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Hoje é a sua noite de sorte. Olhe para cima como você sempre faz.
Mas, dessa vez, procure por uma estrela brilhante e laranja no céu.
A lua? Uma deusa? Mas o que isso tinha a ver com a lua?
Eu queria respostas.
— Você está aí? — Gritei em meio a escuridão. — Olá! —
Girei em círculos na campina. Que tipo de jogo essa pessoa estava
jogando? Por um segundo pensei que talvez fosse Braden ou
Sebastian, e aquele pensamento causou náuseas. E se tudo isso fosse
apenas uma grande piada às minhas custas? Ou talvez fosse o cara da
outra noite. O que tentou afastar Boone de mim.
Eu meio que esperava que o garoto loiro aparecesse a
qualquer momento na minha frente e dissesse que era alguma
pegadinha, mas isso não aconteceu.
Olhei novamente para a Cão Maior, mas não sorri. Pela
primeira vez, não queria olhar para as malditas estrelas. Queria saber
quem estava fazendo isso. Queria saber onde essa pessoa estava.
Quando ela me deixou aquele bilhete. Eu tinha aproximadamente mil
perguntas e nenhuma resposta. Estava decepcionada. Então peguei
meu cobertor, agarrei a coleira de Harry e saí de lá. Admitia que
estava chateada de um jeito irracional com a pessoa misteriosa que
estava me deixando os bilhetes. Eu queria saber por quê! Como!
Como uma criança malcriada, fui pisando forte o caminho
todo de volta para casa, o que exigiu mais energia do que eu imaginei.
Estava cansada quando cheguei na mansão, por isso não reparei no
carro de polícia na entrada. Quando abri a porta e vi o xerife
Rothchild parado na antessala, parei, espantada. Estava tarde. Por que
ele estava aqui?
— Senhorita Montgomery! — Ele sorriu para mim como se
não fosse dez horas da noite e ele não estivesse dentro da minha casa.
Lhe dei um sorriso fraco.
— Oi, xerife. Aconteceu alguma coisa? — Na minha
opinião, autoridades não apareciam para chamados tarde da noite a
menos que houvesse algo de errado. E eu não vi nada alarmante.
Os saltos de Georgina batiam contra o azulejo quando ela
entrou na antessala e me deu um sorriso meigo demais em meio ao
seu batom vermelho.
— De forma alguma, Livingston. O xerife só deu uma
passada para tratar de negócios comigo. Você sabe que estou
planejando uma campanha de arrecadação de fundos para o
departamento de polícia.
Ela estava com a aparência muito boa para dez da noite.
Seu cabelo loiro oxigenado estava perfeitamente arrumado, e sua
maquiagem, sem defeitos. O vestido tubinho preto não tinha um
amassado que pudesse ser visto.
E eu não dava a mínima para o que ela fazia ou deixava de
fazer em seu tempo livre, especialmente com relação ao departamento
de polícia. Droga, eu nem entendia por que o departamento precisava
arrecadar fundos. O xerife Rothchild era cheio da grana. Todos daqui
eram.
Olhei de volta para o xerife e ele me deu uma piscadela e
um sorriso que me fez lembrar muito de Braden. Isso não deveria me
surpreender já que o xerife Rothchild era pai dele. Eles se pareciam
muito e algumas de suas feições eram tão idênticas que assustavam,
principalmente porque Braden, até onde eu sabia, só ficava com ele
nos finais de semana. Seus pais estavam divorciados há mais tempo
do que eu estava na ilha.
O xerife olhou para mim e para Harry. O cobertor embaixo
do meu braço chamou sua atenção.
— Esteve na rua até tarde em dia de semana. — Seu tom
era ao mesmo tempo acusatório e questionador, mas não dei
confiança. Não era da sua conta o que eu fazia, por isso, apenas sorri.
— Está muito tarde, — Georgina acrescentou. — Espero
que não tenha perdido as aulas desta tarde.
— Não, senhora, — respondi enquanto tirava Harry da
coleira.
Afastando o cabelo dos ombros, ela assentiu.
— Boa garota. Irei acompanhar o xerife até a porta.
Revirei os olhos. Aquela mulher não se importava com o
que eu fazia desde que eu fizesse as coisas que ela queria. Ela não
ligava até que horas eu ficava na rua ou com quem eu saía. Nem eu
ligava. Ou para onde eu ia, contanto que não faltasse às aulas ou
eventos sociais que ela queria que eu fosse. Ela era um ótimo
exemplo de mãe.
— Boa noite, Livingston, — o xerife disse sobre os ombros
enquanto eu seguia para a escada.
Dei um rápido aceno e disparei pelos degraus em direção ao
meu quarto com minha mão já dentro do bolso.
Tirei os bilhetes e os desdobrei, segurando-os em minhas
mãos. Por mais que eu ainda estivesse com raiva da pessoa
misteriosa, jamais esquecerei o que ela me fazia sentir. Ela me
deixava frustrada. Mais do que isso, me assustava. E não pelo fato de
que havia um desconhecido aleatório me deixando bilhetes em uma
garrafa na campina. Isso deveria ter me apavorado, mas não
apavorou, porque a minha vida nesta ilha me amedrontava mais. Não,
aqueles bilhetes pareciam um monte de sonhos em um papel. Mesmo
que fossem apenas direções de para onde olhar no céu para ver a
magia das estrelas. Eles pareciam ser mais. Como se meu pai, quem
havia me dito para olhar para cima, os tivesse deixado lá para eu
encontrar. Sabia que não era esse o caso. Então, só conseguia
acreditar que ele tinha enviado alguém. Alguém que me faria passar
por tudo isso. Alguém que me deu algo tão assustador que fazia
minhas mãos tremerem em volta dos papéis.
Esperança.
ADAM
Liv: Me liga.
Continua…
Amie Knight é uma leitora desde que se lembra e uma
amante de romances desde que pôde colocar as mãos nos livros de
sua mãe. Uma esposa e uma mãe dedicada, com muito amor por
música e maquiagem, ela nunca será vista saindo de casa sem suas
sobrancelhas e os cílios feitos.
Quando não está lendo e escrevendo, você pode encontrá-la
cantando no carro com seus filhos ao som de R&B, country e outras
músicas dos anos 90.
Amie se inspira em sua infância em Columbia, Carolina do
Sul, e não consegue se imaginar morando em outro lugar que não seja
no sul.
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