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Sumário

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Introdução 3
O que é Logoterapia? 4
A Logoterapia é reconhecida como teoria psicológica? 4
Quem criou a Logoterapia? 6
Crítica ao reducionismo 10
Como a Logoterapia enxerga o homem? 11
3 fases do reducionismo 12
Ontologia dimensional 13
Sobre a dimensão noética 14
Alguns dos principais conceitos da Logoterapia 16
Gostou? 24
Cronograma de aulas 26
Referências 29
Introdução
Nem sempre as grandes demandas do indivíduo contemporâneo, como a
Depressão, Ansiedade, Vazio, Vício e Stress, podem ter como principal gati-
lho um trauma da infância, uma crença limitante, uma disfunção hormonal…

Segundo a Logoterapia, as crises existenciais também podem ser o principal


gatilho para esses problemas.

E Viktor Frankl, criador da Logoterapia, disse que as crises existenciais são os


principais motivos que levariam multidões à clínica na contemporaneidade.

Esse assunto será aprofundado no Workshop Logoterapia e Crise Exis-


tencial, que começa no dia 11 de Abril.

Mas enquanto o Workshop não começa, eu criei esse material exclusivo para
você, que tem dentro de si uma busca incessante de conhecimento para
compreender melhor o indivíduo e assim conseguir ajudá-lo.

Esse material com certeza vai te deixar


muito mais preparado para o conteúdo
que será aprofundado no Workshop.

Espero que goste =)

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O que é Logoterapia?
A Logoterapia é conhecida como a Psicologia do Sentido da Vida
por ser uma teoria psicológica que fundamenta-se na busca por
um significado.

A palavra Logoterapia, deriva-se de 2 vocábulos gregos.

Logos: um dos seus significados é Sentido.

Therapeia: Tratamento ou cura para uma determinada disfunção.

Portanto, a Logoterapia é a terapia através dos sentidos, a cura


através do significado.

A Logoterapia é reconhecida como


uma teoria psicológica?

Muitas pessoas acham que a Logoterapia é uma teoria religiosa,


pois ela permite o diálogo com as crenças religiosas do paciente
no consultório.

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Entretanto, a Logoterapia não é uma teoria religiosa e sim uma teoria
psicológica, pois preenche as 4 instâncias de uma teoria psicológica:

1. Cosmovisão: Um ponto de partida objetivo com relação a como se


vê o mundo e as correntes filosóficas que sustentam a teoria.

2. Antropologia: Clareza sobre a maneira como o ser humano é visto


dentro de seus pressupostos teóricos.

3. Psicopatologia: Uma noção clara do processo saúde-doença den-


tro de suas referências, bem como uma classificação psicopatológi-
ca particular.

4. Métodos/Técnicas: Formas práticas de se aplicar a teoria, empiri-


camente testadas e pesquisadas nos últimos 70 anos.

Ao contrário das Psicologias Religiosas que, geralmente, não atendem


as instâncias 3 e 4 (métodos/técnicas), a Logoterapia atende a todas
as instâncias de maneira muito clara e bem definida.

Além disso, a Logoterapia parte de um pressuposto científico para


ancorar sua cosmovisão e antropologia, enquanto as Psicologias Reli-
giosas partem de pressupostos teológicos/doutrinários.

E sim! O CFP (Conselho Federal de Psicologia


do Brasil) reconhece a Logoterapia como
uma teoria psicológica.

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Quem criou a Logoterapia?

Viktor Frankl, autor do best-sel-


ler ‘’Em Busca de Sentido’’, que
vendeu mais de 16 milhões de
exemplares ao redor do mundo,
foi o criador da Logoterapia.

Ele nasceu no dia 26/03/1905,


em Viena e foi psiquiatra e neu-
rologista de formação, e psicó-
logo por vocação. Viktor Frankl

Frankl nasceu em 1905 na cidade de Viena que, na época, era o Berço


da Psicologia.

Desde muito cedo, demonstrava talento e interesse pela Psicologia.



Prova disso é que seu trabalho de conclusão do ensino médio (veja
bem, de ensino médio!) teve como tema “Sobre a Psicologia do Pensa-
mento Filosófico”.

Foi mais ou menos nessa época, por volta de 1923, que ele começou
a se corresponder com o já famoso psicanalista Sigmund Freud.

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Nesse momento, Frankl recebe um grande incentivo:

Freud não apenas gosta do que lê, como encoraja o jovem que continue
a escrever, ao aceitar um artigo de Frankl para ser publicado em sua fa-
mosa revista de Psicanálise.

Mas, o interesse de Frankl pela psicanálise mudou com o passar do tem-


po, e ele começou a aderir a psicologia individual de Alfred Adler.

Frankl começou a frequentar as aulas de Adler e passou a fazer parte do


grupo de estudos sobre a Psicologia Individual.

Em paralelo, ele começou a ter suas próprias ideias a respeito da Psicolo-


gia, o que levou ao rompimento entre Frankl e Adler.

Viktor Frankl Continuou estudando medicina e desenvolvendo suas pró-


prias ideias.

Nesaa época, ele trabalhou em um hospital, numa ala de pacientes que


tentavam o suicídio.

Lá, ele atendeu 3.000 mulheres e, naqueles anos, esqueceu o que apren-
deu com Freud e Adler, e passou a aprender com seus próprios pacientes.

E, em 1926, usou pela primeira vez o termo “Logoterapia”.

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Ao decorrer dos anos, Frankl foi estudando e publicando artigos a respei-
to da Logoterapia, sentido da vida e vazio existencial.

Até que em 1937 abriu o seu consultório, se casou, estava começando a


ganhar certo reconhecimento… mas essa realidade durou até 1942.

Entre Setembro de 1942 a Abril de 1945, ele enfrentou a sua via crucis,
tornando-se prisioneiro do regime totalitário nazista e sentindo na
pele suas políticas genocidas, ao passar como prisioneiro por 4 campos
de concentração.

Antes do domínio nazista na Áustria, ele estava vivendo um bom momen-


to em sua vida.

Era um jovem médico muito promissor, reconhecido pela sua capacidade


profissional e acadêmica.

Estava prestes a se casar e havia iniciado as atividades do seu consultório


particular para trabalhar como médico.

Porém, ao ser libertado do pesadelo dos campos de concentração, ele já


não tinha mais nada.

Não tinha mais sua carreira, sua clínica, sua esposa e seus pais.

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Engana-se quem acha que Frankl criou a Logoterapia nos campos
de concentração.

Antes mesmo de ser enviado para os campos, ele já havia criado a Lo-
goterapia e, segundo ele, sua teoria acabou sendo testada da forma
mais adversa possível nos campos de concentração.

Nos campos, ao colocar em prática sua própria teoria, tanto em sua


experiência como na tentativa de ajudar aos outros.

Frankl é testemunha de como a Logoterapia mostrou-se eficaz em


ajudar o indivíduo a encontrar sentido para a vida, mesmo em meio
ao sofrimento e total privação.

Alguns meses depois de voltar para sua cidade, ainda entre as ruínas
do pós-guerra, em fevereiro de 1946, Frankl torna-se diretor do de-
partamento de neurologia da policlínica universitária e professor da
Universidade de Viena.

Ao longo de sua vida, Frankl escreveu 39 livros, 400 artigos, lecionou


em 209 universidades nos cinco continentes e recebeu 29 títulos de
doutor honoris causa.

Aos 91 anos de idade, em 21 de outubro de 1996, Frankl lecionou sua


última aula, na Universidade de Viena.

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Crítica ao reducionismo
Ao olhar para as abordagens de sua época, Viktor Frankl faz uma crítica
ao dizer que estavam sendo reducionistas.

‘’O Homem não pode mais ser considerado apenas como uma criatura
cujo interesse fundamental é o de satisfazer as pulsões, de gratificar
os instintos, ou então, dentro de certos limites, reconciliar entre o id,
ego e o superego…

..nem a presença humana pode ser entendida simplesmente como o


resultado de condicionamentos ou de reflexões condicionadas.’’

Ou seja…

A crítica ao reducionismo é enxergar o ser humano como fruto


dos seus instintos e ficar no meio campo de id e ego com o superego,
ou um ser simplesmente que responde aos condicionamentos.

Segundo Frankl, faltava algo.

E esse algo era a dimensão noética.

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Como a Logoterapia
enxerga o homem?
A Logoterapia enxerga o homem de forma tridimensional, como
um ser biopsiconoético.

Ou seja, o homem possui:

• Uma dimensão biológica (União de processos corporais, entre


eles os processos celulares e químicos).

• Uma dimensão psicológica (Vai desde os impulsos, sensações e


desejos, até os processos intelectuais e padrões comportamentais
e sociais.

• Espiritual/noético (Posturas do ser humano perante sua porção


psicofísica, como, por exemplo: as decisões da vontade, intencio-
nalidade, interesses práticos e artísticos, pensamento cria-
tivo, religiosidade, senso ético (consciência moral) e com-
preensão do valor. Nessa dimensão estariam os valores
morais, autotranscendência e sentido para a vida).

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3 fases do reducionismo
Ao olharmos para o indivíduo com essa proposta, devemos tomar alguns
cuidados para não cair no reducionismo que Frankl tanto critica.

Segundo Frankl, existem 3 tipos de reducionismos:

• Espiritualismo: Reducionismo que consiste em fazer todos os fenô-


menos humanos derivarem da dimensão noética.

• Psicologismo: Reducionismo que consiste em fazer todos os fenôme-


no humanos derivarem da dimensão psíquica.

• Biologismo: Reducionismo que consiste em fazer todos os fenôme-


nos humanos derivarem da dimensão somática.

Para Frankl, o ser humano tem as 3 dimensões integradas. E qualquer


abordagem que isola alguma delas, cai no reducionismo.

Ou seja, ele considera o indivíduo como um ser holístico.

Ele chama esse conceito de Ontologia Dimensional.

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Ontologia dimensional
Esse termo tem a ver com as 3 dimensões que Viktor nos apresenta:

• Corpóreo (dimensão física)


• Psíquico (dimensão mental)
• Noético (dimensão espiritual)

Essa proposta prevê enxergar o homem como uma unidade apesar


da multiplicidade.

Ou seja, as dimensões física, mental e noética vão se inter relacionar, man-


tendo as suas características individuais, mas, formando uma unidade, que
é o ser humano.

Para você entender, vou dar alguns exemplos hipotéticos:

• Um trauma emocional (psique) pode gerar uma reação no corpo (bio)


que leva à uma depressão patológica.

• Uma doença (bio) pode levar o indivíduo a um estado de depressão (psi-


que) e fazer o indivíduo se questionar sobre o sentido da vida (noético).

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E até mesmo:

Uma questionamento sobre o sentido da vida (noético) pode levar à um sen-


timento deprimido (psique) e desencadear uma depressão patológica (bio)

Hierarquicamente, Viktor Frankl vai dizer que a dimensão espiritual é supe-


rior à psíquica, que é superior à física.

Sobre a dimensão noética


Viktor Frankl diz que os outros animais, assim como os seres humanos,
possuem as dimensões físicas e psíquicas.

Mas, a característica que nos distancia dos outros seres é justamente a


dimensão noética, que na sua essência está acima das outras dimensões.

Nessa dimensão estariam:

• Valores morais
• Sentido para a vida
• Autotranscendência
• Capacidade de escolha
• Liberdade para escolher
• Religiosidade

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Segundo Frankl, nesta dimensão aconteceriam as “Neuroses Noogênicas”,
ou seja, uma neurose que acontece na dimensão noética.

Entre essas neuroses com origem na dimensão noética, estariam as cri-


ses existenciais, tão comum nos nossos tempos.

As crises existenciais teriam como origem:

• Conflitos de consciência
• Questões existenciais
• Ordem dos sentidos ou valores

E, como mencionado anteriormente, essas crises podem desencadear pro-


blemas em outras dimensões.

Por isso as crises existenciais podem ser gatilhos para problemas emocio-
nais como: Depressão, Ansiedade, Vazio, Vício e Estresse.

Este assunto será aprofundado no Workshop Logoterapia e Crise Exis-


tencial, que começa dia 11 de Abril.

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Alguns dos principais
conceitos da Logoterapia
A Logoterapia encontrou seu lugar na Psicologia, entre as teorias classifica-
das como fenomenológico-existenciais e humanistas, no entanto, apresenta
algumas particularidades que a diferenciam das outras teorias dessas matri-
zes, e fazem dela uma teoria pioneira e inovadora em diversos aspectos.

“... a Logoterapia é habitualmente classificada dentro das categorias da psiquiatria exis-

tencial ou da psicologia humanística. Entretanto quem lê meus livros talvez tenha obser-

vado que faço alguns reparos críticos ao existencialismo, ou ao menos ao que tem sido

chamado de existencialismo”. p.11 (FRANKL, 1978/2005)

É uma teoria “aberta à sua própria evolução” (FRANKL, 1978/2005 p.15) e


a contribuição de outras teorias psicológicas. Frankl a considerava uma teo-
ria “antidogmática e aberta” (1969/1988 p.197) e que não tinha
interesse em “em formar robôs, nem em gerar papagaios
que só repetem a voz do mestre”.

Considerava-se o “fundador” da teoria, no sentido da-


quele que lançou um fundamento para que outros
continuasse construindo. Em sua visão, a Logoterapia
deveria se configurar como uma “terra de ninguém”.
(1969/1988, p.108)

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1 Sentido Para a Vida

O eixo central ao redor do qual giram todos os pressupostos teóricos da Lo-


goterapia, é a ideia de que a vida tem um sentido. Segundo Frankl, esta no-
ção surge cedo em sua vida:
“Durante meus anos de juventude, por muito tempo tomei o café da manhã (ou melhor, só o

café) na cama, e em seguida permaneceria na cama por mais alguns minutos, pensando sobre

o sentido da vida e, especialmente, o sentido do dia por vir - melhor dizendo, seu sentido para

mim”. (1996/2010, p.31).

Ele atribui a gênese dessa ideia a uma intuição que surgiu cedo em sua vida:
“É verdade, minha convicção que a vida seja incondicionalmente rica de sentido foi inicialmente

uma intuição, não há razão para admirar-se, que eu era um estudante de escola média supe-

rior”. (1978/2005, p.43)

Boa parte de sua obra é dedicada a fundamentar o conceito do que ele vai
chamar de “Sentido Para a Vida”, tanto justificando a existência do conceito,
como também fundamentando teoricamente o mesmo. Com rela-
ção ao conceito de sentido para a vida, Frankl afirma:

a) É relativo na medida em que sempre se relaciona a


cada pessoa especificamente. “Pode-se dizer que o sentido
difere, primeiramente, de homem para homem e, depois, de dia

para dia e, de fato, até de hora para hora”. (1978/2005, p. 72)

b) Os sentidos são mutáveis: “Não pode haver algo como um


sentido universal na vida, mas apenas os sentidos únicos das situações

individuais. (1978/2005, p. 75)

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c) Passível de ser encontrado ou descoberto por cada indivíduo. Esta é
uma responsabilidade individual. Ninguém pode criar ou inventar o sen-
tido, embora ele possa ser encontrado em atividade que o indivíduo cria.
(1978/2005, p. 81)

d) Embora sejam únicos, podem ser compartilhados: “Há sentidos partilhados


pelos seres humanos transversalmente, nas sociedades e ao longo da história. Eles dizem

respeito a própria condição humana. Esses sentidos são o que entendemos por valores.”

(1969/1988, p.75).

e) Os sentidos nunca faltarão: “A vida não deixa jamais de ter sentido”.

f) Os sentidos podem ser encontrados: “...no criar uma obra ou no completar


uma ação, no fazer experiência de algo ou no encontrar alguém”, mas também “quando

nos vemos em uma situação sem esperança, na qualidade de vítimas sem nenhuma ajuda,

mesmo quando enfrentamos um destino que não pode ser mudado”. (1978/2005, p.41)

g) Essas diferentes formas de se encontrar sentido podem


ser classificadas como: Valores de Criação (o que o ho-
mem dá ao mundo, sob a forma de suas obras e cria-
ções); Valores de Experiência (o que o homem recebe
do mundo, em termos de encontros e experiências),
e Valores de Atitude (a postura que se adota dian-
te da vida, quando se é defrontado com um destino ao
qual não pode mudar). (1978/2005, p.91)

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h) O sentido pode ser encontrado mesmo em meio ao sofrimento: “Se é que a
vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá.” (1946/2008, p.87)

i) O suprassentido é o sentido último que excede e ultrapassa a capacidade


intelectual finita do ser humano. (1993)

2 Vontade de Sentido

Assim como existe um sentido para a vida, o ser humano se caracteriza por
ter vontade e necessidade de encontrar o mesmo. É uma característica funda-
mental do ser humano: “A busca por sentido é a motivação primária da vida do homem”.
(1946/2008, p.124)

3 Liberdade de Vontade

a) O conceito de liberdade de vontade, pressupõe que na busca


pelo sentido, o indivíduo é livre para exercer sua vontade.

b) Mesmo nas situações de maior opressão, existe al-


gum nível de liberdade de escolha: “Nosso argumento
é o de que há um sentido para a vida – isto é, um sentido pelo qual o

homem sempre esteve a buscar – e de que o homem tem a liberdade

de engajar-se, ou não, na realização desse sentido”. (1969/1988)

c) O uso dessa liberdade pode fazer do sofrimento uma


conquista: Esta liberdade pode ser exercida mesmo

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nas piores condições: “Inerente o sofrimento, há uma conquista, que é uma conquista
interior. A liberdade espiritual do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe até o

último suspiro, configurar sua vida de modo que tenha sentido”. (1969/1988)

4 Autotranscendência

a) Para Frankl, esta é uma das características fundamentais dos seres hu-
manos. Significa ser direcionado para algo que não o “si mesmo”.
“A existência não só é intencional, como também é transcendente. A autotranscendência

constitui a essência da existência. Ser humano é ser direcionado para algo que não si mes-

mo”. (1969/2011)

b) É uma condição para a realização pessoal.


“Somente na medida em que consegue viver essa autotranscendência da existência humana,

alguém é autenticamente homem e autenticamente si próprio. Assim o homem se realiza,

não se preocupando com o realizar-se, mas esquecendo-se a si mesmo e dando-se, descui-

dando de si e concentrando seus pensamentos para além de si”. (1969/1988, p.36)

5 Dimensão Noética/Espiritual

a) Além das dimensões biológica/orgânica, e psicológi-


ca, o ser humano é dotado, na visão de Frankl, de uma
dimensão noética, ou espiritual: “A essa totalidade, ao ser hu-
mano total, pertence o espiritual, e lhe pertence como sua caracterís-
tica mais específica. Enquanto somente se falar de corpo e mente, é

evidente que não se pode estar falando de totalidade”. (1993, p.23).

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Frankl complementa: “O espiritual, contudo, não é apenas uma dimensão própria, mas
também a dimensão propriamente dita do ser do homem. Por mais que a dimensão espiri-
tual constitua a dimensão propriamente dita, ela não é a única dimensão do ser do homem.

O homem é uma unidade e uma totalidade corpóreo-psíquico- espiritual”. (1959, p.62)

b) A autotranscendência humana se dá na dimensão noética


“É esse distanciar-se de si mesmo enquanto organismo psicofísico que constitui pela primeira
vez efetivamente a pessoa espiritual enquanto tal, enquanto espiritual, dimensionando ao
mesmo tempo o espaço do humano enquanto espiritual. Somente quando o homem se con-

fronta consigo mesmo, o espiritual e o psíquico-corporal se estruturam”. (1959, p.60)

c) Dentre os existenciais do ser humano estão: a espiritualidade, a liber-


dade e a responsabilidade do homem. (1959, p.72)

d) O elemento espiritual é por definição justamente, apenas o elemento


livre no homem. (1959, p.96)

e) A existência propriamente humana é existência espiritual,


noética. Neste sentido, a dimensão noética é considerada
superior às demais, sendo também mais compreensiva
porque inclui as dimensões inferiores, sem negá-las. O
homem se difere dos animais porque faz parte de seu
ser a dimensão noética.

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6 Tríade Trágica

O sofrimento humano é algo inevitável. Para Frankl ele está inserido naquilo
que chamou de: Tríade Trágica.

a) Os três elementos da tríade trágica são: dor, culpa e morte. “Não há um


único ser humano que possa dizer que jamais sofreu, que jamais falhou e que não morrerá”.

(1978/2005, p.94)

b) O sofrimento não invalida o sentido da vida: “É possível tirar sentido até do sofri-
mento, embora com esforço; isto significa portanto, que o sentido potencial da vida é incondicio-

nal”. (1993, p.104)

c) O sofrimento, porém, não é condição para se encontrar o sentido:


“Será que com isso quero dizer que o sofrimento é necessário para se encontrar um sentido? De
maneira alguma. O que quero dizer não é absolutamente que o sofrimento é necessário, mas
que o sentido é possível apesar do sofrimento, contanto que esse sofrimento sseja inevitável, que
não possa ser eliminada sua causa, quer biológica, psicológica ou social...Um sofrimento
desnecessário redundaria em masoquismo e não em heroísmo”. (1993, p. 104)

7 Homo Patiens

a) Consiste em uma possibilidade existencial que se


abre quando o ser humano é desafiado a transfor-
mar a dor em uma conquista. O conceito de Homo
Patiens refere-se ao “homem que sofre, que sabe como sofrer,
como transformar seus sofrimentos em uma conquista humana”.

(1978/2005, p. 44).

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8 Vazio Existencial

a) O vazio existencial é um conceito criado por Frankl que emerge da


frustração da realização da necessidade de sentido, ou seja do senti-
mento de falta de sentido.

b) É uma característica marcante do mundo contemporâneo:

“Hoje, vive-se uma era de esgotamento e desaparecimento das tradições. Desse modo, em
vez de novos valores serem encontrados através de sentidos únicos, o contrário ocorre.
Valores universais estão em declínio. Por isso, cada vez mais as pessoas são tomadas por

um sentimento de falta de propósito, ou de vazio ou vácuo existencial” (1969/1988, p. 84)

c) Resulta de uma dupla perda: “As tradições que serviam como norte diminuíram e
os instintos já não dizem mais ao homem o que deve fazer. Assim, o indivíduo acaba caindo
no conformismo (fazer o que todos fazem), ou no autoritarismo (fazer o que querem que

ele faça)”. (1946/2008, p.131)

e) Também pode levar o indivíduo ao tédio (perda de inte-


resse pelo mundo) e a indiferença (Falta de iniciativa para
melhorar ou modificar algo no mundo). (1993, p.101)

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Gostou?

Esse é um gostinho do que será aprofundado no Workshop Lo-


goterapia e Crise Existencial, que começa no dia 11 de Maio.

Durante o Workshop, você descobrirá:

Como a Depressão, Ansiedade, Vazio Existencial, Vício e Stress


podem ter como principal gatilho as crises existenciais.

Como usar a Logoterapia para identificar as crises existenciais


que afligem o indivíduo e ajudá-lo a lidar com elas para que te-
nham mais saúde mental.

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Também aprofundaremos em alguns tópicos como:

• Ontologia Dimensional
• Dimensão noética
• Neuroses Noogênicas
• E muito, muito mais…

Com esse conhecimento você vai:

• Estar mais capacitado;


• Ter maior compreensão do seu paciente;
• Conseguir ajudar de maneira mais eficiente o paciente com as
demandas que ele te traz;

Tudo isso vai te fazer ser um profissional mais capacitado, que


consegue ajudar ainda mais seu paciente.

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Cronograma de aulas
Para você conseguir se organizar para participar de todas as aulas, salbe
abaixo o cronograma de aulas do Workshop:

11/03, às 19h - Aula 1: As crises existenciais no indivíduo contemporâneo.

Aperte aqui e ative os lembretes para ser notificada(o) quando a primeira

aula começar.

12/03, às 19h - Aula 2: Ansiedade e estresse e sua relação com a Crise Existencial.

Aperte aqui e ative os lembretes para ser notificada(o) quando a segunda

aula começar.

13/03, às 19h - Aula 3: Vício e Vazio e sua relação com a Crise Existencial.

Aperte aqui e ative os lembretes para ser notificada(o) quando a terceira

aula começar.

Dia 14/03, às 19h - Aula 4: Depressão e sua forte relação com

a Crise Existencial.

Eu estou muito animado para o Workshop. E você?

Marque na sua agenda nosso compromisso nessas da-

tas para se lembrar.

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Tire um PRINT desse material e poste nos Stories
marcando meu perfil (@logoterapiabr) me contando
o que achou desse material bônus e suas expectati-
vas para o evento ‘’A Cura do Vazio Existencial’’.

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Dr. Alberto Nery
“Tenho uma missão muito clara, que é a de fortalecer a presença
da Logoterapia no Brasil, fornecendo conteúdos de alta qualidade
para todos que gostam de Psicologia e Logoterapia.”

• Tem o maior canal e instagram de Logoterapia do Brasil – 50 Mil seguidores somados.

• Doutor em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo- 2019;

• Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo – 2014;

• Psicólogo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie – 2005;

• Teólogo pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) – 1999;

• Membro da IAPR – International Association For The Psychology of Religion;

• Pesquisador do Laboratório de Psicologia Social da Religião do Instituto de Psicologia da


Universidade de São Paulo;

• Criador do IPLogo – Instituto de Psicologia e Logoterapia, sediado em São Paulo.

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Referências
FRANKL, V. A Questão do Sentido em Psicoterapia. 1a Ed. Tradução de Jorge Mitre.
Campinas: Papirus, 1991.

FRANKL, V. A Presença Ignorada de Deus. (3a Ed). Petrópolis: Vozes, 1993.

FRANKL, V. A Vontade de Sentido. São Paulo: Paulus, (1969/2011).

FRANKL, V. Em Busca de Sentido: Um Psicólogo no Campo de Concentração. Petrópolis:


Vozes. (1946/2008)

FRANKL, V. O Que Não Está Escrito nos Meus Livros. São Paulo: É Realizações, 2010.

FRANKL, V. Um Sentido Para A Vida: Psicoterapia E Humanismo. São Paulo: Ed. Ideias E
Letras, 2005.

FRANKL, V. Psicoterapia e Sentido da Vida. São Paulo: Quadrante, 1989.

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