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Unidade Tematica 03 - Levantamento de Solos
Unidade Tematica 03 - Levantamento de Solos
DEPARTAMENTO DE AGROPECUÁRIA
Curso:
Licenciatura em Agropecuária
Disciplina
Avaliação da Aptidão Agrícola de Solos
Autor:
Jaime David Francisco Pechiço (MSc)
Estas notas ou apontamentos são fruto do meu trabalho, e foram elaboradas para o uso exclusivo
pelos estudantes do modulo de avaliação da aptidão agrícola dos solos do curso de licenciatura
em Agropecuária, no Instituto Superior Dom Bosco (ISDB) . Nenhuma parte destes
apontamentos deve ser reproduzida numa outra instituição sem o meu consentimento.
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ÍNDICE DE CONTEÚDOS
LISTA DE TABELAS...................................................................................................................iv
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................................iv
1.Introdução ao Levantamento de solos......................................................................................5
1.1. Principais conceitos usados em Levantamentos de solos.............................................5
1.1.1. Definição de solo......................................................................................................5
1.1.2. Definição de pedon e polipedon..............................................................................6
1.1.3. Definição de Levantamento de solos......................................................................7
1.1.4. Definição de características do solo e perfil do solo..............................................8
1.1.5. Definição de unidade taxonómica e classe de solo................................................9
1.1.6. Definição de unidade de mapeamento.................................................................10
1.1.7. Definição de área mínima mapeável (AMM)......................................................12
1.2. Objectivos dos levantamentos dos solos......................................................................12
1.3. Aplicações e importância dos levantamentos dos solos.............................................13
1.4. Principais usuários das informações dos levantamentos dos solos...........................16
1.5. Princípios básicos do levantamento de solos...............................................................17
2. Tipos de Levantamento de solos e escalas de mapeamento..............................................20
2.1. Tipos de levantamento baseados nos objectivos.........................................................21
2.1.1. Levantamentos baseados nos objectivos genéricos.............................................21
2.1.2. Levantamento de solos baseados nos objectivos especiais.................................22
2.2. Tipos de levantamento baseados na regularidade das observações.........................23
2.2.1. Levantamentos observações livres.......................................................................23
2.2.2. Levantamentos de grade rígida............................................................................24
2.2.3. Levantamentos de grade flexível..........................................................................24
2.3. Tipos de levantamento baseados na escala de mapeamento.....................................25
2.3.1. Levantamento exploratório...................................................................................25
2.3.2. Levantamento de Reconhecimento......................................................................26
2.3.2.1. Levantamento de reconhecimento de baixa intensidade............................27
2.3.2.2. Levantamento de reconhecimento de média intensidade...........................28
2.3.2.3. Levantamento de reconhecimento de alta intensidade...............................29
2.3.3. Levantamento de Semi-detalhado........................................................................30
2.3.4. Levantamento de Detalhado.................................................................................32
ii
2.3.5. Levantamento de Ultra-detalhado.......................................................................34
3. Métodos ou Procedimentos nos Levantamento de Solos...................................................38
3.1. Estudo de base...............................................................................................................38
3.2. Alocação e descrição do perfil de solo.........................................................................40
3.3. Extrapolação e verificação dos limites das unidades de solo....................................40
3.4. Análises laboratoriais...................................................................................................41
3.5. Processamento de dados e mapeamento de solos.......................................................41
4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................42
iii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Síntese de diferenciação de mapas e tipos de levantamentos de solos.....................................35
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Ilustração da relação entre a paisagem (em cima), polipedon ou solo individual (no meio) e
pedon, perfil e solo (por baixo)....................................................................................................................7
Figura 2. Esboço ou ilustração de um perfil do solo....................................................................................9
Figura 4. Esquema representativo dos tipos de levantamento de solos, sua escala e objectivos..............21
Figura 5. Exemplo de sondagens de 120 cm realizadas para avaliar a variabilidade dos solos em Xai-Xai
(esquerda) e Gorongosa (direita)...............................................................................................................39
iv
1.Introdução ao Levantamento de solos
O IGEBE (2007) define o solo como um corpo natural constituído por camadas ou horizontes de
constituição mineral e/ou orgânica de espessura variável, que diferem do material de origem
pelas suas propriedades morfológicas, físico-químicas, mineralógicas e biológicas. Isso implica
que: tem uma unidade de mapeamento composta de pedons que são comparativamente
semelhantes em termos de sequências de horizonte, propriedades do solo e material de
origem, por exemplo, séries de solos, unidade taxonómica, mapeamento de aspectos físicos,
químicos, biológicos; e propriedades morfológicas dos solos.
Por seu turno, Soil Survey Staff (1951) define os solos como corpos naturais, que ocupam
porções na superfície terrestre, suportam plantas e as edificações do homem e apresentam
propriedades resultantes da atuação integrada do clima e dos organismos, atuando sobre o
material de origem, condicionado pelo relevo, durante um período de tempo.
Enquanto Wild et al. (1983) definem o solo: como sendo conjunto de corpos naturais que
ocupam porções da superfície da terra que sustentam plantas e que possuem propriedades
devido ao efeito integrado do clima e organismos vivos actuando sobre o material de origem,
condicionados pelo relevo ao longo de período de tempo. Esta definição é mais elaborada e
inclui os 5 factores de formação do solo.
As definições apresentadas acima, indicam implicitamente que existem de facto, duas maneiras
de considerar o solo: a) com base na natureza das suas propriedades ou abordagem pedológica
e b) com base em funções especificas ou uso do solo ou abordagem edafológica.
Na abordagem pedológica: a origem do solo, sua classificação e sua descrição estão envolvidas
na pedologia (da palavra grega "pedon" que significa solo ou terra). A pedologia considera o
solo como um corpo natural e não se concentra principalmente nos seus usos imediatos. Um
pedólogo estuda e classifica os solos conforme eles ocorrem em seu ambiente natural. Essa
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definição é útil para os engenheiros de construção de edifícios, ferrovias bem como para o
agricultor.
Abordagem edafológica: "Edafologia (da palavra grega "edaphos", que significa solo ou solo) é
o estudo do solo do ponto de vista das plantas superiores. Considera as várias propriedades dos
solos relacionadas à produção vegetal. O edafólogo é prático, tendo como objetivo final a
produção de alimentos e fibras. Simultaneamente, o edafólogo deve ser um cientista para
determinar as razões da variação da produtividade dos solos e encontrar meios de conservar e
melhorar essa produtividade.
Outros conceitos que estão estritamente ligados aos solos e ao levantamento de solos, são o de
pedon e Polipedon. O pedon é definido como uma unidade básica de referência,
tridimensional, com limites e dimensões arbitrárias, cuja área é determinada pela variabilidade
lateral das características utilizadas em taxonomia de solos. Não possuem limites concretos e
muitas características se superpõem às de outros pedons e existem em número infinitamente
grande.
O Polipedon é uma área de solos constituída por agrupamento de pedons semelhantes, cujos
limites laterais coincidem com os limites de outros conjuntos de pedons e cuja profundidade é
determinada pelos pedons que o constituem. Para fins de mapeamento, o polipedon é o
elemento de ligação entre a classe de solo e a paisagem. Tem limites laterais estabelecidos
pelos critérios de classificação e coincide com a classe de solo no nível categórico mais baixo da
taxonomia de solos. Desta forma, o Polipedon tem limites objetivos, coincidindo com unidades
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geográficas básicas de solos que servem ao propósito de identificação e delineamento de
classes no campo.
Figura 1. Ilustração da relação entre a paisagem (em cima), polipedon ou solo individual (no
meio) e pedon, perfil e solo (por baixo).
área. O levantamento de solos descreve as características dos solos, classifica-os de acordo com
das propriedades do solo numa base de dados e faz previsão sobre sua aptidão e limitação dos
solos para os múltiplos usos bem como sua resposta a determinadas praticas de maneio.
Os levantamentos dos solos começaram no final da década de 1890 nos Estados unidos da
América, com avaliações sistemáticas das terras agrícolas. A Europa seguiu no início dos anos
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1900. Um pico nas atividades de levantamentos dos solos foi alcançado durante as décadas de
1950, 1960 e 1970, particularmente com pesquisas para projetos de desenvolvimento na África,
Investigar a distribuição geográfica dos solos que ocorrem numa determinada região,
unidades de solo para tipos específicos de uso da terra. O ponto mais crucial reside no facto de
os levantamentos de solos serem sempre conduzidos com um determinado objetivo que será
refletido na legenda do mapa e nas notas explicativas. Os dados do solo são apenas parte das
complementados sobre clima, recursos hídricos, formas de relevo, uso da terra e os aspectos
As características do solo são parâmetros do solo que podem ser observados ou medidos no
campo ou no laboratório, ou usando técnicas microscópicas ou macroscópicas, exemplo: cor do
solo, textura, estrutura, actividade biológica, manchas, nódulos, pH, Capacidade de troca
catiónica, bases, concentração de sais, etc.
Um perfil de solo é definido como um corte vertical na superfície da terra, que inclui todos os
horizontes pedo-geneticamente inter-relacionados e/ou camadas que tenham sido pouco
influenciadas pelos processos pedo-genéticos. O perfil é uma face exposta do solo, que é
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reconhecido, classificado e descrito no campo. Somente em situações muito raras é que um
perfil coincide comas dimensões de um pedon. Por isso, o conceito de pedon (unidade básica
de referência para classifi cação) é normalmente estabelecido mediante observação, descrição,
coleta e interpretação de dados morfológicos e analíticos de vários perfis representativos de
um determinado segmento da paisagem.
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relação ao conceito central, mantendo, no entanto, a variabilidade dentro de limites
determinados pela natureza de variável contínua, como é o caso do solo.
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pedons em cada delineação de uma unidade simples devem pertencer à classe taxonómica que
lhe dá o nome.
Uma unidade simples é uma unidade de mapeamento com uma só componente, podendo
apresentar limites difusos, muito nítidos ou pouco nítidos em relação a outras unidades de
solos. Entre as unidades combinadas, são de maior relevância, para os levantamentos
pedológicos, as associações, os complexos e os grupos indiferenciados de solos. Em sua
composição, entram dois ou mais componentes.
Complexo de solos - é uma associação de solos, cujos componentes taxonómicos não podem
ser individualmente separados nem mesmo em escalas em torno de 1:20 000. As unidades
taxonómicas que compõem um complexo deverão ser, necessariamente, identificadas,
descritas, coletadas e caracterizadas analiticamente. O complexo é definido de acordo com as
classes de solos que o compõem e identificado de acordo com os nomes das unidades
taxonómica ligadas por hífens, precedidos da palavra complexo. É, por definição, constituído
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por solos distintos, com limites pouco nítidos entre si, de difícil individualização para fins
cartográficos.
Grupos indiferenciados de solos - são constituídos pela combinação de duas ou mais unidades
taxonómicas com semelhanças morfogenéticas e, portanto, pouco diferenciadas. São
constituídos por unidades taxonómica afi ns, com morfologia e propriedades muito
semelhantes e com respostas idênticas às práticas de uso e manejo. Declividade,
pedregosidade, rochas e drenagem, podem reunir solos distintos no mesmo agrupamento, uma
vez que são determinantes do uso e manejo. Os grupos indiferenciados são designados pelos
nomes das unidades taxonómicas e ligados pela conjunção e precedidos da expressão grupo
indiferenciado
É, por definição, determinada pelas menores dimensões que podem ser legivelmente
delineadas num mapa ou carta, sem prejuízo da informação gerada nos trabalhos de campo, o
que corresponde na prática, a uma área de 0,4cm2 (0,6cm x 0,6cm). A equivalência desta área
no mapa, com a área correspondente no terreno, é função da escala final de apresentação. A
determinação da área mínima mapeável é determinada em função da escala do levantamento,
por exemplo: usando a escala de 1: 50 000 a área mínima mapeável deve ser de 10 ha, segundo
o cálculo abaixo.
E2∗0.4 500002∗0.4
AMM (ha)= 8 => AMM = 8 = 10 há
10 10
AMM∗108
Formula para achar a escala: E2=
0.4
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importantes do solo, classificar os solos em tipos definidos e outras unidades de classificação
(classificação do solo). Para tal, é necessário: determinar o padrão da cobertura do solo, dividir
esse padrão em unidades homogéneas, mapear a distribuição dessas unidades, permitindo a
previsão das propriedades do solo em toda área, e caracterizar as unidades mapeadas de forma
que possam ser feitas descrições úteis sobre seu potencial de uso da terra e resposta a
mudanças na gestão.
Também tem como objectivo, estabelecer e traçar nos mapas os limites entre os diferentes
tipos de solos, correlacionar e prever a adaptabilidade dos solos a várias culturas (classificação
da capacidade da terra). Auxilia o planeamento agrícola na realocação dos limites do campo
para tornar os campos mais uniformes. Os seguintes são os elementos principais do plano de
produção que dependem total ou parcialmente de uma interpretação adequada dos mapas de
solo: (a) principal uso da terra, (b) padrões de cultivo, (c) métodos de cultivo, (d) proteção, (e)
uso e acúmulo de matéria orgânica, (f) controle de reação sob irrigação (classificação da aptidão
do solo), e (g) aplicação de fertilizantes.
Para os usos não agrícolas, os objectivos do levantamento são para auxiliar na construção de
estradas, fundações nas obras de engenharia, depósitos de resíduos sólidos, aspectos gerais na
planificação e expansão da urbanização entre outros usos da terra.
Para Van Gent (1989), os levantamentos dos solos fornecem informações sobre os recursos do
solo, identificam as condições favoráveis do solo para um determinado uso. Os levantamentos
de solos permitem a optimização dos usos de terra, mesmo em situações em que se pretende
realizar mudanças no uso da terra ou quando se pretende introduzir novos usos. Uma das
aplicações importantes dos levantamentos de solos é a identificação de campos e parcelas para
pesquisas agrícolas e a subsequente transferência de resultados experimentais para outras
áreas com os solos e condições semelhantes.
As aplicações dos resultados de levantamentos de solos são agrupadas em três categorias:
a. Planeamento e gestão/maneio do campo agrícola, pastagem e florestas,
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b. Obras de engenharia e áreas relacionadas;
c. Avaliação da aptidão da terra para usos alternativos durante o planeamento regional e
urbano.
Cada aplicação requere a avaliação de aptidão da terra para os vários usos alternativos. Em
todo caso, o mapa de solos é o meio de extrapolação dos conhecimentos das propriedades do
solo e a resposta ao maneio para outras áreas com condições semelhantes de terra. Resultados
de levantamentos de solos semi-detalhados, por exemplo, fornecem bases técnicas para o
planeamento físico rural e regional. Possíveis aplicações incluem a identificação de áreas
irrigáveis, avaliação de áreas aptas para a produção de culturas especificas sob condições de
gestão bem definidas a mapear o estado de erosão dos solos.
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entre outros. Posteriormente, o levantamento de solos na escala detalhada pode ser
necessário em todas áreas.
Os levantamentos também são um dos parâmetros que devem ser levados em consideração na
alocação de determinadas variedades de culturas, no auxílio do planeamento para fins de
fertilidade, na identificação de áreas com deficiências nutricionais e áreas com elementos
tóxicos para as plantas e animais. assim como outras áreas da agricultura de precisão. São
usados como guia para cultivos mecanizados, identificam áreas com deficiências nutricionais e
com toxicidade para os animais e humanos. As informações colectadas em levantamentos de
solos auxiliam na avaliação de terras, planeamento do uso de terra e predição dos impactos do
seu uso no meio ambiente.
Os relatórios de levantamento de solos (texto e mapas) são uma base cientifica muito valiosa no
planeamento de uso de terra. Esses planos devem ser elaborados com base na sustentabilidade
para a terra seja actualmente e futuramente produtiva. O conceito de terra nobre e terra única
foram elaborados na perspectiva de preservar a produtividade dos solos para culturas
alimentares e de fibras. Essas áreas são apenas delimitadas com base nas informações obtidas
em levantamento de solos.
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1.4.Principais usuários das informações dos levantamentos dos solos
Os dados provenientes dos Levantamento de solos são uteis e são a base para a tomada de
decisões em relação ao uso e gestão de terra nas várias organizações de desenvolvimento
(agentes), tais como farmeiros, técnicos florestais, engenheiros de construção civil entre outros.
Os usuários dos levantamentos dos solos podem ser organizações ou pessoas singulares que
pretendem ter informações acerca das propriedades do solo, e são categorizados em:
Gestores da terra: como os produtores, gestores de plantações florestais, entre outros.
Este grupo decide o tipo de uso para cada unidade da terra. Uma vez que os cultivos
aráveis são o tipo de uso que os levantamentos de solo são direcionados, os farmeiros
deveriam ser os principais usuários. Contudo, os florestais também são, pela
necessidade de identificar solos aptos para as plantações florestais, custos com os
inputs (construção e manutenção das estradas) e a produção (madeira).
credito agrícola, grupo de investidores (se seu investimento for produtivo), bancos.
facilitam certos tipos de usos de terra em diferentes áreas). Isto implica a alocação de
uma determinada área para os maiores tipos de uso de terra (agricultura, pastagem
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planificadores pretendem mudar o actual uso de terra por outro mais benéfico:
pastagem para florestas, agricultura para construção, florestas para uso agrícola. Para
Autoridades tributária: para casos de atribuição das taxas da terra em função do seu
potencial produtivo.
a gestão.
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Por exemplo fornecer informação de uso (gerais ou especificas) ou actualizar informação
existente. O objectivo do levantamento de solos deve ser definido antes de iniciar o
levantamento, este pode ser genérico ou específico. Deve se considerar os seguintes pontos: i)
determinar o padrão de cobertura do solo, ii) dividir este padrão em áreas relativamente
homogenias, iii) mapear a distribuição dessas unidades permitindo a previsão das propriedades
do solo da área, iv) caracterizar as unidades mapeadas de tal forma que se possa fazer previsões
da sua produtividade potencial assim como a mudanças na gestão.
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c. O levantamento de solos não é a única base para tomada de decisões de uso de terra e
sua gestão, apenas é uma parte
Este princípio aplica-se também dentro de um contexto amplo de estudo de avaliação de
terras. Decisões de gestão da terra são invariavelmente influenciadas por factores econômicos,
sociais e institucionais, muitas vezes pelos direitos da terra existentes e constrangimentos
políticos. Mesmo dentro de uma esfera muito limitada do ambiente físico, o solo é o único
factor, por isso o declive frequentemente tem influência dominante na escolha entre usos de
terra aráveis e não aráveis, e o clima é o factor determinante na escolha das culturas. Olhar o
solo ou o ambiente físico como um todo, como a influência que controla o uso de terra é uma
atitude parcial. Em vez de, as conclusões dos levantamentos de solo ou da terra são de
natureza condicional, se tais acções forem tomadas, certos resultados irão garantir, ou certas
medidas poderão ser necessárias de modo a prevenir consequências adversas.
O mapa produzido pelo levantamento de solos é um mapa de solos se as unidades mapeadas são
baseadas em partes de pedons. Muitos levantamentos incluem características das formas da terra
na descrição das unidades de mapeamento. O mapa que é baseado em classes como a associação
formas da terra usadas são o meio para a elaboração dos mapas de solos. Caso contrário, seria
primariamente um mapa de unidades de formas de terra, com os solos usados como auxilio do
Uma vez que o solo não pode ser descrito sem a abertura de perfis de solo, os pesquisadores de
solo dependem muito das características externas que indicam as mudanças de tipos de solos.
Desde que a correlação entre os solos e o indicador externo tem sido substanciado a legenda,
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ainda pode ser definida em termos de parâmetros do solo, o mapa resultante é um mapa de
solos
Mapear solos com alta precisão e pouco esforço: levantamento de solos é um processo
moroso, e as informações obtidas dependem do esforço empreendido, ou seja, pouco
esforço resulta em informações pouco precisas, apesar de existir um mínimo de
precisão que apenas pode ser alcançado em casos de levantamentos intensos e
morosos.
Produzir uma legenda de mapas que atenda às necessidades de todos os usuários: os
critérios usados na elaboração dos mapas de solo devem estar relacionados as
finalidades, ou seja, aos objectivos, que são específicos para um determinado uso. É
mais prudente escolher critérios em que permita a obtenção de propriedades
relacionadas.
Classificar a terra da melhor para a pior, em termos de qualidade: não apenas são os
solos ou outros requisitos específicos de uso de terra, mas o que é melhor para um uso
pode ser pior para o outro.
Dizer ao usuário da terra o que fazer: estudos de levantamentos de solos e de avaliação
de terra podem apenas fornecer informações da natureza e que sugerem as
consequências relacionadas a cada tipo de uso.
a. Objectivos do Levantamento,
b. Regularidade de observações, e
c. Escala de mapeamento.
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Figura 3. Esquema representativo dos tipos de levantamento de solos, sua escala e objectivos
Estes levantamentos providenciam dados básicos para a interpretação dos vários tipos de uso
de terra (no presente e no futuro). São geralmente usados em inventários nacionais, as
informações podem não ser necessárias no momento do levantamento, e este tipo de
levantamento é feito com objectivo de gerar e armazenar as informações que serão usadas
posteriormente. Pode ser feito para actualizar as informações existentes na base de dados.
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Este tipo de levantamentos colectam várias propriedades e características do solo,
Classificação da paisagem
Podem servir para futuras interpretações (avaliação de terras) como contém aspectos
da topografia, geologia, clima, socioeconômicos da área, e
Não é ideal para nenhum propósito (não serve para os mesmos propósitos de forma
igual),
Não antecipa os futuros usos da terra,
Obsoleto ou desatualizado depois de alguns anos de uso, sendo por isso necessário
atualizar,
Muito caro.
por algum tempo) e os limites entre as classes predefinidas dessas características são
mapeados. Os limites da unidade de mapeamento são aplicáveis para um uso, por exemplo
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As principais desvantagens são:
As informações colectadas não são uteis para outras finalidades (completamente inútil
para outros usos),
Problemas na definição dos limites e sem a caracterização da paisagem,
Sem o conceito do solo como o corpo natural, e
Requere especialistas muito bem treinados.
Neste tipo de levantamentos, três tipos podem ser distinguidos: levantamentos livres (free
surveys), de grades rígidas (rigid grid) e grades flexíveis (grid flexible).
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Algumas áreas podem ter poucas observações, se elas se ajustarem exatamente ao
modelo mental (ou seja, o padrão do solo pode ser facilmente previsto), outras (áreas
problemáticas) podem ser amostradas em detalhes,
É uma combinação entre os tipos de levantamento de grade rígida e livre. Neste tipo de
levantamentos, o número de observações é fixo, mas a sua localização não é predeterminada,
pode ser sistemático ou não sistemático.
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variabilidade das características do solo, condicionadas por factores externos, tais como
a geomorfologia, geologia, vegetação e o clima, são levados em conta durante o
levantamento, tal como acontece em levantamentos de grade rígida.
Levantamentos não sistemáticos: os limites das unidades são determinados com base
em outros mapas, como os de geologia e fisiografia. Observações de campo
amplamente distantes são usados para determinar as propriedades típicas dos solos.
Não estima a variabilidade interna do solo e são usadas escalas menores, > 1: 500 000,
não são considerados como mapas reais, mas como croquis.
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As classes de solos são identificadas no campo mediante observação e amostragem em pontos
predeterminados, ao longo de percursos traçados previamente de acordo com feições da
paisagem e aspectos fisiográficos. A extrapolação é largamente utilizada neste tipo de
levantamento. Portanto, as observações e coletas de amostras para identificação e
caracterização das classes de solos são feitas a grandes intervalos.
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normalmente são subdivididas, para fins cartográfi cos e de interpretações diversas, de acordo
com o grupamento textural (em notação simples ou binária) e em fases de relevo, vegetação,
rochosidade e pedregosidade.
Dados morfológicos e analíticos (químicos, físicos e mineralógicos) de perfis completos e
amostras extras, são necessárias para caracterização dos solos e definição das unidades de
mapeamento. Considerando que os levantamentos do tipo reconhecimento atendem a uma
ampla faixa de objetivos e necessidades, estão compartimentados em três níveis de execução,
compreendendo alta, média e baixa intensidade.
Os níveis de reconhecimento diferenciam-se quanto aos objetivos, métodos de prospeção,
tipos de unidades de mapeamento, área mínima mapeável, material cartográfico e sensores
remotos básicos e escala de publicação. A densidade de observações por área é variável, entre
0,04 a 2,0 observações por quilômetro quadrado.
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A frequência de amostragem é de um perfil completo por componente de associação e mais
amostras extras de horizontes superficiais e sub-superficiais para definir limites e conceituar
unidades de mapeamento. As unidades de mapeamento são identificadas no campo, ao longo
de percursos traçados sobre imagens de radar ou de satélite, ou sobre mapas/cartas
planialtimétricas. Os limites entre unidades de mapeamento são inferidos pelas linhas gerais de
fotointerpretação, combinada com verificações de campo e interpretação das correlações
“padrões de imagens - tipos de solos”. Estas unidades podem ser simples ou de associações de
até quatro componentes de Grandes Grupos de solos. Inclusões são comuns em todas as
unidades de mapeamento.
O material básico cartográfico e sensores remotos mais indicados para este nível de
reconhecimento compreendem: imagens de satélite na escala entre 1:100 000 e 1:250 000;
mapas/cartas planialtimétricas em escalas preferenciais entre 1:25 000 e 1:250 000; fotografias
aéreas em escalas preferenciais entre 1:60 000 e 1:120 000, imagens de radar na escala 1:250
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000 e carta-imagem de sensores remotos orbitais nas escalas 1:100 000 e 1:250 000. De acordo
com a escala de apresentação do mapa/carta, em geral, entre 1:100 000 e 1:250 000, a área
mínima mapeável situa-se entre 40ha e 2,5km2. A frequência de amostragem é de um perfil
completo por classe de solo componente de unidade de mapeamento simples ou de
associação. Amostras extras adicionais podem ser necessárias para estabelecer limites entre
classes.
Os levantamentos de reconhecimento com este nível têm por objetivo obter informações de
natureza qualitativa e semi-quantitativa do recurso solo, em áreas prioritárias para
desenvolvimento de projetos agrícolas, pastoris e florestais, instalação de núcleos de
colonização e localização de estações experimentais. Geralmente, são elaborados em áreas de
relativamente pequenas dimensões e têm sido muito demandados, ultimamente para efeito de
estudos ambientais para inserção de grandes empreendimentos, visando a subsidiar
estabelecimento de medidas corretivas e compensatórias, tais como EIA-RIMAS.
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este nível de reconhecimento é constituído por: mapas/cartas planialtimétricas em escalas
preferenciais entre 1:20 000 e 1:100 000, fotografi as aéreas em escalas preferenciais entre
1:20 000 e 1:100 000 e carta-imagem em escala maior que 1:100 000.
A escala de apresentação do mapa, em geral, situa-se entre 1:50 000 e 1:100 000, sendo a área
mínima mapeável variável entre 10 e 40ha. A frequência de amostragem é de um perfil
completo e um ponto de amostra extra por classe de solo componente de unidade de
mapeamento simples ou de associação. Todas as classes de solos identificadas na área devem
ser caracterizadas por um perfil representativo completo. As unidades de mapeamento são
identificadas por observações e amostragem ao longo de percursos que cruzem diferentes
padrões de drenagem, relevo, vegetação, geologia e geomorfologia.
Grande parte dos limites entre unidades de mapeamento é estabelecida no campo e os limites
definidos por fotointerpretação são testados por observações de campo, segundo
planejamento prévio de verificações da área. Nos levantamentos de reconhecimento de alta
intensidade, as unidades de mapeamento são constituídas por unidades simples ou por
associações de até três componentes de Subgrupos de solos. Neste nível de reconhecimento, as
unidades de mapeamento são mais homogêneas do que nos níveis de média e baixa
intensidade. Nele, é esperada uma precisão de informações sobre a composição e pureza das
unidades de mapeamento em torno de 80% de confiabilidade.
30
caracterização dos solos deve ser minuciosa, pois será usada diretamente na definição do
manejo a ser implantado. São também elaborados com o propósito de Estudos Ambientais em
empreendimentos localizados (minerações, construção, estações experimentais, etc.), visando
ao estabelecimento de medidas corretivas ou compensatórias de caráter localizado, e seleção
de áreas para projetos específicos.
O material cartográfico e tipos de sensores remotos básicos mais usuais neste tipo de
levantamento compreendem: mapas/cartas planialtimétricas em escalas iguais ou maiores que
1:50 000, restituições aero-fotográficas e levantamentos topográficos convencionais em escalas
variando de 1:10 000 a 1:50 000 com curvas de nível a intervalos de 10 a 20m* e fotografi as
aéreas em escalas iguais ou maiores que 1:60 000. A escala preferencial para apresentação dos
mapas/cartas deve ser igual ou maior que 1:50 000, podendo em situações particulares variar
até 1:100 000.
31
Os limites entre unidades de mapeamento são verificados no campo, em combinação com as
correlações solos-superfícies geomórficas. Alguns limites podem ser inferidos a partir de
interpretações de fotografi as aéreas e testados no campo. Nos levantamentos semi-
detalhados, as unidades de mapeamento são constituídas por unidades simples, complexos e
associações, definidas no nível de Família de solos, em sistemas hierárquicos de classifi cação. É
importante
que as unidades de mapeamento tenham razoável homogeneidade, sendo esperado que as
inclusões em unidades simples não ultrapassem 15%.
Em associações é admitido o máximo de 10% de inclusões, se forem de uma única classe de
solo e até 20% se forem duas ou mais classes de solos. Espera-se que a precisão de informações
sobre composição e pureza das unidades de mapeamento, neste tipo de levantamento, esteja
em torno de 85-90% em termos de confiabilidade. A definição de classes de solos neste tipo de
levantamento é baseada em características diretamente relacionadas com o crescimento das
plantas, principalmente no que se refere ao desenvolvimento do sistema radicular, relações
solo-água-planta e propriedades importantes nas interpretações para fins de engenharia civil.
As áreas objecto destes levantamentos são relativamente pequenas, quase sempre definidas ou
selecionadas através de levantamentos mais generalizados. Os trabalhos de campo são de
extrema importância, bem como a amostragem, que normalmente é bastante densa. São muito
demandados em experimentação Agrícola, Reservas e/ou Estações Ecológicas para definição de
32
manejo, implantação de projetos agropastoris e, principalmente, de irrigação. O material básico
mais adequado compreende mapas/cartas planialtimétricas, levantamentos topográficos
convencionais, restituições aero-fotogramétricas com curvas de nível a pequenos intervalos (5 -
10m) e fotografi as aéreas em escalas iguais ou maiores que 1:20 000.
Para apresentação dos mapas/cartas detalhados de solos são recomendadas escalas iguais ou
maiores que 1:20 000, estando estas em função dos objetivos do levantamento, extensão da
área e grau de pormenorização cartográfi ca e taxonómica a serem atingidos. A área mínima
mapeável é menor que 1,6ha. A densidade de observações deve ser mantida no mínimo, entre
0,20 e 4,0 observações por hectare. A frequência de amostragem deve ser suficiente para
detectar diferenças de solos em pequenas áreas, sendo necessário, no mínimo 1 (um) perfil
completo e 2 (dois) perfis complementares para caracterização das classes de solos
identificadas no nível taxonómico mais baixo.
As unidades taxonómicas identificadas na área devem ser representadas por perfis completos
modais e suas amplitudes de variação estabelecidas por perfis complementares e amostras
extras, precisamente coletadas para análises de laboratório. As unidades de mapeamento e
seus limites são identificados por no campo, em toposseqüências e com observações a
pequenos intervalos. São, normalmente, unidades simples, homogêneas em termos de
composição e definidas de acordo com limites pré-estabelecidos, admitindo-se até 15% de
inclusões de outros solos. São definidos e conceituados em termos de características
compatíveis com o nível categórico mais baixo de sistemas hierárquicos de classifi cação de
solos.
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As classes de solos definidas para levantamentos detalhados, podem ser subdivididas para
diversos fins de interpretação de uso, dentre os mais comuns: irrigação, drenagem, manejo
agrícola, conservação do solo e manejo ambiental. A descrição e coleta de perfis completos
representativos e amostras extras para determinações analíticas devem ser feitas após a
identificação das características importantes observadas na área de trabalho, bem como depois
de adquirida a noção preliminar das unidades taxonómicas.
34
Tabela 1. Síntese de diferenciação de mapas e tipos de levantamentos de solos
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qualitativa de campo e planimétric simples e 000
Reconhecime e semi- correlações os, imagens associações 04 ha a 2.5 km 2,
nto de baixa quantitati solo/paisage de radar e de grandes um perfil completo
intensidade va do m satélites, grupos de ou complementar
recurso carta- solos por componente
solo imagem em de associação ou
escalas unidade simples.
≥1:250 000
e fotos
aéreas em
escalas ≥
1:120 000
Associaçã Mapas Unidades 1:50 000 a 1:100
o semi- planimétric simples e 000
Reconhecime quantitati Verificações os, carta- associações 10 ha a 0 ha, um
nto de alta va de de campo e imagem em de perfil completo e
intensidade áreas correlações escalas subgrupos um complementar
prioritária solo/paisage ≥1:100 000 de solos por componente
s m e fotos de unidades
aéreas em simples ou de
escalas associação.
≥1:60 000
Semi- Planeame Verificações Mapas Unidades ≥1:100 000 de
detalhado nto e de campo ao planimétric simples preferência ≥1:50
implantaç longo de os e associações 000
ão de toposseqüên restituições e complexos ≤40 ha um perfil
projectos cias e de escalas em nível de completo e um
agrícolas e correlações ≥1:50 000 família nos complementar por
de solo/superfíc levantamen sistemas componente de
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engenhari ies tos hierárquicos unidade simples
a civil geomorfológi topográfico de ou associação
cas s e fotos classificação
aéreas em
escalas ≥60
000
Execução Verificações Mapas Unidades ≥1:20 000, < 1.6
de de campo ao planimétric simples ha, um perfil
projectos longo de os, associações completo e dois
de uso toposseqüên restituições e complexos complementares
intensivo cias , de serie de por serie de solos
Detalhado
do solo quadrículas e levantamen solos
correlações tos
solo/superfíc topográfico
ie s com
geomorfológi curvas de
ca nível e
fotos
aéreas em
escalas
≥1:20 000
Ultra- Estudos Malhas Plantas, Fases de ≥1:5 000, < 0.1 ha,
detalhado Especifico mapas series de perfil completos e
s topográfico solos complementares
localizado s com por unidade
s curvas a taxonómica
pequenos
intervalos
em escalas
37
≥1:5 000
38
3. Métodos ou Procedimentos nos Levantamento de Solos
3.1.Estudo de base
Durante esta fase, todas informações relevantes da área em questão são compiladas. As
informações incluem estudos passados, mapas existentes e fotografias aéreas. Na existência de
serie de fotografias aéreas, estas tornam-se valiosas na reconstrução da história do uso de
terras. A interpretação de imagens aéreas usando o estereoscópio permite a interpretação da
geomorfologia da área e sua relação com os solos e com o padrão da vegetação. A escala na
qual os mapas foram publicados, é geralmente duas vezes menor que a escala com a qual foi
feita a interpretação das fotografias aéreas no terreno, por exemplo: quando se estuda uma
área usando fotografias aéreas na escala de 1:20 000, os mapas com os resultados serão
publicados na escala de 1:40 000.
Outras informações que devem ser compiladas nesta fase incluem a hidrologia, geologia e
litologia, geomorfologia, histórico do uso de terra e dados climáticos. A avaliação da
variabilidade dos solos pode ser feita em diferentes formas. Em zonas montanhosas
recomenda-se a caminhada em transectos, neste caso, os solos são mapeados do topo para o
vale ao longo dos transetos definidos na interpretação das fotografias aéreas pelo
estereoscópio. Estas caminhadas devem ser feitas por equipas multidisciplinares e na presença
dos habitantes locais, como os farmeiros e pastores de gado. Em regiões planas, as relações
entre os solos a paisagem não são muito claras, e as sondagens são feitas através de grelhas
sistemáticas.
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A variabilidade dos solos é avaliada através de sondagens de ≥ 120 cm de profundidade. O
registo das sondagens é feito em fichas de colecta de dados (anexada na biblioteca do modulo)
e são registadas características do solo prontamente observáveis, tais como a cor do solo,
textura, profundidade do solo, pedregulhos e cascalhos, drenagem interna (permeabilidade) e
externa (escoamento superficial), material de origem entre outras. Em cada ponto de sondagem
deve-se prestar atenção a características tais como sinais de erosão, estado da vegetação
(composição de espécies, micro-topografia e actividades biológica
Figura 4. Exemplo de sondagens de 120 cm realizadas para avaliar a variabilidade dos solos em
Xai-Xai (esquerda) e Gorongosa (direita)
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3.2.Alocação e descrição do perfil de solo
Nesta fase, são colectadas amostras perturbadas e não perturbadas em cada horizonte.
Amostras não perturbadas (três por horizonte) são colectadas usando anéis metálicos, e são
usadas para a determinação de características físicas do solo, tais como a densidade do solo,
características de retenção de água (saturação, capacidade de campo e ponto de murcha
permanente). As amostras perturbadas são colectadas também em cada horizonte para a
determinação das características químicas do solo, tais como o pH, conductividade eléctrica,
teor de nitrogênio, fosforo, potássio, cálcio, magnésio e sódio, matéria orgânica e a textura do
solo. São também determinadas em campo, a conductividade hidráulica ou permeabilidade
assim como as características da infiltração.
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4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Coen, G.M. 1987. Soil Survey Handbook volume 1. Technical bulletin 1987-9E. Land
Resource Research Centre. Alberta, Canada.
Geurts, P. 1987. Manual para Classificação, Quantificação e interpretação de análises
Laboratoriais de solo e Água: Serie Terra e Água. Instituto Nacional de Investigação
Agronômica. Maputo, Moçambique.
IGEBE. 2007. Manual Técnico de Pedologia. 2ª Edição. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Rio de Janeiro, Brasil.
Van Gent, Petrie. 1989. Guidelines for soil Survey and land Evaluation in Jamaica (Semi-
detailed surveys), Volume I: Procedures. Technical Guide no 9a. Ministry of Agriculture
Rural Physical Planning Division. Kingston, Jamaica.
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Em resumo, todos os três conceitos concordam que o solo é um corpo natural que é influenciado
pela interação de fatores ambientais e processos pedogenéticos ao longo do tempo. O conceito de
IGEBE (2007) se destaca pela ênfase na unidade taxonômica dos solos e na consideração de
propriedades morfológicas, físico-químicas, mineralógicas e biológicas. Os conceitos do Soil
Survey Staff (1951) e Wild et al. (1983) enfatizam a importância das propriedades do solo
resultantes dos processos ambientais e biológicos.
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