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2 - Design, Cidades e Patrimônio.
2 - Design, Cidades e Patrimônio.
Mediadores de Educação
para Patrimônio
Design, cidades
e patrimônio
Robledo Duarte
SUMÁRIO
1. Apresentação............................................................................... 19
2. Design como ferramenta de transformação do patrimônio..... 21
3. Cidades, patrimônio e design..................................................... 24
4. Economia criativa e cidades....................................................... 26
5. As cidades criativas..................................................................... 28
Referências bibliográficas.............................................................. 31
1.
APRESENTAÇÃO
E a luz viu desconfiada
a noiva do sol com mais
um supermercado.
Era uma vez meu castelo
entre mangueiras
e jasmins florados.
(Ednardo em “Longarinas”)
SE
LIGA!
20 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO
CRITO ROCHA
ROCHA| |UNIVERS
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
2.
DESIGN COMO
e esta pode se transformar, com o tempo,
em algo mais complexo.
Mas o que é design? Até hoje não se con-
seguiu uma tradução literal para esta palavra
inglesa, pois apesar de ser entendida como
FERRAMENTA DE “desenho”, tem muitas facetas, dependendo
que quem utiliza as suas funções. Nesse sen-
TRANSFORMAÇÃO tido, as considerações da dupla de suecos
Lowgren e Stolterman é bem instigante:
DO PATRIMÔNIO Em nosso cotidiano, com frequência lida-
A produção em massa, que hoje mos com diversos artefatos, que são pro-
deve ser tida em consideração dutos artificiais, fruto da inteligência e do
como a base para a arquitetura trabalho humano, construídos com deter-
moderna, existe na própria natureza e, minado propósito em mente. São artefa-
intuitivamente, no trabalho popular. tos, por exemplo, um copo, um pente, uma
(Lina Bo Bardi, arquiteta, casa, um carro. Um artefato não surge es-
pontaneamentedanatureza.Alguémdeci-
designer e cenógrafa).
de sua função, forma, estrutura, qualidade
e o constrói com seu trabalho (LOWGREN;
o filme 2001, uma odis-
STOLTERMAN apud Barbosa, 2011, p.115)
séia no espaço, do cine-
asta inglês Stanley Ku- O design tem vários segmentos. Pode ser
brick, existe uma cena gráfico, digital, cênico e de interiores. Ainda
antológica. Um grupo vão ser inventados outros tipos, dependen-
de homens primitivos do das nossas necessidades.
se degladiam. Um de- Em nosso dia a dia, compartilhamos vá-
les golpeia um inimigo rios tipos de objetos criados a partir de pa-
e, para simbolizar a sua péisepranchetas,eparecedependendermos
vitória, joga sua “arma” bastante deles, como copos, pratos, talheres,
(um osso) no ar. celulares, automóveis e computadores. Você
No mesmo instante, corta-se a cena e imagina a sua vida sem isso tudo?
surge uma espaçonave. No Brasil, temos vários designers famo-
Esta cena revela, em poucos minutos, sos. Mas aqui vamos focar em dois profissio-
a velocidade da transformação dos artefa- nais, em virtude da ligação do seu trabalho
tos, indo de uma forma “primitiva” de arma com a construção do chamado patrimônio
até chegar a uma espaçonave ultratecno- cultural brasileiro. São eles: Lina Bo Bardi,
lógica. Esse é um exemplo de como o de- arquiteta e designer italiana, radicada no Bra-
sign das coisas surge de uma necessidade sil; e o pernambucano Aloísio Magalhães.
3.
As Cartas Patrimoniais
são documentos com diretrizes
para o desenvolvimento de ações
de documentação, promoção e
CIDADES, preservação de bens patrimoniais (de
caráter material, imaterial, natural).
PATRIMÔNIO Consulte algumas no endereço:
portal.iphan.gov.br/pagina/
E DESIGN detalhes/226
A felicidade corre sem parar.
Bela é uma cidade velha.
(Petrúcio Maia, Fausto Nilo
e Ferreirinha, em “Frenesi”)
ECONOMIA envolvamcriação,produçãoedistribuição
de produtos e serviços, usando o
CRIATIVA conhecimento, a criatividade e o capital
intelectual como principais recursos
E AS CIDADES produtivos (HOWKINS, 2012, p. 106).
Para se entender o que Para termos uma ideia, segundo levanta-
são cidades criativas é mentos da Federação das Indústrias do Rio
preciso saber o que é eco- de Janeiro (Firjan), em pesquisa de 2017, a
nomia criativa.Você já economia criativa gerou no país 171,5 bi-
deve ter ouvido falar que lhões de reais e no mesmo período contou
a economia convencional com 837 mil empregos formais.
trabalha com vários tipos Um dos pontos mais significativos deste
de recursos. No caso da segmento é que ele caminha passo a passo
economia criativa, os re- com a sustentabilidade ambiental, pois a
cursos utilizados são o indústriacultural,utilizandoocapitalintelec-
capital intelectual e os tual e os recursos culturais, não é geradora
recursos culturais. O pioneiro neste setor de resíduos. Ela caminha também junto
é o inglês John Howkins, formado em pla- com o patrimônio cultural, principalmente
nejamento urbano e relações internacio- na requalificação e recuperação dos patri-
nais, autor e precursor do conceito de eco- mônio edificados, abrigando a produção de
nomia criativa, que assim a definiu: vários segmentos ligados ao setor.
Estes são os segmentos ligados à eco-
nomia criativa, chamadas também de in-
dústrias criativas:
PARA • Patrimônio: com suas expressões
CURIOSOS culturais tradicionais, como os sabe-
res e fazeres, os sítios históricos, ar-
queológicos,museus,bibliotecasetc.
• Artes: divididas em visuais (pintura,
Você conhece algum escultura e fotografia) e dramáticas
empreendimento criativo no seu (música, teatro, dança).
bairro ou cidade?
De que modo você poderia se
inserir nesse empreendimento?
E por que não criar o seu
próprio empreendimento?
o dia 30 de outubro de
2019, a cidade de For-
taleza, no Ceará, ama-
nheceu com um título
inédito. Recebeu da Or-
ganização das Nações
Unidas para a Educa-
ção, a Ciência e a Cultu-
ra (Unesco) o prêmio de
Cidade Criativa, na ca-
tegoria “Design”, ao lado de Belo Horizon-
te/MG, na categoria “Gastronomia”, dois
segmentos da economia criativa.
Hoje, no Brasil, além de Fortaleza e Belo
Horizonte, temos também as seguintes ci-
PARA OS
dades e suas respectivas categorias pre- CURIOSOS
miadas: Belém, Florianopólis e Paraty (Gas-
tronomia); Brasília e Curitiba (Design); João
Pessoa (Artesanato e Artes Folclóricas); Sal-
vador (Música); e Santos (Cinema). O Plano Fortaleza 2040 é um
A rede formada pela Unesco, com essas planejamento para a cidade de
e outras cidades criativas pelo mundo, tem Fortaleza, com estratégias a serem
como objetivo “promover a cooperação in- implementadas em curto, médio e
ternacional entre localidades com potencial longo prazo (tendo como horizonte
de usar a criatividade como vetor estratégico o ano 2040), contemplando os
para impulsionar o desenvolvimento urba- planos urbanístico, de mobilidade;
no sustentável” (Unesco-UCCN, 2004, p.5). de desenvolvimento econômico e
Compartilhar ideias, projetos, promover in- social, entre outros. Curioso? Acesse:
tercâmbio profissional e artístico, elaborar fortaleza2040.fortaleza.ce.gov.
propostas e estudos para o desenvolvimen- br/site/assets/files/publications/
to urbano e sustentável são objetivos pro- fortaleza2040_planejamento_
postos para a Rede de Cidades Criativas participativo_17-08-2015.pdf.
Unesco. Durante 4 em 4 anos, todas elas te-
rão que elaborar relatórios de monitoramen-
to para que os compromissos assumidos se-
jam executados de forma local e global.
UNIVERSIDADE ABERTA
DO NORDESTE (UANE)
Viviane Pereira
Gerente Pedagógica
Marisa Ferreira
Coordenadora de Cursos
Joel Bruno
Designer Educacional
Thifane Braga
Secretária Escolar
CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES
DE EDUCAÇÃO PARA PATRIMÔNIO
Raymundo Netto
Coordenador Geral, Editorial e Revisor
Cristina Holanda
Coordenadora de Conteúdo
Amaurício Cortez
Editor de Design e Projeto Gráfico
Miqueias Mesquita
Diagramador
Daniel Dias
Ilustrador
Thaís de Paula
Produtora
Apoio
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