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MARÉS DO TEMPO

Eu definiria a vida qual caminho,


Com começo, meio e fim de jornadear;
Mas... se pode dizer dela que é quadro
Que o jeito de viver, aos poucos, vai pintar.
Também por vida se traduz mero existir
Que insiste em terminar nos funerais;
E, insensível ao que pode sobrevir
Se extingue – aquele ser não vive mais.

O certo é que pouco conhecemos dela


Menos ainda do “alguém” que a planejou;
Nem o saber - pelo que a Ciência zela,
os segredos da existência desvendou.
E a nós, mortais finitos, viajantes
Nesse caminho de incógnito destino,
Resta entender, pelos que vieram antes
Esse milagre, que tem tudo de divino.

Mas a tarefa é dura, e muitas das pessoas


Perpassam suas vidas em sutil desilusão -
Muitos de nós se perde em coisa à toa
Como vaidade, orgulho... tudo em vão!
Ou sonham que mortalhas tenham bolsos
E vivem sem viver, sempre juntando
Riquezas que não servirão aos ossos
Em que um dia irão se transformando.

Eu? Já prefiro viver valorizando


Esse milagre que se renova a cada dia.
Paz e compreensão edificando
Vou por aí... vou repartindo alegrias...
Só sei que o Eterno, ao me dar vida
Com certeza algo mais nobre planejou
- de alguma forma fazer menos sofrida
A jornada daqueles com quem vou.

Zarkov (Umuarama, 2017).

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