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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇABIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

Bapaine Momade, Código: 708221493

2o Ano, Turma L

O contributo da supervisão pedagógica na concretização do projecto político


pedagógico: Caso Sala de Aulas

Abril de 2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇABIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE PORTUGUÊS

Bapaine Momade, Código: 708221493

2o Ano, Turma L

O contributo da supervisão pedagógica na concretização do projecto político pedagógico:


Caso Sala de Aulas

Trabalho de Campo da disciplina de Língua


Portuguesa II, de carácter avaliativo, submetido ao
Instituto de Educação à Distância, Universidade
Católica de Moçambique, como requisito parcial para
obtenção de Grau de Licenciatura em Ensino de
Português.

Docente:

Abril de 2023
Índice
Introdução.........................................................................................................................................3
1.1. Conceito da Morfologia.............................................................................................................5
1.2. O Surgimento da Morfologia.....................................................................................................5
1.3. As Classes Gramaticais da Morfologia.....................................................................................6
1.3.1. Substantivo.............................................................................................................................8
1.3.2. Artigos....................................................................................................................................9
1.3.3. Adjetivos...............................................................................................................................10
1.3.4. Pronomes..............................................................................................................................10
1.3.5. Numerais...............................................................................................................................11
1.3.6. Verbos...................................................................................................................................12
1.3.7. Advérbios.............................................................................................................................13
1.3.8. Preposições...........................................................................................................................14
1.3.9. Conjunções...........................................................................................................................14
1.3.10. Interjeições.........................................................................................................................15
Conclusão.......................................................................................................................................16
Referências Bibliográficas..............................................................................................................17
Introdução
A Morfologia e a Sintaxe são planos da descrição da língua que aparecem juntos na
morfossintaxe, levando-se em consideração o facto de se auxiliarem, privilegiando as
interrelações entre os dois níveis. No entanto, Joaquim Mattoso Câmara Júnior, o pai da
Linguística, observa o caráter autônomo da Morfologia, valendo-se da idéia de relação
associativa ou paradigmática. Por exemplo, o substantivo gato, através de suas relações de
oposição no paradigma, é masculino e singular, valores morfológicos.

Veja bem, podemos estudar Morfologia, conceituá-la, embora saibamos que a referência à
Sintaxe e a outros planos de descrição é constante. De um ponto de vista metodológico, vamos
nos deter um pouco no estudo da Morfologia, visando à observação de aspectos sincrônicos, ou
seja, do “aqui e agora”, porque os mecanismos de funcionamento de um idioma antecedem as
explicações de caráter histórico ou diacrônico. Por exemplo, do verbo comer derivaram comida,
comilança, comilão, conduzindonos à conclusão de que seu radical é com (diferentemente do
radical latino ed). Logo, não interessa ao estudo da Morfologia saber que no passado o radical do
verbo comer era ed, comedere. Ao realizar aspectos sincrônicos, a língua é vista no contexto
actual.
1. A Morfologia (classes gramaticais)

1.1. Conceito da Morfologia


A Morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras, desde a sua estrutura e formação até
as suas formas de flexão. As palavras se organizam em dez categorias, que são conhecidas como
classes de palavras.

Segundo Ortega (1990:3). “A morfologia, como disciplina da linguística, trata da forma interna
das palavras, mais precisamente de sua estrutura” De acordo com Jensen (1990:1) “Morfologia é
o estudo da estrutura interna das palavras”

1.2. O Surgimento da Morfologia


De modo com descreve na sua obra A morfologia surge através dos gramáticos clássicos, na
Antiguidade greco-latina, que dividiam a gramática em três partes: flexão, ou “acidentia”, a
derivação, ou formação de palavras e a sintaxe. Consideravam as palavras como indivisíveis, sem
fazerem qualquer alusão ao morfema.

Somente no final do século XVIII, a descoberta do Sânscrito (antiga língua sagrada dos hindus),
permitiu o reconhecimento de uma estrutura interna das palavras com a depreensão de unidades
mínimas como raízes e afixos. Veja que, de alguns séculos antes de Cristo até o século XVIII,
não tínhamos estudos de morfemas. Somente na segunda metade do século XIX, por volta de
1860, a palavra morfologia foi utilizada pela Lingüística, referindo-se à flexão e à derivação.

O professor e linguista Mattoso Câmara lançou o seu livro “Princípios de lingüística geral” em
1942, trata-se de uma ciência muito nova. Hora vejamos primeiro a definição bastante didática de
Leonor Cabral: “uma definição de morfologia que a considere como um componente separado da
sintaxe e tendo como unidade mínima e máxima de seu objecto, respectivamente, o morfema e a
palavra, seria: parte da gramática que descreve as unidades mínimas de significado, sua
distribuição, variantes e classificação, conforme as estruturas onde ocorrem, a ordem que
ocupam, os processos na formação de palavras e suas classes.”
Assim, vemos que, diferentemente de Saussure, que não via a Morfologia como objecto
autônomo, outros linguistas importantes, inclusive Mattoso Câmara, reconhecem a possibilidade
de estudá-la separadamente da Sintaxe.

1.3. As Classes Gramaticais da Morfologia


A gramática organiza as palavras nos seguintes grupos: substantivo, adjetivo, artigo, numeral,
pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição; contabilizando um conjunto de
dez classes gramaticais (classes de palavras), esta classificação possui um critério de composição
denominado, para alguns gramáticos, de critério morfo-semântico. Um dos fundamentos da
organização de palavras em classes está relacionado ao significado extralinguístico que o
vocábulo apresenta. Para realizar uma classificação adequada, o gramático Evanildo Bechara,
orienta um estudo com base na distinção dos seguintes significados:

Significado Lexical; um sentido existente anterior à palavra. Corresponde a um referente no


mundo, um objeto ou algo que possui existência fora da linguagem. “Corresponde ao quê da
apreensão do mundo extralinguístico” (BECHARA,2009, p.109) É uma organização que a
linguagem constrói para a realidade existente anterior e independente dela. Exemplo: É o
significado comum a cada uma das séries de palavras: amor – amante – amar – amavelmente.

Significado Categorial; “correspondem ao como da apreensão do mundo extralinguístico”.


(BECHARA, 2009, p. 109) É o modo de ser das palavras dentro do texto, por isso não possuem
classes léxicas fixas, podem surgir em um discurso como substantivo e em outro como adjetivo.
Exemplo: amor (quando usado como substantivo); amar (quando usado como verbo).

De acordo com o estudo apresentado por Evanildo Bechara em “A Moderna Gramática


Portuguesa”, é válido destacar que o substantivo, o adjectivo, o verbo e o advérbio correspondem
as quatro únicas reais “categorias gramaticais” da língua. Entretanto, na gramática tradicional
essas classes se apresentam definidas de maneira confusa. Bechara denomina essas classes de
“categorias verbais”, porque são as únicas dotadas do significado categorial.

Significado Instrumental; se refere aos significados dos morfemas, os elementos que compõem
o universo da gramática. Como artigos e preposições, por exemplo. Ou como elementos de
palavras: s de canetas. Fazem parte do conjunto de morfemas que possuem significado
instrumental nas combinações gramaticais: prefixos, sufixos, desinências, acentos, dentre outros.
Os significados instrumentais correspondem ao modo da expressão material.

Significado Estrutural Ou Sintático; é o resultado das combinações de unidades lexemáticas ou


categoremáticas com morfemas, dentro da oração. São significados estruturais singular, presente,
passado, futuro, entre outros, que se constroem nas relações dentro da oração. Por exemplo, o “s”
de cadernos é o resultado estrutural da combinação.

Significado Ôntico: só ocorre no plano da oração, refere-se ao valor existencial designado na


oração; se é afirmativo, imperativo, negativo.

Os estudiosos (linguistas) estabelecem diferenças entre tipos de Morfologia, a flexional e a


derrivacional, as flexões ou desinências modo-temporais, número-pessoais, de gênero e número,
respectivamente, são vistas na Morfologia Flexional. “A flexão é uma variação de caráter
morfossintático”, segundo Maria Nazaré Laroca (1994).

A variação é uma exigência da concordância nominal ou verbal. Por exemplo: “Tu ganhaste
vários prêmios?” Há uma dependência da palavra “tu”, com o verbo ganhaste (2ª singular), bem
como das formas de plural em vários e prêmios.

A flexão ou variação de verbos e nomes é uma série fechada e constante, pois há uma
previsibilidade no sistema interno da língua. Por exemplo: “Vou ao clube”; se o plural da
primeira pessoa é vamos, não poss acrescentar aí um significado novo. O plural de “belo rapaz” é
“belos rapazes” e disso não posso fugir.

A flexão é também algo que tem estabilidade semântica. Há séculos o plural de flor é flores, sem
extensão de sentido, agora você vai aprender do que trata a Morfologia Derrivacional, o outro
ramo dessa interessante área de estudo. Também chamada de lexical, seu objecto de pesquisa é a
estrutura das palavras e os processos de formação do léxico; consiste numa série aberta á
possibilidade de criação de novas palavras. Uma oposição lexical estabelece a diferença no léxico
ou dicionário. Exemplo: amar (verbo), amante (substantivo) e amado (adjetivo ou verbo) são
palavras diferentes.
Já na flexão as desinências verbais e nominais ou os elementos “não-gramaticais” são
selecionados pala gramática, sem mudança de classe ou significado, através das flexões, não
criamos palavras; isso marca uma oposição com a derivação, que, ao incluir prefixos e sufixos a
uma base, cria novos vocábulos. Exemplo: amar (verbo), amador (substantivo). Agora vamos
entender nocções de conjunto e estrutura.

A língua é uma estrutura organizada, ou seja, dispõe letras do alfabeto de modo a formar
palavras, isso no caso das línguas alfabéticas. O conjunto são as peças jogadas sem ordenação.
Exemplo: “mroa”. Se dispusermos tais letras numa certa ordem, teremos Roma, Omar, ramo,
amor, mora, estruturas da língua com forma e sentido, além da função sintática.

A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a morfologia, assim, segundo um estudo
morfológico da língua portuguêsa, as palavras podem ser analisadas e catalogadas em dez classes
de palavras (ou classes gramaticais) distintas, sendo elas: substantivo, artigo, adjetivo, pronome,
numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Uma palavra categoremática pode
ter sentido instrumental, como é o exemplo dado por Evanildo Bechara (2009, p. 112):

“Meu lápis.”

Meu: pertence à classe de palavras categoremáticas dos pronomes (Pronome possessivo). Nesta
estrutura o pronome assume valor de adjetivo, uma vez que caracteriza o substantivo lápis.

1.3.1. Substantivo
Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre
outros, podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e
grau (diminutivo, normal, aumentativo). Os substantivos exercerão papel de núcleo das funções
sintáticas em que estão inseridos (sujeito, objecto directo, objecto indirecto e agente da passiva),
sendo certo que, na língua portuguesa, tudo gira em função deles, vez que estão presentes para
relacionarem-se com as funções que vêm antes ou depois. Além disso, os substantivos podem ser
divididos e classificados de acordo com as diversas especificidades e referências da língua
portuguesa. O quadro a seguir contém os mais importantes e recorrentes:
 Simples: formados por um só radical (flor, tempo, chuva);

 Compostos: formados por mais de um radical (couve-flor, passatempo, guarda-chuva);

 Concretos: coisas palpáveis, reais -ou tidas como reais- (homem, menino, lobisomem,
guarda-sol);

 Abstratos: estados e qualidades, sentimentos e ações, coisas que não são palpáveis
(vida, beleza, felicidade, esforço, ansiedade);

 Primitivos: originários, não derivam de outra palavra (pedra, ferro, porta);

 Derivados: derivam de outra palavra (pedreiro, ferreiro, portaria, pobreza, imortal);

 Comuns: quando se referem a seres sem especificá-los (país, cidade, pessoa, coisa);

 Próprios: quando se referem a seres e entidades determinadas (Brasil, Santos, João,


Deus);

 Coletivos: conjunto de seres da mesma espécies (álbum, cardume, colmeia, rebanho).

1.3.2. Artigos
Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando se estes serão definidos ou
indefinidos, os artigos serão flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e
plural), indicando, por consequência, o gênero e o número dos substantivos que acompanham. Os
artigos, como já mencionado, serão classificados em definidos (o, a, os, as) ou indefinidos (um,
uma, uns, umas).

Ao utilizarmos um dos primeiros antes de um substantivo, verifica-se a presença de


especificidade: é certo que “a menina”, por exemplo, quer designar uma menina especifica e que
“o país” refere-se a um país em particular. Bom, em se empregando um dos segundos artigos, por
outro lado, verifica-se a ausência de especificidade, vez que “uma menina” poderia se tratar de
qualquer menina e “um país” não se refere a um país específico.
1.3.3. Adjetivos
Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade,
característica, aspecto ou estado, podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino),
número (singular e plural) e grau (normal, comparativo, superlativo). Os adjetivos também
possuem classificações: adjetivos simples, compostos, primitivos e derivados, nos mesmos
parâmetros em que se classificam os substantivos. Contudo, possuem três classificações não
presentes na outra classe, quais sejam:

 Adjetivos Biformes: podem apresentar duas formas de gênero – ex: bonito(a), alto(a),
ligeiro(a), rápida(o), iluminada(o), estudiosa(o);

 Adjetivos Uniformes: têm forma única independentemente de gênero – ex: competente,


veloz, inteligente, capaz, altruísta;

 Adjetivos Pátrios: qualidade da pessoa conforme local onde nasceu – ex: brasileiro,
paulista.

1.3.4. Pronomes
Pronomes são palavras que substituem o substantivo em determinado ponto de frase (estes são os
pronomes substantivos) ou que acompanham, determinam e modificam o substantivo, atribuindo-
lhe particularidades e características (os pronomes adjetivos). Podem ser flexionados em gênero
(masculino e feminino), número (singular e plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa do discurso). Os
pronomes podem ser de seis espécies: pessoais retos, oblíquos e de tratamento; possessivos;
demonstrativos; relativos; indefinidos, e interrogativos.

 Pronomes pessoais retos: os pronomes pessoais retos comumente se referem ao sujeito, e


são: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Os três primeiros estão na 1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular e os
três últimos na 1ª, 2ª e 3ª pessoa do plural, respectivamente.

 Pronomes pessoais oblíquos: os pronomes pessoais oblíquos referem-se ao objeto direto


ou ao indireto, sendo ainda classificados em átonos ou tônicos:
 Oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes

 Oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.

 Pronomes pessoais de tratamento: os pronomes pessoais de tratamento são formas mais


reverentes de dirigirmo-nos à pessoa com quem estamos falando ou de quem estamos
falando. ( Ex.: senhor, senhora, senhorita, Vossa Senhoria, Vossa Santidade, Vossa
Majestade, Vossa Excelência, e, ainda que não mais empregado para imprimir reverência,
você, entre outros.).

 Pronomes possessives: estes transmitem, principalmente, uma relação de posse, ou seja,


indicam que alguma coisa pertence a uma das pessoas do discurso. (Ex.: meu, minha, sua,
teu, tua, nosso, vosso, seus, etc.).

 Pronomes demonstratives: situam alguém ou alguma coisa no tempo, no espaço e no


próprio discurso quando em relação às pessoas mencionadas nele: quem fala, com quem
se fala, de quem se fala... (Ex.: este, essa, aquilo, isto, isso, tal, etc.).

 Pronomes interrogativos: referem-se sempre à 3ª pessoa gramatical e são comumente


utilizados para interrogações, ou seja, para formular perguntas de modo direto ou indireto.
(Ex.: que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos).

 Pronomes relativos: relacionam-se sempre com o termo da oração que se antecede,


servindo de elo de subordinação das orações que iniciam. (Ex.: que, quem, onde, o qual,
os quais, cujo, cuja, cujos).

 Pronomes indefinidos: referem-se sempre à 3ª pessoa gramatical, indicando que algo ou


alguém é considerado, de forma indeterminada ou imprecisa. (Ex.: algum, alguma,
nenhuma, todos, muitas, nada, algo etc.).
1.3.5. Numerais
Numeral é a palavra que indica a posição, quantidade ou o número de elementos, sejam de
pessoas ou de coisas quaisquer. Alguns numerais podem ser flexionados em gênero (masculino e
feminino) e número (singular e plural), outros são invariáveis. A parte destas, há as seguintes
classificações:

Numerais Cardinais: um, sete, vinte e oito, mil etc.

Numerais Ordinais: primeiro, segundo, milésimo, vigésimo etc.

Numerais Multiplicativos: duplo, triplo, quádruplo, sêxtuplo etc.

Numerais Fracionários: um meio, um terço, três décimos etc. Numerais Coletivos:


dúzia, centro, dezena, quinzena etc.

1.3.6. Verbos
Verbos são palavras que indicam, genericamente, ações. Os verbos podem ser flexionados em
número (singular e plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa do discurso), modo (indicativo, subjuntivo
e imperativo), tempo (passado, presente e futuro), aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz
(ativa, passiva e reflexiva). Além de uma ação (como correr), verbos podem indicar também uma
ocorrência (nascer), um estado (ficar), um desejo (querer) ou um fenômeno (chover).

Assim, o que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados.
Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de
alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que
esses verbos possuem. Ora, são elas substantivos derivados dos verbos correr, chover e nascer,
respectivamente.
1.3.7. Advérbios
Advérbios são palavras que modificam verbos, adjetivos ou até outros advérbios por meio da
atribuição de uma circunstância específica a eles (um tempo, um lugar, um modo, uma tensidade,
etc.). São, em sua maioria, invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.

Contudo, apesar de não possuírem flexões em gênero e número, alguns advérbios podem ser
flexionados em grau, apresentando-se com sentido diminuído ou aumentado. Nesse passo, são
dois os graus do advérbio: comparativo e superlativo. O grau comparativo é utilizado para
comparar as diferenças entre os dois objetos, podendo ser de igualdade (tanto quanto),
superioridade (mais que) ou inferioridade (menos que). Por outro lado, o superlativo realiza uma
determinação absoluta, podendo ser classificado em absoluto analítico ou absoluto sintético.

Comparativo:

De igualdade: tão+advérbio+quanto; Ex: Renato fala tão alto quanto João

De inferioridade: menos+advérbio+que (do que); Ex: Renato fala menos alto do que
João.

De superioridade: mais+advérbio+que (do que); Ex: Renato fala mais alto do que
João.

Superlativo Pode ser analítico, quando acompanhado de outro advérbio, ou sintético,


quando formado com sufixos.

Ex1: Renato fala muito alto. (muito+alto); Ex2: Renato fala altíssimo.

Todas atribuem qualidades, especificações a algo. Cuidado somente ao concluir, de maneira


equivocada, que outras palavras também terminadas assim sejam advérbios! Há que se analisálas
antes de partir para conclusões.
1.3.8. Preposições
Reposições são simples e fáceis de se identificar na oração, são palavras que estabelecem
conexões com vários sentidos entre dois termos da oração. Através de preposições, o segundo
termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo (termo antecedente), em outras
palavras, a preposição serve para víncular dois (2) termos numa oração. Todas as preposições são
invariáveis, não passíveis de flexão em género e número.

Importante ressaltar: isoladas da frase, as preposições não possuem qualquer função sintática,
elas não fazem sentido sozinhas. Ex: após, para, com, de, por, contra, desde, perante, durante,
exceto, etc. Há, ainda, conjunções que levam mais de uma palavra, são as conjunções
prepositivas.

Ex: ao lado de, antes de, além de, etc.

Vejamos alguns exemplos em sentenças: O chefe da nacção lutou contra mim durante meu tour
pelos bares da vida. Sua irmã confiava a mim seus segredos, além de querer-me bem. Seu veleiro
fora avaliado em um milhão. Nele, nós viajamos com o restante da família e comemos bife a
cavalo. Falamos sobre estatística e a respeito de aves. Salvo engano, sob meu ponto de vista,
tratava-se de uma família um tanto peculiar.

1.3.9. Conjunções
Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas orações ou entre termos
de uma mesma oração, estabelecendo relações de coordenação ou de subordinação. São
invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número. Ex: e, nem, mas, todavia, portanto,
destarte, porque, que, como, contanto que, conforme, assim que, quanto mais, etc. A conjunção
estará construindo uma relação de coordenação (conjunção coordenativa) quando estiver sendo
feita uma ligação entre orações independentes entre si.

Nesses casos, ao se lerem as orações que ela vincula separadamente, encontrar-se-á sentido
completo. Por outro lado, a relação será de subordinação (coordenação subordinativa) quando o
sentido da segunda oração for directamente relacionado ao conteúdo da primeira. Ora,
diferenciam-se as conjunções das preposições porque, além de vincularem termos, estabelecendo
relação semântica entre eles, as conjunções dão alguma indicação argumentativa ao texto.
Revelam alguma intenção, por assim dizer, ora vejamos alguns exemplos em sentenças: Eu a amo
mas não posso com ela estar. Disse-lhe que era tarde... também já usei todas as rosas de que
dispunha e nada mudou. Como um tonto, tentei de tudo. Fui teimoso porque pensei que meu
jardim resplandeceria. Quanto mais acreditava, mais orquídeas apareciam em minha vida. E eu as
regava diariamente, então foi mais difícil cortar as raízes. Caso houvesse oportunidade e
sentimento, faria tudo de novo.

1.3.10. Interjeições
Interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, estados de espírito, etc. São
invariáveis e seu significado fica dependente da forma como elas são pronunciadas pelos
interlocutores. Estão comumente atreladas a situações enfáticas. As interjeições possuem diversas
classificações de acordo com a forma como o interlocutor as utiliza, podendo ser de
cumprimentos (Olá!, Ei!), de afastamento (Xô!, Rua!), de desaprovação (Basta!, Francamente!),
de alívio (Ufa!, Uf!), de silêncio (Psiu!, Silêncio!), entre muitas outras.

Conclusão
Depois de ter feito o trabalho com o tema de Morfologia, concluimos que a morfologia
consequentemente, tem certa autonomia em relação à Sintaxe, sem contudo deixar de fazer
constantes referências ao critério funcional ou sintático, cabe-nos delimitar os campos de análise,
focalizando ora um, ora outro, sem diminuir o valor deste ou daquele. Saber criticar, julgar,
marcar as diferenças entre áreas afins é importante para a descrição linguistica.

Portanto, verifica-se determinadas classes que possuem um conjunto definido ou limitado de


palavras, não podendo ocorrer outro tipo de vocábulo que faça parte de tais classes. O que facilita
a identificação, e posterior análise dentro das orações. Porém, há vocábulos que se repetem em
mais de uma classe de palavras, o que reforça a ideia de que a análise da oração se faz necessária
para a classificação de cada palavra.
Referências Bibliográficas
LAROCA, Maria Nazaré de Carvalho. Manual de morfologia do português. Juiz de Fora, UFJF,
1994.

SILVA, Maria Cecília P. de Souza. Lingüística aplicada ao português: Morfologia. São Paulo:
Cortez Editora,1989.

JENSEN, J. T. Morphology. Word Structure in Generative Grammar. Amsterdam/Philadelphia:


John Benjamins, 1990.

ORTEGA, S. V. Fundamentos de morfología. Madrid: Editorial Sintesis, 1990.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. rev., ampl. e actual. – Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

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