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RELATÓRIO EXPERIMENTO DE
FRANK-HERTZ
Campo Grande – MS
2018
Patrynie Garcia Barbosa
RELATÓRIO EXPERIMENTO DE
FRANK-HERTZ
Campo Grande- MS
2018
1. INTRODUÇÃO
No início do século XX acresceram evidências de que os átomos continham cargas
negativas de pequena massa (elétrons) e cargas positivas (prótons) que por sua vez eram
bem mais massivas. Tais argumentos levaram a questão de como seria a distribuição das
cargas elétricas dentro dos átomos.
O modelo proposto por Rutherford onde um núcleo positivo é orbitado por
elétrons, como os planetas ao redor do Sol, explicava muito bem os resultados obtidos
em experimentos de espalhamento de partículas alfa, mas deixava dúvidas em relação a
sua validade. Um elétron orbitando ao redor de um núcleo estaria constantemente
acelerado e, de acordo com o eletromagnetismo clássico, emite energia em forma de
radiação eletromagnética nessa condição. Esta energia ficaria a cargo da energia
mecânica do elétron que por sua vez, ao perder continuamente sua energia,
desenvolveria uma trajetória em espiral até colapsar no núcleo como mostra a Figura 1.
Além disso esse espectro contínuo de radiação emitida estaria em desacordo com os
espectros discretos já conhecidos como os das séries de Balmer e de Lyman para o
hidrogênio.
Para resolver estes problemas Bohr apresentou um modelo baseado no modelo
de Rutherford, mas com algumas modificações expressas em postulados
O elétron só poderia se mover em órbitas onde o momento angular L fosse um
múltiplo inteiro de h /2 π , onde h é a constante de Planck.
Apesar de constantemente acelerado o elétron não emite radiação
eletromagnética, ou seja, a sua energia total permanece constante.
Só é emitida radiação eletromagnética se um elétron que se move em uma órbita
de energia Ea transiciona e passa a se mover em uma órbita de energia Eb , com
Ea > E be onde Eb −Ea =h υ é a frequência da radiação emitida, ou seja, as possíveis
Neste momento sabia-se que era possível excitar gases através de descargas
elétricas para que emitissem radiação eletromagnética. Essas excitações sempre geravam
um espectro discreto de emissões, o que concordava com o modelo de Bohr. Era
razoável pensar que a absorção de energia ocorria também de forma discreta, porém
ninguém havia observado isso experimentalmente até Frank e Hertz realizarem um
experimento que a princípio tinha como objetivo medir a energia de ionização do gás de
mercúrio.
A ideia do experimento consiste, em suma, de elétrons livres e gás de mercúrio
confinados em uma região onde há uma diferença de potencial elétrico variável entre um
cátodo e um ânodo. Essa diferença de potencial fará com que os elétrons livres acelerem
gerando uma corrente elétrica que pode ser medida após o ânodo. Os elétrons
acelerados possuem uma grande probabilidade de colidir inelásticamente com os átomos
de mercúrio durante seu percurso, transferindo energia para os elétrons do mercúrio
excitando-os. Quando essa energia é transferida o elétron livre acelerado perde parte ou
toda sua energia cinética, logo o número de partículas que chegam ao anodo a cada
unidade de tempo varia, ou seja, temos uma flutuação na corrente elétrica. Então era
analisar como as oscilações da corrente ocorrem em função da tensão que fornece
energia cinética para os elétrons livres e observar a existência de um padrão periódico
entre essas grandezas. Com este padrão é possível saber quais valores de energia foram
absorvidos pelos átomos de mercúrio e compara-los com a previsão quantizada de Bohr.
2. MATERIAIS E MÉTODO
A figura 2 mostra esquematicamente o tubo de vidro utilizado o qual contém
mercúrio, um cátodo capaz de liberar elétrons através de efeito termiônico, uma grade
cujo potencial V ac maior que o do cátodo acelera os elétrons emitidos e um ânodo que
possui um potencial V r de retardo, ou seja, V ac >V r .
O tubo é conectado a um forno responsável pelo seu aquecimento para obtermos
o gás de mercúrio. O forno faz parte de um aparato onde também temos uma caixa de
controle, uma fonte de tensão e um amplificador, pois vamos trabalhar com correntes da
ordem de nA, conectados a um computador que irá controlar e coletar a tensão V ac além
coletar dados de corrente no anodo.
Figura 2: Esquema da estrutura que consiste em um tubo de vidro selando a vácuo os três eletrodos e
mercúrio em seu interior. O mercúrio é utilizado pelo fato de seu vapor ser monoatômico. V 0 representa o
potencial de aceleração Vac e Vp representa o potencial de retardo Vr.
Isso se deve ao fato de que parte dos elétrons ganharam energia suficiente para colidir
inelasticamente, como mostra a Figura 5 com os átomos do gás de mercúrio, excitando-
os e perdendo parte ou toda sua energia cinética para os átomos do gás. Estes elétrons
não terão energia para vencer o potencial de retardo, por isso ocorre a queda na
corrente.
Uma vez que este processo tenha ocorrido teremos novamente o aumento da
corrente I a medida que aumenta V ac , até que uma nova tensão V ac >V 2 seja atingida,
onde V 2 >2 V 1 , e uma nova queda repentina da corrente I ocorra. Isso significa que parte
os elétrons acelerados obtiveram energia suficiente para realizar duas colisões inelásticas,
mas não tiveram energia suficiente para superar o potencial de retardo. O processo
ocorrerá novamente para uma tensão V ac >V 3, onde V 3 >3 V 1, referente a três colisões
inelásticas e assim sucessivamente até que a V ac forneça aos elétrons energia suficiente
para ionizar o átomo. Logo, espera-se um comportamento oscilante da corrente a
medida que V ac cresce até que esta atinja o valor necessário para ionizar o gás de
mercúrio, seguindo um comportamento semelhante ao da Figura 6 onde os pontos de
máxima
Figura 6: Gráfico ilustrativo de corrente em função da tensão: o comportamento esperado para este
experimento é semelhante ao deste gráfico. A subida abrupta da corrente ocorre quando a tensão é
suficiente para que os elétrons ionizem o gás.
Uma vez excitados os elétrons do átomo de mercúrio vão para estados de maior
energia que podem ser instáveis, voltando rapidamente para o estado de menor energia
emitindo um fóton ou para estados metaestáveis onde ficam um tempo bem maior até
que voltem para seu estado de menor energia. Dito isso, a energia entre um estado e
outro deve ser
Onde l é o comprimento de onda da radiação emitida e c é a velocidade da luz.
Essa energia é fornecida por um elétron acelerado por uma diferença de potencial
elétrico V1, tomando como referência um elétron que perde toda sua energia para o
átomo temos uma expressão para o comprimento de onda do fóton emitido.
Onde V1 é lido como a diferença entre dois picos ou dois vales consecutivos da
Fígura 6.
Observando os estados energéticos do mercúrio na Figura 7 podemos verificar
que existem diversas possíveis transições, porém, a maioria delas emitem comprimentos
de onda abaixo de 300nm, ou seja, dentro do espectro do ultravioleta, ou seja, a
diferença entre os picos do gráfico devem corresponder a um potencial V1 tal que l esteja
dentro do comprimento de onda do espectro de ultravioleta, mais especificamente no
UV-C como pode ser conferido na Tabela 1 .
Tabela 1: Comprimento de onda para cada espectro de cor e ultra-
violeta
Espectro l(nm)
Vermelho 625 -
740
Laranja 590 -
625
Amarelo 565 -
590
Verde 500 -
565
Ciano 485 -
500
Azul 440 -
485
Violeta 380 -
440
UV - A 315 -
380
UV - B 280 -
315
UV - C 100 -
280
2. CONCLUSÃO