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LEI Nº 3.808, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009.

Dispõe sobre concurso público para o ingresso no Curso de


Formação das Carreiras de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul,
estabelece os requisitos indispensáveis para o exercício das funções
militares, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.


Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I
Disposições Preliminares

Art. 1º O Concurso Público regulamentado por esta Lei visa a selecionar


candidatos plenamente aptos para o ingresso no Curso de Formação das Carreiras de Oficiais
e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do
Sul.
Parágrafo único. O candidato, aprovado em todas as fases do concurso, inclusive
na investigação social, que concluir com aproveitamento o Curso de Formação de Oficiais e
Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul
(CFOP-PM/CBM-MS), será incluído, promovido ou nomeado, para o exercício das
respectivas funções nas instituições militares estaduais, de acordo com a ordem de
classificação final e dentro do número de vagas ofertadas no edital de abertura do concurso
público.
Art. 2º O Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS) tem por finalidade propiciar
ao candidato a:
I - policial militar estadual, os conhecimentos necessários à execução de
atividades de polícia e da preservação da ordem pública, por meio dos tipos, modalidades e
processos de policiamento ostensivo e velado;
II - bombeiro militar estadual, os conhecimentos necessários para a realização de:
a) serviços de prevenção e extinção de incêndios;
b) buscas e salvamentos;
c) perícias de incêndios, proteção e salvamento de vidas e de bens materiais nos
locais de sinistro;
d) socorro em casos de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em
geral, catástrofes e calamidades públicas, bem como exercer as atribuições do Sistema de
Defesa Civil, nos casos previstos nas Constituições Federal e Estadual, legislações e
regulamentos vigentes.
§ 1º Para o exercício das funções militares o candidato deve estar em plena
aptidão, possuir perfeitas condições física e mental, com capacidade e desenvolvimento de
todos os órgãos, sentidos e funções biológicas e psicológicas.
§ 2º Não haverá reserva de vagas para pessoas portadoras de deficiência, em razão
da exigência de plena aptidão física para o exercício da função de policial militar e de
bombeiro militar.
§ 3º Não se aplicam aos candidatos ao Concurso Público para Ingresso no Curso
de Formação (CFOP-PM/CBM-MS), as normas da Lei Estadual nº 3.106, de 25 de novembro
de 2005, tendo em vista que não se coadunam com o exercício das funções, em razão da:
I - periculosidade das atividades desempenhadas pelo policial militar e pelo
bombeiro militar;
II - exigência de intenso esforço, desprendido em grande parte da carga horária na
fase do exame de capacitação física, nas disciplinas de educação física militar, ordem unida,
tiro policial, defesa pessoal e estágios de policiamento nas diversas modalidades;
III - fadiga física e mental próprias do serviço de policial militar ou de bombeiro
militar;
IV - dos riscos que envolvem a atividade policial militar, seja na fase de
treinamento, seja na atuação do policiamento ostensivo, seja nas atividades de bombeiro
militar combatente e na Defesa Civil.
Art. 3º Para a matrícula no Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS), além das
condições relativas à nacionalidade, idade, aptidão intelectual, capacidade física e idoneidade
moral é necessário que o candidato não exerça e nem tenha exercido atividades prejudiciais
ou perigosas à Segurança Nacional, em virtude de as funções de oficiais e praças militares
serem integrantes das forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro.
§ 1º O Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS) será realizado nos
estabelecimentos de ensino policial militar ou bombeiro militar do Estado de Mato Grosso do
Sul, ou em vagas oferecidas por outras Forças Auxiliares ou por Instituição Policial.
§ 2º O Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS) será realizado em regime de
dedicação exclusiva, incluindo atividades em feriados, nos finais de semana e em horário
noturno e sua duração poderá ser estabelecida no edital do concurso ou de acordo com o
regulamento dos estabelecimentos de ensino militar.
Art. 4º Os requisitos indispensáveis para o exercício da função militar
estabelecidos na presente lei deverão constar dos editais de abertura do concurso público, que
disciplinarão a forma de inscrição, o número de vagas, a data, o local de realização das
provas, a divulgação de resultados e demais normas do certame.
§ 1º O prazo de validade do Concurso Público, definido no edital de abertura do
certame, pode ser prorrogado desde que observados os termos dos incisos III e IV do art. 37
da Constituição Federal.
§ 2º Dentro do prazo de validade do concurso público, caso sejam abertas novas
vagas em Curso de Formação e exista interesse da administração, poderão ser convocados os
candidatos aprovados até a fase de exame de capacitação física, de acordo com a ordem de
classificação obtida até então.
§ 3º Decorridos 12 (doze) meses, ou mais, da publicação do resultado da prova de
capacitação física, os candidatos de que trata o § 2º deste artigo serão submetidos novamente
aos Exames de Saúde, Capacitação Física e Investigação Social, devendo estar aptos nessas
novas avaliações para permanecer no certame. (Alterado pelo art. 1º da Lei nº 5.432, de
6.11.2019 – DOMS, de 7.11.2019.); (Ver art. 1º, inciso I da Lei nº 5.500, de 29.4.2020 –
DOMS de 30.4.2020.); (Prazo suspenso pelo art. 1º, inciso II da Lei nº 5.500 de 29.4.2020 –
DOMS de 30.4.2020.)
§ 4º Dentro do prazo de validade do concurso público, existindo a necessidade de
inclusão, adimplidos os requisitos do art. 5º desta Lei e esgotados os candidatos aptos até a
fase do exame de capacitação física, constantes no edital de homologação do concurso, poderá
a Administração Pública convocar, em edital próprio, os candidatos aprovados na prova de
conhecimento, observada, rigorosamente, a ordem de classificação, na proporção estabelecida
no novo edital, a qual terá como referência o número de vagas nele fixado para serem
submetidos às fases seguintes do certame. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 5.432, de
6.11.2019 – DOMS, de 7.11.2019.)
Art. 5º O Concurso Público para Ingresso em Curso de Formação das Instituições
Militares do Estado de Mato Grosso do Sul será aberto desde que existam vagas,
disponibilidade orçamentária para arcar com a remuneração e os encargos sociais e
autorização do Governador do Estado.
Parágrafo único. O concurso realizar-se-á de acordo com as normas da presente
lei, dos regulamentos das respectivas Instituições Militares e do edital de abertura do certame,
de responsabilidade do Comandante-Geral da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros
Militar, em consonância com a Secretaria de Estado de Administração e a Fundação Escola de
Governo.
Art. 6º Após a aprovação no Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS), os
alunos, de acordo com a ordem de classificação final, serão incluídos, promovidos ou
nomeados para o exercício das atribuições dos postos ou graduações nas respectivas
Instituições Militares.
Parágrafo único. O militar será designado para servir em qualquer município do
Estado de Mato Grosso do Sul e poderá ser movimentado a qualquer tempo de acordo com a
necessidade do serviço da Instituição Militar.

Capítulo II
Do Ingresso na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar

Art. 7º O ingresso na Polícia Militar (PMMS) e no Corpo de Bombeiros Militar


(CBMMS) do Estado de Mato Grosso do Sul é facultativo a todos os brasileiros, natos ou
naturalizados, sem distinção de raça, credo, convicção filosófica ou política, mediante
matrícula, inclusão ou nomeação, preenchidos os requisitos prescritos na presente lei, nos
estatutos e nos regulamentos das respectivas Instituições Militares e nos editais de abertura do
concurso público.
§ 1º O ingresso na carreira inicial de Oficial (QOPM/BM) dar-se-á na graduação
de Aluno-Oficial (Cadete).
§ 2º A nomeação ocorrerá somente para Quadro de Oficiais de Saúde (QOS) e
para o Quadro de Oficiais Especialistas (QOE), após conclusão de Curso de Formação
correspondente, durante o qual o aluno fará jus a um subsídio equivalente a 90% (noventa por
cento) do subsídio inicial estabelecido para o 2º Tenente. (Alterado pelo art. 1º da Lei nº
5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl., de 5.4.2018.)
§ 3º O ingresso na carreira inicial de Praça (QPPM/BM) dar-se-á na graduação de
Aluno-Soldado.
Art. 8º São requisitos indispensáveis, de caráter eliminatório, para o exercício das
funções de policial militar ou de bombeiro militar, e serão exigidos dos candidatos ao
concurso público na data de encerramento da matrícula para os Cursos de Formação (CFOP-
PM/CBM-MS):
I - para candidatos civis:
a) ser brasileiro, nato ou naturalizado;
b) estar quite com as obrigações militares;
c) estar quite com as obrigações eleitorais; (alterada pelo art. 1º da Lei nº 5.167,
de 5.4.2018 – DOMS-Supl., de 5.4.2018.)
d) ter idade máxima de 34 (trinta e quatro) anos completos (34 anos a 34 anos, 11
meses e 29 dias) para o Quadro de Oficiais de Saúde (QOSPM/BM) e para o Quadro de
Oficiais Especialistas (QOEPM/BM);
e) ter idade mínima de 18 (dezoito) anos completos e, no máximo, de 30 (trinta)
anos (até 30 anos, 11 meses e 29 dias) para as Carreiras de Praças e de Oficiais (PM/BM);
(alterado pelo art. 1º da Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
f) possuir escolaridade de ensino:
1. superior completo, com certificado obtido em estabelecimento reconhecido pelo
sistema de ensino federal, estadual ou do Distrito Federal, para candidatos à carreira de Praças
(QPPM/BM); (alterado pelo art. 2º da Lei n.º 5.789, de 16.12.2021 – DOMS n.º 10.710, de
17.12.2021.)
2. superior, com diploma de bacharel em direito obtido em estabelecimento
reconhecido pelo sistema de ensino federal, estadual ou do Distrito Federal, para candidatos à
carreira de Oficiais (QOPM/BM);
(Alínea “f” alterada pelo art. 1º da Lei nº 4.945, de 13.12.2016 – DOMS, de
14.12.2016.)
g) possuir escolaridade de nível superior para candidatos a Oficiais de Saúde
(QOSPM/BM), concluída em instituições de ensino reconhecidas nos termos da legislação
federal e inscrição no Conselho Regional da categoria profissional, dentro da respectiva
especialidade;
h) possuir escolaridade de nível superior para candidatos a Oficiais Especialistas
(QOEPM/BM) concluída em instituições de ensino reconhecidas nos termos da legislação
federal;
i) possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), no mínimo, de categoria “B”;
valendo para tanto a CNH Provisória;
j) possuir sanidade física e mental; avaliadas nos Exames de Aptidão Mental
(exame psicotécnico), e de Saúde (clínico, antropométrico e avaliação de aptidão física) sem a
presença de qualquer psicopatologia ou patologia descrita no Código Internacional de
Doenças (CID) em vigor, considerada incapacitante para o exercício da função militar;
k) apresentar conduta pessoal e social irrepreensível e idoneidade moral
inatacável, não possuir antecedentes de caráter policial ou criminal; não estar sendo
processado civil e criminalmente ou cumprido pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos pela prática de crime comum ou militar que, em razão da natureza e do grau de
responsabilidade dos postos e graduações militares, sejam incompatíveis com o exercício das
funções institucionais, cuja averiguação dar-se-á na fase de investigação social;
l) não ter sido desligado ou excluído das Instituições das Forças Armadas, de
outras Forças Auxiliares ou de Instituição Policial, por motivo disciplinar ou, como servidor
público, não haver sido demitido a bem do serviço público ou por ato de improbidade
administrativa; nem tampouco penalizado em processo administrativo disciplinar, em decisão
irrecorrível, por fato incompatível com o exercício das funções institucionais;
m) ter sido licenciado, no mínimo, com comportamento “bom” da organização
militar que serviu;
n) ter sido aprovado na prova escrita e considerado apto nas fases anteriores do
Concurso Público para a matrícula no Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS);
o) atender as demais condições de ingresso nas instituições militares de acordo
com as necessidades para o exercício da função;
p) não apresentar qualquer tatuagem permanente no corpo, mesmo estilizada, que
possa expressar ou sugerir qualquer ligação com gangues, organizações criminosas ou de
estímulo à violência e ao uso de drogas; que seja contrária aos princípios e aos valores da
liberdade e da democracia, à moral, à lei, à ordem e aos bons costumes ou, cujo conteúdo,
constitua-se em apologia à conduta delituosa ou que ofenda os deveres e as obrigações
militares, a ética, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe;
II - para candidatos militares, além do preenchimento dos requisitos exigidos para
os candidatos civis naquilo que lhes for pertinente:
a) não estar sendo submetido a Conselho de Disciplina ou de Justificação;
b) estar classificado, no mínimo, no comportamento "bom", quando contar menos
de 5 (cinco) anos de serviço militar, e no "ótimo", após 5 (cinco) anos completos de serviço
militar;
c) apresentar documento de autorização do respectivo comandante, no caso de
candidato militar das forças armadas ou de outras instituições militares;
d) possuir na data de encerramento da inscrição, no caso de candidato militar
estadual do Estado de Mato Grosso do Sul, até 20 (vinte) anos (até 20 anos, 11 meses e 29
dias) de efetivo serviço na Instituição Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, sem limitação
de idade máxima, para ingresso na carreira de Oficial (QOPM/BM). (Alterado pelo art. 1º da
Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
§ 1º Os comprovantes dos requisitos elencados nos incisos I e II deste artigo e os
documentos pessoais deverão ser apresentados até a data de encerramento da matrícula para o
Curso de Formação, de acordo com o prescrito nesta lei, nos regulamentos e no edital de
abertura do concurso em conformidade com as fases de sua realização.
§ 2º A imposição de requisito de idade mínima e máxima tem sua razão de ser na
peculiaridade e excepcionalidade da vida funcional do militar, tendo em vista que a Lei
Complementar Estadual nº 53, de 30 de agosto de 1990 e suas alterações, dispõem sobre o
tempo de serviço a ser prestado, condições de passagem para a inatividade e a possibilidade
de transferência ex offício para a reserva remunerada ou reforma, quando o servidor militar
atingir a idade limite de permanência na instituição militar, e na necessidade de constante
renovação dos quadros de pessoal militar.
§ 3º Os demais requisitos para ingresso na Polícia Militar ou no Corpo de
Bombeiros Militar estão descritos nos itens correspondentes às demais fases do concurso
público, nos termos do art. 9º e seguintes desta Lei.
§ 4º Não se aplica ao militar estadual de carreira do serviço ativo, do Estado de
Mato Grosso do Sul, legalmente incluído na Polícia Militar ou no Corpo de Bombeiros
Militar, o requisito estabelecido na alínea “d” do inciso I deste artigo para ingresso no Quadro
de Oficial de Saúde (QOSPM/BM) e no Quadro de Oficiais Especialistas (QOEPM/BM).
(Alterado pela Lei nº 5.132, de 27.12.2017 – DOMS, de 28.12.2017.)
§ 5º Será considerada como idade máxima, para fins do disposto nas alíneas “d” e
“e” do inciso I deste artigo, aquela que o candidato possuir na data de encerramento da
inscrição no respectivo concurso público. (Acrescentado pela Lei nº 4.210, de 20.6.2012 –
DOMS, de 21.6.2012.)
§ 6º O disposto no § 5º deste artigo aplica-se aos processos seletivos em
andamento no âmbito da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato
Grosso do Sul. (Acrescentado pela Lei nº 4.210, de 20.6.2012 – DOMS, de 21.6.2012.)
§ 7º Para o concurso público de ingresso na carreira de Oficiais (QOPM/BM),
previsto neste artigo, será feito convite para participação de um representante da Ordem dos
Advogados do Brasil, em todas as fases. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 4.945, de
13.12.2016 – DOMS, de 14.12.2016.)
Art. 9º O Concurso Público para Ingresso no Curso de Formação de Oficiais e
Praças na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul constará
das seguintes fases distintas, sucessivas e eliminatórias, destinadas a proporcionar a avaliação
precisa da capacidade e da aptidão do candidato para o ingresso na carreira, levando em
consideração as exigências intelectuais, de saúde física e psicológica, de aptidão física, de
conduta pessoal, social e moral, impostas para o exercício das atribuições dos militares
estaduais:
I - Fase I:
a) Etapa 1 - Prova Escrita de Conhecimentos, de caráter classificatório e
eliminatório;
b) Etapa 2 - Prova de Títulos, de caráter classificatório, cuja realização é
facultativa e depende de disposição específica no edital do concurso público;
(Inciso I alterado pelo art. 1º da Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de
5.4.2018.)
II - Fase II - Exame de Aptidão Mental (Exame Psicotécnico), de caráter
eliminatório;
III - Fase III - Exame de Saúde, de caráter eliminatório;
IV - Fase IV - Exame de Capacidade Física, de caráter eliminatório;
V - Fase V - Investigação Social, que abrangerá, também, a investigação da vida
pregressa social, civil e criminal, de caráter eliminatório.
Art. 10. Os candidatos serão convocados por edital próprio, publicado no Diário
Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul, que especificará as fases, as disciplinas, o conteúdo
programático, o município, a data, o horário e o endereço do local onde serão realizadas as
provas e ou os exames.
§ 1º As provas serão realizadas, preferencialmente, em Campo Grande/MS, no
interesse da instituição poderão ser realizadas em outros municípios, o que constará do
respectivo edital do Concurso Público para Ingresso no Curso de Formação
(CFOP-PM/CBM-MS).
§ 2º Não haverá segunda chamada para nenhuma das fases e tampouco a
realização de prova ou exame fora da data, horário e local estabelecidos nos editais.
§ 3º O candidato convocado para a realização dos exames de quaisquer fases do
concurso público, que não comparecer no dia, local e horário determinados no edital, estará
automaticamente eliminado do certame.
§ 4º Os resultados da Fase I serão publicados em duas listas, sendo uma por
ordem alfabética, contendo todos os candidatos, e outra por ordem de classificação, somente
com os candidatos aprovados, seguidos os nomes, em ambas as listas, da nota obtida pelo
candidato, enquanto os resultados das fases subsequentes dar-se-ão da mesma forma, seguidos
os nomes, porém, da classificação “apto” ou “inapto”, devendo, em quaisquer dessas
hipóteses, o resultado ser veiculado em edital específico, no Diário Oficial do Estado, por ato
das autoridades responsáveis pelo concurso público. (Alterado pelo art. 1º da Lei nº 5.167, de
5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
§ 5º Somente será convocado para a fase subsequente o candidato aprovado e
classificado na prova escrita de conhecimentos e considerado “apto” na fase anterior.
§ 6º Os candidatos aprovados na prova de conhecimento e não convocados para
prosseguir no certame poderão, dentro do prazo de validade do concurso público e
considerado o quantitativo definido no edital de abertura, ser convocados para realizar as
demais fases do certame na hipótese do § 4º do art. 4º desta Lei. (Alterado pelo art. 1º da Lei
nº 5.432, de 6.11.2019 – DOMS, de 7.11.2019.)
Art. 11. A Secretaria de Estado de Administração poderá contratar empresas ou
instituições especializadas para a elaboração, aplicação e divulgação de resultados de provas
ou exames.

Seção I
Da Inscrição no Concurso Público

Art. 12. A inscrição para o concurso público será feita pelo candidato, mediante o
preenchimento de formulário de inscrição e demais procedimentos especificados no edital de
abertura do Concurso Público para Ingresso no Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS),
seja para praças, oficiais, oficiais de saúde e ou especialistas da Polícia Militar ou do Corpo
de Bombeiros Militar.
§ 1º A inscrição do candidato implicará na declaração de conhecimento e de
expressa aceitação das normas e condições estabelecidas nesta Lei, no Edital e em seus
anexos, em relação aos quais não poderá alegar desconhecimento.
§ 2º O candidato que fizer declarações falsas ou inexatas na ficha de inscrição, ou
que se valer de quaisquer outros meios ilícitos para obter vantagens no concurso público, terá
a inscrição cancelada e anulados todos os atos dela decorrentes.
§ 3º O valor referente ao pagamento da taxa de inscrição não será devolvido em
hipótese alguma, salvo em caso de cancelamento do certame por juízo de conveniência e
oportunidade da Administração Estadual ou no caso de anulação plena do Concurso Público.
Art. 13. É de inteira responsabilidade do candidato acompanhar todos os atos
referentes ao Concurso Público para Ingresso no Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS),
por meio dos editais publicados no Diário Oficial do Estado, para tomar conhecimento de seu
conteúdo, não podendo alegar desconhecimento de qualquer tipo ou natureza.
Seção II
Da Prova Escrita de Conhecimentos

Art. 14. Os candidatos serão submetidos à prova escrita de conhecimentos,


correspondente ao nível de escolaridade exigido para ingresso na carreira militar, versando
sobre as matérias estabelecidas no edital de abertura do concurso público.
Parágrafo único. As provas escritas poderão ser de caráter objetivo ou subjetivo,
inclusive com questões de interpretação de texto e uso da gramática portuguesa, ou ainda,
orais ou prático-orais, conforme dispuser o edital do Concurso Público de Ingresso no Curso
de Formação (CFOP-PM/CBM-MS).
Art. 15. Será considerado aprovado na prova de conhecimentos, o candidato que
atingir o índice médio de 50% (cinquenta por cento) de questões corretas, desde que não tenha
obtido 0 (zero) em nenhuma das disciplinas.
Art. 16. Quando o concurso público incluir, no edital, a prova de títulos de que
trata a alínea “b” do inciso I do art. 9º desta Lei, esta será classificatória e dela participarão
somente os candidatos aprovados na prova escrita de conhecimentos, na proporção
estabelecida no edital, a qual terá como referência o número de vagas nele fixado, devendo
ainda constar nele os títulos que serão considerados e o valor máximo de pontos atribuídos a
cada um. (Alterado pelo art. 1º da Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)

Seção III
Dos Exames Médicos

Art. 17. Os exames médicos são os de aptidão mental (psicotécnico), e de saúde


(clínico, antropométrico e avaliação de aptidão física), todos de caráter eliminatório.
§ 1º Os exames médicos têm por finalidade detectar condições mórbidas ou que
venham constituir restrições ao pleno desempenho das atividades inerentes à carreira militar,
ou que no exercício da atividade possam expor os candidatos ao agravamento dessas
condições, à eventual risco de sua vida ou à integridade física de terceiros, e selecionar os
aptos ao pleno exercício das funções e atividades a elas inerentes.
§ 2º Está compreendida nessa fase do Concurso Público, a verificação da aptidão
física do candidato para suportar o intenso esforço físico dos testes de capacitação física e os
exercícios aos quais será submetido durante o Curso de Formação e a fadiga física e mental,
próprias do serviço de Policial Militar ou de Bombeiro Militar.
Art. 18. Os exames de aptidão mental (exame psicotécnico) e de saúde (clínico,
antropométrico e avaliação de aptidão física) de que tratam esta Lei serão realizados por
Juntas de Inspeção de Saúde Militar ou por Junta Médica Especial, constituídas por médicos,
odontólogos, psicólogos e outras especializações, credenciados pelo Conselho Regional da
categoria profissional e respectiva especialização e designados pelos responsáveis pela
realização do concurso público.
§ 1º A Junta Médica emitirá, justificadamente e de acordo com o Código
Internacional de Doenças (CID), o resultado do exame de cada candidato, devendo as
respectivas planilhas ou prontuários ser assinados por todos seus membros, e elaborará a ata
do resultado final de todos os candidatos com a menção à condição de “Apto” ou “Inapto”.
§ 2º Para a emissão dos resultados levar-se-á em conta a compatibilidade do
candidato com as atividades de policial militar ou de bombeiro militar, as leves variações de
normalidade não-incapacitantes para a profissão e as alterações potencialmente
incapacitantes, de imediato ou em curto prazo, determinantes de ausências frequentes ou com
iminente risco de se potencializar, capazes de por em risco a própria segurança, a de seus
pares ou do usuário do serviço policial.
Seção IV
Do Exame de Aptidão Mental

Art. 19. Serão convocados, mediante edital, para realização do exame de aptidão
mental (exame psicotécnico) os candidatos aprovados na prova de conhecimento, observada,
rigorosamente, a ordem de classificação, na proporção estabelecida no edital, a qual terá como
referência o número de vagas nele fixado, observado o disposto no § 6º do art. 10 desta Lei.
(Alterado pelo art. 1º da Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
Art. 20. O exame de aptidão mental (avaliação psicotécnica), de caráter
eliminatório, tem como objetivo selecionar os candidatos que possuam características
intelectivas, motivacionais e de personalidade compatíveis com a multiplicidade,
periculosidade e sociabilidade inerentes às atribuições das diversas funções institucionais,
além do porte de arma de fogo.
§ 1º Serão realizadas avaliações das características predominantes de
personalidade, de habilidades mentais e de evidências de psicopatologias, por meio da
aplicação de instrumentos psicométricos (testes psicológicos) autorizados pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP), que resultem na obtenção de dados objetivos e fidedignos, de
acordo com as tabelas de percentuais dos testes escolhidos pela comissão examinadora em
conjunto com a Junta Médica ou com psicólogos e psiquiatras.
§ 2º A avaliação psicotécnica será realizada por meio de testes psicológicos,
aplicados de forma coletiva e simultânea para todos os candidatos, em igualdade de condições
e em dias e horários previamente divulgados em edital próprio.
§ 3º Os candidatos que não atingirem o percentual mínimo de 50% (cinquenta por
cento) nos testes objetivos (habilidades mentais) e ou demonstrarem características de
personalidade incompatíveis com o perfil profissiográfico constante do Anexo I, verificadas
por intermédio de testes projetivos e ou inventários de personalidade, serão considerados
inaptos.
§ 4º Caso seja constatada a existência de indicativos de alguma psicopatologia, o
candidato será considerado inapto.
Art. 21. Serão desclassificados os candidatos que apresentarem características
psicológicas incompatíveis com o perfil profissiográfico estabelecido pelas instituições
militares estaduais e definido nesta Lei, mediante estudos das necessidades emocionais,
habilidades mentais e fatores de personalidade para o exercício das atribuições dos militares
ou a presença de qualquer psicopatologia descrita no Código Internacional de Doenças (CID)
em vigor, detectada por intermédio dos testes utilizados.
Parágrafo único. A tabela do perfil profissiográfico de que trata esta Lei é a
constante do Anexo I.
Art. 22. As características psicológicas terão as seguintes dimensões ou níveis:
I - elevado: muito acima dos níveis medianos;
II - bom: acima dos níveis medianos;
III - adequado: dentro dos níveis medianos;
IV - diminuído: abaixo dos níveis medianos;
V - ausente: não apresenta as características elencadas.
Art. 23. O resultado do Exame de Aptidão Mental (Exame Psicotécnico) será
expresso pelos conceitos:
I - Apto: significando que o candidato apresentou perfil psicológico pessoal
compatível com o perfil psicológico profissional descrito nesta Lei;
II - Inapto: significando que o candidato não apresentou perfil psicológico pessoal
compatível com o perfil psicológico profissional descrito nesta Lei, sendo considerado
desclassificado para o posto ou graduação objeto do Concurso Público.
Art. 24. Em virtude de a função militar requerer o uso de armamento letal e não
letal, bem como a tomada de decisão em momentos de extrema tensão, dentre outros, será
considerado “inapto” e, consequentemente, desclassificado do concurso, o candidato que não
apresentar as características necessárias para o exercício do posto ou graduação, e que
apresentar; por exemplo: traços patológicos de personalidade, agressividade, impulsividade
inadequada e controle emocional inadequado.
§ 1º Será considerado “inapto” ou contra-indicado, de acordo com o perfil
estabelecido, o candidato que, após a análise conjunta de todos os instrumentos utilizados e
das avaliações psicológicas, apresentar as seguintes características:
I - prejudiciais: controle emocional inadequado, tendência depressiva,
impulsividade inadequada, agressividade inadequada, inteligência abaixo da média;
II - indesejáveis: capacidade de análise, síntese e julgamento inadequados;
ansiedade, resistência inadequada à frustração e flexibilidade inadequada;
III - restritivas: sociabilidade inadequada, maturidade inadequada e atenção e
memória com percentuais inferiores a média.
§ 2º São critérios determinantes da inaptidão do candidato a apresentação de:
I - 4 características prejudiciais;
II - 3 características prejudiciais e 2 indesejáveis;
III - 2 características prejudiciais, 2 indesejáveis e 1 restritiva;
IV - 3 características indesejáveis;
V - 2 características prejudiciais, 1 indesejável e ou 2 restritivas;
VI - 2 características indesejáveis e 2 restritivas;
VII - 1 prejudicial, 2 indesejáveis e 1 restritiva.
Art. 25. A inaptidão no exame de aptidão mental (exame psicotécnico) não
pressupõe a existência de transtornos mentais, tão-somente indica que o candidato não atende
aos parâmetros exigidos para o exercício do posto ou graduação de policial militar ou de
bombeiro militar.
Art. 26. O exame de aptidão mental é obrigatório para todos os candidatos civis e
militares, sem exceção, de ambos os sexos, em cada concurso público realizado pelas
instituições militares.
§ 1º A obrigatoriedade do exame de aptidão mental para cada concurso público, se
dá em razão das naturezas distintas e do grau de responsabilidade exigidos para o exercício de
diferentes postos ou graduações.
§ 2º O resultado do exame de aptidão mental será divulgado em edital com a
relação dos candidatos considerados “aptos” ou “inaptos”.
Art. 27. Desde que requerido ao presidente da comissão organizadora do
concurso, no prazo de dois dias úteis a contar da publicação do edital, o eventual motivo
específico da inaptidão será informado, por escrito, unicamente aos candidatos, por psicólogo
componente da Junta ou Comissão designada.
§ 1º O candidato considerado inapto poderá se fazer acompanhar de psicólogo de
sua livre escolha, desde que registrado no Conselho Regional de Psicologia (CRP), a fim de
verificar os procedimentos técnicos adotados na avaliação, em data determinada para vistas
dos resultados da avaliação (entrevista de devolução), de acordo com o previsto em resolução
do Conselho Federal de Psicologia. O psicólogo contratado pelo candidato poderá proceder à
revisão do processo de avaliação, na presença de um psicólogo da comissão designada.
§ 2º Após a entrevista de devolução, o candidato terá o prazo de dois dias úteis
para a apresentação de recurso administrativo perante o presidente da comissão de concurso,
podendo ser assessorado ou representado por psicólogo que não tenha feito parte da comissão
designada, que fundamentará o pedido de revisão do processo de avaliação do recorrente.
§ 3º Não serão, em hipótese alguma, aplicados novos testes em candidato
considerado inapto.
Art. 28. Quando da realização do exame de aptidão mental, não será admitido
qualquer teste psicotécnico efetuado fora da data, horário e local estabelecidos pela comissão,
bem como não será dado nenhum tratamento privilegiado, nem será levada em consideração
qualquer alteração, psicológica ou fisiológica passageira do candidato.
§ 1º Não haverá segunda chamada independentemente do motivo alegado pelo
candidato, nem realização de exame fora da data, local e horário estabelecidos no edital de
convocação, sob pena de ofensa ao princípio constitucional da igualdade de todos perante a
lei.
§ 2º Não serão aceitos testes psicológicos e laudos realizados por psicólogos não
credenciados pela comissão examinadora do Concurso Público para Ingresso no Curso de
Formação (CFOP-PM/CBM-MS).

Seção V
Do Exame de Saúde

Art. 29. O candidato considerado “apto” no exame de aptidão mental será


convocado para submeter-se ao exame de saúde, quando serão verificadas as condições
clínicas, antropométricas e de aptidão física, correlacionadas com a idade, a massa muscular,
e a altura do candidato que, embora não voltadas à morbidez, possam ser consideradas
impeditivas ou incapacitantes para suportar a realização do exame de capacitação física, do
respectivo curso de formação e da própria atividade de policial militar ou de bombeiro militar,
em decorrência do intenso esforço físico e da fadiga física e mental próprias das funções
militares.
Parágrafo único. Os exames de que trata este artigo serão realizados por Junta
Médica, constituída por Oficiais do Quadro de Saúde das Instituições Militares ou, caso
necessário, por médicos civis designados pela comissão responsável pelo concurso público,
que emitirão, fundamentadamente, em caso de constatação de existência de patologia, o
número de registro do CID, o resultado final do exame de cada candidato; assinarão as
respectivas planilhas ou prontuários e elaborarão a ata do resultado de todos os candidatos
com a menção “apto” ou “inapto”.
Art. 30. Os candidatos serão avaliados por meio de exame de saúde, em locais,
datas e horários constantes em edital específico, compreendendo:
I - entrevista: com a finalidade de formar o histórico de doenças pregressas,
tratamentos anteriores, histórico familiar e histórico de uso de medicamentos;
II - exame médico: clínico, antropométrico e de aptidão física.
Art. 31. Para o exame de saúde os candidatos, obrigatoriamente, deverão, às suas
custas, providenciar e apresentar os exames laboratoriais e laudos médicos a seguir
especificados, realizados no máximo há 90 (noventa) dias da data do exame de saúde; ou das
datas elencadas nos incisos deste artigo, sob pena de não serem submetidos à avaliação
médica e desclassificados do concurso público:
I - eletrocardiograma (ECG) com laudo, realizado no máximo há quarenta e cinco
dias;
II - parecer cardiológico;
III - eletroencefalograma com laudo, realizado no máximo há sessenta dias;
IV - parecer neurológico;
V - laudo do exame oftalmológico completo, inclusive de avaliação
sensocromática;
VI - radiografia de tórax, em apnéia, realizada nos últimos quarenta e cinco dias;
VII - imunologia para doença de Chagas ou Machado Guerreiro;
VIII - parasitológico de fezes;
IX - urina EAS;
X - sorologia para Lues: VDRL ou FTA-ABS;
XI - glicemia em jejum;
XII - uréia;
XIII - creatinina;
XIV - hemograma completo;
XV - colesterol total e HDL;
XVI - triglicérides;
XVII - exame sanguíneo para gravidez para as candidatas, realizado nos últimos
quinze dias;
XVIII - exame de HIV, realizado nos últimos trinta dias;
XIX - exame de audiometria;
XX - sorologia para hepatite “B” e “C”;
XXI - exame toxicológico.
Parágrafo único. Em todos os exames deverá constar o número do documento de
identidade do candidato preenchido pelo profissional ou laboratório que os realizou, sob pena
de suspeição e exclusão do candidato do certame.
Art. 32. No exame antropométrico serão exigidas as mensurações mínimas
necessárias à função de policial militar ou de bombeiro militar tais como:
I - altura mínima descalço e descoberto: 1,65 m (um metro e sessenta e cinco
centímetros) para homens e 1,60 m (um metro e sessenta centímetros) para mulheres;
II - índice de massa corpórea (IMC) entre 20 e 28 para candidatos do sexo
masculino e entre 20 e 26 para o sexo feminino, cujo cálculo será apurado mediante a seguinte
fórmula: IMC = PESO CORPORAL (em quilogramas) dividido pela ALTURA² (altura ao
quadrado) em metros;
III - capacidade vital, força e pressão, considerando:
a) mão dominante: 35 kg para homem e 25 kg para mulher;
b) mão não-dominante: 30 kg para homem e 20 kg para mulher.
Parágrafo único. As aferições biométricas serão realizadas por meio de balanças
clínicas e estadiômetros, da pressão arterial por esfignomanômetros e da frequência cardíaca
pelo pulso.
Art. 33. Na avaliação odontológica serão consideradas como condições mínimas:
I - ausência de anomalias de desenvolvimento de lábios, língua, palato, que
prejudiquem a funcionalidade do aparelho estomatognático;
II - ausência de dentes cariados ou com lesões periapicais;
III - presença de todos os dentes anteriores, incisivos e caninos, tolerando-se
dentes artificiais, inclusive prótese total, desde que satisfaçam à estética e à função;
IV - ausência de lesões periodontais graves;
V - presença de raízes hígidas, que forem aproveitadas proteticamente, serão
consideradas como dentes naturais para todos os efeitos, desde que possua a referida peça
protética.
Art. 34. A junta médica, após analisar os resultados dos exames elencados nos
arts. 30 e seguintes, poderá ou não, a seu critério e às expensas do candidato, a fim de
esclarecer diagnóstico, solicitar outros exames especializados.
Art. 35. Constatada a gravidez no exame de saúde, a candidata deverá apresentar
na data marcada para a realização das provas de capacitação física, parecer cardiológico e
declaração médica, emitidos em prazo não superior a 15 (quinze) dias, assegurando que pode
ser submetida aos exames de capacitação física.
Parágrafo único. Em caso de omissão da candidata quanto à sua condição de
grávida ou de eventuais problemas decorrentes das informações constantes da declaração
médica ou do parecer de que trata o caput, fica o Estado de Mato Grosso do Sul e a comissão
examinadora isentos de qualquer responsabilidade.
Art. 35-A. Não será considerada inapta e reprovada na Fase de Exame de
Capacidade Física a candidata grávida que, em razão desta condição, obtiver parecer médico
desfavorável à realização do exame de aptidão física previsto nesta Lei, sendo resguardado
seu direito de adiamento desse exame por até 1 (um) ano, contado a partir do término da
gravidez, mediante requerimento da candidata, observado o disposto no § 3º do art. 4º desta
Lei.
§ 1º O requerimento, por escrito, de adiamento do exame de capacidade física
para a candidata grávida somente poderá ser realizado por uma única vez, conforme modelo e
prazo de apresentação a serem disponibilizados em edital específico do concurso público.
§ 2º O disposto neste artigo também será aplicado à candidata que, na data do
exame de aptidão física, possua filho nascido há menos de 6 (seis) meses, sendo igualmente
observado o prazo de até 1 (um) ano, contado do término da gravidez, para a realização do
exame de aptidão física.
§ 3º Caso a candidata não submeta o requerimento previsto no caput deste artigo
dentro do prazo a ser estipulado no Edital do certame, ou não se apresente para a realização
do exame de capacidade física, esta será considerada desistente e eliminada do concurso
público.
(Art. 35-A acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 5.432, de 6.11.2019 – DOMS, de
7.11.2019.)
Art. 35-B. A candidata que tiver o estado de gravidez constatado, por intermédio
de comprovação médica, após aprovação na fase do exame de capacitação física, durante o
período de matrícula no curso de formação para ingresso na carreira ou durante a realização
deste, terá sua matrícula suspensa/trancada, ex officio, em razão do nível de esforço físico
exigido neste, com vistas à preservação do estado de saúde próprio e do bebê.
Parágrafo único. Para a candidata que vier a ter a sua matrícula suspensa/trancada
nos termos do caput deste artigo será garantida a reserva de vaga para a sua participação no
respectivo curso de formação subsequente.
(Art. 35-B acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 5.432, de 6.11.2019 – DOMS, de
7.11.2019.)
Art. 36. Serão julgados, pela Junta Médica, incapazes para o serviço ativo das
Instituições Militares, os candidatos que:
I - não atenderem os índices mínimos exigidos, incidirem nas condições
incapacitantes e ou não se situarem na proporcionalidade de peso e altura exigida;
II - apresentarem alterações, nos exames laboratoriais, consideradas incompatíveis
com o serviço ativo;
III - deixarem de realizar algum exame previsto nesta Lei e relacionado no edital
do concurso, ou não apresentarem o respectivo laudo ou exibi-lo incompleto;
IV - incidirem em condição clínica que seja considerada pela Junta Médica como
incapacitante.
Art. 37. Além das condições previstas nas “Normas Técnicas sobre as Doenças
que motivam a exclusão do serviço ativo do Exército”, Portaria nº 113-DGP, de 7 de
dezembro de 2001, constituem condições incapacitantes ao ingresso na Polícia Militar e no
Corpo de Bombeiros Militar, os seguintes diagnósticos apurados por meio de exames clínicos
que abrangerão anamnese, ectoscopia, e exame físico, quando o candidato for julgado inapto
ou não-recomendável:
§ 1º São consideradas incapacitantes para o ingresso na Polícia Militar ou no
Corpo de Bombeiros Militar, as seguintes condições:
I - cabeça e pescoço: deformações, perdas externas de substância; cicatrizes
extensas, deformantes, aderentes ou antiestéticas; contrações musculares anormais, cisto
branquial, higroma cístico de pescoço e fístulas;
II - ouvido e audição: deformidades ou agenesia do pavilhão auricular;
anormalidades do conduto auditivo e tímpano; infecções crônicas recidivantes, otite média
crônica, labirintopatias, tumores e baixa audição;
III - olhos e visão: infecções e processos inflamatórios, excetuando conjuntivites
agudas e hordéolo; ulcerações, tumores, excetuando cisto benigno palpebral; opacificações
corneanas, degenerações, sequelas de traumatismo ou de queimaduras; doenças congênitas e
deformidades congênitas ou adquiridas, anormalidades funcionais significativas e diminuição
da acuidade visual além da tolerância permitida; lesões retinianas e doenças neurológicas ou
musculares oculares; daltonismo, estrabismo com desvio superior a 10 graus;
IV - boca, nariz, laringe, faringe, traquéia e esôfago: anormalidades estruturais
congênitas ou não; desvio acentuado de septo nasal, mutilações, tumores, atresias e retrações;
sequelas de agentes nocivos; fístulas congênitas ou adquiridas; infecções crônicas ou
recidivantes; deficiências funcionais na mastigação, respiração, fonação e deglutição e
doenças alérgicas do trato respiratório, defeitos de fonação física com diminuição da função;
excetuando-se os sinais e sintomas de gripe e resfriados comuns;
V - dentes: estado sanitário geral deficiente, infecções, má oclusão e tumores;
restaurações, dentaduras e pontes insatisfatórias; deficiências funcionais, e dentes cariados
com lesões periapicais; piorréia alveolar, ausência de dentes frontais, exceto se substituídos
por dentes artificiais que satisfaçam à estética e à função;
VI - pele e tecido celular subcutâneo: infecções crônicas ou recidivantes; micoses
extensas, infectadas ou cronificadas; parasitoses cutâneas extensas; eczemas alérgicos
crônicos ou infectados; expressões cutâneas das doenças auto-imunes; manifestações das
doenças alérgicas de difícil resolução; ulcerações e edemas; cicatrizes deformantes que
comprometam a estética; nevus vasculares e externos ou antiestéticos, psoríase, lúpus
eritomatoso, pênfigo e, ainda, não são permitidas:
a) a presença de piercing em qualquer área do corpo para todos os candidatos;
b) tatuagem permanente no corpo, nos termos do disposto na alínea “p” do inciso I
do art. 8° desta Lei;
c) a presença de hérnia de qualquer tipo;
VII - pulmões e paredes torácicas: deformidades relevantes congênitas ou
adquiridas de caixa torácica; função respiratória prejudicada; doenças e defeitos, congênitos
ou adquiridos; infecções bacterianas ou micóticas; doenças imunoalérgicas do trato
respiratório inferior; fístula e fibrose pulmonar difusa; tumores malignos e benignos dos
pulmões e despleura, anormalidades radiológicas, exceto se insignificantes e desprovidas de
potencialidade mórbida e sem comprometimento funcional; e qualquer doença crônica ou
aguda do pulmão sob diagnóstico semiológico;
VIII - sistema cardiovascular: anormalidades congênitas ou adquiridas; infecções
e inflamações, arritmias e ou desdobramentos significantes, doenças do pericárdio, miocárdio,
endocárdio e da circulação intrínseca do coração; anormalidade do feixe de condução e
outras, detectadas no eletrocardiograma; doenças oro-valvulares; hipotensão arterial com
sintomas; hipertensão arterial (pressão arterial diastólica superior a 90 mmHg e sistólica
superior a 150 mmHg), taquiesfigmia; alterações significativas da silhueta cardíaca no exame
radiológico; doenças venosas, arteriais e linfáticas, ictus desviado além do padrão normal,
sopros, extrassístoles, arritmias e ou desdobramentos significantes e pulso arterial medido em
repouso igual ou maior que 100bat/min;
IX - abdômen e trato digestivo: anormalidades da parede (ex: hérnias, fístulas),
verificadas à inspeção ou palpação; visceromegalias; infecções, esquistossomose e outras
parasitoses graves (ex: doença de Chagas, calazar, malária, amebíase extra intestinal);
micoses profundas, história de cirurgia significativa ou ressecções importantes; doenças
hepáticas e pancreáticas; lesões do trato gastrointestinal; distúrbios funcionais, desde que
significativos; tumores benignos e malignos; presença de ascite, hepatite e ou esplenomegalia,
tumores ou qualquer doença crônica do aparelho digestivo;
X - aparelho gênito-urinário: anormalidades congênitas ou adquiridas da genitália,
rins e vias urinárias; tumores; infecções e outras lesões demonstráveis no exame de urina;
criptorquidia; varicocele volumosa e ou dolorosa; estão excetuados a hipospádia e o testículo
único, desde que este não resulte de criptorquidia do outro testículo, presença de qualquer tipo
de hérnia, e hidrocele;
XI - aparelho osteo-mio-articular: doenças e anormalidades dos ossos e
articulações, congênitas ou adquiridas, inflamatórias, infecciosas, neoplásicas e traumáticas;
desvios ou curvaturas anormais e significativas da coluna vertebral; deformidades ou qualquer
alteração na estrutura normal das mãos e dos pés; próteses cirúrgicas e sequelas de cirurgia; e,
ainda, no caso de pé plano e curvatura discreta da coluna vertebral, poderá ser solicitado
parecer especializado para avaliação de sintomas, distúrbios funcionais orgânicos e vício
postural;
XII - doenças metabólicas e endócrinas: “Diabetes mellitus”; tumores
hipotalâmicos e hipofisários; disfunção tiroideana sintomática; tumores da tiróide, exceto
cistos insignificantes e desprovidos de potencialidade mórbida; tumores de supra-renal e suas
disfunções congênitas ou adquiridas; hipogonadismo primário ou secundário; distúrbios do
metabolismo do cálcio e fósforo, de origem endócrina; erros inatos do metabolismo;
desenvolvimento anormal, em desacordo com a idade cronológica;
XIII - sangue e órgãos hematopoiéticos: alterações do sangue e órgãos
hematopoiéticos significativas, varizes; presença de doença infecto contagiosa detectada por
meio de exames de sangue e avaliação clínica; anemia, com nível de hemoglobina inferior a
12 g% e ou hematócrito inferior a 34%; número de leucócitos inferior a 3.500/mm³ ou
superior a 13.000/mm³; glicemia de jejum para homens de 70 a100 mg/dl, e de jejum para
mulheres de 60 a100 mg /dl, ALT superior a 2 (duas) vezes o valor máximo de referência da
normalidade;
XIV - doenças neuropsiquiátricas: distúrbios neuromusculares; afecções
neurológicas; anormalidades congênitas ou adquiridas; ataxias, incoordenações, tremores,
paresias e paralisias, atrofias e fraquezas musculares; além disso, será avaliada
cuidadosamente a história para detectar síndromes convulsivas, distúrbios de consciência,
distúrbios comportamentais e de personalidade, transtornos mentais associados ao alcoolismo,
abuso de substâncias psicoativas, psicoses, estados paranóicos e transtornos de personalidade;
XV - tumores e neoplasias: qualquer tumor maligno; tumores benignos,
dependendo da localização, repercussão funcional, potencial evolutivo ou comprometimento
estético importante;
XVI - doenças sexualmente transmissíveis: serão toleradas cicatrizes sorológicas
para lues;
XVII - condições ginecológicas: neoplasias; coforite; cistos ovarianos não
funcionais; salpingite, lesões uterinas e outras anormalidades adquiridas, exceto
insignificantes e desprovidas de potencialidade mórbida; anormalidades congênitas; mastites
específicas, tumorações da mama;
XVIII - proporcionalidade de peso e altura: Índice de Massa Corpórea (IMC)
situado fora dos parâmetros estabelecidos no inciso II do art. 32 desta Lei;
XIX - cirurgias: gastrectomia, lobectomia, esplenectomia, esofagoplastia,
nefrectomia ou qualquer cirurgia mutiladora.
§ 1º Para a acuidade auditiva será realizado teste audiométrico, por meio do qual
serão observados os índices mínimos exigidos, considerando-se aptos os candidatos que
apresentarem perdas auditivas em qualquer ouvido de até 20 decibéis, nas frequências de 500
HZ a 1000 HZ; de até 25 decibéis, nas frequências de 1001 HZ a 2000 HZ; de até 30 decibéis,
nas frequências de 2001 HZ a 3000 HZ; e de até 35 decibéis, nas frequências de 3001 HZ a
8000 HZ, por vias aérea e óssea, sendo que a perda média de todas as frequências não deve
ser superior a 25 decibéis.
§ 2º Somente será considerado apto o candidato que não apresente discromatopsia
de grau acentuado e que alcance, na avaliação da acuidade visual, seguindo-se a escala
optométrica de Snellen, os seguintes índices mínimos:
I - acuidade visual de 20/67 em ambos os olhos, sem correção óptica;
II - acuidade visual de 20/25 em ambos os olhos, com correção óptica, se for o
caso.
(§ 2º alterado pelo art. 1º da Lei nº 5.432, de 6.11.2019 – DOMS, de 7.11.2019.)
§ 3º Os limites mínimos a serem observados para a mobilidade, em caso de
doenças do aparelho osteo-mio-articular, de que trata o inciso XI deste artigo, são:
I - ombro - elevação para diante a 90º, abdução a 90º;
II - cotovelo - flexão a 100º, extensão a 150º;
III - punho - alcance total a 15º;
IV - mão - supinação ou pronação a 90º;
V- dedos - formação de pinça digital;
VI - coxo-femural - flexão a 90º, extensão a 10º;
VII - joelho - extensão total, flexão a 90º;
VIII - tornozelo - dorsiflexão a 10º, flexão plantar a 10º.
§ 4º Na análise de sangue e de órgãos hematopoiéticos as alterações
hematológicas consideradas significativas poderão ser submetidas a parecer especializado.
§ 5º Será incapacitado todo candidato que tiver sido submetido à cirurgia de
obesidade há menos de 2 anos da data da inspeção de saúde.
§ 6º Em todos os diagnósticos dos exames será respeitado o sigilo médico.
Art. 38. Dos resultados dos exames de saúde (clínico, antropométrico e de aptidão
física) caberá recurso do candidato à junta médica em até dois dias úteis após a publicação
dos resultados em Diário Oficial do Estado.

Seção VI
Do Exame de Capacidade Física (ECAFI)

Art. 39. Somente serão convocados para se submeter ao exame de capacidade


física (ECAFI) os candidatos considerados “aptos” no exame de saúde, clínico,
antropométrico e de aptidão física.
Art. 40. O exame de capacidade física será aplicado por profissionais habilitados,
conforme definido pelo edital do concurso, e supervisionado pela Comissão Organizadora em
conjunto com a Comissão Técnica designada pelo Comandante-Geral da PMMS ou do
CBMMS, consistindo na execução de exercícios que permitirá a avaliação de padrões de
força, coordenação, agilidade, equilíbrio dinâmico, flexibilidade, potência muscular,
capacidade aeróbica, anaeróbica e de velocidade, com vista à avaliação do condicionamento
físico do candidato para suportar os exercícios físicos a que será submetido durante o curso de
formação e a resistência necessária para o desempenho da função militar. (Alterado pelo art.
1º da Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
§ 1º Os exercícios de que trata este artigo são os constantes dos Anexos II e III
desta Lei.
§ 2º Os candidatos que não reunirem condições de realizar os exames e provas nos
dias previstos, sejam quais forem os motivos, ou que não obtiverem os índices mínimos
estabelecidos nos Anexos II e III desta Lei, serão considerados inaptos e desclassificados do
certame.
Art. 41. O Estado de Mato Grosso do Sul isentar-se-á de qualquer
responsabilidade por acidente decorrente de imprudência, imperícia ou negligência do
candidato, que possa resultar em incapacidade parcial ou total durante a realização das provas
de aptidão física e, também ficará isento de responsabilidade nos casos em que o candidato
tenha sido considerado “inapto” e tiver que ser submetido ao exame de aptidão física, em
razão de decisão judicial.
Art. 42. Os exames de capacidade física serão obrigatória e integralmente
filmados pela Comissão Organizadora.
§ 1º As filmagens referidas no caput serão identificadas pela numeração do
candidato, acrescida da data e do local da realização do exame, tudo constando em ata a ser
devidamente publicada.
§ 2º Em caso de recurso administrativo ou de medida judicial, serão fornecidas
cópias dos arquivos de filmagens a todo interessado que o solicitar, mediante o pagamento de
taxa a ser estabelecida pelo Poder Público.
§ 3º Os arquivos serão mantidos pelo Poder Público por, no mínimo, 90 (noventa)
dias após a homologação do resultado do concurso.
(Art. 42 alterado pela Lei nº 4.940, de 21.11.2016 – DOMS, de 22.11.2016.)
Art. 43. Encerrada a prova de capacidade física, será divulgado o resultado com a
relação dos candidatos considerados “aptos” e “inaptos”.
§ 1º Encerrada a fase recursal de 2 (dois) dias úteis, será homologado o resultado
final do Concurso Público para Ingresso no Curso de Formação de Oficiais e Praças da
PMMS e do CBMMS, ressalvada a investigação social que perdurará até ao final do estágio
probatório.
§ 2º Os candidatos aprovados serão convocados para efetuar a matrícula no
CFOP-PM/CBM-MS, segundo a rigorosa ordem de classificação final e de acordo com as
normas e procedimentos estabelecidos por esta lei, pelo Edital, pelo Comando-Geral da
Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar, segundo a legislação vigente.

Seção VII
Da Investigação Social

Art. 44. Durante a realização de todas as fases do Concurso Público, no período


do Curso de Formação e durante o estágio probatório será realizada a investigação social, que
abrangerá, também, a investigação da vida civil e criminal dos candidatos, de caráter
eliminatório, visando verificar sua conduta moral e social, bem como confirmar as
informações fornecidas, verificando a veracidade destas ou eventual omissão de dados.
Art. 45. A investigação social, de caráter confidencial, será realizada pela 2ª
Seção do Estado-Maior da Polícia Militar, por intermédio de sua Agência Central e das
Agências Regionais, Núcleo das Agências e Órgãos de Busca, e órgãos similares do CBM-
MS, que coletarão dados sobre a conduta do candidato a fim de avaliar, objetiva e
subjetivamente, se reúne condições morais para ser membro da Polícia Militar ou do Corpo de
Bombeiros Militar, dada a natureza e o grau de responsabilidade do cargo militar estadual no
exercício das funções institucionais.
Art. 46. A conduta do candidato será avaliada por meio da análise da vida
pregressa e atual, de seu comportamento individual e social, bem como a adaptação aos
princípios básicos, deveres e proibições impostas ao militar estadual pela Lei Complementar
nº 53, de 30 de agosto de 1990, e demais normas pertinentes.
Art. 47. Se durante o período da Investigação Social for constatada qualquer
conduta irregular do candidato, que o desabone para o exercício das funções institucionais,
será aberto procedimento administrativo, em que lhe será dada a oportunidade do
contraditório e ampla defesa e, comprovada a irregularidade, o candidato será excluído a
qualquer momento, seja qual for a fase do Concurso Público para Ingresso no Curso de
Formação a que concorreu, ou serão declarados nulos os atos de ingresso na instituição militar
a que pertencer.
Parágrafo único. O procedimento administrativo a que se refere este artigo será
de competência da Comissão Organizadora do concurso até o ato de matrícula no Curso de
Formação (CFOP/PM/BM), e, após essa fase, das respectivas Instituições Militares.
(Acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
Seção VIII
Do Curso de Formação

Art. 48. O Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS) destina-se a propiciar ao


militar estadual os conhecimentos técnicos, necessários à execução de atividades militares de
preservação da ordem pública, por meio dos tipos, modalidades e processos de atuação,
previstos nas constituições federal e estadual, legislações e atos normativos vigentes,
realizado em regime de dedicação exclusiva, incluindo atividades noturnas, em feriados e
finais de semana.

Seção IX
Da Matrícula e do Desligamento do Curso de Formação

Art. 49 O candidato aprovado em todas as fases do concurso público, e que


atenda às exigências previstas na presente lei será convocado para matricular-se no Curso de
Formação para o qual foi aprovado, devendo comprovar até a data de encerramento da
matrícula que preenche todos os requisitos legais, mediante apresentação dos seguintes
documentos:
I - cópia e original do documento de identidade, para comprovar a nacionalidade
brasileira e a idade;
II - cópia e original do certificado de reservista ou de dispensa de incorporação
das Forças Armadas ou de isenção do serviço militar obrigatório, desde que a isenção não
constitua impedimento para o exercício da atividade policial militar, somente para candidatos
do sexo masculino;
III - cópia e original do título de eleitor do Estado de Mato Grosso do Sul e
comprovante de que está em dia com as obrigações eleitorais;
IV - cópia e original do histórico escolar ou do certificado de conclusão do ensino
médio ou de ensino superior; conforme a finalidade do curso de formação;
V - certidões negativas das Justiças Militares da União e do Estado;
VI - certidões da Justiça Cível e Criminal do Estado em que residiu nos últimos 5
(cinco) anos;
VII - certidões negativas das áreas cível e criminal da Justiça Federal da
circunscrição em que residiu nos últimos 5 (cinco) anos;
VIII - habilitação, mesmo que provisória, para conduzir veículos automotores, no
mínimo, na categoria “B”;
IX - classificação, no mínimo, em “Bom” comportamento se possuir até 5 (cinco)
anos de serviço em instituição militar, e no comportamento “Ótimo” para os militares com
mais de 5 (cinco) anos na instituição militar a que pertence ou tenha pertencido;
X - cópia e original da certidão de nascimento ou de casamento;
XI - três fotografias 3 x 4, recentes, de frente, com a cabeça descoberta;
XII - cadastro da pessoa física (CPF/MF);
XIII - atestado ou comprovante de residência;
XIV - declaração de bens;
XV - declaração de não-acúmulo de cargo público;
XVI - declaração de exercício de função pública ou de vacância, se funcionário
público;
XVII - autorização prévia do Comandante da Região Militar, Distrito Naval ou
Zona Aérea correspondente, se reservista em disponibilidade ou em situação especial.
§ 1º Os candidatos militares estaduais da PMMS ou do CBMMS ficam obrigados
a apresentar somente os documentos constantes dos incisos III, IV, V, VII, VIII, IX, XI e XIV
deste artigo.
§ 2º O candidato militar originário de outra Instituição Militar deverá apresentar
autorização do seu Comandante para matricular-se e, também, apresentará o certificado de
desligamento ou documento correspondente expedido por sua unidade militar, durante o
primeiro bimestre do curso, caso contrário será deste desligado.
§ 3° A matrícula no Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS) obedecerá ao
disposto nos artigos 11 e 12 da Lei Complementar nº 53, de 30 de agosto de 1990, e exigirá
do candidato a aprovação nas fases referidas nos incisos de I a IV do art. 9º desta Lei.
Art. 50. Para matricular-se no Curso de Formação, o candidato será convocado,
rigorosamente, de acordo com a ordem de classificação, por meio de edital publicado no
Diário Oficial do Estado.
Art. 51. O candidato a policial militar da PMMS ou a bombeiro militar do
CBMMS, matriculado em Curso de Formação Militar em estabelecimentos de ensino da
Instituição ou congênere do País, será denominado Aluno PM ou Aluno BM, e a policial
militar ou bombeiro militar feminina será denominada Aluna PM ou Aluna BM, ambos com a
correspondente graduação especial atribuída ao curso que frequentar.
Art. 52. A formação do Aluno PM/BM obedecerá às normas internas dos
estabelecimentos de ensino em que estiver matriculado.
§ 1º Os alunos que concluírem o Curso de Formação de Oficiais (QOPM/BM),
com aproveitamento, serão declarados Aspirante-a-Oficial, de acordo com a legislação
específica em vigor.
§ 2º Os alunos que concluírem os Cursos de Formação de oficiais de Saúde ou de
Especialistas serão nomeados no posto inicial de acordo com legislação específica em vigor.
(Alterado pelo art. 1º da Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
§ 3º Os alunos que concluírem o Curso de Formação de Praças, com
aproveitamento, serão promovidos a Soldado PM/BM pelo Comandante Geral da Instituição.
(Acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
Art. 53. O desligamento do Aluno do curso em que estiver matriculado é ato
privativo do Comandante do Estabelecimento de Ensino, observado:
I - quando o aluno não oriundo da Instituição for desligado do curso que
frequenta, por qualquer motivo, cessa o seu vínculo com o estabelecimento de ensino e seu
desligamento da Instituição se dará por ato do Comandante-Geral da PMMS ou CBMMS;
II - o Aluno oriundo da PMMS/CBMMS, quando desligado do curso por qualquer
motivo retornará às fileiras da respectiva instituição militar, na situação anterior à matrícula;
salvo no caso de o desligamento constituir-se em ato incompatível com o exercício da
profissão militar estadual;
III - quando o desligamento constituir-se em ato incompatível com o exercício da
profissão militar estadual, o Comandante do estabelecimento de ensino apresentará o Aluno
PM/BM ao Comandante da sua respectiva Instituição, acompanhado de procedimento
administrativo regular, para decidir acerca de sua capacidade moral em permanecer na
instituição.
Parágrafo único. A possibilidade de rematrícula dos alunos dar-se-á nas
condições e conforme o previsto pelos Estabelecimentos de Ensino em que estiverem
matriculados, e por conveniência dos Comandantes-Gerais da Polícia Militar ou do Corpo de
Bombeiros Militar.

Capítulo III
Disposições Gerais e Finais

Art. 54. Na presente Lei adota-se as seguintes definições convencionais e


abreviaturas:
I - PMMS: Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul;
II - CBMMS: Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul;
III - candidato: a pessoa que efetua inscrição para submeter-se ao concurso
público;
IV - inscrição: ato pelo qual o candidato se habilita a participar do concurso
público;
V - matrícula: ato pelo qual o candidato é admitido para submeter-se ao curso de
formação militar (CFOP-PM/CBM-MS);
VI - inclusão: ato oficial do Comandante-Geral da PMMS ou do CBMMS,
publicado no Diário Oficial do Estado, relativo à inclusão de militar estadual no estado efetivo
da Instituição;
VII - Aluno-PMMS ou Aluno-CBMMS: designação pré-estabelecida para o
participante do Curso de Formação PMMS ou CBMMS;
VIII - Aluna-PM ou Aluna-CBM: designação pré-estabelecida para a participante
do Curso de Formação PMMS ou CBMMS;
IX - QOPM: Quadro de Oficiais da Polícia Militar;
X - QOBM: Quadro de Oficiais Bombeiro Militar; (alterado pelo art. 1º da Lei nº
5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl.), de 5.4.2018.)
XI - QOS e QOE: Quadro de Oficiais de Saúde e Quadro de Oficiais Especialistas
da PMMS e do CBMMS, respectivamente;
XII - QAO: Quadro Auxiliar de Oficiais da PMMS e do CBMMS.
Art. 56. A taxa de inscrição devida pelos candidatos será fixada no Edital de
Abertura do Concurso Público.
Art. 57. Os exames médicos previstos nesta Lei, quando não aplicados pela
Instituição Militar ou Comissão organizadora, serão custeados pelo próprio candidato.
Art. 58. Os Alunos-PM/BM-MS matriculados no curso de formação Militar, farão
jus à remuneração prevista na legislação pertinente em vigor.
Art. 59. Os casos omissos, não previstos nesta Lei, serão resolvidos pelos
Comandantes-Gerais da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato
Grosso do Sul, em consonância com a Secretaria de Estado de Administração.
Art. 60. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus
efeitos a contar de 1º de dezembro de 2009.

Campo Grande, 18 de dezembro de 2009.

André Puccinelli
Governador do Estado

Wantuir Francisco Brasil Jacini


Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública

Thie Higuchi Viegas dos Santos


Secretária de Estado de Administração

ANEXO I DA LEI N. 3.808, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009.

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO
Características Descrição Parâmetros
Controle emocional Habilidade de reconhecer as próprias emoções Elevado
diante de um estímulo, controlando-as de forma
que não interfiram em seu comportamento.
Ansiedade Preocupação antecipada com aceleração das Diminuída
funções orgânicas que podem afetar sua capacidade
de reação diante de situações de estresse.
Impulsividade Incapacidade de controlar as emoções e tendência a Diminuída
reagir de forma brusca e intensa diante de um
estímulo interno ou externo.
Domínio psicomotor Habilidade cinestésica para movimentar o corpo Adequado
com equilíbrio, atendendo às solicitações psíquicas
e/ou emocionais.
Raciocínio espacial Capacidade de visualização, isto é, de formar Adequado
representações mentais visuais e manipulá-las
transformando-as em novas representações.
Atenção Capacidade de abstrair-se de tudo e fixar a atenção Elevada
Concentrada em um objeto.
Autoconfiança Atitude de autodomínio, presença de espírito e Adequada
confiança nos próprios recursos, estabelecendo
contatos de forma resoluta e decidida, acreditando
em si mesmo.
Resistência à Habilidade de manter suas atividades em bom nível Elevada
frustração quando privado da satisfação de uma necessidade
pessoal, em uma dada situação profissional ou
pessoal.
Persistência Tendência de levar a cabo quaisquer trabalhos Elevada
iniciados, independentes das dificuldades.
Assertividade Expressão de qualquer sentimento com controle da Elevada
ansiedade e sem ferir os direitos do outro.
Inteligência Grau de inteligência global dentro da faixa média, Adequada.
aliado à capacidade de incorporar novos
conhecimentos e reestruturar conceitos já
estabelecidos.
Memória Capacidade para memorizar sons e imagens, Elevada
principalmente fisionomias, tornando-as
disponíveis para a lembrança imediata.
Agressividade Energia que dispõe o indivíduo a enfrentar
situações adversas, direcionando-a de forma que Adequada
seja benéfica para si e para a sociedade,
mostrando-se uma pessoa combativa
Adaptabilidade Capacidade de o indivíduo adaptar seu Elevada
comportamento às mais diversas situações.
Flexibilidade Capacidade de o indivíduo agir com desenvoltura Elevada
nas mais diversas situações e ou idéias.
Maturidade Desenvolvimento físico e psicológico de acordo Adequada
com a idade cronológica
Responsabilidade Capacidade de o indivíduo tomar decisões, Elevada
assumindo suas consequências
Dinamismo Capacidade de desenvolver atividades intensas. Elevado
Iniciativa Capacidade em empreender e propor novas atitudes Elevada
e ou idéias
Fluência verbal Capacidade em comunicar-se de forma Elevada.
compreensível e agradável.
Sociabilidade Capacidade em conviver em grupos de forma a Elevada
proporcionar a possibilidade de trocas afetivas.
Capacidade de Capacidade de gerenciar grupos em todos os seus Elevada
liderança aspectos.
Fobias Medo irracional ou patológico de situações Ausentes
específicas como animais, altura, água, sangue,
fogo etc., que levam o indivíduo a desenvolver
evitação ou crises de pânico.
Honestidade Respeito aos limites alheios com probidade e Elevada
decoro.

ANEXO II (Ver p. 5-8)


(Alterado pela Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS(SUP), de 5.4.2018.)
(Alterado pelos arts. 2º e 4º da Lei nº 5.432, de 6.11.2019 – DOMS, de 7.11.2019.)

ANEXO III (Ver p. 5-8)


(Alterado pela Lei nº 5.167, de 5.4.2018 – DOMS-Supl., de 5.4.2018.)

DOMS, de 21.12.2009, p. 1-11.

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