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CURSO DE SEGURANÇA QUÍMICA

FUNDAMENTOS DE
SEGURANÇA QUÍMICA
Data: 10.12.2012
Local: Fundacentro-SP
Fernando V. Sobrinho
José Possebon
DEFINIÇÃO DO CAPÍTULO 19
DA AGENDA 21
Segurança química é a prevenção
dos efeitos adversos, imediatos e
ao longo do tempo, para as
pessoas e o meio ambiente,
decorrentes da produção,
armazenagem, transporte, uso
e descarte de substâncias.
(PNUMA)
De uma forma didática, pode ser
apresentada em três aspectos:
ambiental, de saúde pública e
ocupacional, tanto sob o ponto
de vista da prevenção, como dos
efeitos de acidentes.
ASPECTOS
AMBIENTAIS

poluição do ar

poluição do solo

poluição das águas

proteção do meio ambiente

proteção do ser humano


ASPECTOS DE
SAÚDE PÚBLICA

vigilância sanitária
vigilância epidemiológica
segurança alimentar
saúde ambiental
rotulagem
proteção do ser humano
ASPECTOS
OCUPACIONAIS

identificação do perigo / agente


avaliação / análise do risco
controle do risco

Proteção de:
trabalhadores
meio ambiente correlato
populações vizinhas
TERMINOLOGIA
RISCO X PERIGO
INGLÊS PORTUGUÊS SENTIDO
HAZARD PERIGO POTENCIAL, INTRÍNSECA
(POSSIBILIDADE)

DANGER PERIGO POTENCIAL, INTRÍNSECA


(ALERTA)

RISK RISCO FATOR INDESEJADO


(PROBABILIDADE)
EXEMPLO: GASOLINA
INGLÊS PORTUGUÊS SENTIDO
HAZARD PERIGO POTENCIAL, PROPRIEDADE, INTRÍ
INTRÍNSECA
(POSSIBILIDADE) (PRODUTO PERIGOSO)
DANGER PERIGO POTENCIAL, INTRÍ
INTRÍNSECA
(ALERTA)
RISK RISCO INDESEJADO, DE QUE?, PARA QUEM/OQUE?
(PROBABILIDADE)
INGLÊS PORTUGUÊS SENTIDO
HAZARD PERIGO POTENCIAL, INTRÍ
INTRÍNSECA
(POSSIBILIDADE)
DANGER PERIGO POTENCIAL, INTRÍ
INTRÍNSECA
(ALERTA)
RISK RISCO INDESEJADO, DE QUE?, PARA QUEM/OQUE?
(PROBABILIDADE)

FATO NÃO CONSUMADO PARA O RISCO


INCIDENTE CONSIDERADO
FATO CONSUMADO PARA O RISCO
ACIDENTE CONSIDERADO

Risco 1 Risco 2 Risco 3


(reduzido) (potencial) (iminente)
Risco 3 > Risco 2 > Risco 1
Conforme adotado pela OIT, PNUMA, GHS:
Hazard:
Perigo / possibilidade / propriedade intrínseca
Danger:
Condição de perigo / alerta / possibilidade
Risk:
Risco / probabilidade / fator indesejado
De um perigo ou condição de perigo pode-se
ter um ou mais riscos, com probabilidade de
ocorrência variável, dependendo do tempo, das
medidas de segurança, das medidas de controle
ou da falta das mesmas
Risco = perigo x tempo
segurança
EXEMPLO: INSETICIDAS
PERIGO X RISCO

Exemplo: incêndio x queimadura

Risco 1 Risco 2
Risco 1 > Risco 2
Produto Perigoso:
É todo o produto cujas propriedades possam
implicar em risco para a saúde das pessoas,
para a segurança pública ou para
o meio ambiente.
EXEMPLO: ESPAÇO CONFINADO
Qual é o produto perigoso?
Qual é o perigo ( hazard )?
Qual é o perigo ( danger )?
Qual é o risco?
Risco de que e para quem?
Risco grande ou pequeno? Venenol
EXEMPLO: ESPAÇO CONFINADO
Qual é o perigo hazard?(produto perigoso)
Qual é o perigo danger?
Qual é o risco?
Risco de que e para quem?
Risco grande ou pequeno?
Venenol
RISCO GRANDE (grande probalidade)
RISCO GRAVE (efeito, gravidade)
EVAPORAÇÃO
DE ÁGUA O risco de inalação de
vapores é grande, mas
o efeito não é grave

O risco de inalação de
VAPOR H2SO4
vapores é mínimo,mas
o efeito é grave
EXAUSTÃO
Adicional de periculosidade
NR 16 Portaria 3214, MTE, 1978.
“Risco acentuado”, situação
que dá direito ao adicional de
periculosidade

(Conforme definição de Willie Hammer, adotada


na elaboração de NR`s da Portaria 3214 em 1978)
Risco = intrínseco ; Perigo = variável
PERIGO X RISCO
Perigo:
Variável, depende das medidas de segurança, controle ou
falta das mesmas
Risco:
intrínseco, propriedade da substância

Perigo 1 Perigo 2

Perigo 2 > Perigo 1


CONCLUSÃO

RISCO ACENTUADO ~ DANGER (alerta)

Legalmente falando:
Nas situações previstas nas tabelas
da Norma Regulamentadora 16,
da Portaria 3214 do MTE
FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA QUÍMICA
1 - Propriedades de segurança
2 - Deficiência de oxigenio
3 - Explosivos
4 - Bola de fogo
5 - Bleve
6 - Explosões confinadas e não confinadas
7 - Boilover Pool fire
8 - Pool fire / Jet fire / flash fire
9 - Explosão de poeiras
10 - Substâncias oxidantes
11 - Peróxidos orgânicos
FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA QUÍMICA

12 - Produtos peroxidáveis
13 - Compostos pirofóricos
14 - Produtos que reagem com a água
15 - Combustão espontânea
16 - Líquidos criogênicos
17 - Substâncias corrosivas
18 - PH
19 - Incompatibilidade química
20 - Poluentes orgânicos persistentes
PROPRIEDADES DE SEGURANÇA

DENSIDADE DO LÍQUIDO / VISCOSIDADE


DO LÍQUIDO/PONTO DE FLUIDEZ
DENSIDADE DO VAPORPONTO DE
FULGOR / PONTO DE COMBUSTÃO
TEMPERATURA DE AUTO IGNIÇÃO
FAIXA DE INFLAMABILIDADE
ENERGIA MÍNIMA DE IGNIÇÃO
IDLH (IPVS)
TOXICIDADE
LIMITE DE PERCEPÇÃO AO OLFATO
PROPRIEDADES DE SEGURANÇA
INFORMAÇÃO
Muitos acidentes são evitados ou
atenuados quando as características
dos produtos químicos utilizados são
prontamente reconhecidas e tomadas
as medidas de precaução contra os
riscos de incêndio, explosão,
liberações tóxicas e suas
consequências para trabalhadores,
população e meio ambiente.
DENSIDADE DOS LÍQUIDOS
(densidade em relação à água)

A densidade da fase líquida em relação à


água é muito importante no caso do produto
ser insolúvel em água.
Os hidrocarbonetos são insolúveis e menos
denso que a água e no caso de vazamento,
o produto se espalha por uma superfície
muito grande.
DENSIDADE DOS LÍQUIDOS
(densidade em relação à água)

d = massa / volume

Gasolina = 0,8 Água = 1,0

Tricloroetileno
Água = 1,0
1,40
DENSIDADE DO LÍQUIDOS
Já o Dissulfeto de Carbono, é
insolúvel e mais denso que a água,
ficando restrito preferencialmente
nas irregularidades do piso e isolado
do ar atmosférico.

Selo D´Água
Dissulfeto de
carbono
DENSIDADE DOS LÍQUIDOS
O FENÔMENO BOILOVER

Fogo

Óleo

Água
EXEMPLOS
PRODUTO DENSIDADE
nDecano 0,73
Ciclohexano 0,78
Tolueno 0,86
Benzeno 0,88
Óleos 0,96
Água 1,00
Clorobenzeno 1,11
Naftaleno 1,13
Dissulfeto de Carbono 1,26
Tricloroetileno 1,40
Anidrido Ftálico 1,53
No caso do contaminante ser solúvel ou
reagir quimicamente com água os riscos
poderão ser decorrentes de alterações do
ph, da temperatura ou da formação de
novos compostos tóxicos que possam
afetar a fauna e interferir na cadeia
alimentar e chegar aos seres humanos.
DENSIDADE DO VAPOR
(em relação ao ar)

Apenas o hidrogênio, metano, acetileno e


etileno tem densidade de vapor menor
que o ar.
Os vapores são geralmente mais pesados
que o ar, tendo os hidrocarbonetos
densidade entre 3 e 4, ficando nas partes
baixas.
DENSIDADE DO VAPOR
(em relação ao ar)

No caso de vazamento de gasolina, os


vapores ficarão nas partes mais
baixas, enquanto que num vazamento
de hidrogênio, o gás ficará nas partes
mais altas, devido à sua baixa
densidade relativa (0,07)
DENSIDADE DO VAPOR
PRESSÃO DE VAPOR
Pressão máxima de vapor de um líquido é a
pressão que seu vapor exerce, num recipiente
fechado, quando está em equilíbrio com o líquido,
a uma certa temperatura.
Quanto mais volátil uma substância, maior é a sua
pressão de vapor, a uma mesma temperatura.
Líquidos mais voláteis têm maior pressão de vapor
P1 P2 P3
VAPOR
VAPOR VAPOR

LÍQUIDO LÍQUIDO LÍQUIDO

T ambiente T ambiente T ambiente


água querosene éter etílico

P3 > P2 > P1
VISCOSIDADE/PONTO DE FLUIDEZ

Resistência ao escoamento
Velocidade de escoamento.
Quanto menor a velocidade de
escoamento, maior a viscosidade
A viscosidade diminui com o aumento
da temperatura, ou seja o liquido
aquecido tende a “escorrer”.
Um sólido de baixo ponto de fluidez, não inflamável
à temperatura ambiente, em caso de incêndio e/ou
aumento de temperatura pode derreter e espalhar-
se alimentando e propagando o fogo (Ex. materiais
betuminosos, ceras, parafinas)
PONTO DE FULGOR

É a menor temperatura na qual uma


substância libera vapores em quantidades
suficientes para que a mistura de vapor e
ar logo acima de sua superfície propague
uma chama, a partir do contato com uma
fonte de ignição.
25 ºC

Considerando a temperatura se o ponto de fulgor do


ambiente numa região de 25º C produto for de 30º C,
e um produto com ponto de significa que este não estará
fulgor de 15º C liberando vapores
inflamáveis

p.f.=15ºC p.f.= 30ºC


-15 ºC 25 ºC

p.f. 15 ºC p.f. 15 ºC
PONTO DE FULGOR

O ponto de fulgor é determinado


aquecendo-se lentamente o líquido em
um vaso e passando-se periodicamente
uma chama sobre o vaso até que ocorra o
fulgor. Como a essa temperatura (PF) a
geração de vapores é insuficiente para
manter a chama, só há um “flash”,
consumindo os vapores acumulados.
PONTO DE FULGOR

Métodos clássicos para a determinação


do Ponto de Fulgor:

VASO ABERTO (Cleveland)


VASO FECHADO (Pensky Martens)

Vide ABNT 17505


VASO ABERTO (Cleveland)

MB 50
ASTM D 92
VASO FECHADO
ASTM D 93
NBR 14598
EXEMPLOS
PRODUTO P.F.(°c)
Cloreto de vinila................... - 78
Éter Etílico............................ - 45
Gasolina............................ -38 a -45
Acetona................................. - 20
Acetato de Metila.................. - 10
Tolueno................................. 4
Alcool Etílico.......................... 13
Terebentina........................... 35
Anidrido Acético.................... 49
Etileno Glicol......................... 111
Estearato de Amila(oc)......... 185
PONTO DE COMBUSTÃO
O Ponto de Combustão já é alguns graus
acima do ponto de fulgor e consegue
manter a combustão.
Enquanto no ponto de fulgor a chama dura
pouco tempo devido à insuficiência de
vapores, no ponto de combustão a chama
permanece de forma contínua.
TEMPERATURA DE AUTO-IGNIÇÃO
(Ponto de ignição)

Temperatura de Auto-ignição ou
Temperatura de Ignição, é a mínima
temperatura na qual o produto ao entrar
em contato com o ar ambiente, se
inflama espontaneamente.

Tign

T1
TEMPERATURA DE AUTO-IGNIÇÃO
(Ponto de ignição)

Normalmente as temperaturas de auto-


ignição apresentam valores em torno de
400 a 500 °C, no entanto existem
produtos com baixas Temperaturas de
Ignição, podendo entrar em ignição ao
entrar em contato com linhas de vapor
ou equipamentos aquecidos.
EXEMPLOS
SUBSTÂNCIA TAI(°c)
Pentaborano 35
Diborano 40-50
Dissulfeto de Carbono 90
Éter Etílico 160
Acroleína 235
Gás Sulfídrico 260
Formaldeído 300
Hidrogênio 400
Óxido de Etileno 429
Cloreto de Vinila 472
Tolueno 480
Gás Natural 537
25 ºC

25 ºC 200 ºC 600 ºC

pf = 66 ºC pc = 200 ºC pi = 600 ºC
FAIXA DE INFLAMABILIDADE

Os produtos químicos inflamáveis ou


combustíveis, só queimam dentro de
uma determinada faixa de concentração
no ar, chamada de FAIXA DE
INFLAMABILIDADE, que é
compreendida pelos Limites Inferior e
Superior de Explosividade.
FAIXA DE INFLAMABILIDADE

LIE = Limite inferior de explosividade


LSE = Limite superior de explosividade

pobre ideal mistura rica

0% LIE LSE 100%

Para qualquer gás, 1% em volume é igual a


10.000 ppm (partes por milhão)
EXEMPLOS DE LIE / LSE
gasolina: 1,4 a 7,6 %
metanol: 6,0 a 36,0
hidrogênio: 4,0 a 75%
dissulfeto de carbono: 1 a 50%
monóxido de carbono: 12,5 a 74%
butano: 1,5 a 8,5 %
propano: 2,0 a 9,5
alcool etílico: 3,3 a 19,0%
Amônia: 15,0 a 28,0 %
Exemplo de mistura explosiva
de GLP + ar
Exemplo de mistura explosiva
de GLP + ar

LIE ~ 2%
BUJÃO DE 13 KG ~ 16 LITROS(em uso)
1 LITRO DE GLP ~ 250 LITROS DE GÁS
16 LITROS DE GLP = 4.000 LITROS DE GÁS
4.000 LITROS DE GÁS CORRESPONDE A 2% DE
200.000 litros DE MISTURA EXPLOSIVA AR + GÁS
EXPLOSÍMETRO

Aparelho de campo que mede a


porcentagem da concentração em
relação ao limite inferior de
explosividade

0% LIE LSE 100%


APLICAÇÕES

ENTRADA EM ESPAÇOS
CONFINADOS
MONITORAMENTO COM
EXPLOSÍMETRO EM
CARRETA-TANQUE
ENERGIA MÍNIMA DE IGNIÇÃO

„ É a energia mínima em forma de


descarga capacitiva necessária para
causar ignição de uma mistura
explosiva sob condições normais de
pressão e temperatura.
„ É medida em milijoules (mJ) e tem
importância em áreas onde possa
ocorrer geração de eletricidade
estática e descargas eletrostáticas.
Uma descarga capacitiva ocorre entre duas
superfícies cuja diferença de potencial seja
suficiente para romper o meio dielétrico.
Se o meio dielétrico for uma mistura explosiva
a mesma entrará em ignição

F
O
N
T ignition

E
:
I no ignition
S
S
A
Faísca Explosão

+ - + -
+ - + -
+ - + -
+ - + -
Mistura
AR inflamável
FLUIDOS INFLAMÁVEIS
Gases inflamáveis: (ANTT)
Gás inflamável é um gás com uma faixa de 13% ou menos
de inflamabilidade com o ar a 20ºC a uma pressão padrão
de 101,3 kPa (1 atm)
(NR 20 – MTE 2012)
Líquido inflamável: Ponto de fulgor ≤ 60ºC
Gás inflamável: Inflamam com o ar a 20 ºC a 101,3kPa
Líquido Combustível: Ponto de fulgor > 60ºC e ≤ 93ºC
Líquidos inflamáveis: (GHS)
Líquido inflamável é aquele com um ponto de fulgor de não
mais de 93 ºC
Líquidos inflamáveis: (ABNT)
Qualquer líquido que tenha ponto de fulgor, em vaso
fechado, abaixo de 37,8 ºC
IDLH(Immediately Dangerous to Life or
Health - IPVS(Imediatamente Perigoso
à Vida ou à Saúde)

É a concentração imediatamente
perigosa à vida ou à saúde, da qual um
trabalhador pode escapar em 30
minutos sem sintomas ou efeitos
irreversíveis à saúde (NIOSH/OSHA
Standards Completion Program)
EXEMPLOS

PRODUTO QUÍMICO IDLH(PPM)


Pentafluoreto de Enxofre 1
Fosgênio 2
Acrilonitrila 4
Acroleína 5
Tolueno Diisocianato 10
Cloro 25
Dióxido de Enxofre 100
Fosfina 200
Tetracloreto de Carbono 300
Dissulfeto de Carbono 500
Acrilato de Metila 1000
EXEMPLOS

PRODUTO QUÍMICO IDLH(ppm)

Monóxido de Carbono 1500


Benzeno 2000
Piridina 3600
Estireno 5000
n-hexano 5000
Cumeno 8000
Clorometano 10000
Tetrahidrofurano 20000
Acetona 20000
Dióxido de Carbono 50000
TOXICIDADE
Capacidade inerente a uma substância química de
produzir efeito adverso ou nocivo sobre um
organismo vivo
CL50 – Concentração Letal cinqüenta:
É a concentração de um agente num meio que causa
mortalidade em cinqüenta por cento (50%) da
população exposta, durante um determinado período
de tempo, por inalação
DL50 - Dose letal 50%
Geralmente é o primeiro experimento com uma nova
substância química
DL50 é a dose calculada de um agente num meio que
causa mortalidade em cinqüenta por cento (50%) da
população animal em condições bem definidas, por
qualquer via de administração, exceto por inalação.
CL50, via respiratória para rato ou camundongo.
DL50, via oral para rato ou camundongo.
LIMITE DE PERÇEPÇÃO AO OLFATO
L.P.O.
Limite de Percepção ao Olfato é a menor
concentração de uma substância
no meio ambiente na qual a média das pessoas
percebe o odor de algum produto.

É um valor sujeito a restrições pois varia de


pessoa para pessoa.
Quando o limite de percepção é menor que o limite
de exposição, o olfato pode até ser um indicador
da presença do produto no ambiente.
Já quando o limite de percepção é maior que o
limite de exposição, o olfato não pode ser usado
para indicar a presença do produto.
2 - DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO
Ocorre quando uma atmosfera tem uma
porcentagem de oxigênio inferior ao normal. Que
é aproximadamente 21% ao nível do mar.
Quando a concentração de oxigênio é de
aproximadamente 16%, muitos indivíduos sentem
náuseas, zumbidos nos ouvidos e uma
aceleração dos batimentos cardíacos.
~ 14% dificuldade em respirar
~12% confusões mentais
~10% há perda de consciência
~ 8% ocorre a morte
As normas da OSHA determinam um mínimo de
19,5% de oxigênio no ar. Na Europa, esse teor é
19%. No Brasil as normas aceitam 18%.
OCORRÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE
OXIGÊNIO (locais fechados)
Quando ocorre a vaporização de gases
liquefeitos, como argônio, GLP,CO2
Trabalhos de solda, corte a quente, motores
de combustão
Decomposição de material orgânico.
Muitos dos processos de decomposição
acontecem por micro-organismos aeróbicos, que
consomem oxigênio
Oxidação de metais
Ligas de ferro e de aço carbono se oxidam em
condições normais de temperatura e pressão,
consumindo quantidades importantes de
oxigênio.
3 - EXPLOSIVOS

Material explosivo é um sólido ou líquido que


quando provocado por um agente externo são
capazes de se decompor quimicamente com
produção de gás a uma temperatura e pressão
tais e a uma velocidade tal que cause danos às
redondezas. O agente externo pode ser faísca,
aquecimento,chama, impacto,atrito, vibração.
(vide artigo da UFJF)
4 - BOLA DE FOGO
BOLA DE FOGO

FORMULA DE MARSHALL

D = 55 x M 1/3(ton) (m)
diâmetro
Válida para alcanos
Cn H(2n+2)
BOLA DE FOGO

FÓRMULA DE GAYLE E BRANSFORD


1965- NASA

D = 9,56 x W 0,325 (ft)

D = Diâm. da bola de fogo em pés


W = Massa em libras

t = 0,196 x W 0,349(s)

t = Duração em segundos
BOLA DE FOGO

FÓRMULA DE HIGH (1968)

D = 3,9 x W 0,33(m)

D = Diâmetro em m
W = Massa em kg

t = 0,3 x W 0,33(s)

t = Duração em segundos
CORRELAÇÃO DE BRASIE
(Grau de queimadura em função da distância da bola de fogo)

2D

1D

D
Queimaduras de Queimaduras de
3° grau 1° e de 2° graus
5 - BLEVE
(Boiling Liquid Expanding
Vapor Explosion)

É a explosão de um
gás na forma liquefeita
pressurizada, por
ruptura das paredes do
vaso.

Geralmente ocorre com


gases liquefeitos de petróleo
que são armazenados na
forma líquida pressurizada,
que sofre o efeito de um
incêndio aumentando muito
a temperatura e pressão
internas e fragilizando as
paredes do vaso.
Como o líquido está BLEVE
numa temperatura muito
acima de seu ponto de
ebulição, há uma
vaporização e uma
expansão violenta,
formando-se uma bola de
fogo no caso de Bola de fogo
inflamáveis
BLEVE
Em 1966 na refinaria de Feyzin na França e
em 1972 na refinaria da Petrobrás, a REDUC,
incêndios seguidos de BLEVE destruiram os
parques de tancagem de GLP.
BLEVE
O ACIDENTE DA REDUC
O operador drenava o fundo
da esfera com mangueira
flexível e não estava no local
para fechar a válvula quando
acabou a água. água
Vazou muito GLP que
vaporizou e acabou
congelando a válvula,
que não pode ser fechada.

Formou-se uma poça de


GLP embaixo da esfera
O ACIDENTE DA REDUC
BLEVE
Formou-se uma núvem de
gás que em algum momento
se inflamou e iniciou-se o
incêndio.

O sistema de refrigeração
era por canhão monitor, que
foi insuficiente.

Nuvem de gás
BLEVE
O ACIDENTE DA REDUC
A válvula de segurança
abriu, porém ela é
dimensionada para
condições normais de
fase vapor
operação e não de
incêndio.
fase líquido

A temperatura e a pressão
aumentaram muito e com
a fragilização das paredes,
a esfera se rompeu.
CASOS HISTÓRICOS DE BLEVES

ANO LOCAL PRODUTO MORTOS FERIDOS


1966 Feyzin Propano 18 81
1970 Cresc.City GLP 0 66
1971 Houston MCV 1 50
1972 REDUC GLP 38 ?
1978 Waverly Propano 12 50
1984 San Juanico GLP 560
6 - EXPLOSÕES CONFINADAS
(Confined Vapor Cloud Explosion - VCE)

É a explosão de uma mistura inflamável num


ambiente fechado, com aumento na
temperatura e na pressão internas, gerando
uma explosão. Esse tipo de explosão pode
ocorrer com gases, vapores e pós. Neste
caso, grande parte da energia manifesta- se
na forma de ondas de choque e quase nada
na forma de energia térmica.
EXPLOSÕES NÃO CONFINADAS
(Unconfined Vapor Cloud Explosion - UVCE)
É a explosão de uma nuvem de vapor inflamável
ao ar livre, gerada a partir de uma fonte de ignição.
Neste caso, somente uma parte da energia total irá
se desenvolver sobre a forma de ondas de pressão
e a maior parte na forma de radiação térmica.
CASOS HISTÓRICOS DE UVCE´s:
„ANO LOCAL PROD. MORT. FER. CAUSA

„1967 Lake Charles Isobutano 7 46 Abert. de valv.

„1968 Pernis Mist. Hc 2 140 Slopover

„1970 Port Hudson Propano 9 29 Rupt. de linha

„1974 Flixborough Ciclohexano 28 25 Rupt. de linha


7 - INCÊNDIO COM BOILOVER

1 2 3
O fogo é apagado A espuma mais densa O calor flui
com espuma desce para o fundo do para o fundo e
tanque provoca ebulição
instantânea

Incêndio num tanque de petróleo


BOILOVER (Slopover, Foamover)

O boilover ocorre quando um tanque


contendo um produto pesado e viscoso
pega fogo que permanece por longo
tempo, criando uma onda de calor de
aproximadamente 180 a 200°C,
formada por produtos mais pesados
em contra-corrente com os produtos
mais leves que alimentam as chamas.
BOILOVER (Slopover,
Foamover)
Mesmo que o fogo seja extinto,
a onda de calor ainda progride,
devido à sua grande inércia,

Essa “onda de calor” desce


com uma certa velocidade em
direção ao fundo do tanque,
podendo atingir a água,
dependendo da velocidade e
da distância ao fundo.
Ao atingir a camada de água no
fundo do tanque, há uma
vaporização violenta da água,
que se mistura ao óleo,
provocando um espumamento
grande, fazendo com que essa
mistura aumente de volume.
BOILOVER(Slopover, Foamover)
Forma-se uma bola de fogo que
sobe e a seguir desce queimando,
provocando grandes danos.
A água na forma de vapor aumenta
o seu volume em até 2.000 vezes.

Todo tanque com hidrocarboneto


possui sempre água no fundo
seja por condensação de vapores
ou no caso de incêndio quando
um grande volume de água entra
no tanque.
BOILOVER

Jato de água

Uma forma de monitorar a onda


térmica é jogar água nas paredes
do tanque, com jatos de longa
distância. Nos pontos onde a Visores térmicos ou de
temperatura é maior que 100° C, infravermelho direcionados para
a água ferve. As chapas do tanque permitem
visualizar a movimentação da
onda de calor em direção ao
fundo do tanque
INCÊNDIO COM BOILOVER

USINA TERMOELÉTRICA- TACOA


CARACAS - VENEZUELA 19/12/82

DANOS
70 residências
60 carros
total de 150 mortos, sendo:
17 empregados
40 bombeiros
INCÊNDIO COM BOILOVER

Estima-se que a bola de fogo subiu


cerca de 180 metros e desceu
queimando. Muitas pessoas tentaram
correr para o mar e acabaram
morrendo afogadas.
Algumas pessoas foram atingidas a
mais de 300 metros de distância do
tanque.
8 - POOL FIRE / JET FIRE / FLASH FIRE
POOL FIRE

Fonte: Petrobrás Fonte: Petrobrás

Ocorre após derramamento formação de poça


de um produto inflamável, liberando grande
quantidade de energia térmica que acaba por
acelerar a evaporação, realimentando o fogo e
aumentando a dimensão das chamas
JET FIRE

Fonte: Petrobrás Fonte: Petrobrás

Acontece quando um gás inflamável


pressurizado escoa em alta velocidade a
partir de um ponto de vazamento.

Nesse caso o fogo só deve ser apagado se houver


certeza da contenção do vazamento, pois a
continuidade do escape e espalhamento pode causar
um novo incêndio ainda maior.
FLASH FIRE

Incêndio de uma nuvem de vapor onde a massa


envolvida não é suficiente para atingir o estado de
explosão. É um fogo extremamente rápido onde todas
as pessoas que se encontram dentro da nuvem
recebem queimaduras letais.
9 - EXPLOSÕES DE POEIRAS

Os materiais finamente divididos e


dispersos no ar formam misturas
explosivas cujo comportamento
depende de diversos fatores como:
EXPLOSÕES DE POEIRAS

Composição química do pó.


Umidade do ar interior
Forma, tamanho e superfícies das partículas
Uniformidade das partículas suspensas.
Composição química do meio de suspensão
Quantidade de energia requerida para iniciar a
explosão.
Temperatura e pressão iniciais.
Presença de uma nuvem de pó, com concentração
acima do Limite Inferior de Explosividade
Confinamento
EXPLOSÕES DE POEIRAS

Limite Inferior de Explosividade


(LIE), é a concentração mínima
de pó em suspensão, que
propagará uma combustão.

O LIE médio é de
aproximadamente 0,065 onças
por pé cúbico de ar, ou 0,059
gramas por litro.
EXPLOSÕES DE POEIRAS
„ Os grandes danos são geralmente provocados
por explosões múltiplas.
„
„ A primeira explosão geralmente é fraca, porém
provoca distúrbio suficiente para dispersar
mais pó no ambiente e a explosão repete-se
com maior intensidade.

„ Além das chamas e ondas de choque, a


deficiência de oxigênio e a formação de gases
tóxicos (geralmente CO) agravam os riscos.
EXPLOSÕES DE POEIRAS

OCORRÊNCIAS DE EXPLOSÕES

„ 40% MOAGEM E PULVERIZAÇÃO


„ 35% MISTURAS. TRANSP. E OUTRAS
„ 15% SIST. DE COLETA E ESTOCAGEM
„ 10% SECADORES
CASO DE EXPLOSÃO DE POEIRA DE MILHO

•Local: Porto de Paranaguá


•Data: 17/11/2001
•Hora: 12:20hs
•Feridos: 21 sendo três com gravidade
•Controle do incêndio: 17hs
•Equipamento: Silo de milho de 10.000 m3
•Operadora do silo Coinbra(Louis Dreyfus)
•Prejuízo 4 a 5 milhões de Reais(estimado)
•Tempo fora de operação 4 meses(estimado)

•Fotos: gentileza da COCAMAR


ATIVIDADES COM PERIGO
DE EXPLOSÕES DE POEIRAS

• Indústrias de beneficiamento de produtos


agrícolas;
• Indústrias fabricantes de rações animais;
• Indústrias alimentícias;
• Indústrias metalúrgicas;
• Indústrias farmacêuticas;
• Indústrias plásticas;
• Indústrias de beneficiamento de madeira;
• Indústrias do carvão;
TIPOS DE POEIRAS SUJEITAS
A EXPLOSÕES

Uma explosão é uma reação violenta de


combustão (oxidação).
Assim, materiais que possam reagir com
oxigênio (queimar ou oxidar), quando
finamente divididos podem formar
poeiras explosivas.
EXEMPLOS: madeira, plásticos, poeiras
orgânicas, de grãos, bagaço de cana,
carvão vegetal e mineral, ferro.
TIPOS DE POEIRAS SUJEITAS
A EXPLOSÕES

Poeiras minerais como sílica, silicatos,


argilas, cimento, etc..não apresentam risco
de explosão.
Exemplos de reações com o oxigênio:
Fe + O2 = FeO ou Fe2O3
C + O2 = CO ou CO2
SiO2 + O2 = não reage
CaSiO4 + O2 = não reage
EXPLOSÕES DE POEIRAS

MEDIDAS PREVENTIVAS
1) ARRUMAÇÃO (Ordem e Limpeza)
„ Deve-se evitar o acúmulo de pó, através da
limpeza freqüente

„ Eliminar as superfícies rugosas para minimizar


a quantidade de pó acumulada.
EXPLOSÕES DE POEIRAS

MEDIDAS PREVENTIVAS
1) ARRUMAÇÃO (Ordem e Limpeza)
„ Remover o pó através de aspiração.

„ Não soprar o pó com ar comprimido

„ Instalar sistema de ventil. exaustora

„ Umidificação do ar
EXPLOSÕES DE POEIRAS

2) CONTROLE DAS FONTES


DE IGNIÇÃO.
„ Utilizar equipamento a prova de explosão.
„ Proibir o fumo e chamas abertas
„ Não permitir o corte e a soldagem nas
proximidades.
„ Providenciar separadores magnéticos para
prevenir a entrada de objetos estranhos num
moinho.
EXPLOSÕES DE POEIRAS

2) CONTROLE DAS FONTES


DE IGNIÇÃO.
„ Aterrar os equipamentos para prevenir
descargas eletrostáticas.

„ Selecionar os sopradores e exaustores


adequados e manter uma manutenção
constante, para evitar o contato entre as
pás e a carcaça.
EXPLOSÕES DE POEIRAS

2) CONTROLE DAS FONTES


DE IGNIÇÃO.
„ A proibição do fumo deve ser feita,
reservando-se áreas definidas para
fumantes, em locais sinalizados e de
preferência com acendedores,
habituando-se o trabalhador a não
portar isqueiros e fósforos.
EXPLOSÕES DE POEIRAS

2) CONTROLE DAS FONTES


DE IGNIÇÃO.

„ Nessas áreas, o corte e soldagem e


qualquer operação com envolvimento de
chamas e faíscas deve ser realizada
somente através de um procedimento
para liberação de serviço a quente.
EXPLOSÕES DE POEIRAS

3) CRIAÇÃO DE ATMOSFERAS
INERTES

„ Manter uma atmosfera inerte através da


adição de gases como: Nitrogênio,
Dióxido de Carbono, Argônio, Xenônio,
etc. em uma determinada concentração.
10 - SUBSTÂNCIAS OXIDANTES

Substâncias oxidantes, embora não sendo


necessariamente combustíveis, podem, em
geral por liberação de oxigênio, causar a
combustão de outros materiais ou
contribuir para isso.

Exemplos:
ácido nítrico – HNO3
Peróxido de hidrogênio – H2O2
11 - PERÓXIDOS ORGÂNICOS

Peróxidos orgânicos são


substâncias termicamente instáveis
que podem
sofrer decomposição exotérmica e
podem explodir com aquecimento,
choque ou atrito.
12 - SUBSTÂNCIAS PEROXIDÁVEIS

São produtos com potencial de


formação de peróxidos

Como exemplo de produtos


peroxidáveis temos:
Éteres etílico e isopropílico,
tetrahidrofurano, dioxano,
ciclohexano, estireno etc.
SUBSTÂNCIAS PEROXIDÁVEIS
CUIDADOS NECESSÁRIOS
Armazenar em recipientes
hermeticamente fechados, em local seco,
fresco e escuro
Rotular com datas de:
Fabricação
Recebimento
Abertura do frasco
Prazo de validade
Data prevista de formação de peróxidos
Datas do próximo e do último teste
realizado sobre a presença de peróxidos.
SUBSTÂNCIAS PEROXIDÁVEIS
A presença de peróxidos é
detectada por meio de de:
¨Presença de camada
viscosa no fundo do fraco.
¨ Presença de sólidos

No caso de suspeita da
presença de peróxidos,
proceder da seguinte
forma:
B Não abra o frasco
B Não agite o frasco
B Comunique seu
supervisor
SUBSTÂNCIAS PEROXIDÁVEIS
Um material instável é aquele que no estado puro
ou comercial, irá polimerizar, decompor ou
condensar vigorosamente, tornando-se auto-reativo
ou de outra maneira reage violentamente sob
condições de choque, pressão ou temperatura.

. Para a obtenção de informações mais específicas


a respeito dos perigos
quanto à instabilidade dos peróxidos orgânicos,
consultar o NFPA 43B, Code for the Storage of
Organic Peroxide Formulations
13 - COMPOSTOS PIROFÓRICOS
São produtos que reagem facilmente com o ar, em
até 5 minutos, após entrar em contato.

Como materiais pirofóricos podemos citar:

Metais finamente divididos (Cálcio e Titânio)


Hidretos metálicos alquilados(Dietil e Trietilalumínio,
Trietilbismuto)
Hidretos metálicos não alquilados(Hidreto de
potássio)

Os compostos pirofóricos devem ser


armazenados e manuseados em atmosfera
inerte (Nitrogênio, Dióxido de Carbono, Argônio,
etc.)
14 - PRODUTOS QUE REAGEM
COM A ÁGUA
Alguns produtos químicos reagem
violentamente com a água liberando
calor, gases tóxicos ou explosivos.
Como exemplos temos: Sódio e Potássio
metálicos, Óxido de Fósforo(V),
compostos de Grignard, Carbeto de
Cálcio, Haletos de ácidos inorgânicos tais
como: POCl3, SOCl2, SO2Cl2, haletos de
não metais tais como: BCl3, BF3, PCl3,
PCl5, etc.
PRODUTOS QUE REAGEM
COM A ÁGUA
O armazenamento desses produtos deve
obedecer às seguintes regras:
– Armazenar os sólidos (Na, K, Li) imersos
em líquido inerte como querosene.
– Eliminar todas as fonte de água do local
– Nunca armazenar produtos facilmente
combustíveis na mesma área
– Os sistemas automáticos de prevenção e
combate a incêndio por aspersão de água,
não devem ser utilizados em locais que
contenham esses produtos.
15 - COMBUSTÃO EXPONTÂNEA

Alguns produtos podem se inflamar em contato


com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de
ignição. Estes produtos são transportados, na sua
maioria, em recipientes com atmosferas inertes
ou submersos em querosene ou água.
O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio
são exemplos de produtos que se ignizam
espontaneamente, quando em contato com o ar.
16 - LÍQUIDOS CRIOGÊNICOS

Esse tipo de gás para ser liquefeito deve ser


refrigerado a temperatura inferior a -150º C.
Exemplos de gases criogênicos e suas
respectivas temperaturas de ebulição

Substância Temperatura de ebulição (ºC)


Hidrogênio - 253,0

Oxigênio -183,0

Nitrogênio -193,0
LÍQUIDOS CRIOGÊNICOS
Devido a sua natureza "fria",os gases criogênicos
apresentam quatro características perigosas
conforme segue:
Riscos à saúde
Os gases criogênicos, devido a baixa
temperatura, poderão provocar severas
queimaduras ao tecido, conhecidas por
enregelamento, quando do contato com líquido
ou mesmo com o vapor.
LÍQUIDOS CRIOGÊNICOS

Efeitos sobre outros materiais


Os gases criogênicos podem solidificar ou
condensar outros gases.
A temperatura de solidificação da água é de 0º C
à pressão atmosférica. Isso quer dizer que a
água presente na umidade atmosférica poderá
congelar no caso de vazamento de uma
substância criogênica, e se isso ocorrer próximo
a, por exemplo, uma válvula (que pode ser a do
próprio tanque com vazamento), esta
apresentará dificuldade para a operação
LÍQUIDOS CRIOGÊNICOS

Não se deve jamais jogar água diretamente sobre


um sistema de alívio ou válvulas de um tanque
criogênico.

Também não se deve jogar água no interior de


um tanque criogênico pois a água atuará como
um objeto superaquecido (ela está entre 15 e 20º
C) acarretando na formação de vapores e
portanto aumento da pressão interna do tanque,
podendo romper-se.
LÍQUIDOS CRIOGÊNICOS
Intensificação dos perigos do estado gasoso
O vazamento de oxigênio liquefeito acarretará no
aumento da concentração deste produto no
ambiente o que poderá causar a ignição
espontânea de certos materiais orgânicos.

Por tal razão, não devem ser utilizadas roupas de


material sintético (náilon) e sim roupas de
algodão.

Um aumento de 3% na concentração de oxigênio


provocará um aumento de 100% na taxa de
combustão de um produto.
LÍQUIDOS CRIOGÊNICOS

Alta taxa de expansão na evaporação


Os gases criogênicos expostos à temperatura
ambiente tendem a se expandir gerando volumes
gasosos muito superiores ao volume de líquido
inicial. Para o nitrogênio, um litro de produto líquido
gera 697 litros de gás. Para o oxigênio a proporção é
de 863 vezes.
Os recipientes contendo gases criogênicos jamais
poderão ser aquecidos ou terem seu sistema de
refrigeração danificados sob risco de ocorrer a
superpressurização do tanque, sendo que os
sistemas de alívio poderão não suportar a demanda
de vapores acarretando na ruptura do tanque.
17 - SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS

São substâncias que apresentam uma


severa taxa de corrosão ao aço.
Evidentemente, tais materiais são capazes
de provocar danos também aos tecidos
humanos.
O contato desses produtos com a pele e os
olhos pode causar severas queimaduras,
motivo pelo qual deverão ser utilizados
equipamentos de proteção individual
compatíveis com o produto envolvido.
SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS

Basicamente existem dois principais grupos de


substâncias que apresentam essa propriedade:
ácidos e bases.

Acidos são substâncias que em contato com a


água provocam alterações de pH para a faixa de 0
(zero) a 7 (sete).
Ex: ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido nítrico

As bases são substâncias que em contato com a


água, provocam alterações de pH para a faixa de 7
(sete) a 14 (quatorze).
Ex: hidróxido de sódio e hidróxido de potássio
18 - PH
"pondus hidrogenii”
Potencial Hidrogeniônico

A medida do pH é o resultado da
concentração de íons de hidrogênio e
íons de hidróxido em solução na água.
A concentração desses íons é medida
em escala logarítmica de base decimal

Acidez aumenta Alcalinidade aumenta

0 7 14
PH

Acidez aumenta Alcalinidade aumenta

0 7 14
Cada unidade de variação na escala
corresponde a 10 vezes a variação dos
índices de acidez ou alcalinidade.
Exemplo:
PH 4 é 10 vezes mais acido que o PH 5
PH 3 é 100 vezes mais acido que o PH 5
PH

Nas ocorrências envolvendo ácidos ou


bases que atinjam corpos d'água, uma
maior ou menor variação do pH natural
poderá ocorrer, dependendo de diversos
fatores, como por exemplo a concentração
e quantidade do produto vazado, além das
características do corpo d'água atingido.
PH

MÉTODOS DE CONTROLE
DE PH EM ACIDENTES

• Neutralização com outro produto


• Diluição
• Absorção
• Remoção

A aplicação dos métodos, isolados ou


conjuntos dever feita mediante criteriosa
avaliação técnica das condições do local
19 - TABELA DE INCOMPATIBILIDADE QUÍMICA
PRODUTO INCOMPATÍVEIS
Acetileno Fluor, cloro, bromo, cobre, prata e mercúrio
Ácido Acético Ácido crômico, ácido nítrico, etilenoglicol,
ácido perclórico, peróxidos, permanganatos
Ácido cianídrico Ácido nítrico e alcalinos
Ácido crômico Ácido acético, naftalina, cânfora, glicerina,
terebentina, álcool, líquidos inflamáveis em
geral
Ácido fluorídrico Amônia anidra ou solução
anidro
Ácido nítrico Ácido acético, anilina, ácido crômico, ácido
concentrado cianídrico, gas sulfídrico, líquidos inflamáveis
e gases inflamáveis.
Ácido Oxálico Prata e mercúrio
Ácido perclórico Anidrido acético, bismuto e suas ligas, álcool,
papel e madeira
TABELA DE INCOMPATIBILIDADE QUÍMICA
PRODUTO INCOMPATÍVEIS
Ácido sulfúrico Clorato Potássio, perclorato de potássio, permanganato
de potássio(ou compostos com metais leves similares,
como sódio, lítio)
Amônia anidra Mercúrio, cloro, hipoclorito de cálcio, iodo, bromo,
ácido fluorídrico.
Anilina Ácido nítrico e peróxido de hidrogênio
Carvão ativado Hipoclorito de cálcio e todos os oxidantes
Bromo Vide cloro
Clor.de potássio Sulfúrico e outros ácidos
Cloratos Sais de amônia, ácidos, pós metálicos, enxofre,
materiais combustíveis ou orgânicos finamente
divididos.
cloro Amônia, acetileno, butadieno, butano, metano,
propano(ou outros gases de petróleo), hidrogênio,
carbeto de sódio, terebentina, benzeno, metais
finamente divididos.
TABELA DE INCOMPATIBILIDADE QUÍMICA
PRODUTO INCOMPATÍVEIS
Cobre Acetileno, peróxido de hidrogênio
Dióxido de cloro Amônia, metano, fosfina, gás sulfídrico
Fluor Isolado de todos os outros produtos
Gás sulfídrico Ácido nitrico fumeg., gases oxidantes
Hidrocarbonetos
(butano, Flúor, cloro, bromo, ácido crômico, peróxido de
propano, sódio
benzeno,
gasolina, etc.)
Hidroperóxido Ácidos orgânicos e inorgânicos
de cumeno
Iodo Acetileno, amônia(anidr/sol.) e hidrogênio
Líquidos Nitrato de amônia, ácido crômico, peróxido de
inflamáveis hidrogênio, ácido nítrico, peróxido de sódio e
halogênios
TABELA DE INCOMPATIBILIDADE QUÍMICA

PRODUTO INCOMPATÍVEIS
Mercúrio Acetileno, ácido fulmínico, amônia
Metais alcalinos Água, tetracloreto de carbono ou outros hidroc.,
como pó(Al,Mn,K) dióxido de carbono e halogênios.
Ácidos, pós metálicos, líquidos inflamáveis,
Nitrato de amônia cloratos, nitritos, enxofre, materiais combustíveis
ou orgânicos finamente divididos
Oxigênio Sólidos, gases ou líquidos inflamáveis, óleos,
gorduras e hidrogênio.
Perclorato de Ácido sulfúrico e outros e todos os incompatíveis
potássio com os cloratos .
Permanganato de Glicerina, etileno glicol, benzaldeído e ácido
potássio sulfúrico.
TABELA DE INCOMPATIBILIDADE QUÍMICA
PRODUTO INCOMPATÍVEIS
Peróxido de Cobre, cromo, ferro, a maior parte dos metais e
hidrogênio seus sais, álcoois, acetona, materiais orgânicos,
anilina, nitrometano, líquidos inflamáveis e
materiais combustíveis
Álcool metílico ou etílico, ácido acético glacial,
Peróxido de anidrido acético, benzaldeído, dissulfeto de
sódio carbono, glicerina, etileno glicol, acetato de etila,
acetato de metila e furfural
Acetileno, ácido oxálico, ácido tartárico e
Prata compostos de amônia.
Sódio Água, dióxido de carbono e tetracloreto de
carbono
Solução Acetona, alcool, pano, serragem, inflamáveis
sulfocrômica
Metanol brometos, hipoclorito de sódio, zinco dietílico, soluções de
aquilaluminatos, trióxido de fósforo, ácido nítrico, peróxido
de hidrogénio, clorofórmio, e perclorato de chumbo.
NBR 14619
20 - POLUENTES ORGÂNICOS
PERSISTENTES - POP`s

PERSISTÊNCIA : É o tempo
necessário para um produto químico
perder pelo menos 95% de sua
atividade sob condições ambientais e
usos habituais, não como depósitos.
POLUENTES ORGÂNICOS
PERSISTENTES - POP`s

CLASSIFICAÇÃO

NÃO PERSISTENTE..................1 A 3 SEMANAS


PERSISTENTE MODERADO.......1 A 18 MÊSES
PERSISTENTE.........................2 OU MAIS ANOS
POLUENTES ORGÂNICOS
PERSISTENTES - POP`s

EXEMPLO PERSISTÊNCIA

LINDANO................................728dias
ENDRIN...................................624 dias
DDT.........................................546 dias
ALDRIN...................................530 dias
DIELDRIN................................312 dias
HEXACLOROBENZENO........208 dias
PRODUTOS ORGÂNICOS PERSISTENTES -
POP`s

A Convenção de Estocolmo
DECRETO Nº 5.472, DE 20 DE JUNHO DE 2005.

Promulga o texto da Convenção de


Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos
Persistentes,adotada, naquela cidade, em
22 de maio de 2001.
ROTULAGEM, FICHAS
DE INFORMAÇÕES
GHS – Sistema Globalmente Harmonizado de
Rotulagem de Produtos Químicos
CAS
MSDS – Material Safety Data Sheet
FISPQ – Ficha de informações sobre Produtos
Químicos (NBR 14.725)
Manual de Emergências da ABIQUIM
HAZMAT – Hazardous Materials
Perry Handbook
http://www.antt.gov.br/legislacao/PPerigosos/Nacional/index.asp
DIAMANTE DE HOMMEL

Risco de Vida Risco de Fogo


(temperatura de inflamação)
4 Mortal 4 Abaixo de 22º C
3 Extremamente Perigoso 3 Abaixo de 38º C
2 Perigoso 2 Abaixo de 94º C
1 Pequeno Risco 1 Acima de 94º C
0 Material Normal
0 0 Não Inflamável

Reação
Risco
Específico
Oxidante OXY
2 2 4 Pode explodir
3 Choque e calor
podem detonar
Ácido
Álcalis
ACID
ALK
ACID 2 Reação química
violenta
Corrosivo COR 1 Instável com
Não use água W caloria
Radioativo 0 Estável
C
L
A
S
S
E

D
E

R
I
S
C
O
NÚMERO DE RISCO/ONU
ALGUNS ACIDENTES NO BRASIL

PÓ DA CHINA - acontecido no Rio de Janeiro/RJ -


num DEPÓSITO - uma partida de Pó da China
(quimicamente Pentaclorofenato de sódio) chegou ao
Brasil em embalagens muito avariadas.
A transferência do produto para novos vasilhames foi
realizada por vários homens vestidos apenas com
calções, sem máscaras, luvas, óculos etc, e num dia de
40ºC de calor, A "poeira" do Pó da China foi
INALADA para os pulmões enquanto que os corpos
cobertos de suor absorveram Pó da China pela pele.
Resultado: três operários mortos por intoxicação.
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina
ALGUNS ACIDENTES NO BRASIL

GASOLINA e ÁLCOOL - acontecido no Município de


Pojuca/BA - um trem descarrilou, tombando vários
vagões com Gasolina e Álcool. A população residente
nas imediações aproveitou para encher baldes e latas
com combustíveis derramando, para venda a terceiros
até que, de repente, uma faísca incendiou os
combustíveis vazados e os vagões carregados, enfim,
toda a composição ferroviária. Resultado: mais de
cem mortos, especialmente, crianças.
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina
ALGUNS ACIDENTES NO BRASIL

VAZAMENTO EM DUTO aconteceu na Vila Socó,


Município de Cubatão/SP - nesta área a Petrobrás
enterrou uma rede de dutos para deslocamento de
sua gasolina, diesel, etc. Sobre os dutos, a população
de Vila Socó construiu uma favela. Certa noite, um
dos dutos vazou e o combustível derramado pegou
fogo, talvez em contato com algum fogão doméstico
aceso... O grande incêndio que lavrou matou mais de
500 pessoas.
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina
ALGUNS ACIDENTES NO BRASIL

VAZAMENTO DE GLP - SHOPPING CENTER de


OSASCO - Osasco/SP - a instalação fixa subterrânea
destinada a conduzir o GLP ( gás de cozinha ) para
diferentes pontos do prédio vazou e, de repente, o gás
acumulado, numa parte inferior da construção,
explodiu - certamente em contato com chama ou
faísca - provocando destruição parcial do shopping e
morte de mais de 40 pessoas, além de inúmeros
feridos.
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina
NaCl
SAL, BRANCO

NaCN
SAL, BRANCO
ACIDENTE EM CORTUME EM
BATAGUASSU-MS 2012
Koramim Kromium

Na+HS- Sulfato de cromo


+
Na2S H2So4

2NaHS + H2SO4 = Na2SO4 + 2H2S


Na2S + H2SO4 = Na2SO4 + H2S
4 mortos
24 internados
3 em coma induzido
O PRINCIPIO DA PRECAUÇÃO
Na Conferência RIO 92 foi proposto formalmente o
Princípio da Precaução. A sua definição, dada em 14
de junho de 1992, foi a seguinte:

“O Princípio da Precaução é a garantia contra os


riscos potenciais que, de acordo com o estado
atual do conhecimento, não podem ser ainda
identificados. Este Princípio afirma que a
ausência da certeza científica formal, a existência
de um risco de um dano sério ou irreversível
requer a implementação de medidas que possam
prever este dano.”
O PRINCIPIO DA PRECAUÇÃO

É importante diferenciar o princípio da precaução


do princípio da prevenção. O princípio da
prevenção visa prevenir pois já são conhecidas as
conseqüências de determinado fator. O nexo causal
já está cientificamente comprovado ou pode,
muitas vezes, decorrer da lógica. Já o princípio da
precaução visa prevenir por não se saber quais as
conseqüências e danos que determinado fator ou
aplicação poderão gerar ao meio ambiente e
pessoas no espaço ou tempo. Está presente a
incerteza científica. (Luciana Neves Bohnert)

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