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4. O MUNDO Do TRABALHO geja qual for a profissao escolhida, sempre ocorre distingdo entre 0 mundo do trabalho e 0 mundo tntverstee rio. Com frequéncia existe uma dist4ncia significativa Pa 0 aprendizado tedrico e o pratico. A rotina diéria do jovem estudante que caminha para a universidade e do estagiario também é distinta e requer um novo aprendizado. Auniversidade prepara para o exercicio profissional, porém. entre o que 0 jovem busca, ou seja, seus sonhos profissionais ou o que imagina ser uma profissao, e 0 que ocorre quando ele comeca a trabalhar é muito desigual. Recordando a fala de uma jovem aluna: “Eu pensava que fazer Jornalismo era 0 maximo, ser | apresentador de TV, trabaihar na Rede Globo. Agora nos estdgios me pego fazendo antincios de promogao pare su- permercados.” Além de ser estranho aos olhos dos jovens, o mundo do trabalho nao é exatamente o mesmo que lhe desc os pais, professores e colegas. Principalmentena tiltima década, Bracas a globalizacao e 4 crescente tecnologia, o ee “s trabalho passa por uma fase de transiga0, n# qual o a do emprego formal, estavel, com em carteira mM extincao. ; mia, emprego vai ser economista daqui a Ja Grea de econo! chegar a serum ” pu sei que na min se quiser vou menos. ico e saindo de vivent rocesso de transigao & cr. do trabalho assalariado (GORZ, Dias + Dulce Helena Penna Soares Moria Sara de Lima i do século XX era baseada no em, Be ee conhecitnsnte, na aquisicéio de noyas 2 Res habilidades e competéncias. As habilidades "equisitada, hoje pelo mercado de trabalho sao muito distintas do quando a estabilidade no emprego Proporcionava segurangs es sujeito, Como jé dissemos, antigamente a decisio era sobre gy qual emprego pensar o futuro profissional, pois a carroirg era | algo estavel; haje, mesmo para quem tem escolaridade supe,; a decisdo da carreira remete muito mais a0 sujeito do que ix estruturas institucionais que 0 empregam. Se o aluno conseguisse ultrapassar a barreira do ening superior, seu lugar ao “sol social” estaria garantido, Q diploma universitario trazia um significado de mobilidade social quage que como uma obra certa do destino (RIFKIN, 1996). No. entanty, agora o que 0 jovem realiza durante 0 periodo universitério, i Indice de Aproveitamento Académico (IAA), suas vivéncias, sens interesses, seus estdgios, bem como o que faz imediatamente apés o periodo universitario, é que vai concretamente lhe per- mitir inserir-se mais facilmente ou nao no mundo do trabalho, A insergéo diz respeito a uma forma de participar ativamen. te nao sé como consumidor mais como produtor desse mundo, Muitos jovens, por medo do mercado de trabalho, acabam pro- Jongando sua estada na universidade, ds vezes buscando mesmo se qualificar cada vez mais para esse mesmo mercado, por meio de cursos de especializacaéo ou de mestrado. A inseguranca do jovem se reflete em falas como: 1995). “Professora, se nao sei se aproveito para continuar est dante e fazer 0 mestrado, com uma bolsa ou se devo comes” logo a trabalhar,” ’ “Se comecar a trabalhar, tenho medo de jd néo volta mals para a universidade.” A a ou “Mas ainda néo sei se quero comegar @ trabalhar Planejomento de Carreira: uma onantacso para estudentes Universnsetc mundo do trabalho atual no qual as relaca fs o profundamente, as caracteristicas especteasdeer nt k gotambém se transformaram e hoje um profissional qualificado, ‘dependendo do cargo e da carreira que Pretende ocupar « dit empresa pode ser considerado velho aos 30 anos para iniciar atividade produtiva. Alguém sem. experiéncia profissional 56 com conhecimento tedrico e sem pratica teria, portanto, maiores dificuldades de se inserir. ‘Omercado de trabalho como era conhecido no século passado com oportunidades mais ou menos estéveis nao existe mais. Se oemprego formal esta desaparecendo (GORZ, 1995, RIFKIN, 1996), ainda existe o trabalho, Ao escolher uma carreira, ojovern deseja resolver muitas de suas angustias e dividas em relacio a seu futuro, busca garantias de sucesso ou seguranca financeira -eainda algo que se harmonize com a sua identidade, “Ku quero fazer um concurso ptiblico, néo importa qual.” “Bu preciso ter seguranga financeira, para depois poder decidir minha vida,” “Nao quero depender dos meus pais o resto da vida.” “Quero um trabalho que combine comigo.” Ohomem, culturalmente, tem construido sua vida em torno do trabalho, Com a aceleracéo das mudangas sociais e 0 decli- nio das formas de trabalho como tradicionalmente concebido, torna-se necessdrio repensar tal posicionamento ante o sistema produtivo. “Hoje quem néo tem outro idioma esta fora do mercado.” “E preciso ter experiéncia profissional, e eu nunca tra- I feitnds néo conecgui fixer nein extdgic.” ‘Um novo perfil do trabalhador esta sendo tracado no final ilo XX. Segundo Antunes (2002, p. 195): 437 Maria Sara de Lita Dils ~ Dulce Helena Penng Scare, O que sao os trabalhadores do mundo n, XX, Por certo nao sao idénticos ao pre final a, do século XIX. Mas muito certamente, ta de, May, em vias de desaparicao, quando se otha atte dimensao global. ILO val ‘A classe trabalhadora ou a classe que vive do trahathy proletariado em geral séo sinénimos. Para entender , °° trabalhadora hoje, Antunes (2002) afirma que ela ¢ forma, pelo conjunto de trabalhadores produtivos (que Produzem mais-valia), improdutivos (aqueles cujas formasde trabalhos, utilizadas como servicos, que néio consiste num elementa viyg), Em sua reflexdo, busca entender que a classe trabalhadora deye incorporara totalidade dos trabalhadores assalariados, quer ele realize atividades materiais ou imateriais. As trés ltimas décadas foram marcadas pelo esgotamento do modelo fordista-keynesiano de acumulagao do capital e pela emergéncia de um novo padrao de regulagéo econémica que Harvey (2005) chamou de acumulacao flexivel. Trata-se de um movimento de reestruturacao capitalista que, acirrando a concorréncia no Ambito dos processos produtivos, amplia os meeanismos de aumento da produtividade e da intensificagao do trabalho, provocando mudangas de ordem politica, econémicae cultural. Como expresso pelos alunos: ‘Aconcorréncia estd muito forte.” (Os melhores alunos da engenharia, jd saem empregados.” Orisco: ‘ uma ena eemP te espreita a vida dos individuos como mandos ob B Sa as Pela nao transitoriedade. Os for- ‘esas es @ até mesmo pais ‘egiendo sistema progr anee™ com profundas alteracées na forma, 0 en re ie (j presente) apresenta-se cada a 138, de CArrolea: una orientagte para eta vores omaG80 Para estacaning , WVOFEItrog E asso e atinge ou vird a atingir, yea ™ ita, cada vez Mais proximag py) cere Sss0n5 ; post » AMIgos @ Parentes, openho uma amiga, que se formoy p, as ndo consegulu exercer a profissdo,” eet rea de hu é nani i ina di eee monde muito mais complicade gave ronseguir emprego, ‘cd quatre anos » agdes governamentais com frequénc; ole Sos orsodte (redugéo do cae do tains jizacao das regras de contratacio, qualificagdo e titt zs profissional, estimulo & mobilidade funcional e Beografica dos trabalhadores) e uma visio heterodoxa, centrada numa abordagem macroeconémica - aumento dog investimentog @ tos publicos, principalmente com programas sociais (PO- CHMANN, 2002). Sao agoes que ainda néo tam refletidouma melhora no quadro geral de desemprego, mesmo nos paises mais desenvolvidos. Nocontexto atual, no entanto, de grandes transformagoes e restrig6es no mercado de trabalho, quanto mais clareza o sujeito tiver sobre seus interesses e motivagdes pessoais, habilidades, capacidades e potencialidades, mais facilmente poderd tomar decis6es ou direcdes de vida e carreira, Para Shein (1993) as pessoas entram no mercado de trabalho com muitas ambicées, esperangas, medos e ilusées, mas com rela- tivamente poucas informages validas a seu proprio respeito, especialmente sobre sua capacidade e talento. , Ojovem deve, hoje, fazer a escolha consciente daquilo que Pretende fazer de sua vida profissional como trabalhador. Por- tanto, é necessdrio um empenho dos alunos no conhecimento ®reconhecimento de suas capacidades € potencialidades bem como um conheeimento maior das possiilidades de aah , bara que possa langar mao das oportunidades 4 disponiveis. 139 Mana Sara do Lima Dias « Dulce Helena Perna g Bessencial que jovem goste do que preten, ina érea se direcionar e quais aS comps tenes ep, Si, grins para 8° desenvolver. Alem disso, mapeie gy. sportunidades a serem realizadas a partiy desng 88 tea, buscando a adequagao de aoe valores, suas habj): interesses profissionais. Essa satisfaca, ey ey é oie com umemprego. Passaremos a Telacionar g dig Bre g entre trabalho e emprego. 4,1 Trabalho x emprego Cabe aqui a distingao entre trabalho e Emprego, pois » perspectiva de carreira sempre esteve associada 4 ideia de um emprego estavel em uma determinada organizacs que permitisse ascenséo profissional nela mesma ou em simila. tes, Emprego e trabalho, no entanto, sao conceitog distintos, Vamos explicitar essa diferenca. A escassez de postos ocupacionais e as novas formas de organizagao do trabalho levam a necessidade de uma rede- finigéo, num nivel mais amplo, das relacdes entre capital e trabalho e, num nivel mais estrito, a uma readequagao do perfil dog trabalhadores. Otrabalho aparece para o homem como modo de produgao de sua prépria existéncia: isso passou a exigir do homem & qn véncia em grupos e o desenvolvimento da linguagem na ss do trabalho. O que ocorre ao homem é diferente fea Snimais porque anterior a realizacao de seu trabe- dedefinin n° °2P% de projet-lo, ou seja, tem a at ens objet; entos ou meios que permitam o aleance P alivre escolha das alternativas e4 ores lear Dara seguir em seus objetivos. ieee do trabalho dog eo trabalho humano pode ser difere™ acorn con, AHS & que o homem modifica a 2 ~~” 28 possibilidades; a historia humana ¢ — ynento d6 Carreira: uma orien Pianoia" "9¢90 pare este ‘20108 Universtiy jugao do trabalho naquilo que correspond reyner © a see ne de suprir suas nece io. “O homem produz a sua propria ex) ‘ Oe a si mesmo, para tanto ie nha pic p to produz e é produzido pelo outro,” (cope, ibis 0). Existe uma dupla relacdo mediada pele outro e por, mesmo. oO homem age sobre © mundo exterior @ 5 modi com isso modifica a si mesmo, ‘A minha atividade mediada pela do outro por meio ; linguagem e do instrumento de trabalho 6 0 que que a atividade se reapresente a um sujeito em um refl da realidade concreta. Q trabalho 6, em primeiro lugar, um processo de que participam igualmente o homem ea natureza, e no qual o homem espontaneamente inicia, regula e controla as relac6es materiais entre si proprios ¢ a natureza, Ele se opée A natureza como uma de suas préprias forgas, pondo em movimento bragos e pernas, as forcas naturais de seu corpo, a fim de apropriar-se das produgdes da natureza de forma ajustada a suas proprias necessidades. Pois, atuando assim sobre o mundo exterior e modificando-o, ao mesmo tempo ele modifica a sua prépria natureza, (MARX, 1985, p. 149), le & evo) ssidades pen Ao longo da histéria da sociedade o homem se transformou pelo trabalho e transformou 0 significado do trabalho, O ho- mem, um ser social e histérico, é distinto de outros animais, uma vez que 6 capaz de realizar trabalho e desenvolyer suas atividades em grupo. Ao atribuir ao trabalho sentidos e signi- ficados diversos, este pode ser visto como atividade penosa, como fonte de prazer e satisfagéo pessoal ou como uma ativi- dade laboriosa e dificil, um mal necessdrio. Dependendo das §preciagdes pessoais e subjetivas que o homem faga sobre sua atividade, esta passa a ter um valor diferente para 0 sujeito. Ojjovem deve fazer a escolha mais conseiente possivel da- que pretende fazer de sua vida profissional na qualidade . ' 144 Maria Sara de Lima O98 + Dulce Helang Peon de trabalhador. E essencial que o Jovem fo tifique com sua atividade futura, QUE goste ie do % ao longo de sua vida. Para isso deve conhece, We Yai * areas possiveis de sua atuagdo Profissional, por enc tea psicélogo pode atuar na area orgahizacional, com eng na érea clinica ou na drea educacional, ante sate cer diferentes areas de atuacao Profissional, melhor Pies podera se preparar para ingressar no mereadg, Conta conhecimento do mundo do trabalho, aliado 40 conhee, de si mesmo, de suas aptidées, seus interesses e suas ma g6es profissionais, 0 aluno podera construir uma identideg, profissional satisfatéria e gratificante. A palavra trabalho apresenta, nas diferentes culturas significados distintos e contetidos variados. Entretanto, nas sociedades civilizadas, 0 trabalho tem em comum duag dimensoes principais: 0 sentido de realizagdo de uma obra com o reconhecimento social e o significado de esforgo, dor, imento. Pode-se dizer, portanto, que o trabalho encarna duas foreas: prazer e dor que movem o homem a lutar pela sua sobrevivéncia, O emprego seria a tmaneira de proyer a subsisténcia me- diante um ordenado, n salario ou outra remuneracao a que se faz jus pelo trabalho regular em determinado servico, oficio ou cargo (FERREIRA, 1975), yoni Spresenta-se, assim, como uma forma de identida- mone Pilar mais significativo de existancia como ‘ Sem trabalho, de f i Pansiderado ~ © considerar-se ee te ame ee pianejemento de carrera: ma ertentacéo para estucentos uy pom conformidade com 0 cardter destrutivo do capital inten- sificando os niveis de exploracio, é dificil Tesgatar o sentido & pertencimento de classe que o capital em suas formas de gominecao, inclusiva na esfera da cultura, procura masearar enublar. O fenémeno do desemprego, porém, produz grandes problemas na vida das pessoas, pois sem trabalho nao tem como morar, cuidar da satide, qualificar-se e pagar as contas as todo o més, causando também depressao nos trabalhadores, Portanto, o conceito de trabalho como é concebido atualmen- te, ou seja, o trabalho assalariado, estavel eem tempo integral, encontra-se em extingaéo (ANTUNES, 2005; CHANLAT. 1993). Até a alguns anos, associava-se o trabalho & “estabilidade” e “protecio” caracterizando os padrées de relacées entre empresa e empregado. Dessa forma, o trabalho é aqui entendido como atividade necessaria 4 realizacao de uma tarefa, para aleancar um fim, ou seja, uma ago fisica ou mental da qual se ocupa o homem com vistas a um objetivo, seja ele material ou nado. O emprego pode ser extinto, mas o trabalho permanece. Nessa concepeao, oindividuo é o “fornecedor de trabalho”. 4.2 0 emprego O emprego, diferentemente do trabalho, é compreendido como uma relacao entre aquele que emprega e 0 que é empre- gado. Ter emprego significa ter um cargo ou uma fungao prede- terminada, envolve o trabalho, mas pressupde asubordinagao a quem emprega, remuneragdo e outros direitos pertinentes a categoria “empregados”. Para Souza (2000), 0 emprego global de um pais corresponde a soma de todas as pessoas ocupadas €m alguma tarefa produtiva. : ‘ Essa definicdo simples inclui varias controyérsias. A pri- Meira é 0 que podemos considerar como pessoas ocupadas. que dentro dessa faixa podemos incluir as pessoas po- 143 Maria Sara de Lima Dias + Dulce Helena Penny Soares tencialmente aptas para um trabalho Produtiyo? podem desenvolver atividades e nem receberem temu, S80aq por seu trabalho, como no caso das atividades familians SFG que nem por isso deixam de ser Produtivas, “S, Mag No entanto, em se tratando de uma econ, o nivel de emprego esta relacionado 4 prod rias ou bens e servigos que possuem valor determinado padrao de producao. Assim Oemprego formal g extremamente importante na dindmica da economia capita. lista, pois integra o ritmo de acumulacao de capital, oy Séja, os empregados geram e alimentam a economia, : Antigamente 0 sujeito entrava em uma organizacdo, ocu- pava um posto de trabalho e desenvolvia uma carreira. Ao longo de sua trajetoria, a dedicac&o e lealdade ao empregador eram uma virtude do bom empregado. Nessa relagdo entre empregador e empregado havia uma certa posicao paterna- lista; 0 compromisso com 0 empregador era de certa forma recompensado com algumas garantias e beneficios que a empresa oferecia ao empregado. Hoje o compromisso entre as partes nao mais existe, o empregado procura novos pos- tos ocupacionais e as empresas nao pretendem a lealdade de seus membros. Devido ao exeesso de candidatos e as poucas oportunidades disponfveis, as virtudes do que seriam boas relagées entre empregador e empregados tendem a ser uma coisa do passado. O que ocorre, na realidade, nos tiltimos anos demonstra que © quadro se modificou de forma irreversivel; esses fatos que se #eravam pela constatagao de que a auséncia de fungdes a serem ocupadas, jé ndo atinge setores isolados ou possa ser considerada Provisoria. A légica planetéria supdea supressio do que se chama ‘rabalho, ou melhor; do emprego (FORRESTER, 1997). ‘omia CaDitalig ‘igo de mereadg, de troca dente de Plangjamento do carreira: uma orienta patra ws iin — itarion jmensa maioria que, ameacada de se jun a iaaaconstrangimentos cada vez mit opreemree wrt jrabalhadora incorpera também os trabalhadores precarizados, i i moderno caracterizaido pelo trabalho tem is trabalho precario e trabalho por tempo, trabalho por howe entanto, como afirmam os alunos: “Algum tipo de trabaiho a enie tem sobreviver.” lem. que seja coma vendedor ambulante, maa sem trabalho néo dé Para viver.” que ter para na praia, As alternativas apontadas para a manutencéo do profissio- nal num mercado de trabalho com essas caracteristicas tém. sidoa busca por altas taxas de empregabilidade e qualificacao yr ional, o que significa capacitar-se continuamente, dedi- ear-se ao aprimoramento pessoal, profissional e de relagées ‘sociais como pré-requisito indispensdvel para enfrentar 038 novos tempos. Apesar de o pré-requisito ser um trabalhador superqualificado, nem sempre essa qualificagéo permite o acesso ao emprego. “Eu fiz duas faculdades, e agora estou procurando fazer um curso de mestrado, mas ainda assim nao conse- gui um emprego na Grea de saneamento ambiental, que eu ostaria de ter.” Consideramos empregados os trabalhadores com con- trato assinado, isto 6, com earteira de trabalho. A maior Parte do contingente de mao de obra no Brasil é considerada como empregada. A grande maioria dos empregos criados hos tiltimos dois anos é de um a trés salarios minimos. Isso tem um grande impacto quando pensamos no erescimento Sustentado do pais e na insercdo ocupacional dos jovens. 145 Maria Sara de Lima Dias + ules. Helena Pan 118 Soares, “Eu trabalho na Prefeitura, Néo é exatamente, mas tenho como me sus ‘ a minha familia seu sustento. Estoy pretendo trabalhar na crea de Politi Ue ey tentar e Ba cursands cas Piibiicas O emprego tende a se reduzir cada petitividade esta exigindo empresas en: Com frequéncia os jovens, buscando sci . tendem a procurar o servigo piblico como * Com maior qualidade e produtividade, as opel mudando o conceito de emprego, e as atividaden estao se modificando conforme a evolucao do mereado, Vez mais “Trabalho em uma empresa de informética, el tem carteira assinada. Sé trabalhamos por projeto, trabalha em casa.” A flexibilizacdo produtiva vem promovendo uman lidade de grande massa de pessoas excluidas. Fo aponta para uma sociedade de excluidos, nocivos, e intiteis que nao terao razao de viver e, ainda mais, ser considerados como “peso morto” numa sociedade de sustenté-los ou conviver com sua marginalidade nalidade. Muitos pais reclamam de seus filhos que & in conseguiram se inserir no mercado de trabalho. “Meu filho jd esté com 25 anos e até hoje, nuned ve wt emprego. Eu na idade dele jd tinha até uma fain casa propria. Nao sei o que fazer para ajudar: Planejamente de c8rTelte: um orionta6to para ostudarteg ti version 4.3 Empregabilidade x emprego ‘Tem havido uma intensa corrida pelo aperfeigoamento ree goal ¢ profissional e mesmo no caso dos Profissionais de ‘ifvel superior, & crescente restrigéo do mercado de trabalho para car- gosde maior qualificagado aponta para esse novo conceito, que évisto como a solugdo para se manter no mercado de trabalho, ‘Emp aia “60 conjunto de capacidadese caracteristicas pessoais que levam a pessoa a conseguir empregar-se com mai facilidade do que outras” (SOARES, 2002, p. 111), iad -Otermo surgiu da agéo que comegou como um investimen- to. das empresas na crescente capacitacio de seu quadro de ‘funciondirios. Agora esta cada vez mais saindo das maos do. i lor e recaindo como um investimento necessario a r feito pelo empregado, ou seja, este deve correr em busca dos requisitos e das qualificagdes impostos pelo mercado para manter a sua empregabilidade. almente a empregabilidade 6 vista, sobretudo, como movimento auténomo das pessoas em direcéo a alter- vas que possam, de alguma forma, assegurar melhores idades de conseguir um trabalho, sendo algo que o carrega consigo, independentemente de sua ocupacao sional. Isso é expresso por alunos: reparei o tempo todo para o emprego, acredi- Bie os ied ‘eeuteonieee Tenho dominio idioma, sempre fui um 6timo aluno, acho que tenho essa ” de empregabilidade. Talvez me falte experiéncia, tou indo atras.” scussio sobre o termo empregabilidade é relativamente no Brasil, mas, bastante apropriada. Tendo =e a das mudangas que cercam o mundo do trabalho, pia em autores de administracio de ee de adequacéio as contingéncias do mercado utilizan 147

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