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CURSOS

ARTE/EDUCAÇÃO +
ACESSIBILIDADE +
INCLUSÃO
Módulo Singularidades das Deficiências e Práticas
Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

Professora:

Vera Lucia Vieira de Souza

Terapeuta Ocupacional
Doutora em Educação
Docente do Departamento de Terapia Ocupacional- UFRJ
Módulo Singularidades das Deficiências e Práticas
Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

Sumário
1. Acessibilidade - conceito
2. Acessibilidade - Breve Histórico
3. Dimensões da acessibilidade

Dicas do professor: Temos alguns links de vídeo nesta apresentação. Pedimos que
assistam com bastante atenção e reflitam sobre acessibilidade e como podemos
promover um ambiente acessível a todos. Como vocês podem aproveitar a experiência
deles para o trabalho que fazem?
Módulo Singularidades das Deficiências e Práticas
Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

Metas
Através desta aula inicial sobre “Acessibilidade: conceito e dimensões”
queremos que você conheça os aspectos que devemos observar para promover
um ambiente acessível a todos. Nossas metas são:
• Apresentar o conceito de acessibilidade e um breve histórico
• Expor sete dimensões de acessibilidade
• Refletir sobre acessibilidade em suas atitudes e em seu local de trabalho.

Objetivos
Ao final dessa aula, você será capaz de:
• Identificar as dimensões da acessibilidade
• Reconhecer barreiras e facilitadores do ambiente
• Pensar em modificações necessárias no ambiente
Módulo Singularidades das Deficiências e Práticas
Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

A experiência do professor…
Antes de iniciar o estudo desta aula, sugiro que você assista o
Vídeo de Apresentação no Ambiente Virtual de Aprendizagem –
AVA.

Acompanhe as indicações de leituras (básicas e complementares),


de vídeos, de links e, ao longo desta aula, realize a atividade
proposta.

No vídeo a professora Vera Lucia Vieira de Souza fala sobre as Singularidades


das deficiências e práticas inclusivas para a promoção da acessibilidade, Te Vejo
no AVA Moodle!
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Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

1 Acessibilidade – Conceito
possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao
público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana
como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO – LBI, 2015.


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Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

2 Acessibilidade – Histórico
Desde os anos 50, os serviços de reabilitação denunciam a existência de barreiras físicas
nos espaços e meios de transporte coletivo que impediam ou dificultavam a locomoção de
pessoas com deficiência.

Iniciativas para criação de espaços sem barreiras físicas em universidades nos EUA nos
anos 60 e a criação do primeiro centro de vida independente (CVI) na Califórnia, EUA,
nos 70, impulsionaram a luta de pessoas com deficiência para acessibilidade.

SASSAKI, 2009
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Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

Acessibilidade – Histórico
A Organização das Nações Unidas - ONU proclamou 1981 como o Ano Internacional das
Pessoas Deficientes com o lema “Participação Plena e Igualdade”, trazendo visibilidade à
necessidade de derrubada de barreiras para promover a igualdade de oportunidade para
pessoas com deficiência.

Na legislação brasileira, o Decreto 5296/2004 estabeleceu normas gerais e critérios básicos


para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida.

Iniciada com ênfase na superação de barreiras físicas, a luta para a acessibilidade se


ampliou para outras áreas e tem um artigo específico (art. 9) na Convenção Internacional
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, incluindo informação e comunicação
(Brasil, 2009).
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3 Dimensões da Acessibilidade:
(SASSAKI, 2009; KASTRUP, 2015; ALVES, MORAES, 2018)

Atitudinal
Arquitetônica e nos transportes
Comunicacional
Metodológica
Instrumental
Programática
Estética
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Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

Acessibilidade Atitudinal
São as atitudes e comportamentos que demonstramos ao lidar com pessoas com
deficiência.
Com atitudes positivas, criamos um ambiente acolhedor para que as pessoas com
deficiência possam participar.
Significa tratar as pessoas de forma respeitosa e não usar termos pejorativos, como
aleijado ou mongoloide.
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Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

Acessibilidade Atitudinal

Uma atitude positiva é não desvalorizar, achando que por ter uma deficiência, a pessoa é
incapaz (“ela é cega, mas consegue morar sozinha”; “ele não vai entender isso, não vou
nem explicar”),
nem achar que as pessoas com deficiência são heróis (“é incrível como ela não tem uma
perna, mas consegue correr com a prótese”).

Atitudes que desvalorizam ou supervalorizam uma pessoa em função da deficiência


caracterizam o CAPACITISMO.
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Acessibilidade Atitudinal

Capacitismo é a discriminação de uma pessoa pela deficiência.


A LBI (2015) define como discriminação: “toda forma de distinção, restrição ou exclusão,
por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o
reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com
deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias
assistivas”.
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Acessibilidade Atitudinal

Confira dicas para lidar com pessoas com deficiência


nos vídeos indicados:
Deficiência: https://youtu.be/-j4h6rccRlA
Deficiência física: https://youtu.be/lf1FnolptwY
Deficiência intelectual: https://youtu.be/HYdOuL5LKbA
Deficiência visual: https://youtu.be/pZJnCmQkR9Q
Deficiência auditiva: https://youtu.be/lB2Rmbx8krw
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Acessibilidade Arquitetônica e nos transportes

A Acessibilidade Arquitetônica refere-se ao acesso desde a saída de um transporte até a


entrada de um edifício e o deslocamento interno a todos os ambientes, incluindo
calçadas, rampas, elevadores, corredores amplos, piso tátil, acesso ao mobiliário
(balcões, mesas, estantes, armários), banheiros para pessoas com cadeira de rodas.
A NBR 9050:2015 e Emenda 1/2020 indicam as normas e medidas para construção e
adequação de espaços acessíveis (ABNT, 2020).
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Acessibilidade Arquitetônica e nos transportes

Duarte e Cohen (2018, p.8) apontam que além da supressão das barreiras físicas para um
local ser inclusivo, todos devem se sentir bem-vindos e acolhidos.
“Não negamos que as Normas Técnicas de Acessibilidade representem conquistas
preciosas que devem ser respeitadas, mas entendemos que é possível ir além desses
referenciais e, ao repensar a acessibilidade como uma ponte para o afeto pelos lugares,
será possível construir espaços e produtos realmente inclusivos.”
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Acessibilidade Arquitetônica e nos transportes

A acessibilidade em transportes públicos inclui o acesso e


deslocamento em estações ou pontos de entrada/saída de
ônibus, metrô e trem, com autonomia e segurança.
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Acessibilidade Comunicacional

A comunicação, definida na LBI (2105), é a forma de interação dos cidadãos que


abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras),
a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os
caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples,
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e
formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da
informação e das comunicações.
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Acessibilidade Comunicacional

Sem barreiras na:

comunicação interpessoal (uso de comunicação face-a-face, ínterprete de LIBRAS,


pranchas de comunicação),
comunicação escrita (jornais, livros, incluindo textos em Braile, uso do computador e
dispositivos móveis com leitores de tela e acessibilidade para escrita, sinalização,
pranchas de comunicação), e
comunicação virtual (acessibilidade digital).
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Acessibilidade Metodológica
Sem barreiras nos:

métodos e técnicas de estudo, de trabalho, de ação comunitária (social, cultural, artística


etc.)

Inclui a modificação no currículo e na metodologia de ensino usada, como a mediação e o


uso de recursos multissensoriais e a experimentação, valorizando as habilidades visual,
auditiva, tátil e cinestésica (movimento) de cada pessoa.

Outro exemplo é o uso da Audiodescrição para pessoas com dificuldades visuais e


cognitivas.
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Acessibilidade Instrumental
Sem barreiras nos:

instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo, de trabalho,


de lazer e recreação (comunitária, turística, esportiva).

Implica na disponibilidade de dispositivos de Tecnologia Assistiva como adaptações de


lápis, pincel, tesoura e talheres para crianças com dificuldades motoras; acessibilidade
para uso de computadores e dispositivos móveis; leitura com leitores de tela; sequência de
atividades em imagens ou símbolos gráficos para crianças com autismo ou com
dificuldades cognitivas.
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Inclusivas para a promoção da Acessibilidade

Acessibilidade Programática
Sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas
(leis, decretos, portarias), normas e regulamentos (institucionais,
empresariais).

Inclui regulamentos, portarias e normas de uma escola que devem ser


considerados de forma a não impedir ou dificultar a participação plena
de todos os alunos, com ou sem deficiência, na vida escolar.
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Acessibilidade Estética
Sem barreiras na experiência estética de obras de arte, incluindo as
bidimensionais, como pinturas, desenhos, gravuras e fotografias.
Propõe a valorização da experimentação e a percepção dos sentidos, com
atividades multissensoriais e a mediação como um caminho para uma
acessibilidade estética.

(KASTRUP, 2015; ALVES, MORAES, 2018)


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Assista ao vídeo ...


Veja este curta-metragem em animação sobre uma menina com paralisia cerebral, nova na escola, a
interação com seus colegas e professora, sua participação nas atividades. Observe as barreiras com
as quais a menina precisa lidar na escola, na sua casa e na comunidade ao sair com sua família.
Procure identificar a acessibilidade disponível e as que seriam necessárias.

"Por Que Heloisa?"

https://www.youtube.com/watch?v=BHYuCIuvjnE
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Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos -
NBR9050:2015/Em1:2020. Disponível em http://www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/uploads/1596842151Emenda_1_
ABNT_NBR_9050_em_03_de_agosto_de_2020.pdf. Acesso em 17 fev 2021.

BRASIL, Lei 5296. Brasília: Casa Civil, 2004.

BRASIL, Decreto Nº 6.949. Promulga a Convenção dos direitos das pessoas com deficiência e seu protocolo facultativo. Brasília: Casa Civil, 2009.

ALVES, C.A.; MORAES, M.. Entre Histórias e Mediações: um Caminho para Acessibilidade Estética em Espaços Culturais. Psicol. cienc.
prof., Brasília , v. 38, n. 3, p. 584-594, Sept. 2018.

DUARTE, C.R.S.; COHEN, R.; "ACESSIBILIDADE EMOCIONAL", p. 6-10. In ANAIS VII Encontro Nacional de Ergonomia do Ambiente Construído /
VIII Seminário Brasileiro de Acessibilidade Integral, Blucher Design Proceedings, Volume 4, 2018, Pages 6-10, ISSN 2318-6968, Disponível em
http://dx.doi.org/10.1016/eneac2018-duarte (www.proceedings.blucher.com.br/article-details/acessibilidade-emocional-27866).
KASTRUP, V. O tátil e o háptico na experiência estética: considerações sobre arte e cegueira. Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência –
3º quadrimestre de 2015 – Vol. 8 – nº 3 – pp.69-85.

SASSAKI, R.K. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Revista Nacional de Reabilitação (Reação), São Paulo, Ano XII, mar./abr.
2009, p. 10-16.
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