Você está na página 1de 1

Os Dez Estados de Vida e a Possessão Mútua

2ª parte

O terceiro estado da vida, Animalidade (Tikusho), conforme consta no escrito “O Verdadeiro Objeto de
Devoção”, é a insensatez. Nesse estado, a pessoa é escrava dos desejos do instinto e perde o sentido
da razão. Em “Carta à Niike” consta: “Animal é matar ou ser morto”. O critério das ações daqueles no
estado de Animalidade é a luta pela sobrevivência, a lei da selva. As pessoas deste estado tomam
vantagem dos fracos e adulam os mais fortes. Sobre o estado de Ira (Shura), o Buda Nitiren Daishonin
afirma: “A perversidade existe no estado de Ira”. Neste estado, a pessoa é dominada pelo egoísmo,
desprezando os outros e exaltando a si próprio. Apega-se fortemente à ideia de sua superioridade e
não suporta ser inferior a ninguém em nada. Enquanto as pessoas nos três estados anteriores não têm
controle sobre a vida, pois estão completamente dominadas pelos desejos, a pessoa em estado de Ira
já possui o controle sobre a própria vida, é como um falcão procurando pela presa. Ele poderá “mostrar”
externamente benevolência, retidão, justiça e ter inclusive um rudimentar senso de moral, porém, o seu
coração permanece no estado de Ira. Estado de Tranquilidade ou Humanidade (Nin): O Buda Nitiren
Daishonin afirma: ”A serenidade existe no mundo da Humanidade”. Neste estado a pessoa possui
senso de moral, pode expressar seu julgamento justo, pensar racionalmente, controlar seus desejos
instintivos por meio da razão e portar-se de modo humano, no entanto, podem cair facilmente nos
quatro maus caminhos por qualquer circunstância adversa da vida. Estado de Alegria ou Céu (Ten): O
Buda Nitiren Daishonin afirma em “O Verdadeiro Objeto de Devoção” que o estado de Alegria existe no
mundo do êxtase. Existem vários tipos de alegrias, por exemplo, aquelas em que as pessoas sentem
quando suas vontades imediatas são satisfeitas. Existem aquelas que incluem sensação de bem-estar,
saúde e energia, e também aquela alegria que decorre de satisfação e contentamento espiritual. Todas
as alegrias citadas acima são efêmeras e desaparecem com o passar do tempo, pois são governadas
pelas influências externas. Os seis estados citados até o momento são chamados de “Seis Mundos
Inferiores”, pois eles aparecem automaticamente e instintivamente de acordo com os vários desejos e
suas manifestações ou frustrações. A maioria das pessoas passa o seu tempo indo e vindo entre esses
seis mundos. Ao contrário, os quatro nobres caminhos — Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda —
são os mais elevados, e para atingi-los são necessários a autorreflexão e esforço consciente na
transformação de si próprio. Estado de Erudição (Shomom): Homens de erudição significavam,
originalmente, aqueles que ouviram o Buda pregar os ensinos e esforçavam-se para eliminar os
desejos mundanos e atingir a iluminação. É a condição de vida em que a pessoa busca o
contentamento e a estabilidade por meio da autorreforma e do desenvolvimento próprio. Busca
conhecimentos e experiência de seus predecessores.

Brasil Seikyo - Edição 2041 - Budismo na Vida Diária - pág. A6


Retirado de http://extra2.bsgi.org.br/impressos/mostrar_conteudo_livre/?conteudo=99317&tipo=1

Impresso por Bruno de Souza Melo (149554-2) página 1

Você também pode gostar