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CURSO DE

SEGURANÇA
QUÍMICA
Fundamentos de
Segurança
de Química
“Segurança química é a prevenção dos efeitos adversos,
imediatos e ao longo do tempo, para as pessoas e o meio
ambiente, decorrentes da produção, armazenagem,
transporte, uso e  descarte de substâncias.”
(PNUMA) 
De uma forma didática, pode
ser apresentada em três
aspectos:

Ambiental,
de Saúde Pública e
Ocupacional,

tanto sob o ponto de vista da


prevenção, como dos efeitos
de acidentes.
Aspectos Ambientais

Poluição do ar

Poluição do solo

Poluição das águas

Prejuízos à fauna

Prejuízos à flora

Prejuízos ao ser humano


Aspectos de Saúde Pública

Vigilância Sanitária

Vigilância Epidemiológica

Segurança Alimentar

Saúde Ambiental

Rotulagem

Proteção do Ser humano


Aspectos Ocupacionais

Identificação do risco/agente

Avaliação/análise do risco

Controle do risco

Proteção de Trabalhadores

Proteção ao Meio ambiente correlato

Proteção à Populações vizinhas


1 - Propriedades de segurança
2 - Bola de fogo
3 - Bleve
4 - Boilover

Fundamentos de
5 - Explosão de poeiras
6 - Produtos peroxidáveis
Segurança 7 - Compostos pirofóricos

Química 8 - Produtos que reagem com a água


9 - Combustão espontânea
10 - Líquidos criogênicos
11 - Substâncias corrosivas
12 - PH
13 - Incompatibilidade química
1 - Propriedades de Segurança

● Densidade do líquido
● Viscosidade do líquido/ponto de fluidez
● Densidade do vapor
● Ponto de fulgor
● Temperatura de auto ignição
● Faixa de inflamabilidade
● IDLH(IPVS)
1 - Propriedades de Segurança

Muitos acidentes são evitados ou atenuados quando as características dos


produtos químicos utilizados são prontamente reconhecidas e tomadas as
medidas de precaução.

Muitos acidentes são evitados ou atenuados quando as características dos produtos


químicos utilizados são prontamente reconhecidas e tomadas as medidas de precaução.

Além do risco de incêndio e explosão temos também o risco de toxicidade


de alguns produtos que poderão causar danos à saúde e à segurança dos
trabalhadores e da comunidade vizinha
DENSIDADE DO LÍQUIDOS
(densidade em relação à água)

A densidade da fase líquida em relação à água é


muito importante no caso do produto ser insolúvel
em água.
1 - Propriedades de Segurança
Densidade dos Líquidos

Os hidrocarbonetos são
insolúveis e menos denso
que a água e no caso de
vazamento, o produto se
espalha por uma superfície
muito grande.
1 - Propriedades de Segurança
Densidade dos Líquidos

Selo D
´Água Dissulfeto de
carbono
Fogo

Óleo

Água

Já o Dissulfeto de Carbono, é insolúvel e mais


denso que a água, ficando restrito
preferencialmente nas irregularidades do piso
e isolado do ar atmosférico.
1 - Propriedades de Segurança
Densidade dos Líquidos
Produto Densidade

nDecano 0,73

Ciclohexano 0,78

Tolueno 0,86

Benzeno 0,88
No caso do contaminante ser ser solúvel ou
Óleos 0,96
reagir quimicamente com água os riscos
Água 1,00
poderão ser decorrentes de alterações do ph,
Clorobenzeno 1,11
da temperatura ou da formação de novos
Naftaleno 1,13
compostos tóxicos que possam afetar a fauna
Dissulfeto de Carbono 1,26

Tricloroetileno 1,40
e interferir na cadeia alimentar e chegar aos

Anidrido Ftálico 1,53


seres humanos.
DENSIDADE DO VAPOR
(em relação ao ar)

Observamos que apenas o hidrogênio, metano,


acetileno e etileno tem densidade de vapor menor
que o ar.
Os vapores são geralmente mais pesados que o ar,
tendo os hidrocarbonetos densidade entre 3 e 4,
ficando nas partes baixas, com elevado risco de
explosão.
1 - Propriedades de Segurança
Densidade do Vapor

No caso de vazamento de gasolina, os vapores ficarão nas partes mais baixas, enquanto que num
vazamento de hidrogênio, o gás ficará nas partes mais altas, devido à sua baixa densidade
relativa(0,07).
VISCOSIDADE
PONTO DE FLUIDEZ

Resistência ao escoamento
Velocidade de escoamento.
Quanto menor a velocidade de escoamento, maior a
viscosidade
A viscosidade
diminui com o
aumento da
temperatura, ou
seja o líquido
aquecido tende a
“escorrer”.

Um líquido de alta viscosidade ou sólido de baixo ponto de


fluidez, não inflamável à temperatura ambiente, em caso de
incêndio e/ou aumento de temperatura podem passar a fluir e
espalhar-se alimentando o fogo e propagando as conseqüências.
(Ex. materiais betuminosos, ceras, parafinas)
PONTO DE FULGOR

É a menor temperatura na qual uma substância


libera vapores em quantidades suficientes para que
a mistura de vapor e ar logo acima de sua superfície
propague uma chama, a partir do contato com uma
fonte de ignição.
1 - Propriedades de Segurança
Ponto de Fulgor

25 ºC 25 ºC

Considerando a temperatura ambiente


numa região de 25º C e ocorrendo um
vazamento de um produto com ponto de fulgor p.f. 30 ºC p.f. 15 ºC

de 15º C, significa que o produto nessas


condições está liberando vapores inflamáveis, 25 ºC
-15 ºC
bastando apenas uma fonte de ignição para que
haja a ocorrência de um incêndio ou de uma
explosão. Por outro lado, se o ponto de fulgor do
produto for de 30º C, significa que este não p.f. 15 ºC
p.f. 30 ºC
estará liberando vapores inflamáveis.
1 - Propriedades de Segurança
Ponto de Fulgor

O ponto de fulgor é determinado aquecendo-se lentamente o líquido em um vaso e


passando-se periodicamente uma chama sobre o vaso até que ocorra o fulgor. Como a essa
temperatura (PF) a geração de vapores é insuficiente para manter a chama, só há um “flash”,
consumindo os vapores acumulados. Existem dois métodos para a determinação do Ponto de
Fulgor:

VASO
VASO FECHADO
ABERTO (Pensky
(Cleveland) Martens)
MB 50 ASTM D 93
ASTM D92 NBR 14598
1 - Propriedades de Segurança

Produto P.F. (°C)

Cloreto de vinila -78

Éter Etílico -45

Gasolina -38 a -45

Acetona -20

Ponto de Acetato de Metila -10


Fulgor Tolueno 4

Alcool Etílico 13

Terebentina 35

Anidrido Acético 49

Etileno Glicol 111

Estearato de Amila(oc) 185


1 - Propriedades de Segurança
Ponto de Combustão

O Ponto de Combustão já é alguns graus acima e


consegue manter a combustão.

O ponto de fulgor é uma das mais importantes


propriedades de segurança dos produtos químicos e
serve para classificar os líquidos em inflamáveis e
combustíveis.
1 - Propriedades de Segurança
Temperatura de Autoingnição
Produto P.F. (°C)

Pentaborano 35
Temperatura de Auto-ignição ou Temperatura
Diborano 40-50 de Ignição, é a mínima temperatura na qual o
Dissulfeto de Carbono 90 produto ao entrar em contato com o ar
Éter Etílico 160
ambiente, se inflama espontaneamente.

Acroleína 235

Gás Sulfídrico 260

Formaldeído 300
Normalmente as temperaturas de auto-
Hidrogênio 400 ignição apresentam valores em torno de 400 a
500 °C, no entanto existem produtos com
Óxido de Etileno 429
baixas Temperaturas de Ignição, podendo entrar
Cloreto de Vinila 472 em ignição ao entrar em contato com linhas de
Tolueno 480 vapor ou equipamentos aquecidos.
Gás Natural 537
FAIXA DE INFLAMABILIDADE

Os produtos químicos inflamáveis ou combustíveis,


só queimam dentro de uma determinada faixa de
concentração no ar, chamada de faixa de
inflamabilidade, que é compreendida pelos
Limites Inferior e Superior de Explosividade.
1 - Propriedades de Segurança

Ideal Mistura Rica


0% 100%
LI LSE
E
LIE = Limite inferior de explosividade
LSE = Limite superior de explosividade

Faixa de Inflamabilidade
1 - Propriedades de Segurança

Um exemplo de mistura rica e que


estamos acostumados a presenciar, é a
mistura combustível no motor do carro
quando ele está afogado, não queima,
sendo necessário se esperar alguns minutos
até que a gasolina se evapore, eliminando a
mistura rica.
1 - Propriedades de Segurança

Gasolina 1,4 a 7,6 %

Metanol 6,0 a 36,0%


Exemplos de LIE/LSE

Hidrogênio 4,0 a 75%

Dissulfeto de carbono 1 a 50%

Monóxido de carbono 12,5 a 74%

Butano 1,5 a 8,5 %

Propano 2,0 a 9,5%

Alcool etílico 3,3 a 19,0%

Amônia 15,0 a 28,0%


1 - Propriedades de Segurança

Exemplo de mistura explosiva de GLP + ar

LIE ~ 2%
Bujão de 13 Kg ~ 16 Litros
1 Litro de GLP ~ 250 Litros de Gás
16 Litros de GLP = 4.000 Litros de Gás
4.000 Litros de Gás corresponde a 2% de
200.000 de mistura explosiva AR + GÁS
1 - Propriedades de Segurança
Explosímetro

Aparelho de campo que mede a porcentagem da concentração


em relação ao limite inferior de explosividade

0% 100%
LI LSE
1 - Propriedades de Segurança
Explosímetro
Aplicações

Monitoramento com explosímetro em carreta-


Entrada em espaços confinados.
tanque.
1 - Propriedades de Segurança

IDLH
(Immediately Dangerous to Life or Health)
IPVS
(Imediatamente Perigoso à Vida ou à Saúde)

É a concentração imediatamente perigosa à


vida ou à saúde, da qual um trabalhador pode
escapar em 30 minutos sem sintomas ou
efeitos irreversíveis à saúde.
(NIOSH/OSHA Standards Completion Program)
PRODUTO QUÍMICO IDHL* PRODUTO QUÍMICO IDHL*

Pentafluoreto de Enxofre 1 Monóxido de Carbono 1500

Fosgênio 2 Benzeno 2000

Acrilonitrila 4 Piridina 3600

Acroleína 5 Estireno 5000

Tolueno Diisocianato 10 n-hexano 5000

Cloro 25 Cumeno 8000

Dióxido de Enxofre 100 Clorometano 10000

Fosfina 200 Tetrahidrofurano 20000

Tetracloreto de Carbono 300 Acetona 20000

Dissulfeto de Carbono 500 Dióxido de Carbono 50000

Acrilato de Metila 1000 *(PPM)


Toxicidade
Capacidade inerente a uma substância química de produzir efeito adverso
ou nocivo sobre um organismo vivo.

DL50 - Dose letal 50%

Geralmente é o primeiro experimento com uma nova


substância química

DL50 é a dose de uma substância química necessária para


causar a morte em 50% dos animais em experimento
2 - Bola de Fogo
2 - Bola de Fogo

Fórmula de Marshall
D = 55 x M ⅓ (ton) (m)
Diâmetro 
Válida para Alcanos Cn H(2n+2) 
2 - Bola de Fogo

Fórmula de Gayle e
Fórmula de High - 1968
Bransford - 1965- NASA
D = 9,56 x W 0,325
(ft) D = 3,9 x W 0,33 (m)

D = Diâm. da bola de fogo em pés D = Diâmetro em m


W = Massa em libras W = Massa em kg

t = 0,196 x W 0,349
(s) t = 0,3 x W 0,33
(s)

t = Duração em segundos t = Duração em segundos


2 - Bola de Fogo

Correlação de Base
2D
Grau de queimadura em função da
distância da bola de fogo
1D

Queimaduras de Queimaduras de 1 ° e
3° grau de 2 ° grau
3 - Bleve
(Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion)

É a explosão de um gás na forma liqüefeita pressurizada, por ruptura das


paredes do vaso. Geralmente ocorre com gases liqüefeitos de petróleo que são
armazenados na forma líquida pressurizada, que sofre o efeito de um incêndio
aumentando muito a temperatura e pressão internas e fragilizando as paredes do
vaso.
3 - Bleve
(Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion)

Como o líquido está numa temperatura


muito acima de seu ponto de ebulição, há uma
vaporização e uma expansão violenta, formando-
se uma bola de fogo no caso de inflamáveis. Em
1966 na refinaria de Feyzin na França e em 1972
na refinaria da Petrobrás a REDUC, um incêndio
destruiu o parque de tancagem de GLP.
3 - Bleve
(Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion)

A situação mais crítica em caso de fogo, é a incidência da chama na parede que


está em contato com o vapor, pois o coeficiente de troca sólido/gás é bem menor que
o sólido líquido, assim a temperatura da parede aumenta muito podendo fragilizá-la a
ponto de rompe-la.
3 - Bleve
O Acidente da REDUC
➔ O operador drenava o fundo da
esfera com mangueira flexível e não
estava no local quando acabou a água
para fechar a válvula.
➔ Vazou muito GLP que vaporizou e
acabou congelando a válvula que não
pode ser fechada.
➔ Em algum momento a núvem de gás
se inflamou e iniciou-se o incêndio.
3 - Bleve
O Acidente da REDUC
➔ Formou-se uma poça de GLP
embaixo da esfera.
➔ O sistema de refrigeração era por
canhão monitor, que foi
insuficiente.
➔ A válvula de segurança abriu,
porém ela é dimensionada para
condições normais de operação e
não de incêndio.
3 - Bleve
O Acidente da REDUC

➔ A temperatura e a pressão aumentaram muito e com a fragilização das


paredes, a esfera se rompeu.
3 - Bleve
(Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion)

CASOS HISTÓRICOS DE BLEVES

Ano Local Produto Mortos Feridos

1966 Feyzin Propano 18 81

1970 Cresc.City GLP 0 66

1971 Houston MCV 1 50

1972 REDUC GLP 38 ?

1978 Waverly Propano 12 50

1984 San Juanito GLP 560


3 - Bleve
UCVE (Unconfined Cloud Vapor Explosion)

Explosão de nuvem de vapor não confinada


Ano Local Produto Mortos Feridos Causa

1967 Lake Charles Isobutano 7 46 Abert. de valv.

1968 Pernis Mist. Hc 2 140 Slopover

1970 Port Hudson Propano 9 29 Rupt. de linha

1974 Flixborough Ciclohexano 28 25 Rupt. de linha


4 - Incêndio com Boilover

Incêndio num tanque de petróleo

O calor flui para o fundo


O fogo é apagado A espuma mais densa
e provoca ebulição
com espuma desce para o fundo do tanque
instantânea

1 2 3
4 - Incêndio com Boilover

BOILOVER (Slopover, Foamover)


O boilover ocorre quando um tanque contendo
um produto pesado e viscoso pega fogo que
permanece por longo tempo, criando uma onda
de calor de aproximadamente 180 a 200°C,
formada por produtos mais pesados em contra-
corrente com os produtos mais leves que
alimentam as chamas.
4 - Incêndio com Boilover

BOILOVER (Slopover, Foamover)


Mesmo que o fogo seja extinto, a onda de calor
ainda progride, devido à sua grande inércia,
Essa “onda de calor” desce com uma certa
velocidade em direção ao fundo do tanque,
podendo atingir a água, dependendo da
velocidade e da distância ao fundo.

Ao atingir a camada de água no fundo do tanque, há uma vaporização violenta da água, que se mistura
ao óleo, provocando um espumamento grande, fazendo com que essa mistura aumente de volume.
4 - Incêndio com Boilover

BOILOVER (Slopover, Foamover)


Forma-se uma bola de fogo que sobe e a seguir
desce queimando, provocando grandes danos.
A água na forma de vapor aumenta o seu
volume em até 2.000 vezes.

Todo tanque com hidrocarboneto possui


sempre água no fundo seja por condensação
de vapores ou no caso de incêndio quando um
grande volume de água entra no tanque.
4 - Incêndio com Boilover

BOILOVER (Slopover, Foamover)

Uma forma de monitorar a onda


térmica é jogar água nas paredes do
tanque, com jatos de longa distância.
Visores térmicos ou de infravermelho direcionados para as
Nos pontos onde a temperatura é maior chapas do tanque permitem visualizar a movimentação da
que 100° C, a água ferve. onda de calor em direção ao fundo do tanque
Usina Termoelétrica - Tacoa
Caracas - Venezuela 19/12/1982

Danos

70 Residências
60 Carros
Total de 150 mortos,
sendo:
17 Empregados
40 Bombeiros
4 - Incêndio com Boilover

Usina Termoelétrica - Tacoa


Caracas - Venezuela 19/12/1982

Estima-se que a bola de fogo subiu


cerca de 180 metros e desceu
queimando. Muitas pessoas tentaram
correr para o mar e acabaram
morrendo afogadas.

Algumas pessoas foram atingidas a


mais de 300 metros de distância do
tanque.
5 - Explosões de Poeira

Os materiais finamente
divididos e dispersos no ar
formam misturas explosivas
cujo comportamento depende
de diversos fatores como:
Composição química do pó.

Forma, tamanho e superfícies das partículas

Uniformidade das partículas suspensas.

Composição química do meio de suspensão

Quantidade de energia requerida para iniciar a explosão.

Temperatura e pressão iniciais.

Presença de uma nuvem de pó, com concentração acima do


Limite Inferior de Explosividade
5 - Explosões de Poeira

Limite Inferior de Explosividade (LIE), é a concentração mínima de


pó em suspensão, que propagará uma combustão.

O LIE médio é de aproximadamente 0,065 onças por pé cúbico de ar,


ou 0,059 gramas por litro.
5 - Explosões de Poeira

Os grandes danos são


geralmente provocados por
explosões múltiplas. Ocorrências de Explosões

40% Moagem e Pulverização


A primeira explosão
geralmente é fraca, porém provoca 35% Misturas. transp. e outras
distúrbio suficiente para dispersar
mais pó no ambiente e a explosão 15% Sist. de coleta e estocagem
repete-se com maior intensidade.
10% Secadores
Explosão de Poeira de Milho

Local: Porto de Paranaguá


Data: 17/11/2001
Hora: 12:20hs
Fotos: gentileza da COCAMAR 
Feridos: 21 sendo três com gravidade
Controle do incêndio: 17hs

Explosão de Poeira de Milho


Equipamento:
Silo de milho de 10.000 m2
Operadora do silo:
Coinbra (Louis Dreyfus)
Prejuízo:
4 a 5 milhões de Reais (estimado)
Tempo fora de operação:
4 meses (estimado)
Indústrias de beneficiamento de produtos agrícolas;

Indústrias fabricantes de rações animais;

Indústrias alimentícias;

Atividades com
risco de explosões Indústrias metalúrgicas;

de poeiras
Indústrias farmacêuticas;

Indústrias plásticas;

Indústrias de beneficiamento de madeira;

Indústrias do carvão;
5 - Explosões de Poeira

Arrumação (Ordem e Limpeza)

Medidas Controle das fontes de Ignição


Preventivas
Criação de Atmosferas Inertes
5 - Explosões de Poeira
Medidas Preventivas
Arrumação (Ordem e Limpeza)
➔ Deve-se evitar o acúmulo de pó, através da limpeza
freqüente e da utilização de equipamento a prova de
explosão.
➔ Eliminar as superfícies rugosas para minimizar a
quantidade de pó acumulada.

➔ Remover o pós através de aspiração.


➔ Não soprar o pó com ar comprimido
➔ Instalar sistema de ventilação exaustora
5 - Explosões de Poeira
Medidas Preventivas
Controle das fontes de Ignição

➔ Proibir o fumo e chamas abertas


➔ Não permitir o corte e a soldagem nas proximidades.
➔ Providenciar separadores magnéticos para prevenir a entrada
de objetos estranhos no moinho.
➔ Aterrar os equipamentos para prevenir descargas
eletrostáticas.
➔ Selecionar os sopradores e exaustores adequados e manter
uma manutenção constante, para evitar o contato entre as pás
e a carcaça.
5 - Explosões de Poeira
Medidas Preventivas
Controle das fontes de Ignição

➔ A proibição do fumo deve ser feita, reservando-se áreas


definidas para fumantes, em locais sinalizados e de
preferência com acendedores, habituando-se o
trabalhador a não portar isqueiros e fósforos.

➔ Nessas áreas, o corte e soldagem e qualquer operação com envolvimento de chamas e


faíscas deve ser realizada somente através de um procedimento para liberação de serviço a
quente.
5 - Explosões de Poeira
Medidas Preventivas
Criação de Atmosferas Inertes

Manter uma atmosfera inerte através da


adição de gases como:
● Nitrogênio,
● Dióxido de Carbono,
● Argônio,
● Xenônio, etc.
em uma determinada concentração.
6 - Produtos Peroxidáveis

São produtos com potencial de formação de


peróxidos(substâncias que podem explodir com
aquecimento, choque ou atrito). Como exemplo de
produtos peroxidáveis temos:

Éteres etílico e isopropílico

Tetrahidrofurano

Dioxano e ciclohexano

Estireno etc
Produtos Peroxidáveis

Armazenar em
Rotular com datas de:
recipientes hermeticamente
Fabricação
fechados, em local seco, fresco
Recebimento
e escuro
Abertura do frasco
Prazo de validade
Data prevista de formação de peróxidos
Datas do próximo e do último teste realizado
sobre a presença de peróxidos.
6 - Produtos Peroxidáveis

A presença de peróxidos é No caso de suspeita da presença


detectada através de: de peróxidos, proceder da seguinte
❏ Presença de camada viscosa no forma:
fundo do fraco. ❏ Não abra o frasco
❏ Presença de sólidos ❏ Não agite o frasco
❏ Comunique seu supervisor
7 - Compostos Pirofóricos

Como materiais pirofóricos


podemos citar:
São produtos que ● Metais finamente divididos Os compostos pirofóricos

(Cálcio e Titânio) devem ser armazenados e


reagem violentamente
● Hidretos metálicos alquilados manuseados em atmosfera
com o ar provocando
(Dietil e Trietilalumínio, inerte (Nitrogênio, Dióxido
oxidação.
Trietilbismuto) de Carbono, Argônio, etc.)
● Hidretos metálicos não alquilados
(Hidreto de potássio)
8 - Produtos que reagem com água

Alguns produtos químicos reagem


violentamente com a água liberando calor,
gases tóxicos ou explosivos.

Como exemplos temos: Sódio e Potássio metálicos, Óxido de Fósforo(V), compostos de Grignard,
Carbeto de Cálcio, Haletos de ácidos inorgânicos tais como: POCl3, SOCl2, SO2Cl2, haletos de não
metais tais como: BCl3, BF3, PCl3, PCl5, etc
Produtos que reagem com água

O armazenamento desses produtos deve obedecer às


seguintes regras:

Armazenar os sólidos (Na, K, Li) imersos em líquido


inerte como querosene.

Eliminar todas as fonte de água do local

Nunca armazenar produtos facilmente combustíveis na


mesma área

Os sistemas automáticos de prevenção e combate a


incêndio por aspersão de água, não devem ser utilizados
em locais com grandes estoque desses produtos.

O almoxarifado deve ser construído em material


resistente a fogo.
9 - Combustão espontânea

Alguns produtos podem se


inflamar em contato com o ar,
mesmo sem a presença de uma
fonte de ignição. Estes produtos
são transportados, na sua maioria,
em recipientes com atmosferas
inertes ou submersos em
O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto de
querosene ou água.
sódio são exemplos de produtos que se
ignizam espontaneamente, quando em contato
com o ar.
10 - Líquidos Criogênicos

Esse tipo de gás para ser liquefeito deve ser refrigerado a temperatura inferior a -150º
C.

Exemplos de gases criogênicos e suas respectivas temperaturas de ebulição


Substância Temperatura de ebulição (ºC)

Hidrogênio - 253,0

Oxigênio - 183,0

Nitrogênio - 193,0
10 - Líquidos Criogênicos

1- Risco a Saúde

Devido a sua natureza


"fria", os gases Os gases criogênicos, devido a baixa temperatura,
criogênicos poderão provocar severas queimaduras ao tecido,
apresentam quatro conhecidas por enregelamento, quando do contato com
características líquido ou mesmo com o vapor.
perigosas conforme
segue:
10 - Líquidos Criogênicos

2- Efeitos sobre outros materiais

Devido a sua natureza


Os gases criogênicos podem solidificar ou condensar
"fria", os gases
outros gases. A temperatura de solidificação da água é de 0º
criogênicos
C à pressão atmosférica. Isso quer dizer que a água presente
apresentam quatro
na umidade atmosférica poderá congelar no caso de
características
vazamento de uma substância criogênica, e se isso ocorrer
perigosas conforme
próximo a, por exemplo, uma válvula (que pode ser a do
segue:
próprio tanque com vazamento), esta apresentará
dificuldade para a operação.
10 - Líquidos Criogênicos

2- Efeitos sobre outros materiais

Não se deve jamais jogar água diretamente sobre um


Devido a sua natureza
sistema de alívio ou válvulas de um tanque criogênico.
"fria", os gases
criogênicos Também não se deve jogar água no
apresentam quatro interior de um tanque criogênico pois
a água atuará como um objeto
características
superaquecido (ela está entre 15 e 20º
perigosas conforme
C) acarretando na formação de vapores
segue: e portanto aumento da pressão interna
do tanque, podendo romper-se.
10 - Líquidos Criogênicos

3- Intensificação dos perigos do estado gasoso

Devido a sua natureza


"fria", os gases O vazamento de oxigênio liquefeito acarretará no aumento
criogênicos da concentração deste produto no ambiente o que poderá causar
apresentam quatro a ignição espontânea de certos materiais orgânicos. Por tal
características razão, não devem ser utilizadas roupas de material sintético
perigosas conforme (náilon) e sim roupas de algodão.
segue: Um aumento de 3% na concentração de oxigênio
provocará um aumento de 100% na taxa de combustão de um
produto.
10 - Líquidos Criogênicos

4- Alta taxa de expansão na evaporação

Os gases criogênicos
Devido a sua natureza expostos à temperatura ambiente
"fria", os gases tendem a se expandir gerando
criogênicos volumes gasosos muito
superiores ao volume de líquido
apresentam quatro
inicial.
características
perigosas conforme Para o nitrogênio, um litro de produto líquido
segue: gera 697 litros de gás.

Para o oxigênio a proporção é de 863 vezes.


10 - Líquidos Criogênicos

4- Alta taxa de expansão na evaporação

Devido a sua natureza


"fria", os gases
criogênicos Os recipientes contendo gases criogênicos jamais
apresentam quatro poderão ser aquecidos ou terem seu sistema de refrigeração
características danificados sob risco de ocorrer a superpressurização do
perigosas conforme tanque, sendo que os sistemas de alívio poderão não suportar
segue: a demanda de vapores acarretando na ruptura do tanque.
11 - Substâncias Corrosivas

São substâncias que


apresentam uma severa taxa de
corrosão ao aço.
Evidentemente, tais materiais são
capazes de provocar danos também
aos tecidos humanos.
11 - Substâncias Corrosivas

O contato desses produtos com a


pele e os olhos pode causar severas
queimaduras, motivo pelo qual
deverão ser utilizados
equipamentos de proteção
individual compatíveis com o
produto envolvido.
11 - Substâncias Corrosivas

Basicamente existem dois principais grupos de substâncias que apresentam essa


propriedade: ácidos e bases.

Ácidos Bases

Ácidos são substâncias que em contato As bases são substâncias que em contato
com a água provocam alterações de pH com a água, provocam alterações de pH
para a faixa de 0 (zero) a 7 (sete). para a faixa de 7 (sete) a 14 (quatorze).

Exemplos: ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido nítrico, hidróxido de sódio e


hidróxido de potássio, entre outros.
12 - PH “pondus hidrogenii”

A medida do pH é o resultado da
concentração de íons de hidrogênio e íons de
hidróxido em solução na água.
A concentração desses íons é medida
em escala logarítmica de base decimal
12 - PH “pondus hidrogenii”

Acidez aumenta Alcalinidade aumenta

0 7 14

Cada unidade de variação na escala corresponde a 10 vezes a variação dos


índices de acidez ou alcalinidade.

Exemplo:
PH 4 é 10 vezes mais acido que o PH 5
PH 3 é 100 vezes mais acido que o PH 5
12 - PH “pondus hidrogenii”

Nas ocorrências envolvendo ácidos ou bases que atinjam corpos d'água, uma
maior ou menor variação do pH natural poderá ocorrer,

dependendo de diversos fatores, como por


exemplo a concentração e quantidade do
produto vazado, além das características
do corpo d'água atingido.
12 - PH “pondus hidrogenii”

Métodos de controle de PH em acidentes

Neutralização com outro produto


A aplicação dos métodos, isolados
Diluição ou conjuntos dever feita mediante
criteriosa
Absorção avaliação técnica das condições do
local.
Remoção
13 - Tabela de Incompatibilidade Química

PRODUTO INCOMPATÍVEIS

Acetileno Fluor, cloro, bromo, cobre, prata e mercúrio


Ácido crômico, ácido nítrico, etilenoglicol, ácido perclórico,
Ácido Acético
peróxidos, permanganatos
Ácido cianídrico Ácido nítrico e alcalinos

Ácido acético, naftalina, cânfora, glicerina, terebentina, álcool,


Ácido crômico
líquidos inflamáveis em geral

Ácido fluorídrico
Um anidro
líquido de altaAmônia
viscosidade
anidra ouou sólido de baixo ponto de
solução
fluidez, não inflamável à temperatura ambiente, em caso de
incêndio e/ou aumento
Ácido nítrico de temperatura
Ácido acético, podem
anilina, ácido passar
crômico, ácidoacianídrico,
fluir e gas sulfídrico,
espalhar-se
concentrado alimentando
líquidos o fogo e propagando
inflamáveis as conseqüências.
e gases inflamáveis.
(Ex. materiais betuminosos, ceras, parafinas)
Ácido Oxálico Prata e mercúrio

Ácido perclórico Anidrido acético, bismuto e suas ligas, álcool, papel e madeira
13 - Tabela de Incompatibilidade Química

PRODUTO INCOMPATÍVEIS

Clorato Potássio, perclorato de potássio, permanganato de potássio(ou


Ácido sulfúrico compostos com metais leves similares, como sódio, lítio)

Mercúrio, cloro, hipoclorito de cálcio, iodo, bromo, ácido fluorídrico.


Amônia anidra

Anilina Ácido nítrico e peróxido de hidrogênio


Carvão ativado Hipoclorito de cálcio e todos os oxidantes
Bromo Vide cloro
Clor.de potássio Sulfúrico e outros ácidos
Sais de amônia, ácidos, pós metálicos, enxofre, materiais combustíveis
Cloratos ou orgânicos finamente divididos.

Amônia, acetileno, butadieno, butano, metano, propano (ou outros


gases de petróleo), hidrogênio, carbeto de sódio, terebentina, benzeno,
Cloro metais finamente divididos.
13 - Tabela de Incompatibilidade Química

PRODUTO INCOMPATÍVEIS

Cobre Acetileno, peróxido de hidrogênio

Dióxido de cloro Amônia, metano, fosfina, gás sulfídrico

Fluor Isolado de todos os outros produtos

Gás sulfídrico Ácido nitrico fumeg., gases oxidantes

Hidrocarbonetos
(butano, propano, Flúor, cloro, bromo, ácido crômico, peróxido de sódio
benzeno, gasolina, etc.)
Um líquido de alta viscosidade ou sólido de baixo ponto de
fluidez, não inflamável à temperatura ambiente, em caso de
Hidroperóxido de
incêndio
cumeno
e/ou aumento
Ácidos de temperatura
orgânicos podem passar a fluir e
e inorgânicos
espalhar-se alimentando o fogo e propagando as conseqüências.
(Ex. Iodo
materiais betuminosos, ceras, parafinas)
Acetileno, amônia(anidr/sol.) e hidrogênio

Nitrato de amônia, ácido crômico, peróxido de hidrogênio, ácido


Líquidos inflamáveis
nítrico, peróxido de sódio e halogênios
13 - Tabela de Incompatibilidade Química

PRODUTO INCOMPATÍVEIS

Mercúrio Acetileno, ácido fulmínico, amônia

Metais alcalinos como Água, tetracloreto de carbono ou outros hidroc., dióxido de carbono e
pó (Al,Mn,K) halogênios.

Ácidos, pós metálicos, líquidos inflamáveis, cloratos, nitritos, enxofre,


Nitrato de amônia
materiais combustíveis ou orgânicos finamente divididos

UmOxigênio
líquido de altaSólidos, gases ou líquidos inflamáveis, óleos, gorduras e hidrogênio.
viscosidade ou sólido de baixo ponto de
fluidez, não inflamável à temperatura ambiente, em caso de
incêndio
Perclorato e/ou aumento
de potássio de temperatura
Ácido sulfúrico e outros e podem passar a fluir
todos os incompatíveis come os cloratos .
espalhar-se alimentando o fogo e propagando as conseqüências.
(Ex. materiais
Permanganato de betuminosos, ceras, parafinas)
Glicerina, etileno glicol, benzaldeído e ácido sulfúrico.
potássio
13 - Tabela de Incompatibilidade Química

PRODUTO INCOMPATÍVEIS

Cobre, cromo, ferro, a maior parte dos metais e seus sais, álcoois,
Peróxido de
acetona, materiais orgânicos, anilina, nitrometano, líquidos inflamáveis
hidrogênio
e materiais combustíveis

Álcool metílico ou etílico, ácido acético glacial, anidrido acético,


Peróxido de sódio benzaldeído, dissulfeto de carbono, glicerina, etileno glicol, acetato de
etila, acetato de metila e furfural

Prata Acetileno, ácido oxálico, ácido tartárico e compostos de amônia.

Sódio Água, dióxido de carbono e tetracloreto de carbono


Produtos Orgânicos Persistentes

POP’s
Produtos Orgânicos Persistentes

PERSISTÊNCIA: É o tempo necessário para um produto químico perder pelo


menos 95% de sua atividade sob condições ambientais e usos habituais, não como
depósitos.
Produtos Orgânicos Persistentes

CLASSIFICAÇÃO

Não Persistente 1 a 3 semanas

Persistente Moderado 1 a 18 meses

Persistente 2 ou mais anos


Produtos Orgânicos Persistentes

Persistência
Lindano ………….. 728 dias

Endrin ………….. 624 dias

DDT ………….. 546 dias

Aldrin ………….. 530 dias

Dielorin ………….. 312 dias

Hexaclorobenzeno ………….. 208 dias


Produtos Orgânicos Persistentes

Os 12 POP’s considerados “Os 12 Sujos”

Lindano
Endrin
DDT
Aldrin
Deildrin
Hexaclorobenzeno
Clordano
Heptacloro
Mirex
Toxafeno
Dioxinas
Furanos
Rotulagem, Fichas de Informações

❏ GHS – Sistema Globalmente


Harmonizado de Rotulagem de Produtos
Químicos
❏ MSDS – Material Safety Data Sheet
❏ FISPQ – Ficha de informações sobre
Produtos Químicos
❏ Manual de Emergências da ABIQUIM
❏ HAZMAT – Hazardous Materials
❏ Perry Handbook
FIM

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