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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

RELATÓRIO DE CONCLUSÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


QUÍMICA

RAFAEL TAROZO

INTEMPERISMO DO DIESEL DE MISTURA BRASILEIRO EM


SUPERFÍCIE AQUOSA

Orientadora: Prof ª. Dra. Carmen L. B. Guedes.

Londrina-Paraná
2003
2

I INTRODUÇÃO

A contaminação de solos e águas naturais decorrente de acidentes e


vazamentos durante a exploração, transporte e armazenamento de petróleo e derivados tem
chamado atenção, tanto da população em geral como dos órgãos federais e estaduais de
controle ambiental. Dependendo das condições hidrogeológicas do local atingido pelo
derrame, a recuperação será mais rápida ou mais lenta. Avaliar matrizes ambientais e os
diversos tipos de contaminantes, monitorar processos naturais de recuperação e propor
alternativas para remediação de áreas impactadas, tem sido alvo de pesquisa nos últimos anos.

Após um derrame de petróleo ou derivado em águas naturais, ocorre


variedade de efeitos físicos, químicos e biológicos. Processos de intemperismo iniciam-se
com a evaporação; seguida de fotodegradação, a qual favorece o processo de degradação
biológica (Nicodem et al, 1997).

I.1 Óleo diesel comercial

Costuma-se definir óleo diesel como sendo uma mistura de hidrocarbonetos


constituída por frações com ponto de ebulição superiores ao querosene (mais pesadas) e
inferiores aos lubrificantes (mais leves), que corresponde aos destilados intermediários do
petróleo e cuja faixa de destilação se situa, aproximadamente, entre 190 e 380ºC.

O diesel de mistura é obtido, de um modo geral, pela mistura de gasóleos


provenientes de unidades industriais de destilação atmosférica e a vácuo e, menos
freqüentemente, pela incorporação de frações criteriosamente selecionadas provenientes de
unidades de craqueamento. Sua composição química é muito variável, e as proporções
relativas dos hidrocarbonetos parafínicos, olefínicos, naftênicos e aromáticos dependem do
petróleo, do processamento e do tratamento a que foi submetido. A distribuição desses
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diferentes tipos de hidrocarbonetos, cujas cadeias variam de nove a vinte átomos de carbono,
é que determina as propriedades do combustível (Campos,1979).

I.1.1 Características, propriedades e cuidados especiais (Ancap, 2003)

O óleo diesel comercial apresenta características importantes, das quais vale


ressaltar:

a) Descrição do produto - Líquido incolor a amarelado, de cheiro


característico. Pode desenvolver eletricidade estática por agitação ou
derramamento. Reaciona com oxidantes fortes, com riscos de incêndio e
explosão. Seus vapores são mais densos que o ar, podendo inflamar-se à
distância.
b) Formas de absorção - Pode entrar no organismo por absorção cutânea,
ingestão ou inalação. Por evaporação à temperatura ambiente pode
alcançar concentrações perigosas, sobretudo se o produto está em estado
aerosol.
c) Efeitos imediatos - Irritação dos olhos, da pele e das vias respiratórias. O
líquido destrói a oleosidade da pele. Em caso de ingestão, a absorção de
líquido pelos pulmões pode causar pneumonia. A altas concentrações,
seus vapores podem causar desmaio.

Na Tabela 1 estão citadas as propriedades e características do diesel


comercial.

Nas Tabelas 2 e 3 são observados os devidos cuidados com o meio ambiente


e com a segurança pessoal, respectivamente.
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TABELA 1 - PRINCIPAIS PROPRIEDADES FÍSICAS E CARACTERÍSTICAS DE RISCO DO DIESEL COMERCIAL.

Propriedades físicas Características de risco


Faixa destilação: 360 ºC Ponto Inflamável: 52 ºC
N.D.
Ponto de fusão:
Ponto de auto-ignição: N.D.
Densidade relativa (água = 1) <1
Faixa explosiva: 1a8%
Densidade do vapor (ar = 1) >1
Limite higiênico (TLV): N.D.
Solubilidade :
Nenhuma Classificação NFPA :
∙Em água 1
∙Saúde
Infinita
∙Em hidrocarbonetos
2
∙Inflamabilidade

∙Reatividade 0

TABELA 2 - CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE.

Medidas frente a Armazenamento Etiquetagem


derramamento
Absorver com areia ou terra. Habitualmente: Em tanques de Etiqueta de Classe 3
Transportar a areia ou terra armazenamento subterrâneo. (Líquido Inflamável)
contaminadas em tambores Querendo armazenar em
fechados à um lugar seguro. tambores, fazê- lo em pilhas de
um tambor de altura, em locais
Disposição final: queima em bem ventilados e fora da luz
condições controladas do solar.
produto absorvido.
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TABELA 3 - CUIDADOS COM A SEGURANÇA PESSOAL.

Riscos Sintomas Medidas de prevenção Extinção e primeiros


auxílios
FOGO Extremamente Evitar faíscas ou chamas Espuma, pó químico ou
inflamável. abertas. gás carbônico. Água só se
NÃO FUMAR. pode usar vaporizada ou
para esfriar recipientes
expostos.
EXPLOSÃO Os vapores ao Usar instalações elétricas Em caso de fogo, esfriar
entrarem em à prova de explosão e com água os recipientes
contato com o ar ferramentas que evitam expostos.
podem resultar faíscas.
explosão.
INALAÇÃO Náusea, dor de Ventilação, extração Levar o acidentado ao ar
cabeça, sonolência. localizada, proteção livre. Cuidados Médicos.
respiratória.
PELE Irritação. Evitar o contato direto Tirar as roupas
com a pele. Usar luvas de contaminadas. Lavar a
neopreno ou PVC. pele afetada com água
abundante.
OLHOS Irritação e dor. Usar óculos de segurança. Lavar os olhos com água.
Cuidados médicos.
INGESTÃO Náuseas, vômitos, Evitar ingerir alimentos e Não induzir ao vômito.
dor de cabeça. bebidas onde se trabalha.
Cuidados médicos.

I.2 Diesel de mistura

O diesel de mistura é uma espécie de óleo diesel produzido nas refinarias e


destinado a integrar misturas de outros produtos. É formulado através da mistura de diversas
correntes como gasóleo, nafta pesada, diesel leve e diesel pesado, provenientes das diversas
etapas de processamento do petróleo bruto (Petrobras, 2003). Na Tabela 4 encontram-se as
características e composição do diesel de mistura.
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TABELA 4 - ESPECIFICAÇÃO DO DIESEL DE MISTURA

Características Valores Unidades

Massa específica a 20ºC 0,9538 Kg/m3


Densidade a 60/60ºF 0,9576 -
Grau API 16,3º -

Teor de Hidrocarbonetos
Saturados 9,5 a 13,9 %massa/massa
Olefinas 4,8 a 6,6 %massa/massa
Monoaromáticos 36,9 a 45,3 %massa/massa
Diaromáticos 36,5 a 47,3 %massa/massa
Poliaromáticos 1,9 a 5,9 %massa/massa

Teor de Enxofre 0,80 %massa/massa


Ponto de Fulgor 95,5 ºC
Viscosidade Cinemática a 50ºC 2,585 CSt

Destilação ASTM D 86
Ponto inicial de ebulição 214,0 ºC
10% recuperado 246,0 ºC
20% recuperado 254,0 ºC
30% recuperado 261,0 ºC
50% recuperado 271,0 ºC
70% recuperado 289,0 ºC
80% recuperado 298,0 ºC
90% recuperado 311,0 ºC
Ponto final de ebulição 334,0 ºC
Fonte: PETROBRAS, 2003.

I.3 Contaminação ambiental por hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos que constituem os combustíveis como óleo diesel e


gasolina são compostos de baixa densidade e a maioria consiste de uma fase não solúvel em
água. Normalmente, um vazamento de combustível em um tanque de abastecimento promove
diferentes fases de contaminação, conforme relatam Mercer & Coheb (1990). Diante das
evidências obtidas em trabalhos realizados no Brasil e apoiados em relativo consenso no meio
técnico (Kierchheim et al, 1998), propôs-se a designação de cinco fases de contaminação que
tipicamente se manifestam em vazamentos de tanques de combustível e que podem ser assim
descritas (Costa et al, 1999):
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a) Fase adsorvida – constitui no halo de dispersão entre a fonte e o nível


freático e caracteriza-se por uma fina película de hidrocarbonetos
envolvendo grumos de solo ou descontinuidades existentes na rocha,
sendo mais importante para os produtos mais viscosos como o diesel;
b) Fase livre – constitui de um véu não miscível sobre o topo do freático
livre e que pode ser mais espesso em casos onde o sistema freático é
pouco dinâmico (várzeas);
c) Fase dissolvida – constitui em contaminações por dissolução de aditivos
polares e por uma fração emulsionada de hidrocarbonetos que possui
maior mobilidade e dissipa-se abaixo do nível freático livre, sendo mais
importante para fluidos menos viscosos como a gasolina;
d) Fase vaporizada – constitui uma fase gasosa dos componentes voláteis
dos combustíveis e que ocupa vazios do solo ou rocha, sendo mais
importante para os hidrocarbonetos de menor ponto de vaporização,
como aqueles que compõe a gasolina;
e) Fase condensada – aparece mais tipicamente em áreas urbanas onde a
pavimentação do solo é intensa e pouco permeável, caracterizando-se
pela acumulação de produtos condensados sob os pavimentos.

I.4 Remediação de solo e água contaminados por petróleo e derivados

I.4.1 Tratamento ultrassônico

O tratamento ultrassônico tem-se mostrado um método efetivo na


remediação de solos contaminados com hidrocarbonetos. A indução da dessorção ultrassônica
dos contaminantes está baseada no método de separação física (Aldrich et al, 2000).

I.4.2 Tratamento de solo contaminado utilizando ferro mineral e peróxido de hidrogênio

Hematita e magnetita, ocorrências naturais de ferro mineral, foram


utilizadas na catálise do peróxido de hidrogênio para iniciar a reação de Fenton em areia
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(sílica) contaminada por diesel e/ou querosene. A decomposição catalisada do peróxido de


hidrogênio pode formar radical hidroxil (OH•) que é um forte oxidante. O mecanismo de
formação está descrito abaixo ( Kong et al, 1998):

H2O2 + Fe2+ → OH• +OH- +Fe3+

Se um composto orgânico está presente no sistema, a reação inclui:

RH + OH• → H2O +R•


R• + Fe3+ → Fe2+ + produtos

I.4.3 Fitorremediação

É um método utilizado para limpar uma área de contaminação moderada e


superficial, sendo baseado na excitação de microorganismos rizosphere por raízes de plantas.
Tolerância das plantas à contaminação é um critério básico para o sucesso da fitorremediação.
A degradação pode ser acelerada por inoculação com microorganismos apropriados que são
capazes de degradar os poluentes (Sessitsch et al, 2002).

I.4.4 Remediação intrínseca

Remediação intrínseca (também conhecida como atenuação natural ou


remediação passiva) é a ocorrência da diminuição natural por processos biológicos
(biodegradação aeróbica e anaeróbica), processos físicos (dispersão, difusão, diluição por
recarga e volatilização) e processos químicos (absorção química e reações abióticas), os quais
reduzem a concentração total de um contaminante dissolvido em água natural (Curtis et al,
1998).
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I.4.5 Foto-remediação

Alguns hidrocarbonetos não são degradados nos tratamentos biológicos


convencionais, pois os microorganismos utilizam fontes de carbono mais disponíveis e de
mais fácil metabolização nos tempos de retenção usualmente empregados nos processos
biológicos. Sendo o Brasil um país tropical, onde ocorrem altos índices de insolação, a
degradação fotoquímica de um óleo é, sem dúvida, uma ferramenta útil no processo de
redução ou eliminação de contaminantes que podem permanecer por longo período no
ambiente (Nicodem et al, 1997).

Compostos aromáticos são, por natureza, mais sensíveis à fotooxidação do


que algumas classes de compostos orgânicos (Nicodem et al, 1998). A posição e a quantidade
de substituintes no anel aromático influenciam no processo de degradação.

Trabalhos recentes confirmam que transformações fotoquímicas são


importantes no intemperismo de poluentes orgânicos. Dentre esses estudos alguns
mecanismos são apontados para a fotodegradação de poliaromáticos (Guedes, 1998).

Basicamente, quatro processos explicam o intemperismo fotoquímico que


pode ocorrer com compostos orgânicos:

O primeiro, refere-se a transferência de energia de estados eletronicamente


excitados (usualmente triplete) de compostos aromáticos e polares para oxigênio molecular
gerando oxigênio singlete (Gorman, 1992). Substâncias húmicas aquáticas (Miller,1983)
quando expostas à luz solar agem como sensibilizadores ou precursores para a produção de
fotorreagentes tais como oxigênio singlete, radicais livres e outras espécies (Hoigné et al,
1987).
Ocorre uma segunda possibilidade, que é a fotodimerização de certos
hidrocarbonetos poliaromáticos, alguns desses, capazes de participar das reações com
oxigênio singlete. A fotodimerização de antraceno (Bouas-Laurent et al, 1980) foi estudada
como exemplo desta reação com outros hidrocarbonetos poliaromáticos, como, fenantrenos,
benzantracenos e naftaceno.
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O terceiro, e grande processo para explicar o intemperismo fotoquímico de


poluentes orgânicos é aquele que envolve radicais. Radicais livres induzindo autooxidação
têm sido propostos para explicar o surgimento de alguns fotoprodutos (Rontani & Giral, 1990;
Wagner & Park, 1991; Wan & Jenks, 1995).

Uma quarta possibilidade envolve transferência de elétrons iniciando


oxigenações (Lopez, 1990). É possível que em um filme fino sobre água, reações
fotoquímicas ocorram na interface; e que na presença da água, transferência de elétron pode
gerar cátion radical e ânion radical, os quais podem então iniciar oxigenações via radical livre
(Rontani, 1991). A interface água-hidrocarboneto pode ser importante para transformações
fotoquímicas e processos que geram intermediários polares.

Ehrhardt et al, em 1992, concluíram que processos fotoquímicos podem ser


tão importantes quanto processos biológicos para degradação de hidrocarbonetos em águas
tropicais.
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II PARTE EXPERIMENTAL

II.1 Equipamentos

- Centrífuga → Fanem – Excelsa Baby I – modelo 206;


- Espectrofluorímetro → Shimadzu RF-5301PC;
- Espectrofotômetro infravermelho → Shimadzu FTIR-8300;
- Cromatógrafo gasoso/espectrômetro de massas → Shimadzu QP5000;
- Espectrofotômetro UV-Vis → Hitachi U-3000;
- Geladeira → Brastemp.

II.2 Materiais

- Filme plástico;
- Spray preto fosco;
- Placa de Petri (Pyrex);
- Tubo de ensaio;
- Pipeta graduada;
- Pipeta volumétrica;
- Pipeta Pasteur;
- Micropipeta automática;
- Funil de vidro;
- Proveta;
- Frasco âmbar;
- Balão volumétrico;
- Papel de filtro;
- Suporte e garra.
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II.3 Reagentes e solventes

O diesel de mistura utilizado neste estudo foi fornecido pela PETROBRAS


Transporte S.A./Dutos e Terminais do Sul/Paranaguá.

Diclorometano grau PA adquirido da Nuclear foi utilizado sem qualquer


tratamento.

O cloreto de sódio grau PA foi adquirido da Merck e utilizado sem


qualquer tratamento.

A água destilada utilizada foi fornecida pelo laboratório de Moléculas


Bioativas da UEL.

II.4 Procedimento experimental

II.4.1 Preparo de amostras

Primeiramente, separou-se 14 placas de Petri (Pyrex). Logo após colocou-se


20 mL de água destilada com auxílio de uma proveta em cada uma das placas. Depois fez-se
uso de uma pipeta volumétrica para adição de 5 mL de diesel de mistura. O óleo foi aplicado
no centro de cada placa, a aproximadamente 1 cm de altura da superfície aquosa.

II.4.2 Exposição das amostras

Os filmes de diesel de mistura sobre água destilada foram irradiados por


exposição a luz do Sol em dias de céu claro, no período entre 9 e 15 horas, nos meses de maio
a outubro de 2002. As amostras foram irradiadas nos seguintes intervalos de tempos: 2, 5, 15,
20, 40, 60 e 100 horas. Entre os intervalos de irradiação, estocou-se as amostras no escuro em
geladeira à ±18ºC. Para cada “amostra irradiada” foi preparada uma outra “não irradiada”
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(branco) da mesma forma, exceto que as tampas de “Pyrex” contendo as “amostras não
irradiadas” foram pintadas de preto.

II.4.3 Extração do filme

Após a irradiação das amostras, colocou-se o conteúdo das placas (água e


óleo) em tubos de ensaio com auxílio de um funil de vidro, adicionando 1,5 g de cloreto de
sódio. Os tubos foram centrifugados por 5 minutos em velocidade média. Após separação das
fases, utilizou-se pipeta Pasteur para retirar a fase óleo, que foi armazenada em frasco âmbar
de 10 mL. A fase aquosa (água “suja” de óleo) foi filtrada em papel de filtro comum e
armazenada em frasco âmbar de 20 mL. Ambas as fases foram guardadas no escuro, em
geladeira a ±18ºC, enquanto aguardavam análise.

II.5 Análise do filme de óleo diesel

II.5.1 Cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-EM)

Na análise do diesel de mistura por cromatografia gasosa foi utilizada


coluna capilar DB1 com 30 m de comprimento e 0,25 mm de diâmetro interno, fase
estacionária com espessura de 0,25 µm, usando hélio como gás de arraste na vazão de 1,5
mL/min.

A injeção da amostra de óleo ocorreu à temperatura de 200ºC. A


temperatura inicial da coluna foi de 100ºC durante 4 minutos, com programação de 10ºC/min
até 250ºC e 15ºC/min até 320ºC, mantendo essa temperatura final por 10 minutos. O tempo
total de análise corresponde a aproximadamente 34 minutos. A faixa de massa detectada foi
entre 45 e 550 com intervalo de varredura de 0,5 s. A sensibilidade de ganho do detector foi
2,0 kV.

O diesel de mistura foi diluído em diclorometano e injetado na concentração


de 1:100 (v/v).
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II.5.2 Absorção eletrônica (UV-VIS)

Espectro de absorção do diesel de mistura foi obtido usando um


espectrofotômetro UV-Vis. O óleo foi analisado de 200 a 800 nm na diluição de 1:100000
(v/v) em diclorometano. Foi utilizada cubeta de quartzo para análise.

II.5.3 Emissão por fluorescência

Espectros de fluorescência das amostras do diesel de mistura em


diclorometano na diluição 1:1000 (v/v), com excitação iniciando em 230 nm e emissão na
faixa de 250-800 nm, foram registrados em um espectrofluorímetro com contagem de fótons,
usando-se como recipiente de amostra uma cubeta de quartzo. As análises foram realizadas
com sincronismo de 20 nm entre os monocromadores de excitação e emissão (synchronous) e
band pass (fenda) de 1,5.

II.5.4 Absorção no infravermelho

Espectros no infravermelho foram obtidos à partir de amostras do diesel de


mistura depositadas como filme entre placas de NaCl. Foram registrados espectros no
infravermelho, do óleo irradiado e não irradiado com 0, 2, 5, 15, 40, 60 e 100 horas de
exposição ao Sol.

II.6 Análise da fase aquosa por fluorescência

Espectros de fluorescência da fase aquosa com excitação iniciando em 230


nm e emissão na faixa de 250 a 800 nm, foram registrados sem qualquer diluição ou
concentração da amostra em um espectrofluorímetro com contagem de fótons, usando-se
como recipiente de amostra uma cubeta de quartzo. As análises foram realizadas com
sincronismo de 20 nm entre os monocromadores de excitação e emissão (synchronous) e band
pass (fenda) de 1,5. Fases aquosas que tiveram contato com diesel de mistura irradiado e não
irradiado por 2, 5, 15, 20, 40, 60 e 100 horas foram analisadas.
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III RESULTADOS E DISCUSSÃO

III.1 Considerações gerais

Diesel de mistura absorve luz no ultravioleta devido a seus componentes


aromáticos, com máximo de absorção em aproximadamente 230 nm (Figura 1).

1.4

diesel de mistura
1.2 1:100000 (v/v)
(óleo/dicloro)

1
a
b
s
o 0.8
r
v
â
n 0.6
c
i
a
0.4

0.2

0
200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400
comprimento de onda (nm)

Figura 1 – Espectro de absorção UV do diesel de mistura.


Figura 1 - Espectro de absorção UV do diesel de mistura.

Recipientes de vidro Pyrex aqui utilizados para irradiação do diesel de


mistura, são de uso comum nos experimentos que envolvem amostras com considerável
absorção no ultravioleta próximo e visível do espectro solar (El Anba-Lurot et al, 1995;
Lartiges & Garrigues, 1995).

O diesel de mistura foi exposto em dias de céu claro, em intervalos que o


Sol atinge altura máxima, ou seja, das 9:00 às 15:00 horas, otimizando o efeito da radiação
solar sobre a amostra.

Na preparação das amostras para irradiação houve a preocupação de formar


filmes homogêneos de óleo sobre a água. A colocação do óleo sobre a água destilada foi feita
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com o devido cuidado, a fim de que o óleo não entrasse em contato com as paredes da placa
de Petri, ficando semelhante a uma mancha.

As amostras foram estocadas à baixa temperatura para que não ocorresse


qualquer alteração durante armazenagem, por ocasião de tempo nublado, intervalo de
irradiação ou análises.

As amostras “não irradiadas” tiveram as tampas das placas de Petri pintadas


com tinta preta, a fim de serem submetidas às mesmas condições de exposição, com exceção
da luz solar.

III.2 Extração de fases

No momento da extração de fases das amostras irradiadas, verificou-se a


formação de emulsão entre o óleo e água. Apenas a centrifugação não foi capaz de separar
uniformemente estas duas fases. A fim de obter quebra da emulsão, foi adicionado 1,5 g de
cloreto de sódio em cada amostra. Observa-se na Figura 2 que não houve interação entre o
óleo e o cloreto de sódio utilizado, não tendo assim qualquer impedimento no uso do sal.

70

60

t 50
r
a
n 40
s
m
i
t 30
â
n
c 20
i
a com sal
10 sem sal

0
400 800 1200 1600 2000 2400 2800 3200 3600 4000
-1
comprimento de onda (cm )

Figura 2 – Espectro no infravermelho do diesel de mistura com e sem sal durante a extração.
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III.3 Análise do diesel de mistura por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria

de massa

Figura 3 – Cromatograma do diesel de mistura.

Na Figura 3 aparece o cromatograma do diesel de mistura. Os picos são


identificados com letras e números em função do tempo de retenção (Tabela 5).

A detecção por espectrometria de massa registra que os picos identificados


de a até f são correspondentes a derivados de benzeno (trimetil e tercbutil) e lindano (metil,
metileno e dimetil).

R R
derivado de benzeno derivado de lindano

Os derivados de naftaleno (metil, etil, dimetil e trimetil) correspondem aos


picos: 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 13 até 21. Esses componentes estão em maior concentração (61,17%)
no óleo analisado.

derivado de naftaleno
18

Na Tabela 6 encontra-se a identificação de todos os componentes do diesel


de mistura analisados por CG-EM (cromatografia gasosa com espectrometria de massa).

TABELA 5 – DADOS REFERENTES AO CROMATOGRAMA DO DIESEL DE MISTURA.

Pico Tempo de retenção (min)


a 10,809
b 15,150
c 15,884
d 16,709
e 19,041
f 19,415
1 20,128
2 20,540
3 22,936
4 23,114
5 23,248
6 23,301
7 23,640
8 23,722
9 23,971
10 24,131
11 24,472
12 25,661
13 25,905
14 26,008
15 26,283
16 26,433
17 26,550
18 26,880
19 26,968
20 27,200
21 27,260
22 27,677
23 27,784
24 27,865
25 28,016
26 28,576
27 29,308
28 29,550
29 29,702
30 29,919
31 30,008
32 30,206
33 30,735
34 31,600
35 32,335
36 32,393
37 33,960
38 34,999
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TABELA 6 – IDENTIFICAÇÃO DOS COMPONETES DO DIESEL DE MISTURA POR CG-EM.

Pico Descrição Fórmula Molecular


a, b benzeno (trimetil, tercbutil) C9H12, C10H14
c, d, e lindano (metil, metileno, dimetil) C10H12, C10H10, C11H14
f benzeno (etil e trimetil) C11H16
1,2 naftaleno (metil) C11H10
3 naftaleno (etil) C12H12
4 lindano (trimetil) C12H16
5, 6, 7, 8 naftaleno (dimetil) C12H12
9 n-decano C10H22
10 e 11 benzeno ciclohexadieno C12H12
12 decano (metil) C11H24
13 a 21 naftaleno (trimetil) C13H14
22, 23 e 24 bifenila (metil), difenil (metano), C13H12
naftaleno (propenil)
25 naftaleno (propenil) C13H12
26 tridecano C13H28
27 e 28 azuleno (etil e dimetil) C14H16
29, 30 e 31 bifenila (dimetil) C14H14
32 pentadecano (metil) C16H34
33 antraceno ou fenantreno C14H10
34 heptadecano (dimetil) C19H40
35 e 36 antraceno ou fenantreno (metil) C15H12
37 heptadecano (tetrametil) C21H44
38 hexacoseno C26H54

III.4 Análise da fase óleo por espectroscopia de fluorescência

Nas Figuras 4 e 5 aparecem os espectros de fluorescência do diesel de


mistura em função do tempo de exposição. Na Figura 4 os espectros das amostras “não
irradiadas” mantêm a mesma intensidade de fluorescência. O espectro do diesel de mistura
(virgem), observado na Figura 4 apresenta menor intensidade de fluorescência a 350 nm que
as amostras expostas. O aumento inicial na fluorescência do óleo exposto é conseqüência da
volatilização das parafinas não fluorescentes (alcanos lineares e ramificados) de baixo peso
molecular, promovendo aumento na concentração de aromáticos, os quais são fluorescentes.
Ainda na Figura 4, à partir de 380 nm observa-se redução de fluorescência no óleo,
provavelmente decorrente da solubilização de alguns aromáticos na água. Os efeitos citados
(volatilização e solubilização) são resultantes da elevação de temperatura durante a exposição
das amostras.
20

A fluorescência do óleo entre 650 e 750 nm é devido a traços de asfaltenos.

120

dicloro
diesel m istura
100 2h
5h
15h
40h
60h
i 80
100h
n
t
e
n
s 60
i
d
a
d
e 40

20

0
250 350 450 550 650 750
comprimento de onda (nm)

Figura 4 –Espectros de fluorescência do diesel de mistura não irradiado.

120

área integrada de
fluorescência
100
dicloro
100 % diesel mistura
i 74,5% 2h
n 80
69,0% 5h
t
60,0% 15h
e
n 58,5% 20h
s 60 39,0% 40h
i 25,0% 60h
d 11,5% 100h
a
d 40
e

20

0
250 350 450 550 650 750
comprimento de onda (nm)

Figura 5 - Espectros de fluorescência do diesel de mistura irradiado ao Sol.


21

Por outro lado, ilustrado na Figura 5, ocorre diminuição significativa na


intensidade de fluorescência, visivelmente notada durante a irradiação do óleo. Provavelmente
a redução de fluorescência em 350 e 400nm, é devido a formação de derivados oxigenados
(Figura 6), menos fluorescentes e mais polares que migram para a água (Guedes, 1998).
Diminuição na fluorescência também foi observada na irradiação de derivados de petróleo em
fase aquosa (Ehrardt & Knap, 1989; Ehrardt et al, 1992). A redução na intensidade de
fluorescência também pode ser decorrente da fotodimerização (Figura 7) de certos
poliaromáticos do óleo (Guedes, 1998)

A área integrada de fluorescência do óleo com 100 horas de irradiação é


somente 11,5 % da área inicial, retratando que o efeito fotoquímico natural reduz a fração
mais tóxica do óleo para os seres vivos, e também, a mais recalcitrante no ambiente já que a
pequena fração de asfaltenos é eliminada pela ação da luz solar.

1O *
2 O O

Figura 6 – Mecanismo de oxidação de aromáticos no óleo.

Figura 7 – Mecanismo de fotodimerização de aromáticos no óleo.

III.5 Absorção no infravermelho

Espectroscopia no infravermelho detecta a oxigenação de hidrocarbonetos


presentes no óleo irradiado. Na Figura 8 os espectros registram o crescimento da banda
centrada em 3400 cm-1, retratando o estiramento de grupamento O-H (hidroxila). Na Figura 9
o aumento da banda em 1700 cm-1 é correspondente a C=O (carbonila). Uma simples
explicação para o aumento destas absorções envolve a formação de ligações carbono-oxigênio
devido a oxidação fotoquímica de alguns hidrocarbonetos do óleo.
22

70

60

%
50
T
r
a
n 40
2h
s
m 5h
i 30
t 15h
â 40h
n
20
c 60h
i
100h
a
10

0
2500 2800 3100 3400 3700 4000
-1
número de onda (cm )

Figura 8 – Espectros no infravermelho (região de 3400 cm-1) do diesel de mistura irradiado.

70

2h

60 5h
15h
40h
%
50 60h
T
100h
r
a
n 40
s
m
i
t 30
â
n
c
i 20
a

10

0
800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800

núm ero de onda (cm -1 )

Figura 9 – Espectros no infravermelho (região de 1100 e 1700 cm-1) do diesel de mistura irradiado.

A fraca absorção inicial a 960, 1030, 1085 e 1170 cm-1 são características de n-alcano
e benzenos substituídos. Essas absorções submergem gradualmente em contraposição a uma
ampla absorção em 1100 cm-1 que surge no decorrer da irradiação. Nesta região ocorre a
absorção da ligação C-O de álcoois, éteres, ésteres e ácidos carboxílicos.
23

80

70

%
60
T
r
a 50
n
s
m 40 2h
i
t 5h
â 30 15h
n
c 40h
i 20 60h
a
100h
10

0
400 800 1200 1600 2000 2400 2800 3200 3600 4000
-1
número de onda (cm )

Figura 10 – Espectros no infravermelho do diesel de mistura não irradiado.

A fotodegradação de petróleo ou derivado do óleo ocorre com a formação


de fenóis, ácidos carboxílicos, ésteres e outros (Nicodem et al, 2001). Representadas na
Figura 10, amostras do óleo “não irradiado” permanecem inalteradas, mostrando que não
houve incorporação de oxigênio no óleo sob efeito térmico, ou seja, o intemperismo físico
desta natureza não afeta a estrutura molecular do diesel de mistura.

III.6 Análise da fase aquosa por espectrocospia de fluorescência

O efeito térmico produz alteração na composição do óleo, tendo em vista a


fluorescência da fase aquosa em contato com amostras “não irradiadas” (Figura 11). O
processo físico (efeito térmico) promove dissolução de alguns componentes fluorescentes do
óleo em fase aquosa, posteriormente, favorecendo a fotodegradação dos mesmos na água.
24

35

2h

30 5h

15h

i 25 20h
n
40h
t
e 20 60h
n
s 100h
i
d 15
a
d
e 10

0
250 350 450 550 650 750
comprimento de onda (nm)

Figura 11 – Fluorescência em fase aquosa de produtos da degradação por processo físico.

Componentes do diesel de mistura que fluorescem abaixo de 350 nm não


migram para a água sob efeito fotoquímico (Figura 12). Provavelmente estes componentes do
óleo são volatilizados ou migram para a água e sofrem degradação nos primeiros instantes da
irradiação. Como exemplo, pode-se citar benzeno, tolueno, etil-benzeno e xileno (BTEX), os
quais fluorescem em aproximadamente 300 nm.

O intemperismo fotoquímico do óleo é responsável pelo surgimento de


fluorescência na água entre 350 e 450 nm, correspondente a aromáticos de dois, três ou mais
anéis, por exemplo: derivados de naftaleno, fenantreno e antraceno (foto-produtos do óleo).
Derivados polares do diesel de mistura que migram para a fase aquosa sob efeito foto-
químico, sofrem também, degradação na água sob efeito da luz solar. A intensa redução do
pico de fluorescência observado a aproximadamente 400 nm, em 100 horas de irradiação do
óleo, confirma a eficiência do processo químico na degradação do diesel de mistura em
condições semelhantes àquelas encontradas em águas tropicais.
25

35
2h

5h
30
15h

20h
i 25
40h
n
t 60h
e 20
n 100
s
i
d 15
a
d
e 10

0
250 350 450 550 650 750
comprimento de onda (nm)

Figura 12 – Fluorescência em fase aquosa de foto-produtos polares do óleo.


26

IV CONCLUSÃO

A redução na intensidade de fluorescência que ocorre no diesel de mistura


durante a irradiação ao Sol deve-se a degradação fotoquímica de aromáticos e derivados.

O efeito térmico contribui para a volatilização de compostos de baixo peso


molecular não fluorescentes (parafinas) presentes no diesel de mistura, consequentemente
aumentando a concentração de aromáticos fluorescentes. A solubilização de alguns
aromáticos na água também é decorrente do efeito térmico.

Após longos períodos de irradiação o óleo incorpora em sua estrutura


oxigênio na forma de álcool, fenol, ácido carboxílico, éster, éter, etc.

O aparecimento de fluorescência na fase aquosa é resultante do efeito físico


(solubilidade) e químico (fotoquímico) sobre o filme do óleo.
27

V REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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