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EEEFM “AGOSTINHO SIMONATO” 1ª Trimestre

Disciplina: Língua Portuguesa Turno: Intermediário


Conteúdo: Interpretação de Texto Série: 1º ANO
Professora: Data:
Aluno (a): Folha Nº:

Leia com atenção o texto abaixo e responda às questões:

A Máquina
Morreu uma tia minha. Ela morava sozinha, não tinha filhos. A família toda foi até lá, num
final de semana, separar e dividir as coisas dela para esvaziar a casa. Móvel, roupa de cama, louça,
quadro, livro, tudo espalhado pelo chão, uma tremenda confusão.
Foi quando ouvi meus filhos me chamarem.
— Mãe! Maiê!
— Faaala.
Eles apareceram, esbaforidos.
— Mãe. A gente achou uma coisa incrííível. Se ninguém quiser, essa coisa pode ficar para a
gente? Hein?
— Depende. Que é?
Eles falavam juntos, animadíssimos.
— Ééé... uma máquina, mãe.
— É só uma máquina meio velha.
— É, mas funciona, está ótima!
Minha filha interrompeu o irmão mais novo, dando uma explicação melhor.
— Deixa que eu falo: é assim, é uma máquina, tipo um... teclado de computador, sabe só o
teclado? Só o lugar que escreve?
— Sei.
— Então. Essa máquina tem assim, tipo... uma impressora, ligada nesse teclado, mas assim,
ligada direto. Sem fio. Bem, a gente vai, digita, digita...
Ela ia se animando, os olhos brilhando.
— ... e a máquina imprime direto na folha de papel que a gente coloca ali mesmo! É muuuito legal!
Direto, na mesma hora, eu juro!
Ela jurava. Fiquei muda. Eu que jurava que não sabia o que falar diante dessa explicação de uma
máquina de escrever, dada por uma menina de 12 anos. Ela nem aí comigo. Continuava.
— ... entendeu como é, ô mãe? A gente, zupt, escreve e imprime, até dá para ver a impressão tipo
na hora, e não precisa essa coisa chatérrima de entrar no computador, ligaaar, esperar hoooras, entrar no
world, de escrever olhando na tela e sóóó depois mandar para a impressora, não tem esse monte de
máquina tuuudo ligada uma na outra, não tem que ter até estabilizador, não precisa comprar cartucho caro,
nada, nada, mãe! É muuuito legal. E nem precisa colocar na tomada! Funciona sem energia e escreve
direto na folha da impressora!
— Nossa, filha...
— ... ah, mas só tem duas coisas que são meio chatas: não dá para trocar a fonte e nem aumentar
a letra, mas não tem problema não! Vem, que a gente vai te mostrar. Vem...
Eu parei e olhei, pasma, a máquina velha. Sensacional pensar assim. Eles davam pulinhos de
alegria.
— Mãe. Será que alguém da família vai querer? Hein? Ah, a gente vai ficar torcendo, torcendo
para ninguém querer, para a gente poder levar lá para casa, isso é o máximo! O máximo!
Bem, enquanto estou aqui escrevendo nesse meu antiquado "teclado", ouço de longe o plec-plec
da tal máquina maravilhosa, que, claro, ninguém da família quis, mas que aqui em casa já deu até briga.
Está no meio da nossa sala de estar, em lugar nobre, rodeada de folhas e folhas de textos "impressos na
hora" pelos meus filhos. Incrível, eles dizem, plec-plec-plec, muito legal essa máquina mesmo, plec-plec-
plec.
Céus. Achei que tinha acabado, quando a minha filha vem de novo falar comigo, toda decidida e
animada, com um texto recém-escrito (sem ligar nada na tomada) na mão.
— Mãe. Me ajuda a fazer uma coisa muito legal que eu morro de vontade de fazer?
— O que é?
Ela deu um sorriso, com um ar sonhador.
— Ah, eu queria tanto colocar isso dentro de uma carta... no correio, com envelope, selo colado...
nunca fiz isso, mãe... ahhh, me ajuda?
Lúcia Carvalho.

Exercício de Interpretação de Texto


1. Sobre os aspectos formais da crônica acima responda:
a) Qual é o assunto principal da crônica?
A descoberta de uma antiga máquina de escrever por duas crianças e que como essa descoberta muda a
perspectivas entre o moderno e o ultrapassado.

b) Há quantas personagens no texto?


A mãe (que também é a narradora) e as duas crianças.

c) O texto apresenta quantos parágrafos?


O texto apresenta 30 Parágrafos

d) O assunto abordado na crônica é cotidiano ou um caso eventual?


É um caso cotidiano, visto que sempre que alguém morre é comum que seus familiares doem seus pertences
e nesses pertences pode haver objetos peculiares.

e) Quem é ou são os personagens principais? Quais são os secundários?


O texto apenas apresenta personagens principais.

f) Observe a estrutura da narrativa: Qual o tipo de narrador? A narrativa é contada em tempo cronológico ou
psicológico? Em qual o espaço que a história se passa?
Quanto a estrutura, a narrativa apresenta narrado personagem, é conta de forma cronológica e a história se
passa na casa da falecida tia da narradora bem como na dela.

2. A crônica gira em torno da descoberta de uma antiga máquina de escrever pelas crianças. Como elas
reagem diante dessa descoberta? Por quê?
Elas ficam eufóricas, porque além de não conhecerem a máquina de escrever, para as crianças ela parecia
muito mais tecnológica do que o computador.

3. A cronista explora o lado pitoresco e engraçado dessa situação: o que é antigo (a máquina de escrever)
parece moderno e o que é moderno (o computador) parece ultrapassado. Que elementos da máquina de
escrever são valorizados pelas crianças?
Para as crianças, a máquina é rápida, prática, não precisa de nem de energia e nem de impressora.

4. A utilização da máquina para escrever cartas e a necessidade de colocá-las no correio despertaram o


interesse de uma das crianças. A partir dessa informação, responda: O que é possível deduzir sobre o meio
que ela, provavelmente, utiliza para se comunicar por escrito?
Provavelmente as crianças se comunicam de forma eletrônica.

5. A autora reproduz o jeito como a menina fala ao explicar como era a máquina de escrever. E diz que a
máquina “zupt, escreve e imprime” e o computador precisa “ligaaar, esperar hoooras”; “e sóóó depois
mandar para a impressora”.
a) O que essa forma de registro revela sobre o que a menina concluiu?
A menina concluiu que a máquina de escrever é muito mais prática que o computador.
b) Que trecho do texto expressa, com maior intensidade e emoção, a reação da menina diante da máquina de
escrever?
O trecho do texto expressa, com maior intensidade e emoção, a reação da menina diante da máquina de
escrever: “Mãe. A gente achou uma coisa incrííível. Se ninguém quiser, essa coisa pode ficar para a gente?
Hein?”

6. A máquina, considerada antiquada pela cronista, fez sucesso e ocupou um lugar nobre na casa.
a) Que expressões no texto informam ao leitor em que lugar ela foi colocada pelas crianças e como ela se
encontra?
“Está no meio da nossa sala de estar, em lugar nobre, rodeada de folhas e folhas de textos "impressos na
hora" pelos meus filhos. Incrível, eles dizem, plec-plec-plec, muito legal essa máquina mesmo, plec-plec-
plec.”

b) O que essas expressões revelam sobre o sentimento das crianças pelo objeto?
Essas expressões revelam que as crianças ainda gostam da máquina, mesmo passada a euforia.

c) Pensando no fato narrado pelo texto, o que nós podemos refletir sobre o conceito de moderno e de
ultrapassado?
O texto no faz refletir que a questão de moderno ou ultrapassado é relativo, ao ambiente, tempo e
necessidades. Que algo ser moderno ou ultrapassado é uma questão de perspectiva.

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