• Uso de espaço;
• Segurança inerente;
• Extensão de fluxo;
• Clareza do fluxo;
• Conforto dos funcionários;
• Coordenação gerencial;
• Flexibilidade ao longo do prazo.

7
Competência 01

O Arranjo físico contribui muito para a área de segurança do trabalho e meio ambiente
onde, através de seus recursos estratégicos, consegue investimentos essenciais como conforto,
limpeza, manutenção, acesso a circulação, sinalização entre outros.

O arranjo físico diz respeito ao posicionamento físico dos recursos que vão
transformar o seu produto ou serviço. O arranjo físico está relacionado ao
posicionamento físico dos recursos transformadores de uma organização, ou
seja: as instalações, equipamentos e pessoas que trabalham na empresa.
www.ibccoaching.com.br/portal/o-que-e-e-quais-sao-os-tipos-de-arranjo-fisico/

1.1 Os critérios competitivos na produção

Prioridades competitivas são metas que as empresas devem traçar para alcançar
fortemente o objetivo de crescer diante de seus concorrentes e, por conseguinte, ganhar espaço,
participação no mercado e lucratividade. Os principais pontos competitivos presentes na literatura
são: custo, qualidade, desempenho na entrega, flexibilidade, inovatividade e serviços.
Muitas empresas valorizam o cumprimento destas metas. De acordo com a imagem
abaixo, onde são apresentados funcionários trabalhando, individualmente, em suas estações para
cumprimento de suas metas, torna-se relevante você perceber que a força de trabalho converge para
a execução das metas propostas. Neste sentido, todas as tarefas propostas devem estar alinhadas
aos pontos competitivos, conforme você leu no parágrafo acima.

8
Competência 01

Figura 3- Estação de trabalho


Fonte: https://www.buzzero.com/administracao-e-negocios-2/producao-e-logistica-8/curso-online-planejamento-da-
capacidade-de-producao-com-certificado-63342
Descrição da imagem: representa uma de estação de trabalho, onde as pessoas são cobradas através de
metas por produtividade.

Saiba que a meta, individual ou em grupo, é uma decisão estratégica do gestor pois ambas
vão contribuir no resultado final almejado pela empresa.

Vamos trabalhar com dois tipos básicos de indicadores:

• Eficiência (do processo): Ato de fazer as coisas certas.


Para que um profissional haja com eficiência, precisa ter outras qualidades como
compromisso, organização, pontualidade, concentração, criativadade e respeito com o próximo.
Você irá encontrar algumas características positivas em relação aos perfis dos
profissionais que almejam ter sucesso nas suas áreas de atuações.
Um profissional que consegue produzir muito com poucos recursos é um exemplo claro
de eficiência.

• Resultado (mercadoria): Mensurar os resultados do negócio é de extrema


importância, identificando os reais motivos pelos quais os objetivos não estão sendo
alcançados e quais são as oportunidades de melhorias e crescimento.
Através do resultado da performance geral da empresa , o gestor consegue fazer a
medição e separar o que foi em grupo ou individual.
A competitividade dentro da organização sempre deverá existir, porém deve formalizar
suas regras para que sejam utilizadas de forma legal para o resultado da empresa.

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Competência 01

As Prioridades Competitivas são de grande vantagem para as empresas, mas


realmente, se não forem bem alinhadas, podem acarretar muitos obstáculos
para as mesmas. Para definir qual a Prioridade Competitiva usar, uma empresa
precisa analisar qual objetivo ela quer atingir, baseando-se no seu ramo no
mercado.
https://logisticatreinamentos.wordpress.com/2014/07/30/prioridades-
competitivas/

Você poderá aplicar de várias maneiras as estratégias nos critérios de competitividade,


porém se realizada de forma errada colocará tudo a perder.
As empresas devem desenvolver Prioridades Competitivas que venham crescer em suas
ações, alinhando-as mediante as estratégias estabelecidas.

Trade-off, palavra em inglês que descreve situações de escolhas que possam gerar
conflitos nas tomadas de decisão em uma empresa. Na logística, o trade-off pode ajudar entre uma
decisão de custos e benefícios.
O trade-off, tem como principal objetivo de desempenho, realizar mudanças sacrificando
uma área e priorizando outra, fazendo um equilíbrio entre a qualidade e o custo. É um desafio para
a empresa manter uma sinergia saudável, visto que são realizados por meio do padrão das decisões
estratégicas que são tomadas.
Tanto a empresa quanto os gestores avaliam seriamente este critério, conforme está
descrito na imagem abaixo, cujo exemplo destaca, além do trade-off os elementos de necessidade de
inovação e gestão do negócio (run your business), indispensáveis para o profissional assumir o papel
de “balança” com o propósito de identificar se é necessária tal mudança.

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Competência 01

Figura 6 - necessidade de mudança


Fonte: https://vertigo.com.br/transformacao-digital-real/trade-off-imagem/
Descrição da imagem: A figura demonstra que a inovação também pode ser uma causa de transformação.

Toda mudança pode ser positiva ou negativa, portanto o gestor tem que avaliar bem seus
riscos para não gerar prejuízo para empresa.
Caro(a) estudante, a mudança é muito importante e necessária para o crescimento não
só da empresa mas para você, futuro profissional da área. Porém, é necessário planejar bem para que
tenha um impacto positivo a seu favor.

O trade-off está diretamente relacionado com os objetivos da logística. Para


Ballou (2001), "trade-off ou compensação de custos é o reconhecimento de que
os padrões de custos das várias atividades da empresa frequentemente revelam
características que as colocam em conflito mútuo". Decisões de melhorar e
padronizar os processos (estocagem, armazenamento, processamento de
pedido, transporte, produção, etc.), analisar os desperdícios, focar nos clientes,
adquirir tecnologia e equipamentos, ou capacitar os colaboradores, para alguns
gestores, são custos. Porém para aqueles profissionais que possuem visão
holística e sistêmica do negócio, que buscam melhoria contínua e querem que
suas organizações perpetuem no mercado, essas decisões são benefícios que
ajudam as organizações a alcançarem a visão, as metas estratégicas (curta,
média e longo prazo) e os objetivos traçados, ou seja, maximizar o lucro.
Portanto, trade-off pode ser entendido como a relação entre os custos para
melhoria de algo que trará benefícios futuros para a empresa.
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/trade-off-uma-decisao-
entre-custos-e-beneficios/54523/

11
Competência 01

1.2 Estratégia de produção

Estratégia de produção está relacionada diretamente à área de operações em virtude da


presença dos trade-offs de desempenho.

Para Corrêa e Corrêa (2004), a estratégia de produção pode ser definida como
um padrão global de decisões estratégicas da área de operações, visando
aumentar a competitividade sustentada da empresa por meio da organização de
seus recursos e da criação e manutenção de competências relacionadas a um
determinado composto de características de desempenho ao longo do futuro.
https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/viewFile/298/203

É necessário complementar o papel estratégico da produção com o desenvolvimento de


novas competências, através do aprendizado no nível operacional.
Toda máquina, independente da sua função, precisa de um comando para executar suas
atividades. Perceba na imagem abaixo, onde se observa o operador programando às ordens de
produção, que as atividades deverão obedecer às referidas estratégias, ou seja, o cumprimento do
processo produtivo, propriamente dito para a operação.

Figura 7- Papel estratégico na produção


Fonte: https://www.siteware.com.br/indicadores-de-producao-industrial-2/
Descrição da imagem: profissional se planejando para dar início a produção com a utilização das máquinas.

12
Competência 01

Sendo assim, a estratégia de produção é determinada através de um padrão de decisões


e ações que definam os papéis, os objetivos e as atividades da produção de forma que estes
participem com segurança e contribuam para a estratégia de negócios da organização. Para tanto, é
papel da empresa treinar e capacitar profissionais para operar máquinas, assim como oferecer
equipamento de proteção individual na prevenção de acidentes.

Considere os seguintes itens:


• Influência dos concorrentes:
Mesmo sem qualquer mudança direta, nas preferências de seus consumidores, uma
empresa pode fazer transformações necessárias que compete e, portanto, trocar os objetivos de
execução que espera da produção, sobretudo diferenciando da concorrência.

• Influência do consumidor:
Influência mais importante entre os demais.
A produção tenta atender seus clientes ampliando os cinco objetivos de desempenho,
qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo.
A produção deverá ser flexível o suficiente para fornecer a variedade necessária sem
custo excessivo.

• Influência do ciclo de vida do produto ou serviço:


Trata-se de forma de generalizar a atitude dos clientes e concorrentes e conectá-lo com
o ciclo de vida dos serviços ou produtos, pois necessitarão passar por 4 (quatro) etapas distintas,
introdução, crescimento, maturidade e declínio.

Para Corrêa e Corrêa (2004), a estratégia de produção pode ser definida como um
padrão global de decisões estratégicas da área de operações, visando aumentar a
competitividade sustentada da empresa por meio da organização de seus recursos
e da criação e manutenção de competências relacionadas a um determinado
composto de características de desempenho ao longo do futuro.
https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/viewFile/298/203

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Competência 01

É papel da alta gestão detalhar a decisão a ser tomada de acordo com suas áreas
existentes na empresa conforme o quadro abaixo.

Quadro 1- áreas de decisão em estratégia de produção


Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2005000300008
Descrição da imagem: tipos de decisões para serem tomadas de acordo com sua estratégia de produção.

A definição das tomadas de decisões é de extrema importância para o gestor da área


mensurar o cumprimento de suas metas e resultado.

1.3 Os conceitos e tipos de layout

Trata-se de uma organização de vários elementos, dentro dos espaços disponíveis na


empresa, com função de proporcionar melhores condições de trabalho aos colaboradores do setor.
Organização, é um ponto crucial empregado na logística aplicado diariamente nas
empresas.
Manter um bom resultado e um número de alta produtividade atendendo as expectativas
do cliente está ligado aos processos logísticos eficientes, onde só consegue este resultado através de
meio de controle e organização.

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Competência 01

Com um layout bem definido, tem como finalidade obter excelência na acessibilidade,
localização e manutenção da qualidade dos produtos estocados.
O modelo ideal do layout, trata-se daquele que procura minimizar a soma da distância
percorrida com uma movimentação eficiente entre os materiais, com maior flexibilidade possível e
com custos de armazenagem reduzidos.

O layout é a técnica de administração de operações cujo objetivo é criar a


interface homem-máquina para aumentar a eficiência do sistema de produção
(JONES & GEORGE, 2008). Um fluxo bem estudado permite o rápido
atravessamento do produto pelo sistema produtivo. Assim, consequentemente,
menos tempo é perdido em cada recurso e ocorre a rápida transformação da
matéria-prima em produto final, reduzindo o lead time da produção. (PARANHOS
FILHO, 2007)
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/o-conceito-e-os-tipos-
de-layout/90808/

Tipos de layout:
Temos 4 tipos de Layout: Linear (produto), processo (funcional), celular e posicional
(posição física)

O layout do produto (linear), acontece quando a mercadoria se movimenta entre as


máquinas e os postos de trabalho, que permanecem fixos.
Ou seja, é um tipo de arranjo físico (em linha) onde, basicamente, é o produto que se
desloca por meio de uma esteira, sendo ele o centro principal de atenção. Cada departamento
trabalha em cima do produto, quando o mesmo passar pelo setor, sendo esse, portanto, um tipo de
arranjo com princípio da linha de montagem, muito conhecida no filme “Tempos Modernos” com
Charlie Chaplin. Abaixo, você verá através da representação, profissionais trabalhando numa esteira
onde o produto se movimenta na linha de montagem.

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Competência 01

Figura 9 - Layout do produto


Fonte: https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&biw=1366&bih=632&tbm=isch&sa=1&ei=-
K35XNKpBail5OUP2eaXiAo&q=layout+do+produto&oq=layout+do+produto&gs_
Descrição da imagem: máquinas organizadas no modelo que cada operação necessária para fabricação de
um produto seja feita em estações de trabalho dispostas em uma sequência fixa.

As utilizações das esteiras são importantes no resultado da empresa, pois produzem mais
com menos recurso.
A operação é bastante eficiente quando os produtos são produzidos em grandes
quantidades.
Esse tipo de arranjo permite obter um fluxo rápido na fabricação de produtos
padronizados que exigem operações de montagens ou produção sempre iguais.

No passado, o layout por produto era eficiente apenas quando os produtos eram
fabricados em grandes quantidades; entretanto, a introdução de linhas de
montagem modulares controladas por computadores o torna eficiente para
fabricar produtos em pequenos lotes. (JONES & GEORGE, 2008)
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/o-conceito-e-os-tipos-
de-layout/90808/

Esse tipo de layout pode tomar a forma de um L, O, S ou U em função do espaço ou do


projeto.
São vantagens: Redução do tempo de processamento total, controle fácil e simples da
produção, minimiza o custo de trabalho, além de facilitar o treinamento do operador.

16
Competência 01

Layout tipo processo (funcional), representa cada estação de trabalho organizada em


uma sequência fixa.
O operário passa com o produto trabalhado por vários processos diferentes. Esses
processos ficam alocados como se fossem departamentos, salas, espaços, onde o profissional tem
que levar o produto trabalhado até o local de montagem que desejar. Ou seja, o operário é quem se
desloca dentro da instalação em virtude do processo que deseja como demonstrado na imagem
abaixo, onde os funcionários trabalham em série na fábrica de calcados.

Figura 10 - Produção em série


Fonte: https://br.fashionnetwork.com/news/Producao-industrial-cai-mais-que-o-esperado-com-pior-marco-da-
serie,823370.html#.XPmxro__rIU
Descrição da imagem: produção de calçados por etapas.

Geralmente na produção em série, é feito um rodízio nas ordens das atividades dos
funcionários para que todos participem e aprendam todo modelo operacional.

Um layout por processo oferece a flexibilidade necessária para mudar o produto.


Entretanto, tal flexibilidade normalmente reduz a eficiência, pois tem um alto
custo. (JONES & GEORGE, 2008)
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/o-conceito-e-os-tipos-
de-layout/90808/

São vantagens: menor investimento do capital, alcance de uma supervisão efetiva,


menores custos fixos em decorrência do menor investimento inicial.

17
Competência 01

Layout posição fixa (posicional), conforme o nome já diz, o produto permanece em uma
posição fixa.
A operação acontece em estações de trabalho remotas e são conduzidas para área de
produção para a montagem final.

Layout posição fixa costuma ser usado para produtos como jatos, mainframes e
turbinas a gás (produtos que são complexos e difíceis de montar ou tão grandes
que movimentá-los de uma estação de trabalho para outra poderia ser difícil).
(JONES & GEORGE, 2008)
http://www.administradores.com.br/artigos/academico/o-conceito-e-os-tipos-
de-layout/90808/

Geralmente são usados para produtos como: jatos, mainframes e turbinas a gás.

Se enquadram quando os recursos transformados não se movem entre recursos


transformadores, então o que vai ser transformado fica em uma posição fixa, enquanto os agentes
transformadores vão se movimentando ao redor dele. Observe abaixo, um navio parado sendo
produzido por profissionais no local.

Figura 11- Modelo de arranjo físico posicional


Fonte: https://v7ferreira.blog/2017/11/28/arranjo-fisico-por-produto/
Descrição da imagem: Produção do navio por etapas.

18
Competência 01

Só estão autorizados circular no local da produção do navio, os funcionários responsáveis


pela construção, ou seja, os agentes transformadores, evitando, se possível, riscos e acidentes.

Este tipo de layout também conhecido como layout fixo ou project shop, sendo considerado
o tipo de layout mais básico e geralmente utilizado quando o produto tem dimensões muito
grandes e não pode ser facilmente deslocado. O que é comum neste tipo de layout é o
material permanecer parado enquanto a mão de obra e os equipamentos se movimentam ao
redor. (NEUMANN & SCALICE, 2015, p. 220)

Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009):

No arranjo físico posicional os recursos transformados não se movem entre os recursos


transformadores, ou seja, quem sofre o processamento fica estacionário enquanto pessoas e
equipamentos se movem a cada etapa.

Um exemplo prático são as grandes construções ou obras, onde o produto é bastante


grande tendo dificuldade no deslocamento.

Vantagem: Alta flexibilidade e mix de produtos.


Os clientes ou produtos não são perturbados durante o processo.
Altas variedades de atribuições para mão de obra.

Dentro do programa de layout, alguns elementos requerem muito cuidado e atenção. São
eles:

• A maneira e a estrutura do prédio


• Dimensão da instalação
• Comprimento do palete
• Intervalo entre dois paletes
• Lacuna entre as colunas
• Separação entre o espaço do corredor com o do palete.
• Variedade de equipamento para ser utilizado, exemplos, empilhadeira, paleteira e
transpaleteira.
• Área de recepção de carga ou expedição

19
Competência 01

• Local de serviço

Celular
Corresponde aos recursos modificados, escolhidos antecipadamente, para movimentar-
se em sua localidade específica onde se encontram todos os recursos transformadores fundamentais
para atender suas necessidades momentâneas. Conforme pode ser verificado em uma fábrica de
tecido, onde cada funcionário realiza uma etapa do processo no mesmo local, porém separados por
mesas caracterizando uma estação, conforme descrito na imagem abaixo.

Figura 12: Modelo de arranjo físico por célula


Fonte: https://v7ferreira.blog/2017/11/29/arranjo-fisico-celular/
Descrição da imagem: empresa de confecção onde a produção é toda bem localizada para evitar muito desperdício de
tempo.

Como você pode perceber, o arranjo físico por célula, ao mesmo tempo em que é dividido
por estação, segue uma lógica de elaboração com o objetivo de reduzir o tempo da passagem do
produto na linha de produção.

Slack, Chambers e Johnston (2009) definiram como sendo os recursos transformados, após
entrarem na produção são pré-selecionados para movimentar-se para uma parte específica
da operação, onde os recursos transformadores necessários estão alocados. A célula pode
encontrar-se dentro de um arranjo físico por processo ou produto.

Neste tipo de layout o material em processo é direcionado para a operação em que ocorrerão
várias etapas de seu processamento. A célula concentra todos os recursos necessários para
isso e pode ter os seus equipamentos organizados por produto ou por processo. Com a célula
procura-se confinar os fluxos (movimentação de materiais) a uma área específica, reduzindo
assim os efeitos negativos de fluxos intensos através de longas distâncias (LEITE; DINIZ 2006).

20
Competência 01

Vantagem: Menor tempo no lead-time, trabalho em equipe, pequenos lotes de produção,


fluxo interno bem fracionado, menor estoque em processo e baixa movimentação e manuseio
interno.
Caro (a) estudante, você chegou ao final desta competência, explorando as técnicas de
localização, layout e arranjos físicos. Dando continuidade a segunda competência, você conhecerá os
instrumentos, meios, modos de produção e suas demandas para complementar seu aprendizado.

Convido você a assistir nossa videoaula. Vamos nessa?!

21
Competência 02

2.Competência 02 | Conhecer os Instrumentos de Produção


Prezado(a) estudante, inicialmente nesta competência, será observado um conceito
básico de administração da produção, que são as entradas e saídas de um processo produtivo.
Comumente, as entradas são chamadas de inputs e as saídas de output.
Na administração da produção são utilizados recursos de transformação para criar
outputs adequados para atender as exigências do mercado. Veja na imagem abaixo, o processo de
transformação da madeira (input) através de três profissionais que, manualmente com seus
instrumentos de trabalho, realizam a produção de uma harpa (output).

Figura 13 - processo de instrumento de produção


Fonte: https://br.deposiouctphotos.com/177301996/stock-photo-musical-instrument-harp-production.html
Descrição da imagem: Produção de uma harpa, instrumento musical, transformações de matéria-prima em produtos,
através de ferramentas manuais.

É de extrema importância que esses funcionários tenham treinamentos constantes


dentro da empresa, além de um acompanhamento forte da equipe de segurança do trabalho, por
executar atividades de produção com ferramentas manuais evitando acidentes. Assunto que será um
dos alvos da disciplina Saúde e Segurança.
Os instrumentos de produção podem transformar as matérias-primas em bens finais
através de equipamentos, máquinas, ferramentas, como exemplo abaixo de alicate, martelo, jogo de
chaves, entre outros, que são utilizados para realizar uma produção manual, conforme mostrado na
imagem anterior.

22
Competência 02

Figura 14 - ferramentas para o instrumento de produção


Fonte: https://theshoppers.com/ferramentas-baratas-china/
Descrição da imagem: ferramentas utilizadas para uma pequena produção

As ferramentas utilizadas para o instrumento de produção são inspecionadas


periodicamente pelo setor de qualidade para verificar a condição do uso, evitando futuros acidentes
aos funcionários.
Caro (a) estudante, podemos explorar em nossa residência algumas dessas ferramentas,
porém muito cuidado no manuseio para evitar acidentes e lesões.

2.1 Meios de produção

Os meios de produção são instrumentos, ferramentas, utensílios, utilizados no processo


de produção. Portanto, caro (a) estudante, eles não são incorporados no produto final, sendo assim,
permanecem na empresa durante um longo período de tempo. Esses instrumentos são bastante
necessários para o processo industrial e fabril, pois contribuem para as atividades dos profissionais
pertinentes da área, sem eles a produção não aconteceria.
Os meios de produção contribuem no processo da transformação da natureza em si, pois
o homem pode aproveitar de tudo que está em sua volta para contribuir e se beneficiar.

• Os meios de trabalho contém os instrumentos de produção: instalações prediais


(fábricas, armazéns, silos etc); infraestrutura (abastecimento de água,
fornecimento de energia, transportes, telecomunicações, máquinas,
ferramentas, etc).

23
Competência 02

• Os objetos de trabalho são os componentes pelos quais são aplicado o


trabalho humano - recursos naturais (terra, matérias-primas).

Encontramos uma grande discórdia nos sistemas capitalista e socialista, quando tratado
da economia de mercado e jurisdição privada de meios de produção. Pois, enquanto o sistema
socialista tem como objetivo a socialização dos meios de produção, ou seja, o bem comum a todos,
sem a divisão de classes sociais; o sistema capitalista tem como base o máximo lucro e a acumulação
de riquezas.
Um exemplo de meios de produção são as máquinas de costuras utilizadas nas confecções
de roupas para comércio. Pois, nesse tipo de produção são utilizados recursos como tecidos, linhas,
botões, elásticos, colchetes. Onde todos esses elementos se integram às roupas confeccionadas e, na
falta de um deles, a produção não poderá ser concluída.
No meio de produção encontramos, os proletários, trabalhadores que ofertam ajuda na
produção em troca de dinheiro (salário).

• Força de trabalho
Utilização de energia humana individual ou coletiva na transformação da natureza.
Indivíduos, agentes das técnicas de trabalho, são dotados de habilidades técnicas e de
métodos que lhes concedem operar as ferramentas e equipamentos.
A capacidade dos profissionais produzirem riqueza material ou, mais precisamente, as
aptidões e habilidades humanas, sujeita à condição de compra e venda, isto é, sob a forma
de mercadoria
A força de trabalho era considerada uma mercadoria que, devido ao seu valor
extraordinário, era empregada da melhor forma possível nos resultados obtidos, contudo, com uma
disparidade entre o valor produzido pelo trabalhador e a remuneração recebida por ele.

2.2 Modos de produção

Quando entramos em uma loja e compramos gêneros alimentícios, bebidas, calçados,


material de limpeza, etc., estamos adquirindo bens. Da mesma forma, quando pagamos a passagem
do metrô ou uma consulta odontológica, estamos pagando um serviço.

24
Competência 02

Sendo assim, estando em sociedade, as pessoas colaboram diretamente, da produção, da


distribuição e do consumo de bens e serviços, ou seja, participam da vida econômica da sociedade.
Desta forma, um grupo de pessoas que participam da vida econômica de uma nação é o conjunto de
indivíduos que cooperam na produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Exemplo: funcionários trabalhando estão ajudando a produzir, quando, com o salário que
recebem, compram algo, estão participando da distribuição, pois estão comprando bens e consumo.
E quando consomem os bens e os serviços que atingiram, estão participando da atividade econômica
de consumo de bens e serviços.
O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como
os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é criado através das suas forças
produtivas e pelos vínculos presentes dessa sociedade. Para melhor compreensão, veja na figura
abaixo a formação do modo de produção de uma sociedade através de suas forças produtivas e suas
relações de produção existentes nessa sociedade.

MODO DE FORÇAS RELAÇÕES DE


PRODUÇÃO PRODUTIVAS PRODUÇÃO

Quadro 2 - Meios de produção


Fonte: Autor Tiago Maciel

Para que o modo de produção aconteça de forma correta a força produtiva deve estar
associada as relações de produção
Podemos classificar os tipos de modos de produção conforme o quadro abaixo:

25
Competência 02

Modo de produção primitivo

Modo de produção escravista

Modo de produção asiático

Modo de produção feudal

Modo de produção capitalista

Modo de produção socialista

Quadro 3 - Tabela da classificação do modo de produção


Fonte: produção própria, Tiago Maciel

Os tipos de modo produção apresentam de acordo com diversas épocas.

Modo de produção primitivo:


Trata-se de uma formação econômica e social que abrange um grande período, desde o
início da sociedade humana.
Neste modelo de produção os homens trabalhavam em conjunto. Tudo que se produzia
em conjunto era dividido com todos, conforme pode ser verificado na imagem abaixo, onde
encontramos trabalhadores da roça produzindo em conjunto, com suas ferramentas como enxadas
e cestas e com ajuda de animais, representando um modo de produção primitiva.

26
Competência 02

Figura 16 - Modo de produção primitiva


Fonte: https://suportegeografico77.blogspot.com/2017/12/modos-de-producao.html
Descrição da imagem: trabalhadores na roça representando o modo de produção primitiva.

Na roça era um trabalho bastante intenso, onde participam não só os homens, mas as
mulheres, porém cada qual em suas funções.

Modo de produção escravista:


Neste modo, os meios de produção e os escravos eram propriedades do senhor de
engenho.
Neste período, existiam poucos senhores onde exploravam o grupo de escravos que não
tinham direito a nada, conforme exemplo abaixo, encontramos os mesmos carregando sacas da
colheita para os senhores de engenho.

Figura 17 - Modo de produção escravista


Fonte: https://www.geledes.org.br/plano-de-aula-exercicios-sobre-escravidao-brasil/
Descrição da imagem: escravos trabalhando para garantir sua sobrevivência

27
Competência 02

Nesta época os escravos eram muito sobrecarregados pelos serviços bastante agressivo
e não podiam reclamar, pois eram sujeitos a diversos castigos.

Modo de produção asiático:


Este modo de produção tomou conta do Egito, China, índia e África no século passado.
Tudo o que se produzia era obrigado a entregar para o estado, onde podemos observar
abaixo como exemplo, um trabalhador executando suas atividades com o auxílio do boi com a carroça
para transportar e movimentar o que foi produzido para posteriormente, quando concluído, entregá-
lo.

Figura 18 - Modo de produção asiático


Fonte: https://cursoenemgratuito.com.br/modos-de-producao-historia-enem/
Descrição da imagem: Escravo trabalhando com o equipamento de movimentação puxada por um boi.

Como tudo que era produzido era de direito do Estado, eles emprestavam os
equipamentos como o boi e a carroça para que tivesse um melhor resultado.

Conheça os motivos que levaram o fim deste modo de produção:

• A revolta dos escravos


• O custo alto da manutenção dos setores improdutivos
• A propriedade de terra pelos nobres

Modos de produção feudal:

28
Competência 02

Neste modo de produção, a sociedade era composta pelos senhores e servos, onde os
servos não eram considerados escravos, pois os seus senhores não os tinham como sua propriedade.
Eles trabalhavam um pouco para os seus senhores em troca de casa e comida e, também para eles
mesmos.
Em um certo momento essa relação foi se tornando difícil, dificultando o
desenvolvimento das forças produtivas. Pois, os servos eram cada vez mais explorados no campo de
trabalho, devido à crescente necessidade de os senhores feudais manterem sua posição de domínio,
lucratividade e riqueza, criando espaço para as relações capitalistas de produção.

O trabalho não produz apenas mercadorias; produz-se também a si mesmo e ao trabalhador


como uma mercadoria, e justamente na mesma proporção com que produz bens (MARX,
2002, p. 111, grifo do autor).

Modo de produção Capitalista


Tem caracterização nas relações assalariadas de produção.
Neste modo de produção encontramos propriedade privada da burguesia e o trabalho
assalariado.
Destacado pelos lucros, o capitalismo é demarcado por duas classes sociais, a burguesia
e o trabalhador.
Em uma economia de mercado, a tomada de decisão e o investimento são
determinados pelos proprietários dos fatores de produção nos mercados financeiros e de capitais,
enquanto os preços e a distribuição de bens são, principalmente, determinados
pela concorrência no mercado.
Apesar de o trabalhador produzir, o seu trabalho é cada vez menos valorizado, sua força de
trabalho fica tendencialmente cada vez mais barata. O trabalhador não produz apenas
mercadorias, ele também é uma mercadoria (NETTO, BRAZ, 2008).

Enquanto o sistema capitalista produz, através do trabalho assalariado, ocorre um aumento


da riqueza, que fica concentrada nas mãos de poucos, assim ocorre o empobrecimento da
classe trabalhadora. Segundo Netto e Braz (2008, p. 136) “[...] a essência da produção
capitalista está no trabalho assalariado e nas condições gerais que o possibilitam”.

Modo de produção Socialista

29
Competência 02

Conforme o modo de produção socialista, os meios de produção são públicos ou coletivos,


não existindo empresas privadas.
São características do modo de produção socialista, a satisfação completa das
necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação e saúde.
Embora Karl Marx e Friedrich Engels escreveram muito pouco sobre o socialismo e negligenciaram
fornecer detalhes sobre como poderia ser organizado, numerosos cientistas sociais e economistas
neoclássicos usaram a teoria de Marx como base para desenvolver seus próprios modelos de sistemas
econômicos socialistas. A visão marxista do socialismo serviu como ponto de referência durante o debate do
cálculo socialista.

No socialismo encontramos um controle da gestão nas atividades executadas pelos


trabalhadores, seja por cooperativas, entidades públicas ou privadas, como exemplo abaixo, temos
dois funcionários com suas ferramentas trabalhando fortemente sob supervisão caracterizando o
modo socialista.

Figura 19 - modelo socialista


Fonte: http://jdoikos.blogspot.com/2014/10/a-historia-pelo-modo-de-producao.html
Descrição da imagem: trabalhadores desempenhando suas atividades e comentando que o estado é que rende com
todo o seu trabalho.

A função da supervisão além da cobrança da produtividade também era importante para


evitar grupos favoráveis a uma revolução no local.

30
Competência 02

2.3 Processo de produção

Produção – é a transformação da natureza da qual resulta bens de consumo que vão


satisfazer as necessidades do homem. Portanto, produzir é dar um novo ajuste aos elementos da
natureza.
Prezado(a) estudante, atualmente, esse processo tem um grande foco na consideração do serviço
ou produto desenvolvido, com o objetivo de inovar os produtos competitivos e solucionar as dificuldades dos
clientes.
Essa transformação de energia em resultados é o resultado da aplicação da mão de obra em algo
que a empresa ou setor espera, ou seja, em um objetivo para ser cumprido.

2.4 Previsão de demanda

Trata-se de um processo sério de busca de informações sobre o valor das futuras vendas
única ou de um conjunto de vários itens.
Estas previsões servem de ponto inicial para diversos controles como, planejamento de
fluxo de caixa, planejamento de produção e vendas, controle de estoques e compras.
Os métodos de previsão de demanda apresentam algumas características comuns, como
análise dos comportamentos do passado podem refletir o futuro e a exatidão de previsões diminui
com o aumento do horizonte de planejamento.
Um modelo de previsão de demanda deve seguir algumas etapas para que seu resultado
seja o mais satisfatório possível, que são:
• Identificação do objetivo do modelo que será aplicado;
• Coleta e análise dos dados;
• Seleção da técnica de previsão;
• Obtenção das previsões;
• Monitoramento do modelo.

Partindo do pressuposto que a previsão de demanda é uma ferramenta importante para a


organização, fica evidente que seu objetivo é melhorar a tomada de decisão da empresa,
sobre isso, Kotler (1991) afirma que as previsões de demanda atendem à objetivos específicos
da empresa, como por exemplo a medida de curto prazo, que pode auxiliar no pedido de

31
Competência 02

matéria-prima, além de ter como objetivo analisar os recursos financeiros necessários para
realizar determinadas operações.

A previsão de demanda exerce uma função de grande importância nas organizações sem
geral, como explicitado por Gerber et. Al (2013), ao enunciar que a previsão de demanda é o
ponto inicial do planejamento de atividades como fluxo de caixa, planejamento da produção
entre outras, sendo utilizada com mais frequência em empresas que tratam de bens de
consumo, já Veiga, Veiga e Duclós (2010) afirmam que uma boa previsão de demanda pode
proporcionar à empresa uma vantagem competitiva, visto que sua utilização auxilia na
tomada de decisão, no entanto, por se tratar de uma ferramenta gerencial e lidar com
projeções, seu resultado não é exato, sendo assim, cabe ao gestor, segundo Carvalho (2011)
buscar informações como o desempenho passado da organização e até mesmo o ambiente
socioeconômico e político do país e do cenário internacional para chegar a uma previsão mais
próxima o possível do real.

Prezado(a) estudante, chegamos ao final desta competência, conhecendo os


instrumentos, modos, meios, processos de produção e previsão de demanda. Iniciaremos a próxima
competência apreendendo sobre os indicadores de qualidade.

Encontro você para maiores esclarecimentos em nossa videoaula.

32
Competência 03

3.Competência 03 | Conhecer os Indicadores de Produtividade

Olá, estudante! Nesta competência serão tratados os indicadores de produtividade. Você


sabe o que são esses indicadores?
Os indicadores de produtividade são resultados de medições do desempenho das
operações efetuadas. É admirável a forma do gestor saber se a operação vai bem ou não. Os
indicadores podem ser estipulados por setores, por etapas de processos ou por funcionários. A
definição deles costuma ser ajustada como uma forma estratégica na companhia.

3.1 Definições de indicadores de qualidade

Trata-se de ferramentas que servem para medir e acompanhar o desempenho nas


empresas.
Na logística, no caso de negócios, é essencial pensar não apenas internamente, mas
também na entrega satisfatória da mercadoria ao cliente final.
Kaplan e Norton (2004) afirmam que para haver uma gestão eficiente dos processos, é
fundamental que os indicadores possuam conexão e uma relação de causalidade entre ações e resultados.
Assim, é indispensável para a estratégia da empresa que suas perspectivas, metas e indicadores possuam
inter-relação para que os ativos intangíveis se transformem em resultados satisfatórios tanto para os clientes
quanto para a empresa.

3.2 Indicadores de desempenho logístico

Segundo Soares (1999), mundialmente tem se dado grande importância à questão da


medição do desempenho, utilizando grupos de ferramentas chamadas indicadores. Os
indicadores podem ser definidos como funções que permitem obter informações sobre as
medidas relacionadas a um produto, um processo, um sistema ou uma grandeza ao longo do
tempo.

Os indicadores são propostos para medir o desempenho de uma organização em áreas-chave


do negócio como clientes, produtos e processos, e devem ser encarados como um meio para
auxiliar a gestão da qualidade no controle e identificação de

necessidades da empresa. (Martins e Costa Neto, 1998).

33
Competência 03

As informações dos resultados dos estudos realizados pelos indicadores podem diminuir
o tempo gasto em processos logísticos, melhorando desempenho e a qualidade do serviço oferecido.
Os indicadores são medidos regularmente para manter o planejamento e controle das informações,
além de diagnosticar falhas em eventuais variações.
Após as informações coletadas podemos medir alguns indicadores relativos ao
transporte, como percentual de entregas realizadas dentro do prazo, capacidade do veículo, gastos
com manutenção da frota.
Dentro do armazém, o controle de informação cria indicadores de índices de atendimento
de pedidos, tempo de ciclo dos pedidos no estoque, precisão do inventário, ciclo do veículo no centro
de distribuição, curtos e giros de estoque.

Os indicadores ajudam a marcar onde as operações têm mais custos ou apresentam gargalos,
informações importantes ao gestor. Com estas informações a empresa mostra condições de
se planejar para otimizar suas atividades e, por sequência, seus lucros.

Costa (2003, p. 28) afirma que “segundo esses autores, a distinção entre um indicador de
produto e de processo deve ser feita considerando-se individualmente os diferentes
processos a serem avaliados”.

Para Mitchell (2004), indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações
sobre uma realidade, tendo como característica principal a de poder sintetizar diversas
informações, retendo apenas o significado essencial dos aspectos analisados.

3.3 Key Performance Indicador – KPI

KPI, sigla em inglês para Key Performance Indicador, ou seja, Indicador-chave de


Performance. É uma forma de medir se uma ação ou um grupo de iniciativas estão efetivamente
atendendo aos objetivos sugeridos pela organização.
Temos milhares de indicadores que possam ser medidos. Estamos no período em que o
fluxo de informação é imenso e constante! O ponto médio é saber escolher quais são os indicadores
a serem estimados.
Saiba, caro(a) estudante, que é importante para os negócios dicas de estratégias
conforme os exemplos da imagem abaixo:

34
Competência 03

Figura 20 - Dicas de KPI


Fonte: https://www.siteware.com.br/metodologias/gestao-de-kpis-key-performance-indicators/
Descrição da imagem: Dicas importantes de KPI para os negócios de sucesso.

Os KPI’s são importantes para gerir o seu negócio e o seu objetivo. Essa ferramenta de
gestão é utilizada para mensurar se uma ação ou atividade está gerando os resultados esperados.
Para escolher um KPI essencial, ele precisa estar acessível, para que possa ser mensurado
e analisado corretamente. Por exemplo: você só pode calcular os leads após começar a gerá-los!
Tudo o que se refere à eficiência, eficácia e efetividade dos processos da empresa e dos
serviços apontados ao cliente, fazem parte dos indicadores de qualidade.
Depois de realizado o mapeamento e os processos padronizados, é a hora de definir os
indicadores de desempenho que serão medidos e acompanhados.
Os indicadores de desempenho na logística é de suma importância para medir a
performance da área e da empresa de acordo com os objetivos traçados. Existem indicadores

35
Competência 03

operacionais para acompanhamentos diários e indicadores estratégicos que são acompanhados


mensalmente, a fim de analisar se as metas estão sendo planejada
Veja abaixo, os principais indicadores utilizados na logística para acompanhar o
desempenho da área:

• Percentagem de entregas realizadas no prazo;


• Proporção de coletas realizadas no prazo;
• Avarias no transporte;
• Proporção de devoluções;
• Índice de atendimento do pedido;
• Tempo de ciclo do pedido;
• Percentual de acura da cidade no inventário;
• Custo de armazenagem;
• Percentual de utilização da capacidade de armazenagem;
• Percentual da OTIF (on time, in full)
• Tempo médio de carga/descarga;
• Orçamento — planejado x realizado.

O padrão é colocar esses indicadores em um quadro à vista de todos, para serem


acompanhados e monitorados por toda instituição.

3.4 Tipos de indicadores de desempenho

Toda instituição necessita de indicativos para mensurar seus resultados, podendo assim
utilizar os chamados KPI (Key Performance Indicador) inseridos na execução das atividades
mensurando suas ações se estão tendo resultados conforme seus objetivos.
A função dos indicadores de desempenho estratégico é verificar se a organização está
alcançando os objetivos determinados pela alta direção, os chamados objetivos estratégicos.

O Balanced Scorecard é um exemplo de um instrumento de planejamento estratégico,


para cumprir os objetivos planejados pela empresa.

36
Competência 03

Tipos de indicadores de desempenho de processos

Indicadores de Eficácia
Relação entre os resultados obtidos e os resultados pretendidos, isto é, fazer da melhor
maneira, para atingir os resultados esperados.
Representa uma ligação entre os resultados conquistado e o planejado para um melhor
resultado financeiro para a instituição.
O indicador auxilia a empresa como um termómetro captando os resultados atuais.

Indicadores de capacidade
Relação entre a quantidade que se pode produzir e o tempo para que isso ocorra,
facilitando o entendimento para gestão operacional.
É importante para empresa mensurar o resultado obtido pelo processo dentro dos
padrões estabelecidos pela instituição.
Exemplo: A tecelagem W, tem capacidade de produzir 5.000 calças jeans por mês.

Indicadores de Produtividade
Relação entre as saídas geradas por um trabalho e os recursos utilizados para isso.
Exemplo: Um dentista consegue fazer 4 obturações em 2 horas. Outro dentista consegue
apenas realizar 2 obturações em 2 horas, então um é menos produtivo do que o outro.
A otimização do processo contribui para o aumento da produção com cautela para
preservar a qualidade do produto ou serviço.
Martins (1998, p. 304) classifica que os “(...) indicadores de desempenho mais comuns são a
produtividade, o retorno sobre os investimentos, o custo padrão, etc.”

Indicadores de Qualidade
Relação entre as saídas totais e as saídas adequadas ao uso. Ou seja, é verificado o
resultado total do que foi produzido e vendido, assim como, o levantamento da porcentagem dos
defeitos.

37
Competência 03

Exemplo: 980 unidades de automóveis a cada 1.000 fabricados (98% de


conformidade).
Para contribuir para o aumento do desempenho da empresa são utilizadas
algumas ferramentas que ajudam a administrar com mais precisão os resultados das
performances, também de chamados KPIs (Key Performance Indicators).

Indicadores de lucratividade
Relação percentual entre o lucro e as vendas totais.
A lucratividade se caracteriza eficiente por ser um indicador importante para empresa
mensurar o percentual que ganhou através de sua produção.

Indicadores de Rentabilidade
Relação percentual entre o lucro e o que foi investido pela empresa.
As empresas utilizam este indicador para mensurar o que foi investido.
Dividindo o lucro atingido por uma certa época pelo número do capital investido desde o
início, podemos encontrar o que foi rentável para empresa.

Indicadores de competitividade
Relação da empresa com a concorrência. Ou seja, análise e acompanhamento da
concorrência perante o mercado.
O Market share é bastante utilizado para contribuir nesta análise como ferramenta
importante para expor a participação ocupada da empresa assim como sua colocação entre as outras
empresas do seu seguimento.
O setor de Marketing e pós-venda também contribuem muito com estas informações.
Segundo o Guia do Marketing (2013), o market share é um termo que significa a quota de
mercado ou participação de mercado de uma empresa em algum segmento. Podemos
guerrilhar o mercado em duas direções: Crescimento vertical é a disputa diária com a
concorrência nos PDV’s onde atua; Crescimento horizontal é a disputa através da expansão
de mercados, geograficamente ou não (VANUCCI, 2009).

Indicadores de efetividade
Conjugação da eficácia com a eficiência.

38
Competência 03

Indicador importante para os negócios, pois faz a união entre a eficácia e a eficiência. Com
essa união a empresa, melhora seus resultados e, consequentemente, os lucros além da redução dos
custos.
As empresas que dispõem deste indicador têm fortes chance de muito sucesso.
São vantagens importantes para empresa:
• Força organizacional
• Segurança
• Foco nas metas
• Qualidade do serviço ou produto
• Atendimento ao cliente
• Baixos custos
• Baixa reclamações
• Indicadores de valor
Relação entre o valor percebido ao se receber algo, como por exemplo um produto, e o
valor efetivamente despendido para a obtenção do que se recebeu.
É importante para conduzir a empresa a procura de capital.

Destaco os principais indicadores de valor:


• Rentabilidade
• Investimento em serviço e custo capital
• Resultado gerado pela instituição
• Capacidade de desenvolvimento da empresa

As limitações decorrentes da administração apenas com base em medidas financeiras são


conhecidas há décadas e as tentativas de se incorporar medidas não-financeiras constituem
coleções de medidas, servindo mais como relações de controle para acompanhamento e
melhoria do que sistemas inteligíveis de medidas interligadas, sem qualquer relação com a
estratégia (Kaplan e Norton, 2001).

Chamon (2008, p.5) define que “a palavra ‘indicador’ tem sua origem no latim indicare, cujo
significado é demonstrar ou revelar”. Segundo Costa apudNeely (1996) um sistema de
medição de desempenho é constituído por uma série de medidas (ou indicadores) utilizadas
para quantificar a eficiência ou a eficácia de um processo. A eficáciase refere ao atendimento
dos requisitos do cliente, enquanto a eficiênciaé uma medida do uso econômico dos recursos
para atingir um determinado grau de satisfação do cliente.

39
Competência 03

Segundo Nunes (2008, p. 43), “indicador é um instrumento de medida de desempenho sendo


utilizado para mensurar e analisar os resultados obtidos em determinados períodos”.

Caro(a) estudante, recomendo você assistir ao filme chamado “A meta”, será muito
importante para seu crescimento intelecto perante o nosso assunto abordado.
Prezado(a) estudante, chegamos ao fim de mais uma competência. Aprendemos sobre os
conceitos de indicadores de qualidade e a importância de sua utilização nas empresas.
Na próxima semana, conheceremos as boas práticas de produção.

Nos encontramos em nossa videoaula.

40
Competência 04

4.Competência 04 | Conhecer Boas Práticas em Produção

Olá, estudante! Estamos finalizando a nossa disciplina. Parabéns por ter chegado até aqui!

Na competência anterior vimos o que são indicadores de produtividade. Nesta última


competência vamos ver como as empresas buscam melhorar o seu desempenho. Os indicadores de
desempenho servem como norteadores dos gestores para que eles saibam em quais pontos precisam
atuar.
Os indicadores de desempenho são mecanismos de administração que permitem analisar
os resultados dos processos de forma mais direcionada. Através deles, é possível nos aprofundarmos
se:
• As metas foram atingidas;
• Os empregos dos recursos empresariais foram convenientes;
• As falhas ocorreram em cada fase de um projeto.

Só é possível gerir aquilo de que se tem experiência. Seguindo este raciocínio, esse
panorama constitui indicadores de desempenho ajudando a adquirir um princípio sólido para que se
possa ser mais afirmativo em relação aos procedimentos da empresa.

4.1 Objetivo de boas práticas de produção

Tem como objetivo principal garantir a integridade do produto até o consumidor e


compõem um conjunto de princípios e regras em relação ao manuseio, abrangendo desde as
matérias-primas até o produto final.
Segundo CAMPOS (1992) um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende de
forma confiável, acessível, segura e no tempo correto às necessidades do cliente.
É de suma importância investir em meios que ajudem a aperfeiçoar os processos,
garantindo a redução de custos na mesma igualdade que aumenta a qualidade dos serviços.
As empresas procuram avaliar e estabelecer a melhor forma de logística para seus
negócios, terceirizando ou realizando toda a gestão “dentro da empresa”.

41
Competência 04

Muitos especialistas ingressam nesse segmento sem conhecimento dos pontos básicos
que podem auxiliar em um fluxo mais definido e em uma atuação forte, que fará com que a empresa
se destaque perante o mercado e conquiste clientes.
Algumas boas práticas utilizadas estimulam o setor de logística de diversas empresas e
devem ser levadas em consideração.

4.2 Definição de boas práticas

Trata-se de um grupo de técnicas, procedimentos, processos e atividades identificados,


utilizados, comprovados e reconhecidos por várias organizações, em determinada área do saber,
como sendo os melhores quanto ao mérito, eficiência e resultados alcançados pela sua aplicação na
realização de um serviço.
Em inglês temos como pronúncia “best practices”.
É normal encontrarmos hoje, em todas profissões, normas de boas práticas onde é
definido a forma correta para o profissional desempenhar suas atividades.
Não existe um manual padrão ou um guia de boas práticas, este tema é abordado por
cada empresa ou setor de acordo com suas normas e procedimentos presentes nela.
Melhores Práticas decorrem da fase de desenvolvimento em que cada organização se
encontra e essas práticas alteram-se à medida que a organização melhora na busca da qualidade e
excelência.
Antes de iniciar, as instituições que almejam realizar uma implementação de um
programa de qualidade devem realizar uma preparação, levantando quais são os objetivos da
organização com a obtenção deste certificado de qualidade.

4.2.1. Nível de Sistematização da Boa Prática

Compreende-se por sistematizar tanto conferir ordem, método, estrutura (portanto


organizar), quanto fazer um apanhado de ideias, que pressupõe resumo, sistematização.
Nesse nível, considera-se o grau de sistematização, particularmente quanto à clareza da
compreensão das informações realizadas no padrão de Identificação das Boas Práticas.

42
Competência 04

Em suma, refere-se, a aptidão de atingir o resultado propostos em cada um dos campos


do modelo de Identificação das Boas Práticas, de modo que a descrição da prática expresse a
realidade do cenário de hipótese e as respostas alcançadas, inseridas no espaço geográfico e no
tempo.
Ao identificar o nível de sistematização, é provável verificar-se os níveis de planejamento
e, quando da execução, de inspeção relativos à prática.

4.2.2. Resultados quantitativos

Trata-se do somatório dos dados que indicam os progressos alcançados, mensurados em


relação aos antecedentes e objetivos estipulados.
Este indicador está conectado aos esforços realizados pela equipe ou pelos resultados
atingidos.
As análises dos números são bastante utilizadas para este indicador.

4.2.3. Nível de Impacto causado

Trata-se das transformações alcançadas a partir do emprego da boa prática, sua


durabilidade, permanência. Tendo em vista a oportunidade de a boa prática alcançar os objetivos,
produzindo mudanças reais (concretas, claras, definidas, perceptíveis) e duradouras. Temos
limitações na relação dos resultados quantitativos, desse modo, diz respeito ao campo “resultados
alcançados” em relação aos objetivos propostos e deste com os “antecedentes”.

4.2.4 Potencial de transferência

Refere-se à possibilidade da replicação de uma boa prática servindo como modelo, com
risco de perda de efetividade, mas insignificante, gerando uma ação com adaptações para
corresponder a necessidade de melhorar algo que já existe.

As informações devem permitir identificar se:


1. Esta atividade já foi empregada em outras situações além da inicial?

43
Competência 04

2. De que forma o conhecimento foi levado ao melhor formato?


3. Teve orientação referente aos impactos e à sustentabilidade da(s) iniciativa(s)
desenvolvida(s) a partir da transferência da boa prática?

4.3 Programa de qualidade

No momento presente, a qualidade tem um parecer de extrema importância para a


sociedade de uma maneira geral. O desenvolvimento frequente da qualidade é um dos maiores
problemas encontrados pelas instituições, principalmente as que pretendem ganhar novos
mercados, assunto que será abordado, com maior riqueza de detalhes, na disciplina Qualidade.

Temos alguns projetos de administração da qualidade que atestam se as empresas


realmente estão executando os procedimentos e normas criadas e praticadas pelos funcionários.
Veja exemplos de certificações de qualidade:
A ISO, chamada a Internacional Organization for Standardization, ou seja, Organização
Internacional de Normalização.
Trata-se de uma organização não governamental, atualmente na faixa de 120 países.
A ISO 9000 foi criada por meio de um acordo internacional sobre as práticas que uma
empresa pode tomar a fim de atender plenamente as exigências de qualidade do cliente.

ABNT NBR ISO 9004: 2019: Possibilita provê diretrizes para elevar a capacidade
de uma organização de alcançar o sucesso sustentado. Esta orientação é coerente com os
princípios de gestão da qualidade providos na ABNT NBR ISO 9000:2015.
ISO 9001 — Orienta a empresa em relação à qualidade em todos os processos internos.
Estamos tratando de uma norma que está entre as mais específicas e desejadas pelas
empresas, integrando também a 9002 e a 9003.
ISO 19011 — Refere-se as instruções para auditorias de sistemas de gestão.
ISO 14010: Responsável pelas Auditorias Ambientais.
ISO 14031: Responsável pela Avaliação de Desempenho Ambiental em uma organização.

44
Competência 04

ISO 14020: Estabelece princípios orientadores para o desenvolvimento e uso de rótulos


e declarações ambientais.
ISO 14040: Responsável pelo estudo da Avaliação do Ciclo de Vida.

Caro(a) estudante, o programa de qualidade pode ser executado em qualquer setor ou


área, basta apenas organizar, padronizar e definir os pontos que devem ser avaliados e melhorados
perante o cliente e os princípios e diretrizes da empresa.
Destaca-se o sistema de gestão da qualidade (SGQ), com finalidade de analisar todos os
procedimentos da instituição e como esses processos podem melhorar a condição dos produtos e
serviços perante aos clientes.
No sistema, encontram-se princípios e diretrizes da qualidade, que são utilizados em
cada processo que envolve o dia a dia da empresa, onde diante desta situação é possível fazer a
tomada de decisões de forma convicta, pois, através das ferramentas utilizadas, o gestor poderá
verificar os indicadores de atividade da empresa.
Muitas instituições no mundo, usufruem do SGQ, para implantar novos processos,
gerenciar e checar sua capacidade. Uma das razões para a utilização desse sistema, é que um maior
número de clientes fica satisfeito com a Instituição. Além disso, há uma melhora na imagem, no
exercício e na cultura organizacional. A produção sobe e os custos reduzem, é um diferencial, sendo
um critério que garante maiores oportunidades e concorrência frente aos mercados, nacional e
internacional. Surge um clima satisfatório e uma comunicação melhor entre os colaboradores. A
implantação da gestão da qualidade traz benefícios, pois é dotada de treinamentos, mapeamento
dos processos empresariais e registros das atividades da organização.

Convido você a acessar o site abaixo, para maiores informações sobre a


certificação da ISO e como obtê-la.
http://www.abnt.org.br/certificacao/o-que-e

45
Competência 04

4.4 Planejamento de capacidade de produção

A capacidade é um ponto importante para empresa poder avaliar sua margem de venda
e lucro.
Entende-se por planejamento de capacidade, um processo pelo qual uma empresa define
suas necessidades de recursos, infraestrutura e serviços. Isso normalmente é feito durante um
período de tempo específico e, geralmente, com objetivos bem definidos.
Fatores importantes para a capacidade:
• Instalações: o tamanho das instalações é de extrema importância e sempre que
possível, procura-se deixar um espaço para futuros investimentos.
• Layout: o layout pode limitar a capacidade, podendo aumentá-la ou restringi-la. Em
muitas vezes, também, poderá ser solucionado um problema de capacidade através
de uma análise minuciosa.
• Fatores ambientais: calor, iluminação e o ruído fazem influência sobre a capacidade,
pois caso não seja bem cuidado, poderão gerar fadiga e outros problemas que
prejudicarão a capacidade.
• Composição dos produtos/serviços: a diversidade reduz a capacidade. Uniformidade
dão a vez a padronização de métodos e materiais, diminuindo o tempo de operação
e melhorando a capacidade. Produtos diversificados necessitam de constantes
preparações das máquinas, que poderão ficar à espera por um bom tempo,
diminuindo assim a capacidade. Hoje em dia as instituições possuem métodos de
setup (trocas rápidas) para que não perca muito tempo em preparação e ajustes de
máquinas, o que ajuda manter o padrão de capacidade.
• Projeto do processo: Trabalhando o processo de forma tecnológica tende a melhorar
o aumento da capacidade. Encontram-se os processos manuais que ajudam na
restrição do limite e que poderiam ser modificados pelos mecanizados
• Fatores humanos: Disposição dos profissionais evoluírem suas habilidades,
portanto, a instituição pode investir frequentemente em treinamentos mantendo
funcionários estimulados, valorizando-os através de ânimo, pois eles caracterizam o
capital humano da instituição.
• Fatores operacionais:

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Competência 04

A capacidade do processo pode crescer ou reduzir em função do planejamento


operacional.
Exemplo: Certas máquinas, podem executar de forma mais morosa e acabam
decidindo a agilidade no processo, podendo impactar de forma negativa na produção
e, em contrapartida, diminuir a capacidade.

• Fatores externos:
Existem muitos critérios de aspectos externos que influenciam na capacidade.
É de extrema importância o pós-venda para entender o grau da qualidade que a
empresa representa para o cliente, analisando os pontos importantes, evitando
impactos de redução na capacidade.
As empresas devem adotar uma identidade para expandir seu serviço ou mercadoria
onde, estará captando recursos para seu benefício.

4.4.1 Vantagens do planejamento da capacidade produtiva

As empresas, para obter mais assertividade na qualidade da produção, utilizam diversas


ferramentas como ERP, contribuindo para o setor operacional, favorecendo os profissionais,
facilitando a execução das atividades com possibilidade de incorporar com outros setores.

O setor comercial, por exemplo, é importante neste requisito pois, contribui na segurança
das informações referentes a demanda.
O setor de compras contribui no abastecimento, garantindo matéria-prima para os
pedidos planejados.
No caso dos Recursos humanos, planeja o quadro necessário de acordo com estratégia
da produção.
A tecnologia trouxe melhores resultados permitindo facilidades quanto aos cálculos para
o setor operacional.
Sistemas como ERP Sankhya, por exemplo, são muito utilizados em indústrias com
módulos simples e objetivo. No sistema, é possível o profissional ter uma interpretação melhor do

47
Competência 04

negócio, averiguando o mercado em tempo real, analisando relatórios, beneficiando seu


planejamento estratégico para futuros negócios.
Caro(a) estudante, encerramos nossa última competência do caderno de produção com
um rico material para auxiliar seus estudos.

Convido você agora para assistir a nossa última Videoaula

Boa sorte!!

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Conclusão

Ao fim do trabalho, pode-se concluir que a pesquisa realizada ampliou o conhecimento a


respeito dos textos e forneceu informações importantes para entendermos toda cadeia de produção.
Percebe-se que, de acordo com a produtividade as empresas tendem a crescer nos
últimos tempos devido à grande concorrência e a necessidade de fazer sempre o melhor.
Produtividade não é apenas maior quantidade, é necessário avaliar a qualidade do serviço
prestado.
Também foi possível aprender que nos dias atuais, o setor de logística é visto como uma
área de muita importância para alcançar o sucesso.
Os meios de produção fazem parte do grupo de trabalho e objetos de trabalho –ou tudo
aquilo que tem a relação entre o trabalho humano e a natureza, no processo de transformação em
si.
Com este trabalho podemos concluir que os indicadores de qualidade são resultados de
medições de desempenho das operações efetuadas.
Enfim, só se pode gerir aquilo que se tem conhecimento, adquirindo um princípio sólido
para que se possa ser mais afirmativo em relação aos procedimentos da empresa.

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Referências

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Consultoria e Treinamento em Logística Ltda. Indicadores de Desempenho Logístico. São Paulo,
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vol. 9. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1996.

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Minicurrículo do Professor

Tiago de Andrade Maciel


Especialista em Logística empresarial pela Universidade Joaquim Nabuco e Graduado em
Administração em Marketing pela Faculdade Boa viagem. Foi professor da escola técnica Getec,
Faculdade Santa Emília, faculdade Joaquim Nabuco de Recife e Olinda, onde ministrou aulas nos
cursos de RH, Administração, Marketing,Comércio Exterior e Logística, tem experiência de 21 anos
como profissional do setor logístico atuando em empresas privadas como Rapidão Cometa,
Rodogarcia, Focus log, Itaguary e atualmente na multinacional Fedex, com foco em Distribuição,
Check-in, Check-out , Planejamento e gestão de pessoas nos modais rodoviário e aéreo.

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