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PERIGOSAS NACIONAIS

Um Quarterback para
chamar de Meu

College Dreams 3

Suzie Watson

PERIGOSAS ACHERON
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PERIGOSAS NACIONAIS

Um Quarterback para chamar de Meu


― College Dreams 3

Suzie Watson

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

1ª edição

São Paulo
Edição do autor
2019

PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS

Copyright © 2019 Suzie Watson


Todos os direitos reservados. É proibida a distribuição ou
cópia de qualquer parte desta obra sem permissão escrita da
autora sob pena de ações criminais e civis.

Edição: 1ª
Revisão: Suzie Watson
Capa: Suzie Watson

Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as pessoas.


Nomes, personagens e acontecimentos descritos são produto
da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes,
datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

Esta obra foi escrita e revisada de acordo com a Nova


Ortografia da Língua Portuguesa. O autor e o revisor
entendem que a obra deve estar na norma culta, mas o estilo
de escrita coloquial foi mantido para aproximar o leitor dos
tempos atuais.

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Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Agradecimentos
Leia também

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Capítulo 1

Kathryn lavou o rosto com água fria e

respirou fundo, se preparando para as próximas


atividades de sua agenda. As aulas do dia haviam
acabado, mas ela ainda tinha treino com as líderes
de torcida à tarde e depois reunião da comissão
organizadora do baile de fim de ano da

Universidade.
Ser popular tinha um preço e Kathryn sabia
disso quando entrou na faculdade para cursar
Literatura Inglesa, disposta a repetir no meio
universitário o sucesso social que havia

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conquistado no meio escolar. Todos os dias, ela

sempre tinha diversas atividades que requeriam sua


atenção e muitas vezes se perguntava como
conseguia aguentar toda a pressão a que era

submetida. A resposta sempre fazia seus olhos


brilharem e sem demora ela pegou o pequeno
frasco que mantinha guardado em um
compartimento falso de sua mochila. Retirou um
comprimido do frasco e colocou na boca, bebendo
um pouco de água de sua garrafa em seguida,

facilitando que o comprimido fosse engolido.


Depois de um tempo, começou a sentir os
efeitos da medicação e sua mente clareou, além de
seu ânimo renovar-se e uma poderosa sensação de

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autoconfiança percorreu seu corpo todo. Ela estava

pronta para cuidar de qualquer assunto que exigisse


sua atenção e sabia que se sairia bem. Sempre se
saía bem.

Ajustou a mochila sobre os ombros e saiu do


banheiro feminino do 7° andar, que não era muito
utilizado já que aquele andar tinha poucas salas, em
sua maioria compostas por laboratórios e
criadouros de animais para as aulas de Biologia.
Mas ela gostava de usar aquele banheiro justamente

para não correr o risco de ter companhia por um


momento que fosse. Era uma espécie de refúgio
particular onde ela não precisava se preocupar com
a fachada de “dona do pedaço” que mantinha na

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frente de todos.

Desceu pelas escadas para fugir do provável


tráfego nos elevadores e enquanto fazia uma curva,
esbarrou em uma parede de músculos. Braços

fortes a seguraram impedindo-a de sair rolando


escada abaixo e Kathryn inalou profundamente o
perfume inebriante, reconhecendo seu dono
imediatamente devido à característica marcante da
fragrância: Patrick.
Ela ergueu o rosto e encarou os olhos de um

verde claro que a lembravam duas lagoas calmas.


Patrick era o novo astro do time de futebol da
Universidade. Ele assumiu o posto de quarterback
quando Carter foi preso após um escandaloso

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julgamento onde ele recebeu uma série de

acusações de tentativas e consumações de estupro.


Kathryn se lembrava de ter se esquivado de Carter
algumas vezes e sabia que tinha tido sorte por ter

conseguido se livrar dele sem problemas, diferente


de muitas das garotas que foram vítimas dele.
A saída de Carter deixou o time desfalcado e
de repente Patrick, que sempre havia ficado no
banco durante os jogos e passava despercebido pela
maioria das pessoas na Universidade, estava sob os

holofotes e foi alçado ao posto de novo astro do


time. Claro que a partir disso ele também começou
a chamar a atenção do mulheril, principalmente das
líderes de torcida que estavam presentes em todos

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os jogos, mas Kathryn sempre havia notado sua

presença, mesmo quando ele ainda fazia parte dos


anônimos da faculdade, embora jamais fosse
admitir isso para suas amigas, ela tinha uma

reputação a zelar.
No entanto, agora que ele havia se tornado
uma figura social de destaque, Kathryn se sentia
encabulada em sua presença, sem saber como se
portar ou o que dizer, como agora em que apenas o
encarava sabendo que devia ao menos agradecer

por ele ter evitado que ela rolasse escadas abaixo,


mas se via incapaz de articular uma palavra que
fosse.
― Tudo bem? ― Patrick questiona com voz

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suave, fazendo com que faíscas elétricas percorram

o corpo de Kathryn.
― Sim, obrigada ― conseguiu dizer sem
gaguejar após engolir em seco.

― Tome cuidado... ― ele alerta enquanto a


solta devagar e sobe o degrau, olhando-a. ― A
gente se vê por aí, Kath ― diz antes de se virar e
subir a escada, deixando-a sozinha, sorrindo feito
uma boba por ele ter usado um diminutivo de seu
nome para se referir a ela, algo que não permitia

que ninguém que não fosse de sua família fizesse.


Ainda sorrindo e com mais ânimo do que
antes, Kathryn desce as escadas e segue para o
campo de futebol, onde ocorrerá o treino das líderes

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de torcida, pensando que precisava se preparar para

a temporada de jogos, afinal, havia mais de um


motivo para ela torcer com afinco pelo time da
Universidade.

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Capítulo 2

Patrick se dirigia ao laboratório onde haveria

a aula do Prof. Callaghan naquela tarde quando


esbarrou com Kathryn nas escadas. Depois de
finalmente receber uma chance no time de futebol,
a vida dele nunca mais foi a mesma na
Universidade, por onde passava havia pessoas

querendo conversar ou tirar fotos com o novo


“astro” do time. Ele estava feliz com a repercussão,
é claro, mas ainda pretendia se formar e para isso
precisava comparecer às aulas quando não estava
em campo treinando ou jogando, o que se tornava

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uma tarefa hercúlea quando ele tentava usar os

elevadores, por isso, sempre que tinha tempo


preferia usar as escadas.
Ficou surpreso mais uma vez com a beleza

de Kathryn. De longos cabelos lisos e castanhos,


ela não era uma garota tão alta e magra como a
maioria das garotas que compunham a equipe das
líderes de torcida, mas sua beleza e simpatia a
faziam se sobressair em meio ao grupo. Seus olhos
tão escuros quanto a cor de seus cabelos, eram

inteligentes e exalavam confiança. Onde quer que


ela estivesse os olhares de todos se voltavam para
ela, como que atraídos por um ímã invisível e não
era diferente com ele, que sempre a observara à

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distância desde que começara a estudar naquela

Universidade.
Patrick sabia que não tinha uma chance com
alguém como ela enquanto era invisível, mas achou

que ao se destacar no time de futebol e ganhar um


pouco de popularidade, poderia se aproximar, mas
sua notoriedade parecia ter surtido o efeito
contrário, já que ela parecia desconfortável em sua
presença, quase sempre fugindo dele após trocarem
pouquíssimas palavras. Porém, ele não se ressentia

dessa atitude, já que ela não demonstrava


desagrado nem o ignorava, apenas dava um jeito de
se distanciar, o que só despertava mais sua
curiosidade sobre ela e aumentava seu desejo de

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aproximar.

No entanto, ele tinha uma aula difícil pela


frente e as reflexões sobre como poderia se
aproximar de Kathryn, teriam que esperar, então

após ter certeza de que ela não cairia pelas escadas,


seguiu para o próximo período de aula.
Entrou no laboratório aliviado por constatar
que o professor ainda não havia chegado e se
encaminhou para a bancada onde estava o quarteto
mais diferente que ele conhecia: os misteriosos

Christian e Violet, e os cdf’s Steve e Haley. Patrick


trabalhava como entregador de pizza nas noites de
sábado e de tanto entregar pizza na casa de
Christian, acabou se tornando amigo do garoto com

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fama de bad boy, mas que no fundo parecia ser um

cara tranquilo, que sempre o convidava para uma


partida de videogame quando ele tinha uma folga.
Com o passar do tempo, ele se enturmou com todos

eles e agora sempre faziam trabalhos de grupo


juntos.
― E aí, cara? ― cumprimenta Christian após
sentar-se no banco ao seu lado, na ponta da
bancada onde sempre se sentavam, ao fundo do
laboratório.

― Tá tudo bem? Parece cansado ― Christian


observa com uma sobrancelha erguida.
― Subi de escadas, de novo ― Patrick
responde enquanto retira o material que vai usar de

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dentro da mochila.

― É o preço da fama, meu caro! Você agora


é um astro, embora Steve e eu tenhamos chegado à
conclusão de que parte do seu sucesso se deve a

nós ― Christian lhe diz com um sorriso


escancarado, algo raro de se ver.
― Isso mesmo, se não fossem todas aquelas
partidas ridículas que você disputou conosco no
videogame, não saberia metade do que sabe agora
sobre futebol ― Steve completa levando uma mão

à boca para sufocar o riso.


― Idiotas! ― Patrick responde revirando os
olhos e acaba acompanhando o riso dos amigos.
Eles adoravam pegar no seu pé por conta de

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seu novo status social, já que eles faziam parte da

turma que ficava à margem da sociedade


universitária. Patrick não se importava com isso de
ser popular, mas sabia que fazia parte de sua

posição como o novo quarterback do time, era algo


estabelecido culturalmente embora ele não
entendesse o motivo. O futebol se tratava apenas de
um jogo, que ele amava sim, caso contrário não se
dedicaria a ele desde criança, mas que encarava
como um meio de garantir seu diploma ao final da

graduação, algo que ele queria mais do que apenas


ser reconhecido como um bom jogador. Se ele se
divertia no processo, era um bônus maravilhoso,
mas Patrick era muito pé no chão e levava a sério

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os estudos, sendo esse um dos motivos pelos quais

se dava tão bem com o quarteto de amigos a seu


lado. Ele se sentia sortudo por poder fazer as duas
coisas que mais lhe davam prazer: estudar e jogar

futebol. E continuaria assim até completar esse


ciclo em sua vida.

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Capítulo 3

No final do dia, Kathryn foi para casa

esgotada. Ao estacionar seu carro na garagem que


acolhia outros três carros, sentiu o habitual
desânimo abatê-la. Ali, junto à família, ela sentia
toda sua força esvair lentamente. Kathryn sabia que
todas as famílias tinham seus problemas, mas não

conseguia evitar o sentimento de autopiedade que a


abatia quando estava em casa. Ficar longe daquele
ambiente tóxico era sua maior motivação para se
envolver em tantas atividades extracurriculares na
Universidade. Era a forma que ela encontrara de

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fugir da farsa que todos ali representavam

diariamente.
Respirando fundo, pegou sua mochila em
cima do banco do passageiro e saiu do carro,

travando-o antes de seguir até a porta que dava para


a sala de sua casa, decorada com requinte, os itens
sendo escolhidos a dedo por sua mãe. Não havia
ninguém ali e Kathryn aproveitou para subir direto
para seu quarto pelas escadas que levavam ao
segundo andar da residência.

Ao passar pela porta, jogou a mochila em


cima da cadeira à frente de sua escrivaninha, deitou
na cama e descalçou os tênis, permitindo que suas
pernas até os dedos dos pés relaxassem. Ela

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adorava os treinos das líderes de torcida, mas

geralmente eles deixavam seus pés um caco devido


à força necessária para manter o bom acabamento
dos movimentos coreográficos. No entanto, a

recompensa pelo seu esforço valia totalmente a


pena, já que ela era a menina dos olhos de sua
técnica, sendo quase que invariavelmente escolhida
como principal destaque do grupo nas
coreografias.
Depois de um breve período de descanso,

tomou um banho relaxante e trocou de roupa para a


hora do jantar, seu pai fazia questão da presença de
todos durante a refeição, independente da hora que
ele chegava do trabalho.

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Ao chegar à sala de jantar, viu que todos os

assentos já estavam ocupados, exceto o seu e do


pai, que pelo visto ainda não havia chegado.
Sentou-se em seu lugar e a familiar sensação de que

era invisível naquela casa a assolou, pois ninguém


ali se dignou a lhe lançar um olhar sequer enquanto
se acomodava. Kathryn se recriminava
internamente, alegando que já devia estar
acostumada, mas não era tão simples.
Como a filha do meio em uma família com

cinco filhas, ela sabia que a chance de receber


qualquer atenção era pequena. A exceção desse
panorama era sua avó, Katherine, cujo nome
inspirou o seu. A vovó Katherine costumava mimá-

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la, sempre lhe dando algum presente, doce ou

dinheiro, além de muito carinho, mas isso havia


sido há muito tempo, antes que a mente de sua avó
pregasse uma peça nela e em todos a seu redor.

Com o diagnóstico de Alzheimer veio um declínio


rápido demais e que tirou de Kathryn a única
pessoa na casa que realmente parecia se importar
com ela.
Olhando para a avó agora, ela mal lembrava
a senhora distinta que até há algum tempo

comandava com um misto de doçura e firmeza, a


família Bennett e seu conglomerado de laboratórios
farmacêuticos responsáveis por mais de 50% dos
medicamentos vendidos em todos os estados

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americanos, dentre eles uma nova droga

experimental para o tratamento de Alzheimer cuja


primeira cobaia de teste humano era a própria
Katherine.

Ainda não haviam observado uma melhora


significativa no estado cognitivo de Katherine, mas
Kathryn descobriu um uso diferente para o mesmo
medicamento. No início das aulas, ela fez uma
pesquisa intensa na internet sobre medicamentos
que melhoravam o estado de atenção e como não

queria se tornar uma viciada em metanfetaminas,


buscou por outros tipos de substâncias.
Um artigo sobre o tratamento do Alzheimer
lhe chamou a atenção, pois comparava os efeitos da

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medicação entre portadores da doença e pessoas

saudáveis. Em pessoas saudáveis, a substância


parecia turbinar o cérebro e intensificar a atenção,
concentração e memória. Tendo em casa uma fonte

certa para conseguir tais medicamentos, Kathryn


começou a pegar dos frascos de sua avó um
comprimido aqui e outro ali escondido. Ela se
sentia culpada, claro, mas o efeito da medicação em
seu sistema era algo bom demais para ser ignorado.
Kathryn sabia que a longo prazo poderia

haver efeitos colaterais, mas confiava em si mesma


para não abusar da sorte e acabar sofrendo com
eles. Era sempre muito cuidadosa sobre isso e
controlava bem o uso dos comprimidos, para não só

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não levantar suspeitas, mas também para se

proteger de uma possível intoxicação.


A chegada de seu pai a tirou de seus
devaneios sobre Alzheimer, concentração e

medicamentos e Kathryn se preparou mentalmente


para mais uma noite do teatro dos Bennett.

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Capítulo 4

Patrick encarou o bloqueio à sua frente e

respirou fundo. Olhou para o técnico Taylor à beira


do campo que lhe fez um sinal para a última jogada
que teriam que pôr em prática e que poderia
garantir a vitória do time e deu um leve aceno de
cabeça, confirmando que havia entendido o

comando.
Quando o juiz autorizou a jogada, olhou para
Charles indicando que era a vez dele e segurou a
bola nas mãos enquanto o companheiro de time
corria em direção ao fundo do campo adversário.

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Uma massa de homens que poderia assustar

qualquer um correu em direção a Patrick e seus


companheiros no mesmo instante em que o
quarterback lançou a bola em direção a Charles.

Atingido por uma parede de músculos,


Patrick foi ao chão e sentiu o ar sumindo de seus
pulmões por um momento ao ter seu corpo coberto
pelo peso de outros jogadores, até que ouviu o apito
do juiz indicando o término da partida e em seguida
uma explosão de gritos de todos os lados. Aos

poucos sentiu o peso acima de si ser aliviado e por


fim, dois braços se estenderam em sua direção,
ajudando-o a levantar para confirmar que Charles

havia feito um touchdown[1], garantindo a vitória

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para eles.

Patrick deixou-se ser levado pelos amigos


que o colocaram sobre os ombros e caminharam em
direção à lateral do campo que o time ocupara

durante a partida e onde também se encontravam as


líderes de torcida, que faziam coro à torcida na
arquibancada, gritando e aplaudindo o time,
especialmente o quarterback.
Do alto de onde se encontrava, Patrick focou
em Kathryn, que se voltou em sua direção como

que atraída por seu olhar. Por um instante foi como


se um cabo invisível conectasse os dois e uma
corrente elétrica os percorreu de forma intensa,
cada um onde se encontrava e sem saber que aquele

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súbito estremecimento também havia sido sentido

pelo outro. O contato visual teve de ser quebrado


quando os carregadores de Patrick o levaram em
outra direção para continuarem a comemoração

junto à torcida, mas eles ainda podiam sentir aquela


eletricidade percorrendo seus corpos de uma
maneira totalmente diferente do que já haviam
sentido antes.

Após o jogo, Charles convidou o time e as


líderes de torcida para uma festinha em sua casa,
que ficava na região mais nobre da cidade. Seus

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pais vinham ambos de famílias tradicionais do

ramo do petróleo e viviam perambulando pelo


mundo em viagens que tinham como objetivo
ampliar os negócios. Para Charles e seu irmão

gêmeo Chase, essa questão era um mistério, afinal


pelo que sabiam, a família deles tinha dinheiro mais
do que suficiente para sustentar várias gerações que
ainda estavam por vir, o que não os impedia de
desfrutar e bastante da grana da família.
Como se encontravam donos da casa mais

uma vez, não viram problema algum em mais uma


festinha com a turma da faculdade e logo a área da
piscina já se encontrava ocupada por jovens
eufóricos em busca de extravasar a alegria de mais

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uma vitória do time. O ar foi preenchido por uma

batida eletrônica empolgante que estimulou a maior


parte dos presentes a dançar improvisando uma
pista ao redor da piscina, que não demorou a ser

invadida por alguns mais ousados que não se


importaram em mergulhar de roupa.
Kathryn observava esse cenário à distância,
sentada nos degraus da varanda da casa grande, que
se encontrava às escuras, permitindo que a área da
piscina ficasse em evidência sob a luz dos holofotes

do jardim. Normalmente ela estaria ali em meio à


turma dançando e curtindo a festa, mas naquele
momento não se sentia muito disposta a isso,
preferia apenas olhar seus amigos se divertindo.

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Sua visão periférica notou um movimento à sua

direita e quando se virou naquela direção, viu


Patrick caminhando pela varanda. Ele parecia não
ter notado sua presença ainda e ela agradeceu pela

escuridão que camuflava sua posição, mas seu


alívio durou pouco.
Patrick a viu e caminhou lentamente em sua
direção. Ele havia trocado o uniforme do jogo por
um agasalho e parecia mancar um pouco, talvez
tenha levado uma pancada mais forte durante o

jogo, o que não era incomum. O futebol americano


era um esporte de contato e alta intensidade, muitos
dos jogadores saíam das partidas com hematomas e
machucados, alguns até sérios e que pediam

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cuidados médicos, mas não parecia ser o caso de

Patrick, já que se encontrava ali na festa.


Ele sorriu para Kathryn e ousadamente
sentou-se a seu lado. A proximidade fez com que

ela sentisse calor emanando do corpo dele para o


seu e de forma inexplicável Kathryn sentiu um
pouco de paz chegar e se instalar em seu interior
com a companhia de Patrick e por isso foi capaz de
retribuir o sorriso que ele lhe deu.
― Você está bem? ― Patrick pergunta

olhando-a atentamente.
― Sim, obrigada ― Kathryn responde
tranquila. ― E você? Percebi que está mancando.
― Ossos do ofício. ― Patrick dá de ombros

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como se não fosse nada de mais. ― Mas estou

bem, obrigada por perguntar.


― Ser quarterback deve ter suas
desvantagens ― Kathryn diz em um tom

brincalhão, o que surpreende a si própria por ficar


tão à vontade na presença dele depois de tanto
tempo sentindo-se incapaz de falar algo razoável
quando se esbarravam, e Patrick ri.
― Com certeza, mas as vantagens superam e
muito essa lista ― ele comenta de um jeito intenso

que faz o interior de Kathryn se contorcer.


― Por exemplo? ― ela ousa perguntar,
mesmo intuindo que a resposta poderia mudar a
dinâmica entre eles.

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― Ficar mais perto de você ― Patrick

responde de um jeito direto que faz com que a


respiração de Kathryn se altere, roubando-lhe o
fôlego.

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Capítulo 5

― E por que você iria querer isso? ―

Kathryn indaga após um momento de silêncio que


pareceu uma eternidade a Patrick.
― Essa é uma resposta complicada ― ele
fala com sinceridade, pois no fundo nunca refletiu
muito sobre os motivos pelos quais se sentia atraído

por ela. ― Mas a verdade é que eu sempre quis me


aproximar de você, só não sabia como ― admite.
Agora que havia começado, iria até o fim e seria
honesto com Kathryn.
Kathryn desviou o olhar de Patrick

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encabulada. Sentia-se imensamente lisonjeada e ao

mesmo tempo apavorada por saber que a atração


que sentia por ele era correspondida, mas não sabia
como reagir diante da confissão dele.

― Eu vou entender se você quiser que eu vá


embora... ― Kathryn ouviu a voz desanimada de
Patrick e virou em sua direção, surpresa.
― Não, não, não... ― ela diz rapidamente e
reflete um pouco antes de continuar. ― Não precisa
ir embora. Eu só... Estava pensando... ― Kathryn

engole em seco, sem conseguir colocar em palavras


o que estava sentindo.
Patrick abriu um meio sorriso ao ver o olhar
de Kathryn fixo em sua boca e lentamente se

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aproximou, avaliando a reação dela, pronto para

afastar-se a qualquer indicação de repúdio por parte


de Kathryn. No entanto, ela não se moveu,
permaneceu hipnotizada olhando fixamente para

ele até sentir o hálito quente sobre sua pele, então


fechou os olhos e aguardou que Patrick
ultrapassasse os últimos centímetros de distância
entre eles, sendo agraciada com o roçar suave dos
lábios dele nos seus.
Percebendo a aceitação por parte dela,

Patrick levou uma mão por trás de Kathryn,


acariciando suas costas por cima da malha macia da
blusa até chegar à nuca, onde encaixou os dedos na
curva de seu pescoço por baixo dos cabelos presos

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em um rabo de cavalo, enquanto a outra mão

seguiu até o rosto dela, acariciando sua mandíbula


ao mesmo tempo em que aumentou a pressão em
seus lábios.

Kathryn sentiu um arrepio intenso percorrer


seu corpo com o toque das mãos de Patrick. Cedeu
passagem para a língua dele, entreabrindo os lábios
e saboreando o seu sabor que a deixou embriagada,
tudo ao seu redor desaparecendo naquele instante.
Eles passaram um longo tempo

experimentando os lábios um do outro até que


pouco a pouco diminuíram o ritmo do beijo e
finalizaram da mesma forma que começaram, com
um leve roçar entre os lábios.

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Ao abrir os olhos, Kathryn finalmente deu-se

conta do que havia acontecido entre eles e suspirou


quando Patrick beijou-lhe a testa, um carinho
inesperado para ela e que muito a agradou, assim

como o movimento que Patrick fez, envolvendo seu


corpo com o braço e trazendo-a para junto dele.
Permaneceram em silêncio, cada um com
seus pensamentos sobre o beijo que haviam
acabado de trocar, memorizando o sabor que
haviam sentido. Em sincronia, voltaram-se um para

o outro e sorriram, as palavras se recusando a


surgir, porém o entendimento entre eles as tornava
desnecessárias, fato comprovado quando Patrick se
levantou segurando a mão de Kathryn e ela o

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acompanhou, ignorando completamente a festa que

se desenrolava sem hora para acabar, ambos


caminhando pelo caminho que ele havia feito para
chegar até ali.

Do lado de fora da casa, Patrick parou diante


de uma moto, sua companheira desde que havia
completado dezesseis anos e ganhara o valor para
pagar a habilitação de presente dos pais. Ele
comprou a moto com o dinheiro que juntou durante
anos fazendo pequenos trabalhos pela vizinhança,

como entregar jornais, aparar gramados ou carregar


sacolas das avós dos amigos quando elas iam ao
supermercado. Patrick se orgulhava de ser alguém
que não tinha preguiça de ir atrás das oportunidades

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para melhorar a sua vida e de sua família.

Ele cedeu seu capacete para Kathryn e


ajudou-a a subir na moto, puxando as mãos dela
com firmeza para envolverem sua cintura. Quando

sentiu que o corpo dela se acomodou ao seu, deu a


partida na moto e saiu pelas ruas do bairro
residencial mais próspero da cidade, passando
direto pela residência de Kathryn, que não
questionou onde ele a levava, só queria fugir
daquele ambiente que a oprimia com Patrick.

Patrick levou Kathryn a um de seus lugares

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favoritos na cidade. Estacionou em frente a um bar

cuja maior parte da estrutura ficava a céu aberto,


iluminado por pequenas lâmpadas presas a uma
rede de fios que envolvia toda a estrutura, inclusive

o pequeno palco onde uma dupla se apresentava


naquela noite, o homem dedilhando o violão com
maestria enquanto a voz grave e rouca da mulher
emitia notas que combinavam perfeitamente com a
melodia, como se fossem uma entidade só.
Kathryn desceu da moto e sorriu ao devolver

o capacete a Patrick, encantada com o local ao qual


nunca tinha ido. Seguiram juntos até uma mesa
mais afastada e sentaram-se lado a lado de forma
que podiam continuar vendo a apresentação do

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casal.

― Eu nunca estive aqui ― Kathryn admite e


dá um sorriso triste na direção de Patrick que a
encarava atento. ― Nem em nenhum lugar

parecido com esse.


― Eu adoro esse lugar. ― Patrick, como se
estivesse acostumado a fazer isso com recorrência,
segurou a mão de Kathryn por sobre a mesa e levou
aos lábios depositando um beijo nos dedos, gesto
que causou um reboliço no interior dela. ― A

comida é simples, mas as pessoas são fantásticas e


o casal que está se apresentando, Tom e Kim, são
os melhores músicos que já vi. ― Kathryn
observava Patrick falando sobre o lugar, admirada

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com o brilho nos olhos dele que confirmava seu

apreço pelo local e pelas pessoas que faziam parte


dele, enquanto ele mantinha sua mão segura na
dele, os dedos acariciando-a no ritmo da música

que cortava o ar.


A conversa foi interrompida por uma senhora
simpática que cumprimentou Patrick com carinho,
que ele retribuiu prontamente. Ele disse a ela para
lhes trazer dois especiais da casa, fazendo mistério
para Kathryn sobre o que consistia esse especial,

deixando-a ansiosa com a expectativa pelo que


experimentaria.
Assim que a mulher se afastou, Patrick
aproximou o rosto do de Kathryn, os olhos

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demonstrando um misto de determinação e ternura,

e arrebatou-lhe outro beijo que a fez esquecer de


onde estava, fazendo seu corpo ansiar por mais do
toque dele.

Com um beijo, Patrick havia derrubado a


barreira que ela havia erguido em torno de si para
se proteger dos sentimentos confusos que ela tinha
por ele, mas naquele momento, tudo o que ela
desejava era se entregar a essas sensações sem
pensar em mais nada, somente sentir.

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Capítulo 6

Depois de se alimentarem com um enorme

sanduíche de pão e hambúrguer feitos


artesanalmente junto a uma porção de babatas
douradas com queijo e especiarias, Patrick puxou
Kathryn para a pista improvisada onde alguns
casais dançavam e segurando-a pela cintura,

movimentava seu corpo ao som de uma música


mais lenta.
Kathryn levou os braços ao pescoço de
Patrick, que era bem mais alto que ela, o que
permitiu que apoiasse o rosto abaixo do ombro

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dele. Ela fechou os olhos e deixou que a música

triste entoada por Kim penetrasse em seu íntimo,


levando-a para um lugar que ela pouco acessava,
onde se permitia ser só a Kath, uma garota comum

que não precisava se esforçar tanto para ser digna


aos olhos de ninguém.

“Take your makeup off (Tire sua


maquiagem)
Let your hair down, take a breath (Deixe seu

cabelo solto, respire fundo)


Look into the mirror at yourself (Olhe pro
espelho para si mesma)
Don't you like you? (Você não gosta de

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você?)

'Cause I like you” ( Porque eu gosto de

você)[2]

Ela ouviu Patrick sussurrar a letra da música


em seu ouvido, enquanto a apertava mais junto a
ele e fechou os olhos com mais força tentando
controlar as lágrimas teimosas que encheram seus
olhos, permitindo sentir-se segura nos braços dele.

Segura de que ele a compreenderia como era de


verdade.

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Quando pararam em frente à casa de

Kathryn, ela voltou a sentir uma pontada de


tristeza. A noite perfeita que tinha tido com Patrick
estava prestes a terminar e ela teria que voltar a sua

casa fria e vazia, embora estivesse cheia de


pessoas. Um paradoxo como ela gostava de pensar.
― Obrigada pela noite... Foi perfeita ― diz
ao entregar o capacete a Patrick.
― Acho que eu é que tenho que agradecer ―
ele responde com um sorriso encabulado.

O jeito dele a fascinava, era um misto de


determinação, garra e um pouco de timidez que o
tornavam único e ela sabia que era verdade. Após
tantas horas de conversa em que ele contou boa

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parte de sua luta diária junto à família e os desejos

de ser mais que um atleta, Kathryn sabia que ele


não era como ninguém que ela conhecia.
― Por quê? ― A curiosidade vence sua

vaidade como estava acontecendo desde o início da


noite.
― Por você ser como eu esperava ― a
resposta direta a desarma e ela sente a garganta
seca de repente.
― E o que isso significa exatamente? ―

Kathryn mal conseguia ficar quieta enquanto


esperava a resposta, trocando o peso de uma perna
para outra repetidamente.
― Você vai descobrir... Um dia. ― Patrick

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dá-lhe uma piscada marota e sorri de um jeito

irresistível, como se estivesse escondendo um


segredo dela. Kathryn acaba por rir também.
― Sabe que isso é tortura, não sabe?

― Que jeito melhor eu garantiria sua


atenção? ― A sinceridade dele era desconcertante e
ao mesmo tempo um estímulo poderoso que fez
Kathryn aproximar-se, encostando seu corpo ao
dele, suas pernas mal cobertas pela saia do
uniforme das líderes de torcida em contato com a

perna dele coberta pelo moletom do agasalho.


Apoiando as mãos nos ombros dele, Kathryn
deu-lhe um breve beijo no canto da boca e
sussurrou:

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― Você já tem minha atenção. ― Ela olha

com firmeza nos olhos dele para mostrar que estava


falando sério. ― Nos vemos segunda na
Universidade ― despede-se e se afasta em direção

à porta da casa, o coração batendo com força contra


suas costelas devido à ousadia, mas ela não se
arrependia, não queria e não ia se afastar de Patrick.

Na manhã seguinte, Patrick acordou sentindo


o corpo ainda dolorido, mas ao menos não
precisaria trabalhar naquele dia e poderia se
recuperar. Desde que entrara para o time, fizera um

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acordo no trabalho para tirar o final de semana de

folga quando tinha jogos que geralmente


aconteciam nas sextas à noite, infelizmente isso o
obrigava a trabalhar em todos os outros finais de

semana, deixando-o com pouco tempo livre, mas


ele não se importava tanto, precisava de um
trabalho que não interferisse em seus estudos ou
nos treinos, afinal precisava da bolsa que o esporte
proporcionava e só o fato de não ter que arcar com
mensalidades na Universidade, já aliviava e muito

as despesas da família, mas também precisava de


dinheiro para o material da faculdade e para a
manutenção de sua moto.
Esticou braços e pernas, alongando-os e

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suspirou satisfeito ao sentir o corpo relaxar um

pouco. Ao virar-se na cama, sentiu uma suave e


familiar fragrância chegar a suas narinas, vinha da
blusa que usara na noite anterior, que absorvera o

perfume de Kathryn. Foi inevitável sorrir ao


lembrar-se dela e de como as coisas se
desenrolaram entre eles, o entendimento que
dispensava palavras, a forma como os corpos se
atraíam um para o outro sem pressão de nenhuma
das partes. Mesmo agora ele podia sentir correntes

elétricas disparando por seu corpo somente com a


lembrança dos beijos que trocaram.
Patrick não quisera forçar a barra e
pressioná-la para que avançassem para o sexo,

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embora quisesse muito tê-la, mas ele intuía que

Kathryn não era como as garotas que se ofereciam


para ele aos fins dos jogos, sempre predispostas a
irem imediatamente para sua cama. Kathryn era

alguém que merecia ser conquistada e ele estava


mais do que disposto a isso.

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Capítulo 7

Na segunda-feira, Kathryn sentiu a ansiedade

causar reviravoltas em seu estômago ao estacionar


seu carro na vaga de sempre. Passara o final de
semana todo pensando em como seria ver Patrick
pessoalmente depois dos momentos incríveis que
tiveram. A única boa lembrança daquele final de

semana horrendo em que ela teve que suportar mais


uma leva de eventos sociais beneficentes com sua
família, que não passavam de uma desculpa
hipócrita para os tradicionais ricos da região se
reunirem para beber e fechar negócios, sempre em

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busca de mais dinheiro do que jamais poderiam

gastar em vida.
Kathryn estava cada vez mais enojada com
tudo aquilo, principalmente depois da simplicidade

que vivenciara ao lado de Patrick, o contraste era


gritante e impossível de ignorar, no entanto, não
podia simplesmente virar as costas para a família e
a vida que construíra até ali. Sabia que tinha um
papel a desempenhar sendo filha de quem era, o
que não poderia impedi-la de também desfrutar da

alegria singela que vivera com Patrick.


Mas ainda não se sentia segura do que fazer
ou de como agir, seus pensamentos se misturando e
confundindo-a. Olhou para a bolsa a seu lado no

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banco do passageiro e a pegou, buscando no fundo

dela o frasco que continha a solução para ajudá-la a


clarear a mente. Pegou dois comprimidos e os
engoliu a seco mesmo, respirando fundo diversas

vezes antes de fechar a bolsa e sair do carro.


Seguiu o caminho que sempre fazia para a
primeira aula, retribuindo os cumprimentos de que
era alvo, mesmo quando não se lembrava de quem
se tratava, algo comum para alguém que carregava
a sua popularidade, afinal muita gente queria uma

pontinha do sucesso social mesmo que por tabela e


ela não se importava, ser gentil era um traço
tipicamente seu.
Ao se aproximar de sua sala, diminuiu o

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ritmo ao ver Patrick encostado ao lado da porta,

usando uma camiseta verde escura que realçava a


cor dos olhos dele, uma das mãos segurando a alça
da mochila, enquanto a outra estava no bolso da

calça jeans que caía com perfeição nas pernas dele


em uma pose despreocupada, mas altamente sexy.
Mordendo o lábio inferior, Kathryn se
aproximou devagar até estar em frente a ele, que
sorriu de um jeito que fez suas pernas vacilarem um
pouco.

― Bom dia, Kath ― ele a cumprimenta com


a voz baixa, observando cada parte de seu rosto
como se fosse algo único e especial.
― Bom dia ― ela responde, lisonjeada e ao

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mesmo tempo encabulada pela observação dele.

― Você está bem? ― Patrick pergunta, com


os olhos agora fixos nos de Kathryn.
― Eu, bem, eh... ― Kathryn desconcentra-se

com o olhar de Patrick e acaba rindo, sentindo-se


boba e inarticulada, enquanto desvia o olhar do
rosto dele. ― Bem, estou bem ― consegue dizer e
ergue novamente os olhos para mergulhar no verde
dos olhos dele.
― Que bom, posso... ― Patrick interrompe

sua fala para retribuir o cumprimento de alguém


que passava por eles. ― Desculpe, po... ― Dessa
vez é Kathryn quem tem de dar atenção a uma das
aspirantes a líder de torcida que queria tirar uma

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dúvida sobre a seleção que aconteceria em poucos

dias. Quando a garota se foi e Kathryn voltou sua


atenção para ele, disse o mais rápido que podia
antes que fossem interrompidos novamente: ―

Posso levar você para almoçar?


Kathryn abriu a boca surpresa, não esperava
por um convite tão cedo. Imaginou que iriam se ver
na escola e flertar entre uma conversa e outra,
como a maioria dos garotos costumava fazer antes
de finalmente darem o bote e levarem a garota para

a cama. Patrick mais uma vez fugia do tipo a que


ela estava acostumada e se tornava cada vez mais
interessante a seus olhos.
― Eu adoraria ― responde com firmeza.

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― Ótimo, te encontro no fim do período no

estacionamento.
― Combinado, mas não poderei demorar,
tem treino das líderes de torcida hoje. ― Kathryn

sente a testa franzindo ao recordar do compromisso


ao qual não pode faltar, embora preferisse naquele
momento passar a tarde toda na companhia de
Patrick.
― Sem problemas, o treino de futebol hoje
também é à tarde ― Patrick diz e dá um beijo no

rosto de Kathryn, bem no canto direito de sua boca,


deixando-a em seguida após complementar: ― Nos
vemos mais tarde.
O sinal do início das aulas toca e Kathryn

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entra na sala pronta para encarar a manhã de aulas,

mas aguardando com uma ansiedade boa o


momento de rever Patrick.

Mal o sinal tocou, Kathryn pegou sua


mochila e disparou pela porta, se vacilasse um
segundo sequer não conseguiria sair da sala a
tempo de encontrar Patrick para o almoço. Era

sempre assim no fim das aulas, as pessoas


requeriam sua atenção de alguma forma e ela se
doava de boa vontade, mas hoje não se encontrava
disposta a socializar, a cada minuto da manhã um

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sentimento estranho se avolumou dentro dela, uma

necessidade urgente de estar com Patrick, somente


com ele e a paz que ele lhe transmitia. Não parou
para analisar tal sensação, apenas seguiu seu

instinto que lhe direcionava para ele.


Apressada, cortou caminho o máximo que
pode para evitar os pontos com maior movimento
de alunos até chegar ao estacionamento, onde
Patrick a aguardava encostado em sua moto.
Desacelerou os passos e caminhou mais tranquila

até chegar em frente a ele que mantinha um sorriso


misterioso ao observá-la, como se soubesse algo
sobre ela que mais ninguém sabia. Era assim que
ele a fazia sentir cada vez que a olhava daquele

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jeito, com um misto de admiração, respeito, ternura

e mistério, como se ele a enxergasse de verdade.


Ao se dar conta disso, em seu íntimo torceu para
que essa sensação fosse real, não apenas um desejo

seu.
― Bem na hora. ― Patrick lhe estende um
capacete menor do que o que ela usara no outro dia
e ajuda-a a colocar adequadamente antes dele
próprio colocar o outro.
Ao se acomodar na moto atrás dele, Kathryn

aconchegou o corpo bem próximo ao de Patrick,


que sentiu mais uma vez correntes elétricas
dispararem por seu corpo ao contato com ela, algo
que o deixava em estado de alerta e ao mesmo

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tempo um tanto aéreo, um contraste que só fazia

aumentar seu sorriso.


Sentindo o vento atingir seus corpos
conforme a moto ganhava velocidade, a

aproximação entre eles produziu o calor que ambos


necessitavam e queriam sentir quando estavam
juntos.

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Capítulo 8

Os dias foram passando e uma espécie de

rotina se estabeleceu na vida de Kathryn e Patrick.


Ele a esperava na porta da sala antes das aulas
começarem, almoçavam juntos e andavam de moto
no tempo livre entre trabalhos da faculdade, treinos
e a organização do baile de fim de ano que andava

a pleno vapor ainda que faltassem alguns meses.


Ainda não haviam oficializado sua situação, mas o
relacionamento entre os dois caiu na boca dos
estudantes do campus que se dividiam entre aqueles
que torciam pelo casal que consideravam a realeza

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social daquele ambiente, aqueles que sentiam uma

pontada de inveja pela alegria que demonstravam


sempre que estavam juntos e aqueles que se
sentiam indiferentes, pois não se interessavam pela

ala popular do meio universitário.


Alheios a tudo isso, Kathryn e Patrick só
desejavam passar cada vez mais tempo juntos.
Ainda não haviam passado da troca de beijos e
algumas carícias superficiais, mas Kathryn sabia
que era uma questão de tempo, pois Patrick não

ocultava o quanto a desejava, no entanto respeitava


o tempo dela que não queria que a relação deles
fosse igual a todas as outras vezes em que esteve na
cama de um homem. Patrick era especial e ela

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queria mostrar isso a ele da forma certa, por isso

aguardou a oportunidade ideal para que pudessem


aprofundar a intimidade entre eles, um final de
semana em que haveria jogo na sexta, já que era o

único em que ele tirava folga, mas em que ela não


tivesse que comparecer a nenhum evento social
com sua família.
A oportunidade perfeita chegou no final de
semana em que aconteceria as quartas de finais do
campeonato universitário de futebol. Os pais de

Kathryn passariam o período fora em uma viagem


para comemorar o aniversário de casamento e ela e
suas irmãs teriam uma folga para fazer o que
quisessem. Determinada a não deixar a chance

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passar, Kathryn pegou a chave da casa de praia da

família, onde ela gostava de passar as férias desde


que completara dezesseis anos e tirara sua
habilitação, já que era a única que gostava de ir até

lá e podia ficar sozinha e longe de tudo que a


sufocava.
O caminho até lá era longo, mas ela contava
que Patrick não se importaria de um tour pelo
litoral para passar um tempo a sós com sua
namorada, então preparou uma mochila com

algumas coisas de que precisaria, vestiu seu


uniforme das líderes de torcida e seguiu para o
jogo, pronta para torcer pelo seu quarterback.

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Ao término da partida, Patrick correu pelo


campo em direção à lateral onde as líderes de

torcida finalizavam mais uma coreografia


comemorativa e ergueu Kathryn em seus braços,
rodopiando-a no ar antes de beijá-la com fervor.
Aquele havia sido o melhor jogo de toda sua vida e
ele só queria extravasar sua alegria junto ao seu
amuleto da sorte, como ele às vezes se referia a

Kathryn em pensamento.
Depois da comemoração no campo junto à
torcida, ele se dirigiu ao vestiário junto com seus
companheiros, onde após tomar uma ducha rápida e

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vestir o agasalho, foi chamado pelo treinador para

uma conversa a sós. Entre ansioso e eufórico ainda


pela grande vitória que obtiveram, ele seguiu o
técnico até o lado de fora do vestiário onde um

homem os aguardava.
― Patrick, esse é Josh Duran, olheiro de um
time da liga profissional. ― Surpreso, Patrick
estende a mão para cumprimentar Josh com um
aperto firme, observando atentamente o homem
com expressão séria a sua frente. ― Por questões

legais não pode ainda revelar qual time é, mas ele


viu o jogo dessa noite e bom, quer ter uma
palavrinha com você. ― O treinador Taylor dá um
sorriso de incentivo e deixa Patrick a sós com Josh.

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Naquele momento, Patrick intuiu que sua

vida estava para mudar definitivamente.

Kathryn guiava o carro com cuidado pela


estrada escura, atenta a qualquer movimento nas
sombras. O caminho até a casa de praia era sinuoso
em boa parte da estrada e mal iluminado, por isso
se mantinha em estado de alerta. A seu lado, no

banco do passageiro, Patrick lhe contava sobre a


conversa com Josh Duran, que havia convidado-o
para conhecer as instalações do time que
representava e analisar uma proposta de

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contratação já na próxima semana.

Ela se sentia muito feliz por Patrick, essa


oportunidade mostrava que ele realmente tinha
talento em campo e merecia o reconhecimento de

seu esforço e trabalho. As novidades só a deixaram


mais ansiosa pelo que estava por vir, queria muito
ter a noite perfeita com Patrick e mostrar a ele que
era importante de muitas maneiras para ela.
Quando chegaram à residência onde tinha
suas melhores lembranças da infância com a avó,

Kathryn sentiu uma espécie de melancolia lhe


abater, mas não queria estragar a noite, então após
mostrar as instalações a Patrick, disfarçadamente
foi até ao banheiro de seu quarto com a mochila e

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tratou de engolir dois comprimidos que tirou do

frasco no compartimento secreto. Sabia que os


efeitos não eram rápidos, mas só de ter engolido os
comprimidos já sentia seu corpo se acalmar e a

mente desanuviar, fazendo com que se sentisse


capaz de qualquer coisa.
Agora mais tranquila, voltou à sala onde
Patrick havia se recostado ao sofá, a cabeça apoiada
no encosto e as mãos cruzadas em seu colo lhe
davam um ar relaxado, principalmente na fraca

iluminação fornecida pelo abajur. Kathryn se


aproximou e sentou-se ao lado dele, que logo se
virou em sua direção tomando-a em seus braços. Os
lábios chocaram-se com urgência e as mãos

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buscaram o contato com a pele um do outro,

saciando a vontade que haviam refreado durante


tanto tempo.
― Você me deixa louco... ― Patrick

sussurra ao seu ouvido quando desliza os lábios de


sua boca por seu pescoço até chegar ao lóbulo que
mordiscou com delicadeza
Kathryn ofegou ao sentir uma contração
partir de seu ventre para o restante do corpo ao
perceber o quanto afetava Patrick. Queria dizer a

ele que também se sentia assim, mas não


encontrava sua voz, só conseguia emitir gemidos
que demonstravam o prazer e a agonia que estava
sentindo com o toque certeiro de Patrick em seu

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corpo.

Desacelerando, ele ajeitou-se no sofá de


forma que Kathryn ficou apoiada em seu tórax
enquanto ele se mantinha um pouco de lado. Ela

ainda usava o uniforme das líderes de torcida, um


conjunto de saia e blusa que valorizavam as curvas
dela, principalmente as pernas que ele adorava
admirar. Espalmou a mão esquerda na perna
esquerda de Kathryn e deslizou pela pele macia até
chegar ao centro de sua intimidade, movimentando

os dedos de leve por cima da calcinha.


Kathryn soltou um gemido mais agudo e
contorceu-se ao toque da mão dele. Sua respiração
já se apresentava acelerada, mas ela não estava se

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importando, queria sentir mais e mais. Patrick

deslizou a mão de seu centro por seu corpo, ainda


por cima das roupas, até encontrar a mão esquerda
dela, segurando seus dedos com firmeza.

― Confia em mim? ― ele pergunta enquanto


beija as pontas de seus dedos. Kathryn só consegue
confirmar com um aceno de cabeça.
Mesmo na penumbra ela conseguia ver o
desejo presente nos olhos dele e aguardou o que ele
faria em seguida com expectativa. Patrick segurou

o dedo médio da mão dela e direcionou a sua boca,


chupando-o com gosto, em seguida guiou a mão
dela até o centro entre suas pernas, afastando a
calcinha para ter acesso a sua intimidade, fazendo

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com que ela própria se tocasse, sentindo a maciez e

calor de sua genitália.


Kathryn achou extremamente erótica a
situação toda e seguiu o ritmo imposto por ele,

deixando que ele continuasse guiando o movimento


de sua mão até sentir seu dedo entrando no canal
úmido e quente. Ela conhecia a sensação, sabia
como proporcionar prazer a si mesma, mas era a
primeira vez que dividia esse momento com outra
pessoa. Sentiu vontade de fechar os olhos para

apreciar melhor a sensação, mas a expressão de


Patrick era um espetáculo à parte que ela não queria
perder, então manteve os olhos fixos no rosto dele
que podia ser lido facilmente dado o estado de

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excitação em que ele se encontrava.

Patrick deixou-a se tocando e levou a mão


até o rosto de Kathryn, tocando sua boca com os
dedos até permanecer somente com o dedo médio

pressionando seus lábios. Instintivamente Kathryn


abriu passagem e sugou o dedo que tinha um gosto
levemente salgado. Quando o soltou, viu Patrick
voltar a apoiar a mão por cima da sua e sentiu o
dedo dele invadi-la junto com seu próprio dedo. A
sensação foi tão intensa e prazerosa que ela sentiu

as ondas do orgasmo chegarem com força e


contraiu o ventre e as pernas em torno das mãos de
ambos, enquanto espasmos em seu canal se
repetiam vezes seguidas até finalmente o torpor

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chegar e tomar seu corpo, deixando-a

completamente relaxada.

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Capítulo 9

Na manhã seguinte, Kathryn abriu os olhos e

sorriu ao sentir o braço de Patrick rodeando sua


cintura. O calor do corpo dele atrás do seu era
confortável e apesar de tudo o que fizeram na noite
anterior, ela se sentia relaxada e descansada como
há muito não percebia. Fechou os olhos e permitiu

que imagens dançassem em sua mente, recordando


a forma, como após lhe proporcionar o primeiro
orgasmo, ele retirou sua roupa peça a peça,
apreciando seu corpo e estimulando-a nos pontos
certos até ela sentir-se pronta para receber seu

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membro rígido. Quando os corpos se uniram,

Kathryn desejou que o tempo parasse para que


aquele momento durasse para sempre.
Nunca antes se sentira tão próxima de

alguém como se sentia de Patrick. Talvez somente


de sua avó, mas era completamente diferente, claro.
E a noite que ela planejara para ser perfeita, foi
além de qualquer expectativa que tivera. Patrick
havia sido carinhoso, cuidadoso e ao mesmo tempo
demonstrara um desejo primitivo e intenso por ela,

fazendo com que Kathryn se sentisse muito


poderosa por despertar emoções tão fortes nele.
Suas experiências anteriores só a fizeram
sentir um prazer fugaz e muitas vezes ao término de

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tudo, ela só conseguia sentir-se suja e descartável.

Com Patrick, ela sentiu uma conexão intensa, onde


o prazer de um era necessário para o outro, algo
inédito para ela.

O aperto em torno de sua cintura aumentou e


Kathryn sentiu Patrick afundar o rosto em seu
pescoço, cheirando sua pele antes de depositar um
beijo.
― Bom dia, Kath ― ele sussurra em seu
ouvido enquanto sobe a mão por seu corpo até

chegar ao seio, massageando-o.


― Bom dia ― Kathryn responde ao virar o
rosto na direção dele, oferecendo os lábios para um
beijo que foi prontamente aceito.

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Patrick deslizou um braço por baixo do corpo

dela de maneira que sua mão alcançava o pescoço


de Kathryn, onde começou uma carícia com os
dedos. A outra mão deslizou de seu seio até sua

intimidade, acariciando-a até a umidade começar a


lambuzar os dedos dele, mostrando que ela estava
preparada. Patrick afastou-se somente o suficiente
para colocar o preservativo, tarefa difícil com
Kathryn roçando o corpo no dele, buscando atrito
para aliviar sua excitação. Quando conseguiu,

aconchegou-se ao corpo dela novamente por trás,


levantando uma de suas pernas para ficar em cima
das dele, o que lhe deu total acesso ao centro de seu
corpo.

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Mais lentamente do que Kathryn gostaria,

Patrick a penetrou, seu pau deslizando com


facilidade para dentro dela, preenchendo-a por
completo, sensação que ela adorou na noite anterior

e que a deixou novamente satisfeita agora que o ato


se repetia.
Num ritmo cadenciado, lento, mas firme, os
corpos ondularam juntos até uma explosão de
sensações atingi-los e precipitá-los em uma queda
livre repleta de prazer.

Quando a respiração de ambos voltou ao


normal, Kathryn deixou o relaxamento que a tomou
a levar para o mundo dos sonhos novamente,
deitada no peito de Patrick enquanto ouvia a batida

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ritmada de seu coração.

No domingo à noite, quando estacionou na


garagem de sua casa, Kathryn ainda sentia os
efeitos do fim de semana com Patrick, um enorme
sorriso parecia ter sido parafusado em seu rosto e
ela só queria ter mais oportunidades para estar com
ele de novo, algo que só seria possível dali alguns

dias, quando ele voltaria da viagem que ia fazer


para conhecer as instalações do time que estava de
olho nele. Ela já sentia uma pontada de ansiedade
pela saudade antecipada, mas não estragaria as

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lembranças daqueles dias perfeitos com isso. Só

por garantia, Kathryn abriu sua bolsa e retirou dois


comprimidos do frasco, engolindo-os
imediatamente.

A casa parecia vazia e isso a deixou aliviada,


queria curtir um merecido descanso antes da
semana intensa que teria pela frente.
O tema para o baile já havia sido decidido e
as tarefas distribuídas, mas ela como organizadora
tinha de manter um olho em todo mundo. Também

naquela semana aconteceriam os testes para as


novas integrantes das líderes de torcida, dos quais
ela era uma das juradas esse ano. Somando-se a
tudo isso, ainda havia os trabalhos pendentes da

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faculdade. Tinha muitas leituras atrasadas naquele

semestre e precisava compensar o quanto antes.


Subiu para seu quarto e após um banho
quente vestiu um pijama e deitou-se, pronta para

desfrutar de uma noite de sono reparador,


repassando mentalmente todas as atividades que
tinha para a semana, algo que ela havia se
acostumado a fazer todos os dias para não correr o
risco de deixar passar algo, no entanto isso pareceu
acelerar sua mente e ela demorou a conciliar o

sono, revirando-se de um lado para o outro em


busca de uma posição confortável que não
encontrou, sendo vencida pelo cansaço quando
faltava pouco para o amanhecer.

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Capítulo 10

Na sexta-feira Kathryn chegou em casa após

as aulas sentindo uma fadiga extrema. A semana


havia sido uma tortura para ela, que dormira bem
pouco e não tivera muito tempo para descanso.
Sentia a cabeça pesada e uma irritabilidade
incomum, foi preciso um grande esforço de sua

parte para evitar que seu mau humor resvalasse nas


pessoas com quem precisava lidar na faculdade,
embora nem sempre conseguisse, mas ao menos
agora ela estava em casa e poderia enfim descansar.
Sentira terrivelmente a falta de Patrick,

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embora eles se falassem todos os dias,

principalmente antes de dormir, o que a deixava


ansiosa e desejosa de senti-lo novamente sobre seu
corpo e dentro dele. Queria inspirar o perfume que

ele usava que era tão peculiar e atraente a ela.


Queria ver os olhos dele brilhando ao contemplar
seu corpo e o que ele lhe provocava.
Afastou esses pensamentos e pegou a
mochila, mas não conseguiu se obrigar a sair do
carro. O tremor em suas mãos e o peso em sua

cabeça estavam deixando-a confusa. Abriu a


mochila para pegar o frasco com os comprimidos
com alguma dificuldade e perdeu o fôlego ao ver o
frasco vazio. Isso nunca tinha acontecido, ela era

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muito cuidadosa com a quantidade que usava para

não levantar suspeitas em primeiro lugar, e em


segundo para não ficar sem nada a sua disposição.
O tremor em suas mãos se intensificou e

Kathryn saiu rapidamente do carro. Precisava ir ao


quarto da avó e tentar conseguir algum
comprimido, ao menos para aliviar os sintomas que
estava sentindo naquele momento, depois
resolveria como obter um novo estoque. Porém, ao
entrar na casa deparou-se com uma cena

inesperada. Sua mãe e suas irmãs estavam todas


sentadas na sala e mantinham o semblante sério.
Do alto da escada ela viu surgir o Dr. Collins,
médico da família desde que ela se lembrava.

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― O que aconteceu? ― Kathryn indaga

confusa.
― Katherine se foi ― o médico anuncia e
Kathryn sente o chão desaparecer de baixo dos seus

pés.
― O quê? Não, isso não é possível! ―
Kathryn exclama incrédula.
― Kathryn, chega. Deixe o médico falar... ―
ela ouve a mãe dizer e se cala, não porque era
obediente, mas porque não sabia mais o que dizer.

Sentou-se no sofá ao lado das irmãs e


escutou vagamente o que o médico explicava a sua
mãe, mas sem conseguir absorver de fato o que ele
dizia. Sua avó havia ido. Sua avó... Uma dor

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profunda atingiu seu peito e lhe roubou o ar.

Precisava sair dali, precisava encontrar ar para


respirar.
Sem ver exatamente para onde estava indo,

Kathryn levantou-se e saiu pela porta, caminhando


até chegar à rua. Continuou caminhando sem olhar
para onde ia até que seus pés criaram vida própria e
aumentaram o ritmo das passadas e logo ela ganhou
velocidade, correndo pela calçada até o fim da rua e
seguindo pela trilha ao final que serpenteava pela

floresta que rodeava a cidade. Não importava para


onde estava indo, tudo o que ela buscava era uma
forma de respirar novamente.

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Kathryn manteve os olhos fechados ao sentir


uma mão acariciando seus cabelos de forma rítmica

e sorriu, o toque familiar a deixou serena ao se dar


conta de que era a avó, sua pessoa favorita no
mundo todo. Os dedos longos e gordinhos eram
suaves ao entrar em contato com seu couro
cabeludo, em gestos que demonstravam cuidado,
carinho e amor. O único amor que ela conhecia até

então. Mas algo estava errado. A avó não estava


mais ali para ela, havia encontrado o descanso para
sua angústia da perda irremediável de memória e de
não saber mais quem era ou onde estava.

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Lágrimas rolaram pelo rosto de Kathryn ao

despertar e ser atingida pela realidade de que nunca


mais sentiria a avó lhe fazer um carinho. Nunca
mais veria o brilho nos olhos dela ou sentiria o seu

perfume. Nunca mais dividiria nada com aquela


que lhe dera tanto em troca de tão pouco.
Encarou o teto vendo a luz branca tremular
enquanto emitia um zumbido baixo. Tentou
bloquear as lembranças, mas elas vieram em um
jorro sem freio em sua mente.

A notícia da morte da avó. A corrida


desenfreada pela floresta. Seu desmaio nos fundos
de uma casa ao atravessar o limite das árvores. Os
rostos de duas garotas que reconhecia da

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Universidade, mas cujos nomes lhe fugiram da

cabeça. O pronto atendimento no Hospital


Municipal onde após alguns exames foi
diagnosticada com abstinência de substâncias

químicas. A visita dos pais que autorizaram sua


internação para tratamento contra uso de drogas há
dois dias. A notícia de que a avó havia sido
cremada e ela não pudera se despedir. A ausência
de notícias de Patrick, já que seu celular foi
confiscado.

Todos esses fatos se fundiam e rodopiavam


em sua mente que não conseguia parar de lhe
torturar, deixando-a cansada demais para tentar
organizar qualquer pensamento quando estava

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sozinha.

A porta do quarto abriu-se e uma enfermeira


entrou para checar seus sinais vitais. Kathryn só
observou cada ato com indiferença, não sentia

vontade de falar mesmo.


― Você tem boas amigas, querida. Espero
que saiba disso ― a enfermeira diz com carinho e a
informação chama sua atenção, pois apesar de
conhecer muita gente, Kathryn não tinha amigas
próximas. Ao menos ninguém que ela pudesse

contar para uma visita em um hospital.


― Amigas? ― sua voz soa estranha a seus
ouvidos, como se pertencesse à outra pessoa.
― Sim, as duas garotas que trouxeram você

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pra cá e que passam aqui todos os dias para saber

notícias suas. ― A enfermeira franze a testa, mas


continua sua checagem.
― Eu não me lembro muito bem de como

cheguei aqui ― Kathryn admite. Uma ideia lhe


ocorre e ela segura o braço da enfermeira antes que
ela se afaste. ― Será que elas poderiam entrar na
próxima vez que vierem? Eu gostaria de agradecer.
― Visitas de amigos não são autorizadas...
― Kathryn visivelmente se encolhe na cama com a

recusa, o que acaba comovendo a enfermeira. ―


Mas, pode ser que eu me distraia durante o meu
plantão e alguém passe por mim sem que eu
perceba. ― Ela pisca um olho para Kathryn antes

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de finalmente deixa-la a sós, agora com um certo

conforto por poder agradecer como se deve a quem


provavelmente salvou sua vida.

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Capítulo 11

Kathryn se ajeitou melhor na cama quando

viu duas garotas entrarem em seu quarto, mantendo


uma certa distância de onde ela estava. Lembrava-
se vagamente de vê-las pelo campus da
Universidade, mas eram de um curso diferente do
seu. Forçando um pouco a memória, recordou-se

que eram da turma de Patrick, o que a fez respirar


com alívio.
― Oi, Kathryn. Como você está? ― indaga a
morena de cabelos compridos, enquanto a de
cabelo mais curto e levemente cacheado apenas

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sorri.

― Bem, obrigada. Desculpe, eu não consigo


lembrar os nomes de vocês, mas são da turma do
Patrick, certo? ― As duas sorriem e confirmam

com a cabeça.
― Eu sou Violet e ela é a Haley. Nós
estávamos na casa do meu namorado, Christian,
quando encontramos você desmaiada perto da
floresta. ― Kathryn sente uma onda de calafrios
percorrer seu corpo com a lembrança. ― Não

queremos incomodá-la, só queríamos ter certeza de


que você estava bem ― a voz suave mostra
preocupação real e Kathryn sente um nó se formar
em sua garganta.

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― Eu... Eu não sei realmente como estou,

mas queria agradecer por vocês terem me ajudado.


Salvaram minha vida. ― Sem que consiga refrear,
Kathryn começa a chorar baixinho e logo é

consolada por Violet e Haley, que seguram suas


mãos, uma de cada lado da cama, enquanto
garantem baixinho que tudo vai ficar bem.
Após algum tempo Kathryn se acalmou e se
desculpou pelo acesso de choro. Violet e Haley
aguardaram em silêncio, esperando que ela

conseguisse se recompor, demonstrando apoio e


confiança.
Quando se sentiu pronta para retomar a
conversa, algo lhe ocorreu e munida de esperança,

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Kathryn pergunta:

― Vocês tem alguma notícia do Patrick? Eu


estou sem meu celular, não consigo falar com ele
há dias.

― Ele ainda não voltou da viagem, parece


que teve que ficar mais algum tempo, lamento ―
Violet responde.
― Eu posso emprestar meu celular para você
falar com ele ― Haley estende o aparelho em sua
direção, mas Kathryn vacila diante da oferta.

― Não sei se eu consigo falar com ele agora


― Kathryn diz sentindo-se confusa.
― Então quer que a gente dê algum recado?
Eu peço ao Christian para falar com ele ― Violet

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oferece.

― Obrigada, mas acho que é melhor esperar


ele voltar, não quero atrapalhar. É a oportunidade
da vida dele e não quero distraí-lo ― Kathryn diz

resignada.
Violet concorda com a cabeça e elas
permanecem conversando por mais algum tempo
sobre a Universidade e o que tem acontecido na
ausência de Kathryn. Aparentemente seus pais
conseguiram abafar o motivo real de sua

internação, a história que corre pelo campus é que


Kathryn sofreu um colapso por causa da morte da
avó, o que também é verdade, já que foi isso que
precipitou tudo. Ela não se importava naquele

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momento se todos soubessem da verdade, mas

entendia a posição de seus pais. Os reis do ramo


farmacêutico não poderiam ter seu nome manchado
por causa de uma filha que abusava do uso de

substâncias que eles próprios produziam.


Kathryn agora entendia que o que fizera fora
muito errado, mas não imaginou que chegaria tão
longe, que o consumo de algo que ela só usava para
ajudá-la a suportar melhor sua rotina poderia lhe
causar tanto mal. Ainda que tivesse sofrido com a

abstinência nos primeiros dias, agora já se sentia


melhor e não voltaria a se arriscar, não valia a pena.
Agora tudo o que ela queria era sua vida de
volta e estar nos braços de Patrick novamente.

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Patrick deixou a bolsa de viagem ao lado de

sua cama e desbloqueou a tela do celular mais uma


vez. Já havia perdido as contas de quantas vezes
conferira se havia mensagens ou ligação de
Kathryn. Também havia perdido as contas de
quantas ligações fizera inutilmente e das
mensagens que enviara sem obter resposta.

Em seu íntimo ele sentia que algo não ia


bem, desde que começaram a namorar, Kathryn não
havia passado um dia sem se comunicar com ele até
que de repente desapareceu sem deixar sinais,

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inclusive das redes sociais, que ele conferiu após

três dias de silêncio. Pensou em perguntar a


Christian ou Steve por ela, mas achou melhor
esperar seu retorno e procurá-la pessoalmente. Era

o que pretendia fazer naquele instante, mas seu


quarto foi invadido por seus irmãos menores,
Oliver de seis anos e Sarah de quatro anos. Ambos
agarraram-se as suas pernas, quase o derrubando.
Patrick riu com a algazarra promovida por
eles e abaixou-se para ficar na mesma altura que os

irmãos, que o abraçaram com firmeza. Ele adorava


senti-los assim, em seus braços, transmitindo um
amor imaculado e incondicional.
― Ei, ei, deixem seu irmão em paz ― a voz

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doce da mãe repreendeu, o que só fez com que eles

aumentassem o aperto em torno de Patrick.


Após jantar com a família, Patrick tomou
banho e trocou de roupa, pegou seu capacete e

montou a moto dirigindo até a casa de Kathryn. Era


sábado e ele sabia que havia a possibilidade de não
ter ninguém em casa, já que Kathryn lhe dissera
que geralmente eles participavam de algum evento
familiar aos finais de semana, mas precisava vê-la e
saber o motivo de seu sumiço. As luzes estavam

acesas deixando a casa com um ar mais imponente


do que quando era vista à luz do dia, o que o
intimidou de certa forma. Ele nunca havia estado
dentro da casa, por um acordo mudo Kathryn e ele

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não haviam sido apresentados ainda às famílias,

mas estava preocupado demais com a ausência dela


para se importar com isso agora.
Tocou a campainha e aguardou até ouvir uma

voz no interfone perguntando no que poderia


ajudar. Ele disse que era amigo de Kathryn e
precisava falar com ela, tendo como resposta um
“aguarde, por favor”. Alguns minutos se passaram
até que o portão da entrada foi aberto e ele se
deparou com um homem alto usando um terno

refinado e de expressão séria. O pai de Kathryn.


― Boa noite, meu rapaz. Em que posso ser
útil dado o horário avançado ― disse de forma
polida, mas sua expressão não era amigável.

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― Eu sou Patrick, namorado da Kathryn... ―

Essa informação pareceu surpreender o homem,


mas logo ele se recompôs e continuou a encarar
Patrick com frieza. ― Eu só queria saber como ela

está, faz alguns dias que ela não me dá notícias e eu


estive fora da cidade, acabo de voltar.
O homem observou Patrick por um instante,
analisando as informações que acabara de receber e
colocou as mãos nos bolsos da calça de forma
tranquila antes de responder.

― Kathryn está ótima, tão bem que viajou


para fora da cidade por uns dias. ― Patrick sentiu a
informação bater em seu íntimo como um soco no
estômago. ― Sabe como são as jovens de hoje em

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dia, namoricos nunca são uma prioridade.

Com essas palavras o homem fez uma


mesura e fechou o portão na cara de Patrick,
deixando-o sem saber o que pensar sobre o que ele

lhe disse.
Magoado, Patrick subiu em sua moto e
voltou para casa tentando entender como pudera se
enganar assim com Kathryn. Ele não se importava
por ela ter ido viajar, ela tinha todo o direito a isso,
o que lhe incomodava era o fato dela não ter dito

nada, simplesmente deixando-o no escuro sobre


isso. Enquanto ele estava preocupado em lhe contar
todas as novidades boas que estavam acontecendo
com ele e em matar a saudade que sentira, ela

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simplesmente ignorou a responsabilidade que

tinham um com o outro, mesmo que ainda não


tivessem formalizado o relacionamento. Para ele, o
que tinham era algo sólido e sério, não um

namorico como o pai dela insinuara... Se o pai


pensava assim, seria por que a própria Kathryn
dava a entender que não se comprometia com
ninguém de verdade?
Uma voz no fundo de sua mente lhe disse
que era assim que as pessoas como ela, os

populares da sociedade, costumavam agir, passando


por cima de qualquer um para realizar suas
vontades, sem se importar quem magoavam no
processo. Mas ele nunca mais seria feito de bobo,

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nunca mais.

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Capítulo 12

Kathryn segurou sua mochila junto ao corpo

e engoliu em seco antes de dar o primeiro passo


para dentro do campus. Era segunda, o primeiro dia
que voltava à Universidade após ter tido alta do
hospital no sábado e sentia-se apreensiva. Só
relaxou quando viu Violet e Haley seguindo em sua

direção. Suas amigas, as primeiras amigas de


verdade em toda sua vida.
Depois do primeiro dia que se falaram no
hospital, todos os dias elas iam visitá-la e um forte
vínculo se formou entre as três. Assim como havia

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acontecido com Patrick, Kathryn sentiu prazer nas

coisas simples como apenas aproveitar a


companhia das amigas para ver um filme ou para
falar sobre alguma leitura, hábito que descobriu ter

em comum com elas também. A presença das duas


em seu retorno à faculdade lhe dava força para
poder encarar Patrick e lhe contar tudo que havia
sofrido durante sua ausência.
― Bem-vinda de volta ― Haley a
cumprimenta antes de lhe dar um abraço.

― Obrigada ― Kathryn responde retribuindo


o abraço.
― Bem-vinda. ―Violet lhe dá um abraço de
urso e elas sorriem uma para a outra. ― Pronta para

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voltar ao mundo real?

― Quase... ― Kathryn para ao ver Patrick


passando por elas sem olhar em sua direção. ―
Patrick! Patrick, espere!

Kathryn correu até alcançá-lo. Ele parou,


mas levou um tempo para virar em sua direção e
quando o fez, sua expressão gelou o interior dela.
― Oi...
― O que quer? ― ele pergunta de forma
brusca, cortando-a.

― Eu... ― Kathryn se sente incapaz de


formular uma resposta. Imaginou que ele estaria
chateado com sua falta de notícias, mas não
imaginava que a trataria de forma tão fria.

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Patrick olhou-a nos olhos, a ferocidade

vacilando por um momento apenas.


― Faz um favor a nós dois, princesa ― diz
de forma sarcástica. ― Fica longe de mim, não sou

seu brinquedo. ― Patrick lhe dá as costas e sai sem


olhar para trás, ignorando o olhar dolorido de
Kathryn que é amparada pelas amigas.

Patrick sentiu-se mal a manhã inteira pelo


que fez, principalmente ao notar os olhares de
diversos estudantes em sua direção. Ele detestava
conflitos, especialmente na frente dos outros e

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sabia que tinha dado motivo para fofocas ao

destratar Kathryn na entrada, mas não havia


conseguido se controlar quando ela tentou falar
com ele como se nada tivesse acontecido, como se

não houvessem se passado dias sem uma notícia


sequer por parte dela. Agora teria de suportar ser o
alvo do falatório até surgir um novo assunto que
chamasse mais atenção. Queria poder voltar no
tempo e ficar isolado em sua casa como fez durante
toda a noite de sábado e o domingo, evitando

contato com qualquer um que pudesse citar o nome


de Kathryn.
Quando o sinal do fim da última aula soou,
ele recolheu sua mochila e tentou sair o quanto

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antes, mas foi impedido por uma mão segurando

seu braço. Surpreso, deu de cara com a expressão


brava de Violet e Haley. Ele imaginou que estavam
ali querendo defender Kathryn, percebeu que

ambas estavam com ela pela manhã, pelo visto


haviam se tornado amigas.
― O que foi? ― ele perguntou quando só
ficaram elas, Christian, Steve e ele na sala.
― Você é um idiota! ― Violet dispara sem
pestanejar.

― Ei! ― Patrick eleva a voz para se


defender, mas Christian balança a cabeça
negativamente se aproximando. Engolindo em
seco, Patrick cruzou os braços e esperou que

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despejassem logo o que queriam.

― Você foi muito mau com a Kathryn ―


Haley diz com a voz suave em uma tentativa de
reprimenda.

― O que vocês sabem? Ela me tratou como


um brinquedinho, me fazendo acreditar que
tínhamos um relacionamento, mas na verdade só
queria se divertir às minhas custas porque de
repente eu me tornei interessante, alguém com
quem ela podia circular por aí sem manchar sua

reputação ― Patrick desabafou antes que


sufocasse. ― Mas bastou eu sair de cena um tempo
e o que ela fez? Foi viajar sem se importar comigo,
sabe Deus para onde e com quem!

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Violet e Haley abriram as bocas, surpresas.

― Você é mesmo um idiota! ― Violet


tornou a se indignar.
― Cara, quem te disse isso? ― Steve

perguntou, parecendo confuso com a situação toda.


Na verdade, olhando para seus amigos, Patrick
notou que todos pareciam surpresos com o que
havia acabado de dizer.
― O pai dela ― revelou, agora com a voz
mais controlada.

Haley levou a mão à boca, Violet bufou


indignada e Christian olhou de lado para Steve. “O
que afinal estava acontecendo ali?”, Patrick se
perguntou.

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― Patrick, enquanto você estava viajando,

tendo provavelmente a melhor oportunidade de


toda a sua vida, Kathryn viveu um inferno sozinha
― Violet começou a explicar, tentando ser

paciente. ― Ela não estava viajando, estava


internada em um hospital.
― Isso não pode ser verdade ― ele retrucou
incrédulo.
― Mas é. Nós estivemos visitando-a todos os
dias na última semana ― Haley confirmou.

― Mas... ― Patrick perdeu o raciocínio.


― Senta aí que a história é longa. ―
Christian apontou para a cadeira e Patrick
obedeceu, sentindo que provavelmente havia sido

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feito de bobo, mas não por quem ele imaginava.

Kathryn assoou o nariz e jogou o papel na


lixeira. Passara a manhã toda presa no banheiro do
7° andar depois do confronto com Patrick. A
atitude dele a deixou desolada e não sabia o que
fazer. Não queria voltar para casa e não tinha outro
lugar onde pudesse ficar, então estava esperando as

aulas acabarem para tentar encontrar Violet e


Haley, que prometeram lhe ajudar.
Molhou o rosto para tentar diminuir a
vermelhidão causada pelo choro, fechando os olhos

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por um momento enquanto aproveitava a sensação

da água fria em sua pele. Ouviu o barulho da porta


e se virou, pronta para pedir para ficar sozinha, mas
a voz travou em sua garganta ao dar de cara com

Patrick.
Ele deu um passo em sua direção, o que a fez
se encolher sem saber por que, mas isso o fez parar.
Ficaram se olhando durante um longo tempo, as
aflições de ambos impedindo-os de decifrar o que
havia no olhar de cada um. Kathryn envolveu o

próprio corpo com os braços e abaixou os olhos, a


dor da rejeição roubando toda sua coragem.
― Eu sinto muito ― Patrick diz com a voz
embargada. ― Fui um idiota, um grande idiota.

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Kathryn voltou a erguer os olhos sem

conseguir entender a mudança na atitude dele, mas


querendo acreditar que talvez a forma como ele a
tratou mais cedo, não passasse de um grande mal

entendido. Dessa vez, conseguiu enxergar o olhar


desarmado dele que lhe dizia muito mais do que
suas palavras. Sem conseguir se conter, embora
ainda estivesse receosa de ser rejeitada de novo,
venceu a distância entre eles até se ver nos braços
de Patrick que a receberam com firmeza.

― Me perdoe, por favor me perdoe ― ele


pediu vezes seguidas com o rosto encostado à
cabeça dela, enquanto seus braços a mantinham
firme junto a seu corpo.

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Depois de tudo o que havia sofrido nos

últimos dias, Kathryn finalmente sentiu uma ponta


de esperança de dias melhores chegando.

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Capítulo 13

Alguns meses depois...

Patrick desligou a moto e desamarrou a


mochila da garupa depois de tirar o capacete.
Sentia-se cansado da viagem, mas também aliviado
por estar em casa. Assim que abre a porta, é

bombardeado por braços em torno de suas pernas e


risos altos pelo ar. Como sempre, Oliver e Sarah
fazem festa ao vê-lo em casa após alguns dias
longe.
Depois de cumprimentar os irmãos e os pais,

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que só o esperavam chegar para poder enfim

descansar, Patrick seguiu para seu quarto, sorrindo


ao ver Kathryn sentada na cama esperando por ele
usando uma de suas camisas do time da faculdade e

com um livro nas mãos. Apressou-se a beijá-la,


matando um pouco da saudade que sentira.
Depois que finalmente conversaram sobre
tudo o que acontecera com ela durante os dias que
ficaram longe e sem comunicação, Patrick contou a
conversa que tivera com o pai dela quando foi

procurá-la em sua casa, esclarecendo o motivo de


sua atitude. Ele admitiu sua falha em não confiar
nela que nunca havia dado motivos para
desconfiança, mas foi perdoado porque Kathryn

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sabia como seu pai poderia ser persuasivo e

provavelmente fez aquela insinuação de propósito.


Kathryn ficou furiosa e na mesma hora foi
para casa onde confrontou seus pais. Após um

doloroso desabafo sobre tudo o que achava que


estava errado com aquela família, decidiu ir embora
quando seus pais, depois de tudo, lhe pressionaram
a escolher entre Patrick e a vida confortável que
tinha ali, ainda que não aprovasse o modo como
viviam. Ficar longe de Patrick não era uma opção,

então ela simplesmente pegou algumas de suas


roupas e o material que precisava para a faculdade
e saiu de casa.
Sem ter para onde ir, foi acolhida pela

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família de Patrick que a recebeu de braços abertos.

Kathryn pensou em trancar a faculdade até


conseguir um emprego que a ajudasse a pagar as
mensalidades, mas para sua surpresa, todos os

meses uma quantia considerável de dinheiro era


transferida para sua conta. Surpresa e achando que
pudesse ser sua mãe que talvez estivesse com
remorso, ela decidiu ir ao banco para saber a
procedência do dinheiro. Só então descobriu que
perdera a leitura do testamento da avó que a deixara

de herança uma parte dos rendimentos das


empresas da família, o que era mais que o
suficiente para pagar a Universidade e ainda ajudar
a família de Patrick com as despesas e prover suas

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necessidades, que agora mais do que nunca,

descobrira que não eram nada extravagantes, o luxo


era totalmente dispensável.
A vida com Patrick era divertida e cheia do

encanto que a simplicidade continha e Kathryn


aproveitava cada momento. Principalmente porque
agora que estavam de férias, ele se ausentava com
frequência para acompanhar alguns jogos do time
profissional do qual faria parte quando se formasse.
Durante a semana que ele passou conhecendo

as instalações do time, recebeu mais duas propostas


e por isso teve que adiar seu retorno, pois
aproveitou para conhecer todas as possibilidades.
Acabou acertando com o primeiro time que o havia

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escolhido, porque lhe asseguraram em contrato que

poderia se formar primeiro antes de assumir seu


posto no time, algo de que ele não abriria mão.
Depois disso, ele se concentrou no time da

faculdade e nas provas de fim de ano, enquanto


Kathryn coordenava o baile que foi um sucesso,
sendo relembrado muito tempo depois como o
melhor baile que já havia tido naquela
Universidade, principalmente porque o time de
futebol foi vestido com o uniforme utilizado na

final do campeonato que eles ganharam em boa


parte por conta de seu talentoso quarterback.
De um jeito impensável para eles quando
Patrick sentou ao lado de Kathryn durante uma

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festa para comemorar a vitória do time de futebol, a

vida da garota popular e do quarterback em


ascensão se entrelaçou de maneira que amizade,
carinho, respeito e honestidade formavam os nós

que tornavam o vínculo entre eles cada vez mais


forte.
Ainda havia muitas dores na alma de Kathryn
pelas perdas que sofrera, tanto da avó quanto do
amor que nunca teve de sua família, mas a cada dia
ao lado de Patrick e das amigas que a apoiaram no

pior momento de sua vida, ela sentia suas feridas


cicatrizarem e acreditava plenamente que um dia
estaria curada. Enquanto esse dia não chegava, ela
se dedicava nos fins de semana a ser voluntária em

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lares para idosos com Alzheimer, exceto quando

precisava torcer com fervor por seu quarterback


nas sextas, dia oficial dos jogos, quando seu
namorado marcava pontos excepcionais.

Nesses dias havia partidas fora de campo


também e ela adorava jogar com ele e marcar seus
próprios pontos em meio a jogadas ensaiadas e
improvisadas, originadas da afinidade que
apresentavam na cama e fora dela, como deve ser
na vida dos melhores jogadores.

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Agradecimentos

Obrigada a cada um que leu essa breve e


intensa história de amor. É a terceira de uma série

de histórias sobre amores e sonhos universitários,


espero que gostem.
Até à próxima.

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Leia também

Um Bad Boy para chamar de Meu

Em seu primeiro dia de aula na Universidade, Violet se


depara com uma figura taciturna, de aparência perigosa e que
parece gostar do afastamento que sua fama provoca, mas
ignorando o seu instinto que lhe diz que se trata de um garoto-
problema, ela cede a outro sentimento, deixando-se ser atraída
pelo magnetismo e a curiosidade para saber o que há por trás
de todos os rumores a seu respeito, sem ter a mínima noção de

que está prestes a viver uma deliciosa e perigosa aventura ao


lado desse suposto bad boy.

História com conteúdo adulto, recomendado para


maiores de 18 anos.

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Um Nerd para chamar de Meu

O que torna uma pessoa especial?


Para Haley, esse era um adjetivo que não se aplicava a

ela, uma jovem solitária, confusa e invisível para o meio


social universitário em que estava inserida. Até conhecer
Steve.
Determinado a fazer algo de útil com sua vida, Steve
não se importava com a opinião das pessoas a seu respeito,
mas sabia que sua falta de traquejo social o tornava um

solitário. Até conhecer Haley.


Uma situação inesperada vai colocar esses dois frente a
frente e mudar suas vidas para sempre. Unidos por uma
paixão em comum, a Biologia, esses dois jovens distintos vão
aprender juntos o que é amar e encontrar seu lugar no mundo,
mas aquilo que é belo, pode também ser frágil e eles

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aprenderão de um jeito difícil que suas escolhas podem trazer

graves consequências quando se opta por manter segredo


sobre certos assuntos.

História com conteúdo adulto, recomendado para

maiores de 18 anos.

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[1]
N.A.: Touchdown (TD) é uma pontuação do futebol americano e do futebol
canadense. Ela vale 6 pontos e é conseguido com o jogador cruzando a linha de
gol (entrando na end zone) sem ser obstruído.
[2]
Try, Colbie Caillat

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