Você está na página 1de 12

Sumário

sumario
Dedicatória
dedicatoria
EPÍLOGO
EPILOGO

“Dentre todas as pessoas que eu poderia amar, eu escolhi você.

Mas o destino... ou nosso tio por acaso, não traçou assim.

Portanto, sempre fomos almas rebeldes contra a existência

Disso eu nunca me arrependi, de ir de cara ao concreto junto a ti...

Senhor C, me mostrou o mundo do jeito que é

Tudo o que devo a você, é em expressão de admirar sua essência -

Com sua capacidade singela de mostrar novas formas ao senhor da criação

Jamais passará outro igual a você em minha vida -

E do que me arrependo, é não ter embarcado ao novo mundo,

Mais ainda... por ter forçado você a isso.”


PRÓLOGO
༺═————~ஜ۩۞۩ஜ~———— ═༻

34 de Uchtumbro de 3002

Nação de realli

Santuário de rowena, senhora das realidades

Por vários dias, todos os anos, é de meu conhecimento saber que os rowenianos
caminham sobre a ponte da lua a fins de cultuarem a sua senhora - para Rowena, a
devolução de suas bençãos é de extrema importância, segundo os fatos, a
benevolente dobraria ou triplicaria a benção sobre o seu cidadão dependendo da
essência de seu coração -, ainda alguns querubins queriam acreditar que pudessem
ser bons apenas para isso. Porém, não passavam de tolos mentindo a si mesmos,
jamais pode se ofuscar a visão real que uma ilusória pode ter, é muita burrice
querer enganar a própria mãe das dimensões, mas sempre tinham alguns pensando
“talvez agora vá”, e no fim se frustram com a verdade. Rowena obtinha esse
esquema para reduzir a magia de mãos erradas, e todos em seu território passam
por esse processo, até os que não fazem parte desse tal ritual chamado de “passeata
real”.
Estar aqui era necessário para algo que me intrigava desde a aparição sinistra que
a criança qual seguro em meu colo, deu a danar em cima da cama nos meus
aposentos. A questão de como ela foi parar lá foi o mistério menos chamativo,
comparado aos feitos energéticos de ondas sonoras disparadas por choros, ou febres
que já deveriam ter matado a criatura. O incrível de todos os efeitos – ou defeitos
dependendo do ponto de vista -, é que começaram a se intensificar a sete dias atrás,
porém durante a noite como agora... tudo simplesmente se tranquiliza de forma
suave, enquanto os dias são um caos por completo – foi com muito esforço que
consegui braceletes de contenção atelienses, que estão canalizando o tal desespero
dessa loucura a sabe lá Rowena onde, um mercante do porto que me revendeu,
achei que mataria muitas pessoas vindo para cá com o bracelete em recomendação
daquele velho, mas funcionou e polpei a vida de muitos além da minha, pelo visto
o senso comum as vezes dá na telha e não é lenda. Meus afazeres são de muito
mais importância do que toda essa devoção exagerada, como um aristocrata
marítimo meus feitos religiosos acabam sendo bem básicos, não é de minha autoria
estar aqui... nem se quer ter o direito de estar, talvez. Dentre todos os senhores,
para nossa sorte a com qual nascemos enraizados é de caráter forte, porém macio
de vez em quando; isso significa – saiba que eu existo, mas não existo para você e
sim para todos... então venha até a mim caso queira algo de interesse irrelevante ao
universo. Durona e um pouco sensata, rowenianos sabem que é necessária uma
visão útil de nossa senhora, não algo sentimental. Estávamos quase ao fim da
caminhada, a lua de Selene já quase se encaixava na construção básica qual todo
santuário tinha para definir a presença de uma divindade – Um formato de agulha
triangular com seus duzentos metros de altura, seguido de outros iguais e menores
em sua frente, para construir a sensação de profundidade no gigantesco objeto
quando se via de longe, em suas pontas eram meias luas pontudas que preenchiam
a visão, com um brutesco pedaço de cristal que criava faixas de luz por detrás de
toda a luminosidade lunar. – Fora isso, as estatuas de Rowena em seus templos são
de modesta altura comparada a outros senhores, se assemelham a altura de cinco
contêiners mais ou menos, uso medidas de objetos que estou acostumado a ver,
todos os elementos dos ambientes complementavam, desde a coluna em meia lua, a
estátua com seus jardins de lótus ou as catedrais especificas por detrás de tudo isso.
Graças a minha atenção com o assunto, segui a passeata quando se tinha algumas
pessoas, sou um dos primeiros – de uma multidão de milhares atras de mim. Se
fosse descuidado o suficiente, nem aqui estaria, essa criança deve agradecer ao
destino por ter me escolhido, ninguém é curioso ou determinado o suficiente para
deixar seus negócios e vir tirar dúvidas de frente com sua senhora.
- Com licença, caro senhor... eu poderia dar minhas saudações a criança que está
em seu colo?
Que milagre, alguém tentou comunicação comigo, pensei que meus trajados
fedorentos e minha cara fechada afastaria as pessoas de mim, porém infelizmente
situações são necessárias para entender que em certos meios, se comunicar com
alguém seria muito bom – em outra hora é claro, os meios atuais me estressam.
Sete dias caminhando, ou melhor, me rastejando sobre a estrada de terra vermelha
que desgastaram meus sapatos e hoje - hoje - alguém decide trocar assunto comigo?
Tentei me expressar de maneira mais educada possível, suspirei fundo e olhei nos
olhos da mulher parda ao meu lado que balançava sua saia com um som irritante
de moedas e pedras batendo umas nas outras, uma cigana provavelmente..., mas
antes de abrir a boca, reparei uma criança em seu colo também, e outras duas em
mãos dadas uma a outra em seu lado esquerdo. Pensei Melhor, e a sorte do humor
dela foi salva por aquelas caras de bolacha fofíssimas, estavam vestidos com alguns
trapos limpos e descalços com os pés da cor da terra, seus marajás quase caiam de
suas cabeças de tanto peso, coitadinhas, deviam ter o clássico cabelo lambido aos
lados, mais lisos que as nascentes d’água.
- Claro que sim, mas... cuidado, ele pode causar diversas atrocidades se acordar. –
ao terminar de falar, percebi a maneira estúpida que apresentei o bebê.
- Ah não seja medroso, eu sei muito bem cuidar de uma criança, não está vendo?
Tenho cinco.
- Só vejo três. – digo olhando a sua barriga, percebendo o volume e balançando a
cabeça para diminuir o tom de grosseria – ah, estão para vir. – Finalizei com um
sorriso.
- Exatamente! todos saudáveis graças a Rowena e meus genes fortes – disse ela
afirmando com a cabeça e indo até a minha criança, desdobrando os lenços que
estavam por cima de sua face e vendo o bebê – minha nossa! – seu sorriso some
sem explicação – não é seu?
- Como é? – perguntei a ela como se ele realmente fosse meu, mas quis saber qual a
razão para ela conseguir identificar isso tão precisamente.
- Digo! não fique bravo, é que a criança não tem um traçado rowen, até
características demais de outros povos, ficaria mais feliz se fosse parecido
conosco.... não é? eu posso repassar o contato de alguns cirurgiões estéticos.
Parei de ouvir as baboseiras para analisar a criança, e não é que ela tinha razão? A
criança facilmente era reconhecida com o físico de uma pessoa das nações do
ocidente, pelo menos posso ter uma confirmação disso... quer dizer, vou ter,
Rowena vai me dizer. Mas, por agora eu devo encerrar o assunto com essa mulher,
provavelmente ela recitará os sigilos Ewertanos de Ínico e depois a história da
criação dos Rowenianos após ver que se intrometeu onde não devia, e sinceramente
estou sem paciência para ares de conservação. Então, cobri o rosto do menino e
andei mais rápido, me infiltrando nas primeiras filas do povo, e quando consegui
voltar ao ritmo por uma curta distância de tempo, consegui ver um espécime de
sacerdote vestindo a cabeça de um elefante, parece que em algum ponto ou cidade
qual passamos ele partiu a liderar a multidão. Se vestia bem o homem na flor da
idade, seda vermelha, alto e másculo, usava botas de carneiro e uma tanga de joias
preciosas, segurava uma lança feita de madeira sangrenta batizada com ouro
branco, qual usou para parar a multidão ao bater a mesma duas vezes no chão...
quanta sincronia, deviam ter mais deles pelas pessoas, seria impossível apenas ele
conseguir parar todos assim de repente. Como apenas seguia tudo tentando imitar
fielmente a passeata, prestei atenção nos próximos passos. Meus conhecimentos
sobre esse evento de meu povo são rasos e precisos, frequentava enquanto criança
quando minha mãe se esforçava para me ver devoto como ela... sinto muito querida
mãe, talvez na próxima vida.
Comecei a sentir um arrepio subir pela coluna espinhal, quando os jardins de lótus
começaram a brilhar suas flores em tom sangrento, consegui ver a transformação
nítida pois estava do lado de um dos córregos do jardim, e uma das plantas
semiaquáticas passava por mim naquele momento, era como ver por através de um
microscópio as células vegetais acumulando o tom vermelho escuro, e suas raízes
subindo a suas laterais brilhando em vermelho néon – qual dava a sensação de ver
um coração pulsante em forma viva passando em nossos lados, assustador. A
floresta inteira havia se calado junto as pessoas, não se ouvia mais o cântico
noturno das corujas ou ruídos de insetos, nem os milhares de instrumentos com
músicas de cunho religioso ou conversas aleatórias, o silencio reinava. No céu, as
nuvens se avermelhavam e fechavam qualquer brecha a estrelas que pudéssemos
ver ao olho nu, o grande cristal da agulha gigantesca iluminou faixas de um
vermelho fortíssimo com o auxílio da lua de Selene - que foi o único astro a não ser
ofuscado – os sons de trovão ecoando do chão eram bizarros, os raios iam do chão
a terra, para todos os lados que pude olhar, via correntes de fogo descendo dos céus
em direção a meia lua da construção. Por agora eu só havia compreendido uma
coisa – a energia de Rowena era massiva e opressora comparada a mera existência
dos demais seres, em uma fração de segundos sem a ver, já me fazia sentir
vergonha de mim mesmo por estar diante daquilo que a todo tempo me distanciei
por falta de interesse. Aquela sensação de impotência fazia o ceticismo que alguns
praticam ser um pedido de aniquilação, minha santa Mãe Rowena, essa é a sua
entrada triunfal? As correntes de fogo seguravam as meias luas ao arredor do
território da nação inteira, forçando o brilho a ir diretamente na testa da estatua da
Senhora, bem no ponto onde havia um losango esculpido em rubi, e a joia fez o seu
papel de intensificar mais ainda a luz. Vi, naquele momento, a forma de luz de
Rowena Realli, a segunda mais poderosa de todos os senhores, se materializar
humanamente de frente a sua representação de pedra feita por artistas. Meus olhos
queimaram, o calor irradiado era mais forte que as caldeiras das artes da forja, não
houve um a manter a cabeça em pé, fomos forçados a abaixar a cabeça pelas
condições do local... e aos poucos, o brilho cessou.
Lentamente, abri os olhos enquanto sentia meu umbigo queimar levemente, uma
luz vermelha estava saindo dele. Compreendia o que era, nossa senhora tentando se
comunicar com seus descendentes indiretos. Porém, o umbigo da criança não
brilhou, conseguia a ver pois a protegi a mantendo virada ao meu peito durante o
espetáculo, quando a voltei normalmente aos meus braços pude ter a visão. Bom,
ao menos isso já me tirava grandes dúvidas, mas não o preciso. Com um pouco de
medo, juntei minhas forças e me levantei para analisar a situação, e vi que todos
estavam em prantos no chão, ajoelhados. Enquanto isso, a senhora permanecia
flutuando em frente a estátua - cruzava as pernas no ar fazendo símbolos nas mãos
para trazer milhares das luzes interiores em nossos umbigos até a ela, algumas
devolvia como estava, outras mais vibrantes, e outras guardava para si... quem
julgava o que cada um merecia era ela em fração de milissegundos, sem saber
profundamente as regras que devem ser seguidas. Respirei fundo, contei até três e
juntei toda a coragem que pude antes de a chamar.
- Senhora Rowena! – gritei com a criança no colo, vendo que a mesma nem se quer
deu importância – Rowena! – novamente, repeti.
Devo manter a calma, e acreditar que ela irá me ouvir.
- Rowena! eu preciso que me ouça, você não retornou minhas orações sobre o
caso... é relevante.
A mulher nem se quer se mexeu ou saiu do seu padrão. Quanta burrice, sacrificar
o trabalho de sete dias árduos para uma deusa cabeça dura não ouvir aquilo que é
estranho aos seus semelhantes. Quis beber a água direto da fonte, mas devia ter
filtrado a do rio...
- Rowena!! – insisti mais uma vez gritando, e dessa vez por mais que senti o surgir
do efeito, nada mudou.
- Rowen! está atrapalhando o ritual! O que é de grande importância que te faz ficar
gritando a senhora nesse momento de respeito? – disse o Sacerdote que era o único
a ter reação naquele ambiente. Caminhei até ele, passando pelas pessoas de joelhos
no chão de mármore com uma certa irritabilidade. Para que adiantava tanta
admiração se o propósito da minha ida podia não ser cumprido?
- Sacerdote... me ajude por favor, é a criança, ela não é nada parecida com algo no
mundo inteiro, e olha que já vi de quase tudo...
- Primeiramente Rowen, se identifique. – falou o sacerdote, me fazendo respirar
fundo para responder.
- Me chamo Khaay, sou da família do tronco do sul, floresta vermelha, porquê quer
saber?
- Original e colossal família Laal... ainda controlam o litoral leste?
- Sacerdote, acredito que esse não seja o assunto coerente para agora, a criança...
- Concordo em partes, – sua frase me gera um olhar de indignação, mas volto a
postura para voltar ao importante. – deixe eu ver a criança – pediu, se aproximando
com os braços abertos. Obviamente impedi e hesitei para trás, não iria deixar ele
levar a criança assim de mim.
- Calma lá! Não vou te entregar a criança de mãos beijadas... você não sabe o poder
destrutivo que isso aqui tem, eu tive que comprar um bracelete de Átelos para ela
dormir tranquilamente sem fazer estrago.
- hm, interessante – disse o sacerdote prendendo o braço a altura de seu umbigo,
para dar apoio ao outro enquanto coçava a tromba de sua máscara. – Você deve
saber que magias externas não possuem poder dentro desse ritual, não é?
- Como!? – perguntei olhando diretamente para a criança, vendo seus dedinhos das
mãos e pés balançarem por debaixo dos panos que a deixava toda coberta. – então
quer dizer que desde que Rowena chegou ela não funciona mais? Que desgraça de
produto inútil!
- Parece que sua bomba relógio acordou... vai me deixar pegar a criança ou espera
que ela destroce a multidão de acordo com o que disse?
Pensei duas, três e até dez vezes. As pessoas continuavam a parecer congeladas e
sem reação a minha volta, um cenário individual com uma figura religiosa... não
haveria a possibilidade de pedir ajuda a alguém. Mas, eu vim atras de respostas,
então vou tê-las, não da maneira que gostaria, mas vou ter. Entreguei a criança na
mão do sacerdote, e ele segurou a criança como um filhote de gato, que logo se
estressou com a dor e fez o que eu já sabia que faria – tampei os meus ouvidos e
abaixei ao escutar a rajada de som que se espalhou por todos os lados, recuperando
a postura rapidamente. Algumas atitudes mal tomadas são entendíveis por muitas
das vezes o indivíduo não saber da ocorrência... mas não se passaram quinze
segundos desde que eu disse a ele.
- Sacerdote?? – perguntei por ele estando preocupado com sua negligência, e o
mesmo estava rindo da situação com alguns cortes na roupa de seda – como... –
indignado, me aproximo dele.
- Ah, essa criaturinha realmente foge das nossas compreensões, agora entendi o que
quis dizer, pelo menos eu estava virado para a senhora – Enquanto ele ditava
exatamente essas palavras, aos instantes seu sorriso sumia, o relance que olhamos
podíamos ver Rowena se redirecionando até nós – e atrai encrencas indesejadas.
A forma divina se aproximou o suficiente de nós, mantendo ainda sim uma
distancia longa. Eu torcia para que se afastasse mais, que calor insuportável do
submundo, eu prefiro me jogar a uma estrela do que ficar cinco minutos nesse
castigo. Fechei meus olhos com vontade de morrer, e me agachei para prevenir
possíveis machucados em regiões sensíveis
- O que é este ser em seus braços Hamun? – perguntou a divindade ao sacerdote,
em tom suave inclinando seu queixo para cima.
- Senhora da Realidade, saudações. Creio que o homem que nasceu dentro de sua
maternidade eterna saberá te explicar melhor do que eu.
- Mal consigo olhar para ela, imagina dialogar! – e depois que comentei, o calor
imediatamente parou de ser um problema. Escutei um barulho agudo, pude ver os
saltos modelados em rubi dentro de sua pele parda, com o deslumbre de seu vestido
vermelho em aberto chicoteando para trás, andando até a mim lentamente.
- Já pode parar de drama, filho de minha pátria. – disse a senhora, diretamente a
mim – levante-se e explique onde encontrou essa criança.
- C-certo. – fiz de acordo como ordenou, e fiquei cara a cara com aquela que
fundou minha raça, minhas palavras mal sabiam se formar ao ver a mulher julgada
pelo próprio criador como a coisa mais bela a ser criada, sua face era perfeitamente
simétrica, o corpo e as vestimentas, eu poderia pensar o dia todo em descrever a
exuberância e a magnitude desse ser em minha frente.
- Como pode ver... – diz ela, estendendo a mão a multidão que permanecia parada
– não é por mal, mas tenho coisas a fazer.
- Rowena, - retornei a fala, gaguejando um pouco – esta criança cerca de quinze
dias atrás, apareceu em meus aposentos numa cidade portuária que obviamente
deve conhecer, e desde então, possui sintomas devastadores e febres capazes de
cozinhar ovos apenas com as mãozinhas! Eu não compreendo a sua existência e
aleatoriedade, foi a apenas sete dias atras que tudo isso pode me dar uma folga,
durante a noite pelo menos. – os ouvidos de Rowena se atentaram ao que disse
sobre os sete dias... eu percebi
- Você tentou cozinhar ovos durante a febre dele? – perguntou o Sacerdote – que
coisa de esquisito. – falou após ser interrompido por Rowena.
- Continue! – disse ela, de modo ríspido.
- Venho orando a senhora, mas não obtive respostas do que fazer com ele...
infelizmente, apesar de ter pegado o contato e afinidade com essa mini criaturinha,
mantê-la comigo pode trazer caos ao meu canto ou até mesmo a própria cidade...
eu tenho o desejo de que ela tenha um crescimento adequado, num local adequado
onde ela não precise destruir tudo que estiver pela frente. Pode atender ao meu
pedido?
- Que nobre o seu desejo.
- Obrigado minha senhora... me dediquei exclusivamente esses sete últimos dias a
vir aqui, buscar sua ajuda pessoalmente, mesmo que em poucas palavras, mas
significantes.
- Eu entendi plenamente o que você quer que eu faça... e não é impossível,
acabamos de ter um nascimento na família recentemente, mais um não deve
importar, não é mesmo?
- Com certeza não! Quer dizer, acho que vocês não devem se incomodar com ele...
- Tirando o fato de ser destrutivo, não vamos – diz ela sorrindo. - Obrigado Khaay,
sem você eu nunca teria todas as minhas peças – terminou de dizer, desmanchando
o sorriso. Ela, voltando a olhar suas unhas, repetiu aqueles movimentos que
transmitiam uma luz translucida vermelha que passava como fumaça entre suas
mãos, e voaram diretamente a mim. E eu, sem saber o que era, adormeci.

————~ஜ۩۞۩ஜ~————

- Rowena! – gritou o sacerdote – o código de controlar mentes através de realidade


ilusória foi proibido pela soberana Tylertia.
- Hamun... mais de seis crianças de anomalia surreais nasceram nos últimos dias,
novos planos se despertaram e o universo está mais agitado do que deveria. Eu
sempre soube das orações desse homem, mas Riel me garantiu que ele viria até a
mim, só não me informou quando.
- Então a senhora está dizendo que as previsões do Senhor Timpthy estão
corretas?... os senhores vão –
- Os senhores são os governantes dessas terras, desse universo se lá cabe toda nossa
arrogância nele. Nada vai mudar...
- Senhora. – Concordou o homem sem opção, entregando a criança o colo de
Rowena, que sorriu enquanto a pegava. – devo dizer que afirmo seu comentário,
vocês fazem parte do ciclo natural de Ewert e além dela.
- Nós controlaremos essas crianças se for necessário, seja os filhos híbridos, o que já
nasceu senhor, esse viajante dimensional ou qualquer um que seja uma ameaça...
Por milênios estamos aqui, e continuaremos Hamun. – falou calmamente,
demonstrando sua soberania.
- Deixarei que a ilusão de minha senhoria termine o ritual, parece que tens assuntos
mais importantes a tratar.
- Obrigado pela colaboração, Hamun. Um dia será extremamente recompensado.
E em um feixe de luz vermelha que afundou o chão partido em fragmentos,
Rowena deixou o local com a criança qual já sabia da existência, um homem que
apodreceria em uma clínica psicológica, e um sacerdote vorazmente fiel as artes de
seu governo.

Você também pode gostar