Você está na página 1de 7

INJETOR/SEGUIDOR DE SINAIS COM

AMPLIFICADOR INTEGRADO
Marcos Paulo Baliscei (marcao_cfh)

1. Introdução
Após a montagem de um circuito, ele nem sempre funciona de primeira.
Diversos problemas podem acontecer: componentes com valores errados, solda
fria, ponte de solda entre as trilhas, entre outros.
Em alguns casos, o problema é visível. Em outros, precisamos analisar o
comportamento do sinal através do circuito. Para isso, existem duas ferramentas
de baixo custo que podemos construir em casa:
 Injetor de sinais: é um pequeno oscilador que gera um sinal que, como o
nome diz, é injetado no circuito. Para entender melhor como ele funciona,
vejamos na Figura 1 um circuito bastante clássico:

Figura 1. Overdrive de 1 transistor.


O sinal vindo da guitarra atravessa C1 e vai para a base de Q1, onde é
amplificado, saindo pelo coletor de Q1 e atravessando C2 até chegar ao
amplificador.
Para utilizar o injetor, injetamos o sinal entre C2 e a saída para o
amplificador, e observamos se há saída de som. Em caso positivo, “voltamos”
no caminho seguido pelo sinal da guitarra, ou seja, injetamos sinal entre o coletor
de Q1 e C2.
Vamos supor que, neste caso, não há som saindo no amplificador. Então
sabemos que o sinal não está atravessando C2 e ali está o problema na
montagem. Substituímos C2 e fazemos o teste novamente.
 Seguidor de sinais: este é o famoso audio probe publicado por R. G. Keen
em sua página (geofex.com). Consiste em uma ponta de prova ligada ao
amplificador através de um capacitor. Seu funcionamento é “contrário” ao
do injetor.
O seguidor é conectado inicialmente entre o jack de entrada e C1.
Tocamos a guitarra (por exemplo, cordas soltas) e verificamos se há saída de
som no amplificador. Em caso positivo, aplicamos o seguidor após C1, e
sucessivamente nos outros componentes.
Suponhamos que o sinal “desaparece” quando testamos o ponto entre o
coletor de Q1 e C2. Isso significa que ele não está atravessando Q1, e
encontramos onde está o problema na montagem.
Ambas as ferramentas são úteis, cada uma à sua maneira. Cada uma
possui vantagens e desvantagens em relação à outra, e cabe a quem for utilizá-
las escolher a que mais lhe agrada.

2. Propondo uma ferramenta mais completa


Em ambas as ferramentas, existem alguns pontos em comum:
 é necessário conectar o terra da ferramenta ao terra do circuito a ser
testado. Isso pode ser feito utilizando uma garra jacaré;
 ambas as ferramentas necessitam de um amplificador para analisar o
circuito.
A partir destes dois pontos, é proposta uma ferramenta que facilite a
conexão ao terra do circuito sem utilizar uma garra jacaré e elimine a
necessidade de um amplificador para os testes, tendo nela mesma um
amplificador simples embutido, utilizando um pequeno falante. Assim, é
necessária apenas a ferramenta para o diagnóstico do circuito, dispensando a
necessidade de um amplificador e até mesmo de uma guitarra.
Além disto, a mesma ferramenta pode ser montada como injetor ou
seguidor. Ela apresenta dimensões reduzidas e baixo custo para a montagem,
usando apenas um componente crítico.

3. O circuito do injetor/seguidor

O circuito do injetor/seguidor é mostrado na Figura 2 abaixo.

Figura 2. Circuito do injetor/seguidor.

Podemos observar do lado esquerdo um oscilador formado por dois


transístores. Este é o já conhecido gerador de sinais. Do lado direito há um
amplificador simples baseado no LM386.

Lista de componentes:
C1 = 2n2 R1 = 1K
C2 = 10n R2 = 68K
C3 = 10n R3 = 68K
C4 = 100n R4 = 1K
C5 = 220Uf Q1 = 2N5088
IC1 = LM386 Q2 = 2N5088
Dos componentes utilizados, apenas o 386 é crítico. Ele não pode ser
substituído por outros CIs que não sejam o 386. Os outros componentes podem
ser substituídos por valores próximos sem alterar o funcionamento do circuito.
Qualquer falante pode ser utilizado, desde que tenha potência de mais
que ½ W. Para uma montagem compacta, é recomendado utilizar um falante de
notebook.

4. Montando o circuito como injetor


Para montar o circuito como injetor de sinais, deve-se conectar o ponto
AMP-IN e GND a um plug P10. Este plug é conectado ao jack de saída do circuito
a ser analisado. Desta forma, o terra do injetor é conectado ao terra do circuito
através do plug, e a saída do circuito é conectada ao amplificador, que monitora
todo o sinal que atravessa os componentes.
No ponto INJETOR-OUT é conectada a ponta de injeção. Pode-se usar
um fio com uma ponta em sua extremidade ou até mesmo um simples pedaço
de terminal de algum componente, como por exemplo a perna de um resistor.
A Figura 3 mostra o layout da montagem do injetor.

Figura 3. Layout do injetor de sinais.


O layout foi planejado de maneira a tornar o injetor uma “ferramenta de
mão”. Suas dimensões são muito próximas às de uma bateria, como mostra a
Figura 4. Assim, ele pode ser preso a uma bateria usando elásticos, utilizando
um falante de notebook colado em cima do clip da bateria.

Figura 4. Comparação entre o injetor e uma bateria.

O layout para impressão em tamanho real para transferência encontra-se


na última página deste documento.

5. Montando o circuito como seguidor


Para montar o circuito como seguidor de sinais, conecte os pontos
INJETOR-OUT e GND a um plug P10 utilizando um pequeno pedaço de cabo
comum. Este plug é conectado ao jack de entrada do circuito a ser analisado.
Assim, além de conectar o terra do seguidor ao do circuito, o sinal produzido pelo
gerador é conectado à entrada do circuito, substituindo a guitarra e a
necessidade de tocá-la para produzir o som que passa pelos componentes.
No ponto AMP-IN é conectada a ponta de prova. Da mesma forma que no
injetor, a ponta pode ser formada por um fio ou um pedaço de terminal de
componente.
O layout do seguidor é mostrado na Figura 5.

Figura 5. Layout do seguidor de sinais.

O layout é praticamente idêntico ao do injetor, alterando apenas o


necessário para deixar a ponta de prova na extremidade da placa. Assim, as
dimensões são as mesmas do injetor, e próximas às de uma bateria.
O layout pronto para a impressão encontra-se a seguir.

6. Layouts para impressão e transferência


A seguir estão os layouts prontos para impressão e transferência térmica
ou com acetona. Eles estão dimensionados corretamente, só é necessário
imprimi-los usando o tamanho real do documento. Ambos foram verificados.
Injetor

Seguidor

Você também pode gostar