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Sempre Se Pode Eleger

Logoterapia e Sessões
Clínicas de Logoterapia

Dr. Omar Lazarte


Ora. Lo/a Gómez de Pérez Uderzo
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Você Sempre Pode Eleger


• O ENCONTRO LOGOTERAPÊUTICO
• SESSÕES CLÍNICAS DE LOGOTERAPIA
• CONCEITOS GERAIS SOBRE A.LOGOTERAPIA

Dr. Omar Lazarte


Ex-professor titular de Psicologia Médica da Faculdade de Ciências
Médicas (UNC)
Mendoza - Argentina

Dra. Lo/a Gómez Navarro de Pérez Udeno


Docente da Faculdade de Ciências Médicas (UNC)
Mendoza - Argentina Presidenta da Sociedade Mendocina de Logoterapia
Primeira edição em espanhol: 1991 .
Editado pela Universidade Provincial de La Rioja (Argentina) na Editora Universitária de San Luis
(Argentina)

Primeira edição em português: 1994


Tradução: Ana Maria Obranovich e Nadia Dalla Déa

Editado por Sermed • Serviços Médicos do ABC.


Av. Lucas Nogueira Garcez, 325 • São Bernardo do Campo - SP.
Capa: José Annesi
Dedican1os este livro, fruto do amor e do "encontro existencial", aos
pacientes que nos permitiram, embora através de sua dor, criar estas
linhas com o objetivo de ajudar a outros em condições semelhantes.

Reconhecimento especial a Gita e Jorge, nossos respectivos esposos,


que nos ajudaram e estimularam com sua paciência e criatividade.

Aos nossos filhos :


Leonardo, Arturo Omar e Rolando
Santiago e Rafael
que nos possibilitaram, graças à sua compreensão, roubar-lhes horas
de nossa relação com eles, para empreendermos esta tarefa.

Aos nossos irmãos e pais, sempre vivos e presentes em nosso


dia a dia.
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apt'sar dt' Jt' II a1mrt'11tt' absurdo. a rida t<'m sentido: ,,


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possa Jt'rcaptado com a ra:iio. c1.,·to11 disposto a st·guí-lo.
mt'smo (Jllt' sig11ffiq11t' sacr(fi'car-mt' a mim 111, .wno. Ouço 1

sua ro: t'm mt'u interior st>mprt' qut: t'.\'/011 n almt'lllt' ril'o
1

<' acordado. Em tais 11wmt'11tos tc11tcll't'i rtali~ar rudo


q1w1110 a rida t·.nja dt mim ... ..
1

HERMAN HESSE

(Pr~mio Nobel t.k Lill·ratura)


Sumário

Prefácio para a Edição Brasileira .......................................................... Ol


Introdução a Edição Brasileira ........ ·············· .............. .... ... ..... ······ ......... 03
Introdução (0. Lazarte) .... .......................... .... ........................................ 09
Apresentação de Frankl (O. Lazarte) ................................................... 15

PRIMEIRA PARTE

/ ·to me/d'co
O esp1n 1 (O · Lazarte) ........ ....... ...... .····················· ·· ················· 23
A doutrina da neurose (0. Lazarte) .... ........... .... .... ............ ........... ......... 31
Investigação dos valores (O. Lazarte ...... ................ ·· ····· ····· ···· .. ··· ··· ...... 41
Indicações da Logoterapia (L. Gómez) ........ .... .. ...... ... ..........................45
~ Técnicas de Logoterapia (L. Gómez) ... .... .. ... .... .. .. ... .. .................. ....... 49
Condições do Logoterapeuta (L. Gómez) ... ......... .. .. .... ............ ... ......... 57
A presença participante na relação
psicoterápica (O. Lazarte) ...................................................................... 61

SEGUNDA PARTE

Sessões clínicas de Logoterapia (L. Gómes) ........ ................. ............... 73


Alexandra O. (Logoterapia em um paciente terminal) .......................... 75
Carmen L. (Logoterapia em uma paciente com
pato1og1a
. ps1cossomat1ca
·. / · ) ......... .......... ........ .. ..... .... ........ ....... .... ..... .... .. . 85.
Elena B. (Logoterapia em uma paciente neurótica) ............... ... ........... 97
AI fredo T . (Logo
. terapia
· em um paciente · · / · ) ............ ............... . 111
ps1cot1co

TERCEIRA PARTE

Conceitos Gerais sobre A Logoterapia


(Diálogo entre M. Rojo e O. Lazarte) ................................................. . l-+Í
Bibliografia ..................... \ 69
Curriculum Vitae dos Aut·~·~~-~·:::::::: ::: ::::::::::: ::::: :: :::::: :: ::: :::: :: :: :: ·. ::::::::~ \ r
Professor Viktor E. Frank/, M.D., Ph. D
Buenos Aires 1985
PAI DA LOGOTERAPIA
l
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1
Prefácio para a Edição Brasileira

É muito gratificante para os autores apresentar aos universitários e ao


leitor culto brasileiro este livro que tenta transmitir parte de nossa experiên-
cia como médicos e psicoterapêutas de orientação logoterápica.Em nossas
viagens a Brasília, Porto Alegre e São Paulo, comprovamos que muitos
psiquiatras e psicólogos brasileiros estudaram e aplicam em sua prática
profissional os princípios da Logoterapia de V. Frankl. Assim, aprendemos
muito com esse intercâmbio de experiências, que agora continuamos com
esta tradução do nosso livro. Desse modo, mantemos nosso diálogo fraterno
iniciado em 1982 no Departamento de Psicologia do Centro de Ensino
Unificado de Brasília (CEUB), no qual um de nós pronunciou duas palestras
sobre a Teoria e Prática da Logoterapia.
Posteriormente, graças à visão, empreendimento e capacidade de
organização da nossa estimada amiga, a Dra. Izar Aparecida de Moraes
Xausa realizou, em Porto Alegre (RS), o primeiro congresso de Logoterapia
da América do Sul, que se intitulou "I Encontro Latino-Americano
Humanístico-Existencial: Logoterapia" (Abril 1984). Em dita oportunida-
de, se pôde contar com a assistência do Prof. Frankl, o qual presidiu o
Encontro juntamente com a Dra. Izar Aparecida, em sua qualidade de
primeira Presidente da "Sociedade Latino-Americana de Logoterapia"
(SOLAL). A partir dessa visita do fundador da Logoterapia, essa disciplina
conseguiu uma maior difusão no Brasil e na Argentina, tendo o Dr. V. Frank!
visitado várias vezes esse último país (Congressos em Buenos Aires e
Mendoza).

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Sempre Se Pode Eleger

Temos que sal icntar que dois anos depois do Encontro ele Porto Alegre,
a Dra. lznr Apm·ecida publicou o primeiro livro sobre o tema no Brasil, com
o título de "A Psicologia do Sentido da Via" (Editora Vozes, Petrópolis,
Brasil, 1986). Por tudo o que foi exposto, é uma honra para os autores deste
livro poder contar com um Prefücio à edição brasileira de uma das autori-
dades científicas e docentes de maior autoridade sobre a matéria.
Consideramos todo este trabalho realizado conjuntamente com os
amigos brasileiros como nossa pequena contribuição para o intercâmbio
cultural e fraternal união de nossos povos, desejando que cada vez mais
tenhamos uma consciência mais nítida de que somente a fraternidade
solidária e o conhecimento mútuo poderão solucionar nossos problemas
comuns.
Vão também nossos agradecimentos para o Reitor da Universidade de
La Rioja (Argentina), para o Engenheiro Julio Argentino Romero e para a
Professora María Liliana de Garrot, os quais com seu entusiasmo e decisão
permitiram que se concretizasse a primeira edição em espanhol.

Dra. lola Gomez de Perez Udeno

Dr. Ollzar Lazarte

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1ntrodução à Edição Brasileira

Ao receber o livro da autoria do Dr. Omar Lazarte e Ora. Lola Peréz


Uderzo, Ií-o com grande interesse, pois desejava através da expressão
original de ambos os autores, apreciar conteúdo oriundo de uma sabedoria
profunda e de uma experiência humanamente rica na área de Logoterapia.
Dr. Omar Lazarte, psiquiatra e professor titular de Ciências Médicas da
Universidade de Cuyo - Mendoza, entre outros títulos de renome interna-
cional pela sua rica produção científica na área da Psicologia e da Psiquiatria
Médica foi Presidente Honorário da SOCIEDADE ARGENTINA DE
LOGOTERAPIA, é SÓCIO DE HONRA da SOCIEDADE LATINO-
AMERICANA de LOGOTERAPIA (SOLAL).
Nosso encontro existencial foi marcado por uma correspondência
anterior ao nosso encontro pessoal, aproximação feita pelo Dr. Viktor
Frank], para unir nossos esforços em prol do ideal comum - adi vulgação da
LOGOTERAPIA na América-Latina. Historicamente, Dr. Lazarte foi o
pioneiro da Logoterapia na América do Sul e quem, com muito idealismo,
concebeu a criação da SOCIEDADE LATINO-AMERICANA DE LOGO-
TERAPIA (SOLAL), cuja fundação,junto com os mais expressivos colegas
de vários países latino-americanos tive a honra de concretizar quando
coordenava o I ENCONTRO HUMANÍSTICO-EXISTENCIAL: LOGO-
TERAPIA, em 29 de abril de 1984, na cidade de Porto Alegre, RS .
Assim assumi o cargo de primeira presidente da SOLAL, certa de que
representava o Brasil, que naquele momento histórico acolhia Dr. VIKTOR

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Introdução à Edição Brasileira

informa na primeira parte, os conceitos teóricos de Dr. Lazarte que são a


expressão de seu ideal e de prática médica humana e, na segunda parte, os
exemplos tão explícitos da comunhão humana de Ora. Lola com seus
pacientes.
Recebí o livro no último semestre letivo em 1991, quando ministrava
Prática Supervisionada em Logoterapia no CURSO DE ESPECIALIZA-
ÇÃO EM PSICOTERAPIAS HUMANÍSTICO-EXISTENCIAIS : LOGO-
TERAPIA, em nível de pósgraduação, na PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE
CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL em Porto Alegre, do qual era
também coordenadora; nesta oportunidade adotei-o em nossas aulas. Tanto
pela clareza teórica, pela sólida fundamentação filosófica e antropológica
de Dr. Lazarte, quanto pela originalidade da forma psicoterápica e didática
de Dra. Lola, muito aprendemos. Esta obra contribuiu para facilitar, não só
o exercício prático na Logoterapia de nossos alunos, como também para a
realização mais completa de seus estudos do caso.
Dr. Lazarte apresenta a Logoterapia como o fundamento de uma nova
antropologia, como um marco humanístico na história da Psicologia e da
Psiquiatria, como uma análise axiológica que, segundo ele, é a "via régia"
que leva a uma atua1ização de valores permanentes. O autor em seu prime iro
capítulo, fez uma exposição sobre o espírito e suas notas fundamentais ;
chama a atenção para a capacidade do homem de autodeterminar-se,
hierarquizando valores dentro de um novo sentido ou tendo a capacidade de
mudar de atitude diante do que não é possível modificar-se.
Como "médico das almas" que é, e com uma visão holística, com
solidez científica, com firmeza filosófica denuncia e analisa a crise da
medicina, como conseqüência da crise da civilização e da humanidade.
mostrando que "a medicina tem cuidado do corpo, mas se esquece do
homem", indicando os passos para uma atitude médica que não seja somente
da ciência e da técnica, mas que se expressa como realização de uma arte,
de atitude responsável e de um sacerdócio.
Distingue na psicoterapia e psiquiatria a necessidade de um triplo
diagnóstico sob forma clínica, psicodinâmica e existencial, com base em
uma descrição fenomenológica do paciente e de seu mundo. Retoma
descrevendo de forma original, os conceitos de Frank) sobre o vazio e a
frustração existenciais e neurose noogênica causados pela falta de sentido
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Sempre Se Pode Eleger

FRANKL, numa efeméride em que se lançavam as bases de um grande


movin1ento de união dos Iogoterapeutas em nosso continente. Porém, assim
o fazendo tinha consciência de que também representaria Dr. Omar Lazarte
que fazia jus à Presidência. '
Quando dele recebi o convite para prefaciar seu livro em coautoria com
Ora. Lola, senti-me muito honrada. Novamente, representava meu país, que
estendeu ao Dr. Lazarte e à Dra. Lola nossa homenagem e respeito. Aliás
a história da Logoterapia no Brasil tem um registro a fazer - Dr. Lazarte fez'
as primeiras palestras sobre temas logoterapêuticos na cidade de Brasília
antes do referido movimento.
Conhecí-o pessoãlmente no ano de 1987 na realização em Buenos Aires,
do VI CONGRESSO MUNDIAL DE LOGOTERAPIA e III ENCONTRO
LATINO - AMERICANO HUMANÍSTICO- EXISTENCIAL: LOGOTE-
RAPIA na Faculdade de Medicina quando saudou Dr. VIKTOR FRANKL
dando-lhe, entre outros, o merecido título de "Mensageiro da Paz" que
transcende à toda titulação científica. Esta saudação está transcrita na obra
que hora prefaciamos.
Quanto à Dra. Lola Peréz Uderso, tive o prazer de conhecê-la quando
de sua vinda à Porto Alegre para participar do I ENCONTRO DE LOGO-
TERAPIA e também através de inúmeras referências de seus trabalhos
científicos, de seu prestígio e liderança no campo da psiquiatria, bem como
de sua atuação como presidente da SOCIEDADE MENDOCINA DE
LOGOTERAPIA.
O livro "SEMPRE SE PODE ELEGER" evidencia, quer através de seu
título tão significativo, quer através dos capítulos teóricos da autoria de Dr.
Lazarte, dos casos clínicos de Dra. Lola, a visão e a presença do "homem"
como "pessoa" consciente, livre e responsável em cada instante de sua
existência. Chamo atenção para a dedicatória deste livro - humilde e
grandiosa, expressiva e an1orosa que não só é fruto de uma visão teórica,
nem se extingue numa simples vivência, mas de uma comunhão entre
terapeuta e paciente, aqueles "pacientes que permitiram, ainda que através
de sua dor, escrever estas linhas com o objetivo de poder ajudar a outros" ·
Já aí se encontra não urna postura técnica de terapeuta, mas uma atitude de
respeito à pessoa e solidária junto à dor de alguém concreto que sofre; uma
logoatitude transformada em missão de serviço ao homem. Esta atitude
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Introdução à Edição Brasileira

informa na primeira parte, os conceitos teóricos de Dr. Lazarte que são a


expressão de seu ideal e de prática médica humana e, na segunda parte, os
exemplos tão explícitos da comunhão humana de Dra. Lola com seus
pacientes.
Recebí o livro no último semestre letivo em 1991, quando ministrava
Prática Supervisionada em Logoterapia no CURSO DE ESPECIALIZA-
ÇÃO EM PSICOTERAPIAS HUMANÍSTICO-EXISTENCIAIS : LOGO-
TERAPIA, em nível de pósgraduação, na PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE
CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL em Porto Alegre, do qual era
também coordenadora; nesta oportunidade adotei-o em nossas aulas. Tanto
pela clareza teórica, pela sólida fundamentação filosófica e antropológica
de Dr. Lazarte, quanto pela originalidade da forma psicoterápica e didática
de Dra. Lola, muito aprendemos. Esta obra contribuiu para facilitar, não só
o exercício prático na Logoterapia de nossos alunos, como também para a
realização mais completa de seus estudos do caso.
Dr. Lazarte apresenta a Logoterapia como o fundamento de uma nova
antropologia, como um marco humanístico na história da Psicologia e da
Psiquiatria, como uma análise axiológica que, segundo ele, é a "via régia"
que leva a uma atualização de valores permanentes. O autor em seu primeiro
capítulo, fez uma exposição sobre o espírito e suas notas fundamentais ;
chama a atenção para a capacidade do homem de autodeterminar-se,
hierarquizando valores dentro de um novo sentido ou tendo a capacidade de
mudar de atitude diante do que não é possível modificar-se.
Como "médico das almas" que é, e com uma visão holística, com
solidez científica, com firmeza filosófica denuncia e analisa a crise da
medicina, como conseqüência da crise da civilização e da humanidade,
mostrando que "a medicina tem cuidado do corpo, mas se esquece do
homem", indicando os passos para uma atitude médica que não seja somente
da ciência e da técnica, mas que se expressa como realização de uma arte,
de atitude responsável e de um sacerdócio.
Distingue na psicoterapia e psiquiatria a necessidade de um triplo
diagnóstico sob forma clínica, psicodinâmica e existencial, com base em
uma descrição fenomenológica do paciente e de seu mundo. Retoma
descrevendo de forma original, os conceitos de Frankl sobre o vazio e a
frustração existenciais e neurose noogênica causados pela falta de sentido
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Conceitos Gerais Sobre A Logoterapia

O.L~: N1.:, '-·as'-1 de depressiYos endógenos. às ,·e1.cs Llll'mos tratamento


..·ombinadt1 : um outn1 faz t) tratamento hiológico e cu a psicoterapia.
~t.R.S.: "1uitü_hom. Porque rl('sta magnifica relação que t1Vt'tnos. nós
dc is. comt,dts sc Hetdegger. manifestações humanas. nt·m mais nem menos .
1

n()S d0is que assim somos a humanidade. que tamlim estanrns agora aqui
sentados. Eu qut' represento portanto a Espanha e \'t)C~ representa a
Argentina. Você quer agora fazer alguma pergunta. algum comt'tltário para
que logo que t~u \'Olte à Espanha eu possa esclarecer-lhe sohre o que acontece
lá? Nã0 como se eu me sentisse seu representante. mas como se fosse uma
amostra de sangue que o analista tira para analisar o sangue. Assim. cu st·ria
não um índice dQ espanhol. mas uma amostra do espanhol.

O.L.: Eu realmente jii ~rcebi sua posição atra\'is do curso que


ministrou, o qual foi tão minudoso que. como dizia Espinosa. ficamos
fa.-,cinados com tudo o que nos trouxe. Oe\'o destacar sua grande \·isão
antropológica que é o que nos faz falta para darmos conta de que para cada
paciente. devemos situ,i-lo nos diversos níveis de consciência. como você
bem o colocou. Isto nos leva imediatamente a \'er que. com certos pacientes.
vamos pretender nada mais do que um certo nível de possibilidades.
enquanto que com outros pacientes poderíamos recordar Jung. entendendo
que podem estar num nível mais ele\'ado do que o comum e podem estar
neuróticos, como expressão "do sofrimento do homem que não encontrou
o sentido... Deve-se ajudá-los a desenvol ver seu próprio sentido, que às
vezes é de um nível espiritual elevado e que adoecem por terem que se
adaptar a um meio-a1nbiente medíoae.
~1.R.S.: Pois é!
O.L.: Sobre esse ponto de vista, a sua colocação foi muito clara. ao
descrever diversos tipos de níveis.
l\tR.S.: Isso que você diz me faz lembrar a dupla enfermidade. Por um
lado, a pessoa que se encontra num status que não é o seu, que é superior ao
que lhe corresponderia. Por outro lado, o que se encontra num status em que
os outros não podem entendê-lo, porque não chegam até ele e então se
encontraria um só na solidão e o outro só em companhia.
O.L.: Essa solidão a que você se referia ontem ... l\1as ~1 _este tipo de
terapia nova que você quem sabe não chame nem de cogmt1va, nem de
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