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Complexo Pequeno Príncipe

O Complexo Pequeno Príncipe é formado pelos hospitais PROTOCOLO DE


César Pernetta e Pequeno Príncipe, Faculdades Pequeno
Príncipe e Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe.
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Esta história começou em 1919, quando voluntários se
organizaram para oferecer consultas e remédios gratuitos a
crianças e adolescentes. Atualmente, o Pequeno Príncipe é
o maior hospital pediátrico de alta complexidade do Brasil.
Sua missão é de proteger a criança e o adolescente por
meio da assistência, ensino, pesquisa e mobilização social,
fortalecendo o núcleo familiar. Com esse objetivo trabalha
diariamente para garantir a todos os meninos e meninas
os direitos universais fundamentais à vida. 

Rua Desembargador Motta, 1070 • Curitiba . PR . Brasil/Brazil • CEP/Zip Code 80.250-060


tel.: + 55 41 3310.1080 • + 55 41 3310.1722 • fax + 55 41 3225.2291
cpp@hpp.org.br • www.pequenoprincipe.org.br
PROTOCOLO DE
CETOACIDOSE DIABÉTICA
Autores
Dr. Paulo Ramos David João,
Chefe da UTI Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe

Dr. Geraldo Miranda Graça Filho,


Endocrinologista Pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe

Dra. Michelle Henrique Lucena,


Médica da UTI Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe

Dra. Larissa Rossato Chrun,


Médica da UTI Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe

Dra. Gisele Frederich Vidotto,


Médica da UTI Pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe

Organizadores
Dr. Donizetti Giamberardino Filho,
Diretor Clínico do Hospital Pequeno Príncipe
Dr. Nilton Kiesel Filho,
Coordenador Médico da Emergência do Hospital Pequeno Príncipe

Projeto Gráfico
Karina Kondo,
Coordenadora do Marketing-Criação do Hospital Pequeno Príncipe
Vinícius Binder Segan,
Designer Gráfico do Marketing-Criação do Hospital Pequeno Príncipe

Revisão de texto
Géssica Elen,
Coordenadora da Comunicação do Hospital Pequeno Príncipe
Camila Hampf Mendes,
Jornalista do Hospital Pequeno Príncipe

Curitiba, Julho de 2011


ÍNDICE
Protocolo de Cetoacidose Diabética

1. INTRODUÇÃO 05
2. FATORES DESENCADEANTES 06
3. CONDUTA 08
ABORDAGEM INICIAL 08
MEDIDAS DE SUPORTE INICIAL 10

4. TRATAMENTO 12
OBJETIVOS DA TERAPIA 12
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO TRATAMENTO 12
FÓRMULAS 13
REPOSIÇÃO VOLÊMICA 14
ELETRÓLITOS 15
ACIDOSE METABÓLICA 18
INSULINOTERAPIA 20
INFUSÃO DE GLICOSE 22
DIETA VIA ORAL 23

5. COMPLICAÇÕES 23
TRATAMENTO 29

6. referências bibliográficas 30
PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

1. INTRODUÇÃO

A cetoacidose diabética (CAD) é uma complicação aguda grave


do diabetes mellitus tipo 1 (DM1), e é a emergência endócrina
mais frequente nas unidades de pronto atendimento pediátrico.
Mesmo em países desenvolvidos, está presente em 15 a 67% das
crianças e adolescentes no momento do diagnóstico do diabetes.
Dentre os pacientes com diagnóstico prévio de DM1, a CAD é
a principal causa de morbimortalidade, sendo responsável por 8
a 28% de todas as admissões por diabetes mellitus em hospital.
O DM1 pode manifestar-se em qualquer idade, porém concentra-se
no período escolar e na adolescência, constituindo-se no distúrbio
endócrino-metabólico crônico mais frequente na infância.
A CAD é um distúrbio do metabolismo de proteínas, lípides,
carboidratos, água e eletrólitos, consequente a menor atividade
da insulina frente à maior atividade (absoluta ou relativa) dos
hormônios contra-reguladores (cortisol, catecolaminas, glucagon
e hormônio do crescimento).
A dificuldade no reconhecimento dos sintomas iniciais, decorrentes
da hiperglicemia, e a consequente demora no diagnóstico, são
os principais determinantes da ocorrência de CAD em crianças
sem diagnóstico prévio de DM1. Tal fato contribui para um maior
atraso no diagnóstico levando a quadros graves de desidratação
e acidose na admissão.
A demora no diagnóstico e na instituição do tratamento adequado
leva ao aumento da mortalidade, que ocorre devido a distúrbios
metabólicos mais graves e frequência aumentada de complicações.
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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

A maioria dos casos fatais está relacionada ao desenvolvimento de NOS DIAGNOSTICADOS DIABÉTICOS ANTERIORMENTE
edema cerebral (EC) - complicação mais grave, que está presente • Má aderência ao tratamento; muitas vezes com omissão das doses usuais
em 0,5 a 2% dos pacientes com CAD, com mortalidade de 40 a de insulina; controle glicêmico ruim ou episódios prévios de CAD
90% e capaz de produzir sequelas em 10 a 25% dos sobreviventes. • Infecções
• Distúrbios psiquiátricos
Com o descobrimento e emprego da insulina no tratamento
da CAD associado à melhora nos cuidados clínicos, foi possível • Distúrbios alimentares (desencadeante em até 20% dos casos nos
pacientes recorrentes)
reduzir sua mortalidade de 100% (no início do século XX) para
• Dinâmica familiar desfavorável
os atuais 2-5%.
• Adolescentes do sexo feminino
O conhecimento dos fatores determinantes da ocorrência de • Interrupção, mesmo que transitória, da terapia insulínica por bomba
CAD, associado à detecção precoce dos primeiros sintomas de (causas técnicas, como problemas na bomba ou cateter) – em
hiperglicemia, contribuirá para a redução da morbimortalidade função das baixas reservas de insulina
do DM1, reduzindo a frequência de quadros clínicos graves no Obs.: Como regra geral, em todo paciente com CAD devem ser
momento da admissão, bem como o risco de complicações. investigados os possíveis fatores desencadeantes e, somente quando estes
forem afastados, considera-se o tratamento irregular como fator causal.

DEFINIÇÃO DE CAD - CARACTERÍSTICAS


2. FATORES DESENCADEANTES • Hiperglicemia (geralmente acima de 200 mg/dL)
• Cetonemia (acima de 3 mMol/L)
NOS DIAGNÓSTICOS NOVOS DE DM
• Infecções (30 a 40% dos casos) • Cetonúria
• Altas doses de glicocorticóides • Acidose Metabólica (pH <7,3 e/ou HCO3 <15 mEq/L)
• Antipsicóticos atípicos • Graus variáveis de desidratação
• Diazóxido • Podendo ou não ser acompanhada de alterações neurológicas
• Algumas drogas imunossupressoras
• Pancreatite
• Trauma
• Doença gastrointestinal com diarréia e vômitos
Obs.: Em 2 a 10% dos casos, não é possível identificar o fator precipitante.

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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

3. CONDUTA 3) Buscar possíveis causas para CAD


• Evidência de infecção
ABORDAGEM INICIAL • Uso irregular de insulina nos previamente diabéticos
1) Diagnóstico Clínico 4) Confirmar o diagnóstico
• Sintomas iniciais: poliúria, polidipsia, enurese, nictúria, perda de • Gasometria arterial ou venosa: avaliar pH (< 7,3) e
peso e polifagia, ou mais frequente, anorexia HCO3 (< 15 mEq/L)
• Sintomas evolutivos: náuseas, vômitos, anorexia progressiva, dor • Fita urinária: avaliar presença de cetonúria
abdominal (podendo mimetizar abdome agudo), fadiga e sinais de • Glicemia capilar (hemoglicoteste ou Dextrotix® ou Advantage®):
desidratação avaliar grau de hiperglicemia (> 200 mg/dL)
• Hálito cetônico (odor adocicado devido à cetose)
• Febre (associada a processo infeccioso) 5) Avaliação laboratorial inicial
• Respiração de Kussmaul (profunda, rápida e suspirante) Glicemia Sódio
• Obnubilação progressiva e perda de consciência Uréia e Creatinina Potássio
Gasometria arterial ou venosa Cálcio ionizado e total
2) Avaliação Clínica
Hidratação: Hb e VG Fósforo
• Tempo de enchimento capilar prolongado (> 2s) Urocultura + Hemocultura
• Turgor da pele e do subcutâneo anormal Hemograma
(se suspeita de infecção)
• Hiperpnéia (hiperventilação para compensar a acidose metabólica)
Parcial de Urina (PU) Cloro (para cálculo do ânion gap)
• Mucosas secas, ausência de lágrimas, olhos “fundos”, pulsos finos
e extremidades frias Lactato ou Ácido Lático
• Desidratação grave: pulsos periféricos filiformes ou ausentes,
hipotensão e oligúria (achados tardios associados à sepse e edema Obs.: O hemograma pode apresentar leucocitose com desvio esquerda
cerebral) associada à acidose metabólica, sem o paciente, necessariamente, ter
infecção.
Peso: para comparação com peso anterior, descrito pela família, e para
cálculos do tratamento
Nível de consciência: para definir abordagem inicial quanto à via aérea
e gravidade

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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

MEDIDAS DE SUPORTE INICIAL 8) Indicação para internamento em UTI Pediátrica


1) Assegurar via aérea - naqueles pacientes com alteração do nível de • Circulação comprometida de qualquer forma ou choque evidente
consciência • Arritmias cardíacas
• Intubação Naso ou Orotraqueal: Glasgow <8 • Insuficiência respiratória
2) Sonda nasogástrica - naqueles com vômitos frequentes ou com • Aqueles com alterações neurológicas, com edema cerebral ou
alteração do nível de consciência (mesmo se somente sonolência) com risco aumentado de desenvolver:
3) Monitor cardíaco - avaliar onda T no Eletrocardiograma - < 5 anos de idade
- Acidose grave (pH ≤7,1)
4) Oxigênio - naqueles com instabilidade hemodinâmica ou com
saturação <92% - pCO2 baixo
- Níveis elevados de uréia nitrogenada
5) Acesso venoso periférico - no mínimo dois acessos para iniciar
hidratação, o mais precoce possível • Quando não houver possibilidade de monitorização contínua,
tratamento adequado com insulina em bomba infusora (BI) e coletas
6) Expansão volumétrica - infundir soro fisiológico (SF0,9% ou frequentes de exames laboratoriais (principalmente gasometria)
NaCl0,9%) 20 ml/Kg a cada 20 minutos, até obter estabilidade
• Pacientes com poucos distúrbios metabólicos, pH >7,1, alertas,
hemodinâmica - sair do choque hipovolêmico
mas que não estão respondendo adequadamente ao tratamento
7) Sonda vesical de demora - para monitorização da diurese, iniciado fora da UTI
principalmente naqueles inconscientes ou sonolentos, com sinais • Pacientes < 2 anos ou com fatores associados (queimaduras,
de retenção vesical e nas crianças menores traumatismos ou infecções)
• Quando não houver experiência, pela equipe de atendimento
inicial, no tratamento de CAD

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4. TRATAMENTO FÓRMULAS
1) Ânion gap (AG) - normal de 12±2 mMol/L, na CAD frequentemente
OBJETIVOS DA TERAPIA é de 20 a 30 mMol/L e se > 35 mMol/L sugere acidose lática associada.
• Corrigir desidratação Na = sódio sérico
• Corrigir acidose e reverter cetose Cl = cloro sérico
AG = Na – (Cl + HCO3)
• Restaurar lentamente a glicemia para níveis aceitáveis de tratamento HCO3 = bicarbonato sérico
(entre 200-300 mg/dL) K = potássio sérico
• Evitar complicações da terapia U = uréiat
• Identificar e tratar qualquer fator precipitante, como infecções
2) Sódio (Na) corrigido - em mEq/L
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO TRATAMENTO Redução 1,6 mEq/L de Na → a cada 100 mg/dL de glicose acima
Monitorização meticulosa com anotação de dados de hora em hora de 100 mg/dL
nas primeiras 24 horas (após 12 horas, se o paciente está hidratado e
lúcido, pode ser de 2 em 2 horas) e para o restante, após 24 horas, 3) Potássio (K) corrigido - em mEq/L
de 2 em 2 horas: Redução 0,6 mEq/L de K → a cada 0,1 abaixo do pH 7,4
• Frequência cardíaca (FC)
4) Osmolaridade calculada - em mMol
• Frequência respiratória
Osmolaridade = 2 x Na + U/2,8 + Glicemia/18tt
• Pressão arterial (PA)
• Observação do nível de consciência e sintomas neurológicos 5) Eliminação de CO2 - a acidose metabólica desencadeia uma
(alertas para edema cerebral) tentativa de compensação respiratória com eliminação de CO2
• Quantidade de volume administrado e perdas pCO2 esperado = (HCO3 x 1,5) + 8
• Glicemia capilar ou Hemoglicoteste 6) Cálculo do peso calórico (PKcal) - em Kcal
• Exames Laboratoriais: Eletrólitos, Glicemia, Uréia, Volume Globular Peso ≤ 10 kg → PKcal = Peso em Kg
e Gasometria a cada 4 a 6 horas, nas primeiras 12 horas. Cálculos Peso entre 10 e 20 Kg → PKcal = Peso em Kg
Peso > 20 Kg → PKcal = Peso em Kg

7) Cálculo da superfície corpórea (SC) pelo peso - m2


SC = (Peso em Kg x 4) + 7 / Peso em Kg + 90t

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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

REPOSIÇÃO VOLÊMICA • A solução de reidratação parenteral deve ser mantida enquanto a


Objetivos insulina endovenosa for necessária e não houver aceitação da dieta
• Restauração do volume circulante via oral, então diminuída após isso.
• Reposição de sódio e déficit de água intra e extracelular
• Melhora da filtração glomerular com aumento do clereance de 3) Reposição da diurese
glicose e cetonas do sangue
• A reposição do excesso de diurese é acrescida no volume de
• Redução do risco de edema cerebral
reidratação, durante o tratamento da CAD com insulina em BI ou SC.
Fases • Mesmo com a melhora da acidose, o paciente diabético tende
1) Ressuscitação – Expansão (de 1 a 4 horas) a manter uma diurese alta mesmo após a suspensão da insulina
• Engloba expansões com SF 0,9% 20 ml/Kg a cada 20 minutos até contínua. Então, suspende-se o soro de manutenção, à medida que
obter estabilidade hemodinâmica mínima. o paciente possa usar a via digestiva e esteja lúcido, somente repondo
• Essa reposição rápida restabelece a volemia mínima e melhora a a metade do excesso de diurese em 6 horas, pela via oral (VO) ou via
perfusão renal, que aumenta a filtração glomerular, promovendo endovenosa (EV) até estabilizar o volume urinário por dia.
diurese osmótica da glicose, com redução da glicemia e da Como fazer: A diurese esperada é de 2,5 ml/kcal/hora. Avalia-
osmolaridade plasmática. se quanto de diurese o paciente apresentou além da esperada e
oferta-se metade desse volume em 6 horas, na forma de água
2) Reidratação (20 a 22 horas)
quando VO, ou Soro Glicosado (SG5%) ou SF0,9% ou metade de
• Essa fase inclui o volume de manutenção que deve estar entre 1800 a
cada, quando EV, de acordo com a glicemia.
2000 ml/m2/dia ou 100 ml/kcal/dia, acrescido do volume das perdas
posteriores, nos casos de vômitos persistentes e diarréia. Ainda há
a perda urinária que corresponde a 30-50% na ração hídrica de ELETRÓLITOS
manutenção, ou seja, um volume total de 2500 a 3000 ml/m2/ Sódio (Na)
dia, mas o volume deve ser calculado para cada caso, segundo suas Na CAD, a hiponatremia deve ser evitada e tratada, e pode ocorrer
necessidades. devido a:
• Pode-se iniciar com 1800 a 2000 ml/m2/dia ou 100 ml/kcal e devem • Diluição associada ao aumento da osmolaridade causada pela
ser realizadas reavaliações periódicas, para acrescer volume quando hiperglicemia
necessário. Na medida em que a perda de volume for maior que a • Aumento dos lipídios séricos com baixo teor de sódio
oferta, aumenta-se a infusão do soro de manutenção ou realiza-se
• Perda urinária de sódio relacionada à diurese osmótica
SF 0,9% 10 a 20 ml/Kg, em paralelo em 1 a 2 horas, como reposição
das perdas em excesso. • Eliminação de corpos cetônicos
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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

Calcular o Na corrigido para avaliar o verdadeiro grau de hiponatremia. Então, se a dosagem do potássio sérico está normal ou diminuída
Deve-se manter uma oferta basal de sódio de 150 mEq/L no soro de no início, é necessária a reposição precoce e agressiva, pois, com
manutenção, na forma de Cloreto de Sódio 20% (NaCl20%) e/ou o tratamento, a tendência é uma queda maior ainda. Calcular o K
SF0,9% e aumentar a oferta, se necessário, de acordo com a dosagem corrigido para avaliar o verdadeiro grau de hipopotassemia.
sérica. Havendo diurese, deve-se acrescentar potássio na solução de
A hipernatremia parece ser um fator protetor no desenvolvimento do reidratação na forma de Cloreto de Potássio (KCl19,1%), de acordo
edema cerebral (tolerar Na entre 150 a 160 mg/dL naquelas crianças com esses valores:
com glicemia > 600 mg/dL). • K sérico < 4 mg/dL → 60 mEq/L de K (12 ml de KCl19,1% em um
soro de 500 ml), deve ser iniciado antes da insulinoterapia
Cálcio (Ca) • K sérico entre 4-6 mg/dL → 40 mEq/L de K (8 ml de KCl19,1% em
Com a correção da acidose e a melhora da taxa de filtração glomerular, um soro de 500 ml)
ocorre uma tendência à hipocalcemia. Deve-se manter uma oferta • K sérico > 6 mg/dL → não usar K
basal de Ca para os pacientes pediátricos, na forma de Gluconato de
Se a hipopotassemia persistir mesmo com o máximo de reposição (80
Cálcio 10% (Glucca10%) – de 0,5 a 1 mEq/kcal/dia e aumentar a oferta,
mEq/L a 100 mEq/L em acesso central – 16 ml a 20 ml de KCl19,1% em
se necessário, de acordo com a dosagem sérica.
um soro de 500 ml), então diminuir a infusão de insulina.

Potássio (K)
Fósforo (P)
Na CAD inicialmente há hiperpotassemia por saída do K para o meio
Inicialmente há uma hiperfosfatemia consequente à acidose metabólica
extracelular, devido à glicogenólise, lipólise, desidratação e desvio
e desidratação celular, pois há saída de P para o meio extracelular. A
iônico. Depois, ocorre um déficit estimado de K de 4 a 6 mEq/Kg,
hipofosfatemia ocorre depois, devido a perdas urinárias com a diurese
devido a:
osmótica e entrada de P para o meio intracelular devido à reidratação
• Correção da acidose, hidratação celular e pela ação da insulina, celular e à ação da insulina.
que promove a entrada de glicose e potássio para dentro da célula.
Os efeitos adversos graves da hipofosfatemia são raros e a terapia com
• Excreção urinária junto com os cetoácidos fósforo pode levar a hipocalcemia importante.
• Aumento da aldosterona causado pela desidratação A reposição de fosfato deve ser realizada naqueles pacientes com nível
• Vômitos sérico < 1 mg/dL e depressão respiratória ou fraqueza inexplicável,
além de jejum prolongado ou demora em responder ao tratamento
adequado.

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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

Estudos prospectivos não demonstraram benefício clínico da reposição A administração de bicarbonato de sódio pode estar associada ao
rotineira de fósforo, porém, defensores dessa reposição argumentam edema cerebral e morte e apresenta diversos efeitos adversos quando
que os benefícios da terapia com fosfato são: usado inadvertidamente, entre eles:
• A utilização de Fosfato de Potássio, em substituição a parte do • Hipopotassemia
cloreto (KCl19,1%), diminui a incidência de acidose hiperclorêmica • Agravamento da hiperosmolaridade
• Melhora do 2,3-difosfoglicerato (2,3-DPG) eritrocitário, que libera • Aumento da acidose intracelular devido à produção de CO2
o oxigênio da hemoglobina para os tecidos, porém, nos pacientes
• Acidose paradoxal no sistema nervoso central (SNC)
pediátricos, a melhora do 2,3-DPG ocorre rapidamente, mesmo
sem reposição de fósforo, quando fósforo em níveis normais • Desvio da curva de dissociação da hemoglobina para esquerda,
com diminuição da oferta de oxigênio para os tecidos
• Diminui o risco de rabdomiólise e hemólise
• Redução mais lenta da cetonemia
Muitos pacientes com potássio sérico baixo persistente, mesmo com
reposição, apresentam hipofosfatemia associada. Nesses casos, há
A utilização de bicarbonato está indicada naqueles pacientes:
indicação de reposição de fósforo, pois somente assim o potássio
atingirá o limite normal. • Mantém pH < 6,9 após 2 horas de hidratação (expansão) com
contratilidade cardíaca diminuída, pressão venosa central (PVC)
• Reposição com glicerofosfato (Glycophos®) – 1 mMol = 1 ml:
elevada, vasodilatação periférica persistente, que prejudique
• Se P sérico ≈ 1 mg/dL e criança estável → 0,08 mMol/Kg de 6/6 a perfusão tecidual e altere a ação de adrenalina durante a
horas, ou seja, 0,32 mMol/Kg nas 24 horas ressuscitação
• Se P sérico entre 0,5 - 1 mg/dL → 0,16 a 0,24 mMol/Kg de 6/6 • Acidose persistente com hipercloremia
horas, ou seja, 0,64 a 1 mMol/Kg nas 24 horas
• Hiperpotassemia grave com risco de morte
• Não apresenta interação com outros metabólitos ou medicamentos
A dose é de 1 a 2 mEq/Kg de bicarbonato de sódio
(8,4% - 1 ml = 1 mEq ou 10% - 1 ml = 1,2 mEq) em 1 a 2 horas.

ACIDOSE METABÓLICA Embora não estamos completamente convencidos de que bicarbonato


A acidose grave é reversível com a reposição de fluidos e insulina. O de sódio é perigoso, também não há evidência de benefício do uso
pH ácido não é um fator determinante que aumente o risco de morte nos pacientes com CAD. Já há alguns anos em nosso serviço temos
e falência de múltiplos órgãos, mas é fator de risco para complicações evitado a infusão de bicarbonato de sódio na CAD, com exceção das
neurológicas. situações já descritas, mesmo em presença de pH inferior a 7,0.

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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

INSULINOTERAPIA Já nos pacientes com diagnóstico novo de DM1, recomenda-se a dose


Os benefícios da terapia com insulina são: de 0,5 UI/Kg/dia de insulina NPH dividida em: 2/3 desse valor antes do
• Entrada de glicose para o espaço intracelular café da manhã e 1/3 antes do jantar, porém, deve ser iniciada somente
se o paciente estiver alimentando-se bem VO. Sugere-se fazer a
• Reverte o estado catabólico
suspensão do soro com insulina EV em horários próximos das refeições
• Suprime a lipólise e cetogênese para a administração da insulina NPH, pois, essa está relacionada à
• Corrige a glicemia e a acidose ingesta alimentar. Mas se a suspensão ocorrer em outros horários,
manter somente a tabela de insulina R para o controle glicêmico.
Insulina Endovenosa Além da NPH, os pacientes devem receber insulina R conforme
A insulina EV, que é a terapia mais utilizada atualmente, deve ser hemoglicoteste, antes das refeições, como a tabela a seguir:
iniciada 1 a 2 horas após a reposição inicial de fluidos. Não é segura
a administração da dose de ataque de insulina regular, subcutânea Hemoglicoteste < 200 Não realizar insulina R
ou intramuscular, pois pode induzir uma queda intensa na glicemia e Hemoglicoteste entre 200 e 300 Realizar 0,1 UI/Kg
osmolaridade, aumentando o risco de edema cerebral.
Hemoglicoteste entre 301 e 400 Realizar 0,15 UI/Kg
Solução de insulina: diluição de insulina regular na proporção de 0,1 UI/
Hemoglicoteste > 400 Realizar 0,2 UI/Kg
ml (25 UI de insulina para 250 ml de Soro Fisiológico) com infusão na
dose de 0,1 UI/Kg/hora, ou seja, 1 ml/Kg/hora em BI.
Rotina de Hemoglicoteste
A insulina contínua EV deve ser suspensa quando todas essas situações
Durante o período de internamento no hospital as glicemias capilares
estiverem presentes:
devem ser realizadas antes do desjejum, antes do almoço, antes do
• pH sanguíneo ≥ 7,3 café da tarde, antes do jantar, às 22 horas e às 3 horas da madrugada.
• Bicarbonato sérico ≥ 18 De acordo com a tabela anterior, a insulina R será aplicada. Porém,
• Ânion gap entre 8 e 12 não será aplicada às 22 nem às 3 horas, mesmo se hemoglicoteste
• Paciente em condições de utilizar a via digestiva alto, que exija administração de insulina R, porque não há oferta de
glicose (alimentação) nesses horários, com risco de hipoglicemia. Os
Insulina Subcutânea valores encontrados nos horários noturnos são para avaliar a resposta
do paciente à NPH e à dieta, além de nortear o tratamento adiante.
Uma hora antes da suspensão da insulina endovenosa, deve-se aplicar
um bolo de insulina regular (R) subcutânea, na dose de 0,1 UI/Kg. As
doses seguintes serão definidas de acordo com o uso prévio de insulina
de cada paciente e das glicemias.

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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

INFUSÃO DE GLICOSE
Deve ser iniciada quando a glicemia atinge de 250-300 mg/dL e/ou se Solução A Solução B
a queda da glicemia apresenta-se ≥ 50 mg/dL. Recomenda-se uma
queda da glicemia menor que 50 mg/dL a cada hora. 500 ml de SG 10% 500 ml de SF0,9%
22 ml de NaCl20% (150 mEq/L de Na)
A acidose e a cetonemia são marcadores de gravidade e da insuficiência
de insulina e glicose no metabolismo celular. Aqueles pacientes (150 mEq/L de Na) 8 ou 12 ml de KCl19,1%
que mantém esse estado, não devem ter suas infusões de insulina 8 ou 12 ml de KCl19,1% (40 ou 60 mEq/L de K)
diminuídas, mas um aumento da infusão de glicose, podendo chegar (40 ou 60 mEq/L de K) 5 ml de Glucca10%
até 12,5% a concentração de glicose, para evitar a interrupção da 5 ml de Glucca10% (0,5 a 1 mEq/Kcal/dia de Ca)
infusão de insulina devido à hipoglicemia.
(0,5 a 1 mEq/Kcal/dia de Ca)
Para facilitar a infusão dos metabólicos, do volume diário de reidratação
e da concentração de glicose (CG), criou-se um sistema com duas
bolsas de soro, cada uma delas em uma bomba de infusão e uma DIETA VIA ORAL
torneira de comunicação (ou “Y”) entre as duas. Dependendo da Deve ser introduzida quando:
CG que se quer oferecer (0 a 10%), infundirá o volume de uma das • Paciente está alerta
soluções (A ou B), de acordo com a quantidade de volume nas 24 • Ausência de vômitos
horas (máximo de 3000 ml/m2/dia). Na medida em que a glicemia
• Melhora da acidose
variar, proporcionalmente infundiremos uma parte de cada solução
para completar o volume total diário.
5. COMPLICAÇÕES
Por exemplo: Criança de 10 anos, 30 Kg (SC de 1,058 e peso calórico 1) Distúrbios hidroeletrolíticos - hiper ou hipopotassemia, hiper ou
de 17 Kcal), oferta de volume de 1800 ml/m2/dia, necessidade de CG hiponatremia, hipofosfatemia, etc.
de 7,5% → Receberá ≈ 1905 ml de soro em 24 horas correndo em
BI a ≈ 79 ml/hora (equivalente a 112 ml/Kcal/dia), sendo que desse 2) Hipoglicemia
volume - 59,3 ml/hora será da Solução A (SG10%) e 19,7 ml/hora será 3) Reidratação inadequada
da Solução B (SF0,9%).
4) Acidose Hiperclorêmica - decorrente da reposição de cloro
A equipe de Enfermagem da Unidade irá preparar novamente cada excessiva na forma de NaCl0,9%, em geral pode se manter por
solução à medida que elas terminarem, pois não há frascos de soro alguns dias, mas não necessita de tratamento específico, melhorando
que comportem o volume total diário, como no caso anterior. quando há função renal normal

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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

5) Arritmias cardíacas - raramente ocorrem e estão associadas aos O EC subclínico é definido por estudos de imagem e provavelmente
distúrbios eletrolíticos, principalmente de K é comum. Já o sintomático, é mais raro, contudo há vários graus de
apresentação clínica e nos casos de herniação, a mortalidade é alta,
6) Aspiração de conteúdo gástrico - está associada a alteração
mesmo com tratamento.
importante do nível de consciência e vômitos frequentes, por isso
a indicação da sonda nasogástrica e monitorização contínua do Sinais e sintomas:
paciente
• Cefaléia
7) Edema pulmonar - pouco comum e está associada a:
• Diminuição inapropriada da frequência cardíaca
• Baixa pressão oncótica
• Aumento da permeabilidade capilar pulmonar • Vômitos recorrentes
• Edema pulmonar neurogênico • Letargia ou difícil despertar, resposta motora ou verbal à dor anormal
O tratamento é feito através de oxigenoterapia, diuréticos e suporte • Alteração do estado neurológico: irritabilidade, tontura, incontinência
ventilatório nos casos graves. inapropriada para idade, criança inconsolável ou agitação
8) Alterações do SNC • Sinais neurológicos: paralisia de nervos faciais e resposta pupilar
• Trombose do seio venoso alterada
• Trombose da artéria basilar
• Aumento persistente da pressão arterial
9) Complicações variadas, associadas ao tratamento e à própria
CAD - trombose venosa periférica, coagulação intravascular • Queda da saturação
disseminada, sepse, Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo • Alteração de comportamento
(SDRA), pneumotórax, pneumomediastino, enfisema subcutâneo,
rabdomiólise, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda • Pupilas dilatadas, bradicardia e parada respiratória nos casos graves
com herniação
10) Edema cerebral (EC)
• Flutuação no nível de consciência, postura de decorticação ou
Praticamente restrita à faixa etária pediátrica, pode variar de 0 a 18 descerebração, deve-se usar a escala de Coma de Glasgow para
anos, mas mais prevalente em menores de 5 anos, no primeiro avaliação
diagnóstico de CAD e naqueles com duração longa dos sintomas.
Geralmente, ocorre 4 a 12 horas após o início do tratamento e no
momento em que a acidose, a desidratação, a hiperglicemia e o
estado geral do paciente estão melhorando.

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PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA PROTOCOLO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA

VARIÁVEIS - Crianças que não verbalizam ESCORE VARIÁVEIS - Crianças que verbalizam ESCORE
Espontânea 4 Espontânea 4
Abertura À voz 3 Abertura À voz 3
ocular À dor 2 ocular À dor 2
Nenhuma 1
Nenhuma 1
Sorri, segue som e objetos e interage 5 Orientada 5
Consolável quando chora, interage Confusa 4
4 Resposta
Palavras inapropriadas 3
Resposta inapropriadamente verbal
3 Palavras incompreensivas 2
verbal Sons vocais, pouco consolável
Nenhuma 1
Inconsolável, irritada, choro 2
Nenhuma 1 Obedece a comandos 6
Localiza dor 5
Obedece a comandos 6
Resposta Movimento de retirada 4
Localiza dor 5 motora Flexão anormal 3
Resposta Movimento de retirada 4 Extensão anormal 2
motora Flexão anormal 3 Nenhuma 1
Extensão anormal 2
Nenhuma 1 Diagnósticos diferenciais: outras alterações cerebrais podem estar
presentes em 10 a 20% dos pacientes com CAD e com sintomas
neurológicos:
• Hipoglicemia
• Ingestão de drogas
• Infecção, como meningite ou encefalite
• Trombose, acidente vascular cerebral, embolia, infarto cerebral e
hemorragia cerebral
• Síndrome da desmielinização osmótica
• Hidrocefalia obstrutiva
• Trauma crânio-encefálico
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Fisiopatologia: é incerta, mas alguns fatores podem contribuir: TRATAMENTO


• Hipocapnia importante devido à hiperventilação, levando a • Manitol 0,25 a 0,5 g/Kg (causa diurese osmótica, diminuição da
vasoconstrição e isquemia cerebral, hipóxia e aumento da viscosidade sanguínea, melhorando o fluxo sanguíneo cerebral e a
permeabilidade capilar oferta de oxigênio)
• Intubação e hiperventilação • Solução Salina Hipertônica 3%, com manutenção de sódio sérico
entre 150 a 160 mEq/L
• Isquemia cerebral devido ao aumento da viscosidade e
aprisionamento sanguíneo • Se ventilação mecânica é necessária (Escala de Coma de Glasgow <8
ou proteção de via aérea), deve-se manter pCO2 entre 30-35 mmHg
• Hiperglicemia > 600 mg/dL
• Manter cabeceira elevada - 30˚
• Excesso de líquidos (> 4000 ml/m2/dia)
• Normovolemia – diminuir administração de fluidos em 1/3
• Acidose grave na admissão e grau de desidratação
• Monitorização frequente e rigorosa do estado de consciência
• Rebaixamento importante do nível de consciência na admissão
• Monitores de Pressão Intracraniana e Corticóide: não há evidência
• Administração de bicarbonato que propicia uma diminuição científica para o uso desses artifícios no tratamento do EC
na oferta de oxigênio ao cérebro pela alteração na curva de
dissociação da hemoglobina • Realizar Tomografia Computadorizada (TC) de crânio, porém, em
até 40% das crianças, com clínica de edema cerebral, os exames
• Uréia nitrogenada plasmática alta podem ser normais inicialmente. (Obs.: a ecografia transfontanela e
• Uso inadequado da insulina a TC de crânio não conseguem diferenciar o aumento do volume
• Hipoperfusão cerebral e ação direta das cetonas na liberação de de sangue cerebral devido à vasodilatação do aumento no volume
interleucinas inflamatórias cerebrais tecidual devido ao EC, ou seja, não diferencia edema vasogênico
• Quedas rápidas na concentração de osmolaridade, da glicemia e de citotóxico).
sódio plasmático durante o tratamento, pois há um desvio de
sódio e fluidos hipotônicos para o meio intracelular devido à
terapia com insulina
• Osmóis idiogênicos nas células do SNC, que se apresentam mais
hipertônicas que o meio extracelular, desviando fluidos para as
células cerebrais

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Anotações

















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