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A minha avó Maria Rodrigues, minha maior inspiração.

Minha mãe Luciélia, que soube ser a mãe que eu sempre precisei.
Ao Arthur e ao Heitor, os irmãos que qualquer pessoa desejaria ter.
A minha madrinha Daniela, que foi um presente divino para minha família.
A Thaís, Thaynara, Ramon, Thiago, Nicollai, Alanilson e Hana, amigos de todos os
tempos, todos os sorrisos, todas as tristezas, todas as orações, todas as músicas e todas
as poesias.
Sobre o tempo...
“A única falta que terá será a desse tempo que,
infelizmente, nunca mais voltará.”
Mário Quintana

Devaneio do tempo
Tenho andado distraído,
Na verdade nem sei mais
Se realmente tenho andado,
Andar... me pergunto na variação do dia,
Por que e para quê?
O que me faz andar?

Seria o tempo que me consome?


Aquele que me levou a infância
E com ela minha inocência e pureza.
Aquele que me roubou a juventude
E com ela meus desejos mais profundos,
Tantas vezes claros, muitas vezes obscuros.
Aquele que me trouxe até aqui e me faz esperar.
Esperar a velhice e a consumação de tudo.
Mas ainda me pergunto o que me faz andar?

Seria a consciência que me alivia e acusa?


Aquela que me mostra que acertei na vida
Mas não me deixa esquecer que errei.
E talvez eu tenha sido mais erros do que acertos.
Mas também quem é perfeito?
Atire a primeira pedra, e declare-se mentiroso
Pois até a perfeição tem suas imperfeições.
Imagine eu, preso em minhas verdades
Amante de minhas mentiras.
Mas ainda não encontrei a resposta.
O que me faz andar?

Talvez seja a paixão, cheia de gozos e gemidos.


Aquela que me torna possessivo e incendeia meus ciúmes
Fazendo-me cheio de desejo, cheio de fúria, cheio de fogo.
Aquela que me perfura e transpassa
E mesmo enchendo de dor,
É uma deliciosa prisão que no fim,
E tão somente no fim, converte em amor,
Onde a dor se transforma e o fogo controla
E os laços se aprimoram.

O que me faz andar?


Seria o tudo? Seria o nada?
O que me faz andar?
O que me faz andar?

Egoísmo
Pediu-me um beijo
Não sei se posso.
Sou egoísta e o que é meu, é meu.
E se é meu o beijo talvez não haja necessidade que eu lhe dê.

Pediu-me uma troca


Um beijo meu por um beijo seu.
Mas mesmo assim continuaria tendo que dar algo meu
Mesmo recebendo algo seu pela troca.
Mas sou egoísta e o que é meu, é meu.
E se é meu o beijo, talvez não haja necessidade que eu troque com você.

Pediu-me... Oh céus!
Como me pedes o que é meu.
Não bastas que eu repita
Sou egoísta e o que é meu, é meu.
E se é meu talvez não haja necessidade que eu lhe dê, já que é meu.
Deixe-me só com o meu egoísmo...

Depois da Festa
Ai! meu calo dói
Minha cabeça também dói
Meu corpo é pura dor.
E esta ressaca me consome...

Lembro-me de luzes,
Lembro-me da musica
Lembro-me de você e seu sorriso
E ele iluminava mais que os holofotes
Iluminou meu caminho
E depois do terceiro Martine
Ou fora Uísque?
Não sei... Talvez os dois. Não me lembro.
Lembro-me de você.
E o apoio na saída, uma transa pretendida,
Não sei de mais nada.
Só sei que você esteve aqui depois da festa.
Sei que me amou,
Todos os centímetros do meu corpo
Sentiu o calor da sua língua faminta de prazer.
Mas que fim levou tudo isso?
Não me lembro.
Só aprecio o seu perfume,
Impregnado nestes lençóis.
Vou tomar banho
Vou tomar um remédio.
A noite voltará e eu quero de novo.
Talvez com mais intensidade e penetração violenta.
Ou quem sabe uma conversa boba
Cinema, tevê, música e prazer.

Ai! meu calo dói


Minha cabeça também dói
Meu corpo é pura dor.
E esta ressaca me consome...

A Fênix
Que linda história
A de um pássaro canoro
Em uma mitologia muito significativa
Morre pelo fogo
Renasce de suas próprias cinzas.
Oh sentimentos meus!
Como gostas de imitar a fênix.

Voa livre em meus sentidos


Em uma liberdade gostosa
Porém muito perigosa
Levando-me além dos muros
Que abraçam meu coração.

Morre em meio as chamas,


Chamas que matam,
Chamas que purificam,
Chamas que consomem.

Renasce de suas cinzas,


Forte, renovado, impetuoso.
Já não é mais o mesmo.
Após o fogo,
O renascimento o transformou,
Tornou-se puro e sincero,
Um verdadeiro amor.

Dói
Dói...
Dolorida alma,
Machucada e ferida que me parece sem vida.
Dói...
Coração doído, desatinado a sofrer,
Quando me recordo de uma alma amiga e ferida,
Que depois de muito que tem estado sofrida,
De mim se afastou.

Foi-se na dor bem sentida


De uma triste despedida
Voou buscando outros ares.

Talvez na solidão da dor,


Redescobriu o amor,
Enquanto aqui estou
Lamentando a partida,
Cumprindo a missão
De chorar esta dor.
Dói...

Maldito o homem que ama


Me contaram que você estava doente,
Sabe aquela promessa de que não te procuraria?
Ali a quebrei, atropelando meu orgulho.
Meu coração preocupou-se,
Meus olhos não esconderam
O que minhas palavras tentaram insistentemente ocultar.

Queria ser um pássaro,


Voando rápido em direção ao ninho.
Queria saber como estavas,
Que dor lhe derrubava,
Que doença lhe machucava.

Fui com medo,


Meus receios de uma negada acolhida.
A agilidade do pássaro morreu na porta,
Entrei suave, tremendo por dentro,
Maldita ansiedade.

Quando dei por mim, estava ali.


Contemplava-te deitado,
Meu coração doía,
As palavras sumiram,
A garganta experimentou a seca,
Saiu poucas palavras,
Frases sem nexo.

Você conheceu a minha voz,


Negou-se a abrir os olhos,
A resposta mais seca que minha garganta,
Fez me questionar:
Realmente o que fazia eu ali?
Sai silenciosamente, sem alarde,
Mais uma vez com coração quebrado,
Não consegui despedir-me.

Foi ai que percebi, idiota o coração,


Que acreditou que bastasse uma visita,
Em um momento de debilidade
Para quebrar o orgulho de um coração
Que para mim jamais se abriu.

Maldito o homem que ama!


Ou seria maldito o que não permite ser amado?
O Vinho
Na simbologia cristã
O vinho é sinal da alegria,
Se falta vinho, morre o sorriso.
Para você guardei
A melhor safra de mim mesmo.
Busquei ser o melhor vinho,
O maior sinal de alegria possível.

Dei-lhe o mais puro amor,


A mais notável companhia,
A mais profunda sinceridade,
A mais perfeita amizade.

Dei-lhe o mais claro dos sorrisos,


O melhor lugar nos meus sentimentos,
A poesia,
A sutileza,
A gentileza.

Dei-lhe demais de mim,


E em troca recebi o menos de ti.
Deixei que experimentasse
O mais profundo sabor de ser comigo,
Mas em nenhum momento
Permitiu-me ser contigo.

E o vinho que me tornei para ti,


Tornou-se vinagre na falta
De ti para mim.

Quando caem as máscaras


A última badalada do relógio
Meia-noite chega como menina,
No baile todos que estavam mascarados
Veem no romper do véu da noite,
Todas as máscaras caírem.

Caiu-se as máscaras,
Cada um se viu,
Sem reservas,
Sem segredos,
Sem medos.

A única tristeza
É que quando as máscaras caem
Fica muito claro,
Que a única coisa bela que alguns traziam
Eram as máscaras caídas.

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