Você está na página 1de 120

Sa

mae
lAunWe
or
TRATADODE
ALQUIMIA
SEXUAL

RAGNOS
AB E
TO

D
PROJE

IG
ITAL
-
-

W
R
W

W .
B

.
GN G
OR
OSE.
RAGNOS
AB E

TO

D
PROJE

IG
ITAL
-
-
W

R
W
W .

B
.
GN RG
OSE.O

Es
teli
vrodi
gitalf
oidis
ponibil
izadogratui
tament
epel
o
Proj
etoAbragnoseDigital
,mantidopel
a
ABRAGNOSE-Ac ademiaBr asi
lei
radeGnose.

O Proje
toAbr agnoseDi
gital,pormeiodecontri
bui
ções
deest
udantesgnósticoses
impati
zantes,
te
m porobjeti
vodi s
ponibi
lizarver
sõesdi
gitai
sgrat
uit
as
deobraspubli
cadaspelaEDISAW -Edi t
oraSamaelAunWe or
.

Par
aadquiri
rc ópiasimpr e
ssasdeobr asdoc atál
ogodaEDI SAW,
apreçodecusto,visit
eanos saloj
anapági nawww. edis
aw.com.
br.
Aoadqui rirasversõesimpressasdasobr asdaEDI SAW
vocêcontribuiparaae xpansãodos euc atál
ogoe
paraamanut ençãodes uaobr adedi vulgação
doc onhe ci
me ntognósti
coc onte
mpor âneo.

Paraaj
udaramant eres
teeout
rostr
abalhosdecunhoc ult
ural
,
as
sist
enci
alemi s
sionár
iovoc
êpodetambé mc ont
ribuirdi
ret
amente
par
acom aABRAGNOSEr eal
izandodoaç ões
porme i
odasegui
ntecont
abanc ári
a:

BancodoBr as
il
Agenc i
a:3390-1
Conta:27.361-9
CNPJ14.
578.176/0001-
30
Ac
ade
miaBr asi
leir
adeGnos e

Agr
ade
cemosos
euapoi
o!

PazI
nve
renc
ial
!

Avisodecopyri
ght:
Todososdire
itosres
e r
vadospar aaEDISAW -EditoraSamaelAunWeor.
Adi
str
ibuiç
ãodes
temat er
ialépe rmit
idadesdeques e
jamantidaatot
ali
dadedomat e
rial
,
esej
aexpr
ess
ame nteme ncionadaafonte(
EDI SAW /Proj
etoAbragnos
eDigit
al)
eambososnossosendereçosnai nt
ernet(
www. gnose.
org.
brewww. e
dis
aw.c
om. br
).
TRATADO DE
ALQUIMIA SEXUAL
Samael Aun Weor

TRATADO DE ALQUIMIA SEXUAL

1ª. Edição

Curitiba – PR
EDISAW
2015
TRATADO DE ALQUIMIA SEXUAL
Samael Aun Weor
Arcebispo da Santa Igreja Gnóstica
Buddha-Avatar da nova Era de Aquário
Primeira edição - Calarcá - Caldas - Colômbia - 1954

DO ORIGINAL:
Tratado de Alquimia Sexual
Aun Weor
Arzobispo de la Santa Iglesia Gnóstica
Buddha-Avatar de la nueva Era de Acuario
Primera edición, Calarcá, Caldas, Colombia – 1954

TRADUÇÃO E NOTAS:
Karl Bunn - Presidente da Igreja Gnóstica do Brasil
Curitiba - PR - Brasil – Outubro 2015

CAPA:
Ricardo Bianca de Mello
Helen Sarto de Mello

PRODUÇÃO GRÁFICA:
Paulo Lima Junior

DIAGRAMAÇÃO:
Pedro Luis Vieira

CTP E IMPRESSÃO:
Gráfica e Editora Pallotti

© Direitos autorais desta tradução:


IGB - EDISAW / Karl Bunn
www.edisaw.com.br
www.gnose.org.br
www.abragnose.org.br

NOTA DO EDITOR:
As Notas de Rodapé e os textos que aparecem entre colchetes [ ] são do tradutor.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Weor, Samael Aun, 1917-1977.


   Tratado de alquimia sexual / Samael Aun Weor ;
[tradução Karl Bunn]. -- Curitiba, PR : Edisaw, 2015.

   ISBN: 978-85-62455-30-8

   1. Alquimia 2. Ciências ocultas 3. Gnosticismo


4. Sabedoria (Gnosticismo) I. Título.


15-09747 CDD-133.2

Índices para catálogo sistemático:


1. Alquimia : Ciências ocultas 133.2
SOBRE O AUTOR

  

Samael Aun Weor é o nome esotérico de Víctor Manuel Gómez Rodríguez,


nascido em 6 de março de 1917 em Bogotá - Colômbia – filho de Manuel Gó-
mez e Francisca Rodríguez, tendo sido batizado com esse nome em 25 de abril
de 1918 na Paróquia Nossa Senhora do Egito, conforme certidão de batismo
em poder da Igreja Gnóstica do Brasil. O nome esotérico Samael Aun Weor
foi definitivamente assumido no dia 27 de outubro de 1954, num evento trans-
cendental testemunhado por dezenas de discípulos em um templo subterrâneo
construído nas montanhas de Serra Nevada de Santa Marta (Colômbia); a par-
tir desse acontecimento, todos os seus livros passaram a ser assinados como
Samael Aun Weor.

5
PREFÁCIO DA EDIÇÃO BRASILEIRA

  

Estima-se que foram escritos no ocidente cerca de cem mil obras sobre Alqui-
mia dentre livros e manuscritos. Uma das maiores (se não a maior de todas)
bibliotecas sobre o tema está em Praga, na Tchecoslováquia.

A grande maioria, senão a totalidade dos que se interessam por estes assuntos,
parte da premissa de que a Alquimia está relacionada à misteriosos laborató-
rios, à produção de ouro e à obtenção do elixir da imortalidade. Em nossas pes-
quisas chegamos a encontrar, inclusive autores brasileiros, que dizem clara e
abertamente que “algumas obras são fantasiosas e de pura ficção porque tratam
da Alquimia como uma disciplina estritamente mística e esotérica, dissociada
da prática laboratorial”.

Em nossa modestíssima visão e conhecimento dos fatos e da história alquími-


ca é justamente o oposto. Tudo que foi dito e escrito até hoje sobre Alquimia
refere-se exatamente aos aspectos filosofais, internos, espirituais, esotéricos,
místicos e iniciáticos, e o que não trata disso, é Química (e não Alquimia) ou
mera ficção de curiosos e assopradores.

Já de início é preciso ter em mente que o único e autêntico laboratório alquí-


mico é o corpo humano. Todas as transmutações alquímicas se dão nos corpos
sutis ou energéticos do homem.

O ouro, motivo de tanta cobiça no mundo exterior, é essencialmente espiritual:


é o ‘ouro filosofal’ (e não o ouro físico). Os remédios e medicinas, dos quais
tanto é falado na Alquimia, são para a cura e tratamento das enfermidades
morais e espirituais dos corpos energéticos que coexistem aqui e agora com o
corpo físico. A grande meta dos verdadeiros alquimistas é a realização comple-
ta de suas potencialidades espirituais (a Grande Obra), sintetizadas na Pedra
Filosofal.

6
Chega a ser risível e muito engraçado ver esses “sopradores” (químicos, curio-
sos e falsos alquimistas) dedicarem suas vidas a algo que pode ser tudo, menos
Alquimia. Soubemos que atualmente um dos grandes negócios da internet na
Europa é vender kits de instrumentos de laboratórios químicos para supostos
alquimistas interessados em realizar a “Grande Obra”. Seria cômico se não fos-
se trágico...

Já dizia o Grande Mestre e Alquimista Gnóstico do século XX, Samael Aun


Weor, que “este tipo de ensinamento está muito avançado para esta época; que
a humanidade do século XX ainda não está preparada para as grandes revela-
ções da Alquimia”.

É por todos esses e outros aspectos que este livro trata de deixar claro, transpa-
rente e compreensível, para as pessoas comuns e não-iniciadas, os elementos
principais da Alquimia, para que assim, após estudo, análise e compreensão,
os que tiverem interesse, possam iniciar imediatamente o preparo do seu mer-
cúrio filosófico no laboratório do seu próprio corpo com vistas a metalizar e a
ourificar seus corpos energéticos, e com isso levar adiante as tarefas pertinen-
tes à construção da Grande Obra (Magnum Opus).

Nem Fulcanelli, nem Canseliet, nem Jung trataram disso de forma clara
e direta como o fez Samael Aun Weor na segunda metade do século XX.
Mas que não se iludam os caros estudantes e buscadores: sem um desen-
criptador ou uma chave de compreensão e entendimento dos símbolos e da
linguagem alquímica, o estudo da alquimia será cansativo, estéril e impro-
dutivo.

Todos os autores do passado (e do presente) se repetem e se copiam até a exaus-


tão; sem o entendimento dos símbolos e da linguagem da Alquimia, a tarefa de
entender seus segredos será como arremeter contra uma muralha inexpugná-
vel. Por causa disso, justamente, o autor elaborou esse valioso ‘desencriptador
alquímico’, que facilitará o trabalho do estudante.

Entendemos que este livro é o testemunho vivo das possibilidades da ciên-


cia alquímica quando devidamente compreendida, aplicada e encausada. O
autor fala de forma simples e direta, porque conheceu, viveu e encarnou o
que fala aqui, ainda que isso seja algo difícil de acreditar, e mais difícil ainda,
aceitar.

7
Esperamos que com o estudo deste livro o leitor possa então se dedicar à tarefa
de explorar e compreender os grandes tesouros da Alquimia que se encontram
nesse vasto mar de informações desencontradas que é a internet e as bibliote-
cas especializadas do mundo.

PAZ INVERENCIAL!

Karl Bunn
Presidente da IGB-Edisaw
Primavera de 2015

8
NOTA DO AUTOR

  

Este original é propriedade do Summum Supremum Sanctuarium Gnóstico de


Serra Nevada de Santa Marta - Colômbia.

O autor, Aun Weor, entrega este original aos diretores dos Santuários em cará-
ter devolutivo, [ou seja, para ser devolvido] sempre que exigir o autor. É proi-
bido que os dirigentes emprestem este original a outras pessoas.

Os irmãos que quiserem conhecer o ensinamento deste Tratado de Alquimia


devem assistir às conferências nos Santuários.

É obrigação dos dirigentes dos Santuários dar um curso de alquimia aos estu-
dantes, lendo e explicando este ensinamento.

A doutrina que eu, Aun Weor, ensino é para os estudantes; o dirigente que não
cumpre seu dever, de dar este ensinamento aos estudantes, prejudicará a si
mesmo por negar a Luz aos demais. A Luz não deve ser guardada sob o alquei-
re1; é preciso levantá-la para iluminar a todos.

Que a Paz esteja convosco!

Aun Weor

1 Também traduzido nos Evangelhos como “debaixo da cama ou de um cesto” (Mateus


5:15).

9
APRESENTAÇÃO DO AUTOR

  

Eu, Aun Weor, Buddha-Avatar da nova Era de Aquário, escrevi este livro para o
homem aquariano. De fato, a humanidade deste século [século XX] ainda não
está preparada para entender os Mistérios do Fogo. Essa classe de ensinamento
é muito avançada para esta época [anos 1950].

Os grandes Mistérios Sexuais só são entendidos pelos valentes integrantes do


Movimento Gnóstico. A humanidade da Era de Peixes, que está se encerrando,
nos crucificará e nos apedrejará, visto que a História sempre se repete.

O Movimento Gnóstico é formado pela vanguarda da evolução humana; so-


mente os gnósticos poderão entender os grandes Mistérios do Sexo.

Um estudante, chamado David Valencia, um de nossos grandes paladinos, cer-


to dia me relatou o seguinte:
Certa noite, em corpo astral, encontrei-me com aquele grande Filho da
Luz, conhecido entre os Senhores do Karma como o Senhor do Tempo.
Então perguntei-lhe como seria minha vida para o futuro. E o Grande
Mestre me respondeu: Teu tempo será longo, extenso e bem sofrido.

A seguir então lhe perguntei como seria o futuro do Movimento Gnós-


tico. O Senhor do Tempo me respondeu que seria difícil e amargo, que
teríamos muitos sofrimentos devido às decepções, mas que sairíamos
vitoriosos.
Então, querendo saber mais sobre o Mestre Aun Weor, perguntei-lhe
sobre quem era ele. E o Senhor do Tempo me explicou que poucos
conheciam o Mestre Aun Weor.

Ao haver dito isso, então vi em Visão de Deus uma pequena cruz; e


pelo olhar do Grande Ser compreendi o que me aguardava... Em se-
guida vi outra cruz, muito grande; e diante dessa cruz vi passar quatro
Mestres. Um deles era o Mestre Morya, do Raio da Força; o outro era
o Mestre Kout-Humi, do Raio da Sabedoria; o terceiro era o Mestre

10
Saint-Germain, que dirige a política mundial; e o quarto Mestre era
Aun Weor, Iniciador da Nova Era de Aquário.

Em seguida o Senhor do Tempo olhou para mim, mostrando como todos


esses Mestres haviam sido sacrificados e crucificados pela humanidade.

Este é o relato de meu discípulo David Valencia, o valente guerreiro do Quín-


dio. Portanto, quando contemplamos nos mundos internos a dolorosa marcha
do Movimento Gnóstico em direção ao Sol de Aquário, diante de nossos olhos
vemos milhares de crianças, mulheres, anciões, jovens e homens de heróicos
rostos, marchando em meio a enormes sacrifícios, como um desfile de mártires
caminhando rumo ao Sol de Aquário.

No centro do desfile, como uma dolorosa procissão, alguns heróis levam uma
bandeja com uma cabeça coroada de espinhos, símbolo da Força de Vontade
e do Sacrifício.

Os pedantes deste século, formados pelos ‘papagaios’ das escolas pseudo-esotéri-


cas, não compreendem nossa doutrina. Nosso Movimento é algo bem diferente de
tudo que se conheceu até o presente momento. A humanidade ainda se encontra
em estado embrionário e, por isso, ainda não compreende o que ensinamos.

As pessoas estão acostumadas ao estancamento; portanto, não são capazes de


entender a vida livre em seu movimento. Os estudantes das escolas pseudo-e-
sotéricas acreditam que já sabem tudo e nos atacam sem conhecer nossa dou-
trina que é absolutamente diferente de tudo que estudaram até hoje.

Todavia, como acreditam que já sabem tudo, atacam. Essa é a triste realidade
deste século XX; portanto, não estranhamos que não venham a entender este
Tratado de Alquimia Sexual.

O Movimento Gnóstico é um trem em marcha: nas estações de parada, alguns


passageiros descem e outros sobem. Mas o trem segue sua marcha e nada o
deterá, pois o Movimento Gnóstico é o Exército de Aquário.

À batalha! À batalha! À batalha!

Aun Weor
Summum Supremum Sanctuarium Gnóstico
de Serra Nevada de Santa Marta - Colômbia.
7 de novembro de 1953

11
INTRODUÇÃO DO ORIGINAL

  

Apresentamos aos nossos leitores uma nova obra do poderoso Avatar de Aquá-
rio e Mestre de Mistérios Maiores, Samael Aun Weor, a qual vem a se acres-
centar ao já volumoso número de livros seus, nos quais está entregando à hu-
manidade a essência da doutrina que, em época próxima, substituirá as teorias
caducas e pseudo-religiosas que até hoje têm se assenhoreado da mente e do
coração dos homens.

Esta doutrina, aparentemente nova ainda que antiqüíssima, é a pura essência


dos ensinamentos cristãos que, durante quatorze séculos, permaneceram ocul-
tos e velados devido ao farisaísmo da seita religiosa que primou no mundo
católico desde o primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia. O interesse dos teó-
logos da Igreja Católica se sobrepôs à pura e verdadeira essência da doutrina
dos cristãos primitivos. Ninguém melhor nem mais autorizado restaurador da
velha religião gnóstico-cristã do que o Mestre Samael Aun Weor, já que nele se
compendiam todos os atributos do verdadeiro apóstolo: pureza de princípios,
pureza de intenção e pureza de coração.

Este livro é a interpretação esotérica dos grandes Mistérios Egípcios, compila-


dos nesse outro livro intitulado O Livro dos Mortos, cujas origens remontam
à noite dos tempos e que é, à maneira do Apocalipse cristão, o livro cabalístico
da Iniciação tebana. O Mestre Samael Aun Weor quis nos entregar a adaptação
moderna da ciência oculta de Heliópolis a fim de nos mostrar a relação direta
existente entre o antigo e o moderno. O velho aforismo “não há nada de novo sob
o sol” é absolutamente real e o Mestre no-lo está demonstrando. Já é um axioma
aceito por unanimidade que não há quem possa se igualar a ele em capacidade de
interpretar as literaturas religiosas antigas. O Apocalipse já foi por ele interpreta-
do, agora chega a vez de O Livro dos Mortos, vulgarizado em Alquimia Sexual.

Para que o leitor desta obra possa ter uma idéia cabal de seu conteúdo, nos
atrevemos a expor, em linhas gerais, um resumo da origem e concepção es-
piritual da obra original. Vários comentadores de O Livro dos Mortos, entre

12
outros o sábio egiptólogo Bunsen, sustentam que as orações e hinos desse livro
datam da dinastia pré-menista [antes de Menes] de Abydos, anterior a Menes,
possivelmente entre os anos de 4.500 a 3.500 antes de Cristo. Bunsen sustenta
que a primitiva recapitulação remonta ao ano 3.059 do reinado de Menes ou do
estabelecimento do Império Nacional. Antes dessa época já se conhecia o culto
a Osíris e às demais divindades da mitologia egípcia.

Por outro lado, a senhora H. P. Blavatsky sustenta que Bunsen nos leva para
além dos 4.000 anos computados pela Bíblia à atual Era do mundo e que nos
hinos correspondentes a essa Era pré-adâmica já são encontrados preceitos
morais idênticos, em seus fundamentos, e muito parecidos, na forma, aos ex-
postos por Jesus no Sermão da Montanha. Isso se depreende da investigação
dos mais eminentes egiptólogos.

Bunsen declara concretamente: “Nas inscrições das doze dinastias abundam


as fórmulas ritualísticas correspondentes a tempos bastante primitivos, bem
como se percebe nos monumentos das primeiras dinastias extratos dos livros
herméticos. Dessas inscrições se infere que, para os egípcios, o primeiro fun-
damento da piedade consiste em dar de comer ao faminto, de beber ao sedento,
vestir o desnudo e enterrar os mortos”.

O hábito de embalsamar os mortos data de antes do ano 4.300 anterior a Cristo,


segundo o egiptólogo espanhol Larraya. Desde aquela remota época os egíp-
cios preparavam o cadáver com sal, resinas, soda, pez e outras substâncias aná-
logas a fim de preservá-lo da corrupção. Mais tarde, pelos séculos XX a XXII
antes de Cristo começaram a aperfeiçoar a maravilhosa arte da mumificação
que hoje admiramos nos sarcófagos dos faraós. Esse costume obedecia não só
ao propósito de conservar incorruptível o cadáver dos seres amados pelo maior
tempo, como também à crença religiosa de que o bem-estar no além-túmulo
dependia da sorte do corpo que o espírito ocupara neste mundo. Este hábito
de embalsamar os mortos persistiu no Egito por uns 5.000 anos. Desapareceu
com a conquista muçulmana no século VII da nossa Era.

Os egípcios acreditavam que a vida no além túmulo era similar à terrena e que
o corpo físico devia se conservar intacto para que desempenhasse suas funções
naturais e para que agisse de acordo com seus caprichos, uma vez cumprido o
requisito de conservar a integridade de seus membros.

Nas hagiografias da V Dinastia em diante, vemos que os egípcios associavam


constantemente o morto com o Deus Osíris e que na maioria das vezes assume

13
seu nome além do que lhe é próprio. Osíris era considerado o soberano dos mor-
tos, em comunhão com eles, quase um alter ego. O morto pretende, com reitera-
das súplicas, que os imortais realizem com ele o mesmo que fizeram com Osíris.

A lenda de Osíris é assim relatada por Plutarco: Osíris foi assassinado por Ti-
fon-Set, quem, depois de dividir seu cadáver em quatorze pedaços, espalhou as
partes por toda a Terra. Sua irmã e esposa Ísis as buscou, desconsolada, até que
as encontrou e com elas se uniu para conceber a Hórus, que lutou com Tifon
até vingar a morte de seu pai. Depois de morto, Osíris transformou-se em Mo-
narca e Deus do Mundo Inferior ou mundo subterrâneo. Daqui parte a crença
egípcia de que o morto tem plena fé em sua vida futura sob a condição de que
o seu corpo seja respeitado.

A mitologia egípcia coloca Osíris sobre um pedestal oblongo atrás do qual fi-
cam Ísis e Néftis. Adiante, sobre um lótus, ficam os quatro filhos de Hórus (ou
de Osíris): Mestha, com cabeça humana; Hapi, com testa de símio; Tuamutef,
com cara de chacal, e Quebsenuf, com cara de falcão.

Agora, vejamos mais algumas idéias egípcias relacionadas com as partes cons-
titutivas do indivíduo, quais sejam: físicas, mentais e espirituais. Nesta classifi-
cação seguiremos o egiptólogo Juan A. Larraya: o corpo corruptível, que só se
preservava embalsamado, se denominava Khat e possuíam-no tanto os mortais
como os imortais. Uma vez enterrado com as cerimônias e as orações prescri-
tas, podia emanar o Sahú ou corpo espiritual, o qual subia ao céu e morava
com os divinos. Conclui-se daí que as múmias eram conservadas não porque
se esperasse sua ressurreição, mas pela crença de que o Sahú germinaria nelas.

As oferendas de manjares e bebidas eram destinadas ao Ka do morto. Este Ka


deve ser traduzido como o duplo astral (ou corpo de desejos ou perispírito das
teses ocultistas). Era uma personalidade abstrata, desfrutava de todos os atri-
butos humanos e movia-se à vontade, se bem que seu lugar lógico era a tumba,
ao lado do cadáver. Comia, bebia e se lhe preparava na sepultura uma pequena
câmara com um orifício para que percebesse o aroma do incenso e de outras
homenagens.

O Ba ou alma relacionava-se com o duplo ou Ka. Alguns textos afirmam que


compartilhava com ele dos manjares. Outros sustentam que subia ao céu para
viver com Rá e outros bem-aventurados. Não era material apesar de tangível e
um falcão com cabeça humana o simbolizava. Podia sair do céu para visitar seu
cadáver e assumir qualquer aparência.

14
O Ab ou coração possuía algumas das características do Ba. Nele situava-se o
sopro vital e o bem e o mal do homem. No julgamento se lhe submetiam para
ser pesado na balança.
A Khaibit ou sombra nutria-se também com os alimentos do Ka e como ele
sua existência era independente do corpo. Movimentava-se e perambulava a
seu bel-prazer.
O Khu ou brilhante, película ou cobertura translúcida do ser espiritual que se
reunia com os deuses do céu, é mencionado sempre junto com a alma ou Ba.
O Sekhem ou elemento, citado junto com o Ba ou com este e o Ka, significa
forma, estátua ou poder, como se os egípcios tivessem concebido que o poder
ou força vital acompanhava o homem ao céu.

O Ren, último atributo da criatura humana ou nome do defunto, era muito


cuidado pelos egípcios porquanto criam [acreditavam] que se o nome fosse
apagado, seu proprietário deixava [deixaria] de existir.
Todos esses elementos formavam uma unidade: o ser espiritual que brotava do
Khat. Sem dúvida, a fé em cada um deles não se produz simultaneamente, aliás
corresponde aos diversos graus da evolução intelectual egípcia.
Em síntese, a filosofia religiosa egípcia, segundo H. P. Blavatsky, funcionava
assim: o homem tem três princípios: corpo, alma e espírito. Ademais, conside-
ravam-no formado de seis elementos componentes: Kha ou corpo físico, Kaba
ou corpo astral, Ka ou princípio da vida ou ainda alma animal, Akh ou mente
concreta, Ba ou alma superior e Sha ou funções posteriores à morte física.
A mitologia egípcia é abundante em deuses maiores e menores, porém, este
politeísmo obedecia geralmente à conceituação que tinham dos atributos per-
sonalizados. Contudo Maspero Monard e a maioria dos egiptólogos modernos
estão de acordo ao conceituar que no antigo Egito havia apenas um Deus com
uma multidão de nomes. Essa suprema deidade podia assumir diversos nomes
de acordo com a índole de cada necessidade. Seria muito difícil enumerá-los
neste breve espaço. No entanto, para maior compreensão do presente livro va-
mos enumerar os mais importantes:
Rá ou Ammon-Rá, magnífico deus cósmico.
Osíris, juiz e deus dos mortos.
Toth, escriba ou anotador dos imortais, cuja sentença era inapelável.
Ra-Harmachis, Ísis, Néftis, Tem [Tum], Nut, Seb [Keb], Shu e Sa.

15
Hórus e Hathor, deuses e deusas do séquito funerário de Osíris.
Anúbis, juiz do julgamento post mortem.
Ammit (Ammut), devoradora dos mortos, sempre pronta para devo-
rar o coração do culpado.
Renenet e Meskhenet, deusas nutrizes e protetoras do morto.

Parece que a origem de O Livro dos Mortos procede de livros semitas. Algu-
mas inscrições nas pirâmides da III e IV dinastias o mencionam de forma rudi-
mentar. Esse livro, que remonta a mais remota antiguidade e que foi autoridade
durante milhares de anos, é uma compilação de orações, uma espécie de ritual
funerário dividido em 165 capítulos. Tem uma moral elevada e uma teodicéia
mais pura que as das idades mais recentes. Veja-se por exemplo o tipo de invo-
cação que uma alma deve fazer ao seu juiz celeste, quando esteja no transe da
morte: “Louvor a ti, grande Deus, senhor da Verdade e da Justiça! Venho a ti,
meu Amo, e me apresento a ti para contemplar tuas perfeições”. Parece que já
na V dinastia (3.300 anos antes de Cristo), se aceitava que as primeiras versões
provinham de épocas anteriores à I dinastia. À medida que o tempo foi avan-
çando, desde tão priscas idades, foi sofrendo uma série de mudanças de acordo
com as necessidades do culto, segundo coligiram os egiptólogos à medida que
iam descobrindo os tesouros das tumbas faraônicas.

Larraya aceita e explica oito delas, as quais partem ou têm sua origem na tra-
dição oral, passam pela chamada Heliopolitânia através de onze dinastias e
chegam à época dos faraós ptolomaicos, onde tomaram a última e definitiva
forma do livro atual.

Como se pode apreciar, essa obra é o mais puro resumo dos cerimoniais egíp-
cios, a mais completa manifestação de sua ânsia de penetração nos mundos
supra-sensíveis e a expressão mais antiga da humana inteligência. Ademais,
revela-nos que desde a obscura noite dos tempos, desde antes da era pré-a-
dâmica, o homem tem mergulhado na sombra e intuído a luz, essa luz que o
Mestre Samael Aun Weor está difundindo em suas obras. Nelas ele nos ensina
que para avançar em espiritualidade devemos retroceder em sabedoria, isto é,
voltar ao passado em busca das eternas fontes de vida que o homem deixou
secar para afundar na matéria.

Cali, janeiro de 1955


J. A. L.

16
CAPÍTULO 1
OS SETE PÃES

  

“O intendente do palácio, Nu, triunfante, diz: O que é uma abomina-


ção para mim? O que é uma abominação para mim, não a coma eu. O
que é uma abominação para mim? O que é uma abominação para mim
é imundície; não a coma eu [em lugar dos] bolos sepulcrais oferecidos
aos Kau [pl. de Ka, os duplos astrais]. Não seja eu destruído por esse
meio; não seja eu obrigado a tomá-la nas mãos; e não seja eu compeli-
do a andar sobre ela com minhas sandálias”. (Budge, E. A. Wallis. Livro
Egípcio dos Mortos, Capítulo LI, p. 240)

“O intendente da casa do intendente do selo, Nu, triunfante, diz: O que


é uma abominação para mim? O que é uma abominação para mim,
não a coma eu. O que é uma abominação para mim? O que é uma abo-
minação para mim é imundície; não a coma eu [em lugar dos] bolos
sepulcrais [oferecidos aos] Kau. Não encontre ela por acaso o meu cor-
po; não seja eu forçado a tomá-la nas mãos; e não seja eu compelido a
andar sobre ela com minhas sandálias. De que viverás agora na presen-
ça dos deuses? Venha-me [a comida] do lugar de onde a trarás, viva eu
dos sete pães que serão trazidos como alimento à presença de Hórus,
e do pão trazido à presença de Toth. Os deuses me perguntarão: Que
tipo de comida darias a ti mesmo? [E eu responderei: ] Coma eu mi-
nha comida debaixo do sicômoro de minha senhora, a deusa Hathor,
e meus tempos se passem entre os seres divinos que nele pousaram.
Tenha eu o poder de ordenar meus próprios campos em Tatu (Men-
des) e minhas próprias safras que estão crescendo em Anu (Heliópo-
lis). Viva eu de pão de cevada branca, e seja a minha cerveja [feita] de
cereais vermelhos, e sejam-me dadas as pessoas de meu pai e minha
mãe para guardas da minha porta e ordenação do meu território. Seja
eu sadio e forte, tenha uma sala grande, e possa sentar-me onde me

17
aprouver”. (Budge, E. A. Wallis. Livro Egípcio dos Mortos, Capítulo
LII, p. 240/241)2

1. Meus irmãos, não deveis comer das sujeiras oferecidas aos homens.

2. Os Kau são os duplos dos mortos.

3. Todos os humanos são pilares do mundo soterrado.

4. Todos os seres humanos são mortos-vivos que comem sujeiras: teorias,


escolas etc.

5. Irmão meu, alimenta-te com os sete pães que são oferecidos a Hórus e com
o pão que é levado a Toth.

6. Os sete pães são a sabedoria de nossas sete serpentes.

7. Nós temos sete serpentes: dois grupos de três com a coroação sublime da
sétima língua de fogo que nos une com o Uno, com a Lei, com o Pai.

8. Estes são os sete pães oferecidos a Hórus, o Menino de Ouro, o Eu-Cristo


da alquimia sexual.

9. Comamos sob o sicômoro de Nossa Senhora, a sacerdotisa de nosso labo-


ratório alquimista.

10. O sicômoro são as forças sexuais que temos que transmutar em nosso la-
boratório alquimista.

11. Todos os livros sagrados do mundo estão elaborados com a sabedoria dos
sete pães.

12. Inclinemo-nos diante da Santa Bíblia e façamos uma reverência respeitosa


ao Livro dos Mortos, ao Zend Avesta, ao Alcorão, ao Bhagavad Gita e
aos Vedas.

13. Estes são livros eternos...

2 Este trecho, bem como todos os demais que aparecem neste livro acerca do Livro Egípcio
dos Mortos, foi transcrito e/ou baseado na tradução ao português feita por Octavio Mendes
Cajado a partir do original de E. A. Wallis Budge (que também utilizamos para fazer o
devido cotejamento) e publicado pela Editora Pensamento, 13a. edição - ano 2010. Assim
procedemos para evitar produzir um texto fruto ‘da tradução da tradução da tradução’.
Portanto, desconsideramos o texto do original em espanhol transcrito pelo autor.

18
14. A sabedoria dos profetas é a sabedoria dos sete pães.

15. Comamos sob o sicômoro da esposa-sacerdotisa para elaborar a Criança


de Ouro da alquimia sexual.

16. Comamos do pão levado a Toth, o pão da Mente-Cristo, para nos libertar-
mos dos quatro corpos do pecado e para entrarmos na sala da dupla Maat.

CAPÍTULO 2
SPECULUM ALCHEMI3

  

1. Os princípios de todos os metais são o mercúrio, o sal e o enxofre.

2. Só o mercúrio, só o enxofre ou só o sal jamais poderiam dar origem aos


metais, porém, unidos, dão nascimento a diversos metais minerais.

3. Portanto, lógico é que nossa Pedra Filosofal deva ter inevitavelmente esses
três princípios.

4. O fogo é o enxofre da alquimia; o mercúrio é o espírito alquímico e o sal é


a maestria da alquimia.

5. Para se elaborar o Elixir Vermelho e o Elixir Branco inevitavelmente ne-


cessitamos de uma substância onde o sal, o enxofre e o mercúrio estejam
totalmente puros e perfeitos, porque a impureza e a imperfeição dos ele-
mentos voltam a se encontrar no composto.

6. Como aos metais não se pode agregar senão substâncias extraídas deles
mesmos, nenhuma substância estranha poderá servir. Portanto, a matéria
-prima da Grande Obra tem que estar em nós mesmos.

7. Nós aperfeiçoamos essa substância segundo a arte e com o fogo sagrado do


nosso laboratório orgânico.

3 O Espelho da Alquimia.

19
8. Essa substância semi-sólida e semilíquida tem um mercúrio puro, claro,
branco e vermelho e um enxofre semelhante.

9. Além disso, essa substância possui dois tipos de sal: fixo e volátil.

10. Essa matéria-prima da Grande Obra é o sêmen de nossas glândulas se-


xuais.

11. Com a ciência [a Alquimia] e mediante o fogo [o fogo Sexual] transforma-


mos essa maravilhosa substância para que no final da Obra seja milhões de
vezes mais perfeita.

12. Com essa maravilhosa substância, elaboramos o Elixir Vermelho e o Elixir


Branco.

CAPÍTULO 3
O FOGO

  

1. Com a matéria da pedra bendita vamos trabalhar com o propósito de aper-


feiçoar nossos corpos internos.

2. Nas minas terrenas vemos como os elementos grosseiros vão se transfor-


mando com o calor até se converterem em mercúrio.

3. Vemos também nas minas o fogo transformando as graxas da terra em


enxofre.

4. O calor, atuando sobre esses dois princípios, elabora, segundo sua pureza
ou impureza, todos os metais da terra.

5. Por meio de uma incessante cocção, a natureza produz e aperfeiçoa todos


os metais do nosso planeta Terra.

6. Roger Bacon disse: “Ó loucura infinita! Quem perguntou? Quem nos obri-
ga a querer fazer a mesma coisa com a ajuda de procedimentos raros e
fantásticos?”

20
7. Queridos irmãos, acaso não é correta a frase de Roger Bacon que diz que
“a Natureza contém a Natureza, que a Natureza se alegra com a Natureza e
que a Natureza domina a Natureza e se transforma nas demais Naturezas”?

8. Os anjos não são feitos de teorias humanas, nem de teosofismos, rosacru-


cianismos ou espiritismos.

9. Os anjos são naturais e não artificiais.

10. A natureza contém a natureza e em nossa natureza sexual está a pedra


bendita com a qual podemos trabalhar no magistério do fogo.

11. É preciso cozer, cozer e recozer e jamais se cansar disso.

12. Os velhos alquimistas diziam: “Que vosso fogo seja tranqüilo e suave! Que
se mantenha assim todos os dias, sempre uniforme, sem se debilitar, senão
causará grande prejuízo”.

13. O fogo se debilita e até se extingue quando o alquimista ejacula o sêmen.

14. Então fracassa na Grande Obra.

15. Nosso magistério primeiramente é submetido a um fogo suave e brando,


porém, no trabalho da Grande Obra, precisa ser intensificado, grau a grau,
até atingir o fim.

CAPÍTULO 4
O FORNINHO E O RECIPIENTE

  

1. Aristóteles diz em Luz das Luzes4 que o mercúrio deve ser cozido em um
tríplice recipiente de vidro muito duro.

2. O recipiente deve ser redondo com um pequeno pescoço.

4 Luz das Luzes não é um livro propriamente dito, mas um documento ou um escrito que
é parte de outras obras que por ele foram escritas.

21
3. Esse recipiente é o membro viril. Em nossos órgãos sexuais está o sêmen,
que é a matéria-prima da Grande Obra.

4. O recipiente deve ser fechado hermeticamente com uma tampa, isto é, de-
ve-se tapar bem os órgãos sexuais para impedir que a matéria-prima da
Grande Obra se derrame.

5. Nosso vaso deve ser colocado em outra vasilha fechada tão hermeticamen-
te como a primeira, de tal forma que o calor atue sobre a matéria-prima da
Grande Obra por cima, por baixo e por todos os lados.

6. Esta é a fórmula: Introduzir o membro viril na vagina da mulher sem eja-


cular o sêmen.5

7. Portanto, o falo, que é o recipiente que contém a matéria-prima da Grande


Obra, fica envolvido pelas paredes da vagina e submetido a um calor igual
por todos os lados.

8. Agora compreenderão nossos discípulos porque foi dito por Aristóteles


em Luz das Luzes que o mercúrio deve ser cozido em um tríplice recipien-
te de vidro muito duro.

9. A natureza coze os metais nas minas com a ajuda do fogo, porém precisa
de recipientes adequados para a cocção.

10. Nas minas se observa um calor sempre constante. As montanhas cheias de


minas estão totalmente fechadas para que o calor não escape. Sem o fogo
os metais da terra não poderiam ser elaborados.

11. A mesma coisa temos nós que fazer com o falo e com o útero. Ambos, ho-
mem e mulher, devem se retirar do ato sexual sem ejacular uma única gota
de sêmen.

12. No princípio, que vosso fogo seja tranqüilo e suave! Que se mantenha as-
sim todos os dias, sempre uniforme, sem se debilitar; senão, causará gran-
de prejuízo.

13. No entanto, irmãos, pouco a pouco podereis intensificar o fogo.

5 Noutras palavras: União sexual entre homem e mulher sem ejaculação seminal e sem
espasmo.

22
14. No princípio, as práticas de Magia Sexual devem ser curtas, porém, mais
tarde, poderão alargá-las pouco a pouco, tornando-as cada vez mais inten-
sas para fortalecer o fogo.
15. Mói sete vezes, irmão meu.
16. São sete serpentes a serem levantadas sobre a Vara até que apareça o Rei
coroado com o diadema vermelho.
17. A obra é análoga à criação do ser humano porque “a Natureza contém a
Natureza; a Natureza domina a Natureza e se transforma nas demais Natu-
rezas”.
18. O forninho de nosso laboratório são o membro viril e a vulva conectados
sexualmente.

CAPÍTULO 5
DE COMO CONDUZIR UM BARCO
NO MUNDO INFERIOR

  

“O intendente da casa do intendente do selo, Nu, triunfante, diz: Salve,


ó vós, que conduzis o barco sobre as costas nefastas [de Apepi]6. Con-
senti que eu traga o barco e lhe arrume os cabos em paz, em paz. Vem,
vem, depressa, depressa, pois vim ver meu pai Osíris, senhor da roupa
ansi, que alcançou o domínio com alegria no coração. Salve, senhor da
tempestade de chuva, ó Varão, ó Marujo! Salve, ó tu que velejas sobre
as costas nefastas de Apep! “Salve, ó tú que atas as cabeças e fortaleces
os ossos do pescoço quando te adiantas ao punhal”. Salve, ó tu que tens
a teu cargo o barco escondido, que agrilhoas Apep, permite que eu
traga o barco e arrume os cabos e veleje por ali. Esta terra é maléfica, e
as estrelas ali se desequilibraram, caíram de borco e nada encontraram
que as ajude a ascender outra vez: o caminho delas está bloqueado pela
língua de Rá. Antebu [é] o guia das duas terras. Seb [Keb] consolida-se
[através] dos lemes deles. [é] O poder que abre o Disco. [é] O príncipe

6 Apepi é o mesmo que Apep ou o Apóphis grego, espírito em forma de serpente.

23
dos seres vermelhos. Sou trazido como o que padeceu naufrágio; con-
cede que a minha Alma Imortal, [que é ] meu irmão, venha a mim, e
que [eu] parta para o lugar que sabes”.

“Fala-me o meu nome” diz a Madeira com a qual eu ancoraria. “Se-


nhor das duas terras que habitas no Santuário” é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Leme. “Perna de Hapiu” é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Cabo. “Cabelo com o qual Anpu (Anúbis)
rematou o trabalho do meu embalsamento” é o teu nome.

“Fala-nos o nosso nome” dizem os Toletes. “Pilares do mundo infe-


rior” é o vosso nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Porão. “Aker” é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Mastro. “O que traz de volta a Grande


Senhora depois que ela se foi” é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Convés Inferior. “Pedestal de Ap-uat” é


o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Pontalete Superior. “Garganta de Questa”


é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz a Vela. “Nut” é o teu nome.

“Fala-nos o nosso nome” dizem as Peças de Couro. “Vós que sois feitas
de pele do Touro Mnévis, queimado por Suti” é o vosso nome.

“Fala-nos o nosso nome” dizem as Pás da Roda Propulsora. “Dedos de


Hórus, o Primogênito” é vosso nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Metchabet. “A mão de Ísis que enxugou o


sangue do Olho de Hórus” é teu nome.

“Fala-nos os nossos nomes” dizem as Pranchas que estão em seu pon-


tão. “Questa, Hapi, Tuamutef, Quebsenuf, Hacau (isto é, o que leva
cativo), Thet-em-aua (isto é, o que toma pela violência), Maa-an-tef
(isto é, o que vê o que o pai traz) e Ari-nef-tchesef (isto é, o que se fez
a si mesmo)” são os vossos nomes.

24
“Fala-me o meu nome” diz a Proa. “O que está à testa dos seus nomos”7
é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Casco. “Mert” é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Leme. “Aca” (isto é, o verdadeiro) é o teu


nome, ó tu que brilhas desde a água; raio oculto é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz a Quilha. “Coxa (ou Perna) de Ísis que Rá
cortou com a faca para levar sangue ao barco Sektet” é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Marinheiro. “Viajante” é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Vento pelo qual és carregado. “O Vento


do Norte que vem de Tem para as narinas de Quenti-Amenti” é o teu
nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Rio, “se quiseres viajar sobre mim”. “Os
que podem ser vistos” é o teu nome.

“Fala-nos o nosso nome” dizem as Margens do Rio. “Destruidora do


deus Au-a (isto é, o da mão espaçosa) na casa das águas” é o teu nome.

“Fala-me o meu nome” diz o Solo. “Se quiseres andar sobre mim”, “O
nariz do céu procedente do deus Utu que habita no Sequet-Aarru e sai
de lá com júbilo” é o teu nome”.

RECITAR-SE-ÃO EM SEGUIDA, NA PRESENÇA DELES, ESTAS PALAVRAS:

“Salve, ó vós, divinos seres de formosos Duplos (Kau), divinos senho-


res das coisas, que existis e viveis para sempre, e [cujo] período du-
plo de um número ilimitado de anos é a eternidade, concedei-me, a
mim que abri caminho até vós, minha comida e as refeições sepulcrais
para minha boca [e concedei que] eu fale sobre isso, e que a deusa Ísis
[me dê] pães e bolos na presença do grande deus. Conheço o grande
deus diante de cujas narinas colocais comida celestial, e seu nome é
Tequem; não só quando caminha desde o horizonte oriental do céu,
mas também quando viaja no horizonte ocidental. Que a jornada dele

7 A palavra ‘nomo’ deriva do grego nomos. Para se referirem a estas regiões administrativas
os egípcios usaram primeiro a palavra sepat e mais tarde, durante o período de Amarna,
qâb... Então, a proa sempre esta à testa, ou seja, à frente...

25
seja a minha jornada e o seu surgimento seja o meu surgimento. Não
deixeis que me destruam na câmara Mesquet, nem que os demônios
obtenham o domínio dos meus membros. Tenho meus bolos na cidade
de Pe, e minha cerveja na cidade de Tepu, e sejam as oferendas [dadas a
vós] dadas a mim nesse dia. Sejam as minhas oferendas trigo e cevada.
Sejam as minhas oferendas ungüento anti e vestes de linho; sejam as
minhas oferendas para a vida, para a força e para a saúde; sejam mi-
nhas oferendas uma saída à luz na forma em que me apraza aparecer
em Sequet-Aarru, seja ela qual for”. (Capítulo XCIX, p.291/292 de O
Livro dos Mortos)

1. Nesse capítulo de O Livro dos Mortos que acabamos de transcrever


acha-se encerrado todo o trabalho de laboratório.

2. Primeiramente, a pedra é negra porque o alquimista precisa entrar no


mundo soterrado para arrancar a luz das trevas.

3. No negrume da pedra se esconde a brancura imaculada da luz.

4. Esta primeira fase da pedra pertence ao estado de putrefação.

5. Depois, a pedra torna-se rubra, se liquefaz e coagula antes de atingir a


verdadeira brancura.

6. A pedra passa por verdadeiras transformações alquimistas.

7. Ela enegrece, branqueia, purifica-se, adorna-se de vermelho e de branco e


passa por inumeráveis transformações durante todo o processo iniciático.

8. Há que se cozer, cozer e recozer, até que apareça um Menino de Ouro.

9. Ele é o Eu-Cristo.

10. “Até que não sejais como crianças não podereis entrar no reino dos céus”.
(Mateus 19:14)

11. Inumeráveis cores aparecem em nossa pedra filosofal antes que venha a
resplandecer.

12. Depois da brancura já não podes te enganar porque aumentando o fogo


chegarás a uma cor cinzenta.

26
13. Esta é a cinza.

14. Este é o sal da alquimia. O sal se divide em sal fixo e sal volátil.

15. Mais tarde, depois de sete destilações da vasilha, aparece o Rei coroado
com o diadema vermelho.

16. Eis aqui todos os processos iniciáticos que devemos realizar em nosso
laboratório alquimista.

17. “Salve, ó vós, que conduzis o barco sobre as costas nefastas de Apepi”.

18. Salve, ó guerreiro, que transportas a barca da tua existência sobre as per-
versas costas de Apepi [Apep], a serpente tentadora do Éden.

19. É preciso arrancar a luz das trevas no mundo soterrado para que possais
chegar ao vosso Pai Osíris, o Íntimo, vosso real Ser, Senhor da indumen-
tária Ansi.

20. O alquimista tem que aprender a sulcar o lombo maligno de Apep [Ape-
pi], a serpente tentadora do Éden.

21. O alquimista tem de arrancar o fogo do diabo.

22. O alquimista tem de arrancar a brancura imaculada das trevas.

23. É preciso praticar a Magia Sexual com a esposa para que vossa pedra
resplandeça com o fogo e que se faça logo branca, imaculada e pura.

24. Há que se cozer, cozer e recozer e jamais se cansar disso.

25. Com isso queremos dizer que temos que praticar a Magia Sexual inten-
samente com a esposa para que sobrevenha o despertar de Kundalini e se
consiga a união com o Íntimo.

26. Kundalini sobe vértebra por vértebra, grau por grau, pouco a pouco.

27. O fogo sagrado é o enxofre.

28. A subida de Kundalini é lenta e difícil.

29. Quando o alquimista derrama a matéria-prima da Grande Obra, o fogo


desce uma ou mais vértebras, de acordo com a magnitude da falta.

27
30. Nosso Senhor o Cristo me disse: “O discípulo não deve se deixar cair,
porque o discípulo que se deixa cair, depois precisa lutar muito para re-
cuperar o perdido”.

31. Em meio às trevas os tenebrosos atacam para impedir tua entrada nas
câmaras de tua coluna espinhal.

32. Cada grau que ganhes em tua coluna espinhal é uma taça que roubas dos
tenebrosos do mundo soterrado.

33. Na câmara de tua coluna espinhal comes sabedoria esotérica dos sete pães.

34. Alimenta-te, irmão meu, com os sete pães oferecidos a Hórus e come dos
bolos sepulcrais oferecidos aos Kau.

35. “Salve, Senhor da Tempestade de Chuva, Varão Marinho!”

36. Aquele que percorre a Senda da Iniciação tem que viver o Drama do Cal-
vário; tem que suportar o ‘aguaceiro das grandes amarguras’.

37. “Salve ó tú que atas as cabeças e fortaleces os ossos do pescoço quando te


adiantas ao punhal”.

38. Sete serpentes temos que levantar sobre a nossa Vara até que apareça o
Rei coroado com o diadema vermelho.

39. Sete vezes temos que passar pelo degolamento de João Batista.

40. Conforme as sete serpentes vão passando em ordem sucessiva das vérte-
bras do pescoço até a cabeça, vamos passando de uma maneira cada vez
mais refinada, pelo degolamento de João Batista.

41. “Salve, ó tú que atas as cabeças e fortaleces os ossos do pescoço quando te


adiantas ao punhal”.

42. Salomé desnuda, ébria de paixão e de luxúria, dançando com a cabeça


de Batista em seus braços impudicos diante do rei Herodes, simboliza a
grande rameira humana dançando diante do mundo com a nossa cabeça
terrena.

43. O Iniciado cada vez que sai dos punhais deixa para o mundo sua mente
grosseira e terrena.

28
44. “Salve, ó tú que atas as cabeças e fortaleces os ossos do pescoço quando te
adiantas ao punhal”.

45. Há que se cozer, cozer e recozer e jamais se cansar disso.

46. A pedra filosofal torna-se vermelha, torna-se branca, coagula, dissolve-


se, brilha, fulgura e resplandece no mundo soterrado.

47. “Salve, ó tu que estás no comando do barco escondido, que aguilhoas


Apep, conceda-me trazer o barco, e possa enrolar as cordas e navegar por
ali”.

48. Salve, guerreiro, que vitorioso vences a tentação e roubas as taças de tuas
vértebras espinhais dos habitantes do mundo soterrado.

49. Trabalha em teu laboratório até que consigas chegar ao teu Pai Osíris.

50. Tu és um habitante do mundo soterrado e deves sair do país das trevas


para entrar no reino da luz.

51. Tens que cozer, cozer e recozer sem jamais se cansar disso.

52. O mundo soterrado é terrível.

53. “Esta terra é maléfica, e as estrelas ali se desequilibraram, caíram de borco e


nada encontraram que as ajude a ascender outra vez: o caminho delas está
bloqueado pela língua de Rá”.

54. Todos os seres humanos são estrelas caídas na terra funesta do mundo
soterrado.

55. A rota está cortada pela língua de Rá, pelo anelo para a luz, pela Senda da
Iniciação que nos conduz da morte para a vida, das trevas para a luz...

56. Antebu é o guia das duas terras. Antebu é o Deus da recensão tebana.

57. A ascenção do Senhor se realiza depois da nossa crucificação, morte e


ressurreição.

58. “Seb se consolida graças a seus lemes”.

59. Ou seja, Atman, o inefável, constitui o reino dos deuses graças aos seus
timoneiros, os seres inefáveis, aqueles que já saíram do mundo soterrado,

29
que já passaram das trevas para a luz, porque souberam extrair a brancu-
ra da pedra negra de acordo com a arte.

60. Esses são os príncipes dos seres vermelhos; esses são os príncipes do
fogo...

61. Esses são os Mestres das transmutações metálicas.

62. “Conceda-me que a minha alma imortal [Khu], meu irmão, venha a mim
e que eu possa zarpar para o lugar que tu conheces”.

63. Isto é, envolve-te em tua brilhante capa, irmão meu, em tua capa translú-
cida, em tua capa espiritual, para que saias dessa terra funesta e entres na
região da luz.

64. Tu és o Senhor das trevas e Senhor da luz.

65. “Senhor das duas terras que habitas no Santuário”.

66. Teu nome é “Perna de Hapiu” porque és descendente da terceira raça.

67. Teu nome é “Cabelo com o qual Anpu [Anúbis] rematou o trabalho do
meu embalsamento”.

68. Esse é o teu nome. Recordemos que Maria Madalena embalsamou o cor-
po do Mestre antes de sua crucificação com um ungüento precioso.

69. As santas mulheres embalsamaram e amortalharam o corpo do Cristo


depois de sua morte.

70. Tens que ser embalsamado para a morte, irmão meu.

71. Em cada Iniciação, algo em nós morre e algo em nós nasce.

72. Teu corpo precisa ser embalsamado para a morte, irmão meu.

73. No mundo inferior deves ser amortalhado para que ressuscites dos mor-
tos.

74. Triste é dizê-lo, porém todos vós sois pilares do mundo soterrado.

75. Sois Aker, o Leão de Duas Cabeças, o Deus da Terra.

76. Estais submetidos aos Senhores do Karma, aos Leões da Lei.

30
77. Agora precisais ser aquele “que traz de volta a Grande Senhora depois que
Ela se foi”.

78. Precisais voltar ao seio da Deusa Mãe do Mundo.

79. Teu nome é “Pedestal de Ap-uat” porque vais avançando pela Senda da
Iniciação obedecendo à Lei.

80. “Garganta de Mestha (Questa)” porque tens cabeça de homem.

81. “Te chamas Nut” porque saíste das águas do Abismo.

82. Saíste das profundas águas do Kaos.

83. A água (sêmen) deve ser transmutada no vinho da luz do alquimista.

84. Tu és feito do couro do touro Mnévis, queimado por Suti.

85. Os Deuses são feitos de Neith, a mulher.

86. Por isso, tu és feito do couro do touro Mnévis.

87. Sois dedos do primogênito Hórus, o Menino Verde, o Menino de Ouro, o


Eu-Cristo, resultado do vosso trabalho com a pedra bendita.

88. Não esqueças, irmão meu, que Ísis enxuga o sangue do olho de Hórus.

89. Nosso Eu-Cristo é acariciado pela mão suave da bendita Deusa Mãe do
Mundo.

90. Assim nos curamos de nossas feridas.

91. A Iniciação é o drama doloroso do Calvário.

92. Tens cabeça de homem, descendes de uma raça divina, tu és uma das
criaturas divinas, tens asas de águia, porém ficaste cativo neste mundo
soterrado.

93. Os tenebrosos do mundo inferior te aprisionaram com violência.

94. Vês o que o Pai traz? Ele te traz a luz.

95. Há que se cozer, cozer e recozer e jamais se cansar disso.

31
96. Aquele que fez a si próprio é um Mestre de transmutações metálicas.

97. Tu que estás a frente de teus nomos [saiba que] as criaturas do mundo
inferior atacam incessantemente.

98. Tem muito cuidado com teu recipiente para que dele não escape uma só
gota da matéria-prima da Grande Obra.

99. Terríveis tentações te assediam no mundo soterrado.

100. Os magos negros te enviam voluptuosas carnes, tentadoras e sedutoras,


que sorriem para ti na terra funesta, onde as estrelas se desequilibram
caindo de borco.

101. Tu és filho de Mert.

102. “Aqua é teu nome, ó tu que brilhas na água; raio oculto te chamas”.

103. O raio oculto está na água.

104. No sêmen relampeja o fogo terrível das sete serpentes que se revolvem
aterradoramente entre relâmpagos terríveis.

105. És uma perna de Ísis, cortada por Rá, e agora deves voltar à Deusa Mãe
que te espera na sala de Maat.

106. És um viajante do Cosmo.

107. Avança, viajante, avança. És o Aquilão (o Vento do Norte) que brota de


Tem [Tum]; és o hálito de Rá, o Pai, o eterno Atman.

108. És dos que podem ser vistos.

109. És um destrutor do deus Au-a na casa da água porque esta água ou sêmen
cristônico de teus órgãos sexuais se transforma em fogo.

110. Teus dois Uraeus, tuas duas serpentes do sul e do norte, brilham em tua
testa.
111. Essas duas serpentes são os dois cordões ganglionares por onde sobe a
energia seminal até a cabeça.

112. A água se transforma no vinho de luz e esse vinho sagrado sobe pelos
dois cordões ganglionares para resplandecer no entrecenho.

32
113. Os reis antigos tinham duas coroas na cabeça e a Serpente Sagrada no
entrecenho.

114. Estás no campo das canas e precisas praticar a Magia Sexual intensamen-
te com a esposa para fazeres o fogo subir pela Vara.

115. Estamos diante dos divinos seres de esplêndidos Duplos (Kau).

116. Precisas comer manjares sepulcrais e palavras de Deuses para morrer.

117. Comerás bolos sepulcrais oferecidos aos Kau, mas jamais comerás teo-
rias, religiões, escolas etc. porque é abominável.

118. Comei manjares e palavras para morrer e ressuscitar.

119. “Ah! tua morte será doce e quem a presenciar se sentirá inteiramente feliz”.

120. “Tua morte terá de ser o selo do juramento de nosso eterno amor”.

121. “A morte é a coroa de todos”.

122. Que a Deusa Ísis nos cumule de pães diante do Grande Deus!

123. Que a Deusa Ísis nos alimente com os sete pães oferecidos a Hórus!

124. Não permitam que se destruam na região de Mesquet nem que os demô-
nios se apoderem de seus membros.

125. No berço de pele renascemos como Deuses.

126. Este é o mundo soterrado. Aqui nos atacam os demônios tentadores.


Aqui temos que realizar a Grande Obra.

127. É por isso que quando encontramos o negrume da pedra devemos extrair
dela a brancura oculta e imaculada.

128. Quando vires aparecer a brancura, não esqueças que entre essa brancura
se oculta o vermelho, que tem de ser extraído cozendo, cozendo e reco-
zendo sem nunca se cansar disso.

129. Os tenebrosos nos assaltam nos negros abismos do submundo e deles


devemos arrancar o fogo valentemente.

33
130. Mais tarde esse fogo resplandece na coluna dorsal com uma brancura
imaculada.

131. Depois da brancura já não podes te enganar, porque, aumentando o fogo,


chegarás a uma cor cinzenta.

132. Essa cor cinzenta é o sal do alquimista.

133. O sal volátil difunde-se por todo o corpo e passa para a laringe da mulher.

134. O sal volátil da laringe da mulher passa para a laringe do varão.

135. Assim é como a nossa laringe torna-se hermafrodita e converte-se no


órgão criador do Mestre de transmutações metálicas.

136. O sal fixo serve de base e fundamento.

137. Primeiro a pedra é negra porque temos que entrar no mundo inferior
para roubar a tocha de fogo de Bafometo.

138. Depois é vermelha porque arrancamos o fogo das câmaras espinhais.

139. Depois é branca porque resplandece no candelabro de nossa coluna es-


pinhal com os branquíssimos esplendores do Mestre de transmutações
metálicas.

140. Em seguida vem suas facetas cambiantes, conforme cozemos, cozemos e


recozemos a matéria-prima da Grande Obra.

141. São sete destilações, ou seja, são sete serpentes que temos que levantar
sobre a Vara até que o Rei apareça coroado com o diadema vermelho.

142. Isto é, até que nos convertamos em Mestres do Mahanvantara.

143. “Tenho meus bolos na cidade de Pe, e minha cerveja na cidade de Tepu, e
sejam as oferendas [dadas a vós] dadas a mim nesse dia”.

144. “Sejam as minhas oferendas trigo e cevada. Sejam as minhas oferendas un-
güento anti e vestes de linho; sejam as minhas oferendas para a vida, para
a força e para a saúde; sejam minhas oferendas uma saída à luz na forma
em que me apraza aparecer em Sequet-Aarru, seja ela qual for”.

34
145. A verdadeira comida do alquimista está na cidade de Pe, isto é, no Baixo
Egito, nossos órgãos sexuais.
146. Ali estão os sete pães; ali estão nossos sagrados bolos; quanto à nossa
cerveja, está na cidade em que Toth faz o Íntimo triunfar.

147. Toth é a Mente-Cristo. O Deus Toth é o Deus da Mente-Cristo.

148. Quando o homem se liberta dos quatro corpos do pecado, converte-se


em um Dragão das Quatro Verdades, converte-se em um Buddha.

149. Na terra das canas somos deuses inefáveis quando concluímos a Grande
Obra.

CAPÍTULO 6
ELIXIR BRANCO E ELIXIR VERMELHO

  

1. O Elixir Branco e o Elixir Vermelho são a Árvore da Ciência do Bem e do


Mal e a Árvore da Vida.

2. O Elixir Vermelho é o ouro puro do Espírito, a Árvore da Vida.

3. O Elixir Branco é a força sexual do Éden.

4. O Elixir Vermelho transforma o chumbo em ouro e colore todas as coisas


de amarelo.

5. O Elixir Branco branqueia os metais dando a eles uma brancura imaculada.

6. Ainda que todos os metais sejam levados à perfeição pelo Elixir, não há dú-
vida de que os mais perfeitos metais são aqueles que chegam rapidamente
à perfeição.

7. Os metais menos perfeitos vão chegando à perfeição segundo os mais per-


feitos se aperfeiçoam.

8. Este é o bendito magistério da Grande Obra do Pai.

35
9. O importante é aprender a projetar os Elixires Branco e Vermelho sobre os
metais para transmutá-los em ouro puro.

10. A fórmula consiste em misturar uma parte do Elixir com mil partes do
metal mais próximo da perfeição.

11. Encerra-se todo o conteúdo no recipiente. Depois se põe o recipiente no


forninho para que o fogo, após três dias, faça uma perfeita união.

12. Em seguida, volta-se a repetir a operação com outro metal dos mais próxi-
mos. Assim, pouco a pouco, vamos conseguindo a transmutação dos me-
tais em ouro puro.

13. Esse ouro é mais puro do que qualquer ouro das minas terrestres.

14. Os metais são os nossos corpos internos que se cristificam com os Elixires
Branco e Vermelho.

15. O primeiro metal que transmutamos em ouro é o corpo da consciência.

16. Sobre esse metal projetamos nossos Elixires Branco e Vermelho para trans-
mutá-lo em ouro puro do Espírito.

17. Este trabalho se realiza quando já tivermos levantado nossa primeira ser-
pente sobre a Vara [Primeira Iniciação Maior].

18. Depois de três dias, isto é, depois que a primeira serpente atravessou as
três câmaras altas da cabeça, o corpo búddhico ou corpo da consciência se
funde integralmente com o Íntimo.

19. Assim é como o metal mais próximo da perfeição se transforma em ouro


puro ao conseguir a fusão integral com o real Ser [Atman].

20. Desta fusão resulta o novo Mestre que surge das profundidades vivas da
consciência.

21. Esse Mestre interno é um autêntico Mestre de transmutações metálicas.

22. Depois, o Mestre de transmutações metálicas deve fazer a projeção sobre


seus demais metais para transmutá-los, extraindo deles o ouro puro.

23. Há que se cozer, cozer e recozer e nunca se cansar disso.

36
24. O fogo do forninho no princípio pode ser lento, porém, depois, precisa ser
intensificado para se conseguir a transmutação perfeita.

25. O segundo metal a ser transmutado é o corpo etérico.

26. Este trabalho realizamos projetando os nossos Elixires Branco e Vermelho


sobre esse corpo.

27. O Espírito e o Fogo da segunda serpente, isto é, os dois elixires transmu-


tam o corpo etérico no Soma Pukhicon ou corpo de ouro.

28. O terceiro metal a ser transmutado é o corpo astral.

29. Este trabalho o realizamos com a terceira serpente que pertence ao corpo
astral.

30. Do corpo astral extraímos um astral superior, que é o Eu-Cristo.

31. Esse Menino de Ouro é Hórus.

32. A seguir transmutamos o corpo mental para dele extrair a Mente-Cristo.

33. Assim é como entramos na sala da dupla Maat e nos libertamos dos quatro
corpos de pecado.

34. Os quatro corpos de pecado nos dão quatro corpos de ouro quando conse-
guimos uma transmutação metálica perfeita.

35. Os quatro corpos de pecado são substituídos por quatro corpos celestiais
que servem de templo ao Espírito Triúno e imortal.

36. Do corpo físico extraímos o corpo da liberação.

37. Esse corpo é feito de carne, porém de carne que não vem de Adão.

38. Trata-se de um corpo cheio de perfeições milenares, elaborado com os áto-


mos mais evoluídos do nosso corpo físico.

39. Do corpo etérico extraímos o corpo de ouro que vem se compenetrar com
o corpo da liberação.

40. Do corpo astral extraímos o Menino de Ouro da Alquimia que vem subs-
tituir o corpo astral [lunar].

37
41. E do corpo mental extraímos a Mente-Cristo que vem substituir o corpo
mental.

42. Assim conseguimos a transmutação metálica.

43. Assim os quatro corpos do pecado são substituídos por quatro corpos glo-
riosos.

44. Assim transmutamos os metais com os Elixires Branco e Vermelho.

45. Assim o quaternário inferior vem a reforçar a Divina Tríade.

46. Os Deuses do Nirvana estão vestidos com os quatro corpos de glória.

47. Os Deuses do Nirvana não usam os quatro corpos do pecado.

48. Somente os Mestres do Nirvana que estão cumprindo missão aqui no


mundo físico precisam reter seus quatro corpos de pecado para se expres-
sarem através deles.

49. Contudo, como estão livres dos quatro corpos do pecado, os animam por
hipóstase.

50. A própria Trindade eterna e espiritual precisa passar por gigantescas trans-
mutações alquímicas para conseguir a união com o Uno, com a Lei, com o
Pai.

51. São sete as serpentes que temos que levantar sobre a Vara para nos conver-
termos no Rei coroado com o diadema vermelho.

52. A quinta serpente nos dá a Vontade-Cristo. A sexta nos dá a Consciência-


Cristo. A sétima nos une com o Uno, com a Lei, com o Pai.

53. Há que se cozer, cozer e recozer e não se cansar disso.

54. O recipiente precisa ficar tapado hermeticamente para impedir que a ma-
téria-prima da Grande Obra derrame.

55. Neste trabalho alquímico, as substâncias espirituais se tornam corpóreas e


as substâncias corpóreas se tornam espirituais.

56. Este é o sagrado magistério do fogo.

38
CAPÍTULO 7
O ELIXIR DA LONGA VIDA

  

“Nebseni, escriba e desenhista dos templos do Alto e Baixo Egito, justa-


mente venerado, filho do escriba e artista Tena, triunfante, diz: - Salve,
Tem [Tum], tornei-me glorioso (ou uma Alma Imortal) na presença do
duplo deus-Leão, o grande deus; abre, portanto, para mim a porta do
deus Seb [Keb]. Cheiro a terra (isto é, prosterno-me de tal maneira que
meu nariz toca o chão) do grande deus que reside no mundo inferior, e
avanço na presença da companhia dos deuses que habitam com os seres
que estão no mundo inferior. Salve, guarda da divina porta da cidade de
Beta, tu, Neti que moras em Amentet [Amenti], como alimento, tenho
vida através do ar, e o deus Atch-ur me conduz [consigo] ao poderoso
barco de Quépera [Khepera]. Entabulo conversação com os marinhei-
ros divinos ao cair do dia, entro, saio, e vejo o ser que está ali; levanto-o,
e digo o que tenho de dizer a ele, cuja garganta fede (por falta de ar).
Tenho vida e estou liberado, tendo me deitado na morte. Salve, ó tu que
trazes oferendas e oblações, aproxima tua boca e faze que se abeirem os
escritos (ou listas) de oferendas e oblações. Coloca a Justiça e a Verdade
firmemente em seus tronos, faze que se acerquem os escritos, e instala as
deusas na presença de Osíris, o poderoso deus, Príncipe da perpetuida-
de, que conta seus anos, escuta os que estão nas ilhas (ou lagoas), ergue
seu ombro direito, julga os príncipes divinos, e manda [o falecido] à pre-
sença dos grandes príncipes soberanos que vivem no mundo inferior.”
(Budge, E. A. Wallis. Livro Egípcio dos Mortos, Capítulo XLI, p. 229)

1. Quando tivermos obtido glória diante do duplo Deus Leão, isto é, diante
da Lei, a Lei nos abre a porta do Divino Seb [Keb].

2. O Divino Seb [Keb] é Atman, o Espírito Universal da Vida, diante do qual


nos inclinamos reverentes.

3. Então nos apresentamos diante da Assembléia dos Deuses que habitam


com os seres do mundo soterrado.

4. Então damos graças ao ar e o imortal nos conduz à potente embarcação de


Quépera.

39
5. Quépera é a deidade criadora dos Deuses. Ela é o escaravelho sagrado, é Rá
em nós, a Deidade.
6. Ao cair da tarde converso com os marinheiros. Entro, saio e vejo o Ser que
ali está.
7. Esse Ser é meu próprio Ser, meu Pai que está em lugar secreto.
8. Com ele converso quando tenho me aperfeiçoado.
9. Então tenho existência e sou livre, depois de descansar na morte porque
adquiri o Elixir da Longevidade, depois de haver traçado uma profunda
lista de sacrifícios.
10. O corpo da liberação não está sujeito à morte nem às enfermidades.
11. O corpo da liberação é feito de carne e osso, porém é carne que não veio de
Adão; é carne do Cristo Cósmico.
12. O corpo da liberação assemelha-se ao Divino Rabi da Galiléia.
13. O corpo da liberação é o corpo dos Deuses.
14. Com esse corpo sentamos no trono da justiça e da verdade e somos exalta-
dos como imortais em Osíris e Hórus.
15. Osíris é o Íntimo, “o poderoso Deus, Príncipe da perpetuidade, que conta
seus anos, escuta os que estão nas ilhas (ou lagos), ergue seu ombro direito,
julga os príncipes divinos, e manda [o falecido] a Osíris (porque Osíris
manda a Osíris, porque os deuses mandam aos deuses) ante a presença dos
grandes príncipes soberanos que vivem no mundo inferior”.
16. Todo o segredo do Elixir da Longa Vida está no falo de Osíris.
17. Até o corpo físico pode ser conservado durante longos Eons de tempo com
o Elixir da Longevidade.
18. O Mestre Mejnour viveu sete vezes sete séculos.
19. O Mestre Zanoni conservou seu corpo físico por milhares de anos.
20. O conde Saint-Germain ainda vive com o mesmo corpo físico com que se
apresentou nas cortes européias durante os séculos XVII e XVIII.
21. Com os Elixires Branco e Vermelho entramos no reino do Super-homem e
nos convertemos em deuses onipotentes do universo.

40
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO PARA DAR AR NO SUBMUNDO

  

“Sou o chacal dos chacais, sou Shu, e tiro ar da presença do deus da


Luz [Khu] para os confins do céu, e para os confins da terra, e para os
confins dos limites mais extremos do vôo do pássaro Nebe. Seja dado
o ar a esses jovens seres divinos”. (Budge, E. A. Wallis. Livro Egípcio
dos Mortos, Capítulo LV, p. 242/243)

1. O Chacal dos Chacais é o Chefe dos Arcontes do Destino, Anúbis, o Deus


da cabeça de chacal.

2. Anúbis possui os livros do Karma no mundo inferior.

3. O templo de Anúbis é o templo dos Senhores do Karma.

4. Cada ser humano tem seu livro.

5. Aqueles que aprendem a manejar seu Ka (o corpo astral) podem visitar o


templo do Chacal dos Chacais a fim de consultarem seu livro e acertarem
suas contas.

6. Quem tem com que pagar, paga e se sai bem nos negócios.

7. Quem não tem com que pagar, termina pagando com muita dor.

8. Faça boas obras para pagar tuas dívidas.

9. Também é possível pedir crédito aos Senhores do Karma.

10. Todo crédito tem de ser pago.

11. Quando o Logos do sistema solar me entregou a túnica e o manto de Hie-


rofante de Mistérios Maiores, disse-me: “Aqui te pago o que te devo pelas
práticas que ensinaste”.
12. Quem quiser receber luz deve dar luz para que receba seu pagamento.

13. O Chacal dos Chacais conduz a luz por todos os limites do firmamento e
chega até as fronteiras da ave Nebe, a enorme Serpente, um dos 42 juízes
de Maat no julgamento.

41
14. Esse Grande Juiz é o Logos do sistema solar.

15. O Chacal dos Chacais trabalha sob as ordens desse Grande Juiz.

16. Esses jovens seres divinos que trabalham com Anúbis são os Senhores do
Karma.

17. O alquimista deve aprender a manejar seu Ka para visitar o templo do


Chacal dos Chacais e acertar suas contas.

18. Em nosso trabalho com a pedra bendita é indispensável aprender a mane-


jar conscientemente nossos negócios.

CAPÍTULO 9
O LEÃO VERMELHO

  

1. O Leão Vermelho é de ouro potável.

2. O ouro potável é Kundalini.

3. Kundalini é o fogo do sêmen.

4. Há que se separar o Leão Vermelho de todo tipo de refugo.

5. Esses refugos ou impurezas são separados do Leão Vermelho através de


um processo de trituração.

6. Por trituração entendemos aqui Magia Sexual e força de vontade.

7. Esse ouro potável precisa ser misturado com o álcool de vinho para lavá-lo
e destilá-lo num bom alambique até que desapareça totalmente a acidez da
água régia.

8. O álcool de vinho é nada menos do que o vinho de luz com o qual se mis-
tura o sêmen durante os processos de transmutação sexual.

9. O vinho de luz é sêmen transmutado.

42
10. Há que se destilar, isto é, transmutar o sêmen totalmente.

11. Assim é como desaparece a acidez da água régia, da qual fala a alquimia.

12. O Leão Vermelho é o Fogo Sagrado.

13. O ouro potável necessita ser colocado num recipiente bem fechado.

14. Precisa cozer e recozer três vezes até obter a perfeita tintura do sol.

15. A perfeita tintura do sol é a que nos dá o poder de ressuscitar dos mortos.

16. O Cristo ressuscitou dos mortos no terceiro dia.

17. A perfeita tintura do sol é o Kundalini do corpo astral.

18. Quando o Iniciado leva sua terceira serpente ao coração, passa pela morte
simbólica, pela ressurreição e ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

CAPÍTULO 10
O LEÃO VERDE

  

1. O Leão Verde é o Íntimo de cada um.

2. Este trabalho se realiza com o VITRIOLO de Vênus.

3. VITRIOLO: Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapi-


dem.

4. Visita o interior da Terra que retificando encontrarás a pedra oculta.

5. Há que se visitar o interior da nossa terra para encontrar a nossa pedra


bendita.

6. Essa pedra bendita é o sêmen.

7. VITRIOLO: Vidro líquido flexível maleável. Retificando esse líquido en-


contramos a tintura de ouro, o Leão Verde da alquimia: o Íntimo.

43
8. O VITRIOLO tem duas cores: vermelho e branco.

9. O vermelho torna todas as coisas rubras e até tinge de vermelho os corpos


brancos.

10. Essa é a cor da paixão.

11. O branco branqueia todas as coisas e branqueia os corpos vermelhos do


abismo.

12. Quando estamos roubando o fogo do diabo, entramos pelas portas eróticas
no mundo da paixão para dele roubar as taças correspondentes às vérte-
bras da coluna espinhal.

13. Então os demônios tentadores nos atacam no mundo inferior e nos toca
travar grandes batalhas com eles para lhes arrebatar as taças de nossa me-
dula espinhal.

14. Cada taça roubada no mundo inferior resplandece com brancura imacula-
da em sua correspondente vértebra medular.

15. Assim é como o branco do VITRIOLO branqueia todos os corpos verme-


lhos.

16. Em busca dos Leões Vermelho e Verde temos que descer muitas vezes ao
abismo e subir de novo.

17. A porta de entrada do abismo é a paixão carnal.

18. Importa dominar a besta para roubar o fogo do diabo.

19. Hermes Trismegisto em sua Tábua de Esmeralda diz:

20. Separar a terra do fogo, o sutil do espesso, suavemente e com grande habili-
dade. Ele sobe da terra para o céu e em seguida volta a descer à terra para
recolher a força das coisas superiores e inferiores.

21. Assim terás todas as glórias do mundo porque toda a escuridão se afastará
de ti.

22. É a força forte de toda força porque vencerá toda coisa sutil e penetrará toda
coisa sólida. Assim é como foi criado o mundo.

44
23. Se agrega ao VITRIOLO ar e água e se purifica durante um mês.

24. Terminada a putrefação aparecerão as cores branca e vermelha.

25. Com isto queremos dizer que depois de estar praticando Magia Sexual por
algum tempo, o fogo de Kundalini desperta.

26. O despertar desse fogo não oferece perigo algum porque se realiza me-
diante a direção de um especialista do mundo invisível.

27. A tintura vermelha do VITRIOLO é o fogo.

28. Paracelso diz: Trabalha com essa tintura em uma retorta e verás sair dela
sua negrura.

29. Essa retorta da alquimia são os nossos órgãos sexuais.

30. Quando estamos trabalhando com a tintura do Leão Verde, os tenebrosos


do abismo nos assaltam e por isso vemos sair a negrura da retorta.

31. Porém, destilando na retorta, ao fim encontramos um líquido branco.

32. Esse líquido branco são todos os graus esotéricos da nossa coluna espinhal.

33. Há que se retificar incessantemente nossa tintura para obter o Leão Verde.

34. Esse Leão Verde é o bálsamo natural de todos os planetas celestes e tem o
poder de curar todas as enfermidades.

35. O Leão Verde é nosso anjo interno, nosso ‘Eu Superior’, nosso Íntimo.

CAPÍTULO 11
TINTURAS ASTRAIS

  

1. Em nosso trabalho de transmutação metálica temos que elaborar tinturas


astrais para trabalhar na Grande Obra.

45
2. Quatro partes de água metálica e duas partes de terra de sol vermelho
constituem a tintura mãe da alquimia.

3. Põe-se tudo em um recipiente, se solidifica e se desagrega três vezes.

4. Essa é a tintura mãe da alquimia porque com essa tintura elaboramos todas
as sete tinturas da alquimia sexual.

5. A água metálica é o sêmen; a terra de sol vermelho são os nossos órgãos


sexuais e o sol de enxofre é Kundalini que temos que despertar praticando
Magia Sexual [com a esposa ou marido].

6. Logicamente temos que solidificar três vezes, uma vez que somos um trio
de corpo, alma e espírito.

7. Com uma onça de tintura de sol, podemos tingir de sol mil onças.

8. Com uma onça de tintura de mercúrio podemos tingir o corpo do mercú-


rio etc.

9. Com a tintura lunar podemos transmutar o corpo vital em metal perfeito.

10. Com a tintura de mercúrio podemos transmutar em metal de perfeição o


nosso corpo búddhico.

11. Com a tintura de Vênus podemos transmutar nosso veículo da vontade em


corpo de perfeição.

12. Com a tintura solar podemos transmutar em metal perfeito nosso corpo
astral ou Cristos cósmico.

13. Com a tintura de Saturno podemos transmutar em metal perfeito nosso


corpo mental.

14. Com a tintura de Marte transmutamos em metal de perfeição a Alma-


Consciência do nosso corpo físico e damos a todos os nossos metais a for-
taleza do ferro.

15. Porém, a tintura de ouro nos unirá com o Uno, com a Lei, com o Pai.

16. Nossos sete corpos estão influenciados por sete planetas.

17. Nossas sete serpentes sintetizam toda a sabedoria dos sete Cosmocratores.

46
18. Cada um dos nossos sete corpos deve sintetizar toda a perfeição de cada
um dos sete Cosmocratores.

19. Temos que trabalhar com nossa bendita pedra na retorta de nosso labora-
tório sexual até obter a Fênix dos filósofos.

20. Assim é como nós, depois de termos morrido, ressuscitamos como a ave
Fênix da filosofia.

21. Cada um de nós, no fundo, é uma estrela. Depois de termos trabalhado


com as tinturas astrais até transmutar todos os nossos sete corpos em veí-
culos de perfeição, regressamos ao seio do Pai.

22. Os sete seres ordenadores, os sete Logoi8 Planetários do nosso sistema so-
lar, no amanhecer da vida se expandiram como se expandem as chamas e
de sua expansão resultaram milhões de partículas divinas evoluindo atra-
vés do Mahanvantara.

23. Cada partícula divina deve se realizar como Mestre de transmutações me-
tálicas e voltar ao Pai.

24. Toda Chispa tem de regressar à Chama de onde saiu, porém conservando
sua individualidade.

25. O Livro dos Mortos diz: “Eis que o deus de Um Rosto está comigo. Salve, ó
Sete Seres que decretais, sustentais a Balança no dia do julgamento do Utchat,
cortais cabeças, despedaçais pescoços, tomais posse de corações pela violência
e fendeis os lugares em que eles se fixam, fazeis matanças no Lago do Fogo, co-
nheço-vos e conheço vossos nomes; portanto conhecei-me como eu conheço
vossos nomes. Saio para vós, portanto saí para mim, pois viveis em mim e eu
quisera viver em vós. Fazei-me vigoroso por meio do que está em vossas mãos,
o que quer dizer, pela Vara de poder que está em vossas mãos. Decretai-me a
vida pela [vossa] fala ano após ano; dai-me multidões de anos além dos meus
anos de vida, e multidões de meses além dos meus meses de vida, e multidões
de dias além dos meus dias de vida, e multidões de noites além das minhas
noites de vida; e consenti que eu saia e brilhe sobre minha estátua; e [concedei-
me] ar para o nariz, e tenham meus olhos o poder de ver entre os seres divinos
que habitam no horizonte no dia em que se avaliam com justiça o malfazer e o
mal”. (Budge, E. A. Wallis. Livro Egípcio dos Mortos, Capítulo LXXI, p. 262)

8 Plural de Logos.

47
26. O Deus de um Rosto que está em nós é o Íntimo.

27. Os sete seres que sustentam a balança do juízo, decapitam e degolam os


alquimistas para realizá-los como Mestres de transmutações metálicas.

28. Cada vez que uma das nossas sete serpentes sobe das vértebras do pescoço
à cabeça, passamos pelo simbólico degolamento de João Batista.

29. Os sete Gênios planetários se apoderam dos corações e rasgam os peitos


para libertar as almas do mundo inferior e para levá-las ao lugar da luz.

30. Os sete Logoi perpetram matanças no Lago de Fogo.

31. Há que se morrer para viver. Há que se morrer para o mundo para se viver
para o Pai. No magistério do fogo morremos e ressuscitamos como a ave
Fênix da alquimia sexual.

32. Os Deuses imortais nos dão vigor com o bastão de mando que empunham
em sua destra.

33. Esse bastão é a nossa coluna espinhal, a nossa Vara de bambu com sete nós,
por onde sobem as sete ardentes serpentes.

34. Com os Elixires Branco e Vermelho adquirimos o Elixir da Longa Vida e


ainda que estejamos encarnados em nossa estátua, isto é, em nosso corpo
físico, os mundos internos se abrem e podemos ver esses jovens seres divi-
nos que moram no horizonte e que levam os livros das contas do mundo.

35. Com as tinturas astrais voltamos ao seio do Pai e a ouvir palavras inefáveis.

36. Todo o poder está encerrado na sabedoria da serpente.

37. O Livro dos Mortos diz o seguinte: “Sou a serpente Sata cujos anos são
muitos. Morro e renasço todos os dias. Sou a serpente Sata que reside nas
partes mais extremas da Terra. Morro e renasço, renovo-me e rejuvenes-
ço a cada dia. (Budge, E. A. Wallis. Livro Egípcio dos Mortos, Capítulo
LXXXVII, p. 280)

38. A tintura lunar é de cor violácea. A tintura de Mercúrio é amarela. A tin-


tura de Vênus é cor de anil. A tintura solar é de um azul intenso e dourada.
A tintura de Marte é vermelha. A tintura de Júpiter é azul e púrpura. A
tintura de Saturno é verde, cinza e negra.

48
39. O alquimista tem que elaborar as sete tinturas para transmutar todos seus
metais.

CAPÍTULO 12
AS DUAS TESTEMUNHAS

  

“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil


duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. Estas são as duas oliveiras e
os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. E, se alguém lhes
quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e devorará os seus inimigos;
e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. Estes
têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua pro-
fecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para
ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem”.
(Apocalipse 11:3-6)

1. As duas testemunhas do Apocalipse são os nossos dois cordões gangliona-


res por onde sobe [a energia do] o sêmen até o cálice de nossa cabeça.

2. Quando retiramos o membro viril da vagina sem derramar o sêmen, [a


energia deste] sobe pelos dois cordões ganglionares até o cálice (o cérebro).

3. Esses dois cordões ganglionares são chamados de Ida e Pingala no oriente.

4. Ida é o cordão ganglionar da direita e Pingala o cordão ganglionar da es-


querda.

5. Por esses dois canais nervosos sobe o sêmen [a energia do sêmen] até a
cabeça, quando refreamos o impulso animal.

6. Essas são as duas testemunhas, as duas oliveiras e os dois candeeiros que


estão diante do Deus da Terra.

7. São os dois Uraeus, do sul e do norte, que brilham na testa.

8. Por isso os reis antigos tinham duas coroas na cabeça e sobre o entrecenho
a serpente sagrada.

49
9. Os átomos solares do nosso sistema seminal sobem pelo cordão ganglionar
da direita.

10. Os átomos lunares do nosso sistema seminal sobem pelo canal ganglionar
da esquerda.

11. O cordão ganglionar da direita está relacionado com a narina direita.

12. O cordão ganglionar da esquerda está relacionado com a narina esquerda.

13. Quando os átomos solares e lunares do nosso sistema seminal fazem con-
tato perto do Tribeni, no Chakra Muladhara, situado no cóccix, então des-
perta o Kundalini que entra pelo orifício inferior da medula espinhal.

14. A subida de Kundalini depende dos méritos do coração.

15. Os átomos solares e lunares de nosso sistema seminal fazem contato com o
osso do cóccix quando aprendemos a nos retirar da mulher sem derramar
o sêmen.

16. Nos templos da Lemúria, homens e mulheres entravam em contato sexual


para reproduzir a espécie, porém ninguém derramava o sêmen.

17. As hierarquias divinas faziam uso de apenas um espermatozóide para fe-


cundar a matriz. Um espermatozóide escapa facilmente dos vasos hormo-
nais.

18. Não há necessidade de se fornicar para reproduzir a espécie.

19. A ejaculação animal é propriedade exclusiva da espécie animal, jamais da


espécie humana.

20. O ser humano deve fazer subir seu sêmen [a energia do sêmen] pelos dois
cordões ganglionares até o cálice.

21. Foram os magos negros que ensinaram o homem a ejacular o sêmen à


semelhança dos animais.

22. Com a traição dos Mistérios de Vulcano, os magos negros do pólo contrá-
rio desse santuário ensinaram magia sexual negra ao homem.

23. Os Mistérios do sexo pertencem ao Santuário de Vulcano.

50
24. Quando os guardiões desse santuário se deixaram seduzir pelos irmãos da
sombra, cometeram o crime de trair os Mistérios.

25. Os magos negros ejaculam o sêmen durante seus atos de magia sexual ne-
gativa.

26. Então a serpente desce para os infernos do homem e o ser humano se con-
verte em um perverso demônio.

27. A cauda com que se representa Satã é o Kundalini dos magos negros diri-
gido para baixo, para os infernos do homem.

28. Quando a serpente sobe, é representada como a serpente de bronze que


curava os israelitas no deserto.

29. Quando a serpente baixa, forma a cauda de Satã. Eis aí a serpente tenta-
dora do Éden, a serpente Píton de sete cabeças que Apolo feriu com seus
dardos.

30. A serpente da fornicação está amaldiçoada.

31. “Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás
mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ven-
tre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida”. (Gênese 3:14)

32. Devemos repelir a serpente tentadora do Éden.

33. Nu diz: “Ó Serpente! Eu sou a chama que resplandece sobre “Aquele-que-Abre”,


[o que vive] centenas de milhares de anos, e [sou] a medida do Deus Tenpu ou
(como dizem), a medida das jovens plantas e flores. Afastai-vos de mim, pois
eu sou o Divino Maftet!” (Capítulo 34, p. 222, sobre proibir que as serpentes
façam presa em Osíris-Nu no mundo soterrado - O Livro dos Mortos).

34. Devemos repelir a serpente tentadora do Éden e nunca derramar o sêmen.

35. O vitorioso Osíris-Ani diz: “Eu Sou o Grande, o filho do Grande; [Eu Sou] o
Fogo, o filho do Fogo, a quem foi dada a cabeça depois de ter sido degolada.
A cabeça de Osíris não foi tirada dele; não deixe que a cabeça de Osíris-Ani
seja apartada dele. Eu mesmo juntei e uni meus ossos e me fiz inteiro e com-
pleto. Eu renovei minha juventude; Eu sou Osíris, o senhor da eternidade”.
(Capítulo 43, p.235, de não permitir que se decapite um homem no mundo
soterrado - O Livro dos Mortos).

51
36. A Chispa que mora dentro de nós é filha da Chama, é o grande Filho do
Grande.

37. A esse Osíris do Mestre se entrega a cabeça depois de degolada.

38. Quando a serpente sagrada passa das vértebras do pescoço à cabeça, pas-
samos pelo degolamento de João Batista.

39. Ninguém pode cortar a cabeça do Íntimo, porém devemos evitar cair no
Abismo.

40. Nós nos fazemos completos e nos tornamos donos da eternidade, cheios
de eterna juventude, quando levantamos nosso Kundalini sobre a Vara, tal
como o fez Moisés no deserto.

41. Devemos nos transformar no Divino Crocodilo.

42. O intendente da casa do intendente do selo, Nu, triunfante, diz: Sou o divino
crocodilo que mora em seu terror; sou o divino crocodilo e agarro[minha presa]
como um animal voraz. Sou o grande e poderoso Peixe que está na cidade de
Quem-ur. Sou o senhor ao qual fazem saudações e prosternações na cidade de
Sequem”. (Capítulo de como operar a transformação num crocodilo. Budge,
E. A. Wallis. Livro Egípcio dos Mortos, Capítulo LXXXVIII, p. 281)

43. Esse Crocodilo Divino é o Íntimo.

44. Ele é o Crocodilo Divino que captura suas vítimas como um animal voraz.

45. Essas presas são os extratos anímicos de todos os veículos que o Íntimo
assimila para se realizar como Mestre do Mahanvantara.

46. Ele é o grande e poderoso Peixe que sai das águas da vida para realizar o
universo interior.

47. Ele é o Senhor a quem reverenciamos e que vive dentro de nós mesmos.

48. Nu, o intendente da casa do intendente do selo, triunfante, diz: “Salve, ó


tu, serpente Rerek, não venhas para cá. Contempla Seb e Shu. Imobiliza-
te agora, e comerás o rato, que é uma coisa abominável para Rá, e masti-
garás os ossos do imundo gato”. (DE COMO RECHAÇAR SERPENTES)
(OU VERMES) Budge, E. A. Wallis. Livro Egípcio dos Mortos, Capítulo
XXXIII, p. 221).

52
49. A serpente Rerek é a serpente da fornicação que treme diante do Deus vivo
e que quebra os ossos do gato impuro porque nos afunda no abismo do
desespero.

50. “Eu sou o crocodilo Sebec. Eu sou a chama de três pavios e meus pavios são
imortais. Eu entro na região de Sekem. Eu entro na região das chamas que
derrotam meus adversários”. (O Livro dos Mortos)

51. O crocodilo sagrado Sebec é o Íntimo.

52. O Íntimo é a chama de três pavios.

53. Esses três pavios são: a Alma Divina, a Alma Humana e a Mente-Cristo.

54. Nós entraremos no Nirvana quando derrotarmos nossos adversários,


quando vencermos a serpente tentadora do Éden, quando derrotarmos os
quatro corpos do pecado.

55. Não se derrama uma única gota de sêmen.

56. É preciso fazer subir nossa energia seminal pelos cordões ganglionares até
o cérebro a fim de fazer subir a serpente sagrada Kundalini ao longo da
medula espinhal através de suas 33 vértebras.

57. Em cada uma das 33 vértebras há poderes terríveis.

58. Conforme vamos entrando em cada uma das 33 câmaras santas, vamos
aprendendo a sabedoria divina.

59. Esses são os sete pães oferecidos a Hórus.

60. Devemos comer desses sete pães.

61. Não comamos imundície. Não comamos nada abominável.

62. O imundo, o abominável, se chama fornicação, adultério, ódios, egoísmos,


apetites, invejas, doutrinas pseudo-esotéricas etc.

63. Tudo isso é comida abominável; tudo isso é imundície.

64. Comamos dos sete pães; alimentemo-nos com essa sabedoria divina.

65. Devemos fazer subir a nossa energia sexual pelas duas testemunhas.

53
66. Elas são as duas oliveiras do templo.

67. Elas são os dois candeeiros que estão diante do Deus da Terra.

CAPÍTULO 13
O KAOS

  

No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia;
e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia
sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus
que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus
chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã,
o dia primeiro. E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas,
e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez se-
paração entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas
que estavam sobre a expansão; e assim foi. E chamou Deus à expansão
Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo. E disse Deus: Ajuntem-se
as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim
foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas
chamou Mar; e viu Deus que era bom. (Gênese 1:1-10)

1. Se o homem quiser criar seus corpos de liberação para se realizar como


um Mestre do Mahanvantara, tem que fazer a mesma coisa que Deus fez:
fecundar o Kaos de seu sistema seminal para que dali surja o universo in-
terior.

2. O Kaos é o sêmen; se quisermos criar como Deuses, temos que fecundar


o Kaos com o fogo que vivifica. Dali surgirão nossos corpos de perfeição
com os quais nos realizamos como Mestres do Mahanvantara.

3. O Kaos é a mistura da água e do fogo.

4. O Kaos é o sementeiro do Cosmo.

5. A água do Kaos é a morada do fogo.

54
6. A terra se reduzirá a água e a água é a morada do fogo.

7. Nosso corpo material, isto é, nossa terra individual, se reduz a água do


sêmen; se fecundarmos esse Kaos, esse sêmen, com o fogo do Espírito, dali
surgirá o Menino de Ouro da alquimia sexual, o Eu-Cristo que sobe ao Pai
e que nos torna reis e sacerdotes do universo.

8. O Gênese é um livro de alquimia.

9. Se quisermos criar nosso universo interior, temos que fazer o mesmo que
Deus fez quando criou o universo.

10. Há que se separar as águas das águas, colocando o material e o grosseiro


nas profundezas do abismo interno e elevar a nossa força crística, subli-
mando nossa energia seminal a fim de as colocar em nosso céu divino,
onde resplandece a glória do Íntimo.

11. Este é um trabalho de alquimia sexual.

12. Por isso Hermes Trismegisto diz: Separarás a terra do fogo, o sutil do espes-
so, suavemente, com grande habilidade. Ele sobe da terra ao céu e em seguida
torna a baixar à terra para recolher a força das coisas superiores e inferiores.
(Tábua de Esmeralda)

13. Este é o bendito trabalho da Grande Obra.

14. Há que se trabalhar sobre nosso Kaos para separar as trevas da luz e dar às
trevas a residência de nosso Deus.

15. Temos que realizar o Gênese em nós mesmos.

16. Hermes Trismegisto diz: O que está em baixo é como o que está em cima e o
que está em cima é como o que está em baixo, para fazer os milagres da coisa
una. (Tábua de Esmeralda)

17. O Kaos do universo agora reside em nosso sistema seminal. Se Deus, para
criar o universo, teve que fecundar as águas do Kaos com o fogo, a nós toca
fazer o mesmo: fecundar as águas de nosso Kaos, isto é, o sêmen, com o
fogo de Kundalini para fazer surgir nosso universo interno e nos conver-
termos em Deuses inefáveis. Isso se chama alquimia sexual.

18. As águas supracelestes do Kaos são puro sêmen e desse sêmen saiu o universo.

55
19. Essas águas supracelestes do Gênese são uma substância pura, flexível e
inflamada que não se consome jamais.

20. Esse é o Paraíso onde vivia Adão antes da queda.

21. Fecundemos o Kaos (sêmen). Separemos as águas das águas colocando o


material e o grosseiro no abismo e o divino e sublime em nosso firmamen-
to interior para nos convertermos em Deuses do universo.

22. Agora nosso sistema seminal, isto é, a nossa terra, está toda desordenada e
vazia. Agora as trevas estão sobre a face do abismo e o Espírito de Deus se
move sobre a superfície de nossas águas seminais.

23. Façamos a luz, irmãos, façamo-la arrancando-a das trevas mediante a ma-
gia sexual.

24. A luz é boa. Afastemo-nos das trevas.

25. Separemos as águas das águas, isto é, a luz das trevas. Juntemos as águas
tenebrosas no Abismo9 para descobrir a parte seca: um rico universo inter-
no, corpos de perfeição, etc. Assim nos realizaremos como Mestres desse
Éden interno e delicado, onde brilham as luminárias do céu e de onde sai
toda a criatura viva.

26. Realizemos o Gênese em nós mesmos através da alquimia sexual.

27. O Gênese é um tratado de alquimia sexual.

28. Assim como é em cima é em baixo.

29. O Kaos do macrocosmo está também no microcosmo.

30. As águas do Kaos estão em nossas glândulas sexuais.

31. Essas águas são o sêmen.

32. Se Deus teve que fecundar as águas para criar o universo, a nós compete
fazer o mesmo.

9 ‘Abismo’ geralmente quer dizer ‘Profundidade’, palavra traduzida do grego ‘Bithós’.


O Abismo ou a Profundidade é sempre o Primeiro Espaço que surge ao se iniciar a
Creação de um novo mundo, kosmo, planeta ou universo.

56
33. Essas águas são o sêmen de nossos órgãos sexuais.

34. Com isso, já demos a chave do movimento perpétuo.

35. Quando sejamos Deuses, fecundando o sêmen com o fogo, faremos surgir
universos majestosos nas terríveis profundezas de nossa consciência su-
perlativa.

36. Quando discípulos e Mestres querem ingressar em uma nova Iniciação,


têm de solicitar entrada ao próprio Logos do sistema solar.

37. Porém, quando o Mestre já se libertou dos quatro corpos do pecado, já não
precisa pedir entrada porque ingressou no mundo dos Deuses e é também
um Deus.

38. O Mestre que chegou a essas alturas sabe que entrar em uma Iniciação
mais elevada significa fecundar seu Kaos para fazer novas criações inter-
nas, o que também significa novas responsabilidades diante das leis kármi-
cas.

39. Os Mestres estão fecundando seu Kaos incessantemente para criarem uni-
versos internos cada vez mais grandiosos, cada vez mais perfeitos.

40. Quanto mais grandiosos sejam esses universos internos, tanto mais res-
ponsabilidade kármica têm seus criadores.

41. Por isso é que os Buddhas já não precisam mais solicitar ao Logos entrada
em novas Iniciações.

42. Os Buddhas já têm idade suficiente para compreender a solene responsabi-


lidade de toda a criação interior.

43. O Logos que já é capaz de criar um sistema solar e de cristalizá-lo com os


Tatwas, possui uma gravíssima responsabilidade kármica, bastante mais
grave do que a dos Arhat.

44. Um Logos cria fecundando seu próprio Kaos seminal sexual.

45. Portanto, fecundando nosso Kaos nos convertemos em Deuses inefáveis,


em Logoi solares, em Logoi de constelações, etc.

46. O Gênese encerra, portanto, a chave do movimento contínuo.

57
47. O Gênese é um livro de atualidades palpitantes.

48. O Gênese é um tratado de alquimia sexual.

49. Já encontramos, pois, a chave do movimento perpétuo, o Elixir da Longa


Vida e a Pedra Filosofal.

50. Agora devemos entrar no mundo dos Deuses.

51. Há necessidade de se entrar no reino do Super-Homem.

52. Precisamos nos elevar ao reino supra-humano.

53. Precisamos nos converter em Hierarcas do Fogo.

CAPÍTULO 14
OS TATWAS DA NATUREZA

  

1. Tatwa é vibração do éter.

2. Os Tatwas são a alma dos elementos.

3. Os Tatwas são os próprios elementos.

4. Quando um Logos fecunda seu Kaos, os Tatwas entram em ação.

5. Os elementos terra, água, ar e fogo existem em todos os mundos de cons-


ciência cósmica.

6. Esses elementos nos mundos internos são chamados Tatwas.

7. A alquimia fundamenta-se no Kaos e nos Tatwas.

8. Akasha é o princípio do éter.

9. Vayú é o princípio do ar.

10. Tejas é o princípio do fogo.

58
11. Apas é o princípio da água.

12. Pritvi é o princípio da terra.

13. Os Tatwas Anupadaka e Adi são totalmente espirituais.

14. No mundo físico, os Tatwas Vayú, Tejas, Pritvi, Apas e Akasha são conhe-
cidos simplesmente como elementos da natureza.
15. O horário tátwico mais exato é o da natureza.

16. Dias de ventos e furacões estão influenciados por Vayú.

17. Quando há calor intenso e muito sol, o Tatwa Tejas está vibrando.

18. Dias de muita chuva pertencem a Apas.

19. Dias primaveris cheios de beleza pertencem a Pritvi.

20. Horas cheias de tédio e monotonia pertencem a Akasha.

21. Os Tatwas vivem em incessantes transmutações alquímicas.

22. A alquimia fundamenta-se no Kaos e nos Tatwas.

23. Um Mestre de transmutações metálicas é também um Mestre de Tatwas.

24. Que é o raio?


25. O raio é terra transmutada.

26. O raio é Pritvi transmutado em Tejas.

27. A terra se transmuta em água, a água em ar e o ar em fogo.

28. Pritvi se transmuta em Apas, Apas se evapora em Vayú e Vayú se transfor-


ma em Tejas.
29. Todas essas transmutações tátwicas fundamentam-se no Kaos, isto é, no
sêmen da natureza, na substância cristônica do Logos Solar.

30. As transmutações tátwicas são a causa causorum das transmutações dos


elementos da natureza.
31. Se a terra se reduz à água é porque Pritvi se reduziu a Apas e isso é trans-
mutação tátwica.

59
32. Se a água se converte em ar e o ar em fogo é porque Apas se transmutou em
Vayú e Vayú se transmutou em Tejas.

33. Portanto, a alma dos elementos vive em incessantes transmutações alquí-


micas. Por isso é que vemos a terra reduzindo-se à água, a água a ar e o ar
a fogo.

34. Todas essas transmutações dos elementos da natureza se verificam não


só externamente, mas também internamente, em todas as dimensões da
consciência cósmica.

35. Não apenas no planeta Terra como também no planeta homem.

36. As transmutações tátwicas são alquimia sexual.

37. No planeta homem vemos Pritvi reduzir-se à água do sêmen; vemos esse
Kaos seminal transmutar-se em sutilíssimos vapores e esses vapores de
Vayú transmutarem-se finalmente em Tejas, em fogo.

38. A doutrina dos Tatwas é transcendental porque nela estão encerradas as


chaves supremas da magia sexual.

39. A terra se transforma em água quando a água, pelos movimentos calóricos


do interior da terra, penetra por seus condutos em forma de sutilíssimos
vapores.

40. Então a terra, como é da natureza do sal, se reduz a água. Essa água, me-
diante o calor, se evapora até se converter em ar, e depois de certo tempo
de digestão, se converte em raios e trovões, isto é, em fogo.

41. Assim é como Pritvi (terra) converte-se em Apas (água).

42. Assim é como Apas transforma-se em Vayú (ar).

43. Assim é como Vayú transmuta-se em Tejas (fogo).

44. Todas essas transmutações tátwicas realizam-se mediante o Kaos (sêmen


cristônico).

45. Todas essas transmutações tátwicas constituem a alquimia sexual.

46. Todas essas transmutações tátwicas verificam-se dentro do nosso laborató-


rio orgânico, quando estamos praticando magia sexual.

60
47. Nossa terra, nosso organismo humano, reduz-se à água, a sêmen, durante
nossa excitação sexual.

48. O membro viril em estado de ereção faz com que a quantidade de sêmen
aumente nos vasos de nossas glândulas sexuais.

49. Assim é como o calor do sexo atua transmutando nossa terra individual
em água pura, isto é, em sêmen cristônico.

50. Ao se refrear o impulso sexual, essa água ou sêmen transmuta-se nos suti-
líssimos vapores seminais que sobem pelos dois cordões ganglionares até o
cálice do cérebro.

51. Depois de certo tempo de digestão, as correntes solares e lunares dos vapo-
res seminais fazem contato perto do Tribeni, sobre o osso sacro, para que
dali brote o fogo sagrado de Kundalini.

52. Assim é como Pritvi transmuta-se em Apas.

53. Assim é como Apas transmuta-se em Vayú.

54. Assim é como Vayú transmuta-se em Tejas.

55. Assim é como nos tornamos Mestres em Tatwas.

56. Quando um Logos fecunda seu Kaos produz uma série de transmutações
tátwicas que vêm a se cristalizar nos elementos físicos da natureza.

57. Assim é como os Logoi solares podem criar sistemas solares povoados com
toda espécie de seres.

58. Também nós, durante nossos transes de magia sexual, fecundamos nosso
Kaos com o fogo sagrado de Kundalini. O resultado é uma série de trans-
mutações tátwicas dentro do nosso laboratório orgânico que realiza o Rei
Sol, o Mestre de transmutações metálicas. Tudo isso se processa dentro das
vivas profundidades de nossa consciência interior.

61
CAPÍTULO 15
FOHAT DIVINO

  

1. Os invisíveis astros que palpitam nas profundezas do infinito são Chamas


inefáveis.

2. Nós somos Chispas desprendidas dessas Chamas eternas.

3. Antes que a Chispa se desprenda da Chama, ela é a própria Chama.

4. Nós fomos Chamas.

5. Nós fomos esses Logoi10 inefáveis que no amanhecer da vida fecundaram


o Kaos com o fogo sagrado para que brotasse dentre as águas da vida o
sementeiro do Cosmo.

6. As águas supracelestes são sêmen puro.

7. Essas águas estão encerradas em nossas glândulas sexuais.

8. O ar e o fogo dessas águas formam o Éden inefável que reside dentro de


nós mesmos, nas profundezas de nossa consciência.

9. Na Bíblia, o primeiro capítulo do Gênese fala dessas águas.

10. Em Daniel e nos Salmos também é falado dessas águas supracelestes do


Kaos universal.

11. Esse Kaos é o nosso próprio sêmen cristônico.

12. Esse vidro líquido flexível maleável é uma substância inflamada, porém
não consumida, que se constitui na morada dos Anjos, Serafins, Tronos,
Virtudes, Potestades, etc.

13. Essa substância cristônica é o Kaos de onde brota a vida.

14. Esse é o Cristo em substância, o Cristo líquido, que reside em nossas glân-
dulas sexuais.

10 Plural de Logos.

62
15. As águas supracelestes estão compenetradas com o ar supraceleste e pelo
fogo divino onde vivem os Deuses do infinito inalterável.

16. Se derramamos essas águas durante o transe sexual, derramamos também


o ar supraceleste e o fogo divino que vive nessas águas.

17. Assim é como afundamos em nossos próprios infernos atômicos, nos


mundos de trevas onde só se ouve o pranto e o ranger de dentes.

18. O fogo e o ar são elementos superiores.

19. O fogo, em sua absoluta simplicidade, é o sumo de todas as perfeições.

20. O ar, por ser menos puro, não consegue penetrá-lo a fundo nem se fundir
com ele, a não ser quando tenha sido depurado de maneira absoluta.

21. O fogo elemental está concentrado nas luminárias do céu.

22. Essas luminárias são os astros inefáveis, os Logoi planetários, que nos en-
viam seus raios para nos ajudar em nossa evolução cósmica.

23. O fogo purifica todas as coisas, transformando-as em inefáveis perfeições.

24. O fogo atua no centro de cada planeta e no coração de toda a vida.

25. O fogo tem sua morada na água; se derramamos essas águas, derramamos
também o fogo e ficamos em trevas.

26. O movimento sexual provoca a emoção, a emoção põe em movimento a


respiração, o ar, e o ar insufla a vida sobre o fogo quando os átomos solares
e lunares fazem contato no cóccix.

27. Assim desperta o Kundalini e chegamos à fusão com o Íntimo.

28. O fogo não pode suportar a água bruta; portanto, tem de ser transmutada
em sutilíssimos vapores através do calórico.

29. Quando esses vapores se transmutam em correntes solares e lunares, a


água já está suficientemente transmutada e purificada para se fundir eter-
namente com o fogo do Kundalini.

30. Esse trabalho é alquimia sexual.

63
31. O fogo purifica o ar, o ar purifica a água e a água purifica a terra com o
contínuo movimento do fogo.

32. Assim é como os elementos vão se purificando uns aos outros.

33. A água do sêmen atua sobre o fogo encerrando-o em nossos órgãos sexuais
para logo após elevá-lo pela nossa coluna espinhal.

34. O fogo trabalha sobre os quatro corpos de pecado para elevá-los ao seu
próprio grau de perfeição.

35. Através do fogo extraímos, dos quatro corpos do pecado, o azeite puro do
Espírito.

36. Esse azeite, despojado de suas impurezas, se acende e arde como uma cha-
ma inefável.

37. Assim é como o azeite puro do Espírito atua sobre o planeta-homem ti-
rando a desigualdade dos elementos e levando-os todos à perfeição para
convertê-los em fogo vivo.

38. Assim é como o fogo purifica os elementos antes de assimilá-los integral-


mente.

39. Na natureza vemos a terra se reduzir a água, a água se transmutar em ar e


em nuvens, e por fim, em raios, trovões e relâmpagos.

40. O fogo do céu provoca as chuvas e a chuva vivifica as entranhas das semen-
tes para que delas brote a vida.

41. Essas reiteradas aspersões trabalham sobre as sementes da terra onde está
encerrado o fogo da vida pujante e ativa.

42. A água do céu atua sobre as sementes para fazer brotar o fogo da vida; isso
é pura alquimia sexual.

43. O fogo do Kundalini atuando sobre as nossas sementes seminais faz bro-
tar da vida interior um universo atômico interno cheio de perfeições ine-
fáveis.

44. Eis como o planeta homem, limpo de suas escórias, se consubstancia com
o fogo do Espírito e se converte em chama eterna.

64
45. A velha Fênix, em seu ninho de águia altaneira, se nutre com o fogo sagra-
do e suas crias lhe arrancam os olhos. Esse fogo sagrado produz a brancura
imaculada do espírito inefável que resplandece nos rincões do universo.

46. Assim transmutamos todos os nossos metais no ouro puro do Espírito.

47. Este é o Grande Arcano.

48. Todos os Iniciados que divulgaram o Grande Arcano antes de mim, mor-
reram.

49. Na Idade Média, os Iniciados que tentavam divulgar o Grande Arcano


eram eliminados seja por camisas de Nesso, seja por ramalhetes perfuma-
dos, seja pelo punhal ou pelo cadafalso.

50. No velho Egito dos faraós, os que tentavam divulgar o Grande Arcano
eram condenados à morte.

51. Cortavam-lhes a cabeça, arrancavam-lhes o coração e suas cinzas eram


lançadas aos quatro ventos.

52. Só houve um homem na vida que pôde divulgar o Grande Arcano e não
morreu.

54. Este homem sou eu: Aun Weor.

CAPÍTULO 16
OS SETE DIAS DA CRIAÇÃO

  

1. Entremos agora no espagirismo alquimista.

2. Espagiria ou medicina espagírica provém do grego Span (extrair) e de


Agyris (reunião).

3. Isto é: extrair e reunir [concentrar].

4. Todos os grandes arcanos da medicina oculta se acham no Éden e o Éden


é o próprio sexo.

65
5. Em todos os vegetais existe o Kaos e dentro do Kaos estão os Tatwas.

6. O Kaos de todo vegetal é o sêmen.

7. Igual acontece com a planta-homem.

8. No homem, o Kaos reside em suas glândulas sexuais.

9. Quando fecundamos o Kaos transmutamos Tatwas.

10. A substância cristônica do Logos solar é o sêmen sobre o qual se funda-


mentam todas as faculdades do homem.

11. Quando o sêmen dos vegetais entra em atividade, eles se tornam belos,
florescem e se enchem de frutos.

12. Contudo, quando o sêmen vegetal se debilita ou seca, as plantas se cobrem


de tristeza, adoecem e morrem.

13. A mesma coisa acontece com o homem. Quando transmuta a sua energia
seminal se enche de beleza, de vida e de alegria. Porém, quando desperdiça
seu sêmen em paixões animalescas, se enche de trevas e de morte.

14. Os espagiristas trituravam as plantas para lhes extrair o suco.

15. Depois, depositavam esse suco em um recipiente bem fechado e punham-


no em um lugar fresco para conseguir uma fermentação completa.

16. Terminada a fermentação, colocavam o recipiente em um forninho a fim


de que o álcool pudesse ser desprendido.

17. Há que se cozer, cozer e recozer e jamais se cansar disso.

18. O álcool se eleva em forma de estrias. Há que se aquecer e destilar sete vezes.

19. Na sétima destilação toda a mucosidade ou fleuma desaparece totalmente.

20. Em cada destilação a fleuma se separa do álcool.

21. Na sétima destilação o álcool está puro; é puro vinho de luz.

22. A extração do álcool ou essência pura dos vegetais se obtém triturando


uma grande quantidade de plantas, colhendo seus sucos para fermentá-los
e destilando sete vezes.

66
23. O importante é separar o Espírito da fleuma ou mucosidade.

24. A fleuma também deve ser destilada com métodos alquímicos porque é
uma substância que tem virtudes notáveis.

25. O tártaro fica aderido ao barril: é o sal dos vegetais. Pode ser extraído sa-
biamente para usos medicinais.

26. Esse sal se reveste de dois aspectos: o sal fixo e o sal volátil.

27. O precioso arcano que devemos extrair das plantas, segundo a doutrina
espagirista, é a substância crística, o Logos imortal, que dorme encolhido
no fundo do templo.

28. Aqui se combinam ritmo, planeta, zodíaco e Tatwas.

29. Precisamos alertar os estudantes gnósticos que quando os espagiristas medie-


vais falavam de plantas, não se referiam aos vegetais e sim à planta homem.

30. Todo o espagirismo de Felipe Teofrasto Bombasto de Hohenheim (Auréo-


lo Paracelso) e de seus discípulos é totalmente sexual.

31. Há que se reunir o sêmen cristônico para dele extrair o fogo.

32. Por meio da castidade coletamos todos os nossos sucos sexuais acumulan-
do-os em um lugar fresco.

33. As glândulas sexuais são esse lugar.

34. Há que se destilar praticando a magia sexual intensamente com a mulher.

35. Assim é como as estrias se evaporam a cada destilação e como obtemos o Rei
coroado com o diadema vermelho, o Rei Sol, o mago triunfador da serpente.

36. O sal do sêmen é fixo e volátil.

37. O sal volátil do homem passa para a laringe da mulher e o sal volátil da
mulher passa para a laringe do homem.

38. Assim é como preparamos nossa laringe para falar o verbo de ouro.

39. Durante as práticas de magia sexual o biorritmo glandular está em toda


sua euforia.

67
40. Os sete planetas do sistema solar estão intimamente relacionados com as
sete serpentes.

41. No útero do zodíaco nos desenvolvemos com a alquimia sexual.

42. A transmutação sexual provoca transmutações dos Tatwas porque eles es-
tão dentro do sêmen.

43. A cada destilação alquimista fazemos a serpente subir.

44. Na sétima destilação temos as sete serpentes sobre a Vara da coluna espi-
nhal.

45. O planeta que nos dirige é o Astro-Pai.

46. Portanto, o espagirismo dos gnósticos é simplesmente alquimia sexual.

47. A única coisa que interessa aos gnósticos é fazer subir suas sete serpentes.

48. No passado, quando éramos elementais vegetais, nossas sete serpentes es-
tavam sobre a Vara.

49. Quando caímos, essas sete serpentes baixaram pela coluna espinhal e fica-
ram aprisionadas no Chakra Muladhara, no cóccix.

50. O normal, o natural, é ter as sete serpentes levantadas sobre a Vara.

51. O antinatural, o anormal, o absurdo, é ter as sete serpentes caídas e presas


no Chakra Muladhara.

52. Portanto, nós, gnósticos, almejamos ser homens normais, super-homens,


seres supra-humanos. Por isso trabalhamos com a alquimia sexual, para
fecundar nosso Kaos e nos convertermos em Deuses.

53. As sete serpentes são as sete destilações do espagirismo.

54. As sete serpentes são os sete dias da criação.

55. As sete serpentes são as sete grandes Iniciações de Mistérios Maiores.

56. Em sete dias, isto é, em sete grandes Iniciações de Mistérios Maiores cria-
mos o nosso universo interior, quando fecundamos nosso Kaos sexual pra-
ticando intensamente a magia sexual com a esposa.

68
57. Levantadas as sete serpentes sobre a Vara, voltamos a ser seres normais
como éramos antes da queda.

58. As multidões de seres supra-humanos se alegram quando um homem dei-


xou de ser anormal e levantou suas sete serpentes sobre a Vara.

59. A Bíblia, que é um livro sagrado para os gnósticos, no capítulo 3 de Daniel,


fala-nos das sete destilações quando nos descreve os jovens hebreus ilesos
no forno de fogo ardente:

“O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro de vinte e sete metros


de altura e dois metros e setenta centímetros de largura, e a ergueu na
planície de Dura, na província da Babilônia.

Depois convocou os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conse-


lheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados e todas as autoridades
provinciais, para assistirem à dedicação da imagem que mandara er-
guer.

Assim todos eles - sátrapas, prefeitos, governadores, conselheiros, te-


soureiros, juízes, magistrados e todas as autoridades provinciais - se
reuniram para a dedicação da imagem que o rei Nabucodonosor man-
dara erguer, e ficaram em pé diante dela.

Então o arauto proclamou em alta voz: “Esta é a ordem que é dada a


vocês, ó homens de todas as nações, povos e línguas:

Quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do


saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música, prostrem-se em
terra e adorem a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor ergueu.

Quem não se prostrar em terra e não adorá-la será imediatamente ati-


rado numa fornalha em chamas”.

Por isso, logo que ouviram o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da


harpa, do saltério e de toda espécie de música, os homens de todas as
nações, povos e línguas prostraram-se em terra e adoraram a imagem
de ouro que o rei Nabucodonosor mandara erguer.

Nesse momento alguns astrólogos se aproximaram e denunciaram os


judeus, dizendo ao rei Nabucodonosor: “Ó rei, vive para sempre!

69
Tu emitiste um decreto, ó rei, ordenando que todo aquele que ouvisse
o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta
dupla e de toda espécie de música se prostrasse em terra e adorasse a
imagem de ouro, e que todo aquele que não se prostrasse em terra e
não a adorasse seria atirado numa fornalha em chamas.

Mas há alguns judeus que nomeaste para administrar a província da


Babilônia, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que não te dão ouvidos,
ó rei. Não prestam culto aos teus deuses nem adoram a imagem de
ouro que mandaste erguer”.

Furioso, Nabucodonosor mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abe-


de-Nego. E assim que eles foram conduzidos à presença do rei, Nabu-
codonosor lhes disse: “É verdade, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego,
que vocês não prestam culto aos meus deuses nem adoram a imagem
de ouro que mandei erguer?

Pois agora, quando vocês ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cí-


tara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música,
se vocês se dispuserem a prostrar-se em terra e a adorar a imagem que
eu fiz, será melhor para vocês. Mas, se não a adorarem, serão imediata-
mente atirados numa fornalha em chamas. E que deus poderá livrá-los
das minhas mãos?”

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: “Ó Nabucodo-


nosor, não precisamos defender-nos diante de ti.

Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos


culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó rei.

Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos
teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer”.

Nabucodonosor ficou tão furioso com Sadraque, Mesaque e Abede-


Nego, que o seu semblante mudou. Deu ordens para que a fornalha
fosse aquecida sete vezes mais que de costume.

E ordenou que alguns dos soldados mais fortes do seu exército amar-
rassem Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os atirassem na fornalha
em chamas.

70
E os três homens, vestidos com seus mantos, calções, turbantes e ou-
tras roupas, foram amarrados e atirados na fornalha extraordinaria-
mente quente.

A ordem do rei era urgente e a fornalha estava tão quente que as cha-
mas mataram os soldados que levaram Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego, e estes caíram amarrados dentro da fornalha em chamas.

Mas logo depois o rei Nabucodonosor, alarmado, levantou-se e per-


guntou aos seus conselheiros: “Não foram três os homens amarrados
que nós atiramos no fogo?”

Eles responderam: “Sim, ó rei”.

E o rei exclamou: “Olhem! Estou vendo quatro homens, desamarrados e


ilesos, andando pelo fogo, e o quarto se parece com um filho dos deuses”.

Então Nabucodonosor aproximou-se da entrada da fornalha em cha-


mas e gritou: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Al-
tíssimo, saiam! Venham aqui!”

E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do fogo. Os sátrapas, os


prefeitos, os governadores e os conselheiros do rei se ajuntaram em
torno deles e comprovaram que o fogo não tinha ferido o corpo deles.
Nem um só fio de cabelo tinha sido chamuscado, os seus mantos não
estavam queimados, e não havia cheiro de fogo neles.

Disse então Nabucodonosor: “Louvado seja o Deus de Sadraque, Me-


saque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos!
Eles confiaram nele, desafiaram a ordem do rei, preferindo abrir mão
de sua vida a prestar culto e adorar a outro deus que não fosse o seu
próprio Deus.

Por isso eu decreto que todo homem de qualquer povo, nação e língua
que disser alguma coisa contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abe-
de-Nego seja despedaçado e sua casa seja transformada em montes
de entulho, pois nenhum outro deus é capaz de livrar alguém dessa
maneira”.

Então o rei promoveu Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província


da Babilônia”.

71
60. A estátua de ouro que os jovens hebreus não quiseram adorar representa a
comida abominável, a comida imunda do pseudo-esoterismo, pseudo-ro-
sacrucianismo, espiritismo, politicagem e demais manjares oferecidos aos
ídolos.

61. Esses abomináveis manjares da mesa de Jesabel constituem essas estátuas


de ouro que os jovens ilesos não quiseram adorar.

62. A fornalha foi acesa sete vezes mais.

63. Essas são as sete destilações da alquimia.

64. Essas são as sete serpentes que temos que levantar sobre a Vara. Esses são
os sete dias da nossa criação interior.

65. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego são os corpos físico, vital e astral.

66. O quarto jovem semelhante ao Filho dos Deuses é a Mente-Cristo de todo


aquele que se liberta dos quatro corpos de pecado.

67. Portanto, sete vezes temos que acender o forno de fogo ardente para nos
converter em reis e senhores do universo.

CAPÍTULO 17
SIMÃO MAGO

  

1. Estando eu nos mundos supra-sensíveis chegaram às minhas mãos duas


obras.

2. Uma era de Simão Mago e a outra do samaritano Menandro que chegou ao


pináculo da ciência mágica.

3. Depois de consultar essas duas obras, invoquei Simão Mago.

4. Esta invocação foi feita em nome do Cristo.

5. Então, Simão Mago respondeu dizendo: Não me chames em nome do


Cristo e sim em nome de Pedro.

72
6. Então compreendi que Simão Mago era o pólo contrário de Pedro.

7. Penetrei em um belo recinto onde encontrei Simão Mago com seu colégio
de fiéis discípulos.

8. Quando ele me viu entrar, em tom áspero disse-me: Saia daqui.

9. Aproximando-se de mim, tocou em certos Chakras do meu baixo ventre.

10. Foi quando entendi que Simão Mago era realmente um mago negro.

11. Defendi-me com a minha espada flamejante e, diante das torrentes de fogo
ardente que dela saíam, aquele mago negro caiu aniquilado. Sem se atrever
a olhar para a minha espada permaneceu pasmo.

12. Eu conheci Simão Mago na antiga Roma e o escutei predicar a seus discípulos.

13. O mal é tão sutil e insinuante que a própria Mestra Blavatsky chegou a crer
que Simão Mago era um Mestre da Loja Branca.

14. Huiracocha também acreditou que Simão Mago era um grande mestre
gnóstico e declarou que tudo que Papus e outros autores ensinaram acerca
da magia nos últimos anos provinha de Simão Mago.

15. Quem não se equivocou a respeito de Simão Mago foi Dante Alighieri, o
autor de A Divina Comédia.

16. Dante chama os discípulos de Simão Mago de simoníacos.

17. Os romanos ergueram-lhe estátuas com a inscrição: Simoni Deo Sancto.

18. Entretanto, estudando atentamente as obras de Simão Mago, aparentemente


nada há que possa ser considerado condenável como magia negra.

19. O mal é tão sutil no mundo da mente, o mal é tão insinuante e sutil no
plano do entendimento cósmico que, realmente, é preciso muita intuição
para não se deixar enganar pelos demônios do mundo mental.

20. No mundo mental os magos negros são milhares de vezes mais sutis e in-
sinuantes que os magos negros do mundo astral.

21. Simão Mago diz o seguinte: O Pai era uno porque, contendo em si mesmo
o pensamento, estava só. Sem dúvida, não era o primeiro, ainda que fos-

73
se pré-existente; no entanto, manifestando-se assim, de si mesmo, chegou a
ser o segundo (ou dual). Não foi chamado de Pai até que o pensamento lhe
deu esse nome. Portanto, desenvolvendo-se de si mesmo, manifestou assim
seu próprio pensamento e assim também o pensamento manifestado não se
atualizou, senão que viu o Pai oculto nele, isto é, a potência (dynamis) oculta
em si mesma. A potência (dynamis) e o pensamento (epinoia) são masculi-
no-feminino, porém, ao se corresponderem reciprocamente (porque a potên-
cia de modo algum difere do pensamento) são um só. Assim, nas coisas de
cima, está a potência e, nas de baixo, o pensamento. No entanto, ocorre que
se é uno manifestado por ambos, aparece duplo, pois o andrógino leva em si
o elemento feminino. Assim, a mente e o pensamento são inseparáveis um
do outro por serem unos, ainda que apareçam em dualidade. (A Doutrina
Secreta - HPB - Sexto volume).

22. Realmente, quem ler este parágrafo nada encontrará nele que condene Si-
mão Mago como mago negro.

23. Dante nos dá a chave em sua obra A Divina Comédia.

24. Dante, em seu Inferno, pinta Simão Mago e todos os feiticeiros, a quem
denomina simoníacos, andando com a cabeça para trás.

25. A magia negra de Simão Mago consiste em ter ficado olhando para o pas-
sado e não quis aceitar o Cristo nem a nova corrente crística.

26. Isso é rebelião contra as hierarquias divinas. De fato, Simão Mago se colo-
cou no mundo da magia negra.

27. Quem estudar atentamente os ensinamentos de Simão Mago poderá com-


provar que ele não emite uma única palavra a favor de Cristo.

28. Simão Mago viu que a Chispa se desprendia da Chama em si mesma sem
se lembrar daquelas palavras do divino Rabi da Galiléia: Ninguém chega
ao Pai a não ser por mim.

29. Simão Mago viu o Pai oculto nele e quis realizá-lo em si mesmo, porém,
repelindo o Cristo. Assim é como ele caiu na magia negra.

30. Simão Mago caiu na magia negra por puro orgulho.

31. Ele não quis aceitar o Cristo por puro orgulho.

74
32. Algo semelhante está acontecendo agora com muitos espiritualistas neste sé-
culo XX, os quais não querem aceitar meus ensinamentos por puro orgulho.

33. Essa classe de seres, simoníacos, caem na magia negra por puro orgulho.

34. Simão Mago conheceu o Grande Arcano e era absolutamente casto.

35. O Mestre Huiracocha, na página 50 de seu livro Igreja Gnóstica, cita um


parágrafo do livro A Prédica de Simão Mago que textualmente diz: Para
vós falo em metáforas, porém, deveis compreender-me. Dois brotos de muita
importância há em um princípio sem fim. Ambos provêm de uma raiz, ou
seja, do Poder Infinito, do Silêncio Invisível. Um dos brotos vai para cima. É
o poder, o entendimento do Grande Todo, que a tudo chega sendo ele mas-
culino. O outro tende para baixo; é a Grande Mente, o produtor incansável,
sendo ele feminino. Na união de ambos está a solução de todo problema. Seu
poder é masculino e feminino ao mesmo tempo.

36. Portanto, Simão Mago conheceu a fundo a alquimia sexual e o Grande


Arcano.

37. Contudo, caiu na magia negra porque ficou olhando o passado e não quis
aceitar o Cristo.

38. A mente é o animal mais perigoso do alquimista.

39. Se Simão Mago tivesse dominado a mente com o látego da vontade não
teria caído no abismo.

40. O alquimista que se deixa levar pelos raciocínios da soberba mental fracas-
sa na Grande Obra e cai no abismo.

41. O alquimista deve ser humilde ao extremo diante das hierarquias divinas
para não fracassar na Grande Obra.

42. A mente deve humilhar-se diante das hierarquias divinas.

43. A mente deve tornar-se uma criança humilde e simples.

44. A mente deve humilhar-se diante da majestade do Íntimo.

45. É impossível subir ao Pai sem elaborar o Menino de Ouro da alquimia


sexual.

75
46. Esse Menino de Ouro é o Eu-Cristo.

47. Temos que formar o Cristo em nós para subir ao Pai.

48. Em nosso trabalho com a Pedra Bendita se apresentam sutilíssimos peri-


gos que como alquimistas devemos conjurar valentemente.

49. No mundo mental há magos negros que parecem Adeptos da Fraternidade


Branca.

50. Esses magos negros têm atitudes sublimes e cultura espiritual extraordinária.

51. Quando esses magos falam, só falam de amor, de luz, de verdade e de jus-
tiça.

52. Parecem seres inefáveis e só descobrimos que são magos negros quando de
uma forma fina e delicada começam a nos aconselhar a ejaculação seminal.

53. Se nesse momento gritamos na sua presença Viva o Cristo! Abaixo Javé! os
veremos se levantarem iracundos contra nós para nos expulsar do recinto.

54. Os irmãos das sombras sempre aconselham a ejaculação seminal e odeiam


a força crística.

55. O mal se reveste com tão sutis enganos que o discípulo deve abrir bem os
olhos, mantendo-se alerta e vigilante como sentinela em época de guerra.

56. Há adeptos da sombra que, disfarçados de Mahatmas, se apresentam nos


mundos internos para dizer que estamos caídos, que fracassamos em nos-
sas aspirações para a Luz, que já perdemos os graus adquiridos.

57. Se o discípulo escorrega nessas cascas cai no abismo, inevitavelmente.

58. A mente não deve raciocinar.

59. A mente deve fluir integralmente sem o batalhar das antíteses. A mente
deve se converter em um instrumento flexível e delicado pelo qual a ma-
jestade do Íntimo possa se expressar.

60. O orgulho fez com que Simão Mago caísse nos abismos da magia negra.

61. “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espí-
rito Santo, lhes ofereceu dinheiro.

76
62. Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu
puser as mãos receba o Espírito Santo.

63. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste
que o dom de Deus se alcança por dinheiro.

64. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto
diante de Deus.

65. Arrepende-te, pois, dessa tua iniqüidade, e ora a Deus, para que porventura
te seja perdoado o pensamento do teu coração.

66. Pois vejo que estás em fel de amargura, e em laço de iniqüidade.

67. Respondendo, porém, Simão, disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que
nada do que dissestes venha sobre mim”. (Atos 8:18-24)

68. Com estes versículos das Sagradas Escrituras fica totalmente compro-
vada a nossa afirmação de que Simão Mago é um perigoso mago negro.

CAPÍTULO 18
A SALA DE MAAT

  

“Salve, falo de Rá, que te afastas da tua calamidade [nascida] da opo-


sição, os ciclos têm estado sem movimento há milhões de anos. Sou
mais forte do que os fortes, sou mais poderoso que os poderosos. Se
eu velejar ou se for arrebatado para o leste pelos dois chifres ou (como
outros dizem), se alguma coisa má e abominável me for feita no festim
dos demônios, o falo de Rá será engolido, [juntamente com] a cabeça
de Osíris”. (Capítulo XCIII (p. 285/286)

1. Quando o falo de Rá se afasta do infortúnio nascido da oposição, nos liber-


tamos dos quatro corpos de pecado e entramos na felicidade inefável do
Nirvana.

77
2. Porém, o falo de Rá e a testa de Osíris perderiam seu poder se fizéssemos
algo, se fornicássemos nas bacanais dos demônios.

3. Quando o homem se liberta dos quatro corpos de pecado entra na sala da


dupla Maat.

4. O nome dessa sala é Justiça e Verdade.

5. A lâmina superior da porta de Maat leva uma inscrição que diz: Senhor de
Maat sobre seus dois pés. (Capítulo CXXV, p.321)

6. A lâmina inferior se chama: Senhor de dobrado vigor, dominador do


gado.

7. Quem se liberta dos quatro corpos de pecado é um Imperador da Mente


Cósmica e um Senhor de dobrado vigor, dominador de inimigos mortais.

8. Em síntese, essa porta se chama: Destruidor do Deus Shu.

9. Esse deus é a nossa personalidade inferior que deve morrer para que o
Deus interno se glorifique.

10. Quando o homem se liberta dos quatro corpos de pecado entra no seio
bendito da Deusa Mãe do Mundo:

11. “Senhora de tremores, de altas paredes, soberana senhora, senhora da destrui-


ção, que ordena as palavras que afastam o furacão e a tempestade, que livra da
destruição o que viaja pelo caminho”, é o teu nome. (Cap. CXLV, p. 381)

12. “Senhora dos pilonos (pórticos), senhora à qual se fazem oferendas abun-
dantes, que dá o que quer que esteja lá, guia das oferendas que satisfazem os
deuses, que dá o dia para o navegar do barco Neshemet até Abtu (Abydos)”,
é o teu nome. Cap. CXLV, p. 382

13. “Ela que prevalece com facas, senhora das duas terras, que destrói os inimi-
gos do coração-que-parou-de-bater, que faz o decreto para a fuga dos neces-
sitados da má sorte”, é o teu nome. Cap. CXLV, p. 383

14. “Senhora do esplendor, senhora dos louvores, exaltada Neber-tchert, senhora


a quem são feitas súplicas e a cuja presença ninguém entra. é o teu nome”.
Cap. CXLV, p. 383

78
15. “Senhora à qual se fazem súplicas abundantes, cuja diferença entre a altu-
ra e a largura se desconhece; [aquela que] igual em força não foi derrubada
desde o princípio; ignorou-se o número das serpentes que lá estão sobre os
seus ventres; a divina imagem, o fortalecedor saído da noite, nascido na
presença do Coração-que-parou-de-bater, é o teu nome”. Cap. CXLV, p.
383/384

16. “Inundação de água que veste o fraco, carpideira do que ela amava, amorta-
lhando o corpo”, é o teu nome. Cap. CXLV, p. 384

17. “A que pertence ao seu senhor, deusa poderosa, graciosa, senhora que dá
origem à divina forma do seu senhor”, ou como outros dizem, “que passa
através [da terra] e [a] atravessa, [cuja] cabeça tem milhões de côvados de
profundidade e de altura”, é o teu nome. Cap. CXLV, p. 384

18. “Chama resplendente e inextinguível de Hórus; que, depois de passar, é segui-


da de outra; provida de línguas de chama que intentam destruir; irresistível e
intransponível [por qualquer um] em razão da injúria que perpetra,’ é o teu
nome”. Cap. CXLV, p. 385

19. “Exaltada das portas, que levantas os que choram, que és terrível para o que
viria a ti; ou como outros dizem, “A que nos faz suplicar, em razão da força
da sua voz”; vencedora do inimigo não coagido pelo que está dentro dela, é o
teu nome”. Cap. CXLV, p. 385

20. “A que repete matanças, que queima os demônios, senhora de cada pilono
(pórtico), senhora que se aclama no dia de ouvir iniqüidades, é o teu nome”.
Cap. CXLV, p. 386

21. “A que jornadeia pelas duas terras; que destrói os que vêm com chamejamen-
tos e com fogo, senhora do esplendor; que presta atenção à palavra do seu
senhor todos os dias, é o teu nome”. Cap. CXLV, p. 386

22. Quando a companhia dos deuses é conduzida, as mãos deles estão [erguidas]
em adoração diante do rosto dela, e o abismo aqüífero brilha, luminoso, em
razão dos que estão dentro dele, é o teu nome”. Cap. CXLV, p. 386

23. “Poderosa das Almas, vermelha de cabelos, Aacabit, que sais à noite; que
destróis os demônios em suas formas criadas que suas mãos dão ao Coração-
que-parou-de-bater em sua hora; a que vem e vai, é o teu nome”. Cap. CXLV,
p. 386

79
24. “Senhora de valor, destruidora dos corados, que celebra os festivais de Hequer
[quando] o fogo se extingue no dia de ouvir [casos de] iniqüidade, é o teu
nome”. Cap. CXLV, p. 387

25. “Senhora da vitória, cuja mão vai depois dos demônios, que arde com cha-
mas de fogo quando sai, criadora dos mistérios da terra, é o teu nome”. Cap.
CXLV, p. 387

26. “Poderosa no horizonte senhora dos corados, destruidora no sangue, Aaca-


bit: Poder, senhora de chama, é o teu nome”. Cap. CXLV, p. 387

27. “Adorador da chama, ser puro, que atentas para o contemplador, eis
que [ela] gosta de cortar a cabeça dos mais venerados”. “ Senhora da
Casa Grande, destruidora de Demônios ao cair do dia, [é o teu nome]”.
Cap. CXLV, p. 387

28. “Dispensadora de força”, ou como dizem outros, “de luz, do palácio, poderosa
na chama, senhora da força e dos escritos do próprio Ptá”, é o teu nome”.
Cap. CXLV, p. 388

29. “Pedra do seu senhor, campo com uma serpente, Mercadora de panos, que
esconde o que cria, posseira de corações, abridora de si mesma, é o teu nome”.
Cap. CXLV, p. 388

30. “Espada que golpeia ao proferir do próprio nome, deusa com o rosto voltado
para trás, desconhecida, a que derruba aquele que se aproxima da sua cha-
ma”, é o teu nome”. Cap. CXLV, p. 388

31. Esta bendita Deusa é Ísis, a Mãe do Mundo.

32. Esta é a Deusa da Natureza.

33. Toda a imensa natureza é o corpo bendito desta Deusa Mãe do Mundo.

34. Quando o alquimista se liberta dos quatro corpos de pecado, entra no seio
da bendita Deusa Mãe do Mundo.

35. A confissão negativa recitada pelo desencarnado diante dos 42 Deuses


que se encontram na sala da dupla Maat representa todas as perfeições
que o alquimista deve adquirir para se libertar dos quatro corpos de
pecado.

80
36. O discurso aos Deuses do mundo inferior, tal como figura em O Livro dos
Mortos, encerra todo o esoterismo da quarta Grande Iniciação de Misté-
rios Maiores.

37. O desencarnado que se apresenta diante dos 42 juízes é aquele que morre
para viver; que morre para o mundo para viver para Deus.

38. Somente extraímos a Mente Cristo do corpo mental por meio da alquimia
sexual.

39. Portanto, o alquimista não deve ser escravo da mente.

40. Do organismo mental extraímos somente a Bela Helena, a Mente Divina.

41. Vamos transcrever a confissão negativa tal como figura em O Livro dos
Mortos:

1. Salve, ó tu, cujos passos são longos, que vens de Anu (Heliópolis),
não cometi iniqüidade.

2. Salve, ó tu, que és abraçado pela chama, que vens de Quer-aha, não
roubei com violência.

3. Salve, ó tu, divino Nariz (Fenti), que vens de Quemenu (Hermópo-


lis) não fiz violência [a homem algum] .

4. Salve, ó tu, que comes sombras, que vens do sítio em que o Nilo
aparece, não roubei.

5. Salve, Neha-hau, que vens de Re-stau, não matei homem nem mu-
lher.

6. Salve, ó tu, duplo deus-Leão, que vens do céu, não aligeirei o alqueire.

7. Salve, ó tu, cujos olhos são como pederneira, que vens de Sequem
(Letópolis), não agi com fraude.

8. Salve, ó tu, Chama, que vens como vais, não furtei as coisas que
pertencem a Deus.

9. Salve, ó tu, Esmagador de ossos, que vens de Suten-henen (Hera-


cleópolis), não proferi falsidades.

81
10. Salve, ó tu, que fazes forte a chama para a cera, que vens de Het-
ca-Ptá (Mênfis), não furtei comida.

11. Salve, Querti, (isto é, os dois mananciais do Nilo), que vindes de


Amentet, não proferi palavras más...

12. Salve, ó tu, cujos dentes brilham, que vens de Ta-she (isto é,
Faium), não ataquei homem algum.

13. Salve, ó tu, que consomes sangue, que vens da casa do abate, não
matei os animais [que são propriedade de Deus].

14. Salve, ó tu, que consomes as entranhas, que vens da câmara Mabet,
não agi com fraude.

15. Salve, ó tu, Deus da Justiça e da Verdade, que vens da cidade da


dupla Maat, não saqueei as terras aradas.

16. Salve, ó tu, que andas para trás, que vens da Cidade de Bast
(Bubástis) nunca me intrometi em assuntos alheios [para criar
discórdia).

17. Salve, Aati, ó tu, que vens de Anu (Heliópolis), não pus minha
boca em movimento [contra nenhum homem].

18. Salve, ó tu, que és duplamente mau, que vens do nomo de Ati, não
dei vazão à cólera em relação a mim sem causa.

19. Salve, ó tu, serpente Uamenti, que vens da casa da matança, não
conspurquei a esposa de homem algum.

20. Salve, ó tu, que velas sobre o que é trazido para ele, que vens do
Templo de Amsu, não pequei contra a pureza.

21. Salve, Chefe dos divinos Príncipes, que vens da cidade de Nehatu,
não despertei medo [em ninguém].

22. Salve, Quemi (isto é, Destruidor), que vens do Lago de Caui, não
violei [tempos e estações sagradas].

23. Salve, ó tu, que ordenaste a fala, que vens de Urit, não tenho sido
um homem colérico.

82
24. Salve, ó tu, Criança, que vens do Lago de Hec-at, não me fiz surdo
às palavras da justiça e da verdade.

25. Salve, ó tu, que dispões da fala, que vens da cidade de Unes, não
provoquei lutas.

26. Salve, Basti, que vens da cidade Secreta, não fiz nenhum [homem]
chorar.

27. Salve, ó tu, cujo rosto está [voltado] para trás, que vens da Resi-
dência, não cometi atos de impureza, nem me deitei com homens.

28. Salve, Perna de Fogo, que vens de Aquecu, não comi meu coração.

29. Salve, Quenemti, que vens [da cidade de] Quenemet, não maltratei
[homem algum].

30. Salve, ó tu, que trazes tua oferenda, que vens da cidade de Sal
(Sais), não agi com violência.

31. Salve, ó tu, senhor de rostos, que vens da cidade de Tchefet, não fiz
julgamentos precipitados.

32. Salve, ó tu, que dás conhecimentos, que vens de Unt, não (...) e não
me vinguei do deus.

33. Salve, ó tu, senhor de dois chifres, que vens de Satiu, não multipli-
quei [minha] fala em demasia.

34. Salve, Nefer-Tem, que vens de Hetca-Ptá (Mênfis), não agi com
fraude, nem obrei iniqüidades.

35. Salve, Tem-Sep, que vens de Tatu, não amaldiçoei [o rei].

36. Salve, ó tu, cujo coração trabalha, que vens da cidade de Tebti, não
sujei a água.

37. Salve, Ahi da água, que vens de Nu, não tomei soberba a minha
voz.

38. Salve, ó tu, que dás ordens à humanidade, que vens de [Sau (?)], eu
não maldisse o deus.

83
39. Salve, Neheb-nefert, que vens do Lago de Nefer, não procedi com
insolência.

40. Salve, Neheb-cau, que vens de [tua] cidade, não tenho buscado
distinções.

41. Salve, ó tu, cuja cabeça é sagrada, que vens de [tua] habitação, não
aumentei minha riqueza, a não ser com as coisas que são [justa-
mente] minhas.

42. Salve, ó tu que trazes teu próprio braço, que vens de Auquert
(mundo inferior), não desprezei o deus que está em minha
cidade.”
(CONFISSÃO NEGATIVA – CAPÍTULO CXXV pgs. 320/327)

CAPÍTULO 19
MUDA AS NATUREZAS E ACHARÁS O QUE BUSCAS

  

1. Arnaldo de Villanueva, Alberto o Grande, Raimundo Lulio [ou Lúlio] e


muitos outros alquimistas chamam o esperma ou sêmen de Mercúrio.

2. Não há senão uma única matéria que serve de base à Grande Obra do Pai.

3. Essa matéria-prima da Grande Obra é o esperma denominado de Mercú-


rio por todos os alquimistas.

4. O Mercúrio é o esperma cozido de todos os metais.

5. Declara Arnaldo de Villanueva que, segundo o grau de sulfuração, o Mer-


cúrio engendra os diversos metais no seio da terra.

6. Portanto, o Mercúrio, segundo o grau de cocção, vem a revestir as diversas


formas metálicas.

7. Realmente, cada coisa pode ser decomposta em seus próprios elementos.

84
8. Com a ajuda do calórico podemos decompor o gelo em água porque a água
é o elemento do gelo.

9. Logo, todos os metais da Terra podem ser decompostos no Mercúrio por-


que o Mercúrio é a matéria-prima de todos os metais.

10. Esse Mercúrio é o sêmen espermático no qual todos os metais se decom-


põem porque ele é o elemento de onde saem todas as coisas.

11. O homem pode se decompor no sêmen porque esse é o elemento de onde


saiu. Tudo pode ser decomposto nos próprios elementos de que está com-
posto.

12. Antes de poder transmutar os metais é preciso primeiro reduzi-los à sua


matéria-prima.

13. Assim também, antes de que possa redimir-se de seus pecados e entrar no
reino dos céus, o homem precisa primeiro reduzi-los à sua matéria-prima
para depois transmutá-los no homem celestial de que nos fala São Paulo.

14. Por exemplo, se eu tenho uma estátua e quero dar a essa estátua uma forma
absolutamente nova, devo em primeiro lugar reduzir essa estátua à sua ma-
téria-prima, decompondo-a nos próprios elementos de que está composta.

15. Em seguida, com essa matéria-prima faço a estátua de uma maneira total-
mente nova e completamente diferente.

16. Assim também se queremos nos transmutar em homens celestiais, em


Mestres de Sabedoria, devemos nos reduzir ao esperma do qual nos for-
mamos para elaborar o Eu-Cristo, o Menino de Ouro da alquimia sexual.

17. Muda as naturezas e acharás o que buscas.

18. Os alquimistas disseram que a nossa pedra bendita tem corpo, alma e espí-
rito, e assim é.

19. Nosso corpo imperfeito é o nosso planeta individual.

20. A alma é o fermento da alquimia porque durante as nossas práticas de ma-


gia sexual penetramos em mundos de trevas e de Luz, em mundos de fogo
e de paixão, dos quais temos que tirar a Luz do Espírito.

85
21. Há que se sacar o sutil do espesso e o seco do úmido, isto é, separar as
águas das águas para que se descubra a parte seca.

22. Essa parte seca é a nossa Terra Divina, nosso universo interno extraído das
águas da vida.

23. O Espírito se converte em corpo e o corpo em Espírito.

24. Com isso queremos dizer que o sêmen se transforma em espírito e que o
espírito se seminiza.

25. Todo o magistério do fogo se realiza com a água do Pai.

26. Essa bendita água dissolve todos os metais da terra, dissolve todos os metais
do universo-homem, calcina e reduz todas as coisas a seus elementos primi-
tivos para fazê-las outra vez em formas mais perfeitas, puras e inefáveis.

27. Essa água divina limpa e branqueia todas as coisas.

28. O Azoth [mercúrio] e o fogo limpam o latão, isto é, lavam-no e despojam-


no por completo de seu negrume. (Semita Semitae de Villanueva).

29. A água de nosso Kaos une os princípios mais diferentes, desde que primeiro
tenham sido dissolvidos em sêmen, isto é, na água de que estamos formados.

30. Essa união kaótica é eternamente inseparável.

31. O primeiro ensinamento que Cristo, o divino Rabi da Galiléia, nos deu foi
transmutar a água em vinho.

32. O primeiro ensinamento do Divino Mestre foi alquimia sexual.

33. Cristo transmutou a água em vinho nas bodas nupciais de Canaã.

34. O Divino Mestre ao abrir a Senda da Iniciação para todos os seres huma-
nos deu como primeiro ensinamento a alquimia sexual.

35. Há que se transmutar a água no vinho de Luz do alquimista a fim de nos


realizarmos como Mestres do Mahanvantara.

36. Nestes tempos de pseudo-escolas esotéricas, ocultistas, rosacrucianistas,


etc. vive-se falando da sublimação sexual, e os ignorantes, sem experiência,
crêem que sublimar é elevar.

86
37. Essas pessoas querem sublimar forças impuras sem antes reduzi-las à ma-
téria-prima da Grande Obra.

38. Por isso todos esses temerosos espiritualistas, que comem na mesa de Jesa-
bel e se alimentam com comidas oferecidas aos ídolos, fracassaram.

39. Se quisermos transmutar ou sublimar as nossas forças sexuais, primeiro


devemos ser castos e jamais derramar uma única gota de sêmen.

40. Devemos reduzir todos os metais à sua matéria prima para depois trans-
mutá-los.

41. Se quisermos sublimar nossas baixas paixões, devemos primeiro ser cas-
tos para reduzir todos os metais ao sêmen kaótico e após transmutá-los
no Eu-Cristo, no Menino de Belém, no Menino de Ouro da alquimia
sexual.

42. Nenhum fornicário consegue transmutar sua personalidade inferior no


Ouro do Espírito.

43. Nenhum fornicário consegue transmutar sua personalidade pecadora em


homem celestial.

44. Por isso fracassaram todos esses fornicários, todos esses incircuncisos, to-
dos esses sátiros do espiritualismo.

45. Não se pode sublimar, não se pode transmutar, sem reduzir primeiro nossa
velha personalidade ao sêmen que a constituiu.

46. Muda as naturezas e acharás o que buscas.

47. Nossa água fortifica, branqueia, limpa e dá vida.

48. Nossa água primeiro torna-se negra, depois vermelha e a seguir de diversas
cores.

49. Assim é como nosso magistério é tirado de um, feito com um, se compõe de
quatro, e três estão em um. (Semita Semitae de Villanueva).

50. Isto é, o magistério é tirado do homem, compõe-se dos quatro elementos e


o corpo, a alma e o espírito se reduzem todos ao sêmen.

51. Nossa pedra bendita é corporal e espiritual.

87
52. Nossa pedra bendita é espiritual em sua substância e o espírito se fez cor-
poral nela pela união com o corpo.

53. Uns o chamam de fermento, outros de bronze. (Villanueva).

54. Morienus diz: A ciência de nosso magistério é um todo comparável à pro-


criação do homem. Primeiro, o coito. Depois, a concepção. Em terceiro lugar,
a formação do bebê. Em quarto lugar, o nascimento e por último a nutrição
ou alimentação.

55. Nosso esperma une-se ao organismo chamado de Terra-Mãe pelos alqui-


mistas medievais. Essa união do sêmen é o que se chama coito na alquimia
sexual.

56. Essa união do sêmen com o nosso organismo é o coito do alquimista.

57. Essa transmutação sexual durante o transe de magia sexual, fazendo subir
o sêmen para o cálice do cérebro ao invés de derramá-lo, constitui o coito
dos alquimistas medievais.

58. Mechardus diz: Se nossa Pedra não é posta na Matriz da Fêmea a fim de que
seja nutrida, não crescerá.11

59. Pois bem, essa Matriz da Fêmea de que nos fala Mechardus é a nossa Terra-
Mãe, nosso próprio organismo humano.

60. Se expulsamos essa pedra de nossa matriz divina, só conseguiremos criar


homens condenados à morte e jamais poderíamos gerar o Rei coroado
com o diadema vermelho, o Rei Sol da alquimia sexual.

61. Quando nosso organismo retém o sêmen se diz que houve concepção.

62. Quando afirmamos que o macho deve atuar sobre a fêmea, confirmamos
o contato sexual com a mulher e a atuação do sêmen sobre a terra, isto é,
transmutando-se dentro do próprio laboratório orgânico a fim de se con-
verter em Luz e Fogo.

11 A referência a Mechardus é feita em obras de outros alquimistas. Uma delas é Cinq


traités d´alchimie des plus grands philosophes (Os cinco tratados alquímicos dos
maiores filósofos).

88
63. Nosso magistério é masculino e feminino ao mesmo tempo.
64. Quando os sucos sexuais são assimilados pelo nosso organismo, depois de
nos retirarmos da fêmea, dizemos que há embebição.
65. Depois o fermento se coagula em nosso corpo imperfeito e então declara-
mos que há concepção.
66. Posteriormente, vem o nascimento do Rei.
67. A turba diz: Honrai o nosso Rei que está saindo do fogo, coroado com um
diadema de ouro; obedecei-lhe até que chegue à idade da perfeição; alimen-
tai-o até que seja grande. Seu pai é o Sol, sua mãe é a Lua; a Lua é o corpo
imperfeito e o Sol, o corpo perfeito.
68. Finalmente, vem a alimentação.

69. O Rei Sol se alimenta com o próprio leite.

70. Esse leite é o esperma que o gerou.

71. Quanto mais se alimenta, tanto melhor porque crescerá rapidamente, se


fortalecerá e se robustecerá de forma total.

72. Portanto, muda as naturezas e acharás o que buscas.

CAPÍTULO 20
SAL, ENXOFRE E MERCÚRIO

  

1. O sal é a substância das coisas e o princípio fixo de tudo que existe.

2. O sal trabalha sobre o enxofre e o mercúrio, os quais tornam-no volátil


como eles.

3. O sal, em retribuição, os coagula e os fixa.

4. O sal dissolvido num licor adequado dissolve coisas sólidas e lhes dá con-
sistência.

89
5. O sal dá forma de perfeição ao Menino de Ouro da alquimia sexual.
6. O sal dissolve nossos metais para elaborar com eles o Menino de Ouro da
alquimia sexual.

7. O sal volátil prepara a laringe para o Verbo de Ouro.

8. O sal dissolve e coagula todas as coisas.

9. A terra tem a mesma natureza do sal; por isso ela se dissolve na água e se
coagula na água.

10. Os continentes saem das águas salgadas do mar e voltam ao mar.

11. Nossa terra filosófica, isto é, nosso corpo humano, deve se reduzir aos sais
seminais para elaborar o Menino de Ouro da alquimia sexual.

12. O enxofre é um princípio graxoso e oleoso que se une ao sal e ao mercúrio


de maneira indissolúvel.

13. O enxofre tem parte da solidez do sal e parte da volatilidade do mercúrio.

14. O enxofre coagula o mercúrio fortemente agarrado pelo sal.

15. O mercúrio é um licor espiritual, aéreo e singular.

16. O mercúrio é a águia voadora da filosofia.

17. O mercúrio é o nosso Kaos.

18. O mercúrio é o sêmen.

19. O sal se encontra na urina e no suor.

20. O enxofre é abundante nas gorduras do corpo e nas axilas.

21. O mercúrio, no sangue, na medula, no humor aquoso, nos ossos, nos mús-
culos, etc.

22. Do sal, do enxofre e do mercúrio saem todas as coisas.

90
CAPÍTULO 21
ESPÉCIES SALINAS

  

1. Há duas classes de sal: um masculino e outro feminino.

2. O sal masculino prejudica o organismo humano, quando usado em exces-


so.

3. O sal feminino é benéfico e saudável.

4. O sal masculino é o sal marítimo.

5. O sal feminino é o sal em pedra encontrado nas minas de sal.

6. O alquimista deve preferir o sal feminino.

7. Há doze sais fundamentais, governados pelos doze signos zodiacais.

8. Quando esses doze sais não estão bem equilibrados em nosso organismo,
vêm as enfermidades.

9. Os doze sais zodiacais, em síntese, vêm a dar forma de perfeição aos doze
corpos que usam os habitantes da Névoa de Fogo.

10. Os doze sais zodiacais convertem o homem em um zodíaco esplendoroso.

11. Tudo que tem forma densa ou sutil se deve ao sal.

12. Sem o sal as formas não poderiam existir.

13. Porém, devemos apreciar o sal em suas quinta-essências subliminares im-


perceptíveis para o microscópio.

14. Um estudo profundo sobre os sais zodiacais nos levaria muito longe no
campo da terapêutica.

15. Os doze sais são:

1. Fosfato de ferro
2. Magnésia fosfórica
3. Calcário fosfórico

91
4. Natrão fosfórico
5. Potássio fosfórico
6. Cloreto de sódio
7. Cloreto de potássio
8. Sulfato de soda
9. Sulfato de potássio
10. Calcário sulfúrico
11. Calcário fluórico
12. Sílica.

CAPÍTULO 22
OURO E MERCÚRIO

  

1. O ouro morto não serve. Temos que vivificá-lo.

2. Tal como o sol dá luz aos planetas, assim também o ouro pode transmutar
todos os nossos metais imperfeitos.

3. Porém, o ouro morto não serve. Tem de ser vivificado e reduzido à sua fê-
mea, isto é, à sua matéria-prima e renascer por retrogradação no caminho
da regeneração.

4. O ouro espiritual é o Fogo Sagrado, o inefável Pleroma do espírito.

5. Em vez de ejacular esse ouro espiritual, temos que fazê-lo subir pelos dois
cordões ganglionares a fim de conseguir a regeneração do Ser.

6. Assim é como vivificamos o ouro morto reduzindo-o à sua matéria-prima


para convertê-lo em ouro espiritual e volátil.

7. O ouro volátil é o remédio perfeito.

8. O ouro volátil é o fogo de Kundalini.

9. O ouro tem afinidade com o mercúrio; ambos são incorruptíveis e perfei-


tos.

92
10. Os metais menores são o chumbo e o estanho que são brandos e o ferro e
o cobre que são duros.

11. Todos esses metais da nossa personalidade humana se transmutam em


ouro volátil com os pós de projeção.

12. Esses pós são os elixires branco e vermelho da alquimia sexual. (Ver capí-
tulo Elixir Branco e Elixir Vermelho).

13. A quadratura do círculo encontra-se no ouro.

14. O mercúrio e o ouro indissoluvelmente unidos formam o Kaos.

15. O ouro fecunda o mercúrio para que surja a criação.

16. Um mais dois é igual a três.

17. O pai e a mãe se unem para que nasça o filho e a família toda junta é o
quatro.

18. Eis a quadratura do círculo.

19. Portanto, a quadratura do círculo está encerrada no ouro volátil.

20. O ouro potável é o mesmo ouro volátil.

21. Esse ouro volátil é o fogo sagrado do sexo.

22. O mercúrio se transmuta em ouro volátil.

23. Em síntese, o ouro vem a ser o mercúrio perfeito.

24. O mercúrio é a água do Kaos, é o sêmen cristônico que se transmuta no


ouro vivo do espírito.

25. Segundo Avicena12, os metais não podem ser transmutados em ouro senão
depois de reduzidos à sua matéria-prima.

12 Avicena ou Abū ʿAlī al-Ḥusayn ibn ʿAbd Allāh ibn Sīnā - 980 d.C. a 1037 d.C. Suas
obras mais famosas são o “Livro da Cura”, uma vasta enciclopédia filosófica e científica,
e o “Cânone da Medicina” que era o texto padrão em muitas universidades medievais,
entre elas a Universidade de Montpellier e a Universidade Católica de Leuven, ainda em
1650. Ela apresenta um sistema completo de medicina em acordo com os princípios de
Galeno e Hipócrates). Escreveu ainda sobre filosofia, astronomia, alquimia, geografia,
psicologia, teologia islâmica, lógica, matemática, física e poesia .

93
26. A matéria-prima da Grande Obra é o mercúrio da filosofia secreta.

27. Esse mercúrio é o nosso próprio sêmen cristônico.

28. O sol é o Pai de todos os metais e a lua, a mãe.

29. Desses dois astros depende todo o magistério do fogo.

30. O sol é o homem e a lua, a mulher. Da união sexual de ambos depende


todo o magistério do fogo.

31. O homem e a mulher são o pai e a mãe de todos esses metais da nossa per-
sonalidade, os quais temos que transmutar no ouro puro do espírito.

32. Contudo, não devemos trabalhar no magistério do fogo sem antes haver
reduzido todos os metais à matéria-prima da Grande Obra.

33. Com isso queremos dizer que devemos deixar de lado todo tipo de teo-
sofismos, rosacrucianismos, espiritismos, ferrierismos etc. e compreender
totalmente o que é o mercúrio da filosofia secreta.
34. Raimundo Lulio em sua Clavícula diz:

35. Por isso aconselho que não obreis com o sol e com a lua senão depois de tê-los
levado à sua matéria prima, que é o enxofre e o mercúrio dos filósofos.

36. Em outras palavras isso significa: NÃO FORNICAR.

37. Acumulemos todo o sêmen cristônico para transmutá-lo no fogo vivo do


espírito.
38. Reduzamos todos os nossos metais a esse mercúrio da filosofia secreta.

39. O gnóstico somente se une à mulher para trabalhar com a matéria-prima


da Grande Obra.
40. Raimundo Lulio declarou: Ó filhos meus! Aprendei a servir-vos dessa ma-
téria venerável porque vos advirto, sob a fé do juramento, que se não sacais
o mercúrio desses dois metais, trabalhareis como cegos na escuridão e na
dúvida. Por isso, ó filhos meus! Vos conjuro a que andeis rumo à luz com os
olhos abertos e não caiais como cegos no abismo da perdição.

41. Portanto, irmãos gnósticos, guardem o sexto mandamento da lei de Deus:


NÃO FORNICAR.

94
42. Aprendei a manejar a venerável matéria do nosso sêmen cristônico.

43. Tirai do sol e da lua, isto é, do homem e da mulher, desses dois metais, o
mercúrio da filosofia secreta.

44. Trabalhai com esse mercúrio e “aprendei a servir-vos dele para que andeis
rumo à luz com os olhos abertos e não caiais como cegos no abismo da
perdição”.

45. Assim criareis o Rei coroado com o diadema vermelho, o Mestre de trans-
mutações metálicas.

46. Esta é a ave Fênix que renasce de suas próprias cinzas.

47. Esta é a salamandra que subsiste no fogo.

48. Este é o camaleão universal que se reveste de cores inumeráveis.

49. Às vezes é negro, às vezes é vermelho, outras branco e das mais distintas
cores.

50. Nosso mercúrio enegrece, fica vermelho, embranquece e se reveste de mil


cores, as quais são observadas nas mutantes atmosferas do alquimista.

51. Há que se cozer, cozer e recozer e jamais se cansar disso.

52. Assim transmutamos o mercúrio em ouro potável.

53. Assim conseguimos a conexão da cruz com o triângulo.

54. O recipiente deve estar bem fechado para evitar que não escape sequer
uma gota de mercúrio filosófico.

55. Se a semente do trigo é arrancada da terra durante o processo de putrefa-


ção, a espiga não nasce e a semente morre.

56. Assim também a nossa semente não deve ser tirada ou arrancada de nossa
terra filosófica, senão perderemos a semente, os universos por florescer e
fracassaremos na Grande Obra.

57. À geração segue-se sempre a regeneração, que é a brotação ou crescimento


dos nossos seres.

95
58. Portanto, devemos reduzir o ouro morto à sua fêmea, à matéria-prima,
renascendo por retrogradação, isto é, por transmutação, o caminho da re-
generação.

59. Assim convertemos o ouro morto em ouro vivificador.

60. O importante é não extrair a semente de nossa terra filosófica.

61. O ouro e o sol possuem todas as virtudes do universo.

62. Não se esqueçam, irmãos gnósticos, que a terra filosófica é o nosso próprio
organismo humano.

63. Não arranqueis as sementes eternas da terra filosófica.

CAPÍTULO 23
OS DOIS MERCÚRIOS

  

1. No sexto capítulo falamos dos elixires branco e vermelho em seus aspectos


profundos.

2. Neste capítulo encontramos o Elixir Vermelho e o Elixir Branco no Her-


mafrodita-Espírito, no Mestre de transmutações metálicas.

3. Lá estudamos como o Hermafrodita-Espírito transmuta o chumbo em


ouro.

4. Agora vamos estudar os elixires branco e vermelho atuando como sol e lua.

5. Há dois mercúrios: o mercúrio macho e o mercúrio fêmea.

6. Eles são os elixires branco e vermelho.

7. Eles são os pós de projeção com os quais transmutamos nossos metais em


ouro puro.

8. O Elixir Vermelho é o mercúrio macho.

96
9. O Elixir Branco é o mercúrio fêmea.

10. O mercúrio vulgar, quer dizer, o mercúrio fêmea, não pode suportar o fogo
a não ser com a ajuda de outro mercúrio diferente, que seja totalmente
quente, seco e bem mais digerível.

11. O mercúrio macho torna-se fluido quando se mistura com o mercúrio fê-
mea através da magia sexual.

12. Então os dois mercúrios unem-se de forma indissolúvel e inseparável,


como quando a água se une com a água.

13. O mercúrio masculino tira do mercúrio feminino sua fleuma e sua frieza
lunar, tornando-se primeiro negro, depois vermelho, em seguida branco e
por fim de distintas cores.

14. Assim é como a mulher transmuta seus metais em ouro puro mediante o
contato sexual com o homem.

15. O mercúrio, depois de suas constantes transformações, tem o poder de


mudar nossos metais em ouro.

16. Os elixires branco e vermelho são os dois mercúrios com os quais trans-
mutamos todos os metais da nossa personalidade no ouro puro do Espíri-
to.

17. O homem é o sol e a lua é a mulher.

18. Não trabalhemos com o sol nem com a lua senão depois de os haver redu-
zido ao mercúrio da filosofia.

19. Saquemos o mercúrio do sol e da lua para trabalhar com essa matéria ve-
nerável na Grande Obra.

20. Reduzamos o sol e a lua à matéria-prima da Grande Obra para elaborar


com ela o Rei coroado com o diadema vermelho.

21. Temos que unir o mercúrio macho com o sol e o mercúrio fêmea com a
lua.

22. Porém, isso só é possível reduzindo-se esses dois mercúrios a sol e lua.

23. Esta redução realiza-se na união amorosa do homem com a mulher.

97
24. Reduzido o homem a sol e a mulher à lua, então teremos decomposto am-
bos a seus próprios elementos e com esta matéria-prima iremos gerar o
REI SOL, o HOMEM CELESTE, o Mestre da Fraternidade Branca, pleno
de glória e poder.

25. Assim é como nosso mercúrio se une com o sol e com a lua. Assim é como
o sol e a lua se reduzem ao sêmen, isto é, ao mercúrio filosófico.

26. O mercúrio só se une indissoluvelmente com outros corpos quando eles


foram elevados a sua própria natureza.

27. Elevemos nosso mercúrio macho ao estado solar e o mercúrio fêmea ao


estado lunar para que o sol e a lua se reduzam a mercúrio, unindo-se a ele
de forma indissolúvel.

28. Se temos um anel de ouro e queremos convertê-lo em uma cruz, temos que
fundir o ouro, inevitavelmente, reduzindo-o à sua matéria-prima, ao mer-
cúrio da filosofia, a fim de elaborar a cruz de ouro com essa matéria-prima.

29. Assim também o homem deve se reduzir ao sêmen que o gerou para elabo-
rar com esse sêmen o Mestre de Mistérios Maiores da Fraternidade Branca
Universal.

30. Qualquer outro caminho é absurdo.

31. Recordemos que a Bíblia começa com o Gênese ensinando-nos a alquimia


sexual.

32. Recordemos que o primeiro milagre que Cristo fez o realizou nas bodas
nupciais de Canaã.

33. O Mestre transmutou a água em vinho.

34. Também nós devemos transmutar as águas do nosso Kaos sexual no vinho
de luz do alquimista.

35. O primeiro ensinamento que Cristo nos deu foi de alquimia sexual.

36. Se lançarmos uma olhada a tudo que foi criado, veremos que todos os seres
foram gerados sexualmente.

37. Nós mesmos fomos gerados por um homem e por uma mulher.

98
38. Portanto, se queremos ser Mestres, devemos gerar o Mestre porque tudo o
que existe no universo foi um dia engendrado.

39. O mercúrio masculino é ativo, seco e quente. Já o mercúrio feminino é


úmido e passivo como a lua.

40. Porém, com o fogo, os dois mercúrios se unem de maneira indissolúvel.

41. A união dos dois mercúrios verifica-se através da união sexual.

42. Este é o segredo para se reduzir os dois metais à sua matéria-prima.

43. Quando os dois metais se unem de forma inseparável, adquirem o aspecto


de um pó branco e geram sóis e mundos no infinito.

44. Fecundado o Kaos, surge a vida interna em todo seu esplendor.

45. Com uma onça desse pó de projeção criaremos milhões de sóis e transmu-
taremos em lua todo tipo de metal saído de uma mesma mina.

46. Os pós de projeção são os elixires branco e vermelho.

47. O elixir vermelho é o mercúrio masculino e o elixir branco é o mercúrio


feminino.

48. O elixir branco branqueia os metais, dando-lhes uma brancura imaculada.

49. O elixir vermelho transforma o chumbo em ouro e torna todas as coisas


amarelas.

50. As asas de mercúrio nos elevam ao mundo dos Deuses.

51. Mercúrio é o mensageiro dos Deuses inefáveis.

52. O mercúrio da filosofia secreta converte-nos no Rei coroado com o diade-


ma vermelho.

53. O ligamento da cruz com o triângulo realiza-se com o mercúrio da filoso-


fia secreta.

54. As asas de mercúrio nos convertem em onipotentes Deuses do universo.

99
CAPÍTULO 24
EXTRAÇÃO DO MERCÚRIO

  

1. O mercúrio feminino é extraído da cal da lua.

2. Temos que aprender a manejar as forças sexuais femininas do sol simboli-


zadas pela águia com cabeça de mulher.

3. Temos que aprender a manipular a cal da lua para extrair o mercúrio vul-
gar, o mercúrio feminino.

4. A cal da lua, embebida em óleo de ouro puro, é secada ao calor do sol para
que seja transmutada dentro do matraz de nosso laboratório sexual.

5. Essa cal da lua, esses princípios sexuais femininos da lua, devem ser sabia-
mente transmutados em nosso laboratório biogenésico.

6. A cal da lua deve ser depositada em uma vasilha de terra bem cozida.

7. Essa vasilha ou recipiente são as nossas próprias glândulas sexuais.

8. Temos que agregar VITRIOLO e salitre à cal da lua, revolvê-la incessante-


mente com uma varinha ou pá, até extrair dessa cal o mercúrio vulgar, o
mercúrio feminino, que precisamos para trabalhar na Grande Obra.

9. Os dois mercúrios (masculino e feminino) geram o fogo sagrado.

10. As duas serpentes que se enroscam no Caduceu de Mercúrio, quando fa-


zem contato no Tribeni, na região sacra, dão origem ao fogo sagrado.

11. Porém, precisa-se extrair o mercúrio feminino da cal da lua para que suba
pelo cordão ganglionar da esquerda.

12. No final, os dois mercúrios, as duas serpentes do Caduceu de Mercúrio,


tocam-se com a cauda a fim de despertar o Kundalini.

13. Há que se juntar água ao recipiente para que a vasilha ferva incessantemente.

14. Essa água, primeiro é negra, depois vermelha, em seguida branca e por fim
de diversas cores.

100
15. Eis o Camaleão Universal, a Ave Fênix ressuscitada das próprias cinzas, a
Salamandra que subsiste no fogo.

16. Com o contato sexual extraímos da cal da lua esse mercúrio feminino, es-
ses hormônios de increção sexual que precisamos para o trabalho sagrado
com a nossa pedra bendita.

17. No ser humano comum e normal a serpente da direita sobe, enquanto que
a da esquerda desce para os seus infernos atômicos por causa da satisfação
passional.

18. Há necessidade de se extrair o mercúrio da cal da lua para fazer subir a


serpente lunar caída e para preparar as duas serpentes do Caduceu de Mer-
cúrio para o advento do fogo.

19. Temos que levantar a serpente caída.

20. O Caduceu de Mercúrio tem duas serpentes.

21. Uma se enrosca com a cabeça para cima e a outra se enrosca com a cabeça
para baixo.

22. Uma é o OD e a outra é o OB dos antigos kabalistas.

23. A serpente com a cabeça para cima é solar e masculina.

24. A serpente com a cabeça para baixo é lunar.

25. Temos que levantar a serpente caída.

26. Antes de o homem ter saído do Éden, as duas serpentes estavam levantadas
sobre a Vara, porém quando o homem saiu do paraíso, Jehová Deus disse à
serpente:

27. Porquanto isto fizeste, maldita serás entre todas as feras e entre todos os ani-
mais do campo; sobre teu peito andarás e pó comerás todos os dias de tua
vida. (Gênese 3:14)

28. Essa serpente lunar, essa serpente caída, essa serpente passional, precisa
ser levantada sobre a Vara para acender o fogo.

29. Devemos aprender a manipular os princípios sexuais femininos para con-


seguir o nascimento do Menino de Ouro da alquimia sexual.

101
30. Lutemos contra a paixão animal a fim de feri-la na cabeça já que ela nos
feriu no calcanhar.

31. Lutemos contra a besta vencedora.

32. Devemos extrair o mercúrio vulgar da cal da lua a fim de levantar a serpen-
te caída.

33. Os anjos têm os dois pólos de sua força sexual fluindo para cima, para a
cabeça.

34. Os seres humanos têm sua energia sexual dividida. Enquanto as correntes
solares (masculina e positiva) sobem, a corrente sexual lunar (feminina e
negativa) desce.

35. Levantemos o pólo negativo de nossa força sexual.

36. Isto é o que se chama extrair o mercúrio vulgar da cal da lua.

37. As duas serpentes devem fluir para cima, para a cabeça, tal como ocorre
com os anjos.

CAPÍTULO 25
A CAL VIVA DOS FILÓSOFOS

  

1. A cal da lua misturada com o mercúrio macho e com o mercúrio fêmea


produz a multiplicação do mercúrio.

2. Esta matéria-prima primeiro é negra, depois vermelha, a seguir branca e


por fim de diversas cores.

3. Esta é a cal viva dos filósofos, a pedreira sulfurosa da filosofia secreta.

4. O membro viril em estado de ereção aumenta o sêmen nos vasos hormo-


nais.

5. Esse aumento seminal é o que se conhece na alquimia como a multiplica-


ção do mercúrio.

102
6. Portanto, o sêmen transmutado em mercúrio macho e em mercúrio fêmea
sobe pelos nossos dois cordões ganglionares da medula espinhal.

7. Esta é a multiplicação do mercúrio na pedreira sulfurosa da filosofia secreta.

8. O falo e o útero constituem essa pedreira sulfurosa.

9. A cal viva converte-se em mercúrio feminino governado pela lua.

10. A cal misturada com o mercúrio fêmea se reduz à verdadeira lua, à verda-
deira prata, através da magia sexual.

11. Assim é como levantamos a serpente lunar sobre a Vara.

12. Assim é como levantamos a serpente caída para o advento do fogo.

13. As duas serpentes que se enroscam no Caduceu de Mercúrio precisam es-


tar levantadas para se conseguir o despertar do Kundalini.

14. A serpente masculina é solar.

15. A serpente feminina é lunar.

16. Precisamos levantar a serpente lunar porque está caída.

17. Assim é como nos preparamos para o advento do fogo.

18. A multiplicação do mercúrio filosófico é um processo de transmutação sexual.

19. Fecundemos a água elemental de mercúrio com nossos fogos solares.

20. Assim nos cristificamos.

CAPÍTULO 26
BASE FUNDAMENTAL DA ALQUIMIA SEXUAL

  

1. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS.

2. NÃO JURAR SEU SANTO NOME EM VÃO.

103
3. SANTIFICAR AS FESTAS.

4. HONRAR PAI E MÃE.

5. NÃO MATAR.

6. NÃO FORNICAR.

7. NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO NEM MENTIR.

8. NÃO FURTAR.

9. NÃO ADULTERAR.

10. NÃO COBIÇAR OS BENS ALHEIOS. (Decálogo).

11. Esta é a base fundamental da alquimia sexual.

12. A sagrada arte está completamente fundamentada nos Dez Mandamentos


da Lei.
13. Quem pratica magia sexual com diferentes mulheres torna-se adúltero e
nenhum adúltero consegue despertar Kundalini.

14. Quem viola o sexto mandamento da Lei de Deus não consegue fecundar as
águas mercuriais porque não possui fogos solares.

15. A magia sexual somente pode ser realizada entre esposo e esposa.

16. O homem que viola este mandamento, adultera. A mulher que violar este
mandamento também adultera. Se crêem que vão conseguir alguma coisa,
equivocam-se porque nenhum adúltero consegue nada.

17. Kundalini ascende quando há cumprimento dos dez mandamentos da Lei


de Deus.

18. A violação de qualquer um dos dez mandamentos detém o desenvolvi-


mento, evolução e progresso de Kundalini.

19. Todos os malvados que se unem para praticar a magia sexual sem serem
casados caem na magia negra porque cometem adultério.

20. Os dez mandamentos da Lei de Deus constituem a base fundamental da


alquimia sexual.

104
CAPÍTULO 27
O GRANDE ARCANO

  

1. Quando os soldados de Nabucodonosor penetraram no Sanctum Sancto-


rum do Templo de Salomão, ficaram horrorizados diante do terrível sím-
bolo do Grande Arcano.

2. Os dois querubins da Arca da Aliança tocavam-se com as pontas das asas e


mantinham-se na posição sexual do homem e da mulher durante a cópula.

3. Os soldados babilônios perguntavam aos judeus: Este é vosso Deus? Esta é


a pureza de vosso Deus que tanto preconizais?

4. Os sacerdotes de Jerusalém guardaram silêncio; afinal, tratava-se do terrí-


vel segredo do Grande Arcano.

5. Os dois querubins, macho e fêmea efetuando a cópula, representam a es-


sência de todas as formas: a matéria-prima da Grande Obra, as águas ele-
mentais da vida, a força sexual do Éden, o mercúrio da filosofia secreta
fecundado pelos fogos solares.

6. O Grande Arcano é o Sétimo Grande Mistério da Criação encerrado no


sétimo selo do Apocalipse.

7. O número do Grande Arcano é 888 (oitocentos e oitenta e oito).

8. Esta é a Vara dos Magos.

9. Todo setenário se reduz à nossa Tríade Espiritual.

10. A medula, com seus dois cordões ganglionares, tem o formato do Caduceu
de Mercúrio, e forma o número 8.

11. Com a quinta, sexta e sétima Iniciação de Mistérios Maiores estabelece-se


o oito no corpo causal (Manas ou corpo da vontade), no Buddhi (corpo da
consciência) e no corpo Átmico, que é o veículo do Íntimo.

12. Assim se estabelece o 888 em nossa Tríade perfeita.

13. Assim o setenário se reduz à nossa Tríade espiritual.

105
14. Porém, antes, temos que levantar as quatro serpentes dos quatro corpos de
pecado e nos convertermos em Buddhas.

15. Com o número 888 ressoa em nós as 24 vogais do Zodíaco.

16. E havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. E
vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombe-
tas. E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro;
e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos
sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu
com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. E o anjo
tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e
houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos e terremotos. E os sete anjos, que
tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las. (Apocalipse 8:1-6)

17. A Arca do Testamento, a Arca da Aliança, é o Sétimo Grande Mistério da


Criação: o Grande Arcano.

18. E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu
templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande granizo.
(Apocalipse 11:19)

19. Hoje, essa profecia já se cumpriu.

20. Aqui tendes o segredo indizível do Grande Arcano.

21. Aqui tendes a Arca da Aliança. Aqui tendes a alquimia sexual.

22. Como nos dias de Noé, que se salvou com o Grande Arcano, também por
estes dias em que está para iniciar a Era de Aquário13, vos entrego a Arca
do Testamento, meus irmãos, para que não pereçais nesta hora crítica para
a humanidade.

23. O abismo abriu suas bocas tenebrosas, e vós, como nos dias de Noé, pode-
reis vos salvar desta hecatombe na Arca da Aliança.

24. O templo dessa Arca são os órgãos sexuais. Eis aí a Catedral da Alma, a
Santa Igreja Gnóstica.

13 Este livro foi escrito bem antes de iniciar a Era de Aquário, ocorrido em 4 de fevereiro
de 1962.

106
25. Dentro dessa Arca está a Vara de Aarão e as Tábuas da Lei que se consti-
tuem na base fundamental da alquimia sexual.

26. A Arca está coberta com o ouro puro da alquimia sexual.

27. Os dois querubins são o homem e a mulher com o mistério do falo e do


útero.

28. Esta é a Arca do Testamento. Este é o mistério do sexo.

29. Sobre a tenda do tabernáculo resplandece a grandeza de Jehová.

30. Hoje, Deus cumpriu o pacto que firmou com Moisés. Aqui entrego à hu-
manidade a Arca da Aliança, o segredo indizível do Grande Arcano, a al-
quimia sexual.

31. Aqueles que desprezarem a Arca da Aliança, como nos dias de Noé, pere-
cerão.

CAPÍTULO 28
NOSSO TRABALHO AO VERMELHO E AO BRANCO

  

1. Cinco são os regimes de nossa Pedra Fundamental:

a) Reduzir os metais à sua matéria-prima.


b) Converter nossa terra filosófica em mercúrio e enxofre.
c) Unir o enxofre com o sol e com a lua.
d) Elaborar o elixir branco.
e) Dar a esse elixir a cor do cinábrio e partir dele para elaborar o eli-
xir vermelho.

2. A redução dos metais à sua matéria-prima é pura magia sexual.

3. Assim é como nossa terra filosófica se reduz ao fogo e ao mercúrio da


filosofia secreta.

4. Nosso enxofre é solar e lunar.

107
5. O elixir branco e o elixir vermelho, o homem e a mulher unidos sexual-
mente, o ouro e a prata, têm o poder de transmutar os metais de nossa
personalidade no ouro puro do Espírito durante o transe sexual.

6. O enxofre filosófico é a tintura vermelha, o fogo de Kundalini, o espírito


do VITRIOLO romano.

7. Aristóteles no Livro dos Meteoros diz: Todos os alquimistas sabem que


não se pode de modo algum mudar a forma dos metais se antes não são
reduzidos à sua matéria-prima.

8. Devemos sublimar nosso mercúrio filosófico.

9. O mercúrio passa pelos estados de destilação, coagulação, putrefação, cal-


cinação e fixação em seu matraz sexual e em seu forninho.

10. Nossa terra filosófica bebe a água fecundante que aguardava, sacia sua
sede e depois produz centenas de frutos.

11. Nossa terra filosófica, o organismo humano saturado de sêmen cristônico,


produz os frutos internos das grandes realizações cósmicas.

12. Branqueai vossa água negra antes de acrescentar o fermento.

13. O corvo que voou da Arca de Noé representa a água negra que devemos
branquear. Trata-se do mercúrio da filosofia secreta que devemos fazer
resplandecer com o ouro puro do Espírito.

14. Essa cabeça de corvo, mãe, coração e raiz das outras cores, é o latão imun-
do, o resíduo negro, o bronze dos filósofos, o húmus, o enxofre negro, o
esposo macho, etc.

15. Temos que branquear o negro corvo. Temos de transmutar o chumbo em


ouro.

16. Nossa Grande Obra não é outra coisa que uma permuta de naturezas, uma
evolução dos elementos.

17. O ouro puro do Espírito é a aguardente-vinagre dos filósofos, o leite virgi-


nal que reduz todos os metais à sua matéria-prima.

18. É o mercúrio perfeito. O corvo que voou da Arca de Noé.

108
19. É a pomba do Espírito Santo.

20. Temos que fazer os quatro elementos girarem em círculo permutando


suas naturezas.

21. Temos que converter a terra em água, a água em ar e o ar em fogo.

22. Aqueles que não sabem morrer e ressuscitar devem abandonar a sagrada
arte.

23. É preciso morrer para viver. É preciso perder tudo para ganhar tudo.

24. Em um extremo da nossa bendita pedra ardem duas tochas: o ouro e a


prata, o homem e a mulher unidos sexualmente.

25. No outro extremo está o Elixir da Perfeição que é filho de ambos.

26. Não se pode passar de um extremo para o outro sem passar pelo meio.

27. Contam-se quatro águas: A primeira dissolve a cal da lua e a transmuta no


mercúrio da filosofia secreta.

28. A segunda dissolve o ouro, torna amarelo e faz os metais resplandecerem.

29. A terceira reduz todos os metais à sua matéria prima.

30. A quarta é o mercúrio aperfeiçoado. Ela é o ouro puro do Espírito.

31. As duas primeiras águas são o Elixir Vermelho e o Elixir Branco com os
quais realizamos nossos trabalhos ao vermelho e ao branco.

32. Nossa pedra filosofal é negra, vermelha e branca.

33. O mercúrio da filosofia secreta é o corvo negro que deve se transformar na


pomba branca da Arca de Noé, que é a pomba do Espírito Santo, o ouro
puro do Espírito.

34. O homem é o Rei vermelho e a mulher a Rainha branca.

35. Nossa pedra filosofal é negra, vermelha e branca.

36. Nosso trabalho ao vermelho e ao branco é a união amorosa da magia se-


xual.

109
37. Com a magia sexual branqueamos o corvo negro e nos convertemos em
onipotentes Deuses do universo.

38. Com o trabalho ao vermelho e ao branco nos convertemos em Dragões de


sete cabeças.

39. Com o trabalho ao vermelho e ao branco nos convertemos em habitantes


do mundo da Névoa de Fogo.

CONCLUSÃO

  

Concluímos este tratado de alquimia sexual com a mais absoluta segurança de


que a humanidade deste século XX não será capaz de entendê-lo.

O mais certo é que os pedantes da época, ao lerem estas linhas, lançarão contra
nós toda sua baba difamatória.

A fornicação é algo terrível atualmente e os espiritualistas de todas as escolas a


defendem de capa e espada. Portanto, depois de haver lançado à luz esta obra,
estamos dispostos a suportar pacientemente todas as difamações e calúnias.

Escrevo este livro para a humanidade de Aquário e para os discípulos gnósticos


que formam a vanguarda da evolução humana.

O fundamento de todas as Escolas de Mistérios reside no sexo. Eis porque em


todas as religiões encontramos uma deidade masculina e uma deidade femi-
nina.

No Egito vemos Osíris e Ísis. Na Fenícia, Hércules e Dagon. Na Grécia, Apolo


e Diana. Na Ática, Plutão e Perséfone. Entre os gregos já se fala abertamente do
falo e do útero. Este é o Lingam-Yoni dos Mistérios de Elêusis.

O Verbo, a palavra de ouro, se fundamenta nos grandes Mistérios do Sexo e


é impossível falar do verbo de Luz sem despertar Kundalini. O Mantra IAO
ressoa nos indizíveis mistérios do Grande Arcano.

110
DIS, DAS e DOS são os mantras fundamentais da alquimia sexual.

Estes Mantras são devidos ao Venerável Mestre OM que os entregou a um de


nossos discípulos. O som das vogais tem de ser alongado e o S deve ser entoado
como um silvo doce e agradável. Vocaliza-se este Mantra assim:

DIIIIIIIIIIIISSSSSSS.
DAAAAAAASSSSSSS.
DOOOOOOSSSSSSS.

O Mestre OM alertou que as práticas de magia sexual são realizadas em forma


lenta... devagar...

Os Mantras DIS, DAS e DOS são vocalizados durante o transe de magia se-
xual. Com estes Mantras, o discípulo evitará o perigo de uma queda sexual. O
discípulo deve se retirar da mulher antes do espasmo a fim de evitar a ejacula-
ção seminal. Vocaliza-se muitíssimas vezes este mantra durante a prática.

Entregamos à humanidade neste livro o terrível segredo do Grande Arcano.


Na Idade Média, o Iniciado que divulgava este terrível segredo, era eliminado
seja por ramalhetes perfumados, seja por camisas de Nesso, sabonetes enve-
nenados, pelo punhal ou pelo cadafalso. No Egito, aqueles que divulgavam o
Grande Arcano, eram condenados à pena de morte. Sua cabeça era cortada,
seu coração era arrancado e as cinzas do corpo eram lançadas ao vento.

Portanto, neste livro, entregamos à humanidade o mais terrível segredo do uni-


verso. Descobrimos a Pedra Filosofal, o Elixir da Longa Vida, a quadratura do
círculo e a chave do movimento perpétuo.

Meus irmãos, com os segredos desta obra podereis transmutar o chumbo em


ouro e converter-vos em Deuses do universo, em habitantes do mundo da Né-
voa de Fogo, em criadores de universos.

Todos os livros de alquimia estão escritos em chave e quem não conheça a


chave da magia sexual jamais entenderá os livros de alquimia. Todo o tec-
nicismo dos livros de alquimia tem de ser procurado nos órgãos sexuais.
Todas as obras de Raimundo Lullio, de Alberto o Grande, de Sendivogius,
Paracelso, Nicolas Flamel e outros, somente poderão ser entendidas com a
chave suprema da magia sexual. Os laboratórios dos alquimistas se localizam
nos órgãos sexuais.

111
Os alquimistas medievais esconderam o Grande Arcano nos inumeráveis sím-
bolos e alegorias esotéricas para salvá-lo da profanação e para evitar que fos-
sem queimados vivos nas fogueiras da Inquisição católica.

Todos aqueles que divulgaram o Grande Arcano antes de mim, morreram.


Apenas um homem divulgou o Grande Arcano e não morreu: esse homem
sou eu. Aqui foi entregue à humanidade. Aqui se brindou aos seres vivos este
segredo para que com ele se convertam em Deuses. Amém.

Ao finalizar esta obra temos que alertar nossos discípulos gnósticos que o ato
de magia sexual somente pode ser realizado entre esposo e esposa e em lares
legitimamente constituídos. Este é o mistério da dupla polaridade. Marido e
mulher formam uma polaridade completa: positivo-negativa. Porém, quando
o homem entra em outra mulher ou a mulher se deixa entrar por outro homem
para praticar a magia sexual, forma-se uma dupla polaridade de cunho total-
mente negativa.

Essa dupla polaridade não tem poder para transmutar a energia sexual. Essa
dupla polaridade não pode fecundar o mercúrio da filosofia secreta com os
fogos solares. Ela não consegue despertar o Kundalini porque é absolutamente
negativa. As águas kaóticas permanecem intactas sem poder serem fecundadas
nem transmutadas.

Este é o mistério da dupla polaridade. Assim, nenhum adúltero ou adúltera


desperta o Kundalini.

O fogo é a base fundamental de tudo o que há. O fogo fecundando a matéria


kaótica é a Luz Super-astral.

No amanhecer da vida, o fogo revolvia-se como uma serpente ígnea na poeira


cósmica. Essa foi a primeira luz do universo. Essa é a Luz Super-astral que
temos em nosso sêmen cristônico. Essa é a eletricidade cósmica que tem o
poder de separar os átomos seminais e de fecundá-los para que deles brotem
os germes da vida.

Em cada átomo seminal existe um germe vital. Quando nosso universo planetá-
rio se dissolver e se reduzir a átomos, nesses últimos dormirão os germes deste
mundo até que o fogo dos Deuses os fecunde na aurora de um novo Mahanvan-
tara. Em nosso sistema seminal dormem germes divinos que apenas aguardam a
hora de serem fecundados pelo fogo para nos darem consciência divina.

112
Essa Luz Super-astral é a primeira luz da criação. Ela é o Elohim Primordial.

A Luz Super-astral tem dois pólos: um positivo e outro negativo. O pólo positi-
vo é a Serpente de Bronze que curava os israelitas no deserto. O pólo negativo
é a serpente tentadora do Éden. O pólo positivo é OD e o pólo negativo é OB.

A Luz Super-astral é o Kundalini que devemos despertar praticando magia


sexual. Isto é o fundamental; o resto são bobagens. O importante é o fogo; o
demais é ilusório.
Os mundos de consciência cósmica nada mais são do que escamas da serpente
de fogo. A serpente abandona suas escamas no final de cada Mahanvantara.
Essas escamas nada mais são do que poeira cósmica. Devemos nos libertar das
escamas para nascer no Absoluto.
Nas trevas do Absoluto resplandece subjetivamente a luz increada do NÃO-
SER que é o REAL SER.

Buddhi (alma espiritual) é uma centelha que foi gerada pela Alma do Mundo
que deve amadurecer através da magia sexual para despertar a consciência ab-
soluta e nascer no próprio Absoluto.

Cristo é um habitante do Absoluto. Cristo veio ao Jardim cósmico para nos


guiar e para nos conduzir à luz increada do Absoluto.

A vida livre em seu movimento é o Absoluto onde só resplandece a luz in-


creada. Enquanto os homens e os Deuses não se libertem do cosmo, estarão
sujeitos ao Karma e à dor.
Fohat sibila quando se desloca de um ponto para outro.

O pólo positivo da Luz Super-astral nos converte em Deuses. O pólo negativo


é o fogo da fornicação que nos converte em demônios. Mediante a alquimia
sexual nos convertemos em Chamas Andróginas.

Na aurora de cada Mahanvantara, a Grande Mãe, o princípio feminino uni-


versal, rouba o fogo dos Deuses para fecundar a si própria e para resplandecer
cheia de prazer. Este é o protógeno universal. Esta é a tragédia dos Deuses. Esta
é a queda Logóica.
Os Deuses somente conseguem se libertar quando suas Chispas Virginais se
libertam. Felizmente, a espiral da vida faz com que na aurora de cada Mahan-
vantara o universo suba um escalão mais na Senda da Perfeição.

113
Há dois caminhos: o caminho Logóico e o caminho do Absoluto.

Eu digo aos meus Arhats que é melhor renunciar à felicidade do Nirvana e


sacrificar-se na Grande Obra do Pai para nascer no Absoluto.

Eu digo aos meus Arhats que o Mestre que renuncia à felicidade do Nirvana
para seguir a senda do dever, longa e amarga, depois de muitas idades se liberta
da Alma do Mundo e nasce na luz increada da vida livre em seu movimento,
onde reina apenas a felicidade absoluta, a consciência absoluta e a absoluta
realidade de SER.

Que a paz seja com a humanidade.

AUN WEOR
S.S.S - Novembro de 1953.

CHAMADO À GNOSE

  

Não basta ler este livro. Ele precisa ser estudado profundamente e seus ensina-
mentos precisam ser levados à prática. Indispensável abandonar a tibieza e se
decidir de uma vez a trilhar a Senda do Fio da Navalha.

Chegou a hora das grandes decisões e não há mais tempo para se perder. Esta-
mos diante do dilema do SER ou NÃO-SER da filosofia. Por toda parte existe
fome e desespero, ignorância e enfermidades, guerras e revoluções de sangue
e aguardente.

Os tempos do fim chegaram. A terceira guerra mundial avizinha-se a passos


de gigante. Treme a terra e ruge o furacão. Torna-se necessário resolver proble-
mas. Urge criar uma plataforma de princípios. É indispensável se organizar o
Exército de Salvação Mundial.

114
As raposas da política fracassaram lamentavelmente e o mundo está em cha-
mas. Toca agora aos homens de espiritualidade, aos líderes religiosos porem-se
de acordo e organizarem um programa fecundo e criador, cujo propósito seja
o de salvar a pobre humanidade doente. Aproximam-se os dias em que haverá
de chover fogo do céu. Tenham piedade dos que sofrem, dos desvalidos, dos
que choram.

Divulguem estes ensinamentos. Organizem-se em grupos. Estudem e prati-


quem o que aqui se ensina.

FIM

115
Mais informações sobre Gnose, a EDISAW e a Igreja Gnóstica do
Brasil nos seguintes endereços:
ƒƒ Sede Nacional - Rua José Tomasi, 824 - Santa Felicidade
CEP 82015-630 – Curitiba / PR (41) 3372-7038
ƒƒ Sede Paulista - Av. Brigadeiro Luis Antonio, 1422, sobreloja
CEP 01318-001 - São Paulo / SP. (11) 3266-4378
ƒƒ Sede Paulista - Av. Fuad Lutfalla, 176, sobreloja
CEP 02968-000 - São Paulo / SP. (11) 2369-7473
ou e-mail faleconosco@gnose.org.br – www.gnose.org.br
RAGNOS
AB E

TO

D
PROJE

IG
ITAL
-
-
W

R
W
W .

B
.
GN RG
OSE.O

Es
teli
vrodi
gitalf
oidis
ponibil
izadogratui
tament
epel
o
Proj
etoAbragnoseDigital
,mantidopel
a
ABRAGNOSE-Ac ademiaBr asi
lei
radeGnose.

O Proje
toAbr agnoseDi
gital,pormeiodecontri
bui
ções
deest
udantesgnósticoses
impati
zantes,
te
m porobjeti
vodi s
ponibi
lizarver
sõesdi
gitai
sgrat
uit
as
deobraspubli
cadaspelaEDISAW -Edi t
oraSamaelAunWe or
.

Par
aadquiri
rc ópiasimpr e
ssasdeobr asdoc atál
ogodaEDI SAW,
apreçodecusto,visit
eanos saloj
anapági nawww. edis
aw.com.
br.
Aoadqui rirasversõesimpressasdasobr asdaEDI SAW
vocêcontribuiparaae xpansãodos euc atál
ogoe
paraamanut ençãodes uaobr adedi vulgação
doc onhe ci
me ntognósti
coc onte
mpor âneo.

Paraaj
udaramant eres
teeout
rostr
abalhosdecunhoc ult
ural
,
as
sist
enci
alemi s
sionár
iovoc
êpodetambé mc ont
ribuirdi
ret
amente
par
acom aABRAGNOSEr eal
izandodoaç ões
porme i
odasegui
ntecont
abanc ári
a:

BancodoBr as
il
Agenc i
a:3390-1
Conta:27.361-9
CNPJ14.
578.176/0001-
30
Ac
ade
miaBr asi
leir
adeGnos e

Agr
ade
cemosos
euapoi
o!

PazI
nve
renc
ial
!

Avisodecopyri
ght:
Todososdire
itosres
e r
vadospar aaEDISAW -EditoraSamaelAunWeor.
Adi
str
ibuiç
ãodes
temat er
ialépe rmit
idadesdeques e
jamantidaatot
ali
dadedomat e
rial
,
esej
aexpr
ess
ame nteme ncionadaafonte(
EDI SAW /Proj
etoAbragnos
eDigit
al)
eambososnossosendereçosnai nt
ernet(
www. gnose.
org.
brewww. e
dis
aw.c
om. br
).
Exi
stem duasal
qui
mias
:int
ernaeext
erna.

AAl quimiaInt
ernat
rat
adatransfor
maçãodopr
ópr
io
al
qui
mi st
a;est
eli
vrotr
ataes
sencial
mentedes
saal
qui
mia.

JáaAlquimiaExt
ernaéaant ecessoradaquí micamoder na,
aquelaquedesdetemposantigoss abiapr oduzi
relementoscomo
ácidonítr
ico,c
onhecidocomoaquaf orti
s,s ai
sminerai
seveget ai
s,
álcool
,áci
dos,álc
ali
semui t
osout roselement osbem conhecidos
pel
aquími camoder na.

Port
anto,valeapergunt
a:QuetipodeAlquimiaest
amos
buscando:atransf
ormaçãodoalquimis
taouat r
ansf
ormaç
ão
químic
adoselementosnatur
ais
?

Quem optarpelatransf
or maçãodes i
,com ot
empot er
áopoder
(
mágic ooualquí mico)detrans
formarquimi
cament eos
elementosexterior
es ,des
deques etor
nemerecedorde
r
eceberodonum Dei( dom deDeus)
.

Quem optarpelaQuímic
a(ouAl quimiaExt
erna),jamaischegará
aserum alquimis
taaut
ênti
c o;maspoderási
mr eceberasglórias
dasconquist
asdosgrandeslabor
atór
ioscomer c
iais
.

Es
tel
ivr
onosdáaschavesdacompreens
ãodetudoquef
oi
escri
toat
éhoj
esobreasagradaArt
eAlquí
mica.

I
SBN978-
85-
62455-
30-
8

Gnoseéaqui
:
www.
gnose.
org.
br 9 788562 455308

Você também pode gostar