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Trab Resp Civil
Trab Resp Civil
Não apenas o direito de ressarcir é transmissível através da herança, mas também o direito
de exigir reparação. É, aliás, o que determina o art. 943 do código civil: “ O direito de exigir
reparação e o de prestá-la transmitem-se com a herança”. É possível, portanto, que falecido o
ofendido, os familiares promovam a ação de ressarcimento, mesmo que o ofendido não tenha feito
em vida. O direito de exigir reparação é transmissível; é um crédito, embora ilíquido, a que os
herdeiros fazem jus.
Os eventos lesivos dos quais resultem morte poderão ensejar responsabilidade por danos
morais e/ou patrimoniais. Se um menor morre em acidente de ônibus, os pais poderão pleitear, junto
a empresa, a compensação pelos danos morais. Entretanto, acerca dos danos patrimoniais, a
indenização dependerá das circunstâncias. Se a família for de baixa renda, mesmo que o menor não
estivesse exercendo atividade remunerada, os danos patrimoniais são devidos, pois a realidade
brasileira mostra que, num futuro próximo, os menores desses núcleos contribuiriam com o sustento
doméstico. Todavia, caso se trate de família cujo nível socioeconômico não possa ser caracterizado
como de baixa renda, faz-se necessária a comprovação da dependência econômica. Portanto, se os
pais perdem um filho, serão devidos danos morais, cumulados, todavia, com danos patrimoniais
apenas se o caso envolver família de baixa renda, ou se for produzida prova no sentido da existência
da dependência econômica.
É inegável que se o direito civil deseja se reconstruir como efetividade para os desafios do
século XXI, é necessário que a doutrina e os aplicadores do direito constatem que o contexto
socioeconômico e cultural requer que a responsabilidade civil assuma novas técnicas de controle
social, prioritariamente uma função preventiva. O fundamental das sanções civis punitivas é reagir
contra a perspectiva em voga, que invariavelmente remete a responsabilidade civil a pessoa da
vítima e ao dano, abstraindo-se da pessoa do agente, de sua culpa e, principalmente, de qualquer
aptidão preventiva. Elas devem atuar como uma resposta a esta lacuna na responsabilidade civil,
deferindo ao credor ou ao lesado a percepção de um montante superior ao dano efetivo. Indiferente
a uma eventual sanção reintegratória, cuida-se de um misto de prevenção de atuações ilícitas e
punição pela ofensa de um dever ou obrigação. Mais do que acautelar e sancionar, ela reafirma a
prevalência da pessoa e de sua especial dignidade como referenciais do Estado Democrático de
Direito.
G) Dano Estético