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MADISON FAYE
Esta é uma história de luxúria.
Ah, certo, e ele também está prestes a ser meu novo meio-
irmão.
1
Na tradução literal para a língua portuguesa “à beira do precipício”, ou “à beira do abismo”, é
um recurso de roteiro utilizado em ficção, que se caracteriza pela exposição do personagem a
uma situação limite, precária, tal como um dilema ou o confronto com uma revelação
surpreendente. Geralmente, o cliffhanger é utilizado para prender a atenção da audiência e, em
casos de séries ou seriados, fazê-la retornar ao filme, na expectativa de testemunhar a conclusão
dos acontecimentos que o público espera ser chocante.
Ramona
Jamison.
Aquele idiota. Eu murmuro xingando a mim mesma
enquanto giro, meu pulso disparando enquanto eu ando pelo
corredor até uma das escadas dos fundos. Eu não sou nova
nas besteiras juvenis de Jamison Scott, ou sua incessante
necessidade de me provocar, ou me empurrar, ou me
intimidar dessa maneira irritante e arrogante que ele faz
desde que tínhamos cinco anos. O que eu sou nova é que
está acontecendo na minha porra de casa.
Por quê?
Ah, porque minha mãe vai se casar com o pai do meu
atormentador de infância. Certo, e nem preciso dizer que
Bobby Scott se mudar para nossa casa significava
que Jamison também viria.
“Jamison!”
“Moaner2.”
Ele está sem camisa. Que merda, por que ele está sem
camisa? E sim, essa seria uma das razões pelas quais,
apesar do meu total desdém por Jamison, essa parte
sombria e secreta de mim dói por ele dessa maneira
fodida. Porque Jamison Scott é incrivelmente lindo.
Ele sorri.
“Algo errado, Moaner?”
“Isso é um convite?”
“Com paus.”
“Com paus.”
Eu coro.
“Você é um absurdo.”
Engulo o calor do meu rosto enquanto passo por ele
para fora da garagem.
Foda-se.
Ou talvez não.
Isto é um problema.
Muito melhor.
Eu coro.
O pau dele.
Isso é horrível.
Jamison.
“Ramona! Ei garota!”
Merda.
Vá se foder, vadia.
De modo nenhum.
Meu pai tem sido grande nos dias de hoje sobre falar
sobre "conexões" e toda essa merda. É por isso que eu queria
que Jackson viesse dar uma olhada no Shelby, porque um
cara como ele tem conexões com o tipo de carro e pessoas
que eu gosto. Ou o tipo de carreira que eu poderia querer
depois da escola. Mas, claro, Melissa conseguiu fazer-
se convidada.
Quão conveniente.
“Ele queria vir, ele apenas...” ela sorri quando eu abro
de relance a porta lateral da enorme garagem da Mansão
Weiss e a deixo entrar.
“Tenho certeza.”
“Obrigado.”
Você se convidou.
“Sobre?”
Melissa sorri.
Aí está
“Melissa-”
Maravilhoso.
Eu sorrio levemente.
Touché, pirralha.
Melissa se vira para me olhar carrancuda. “O que?”
“Então, tchau?”
Eu franzo.
Oh, porra.
“Espere, Melissa-!”
Merda.
Ela pode estar, mas eu sei que ela não está machucada,
o que, para ser franco, é um milagre. Tenho certeza absoluta
do que aconteceu agora e não tenho certeza se estou mais
puto ou impressionado com o fato de Ramona ter conseguido
fazer isso.
“Ramona-”
“Oh.”
“Jamison-”
“Porque Ramona?”
“Jamison-”
“Ciumenta, Moaner?”
“Ramona-”
“Mentirosa.”
“Idiota arrogante.”
“Ramona-”
“Com licença?”
Exceto que algo está errado. Este devia ser apenas mais
um episódio do constante vai e vem entre eu e Ramona. Mais
um capítulo deste livro sobre comportamento infantil e
provocações juvenis, principalmente da minha parte,
reconhecidamente, que estamos escrevendo a treze anos de
merda. Exceto que não há como fingir que isso é negócios
como sempre. Não há como ignorar que algo grande mudou
fundamentalmente e irreversivelmente.
“Ou fertilizados.”
3
The Hurt Locker (Estado de Guerra) é um filme americano, do gênero drama, lançado em 2008,
dirigido por Kathryn Bigelow e escrito pelo ex-correspondente na Guerra do Iraque Mark Boal.
quente espirra na frente do meu top branco. Eu giro, fazendo
uma careta para o seu sorriso presunçoso.
Droga.
“Marta, eu posso-”
“Boa decisão.”
“O que você-”
“Não.”
“Foi você?!”
“Você fez?!”
“Não?!”
Balanço a cabeça.
“Com licença?!”
“Sim.”
“Muito assustador?”
Ele suspira.
“Infelizmente.”
São paus.
“Surpresa.”
“Você é reprimida.”
“Ramona, querida!”
É a minha mãe.
“Ramona?”
Ele ri. “Eu tento. O que você acha, Ramona?” Ele sorri
aquele sorriso arrogante para mim quando se vira para
deixar aqueles penetrantes olhos escuros deslizarem sobre
mim. “Encantador, hein?”
Foda-se.
“É cedo, idiota.”
Merda.
“Não brinca.”
Ele ri.
Eu sorrio
“Sim, estou.”
“Ela está bem. Ela e o pai estão fora por algumas noites
para ter uma folga no planejamento do casamento.”
“E Ramona?”
“Sim.”
“Obrigado.”
“Ei, J?”
“Sim?”
Jamison.
Eu pisco.
Filho da puta.
Filho da puta.
“Jamison!”
“Nenhuma ideia.”
“Jamison-”
“Não.”
Molhada.
Jamison
PUTA MERDA.
Imaginando ela.
Mas eu irei.
Muito.
Toda brisa maldita. Cada passo que dou. Toda vez que
me sento e tenho que sair do meu caminho para ter certeza
de enfiar minha saia debaixo de mim, ou do jeito que sinto
necessidade de apertar minhas coxas juntas. É mais do que
uma distração, consome tudo e está me deixando louca.
Felizmente, não.
Com frio?
Imbecil.
Olho por ele e, com certeza, seu escritório está meio que
uma bagunça. Há uma pilha de papéis e outras coisas que
normalmente vivem em sua mesa em cascata pelo chão. E a
cadeira dele está no meio da sala, não atrás da mesa.
Eu engulo.
Ele ri.
“Sim.”
E lá está ele.
“Destranque.”
“Imensamente.”
“Porque é divertido?”
“Você gosta da ideia de eu ficar desconfortável e
envergonhada o dia todo?!” Eu estalo.
“Você gosta?”
Eu suspiro silenciosamente.
“Sim.”
“Que pena.”
Eu paro.
“Jamison”
“Mostre-me, Ramona.”
Para cima.
Corpo dolorido.
Minhas calcinhas.
“Jamison-”
“Jamison, você-”
“Ramona-”
“Pare, Jamison.”
“E?”
“Tire isso?”
“Você pode?”
“Porra, Ramona...”
E eu apenas olho.
Jamison
“Assistir-me com...”
“Você sabe.”
E o olhar aquecido em seu rosto me diz que ela sabe
exatamente o que eu quero dizer.
“Foda-se sim.”
“Ok.”
“Aqui.”
“Sem promessas.”
Duro.
“Jamison-”
Ele ri.
“Diz você.”
“Não, é sério.”
Ele ri.
“Comida favorita?”
“Devemos continuar?”
“Você acabou?”
“Tipo?”
“Mudança de assunto?”
“Parar o que?”
“O que?”
“Sim, basicamente.”
Balanço a cabeça.
“O que?”
“Porra, Ramona...”
“Ramona...”
Eu coro ferozmente.
“Provocador,” eu suspiro.
“Jamison?”
E mais rápido.
E quando eu começo a derreter na cama enquanto a
sensação mais incrível que eu já conheci me envolve,
Jamison começa a me foder.
“Jamison!”
“Jamison!”
E é tudo.
Jamison
“Cansada?”
“Estatística.”
“Bem, e você?”
“Bisbilhoteira.”
“Eu não acho que seja uma boa ideia, Jamison,” diz ela
calmamente.
Eu franzo.
“Por quê?”
“Uh, porque?”
“Espere, sério?”
Balanço a cabeça.
“Hã? Claro que podemos.”
Foda-se isso.
“Scott.”
“Ei, Treinador.”
Eu franzo.
“O que?”
“Junte-se à equipe.”
Eu sorrio, balançando a cabeça. Esta não é a primeira
vez que ele latiu nessa árvore. Na verdade, ele está em mim
desde o início do semestre. E a coisa é, eu não sou mesmo
contra a ideia de estar na equipe de natação. Quero dizer, eu
amo nadar, antes de tudo. Isso limpa minha cabeça e me tira
da minha própria besteira por tempo suficiente para pensar
nas coisas. Mas, esportes coletivos? Ou esportes
organizados em geral?
“Não, eu sei que você é bom. É por isso que quero você
no time.”
“Ramona.”
Eu franzo.
“Obrigado, Jamison.”
“Jesus, cara.”
“O que?”
Eu franzo. “O que?”
Ramona.
“A qualquer momento.”
Eu começo a passar por ele para sair, quando sua voz
atrás de mim me para.
“Ei, e Jamison?”
“Sobre?”
“Todas elas.”
“Fodidamente agora.”
“Eu sou toda sua, você sabe,” ela geme baixinho nos
meus lábios.
“Garantido.”
Ela geme, mordendo o lábio enquanto seus olhos
brilham com fogo. “Bem, não ameace uma garota com um
bom tempo.”
Eu coro.
“Tipo, destruíram.”
“O que?”
“Também.”
“Huh?”
“Hum, como-”
“Oh meu Deus, isso é tão nojento!” ela canta. “Seu meio-
irmão, garota?”
“Ei, pelo menos, peça para ele dividir o pote com você,”
Melissa zomba.
“Eu não era uma pequena virgem sem noção. Mas pelo
menos ele será pago por ser suas malditas rodas de
treinamento.”
“Solte!” Eu assobio.
“O que é.”
“RAMONA!”
“Não.”
“Ramon-”
“Ramona-”
Eu preciso me afogar.
“Ei amigo.”
“Jamison.”
Eu sorrio ironicamente.
“Jamison-”
“Pai.”
“Não vamos.”
Ele concorda.
“E?”
“Discordo.”
“Ramona?”
“Ramona-”
“Sim,” eu assobio.
Oh merda.
Melissa ri.
“Ramona-”
“Saia. Fora.”
“Idiota!”
“Buceta manipuladora.”
Jamison
“Ei, Jamison”
“Uh, sim?”
Emily ri. “Ok, antes de tudo, era muito óbvio para quem
quisesse abrir os olhos. Eu até notei isso quando eu ainda
estava ensinando em Winchester. E segundo, às vezes
vocês dois precisam da perspectiva de uma mulher, e é por
isso que eu arrastei isso para fora do seu irmão aqui.”
“Chutando e gritando, hein?” Eu resmungo, olhando
para Ethan.
“Oh.”
“Melissa Cruz.”
Ela assente.
Eu concordo.
“Você disse a ela que a ama?”
Ramona
“Demais?”
Ela sorri. “Eh, já estive lá, já fiz isso. Desta vez, sem
nervosismo. Não com Bobby.”
Ela pisca e eu sorrio para ela.
“Certo, não, eu sei que você tem toda essa coisa da vida
resolvida completamente,” diz ela sarcasticamente, piscando
para mim.
“Hmm?”
Eu gemo.
Ela revira os olhos. “Não, que ele era louco por você.”
“Ele é, no entanto?”
Eu coro furiosamente.
“Mãe!”
“Sabe o que?”
Ela sorri curiosamente. “Eu apenas imaginei que ele já
havia lhe contado. Querida, Jamison já entrou na
faculdade. Ele tomou uma decisão antecipada e fez há dois
meses.”
Eu pisco.
“Espere, o que?”
“Não?”
Então, pode ser que minha mãe esteja certa. Pode ser
que eu nunca tenha visto Jamison Scott chegando. Pode ser
que isso seja e vai ser confuso, e confuso não é algo com o
qual estou acostumada.
“Huh?”
“Onde?”
“Sim.”
“Agora mesmo.”
“Não.”
Eu bufo. “Parece um pouco imprudente.”
“Oh.”
“Espere o que?”
“Esse é o plano.”
“Jamison-”
“E quanto à escola?”
“Ramona.”
“Pronta?”
“Sim,” eu respiro, apertando sua mão enquanto ele sorri
e coloca o carro para andar. Os pneus levantam cascalho de
pedra branca e, de repente, partimos - rugindo pelo caminho,
pelos portões e pela estrada. O vento chicoteia meu cabelo
totalmente livre dos prendedores, e eu solto um grito agudo
enquanto corremos pela estrada em direção ao
desconhecido.
Ramona
Certo?
fim.