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Isto posto, fica patente que, nas condições atuais, o único campus do Colégio
Pedro II autorizado a retomar as atividades presencias seria o campus Niterói. Todavia, a
iniciativa pela retomada das aulas presenciais não pode ser resolvida apenas com base nas
bandeiras de risco, até porque, suas alterações são frequentes.
Além disso, salienta-se que o Colégio Pedro II não é uma escola de bairro.
Nossos alunos são oriundos dos mais diversos municípios do estado do Rio de Janeiro,
sendo que alguns residem em locais bem afastados da sede onde estudam, tal como ocorre
também com servidores, residentes em bairros e cidades distantes da escola.
Destaca-se, ainda, que as taxas de mortalidade e de incidência por 100 mil
habitantes causadas pela COVID-19 no estado do Rio de Janeiro estão crescendo, conforme
indicadores do quadro abaixo:
Fonte: https://www.conass.org.br/painelconasscovid19/. Acesso em: 03/09/2021.
Cabe ainda destacar que a Lei nº 14.040/2020, em seu artigo 2º, §2º afirma
que: “A reorganização do calendário escolar do ano letivo afetado pelo estado de
calamidade pública referido no art. 1º desta Lei obedecerá aos princípios dispostos no art.
206 da Constituição Federal, notadamente a igualdade de condições para o acesso e a
permanência nas escolas, e contará com a participação das comunidades escolares para
sua definição.”. As deliberações citadas nos parágrafos anteriores são fruto dos debates
travados nas várias instâncias deliberativas do Colégio e em fóruns criados especialmente
para tratar dos assuntos relativos ao período pandêmico.
Embora desprovido do ecossistema escolar, o ensino emergencial remoto
demandou planejamento, envolvendo dinâmica das aulas, materiais, avaliações,
recuperação e demais atividades adaptadas ao modelo educacional atual. A
descontinuidade desse modelo no meio do semestre letivo é inviável
administrativamente e parece-nos inadequado e de pouco ou nenhum proveito
pedagógico para o aluno.
Demais disso, o Colégio não dispõe de infraestrutura para equipar todas
as salas de aula para transmissão de atividades síncronas. Se assim o tivesse, o
professor daria aulas todas as semanas para o grupo de alunos presentes, e o restante
dos estudantes assistiria online, tendo em vista que a Resolução Conjunta
SEEDUC/SES nº 1.569, de 12/08/2021, somente autoriza o retorno presencial da
totalidade dos alunos nas bandeiras verde e amarela. Diante dessa impossibilidade,
passaríamos a ter duas escolas, uma com aulas presenciais e outra com aulas remotas.
Logo, haveria a necessidade de se dobrar a força de trabalho do Colégio, o que
também é inviável.
Por outro lado, sob o ponto de vista sanitário, os percentuais citados na
Resolução Conjunta SEEDUC/SES nº 1.569/2021 são inexequíveis, visto que,
independentemente da bandeira, recomenda-se o distanciamento de 1,5 m entre as
pessoas. Com isso, cada aluno precisaria de 2,25 m para permanecer minimamente seguro
2
em sala de aula. Ao docente, por conta da movimentação no quadro, seria reservado 7,5 m .2
Aplicando-se esses parâmetros ao tamanho médio das turmas do Colégio Pedro II, tem-se a
demanda de espaço apresentada no quadro abaixo:
35 86,25m 2
62,6m 2
39m 2
40 97,5m 2
70,5m 2
43,5m 2
Conclusão
Conforme ficou evidenciado, o CPII realizará todo um planejamento,
em especial, no que concerne às atividades pedagógicas, colocando em prática o ano
letivo de 2021, de forma remota, com aulas síncronas e assíncronas. Ou seja, a IFE
encontra-se durante um efetivo período letivo, que tem previsão de conclusão para o
mês de abril/2022.
A retomada abrupta do modelo presencial, além de desperdiçar todo o
esforço empreendido, acarretará inúmeros prejuízos à comunidade escolar, sem
contar os possíveis atropelos em relação à seara administrativa, com destaque para a
questão dos contratos (limpeza, vigilância, copeiragem, merendeiras, etc.).
Por todo o exposto, diante da impossibilidade de atendimento seguro e
isonômico para todos os estudantes, o Colégio Pedro II entende que o retorno
presencial somente poderá ocorrer, sem prejuízos às atividades pedagógicas e
administrativas, a partir do dia 1º de março de 2022, a depender, é claro, das
condições sanitárias.