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°16
Estrada Camama/Viana Luanda

OBRA: TERMINAL OCEÂNICO DA BARRA DO DANDE / BENGO

MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA


COFRAGEM E ESCORAMENTO
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ÍNDICE

1. Introdução ............................................................................................................................................... 3
2. Pilares ..................................................................................................................................................... 4

3. Escoramento e Cimbre............................................................................................................................ 5
5. Lajes maciças ......................................................................................................................................... 7
6. Tabelas dinâmicas .................................................................................................................................. 9

7. Contraplacados ..................................................................................................................................... 11
8. Painel de cofragem Marineflex .............................................................................................................. 12
9. Dimensionamento das escoras considerando os “pré e pós-escoramento” ........................................... 12

10. Dimensionamento do pré escoramento ................................................................................................. 15


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1. Introdução

Este documento, tem como objectivo, a par dos elementos desenhados e demais documentos
técnicos, apresentar a solução que a PISONORT pretende executar, para a cimbragem /
escoramento, pré-escoramento e pós-escoramento das lajes previstas em betão armado, bem como
a referência aos elementos verticais, (muros/núcleos e pilares).

Neste trabalho foi feita uma análise do dimensionamento e quantificação dos


cimbres/cofragens ao solo, bem como o estudo do contraventamento que julgamos ser mais eficaz.
O Cimbre é, por definição, uma estrutura de suporte temporário que transmite verticalmente
todas as acções da cofragem, do betão armado e da própria construção directamente para o solo ou
para um nível inferior.

A nossa abordagem é feita tendo em consideração a Norma Europeia, de estruturas


temporárias, EN 12812 e SEI/ASCE 7-10 , aplicando as suas considerações ao modelo numérico de
uma torre de cimbres ao solo, dando especial importância aos dois aspectos mais relevantes: a
estabilidade do conjunto e a deformação por encurvamento.

O dimensionamento dos vários elementos de construção são feitos com base na


regulamentação aplicável e nos catálogos técnicos fornecidos pelos fabricantes dos equipamentos,
tendo sempre em conta os seguintes aspectos:

• Tabelas de cálculo
• Instruções de segurança
• Instruções para o cuidado e manutenção
• Armazenamento e transporte
• Utilização dos componentes associados

Assim, nos capítulos seguintes, iremos descrever com detalhe os equipamentos e materiais
que pretendemos utilizar, por considerarmos serem os mais correctos e ajustados para este tipo de
obra.

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2. Pilares

A cofragem de pilares é executada com painéis Modulares Orma de várias dimensões


adequadas ao projecto, a base de fenólico de 18 a 21mm de espessura, nos quais os bordos do
painel serão protegidos por uma resina acrílica contra absorção de humidade, permitindo assim
conseguir um acabamento liso nos elementos que pretendemos betonar, para além da possibilidade
de adaptação às diferentes secções previstas em projecto

A fixação destes painéis é executada por varões roscados do tipo Dywidag” e o aperto
realizado com “porca super” e nalguns casos com garra regulável. As dimensões destes painéis
variam entre os 3.30 m e os 2.70 m de altura. A largura varia de dimensões que vão desde os 2.40
m,1.20 m, 0,90 m, 0,70 m, 0,60 ou mesmo com 0,50m de largura.

No caso de pilares de betão à vista as arestas serão quebradas com triângulos de madeira
ou PVC,colocados na extremidade do painel sendo o respectivo escoramento executado com
prumos metálicos Covedil ou “puxa-empurras”.

A descofragem, respeitando a norma NP13670-1, poderá se feita após as 12h de cura do


betão, subsequentes à betonagem, tendo sempre em atenção, as condições de humidade,
temperatura e esbelteza dos elementos betonados.

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3. Escoramento e Cimbre

O escoramento de lajes, vigas, pilares e paredes serão sempre executados com prumos
metálicos “Italiano da Covedil” sendo o afastamento entre si o previsto consoante o tipo de cargas.

Figura 2. Escoras Italiana da Covedil.

4. Muros e Paredes

Na execução dos muros de suporte e contenção de terras e ainda nas paredes de betão
armado, serão utilizados “painéis MARINEPLEX” de 21 mm.

O sistema de fixação dos painéis é feito por ferrolhos “BDF”, correias de compensação “TAR
85” e por tirantes com porca orelha turbilhão.

A diversidade da secção destes painéis varia entre 0,60 m à 2,40 m por 3,30 m de altura
sendo que, nas dobras, serão aplicados taipais de esquinas “TE/4330”.

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A descofragem das paredes e muros em betão será sempre feita, de acordo com a norma
técnica “NP EN 136070-1” ao fim de 12 a 16 horas após conclusão da betonagem.

Figura 3. Contraplacado Mariflex.

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5. Lajes maciças

As cofragens serão do tipo “ Doka “ , compostas por vigas “ I “ , H20, nos alinhamentos primários e
Barrotes de pinho nos secundários. O estrado superior terá painéis contraplacado marítimo
Marineflex de 2,50 m x 1,25 m de 18mm.

Figura 3. Contraplacado Mariflex utilizado na cofragem da laje.

As vigas serão calculadas considerando sempre os esforços internos e as reacções


admissíveis, ou seja, o esforço transverso admissível, o momento flector tolerado e reacções
provocadas nos nós da estrutura.

A descofragem deverá ser feita sempre ao 3º dia de cura do betão, contado após a conclusão
da respectiva betonagem.

Considerámos para as vigas H20, a carga máxima admissível de 22 KN.

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No nosso caso, para efeitos de dimensionamento, utilizaremos um “L” (vão máximo de 45


cm), que para uma laje de espessura 0,15 m, resulta numa deformação que varia de 0,5mm a 1,3mm.

Tal variação, tem uma relação directa com o módulo de flexão e com o teor de humidade da
peça. Os painéis Marineflex de igual forma, também serão calculados, considerando sempre a
deformação e momento flector máximos admissíveis.

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6. Tabelas dinâmicas

Figura 6. Tabela de progresso das vigas primarias e secundárias.

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Figura 7. Tabela de espaçamento de vigas Doka em função da carga admissível.

Figura 8. Tabela de cálculo do espaçamento maximo entre prumos e vigas primárias e secundárias.

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Figura 9. Esquema representativo do Sistema de Escoramento.

7. Contraplacados

Figura 10. Tabela de cálculo do espaçamento maximo entre vigas utilizando contraplacado

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8. Painel de cofragem Marineflex

Todos os painéis são compostos de madeira cuidadosamente colada e são muito robustas e
estáveis na sua forma.
1. Poucas fissuras, devido as camadas resistentes da cobertura.
2. Camada central especial, assegura a estabilidade geométrica do painel.
3. Qualidade excelente da madeira, com revestimento uniforme, proporciona um resultado
perfeito.

Figura 11. Painel Marineflex

9. Dimensionamento das escoras considerando os “pré e pós-escoramento”

As estruturas em betão armado necessitam de suporte temporário até o betão atingir a


resistência que permita suportar as cargas pretendidas.

Escoramento (cimbres) é um sistema de elementos verticais que são dimensionados e


colocados para suportar a carga do betão fresco e as cargas provenientes da construção, de uma
forma segura.

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Os cimbres suportam directamente a cofragem e transferem a carga do betão, a carga


proveniente da construção e a carga da própria cofragem para um suporte inferior, (laje a um nível
inferior de um edifício, ou directamente ao solo).

Quando o escoramento é utilizado num edifício com vários pisos, o edifício parcialmente
completo deverá suportar as cargas de construção.

Uma vez que o piso abaixo do que está em construção normalmente não tem resistência
suficiente para suportar a carga de construção, é procedimento frequente e necessário, transferir
parte dessa mesma carga para suportes adicionais que se encontrem abaixo desse piso.

Como se ilustra (foto abaixo), o pós-escoramento é usado para esse propósito, formado por
prumos ou sistemas de cimbres em torre, colocados para garantir a transferência das cargas da
construção para os andares inferiores, evitando que a parte já concluída do edifício não seja
sobrecarregada.

Figura 12. Escoramento (pré e pós-escoramentos)

O pré-escoramento é utilizado quando a cofragem é removida antes de o betão atingir a


resistência que lhe permite suportar-se a ele próprio, conforme a figura 13.

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Os suportes verticais são sempre colocados através de uma cofragem, enquanto esta última é
removida. O pré-escoramento é utilizado para suporte de betão fresco, que ainda não atingiu a
resistência pretendida.

O pós-escoramento é utilizado para transferir as cargas do escoramento e/ou pré-


escoramento, para a estrutura inferior evitando deformações excessivas. A partir do momento em
que o equipamento utilizado para o escoramento, pós escoramento e pré-escoramento é o mesmo,
não existe nenhum método para reconhecer os diferentes propósitos em obra. É o tipo de utilização
do equipamento que identifica a sua função.

Figura 13. Escoramento (pré e pós-escoramentos)

Tabela nº 1 : Espaçamentos e cargas admissiveis nas Vigas (Primárias e secundárias)

Cargas
Espaçamento Cargas Calculo
Admissiveis
Admissivel(m) KN
Laje espessura(m) KN Malhas
Viga Viga
Prumo Viga Prumo Viga Prumo
Prim Secund
0,15 2,93 0,5 5,625 7 1,0x2,0

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Os dados da tabela acima estão dentro dos limites, verificando a tabela da Figura 8, para o
espaçamento das vigas Primárias e Secundarias.

10. Dimensionamento do pré escoramento

Abaixo iremos verificar os limites da malha em função das cargas admissíveis para os prumos
“Italiano da Covedil”:

Situação mais desfavorável tendo como referência ao Edificio SS1:

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No nosso caso, para fins de dimensionamento, utilizámos um “L” (vão máximo de 45 cm), que,
para uma laje de espessura 0,15 m, e um teor de humidade de 15%, resulta numa deformação média
de 0,5mm, (muito inferior a L/500=0,9mm).

Os princípios de cálculo, estão de acordo com a norma SEI/ASCE 7-10, e foram elaborados
considerando os quatro elementos:

- peso próprio do estrado e vigas H20 = 0,40 KN/m2


- densidade do betão armado = 25,0 KN/m3
- sobrecarga de betonagem = 10% densidade betão= 2,5 KN/m3
- sobrecarga de trabalho, carga dinâmica 0,75 KN/m2

De uma forma simplificada e em conformidade com as tabelas dos fornecedores, teremos:


* 1.2D + 1.6L (que nos dá a carga distribuída em cima do soalhado) ***

No caso concreto da Laje em questão, poderemos considerar:

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Cargas Permanentes (D)


✓ Espessura da laje =0,15m
✓ Peso Especifico do Betão armado= 25KN/m3 ✓
✓ Concrete weight = 25KN/m3 x0.15m= 3.75KN/m2 ✓
✓ Pé direito (bottom) =H =3.00, ( Pumo heigth 3,55m) ✓
✓ Margem de segurança para Cargas mortas = 1.2 (Conforme a norma as per SEI/ASCE 7-10) ✓
✓ Total Cargas permanentes (D)= 3.75KN/m2 ✓

✓ Cargas Vivas (L) ✓


✓ sobrecarga de betonagem = 10% densidade betão= 2,5 KN/m3 ✓

✓ sobrecarga de trabalho, carga dinâmica = 0.96KN/m2 (as per SEI/ASCE 7-10) ✓


✓ Peso próprio do estrado e vigas H20 = 0,40 KN/m2 ✓
✓ L= 2.5KN/m2 +0.96kN/m2 +0.4KN/m2= 3.86KN/m2 ✓
✓ Majoração “Load combination” (as per SEI/ASCE 7-10) = 1.2D + 1.6L= 1.2x3.75 +1.6x3.86 = 10,676KN/m2 ✓

✓ Área de influencia do prumo: 1.0 x 2.0= 2m2 ✓

✓ Carga axial na Cabeça do prumo = FV = 10.676x2.0m2= 21,152KN ✓


✓ Abertura máxima da Malha = 24.5/10.676 = 2.29m x 2.29m ✓
(De acordo com a carga admissível (24.5KN (ver tabela 14). = FVa =24.5KN ✓

FV<FVa; Portanto cumpre com os limites ; 21.152KN<24.5KN ✓

Laje =0,15 metros de espessura; densidade betão=25KN/m3; Pé direito =3,00m


( Abertura do prumo 3,55m)
.Pp= 4.5 KN/m2
.Prumo Italiano da Covedil de h= 3,55m; na tabela da Figura 15, temos como carga admissível na cabeça do
prumo 24,5 kN, logo está dentro dos limites toleráveis:
21.152𝐾𝑛 < 𝑞𝑎𝑑𝑚=24,5𝐾𝑛

.
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Tabela nº 2 : Espaçamentos e cargas admissiveis nos prumos ()


Cargas
Espaçamento Cargas Calculo
Admissiveis
Admissivel(m) KN
Laje espessura(m) KN Malhas
Viga Viga
Prumo Viga Prumo Viga Prumo
Prim Secund
0,15 2.0 0.5 21,152 24,5 1,0x2,0
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Figura 16. Tempo de presa do betão em função do tipo Cimento

Nota1: Aos vários níveis de lajes e betonagens na mesma vertical, o escoramentos nos
vários níveis será sempre calculado em função do tempo de presa do betão e da
percentagem de cargas transmitidas aos pisos subjacentes bem como as características
particulares de cada laje.

Tabela 1- Pré e pós Escoramentos


Laje a betonar
0 dias COF+PE à 100 %
Após 7 dias PE à 100 %
Após 14 dias PE à 50 %
Após 21 dias 10 % (por questões de segurança)
Laje inferior
0 dias 50% PE + REF
Após 3 dias 50 % PE
Após 14 dias 0%
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Pós e Pré escoramentos ( Corte esquemático)

X = 1,0 m

Y = 2,19 m

Z = 1,5 m

W = 2.62 m

Ass: Engº Hélder Ngonga

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