Você está na página 1de 23

Introdução a projetos de play_circle_outlinedsearch

Engenharia
Prof. Luiz Gil Solon Guimarães
Descrição
Histórico e evolução das características, dos conceitos e pressupostos relacionados a um projeto de Engenharia. Etapas
de concepção, planejamento e execução de um projeto de Engenharia.

Propósito
Apresentar as características gerais de um projeto de Engenharia, desde sua evolução histórica até os requisitos
necessários para sua implementação.

Objetivos

Módulo 1

Projeto de Engenharia
Reconhecer as etapas e as características de um projeto de Engenharia.

Acessar módulo

Módulo 2

Tempo do caminho crítico em um grafo


Identificar o tempo do caminho crítico em um grafo a partir da aplicação da técnica PERT/CPM.

Acessar módulo
play_circle_outlined

meeting_room
Introdução
Para que seja possível trabalhar com engenharia, um projeto tem que ser estabelecido, com cronogramas, metas, materiais a serem utilizados e
metodologias a serem utilizadas. Vamos ver, neste conteúdo, o que é um projeto de engenharia, e como ele funciona. Vamos lá!

Projeto de Engenharia
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as etapas e as características de um projeto de Engenharia.
play_circle_outlined

Projeto

Destrinchando o conceito

De maneira geral, podemos definir um projeto como um empreendimento que não se repete, que se caracteriza pela sequência clara e lógica de
eventos, é destinado a atingir um objetivo e conduzido dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos, pessoas envolvidas e
qualidade. Observe o infográfico a seguir:

Infográfico dos conceitos de projeto.

Os projetos são a essência da Engenharia, seja para desenvolver produtos ou processos, seja para solucionar problemas. Aliás, os engenheiros são,
por excelência, identificadores, formuladores e solucionadores de problemas, que, na verdade, são oportunidades para inovação e
empreendedorismo.

Resolver problemas é uma atividade que sintetiza a importância da Engenharia, sendo vital para a sua realização.

É preciso ter a sensibilidade de identificar os problemas e saber formular adequadamente as questões para as
quais vamos procurar construir respostas.
play_circle_outlined
Por isso, ao analisarmos o que se espera de um engenheiro, a expectativa vai muito além do conhecimento técnico. A formação humanista, a
compreensão do contexto regional, a responsabilidade social e a dimensão da questão ambiental qualificam e fornecem a percepção necessária
para detectar problemas que podem se transformar em oportunidades profissionais e socialmente transformadoras. A capacidade de análise
permite:

A divisão de um sistema em componentes mais simples, tornando possível estudá-los separadamente, com maior profundidade.
play_circle_outlined
A fração do sistema em subsistemas simplificados permite a construção de modelos teóricos para cada uma das partes.

O poder de síntese possibilita a construção da solução a partir da reunião das conclusões e propostas de solução.

Sintetizando uma composição unificada dos resultados obtidos, esse poder de síntese constrói uma solução global para o problema.

Método de projeto

Imagine que tudo tem um começo, meio e fim para ser planejado e executado com sucesso. Porém, entre o começo e o fim, existem muitas
atividades, e é sobre isso que falaremos agora.

De maneira geral, segundo PMBOK, as fases de um projeto são cinco. São elas:

Início
play_circle_outlined

Planejamento

Execução
play_circle_outlined

Controle e monitoramento

Encerramento
play_circle_outlined

Seguir uma ordem correta é essencial para promover organização e resultados desejáveis.

Para fins didáticos, apresentaremos outra abordagem de método de projeto, dividindo-o em fases e descrevendo cada uma delas (HOLTZAPPLE,
REECE, 2006).

Para explorarmos cada uma dessas fases, usaremos como exemplo um projeto de construção de leitos para um hospital.

Vamos lá?

Fase 1: identificar a necessidade e formular o problema

O trabalho do engenheiro começa na identificação de uma necessidade, que pode ser proveniente da alta direção da empresa; motivada por uma
mudança ou até mesmo uma nova legislação. Uma vez que a necessidade tenha sido detectada, o problema precisa ser definido.

A formulação do problema é tão importante que uma falha gera uma solução para o problema errado.

Imagine que determinada capital brasileira conta com um hospital de grande porte que possui cem leitos de UTI. Neste momento, a direção do
hospital está diante da pandemia do novo Coronavírus e foram confirmados dois casos de covid-19 na cidade. Para suprir a crescente demanda em
um cenário de avanço da epidemia, o hospital precisaria aumentar em 30% o número de leitos de UTI.

A direção do hospital e os engenheiros se reuniram para estimar todos os problemas que podem ocorrer nesse contexto e tomar atitudes de
responsabilidade social. O objetivo do projeto é:

Aumentar em 40% o número de leitos do hospital;


Munir a instituição com insumos e equipamentos necessários para atender os doentes de covid-19;
Contratar equipes para o atendimento. play_circle_outlined

Fase 2: montar a equipe de projeto

Como estamos tratando da metodologia para um projeto genérico, vamos pensar que sejam necessários vários especialistas, ou seja, vamos tratar
de projetos multidisciplinares. Nesse tipo de projeto, é muito comum termos etapas ou ações desenvolvidas de forma sequencial, quando os
especialistas recebem o que já foi desenvolvido e acrescentam a sua participação.

Em projetos multidisciplinares, por mais que os profissionais sejam competentes e façam um excelente trabalho,
cada etapa anterior já estabelece uma série de restrições difíceis de serem alteradas.

Para a execução, o projeto precisou ser dividido em quatro frentes: construção, compras, contratação e equipe médica. Sendo assim, foi definida a
seguinte equipe multidisciplinar:

Engenheiro clínico Contratação Construção Compras Equipe médica

Trabalha em conjunto com as 4 frentes.

Fase 3: identificar limitações

Os projetos sempre possuem limitações e restrições de diversas fontes. Veja:

Orçamento expand_more

Cronograma expand_more

Equipe/recursos de pessoal expand_more


play_circle_outlined
Legislação expand_more

Materiais expand_more

Após a concepção do projeto, vamos para a execução. Feito o levantamento dos aspectos relacionados ao projeto, devemos construir um estudo de
viabilidade, que visa escolher a solução mais adequada, eliminando opções que não possuem foco nos aspectos mais relevantes do problema.

Como fazer um estudo de viabilidade?

É preciso fazer uma análise de cada solução em potencial. Nessa primeira análise, a equipe deve estabelecer critérios para a tomada de decisão, e,
para tal, pode empregar cálculos simples e estimativas, como número de etapas de cada processo, complexidade de logística ou necessidade de
caminhos alternativos para futuros problemas, que já podem ser mapeados na etapa de planejamento.

Após a escolha final, deve ser redigido e aprovado por toda a equipe um relatório que deve definir o problema, identificar limitações e critérios de
sucesso, descrever e analisar as diversas opções, descrever o sistema de classificação usado para avaliar as várias opções e recomendar as
melhores soluções.

report_problem

Atenção!

Quando buscamos soluções, a inovação e o “pensar fora da caixa” aparecem.

video_library
Explorando novos métodos
Veja a seguir os métodos inovadores utilizados em projetos.
play_circle_outlined

playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Gerenciamento de projetos de Engenharia

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Noções básicas de gerenciamento de projetos


play_circle_outlined

emoji_events

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Das etapas de projetos de Engenharia listadas abaixo, qual é a mais sensível (menor tolerância ao erro)?

A Identificar a necessidade e formular o problema.

B Montar a equipe de projeto.

C Identificar limitações e critérios de sucesso.

D Buscar soluções.

E Estudo de viabilidade.

Responder
Questão 2 play_circle_outlined

Das etapas de projeto listadas abaixo, qual é a que oferece mais liberdade para a introdução de inovações?

A Identificar a necessidade e formular o problema.

B Montar a equipe de projeto.

C Identificar limitações e critérios de sucesso.

D Buscar soluções.

E Estudo de viabilidade.

Responder

starstarstarstarstar

Tempo do caminho crítico em um grafo


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar o tempo do caminho crítico em um grafo a partir da aplicação da técnica PERT/CPM.
play_circle_outlined

Técnica PERT/CPM

Contexto histórico

As duas grandes guerras foram períodos em que o tempo era fator determinante para os projetos, fazendo com que as ferramentas fossem
exaustivamente utilizadas e amadurecidas. Veja alguns marcos a seguir:

Década de 1940

A Dupont Corporation, motivada pelo desejo de otimizar o complexo processo de parada de plantas químicas para manutenção e seu reinício em
sequência, desenvolveu uma técnica capaz de prever a duração do projeto a partir de uma sequência de atividades dependentes.

A abordagem foi muito bem-sucedida e gerou grande economia, além de ter tornado a técnica, denominada CPM (Critical Path Method, ou método
do caminho crítico), um sucesso em projetos dos mais variados tipos, como de construção, militares, de desenvolvimento de produto, de pesquisa,
de manutenção etc.

Como funciona essa técnica?


play_circle_outlined
A lógica do processo envolve a análise das atividades do projeto, suas durações e interdependências, e das etapas intermediárias ou de entregas.

Para atingir as etapas estabelecidas, as folgas de cada atividade e a determinação do caminho crítico, essa análise
deve estabelecer o caminho mais longo.

Esse controle permite adaptações e correções ao longo da execução do projeto, o que pode evitar atrasos nas entregas parciais e final. Atrasos
podem ser forçados ou mitigados com realocação de recursos, por exemplo.

Década de 1950

Na década de 1950, a Marinha americana desenvolveu uma técnica que ficou conhecida como PERT(Program, Evaluation and Review Technique, ou
Programa de Avaliação e Revisão Técnica), que introduz recursos probabilísticos para a estimativa da duração de uma atividade a partir de
durações otimistas, mais prováveis e pessimistas.

Por ser complementar ao CPM e ter obtido sucesso, as técnicas praticamente se fundiram, e os projetos passaram a adotar a terminologia
PERT/CPM.

Década de 1960

O departamento de Defesa dos Estados Unidos, durante o projeto de mísseis balísticos lançados por submarinos móveis da Polaris, criou o conceito
denominado Work Breakdown Structure (WBS), que por aqui ficou conhecido como Estrutura Analítica de Projetos (EAP) .

Como utilizar essa técnica?

É um processo que visa à identificação de elementos terminais, mas que não são detalhados até a exaustão. A ideia básica é permitir o
detalhamento das atividades até um nível em que o bom senso ou o custo do controle seja viável.

Vamos ver um exemplo na construção de um edifício?

O gerente pode entender que construir as paredes de um pavimento seja uma atividade. Em um nível mais detalhado, pode-se considerar que cada
parede do pavimento também seja. No limite, cada tijolo assentado poderia ser uma atividade. Ou seja, caberia inserir no projeto o detalhamento
necessário, para não comprometer o custo nem perder qualidade.
Em 1965, na Suíça, foi fundado o IPMA (International Project Management Association), primeira associação temática a tratar da gestão de projetos
com o objetivo de difundir as técnicas e liderar o desenvolvimento da profissão. play_circle_outlined
Em 1969, foi fundado o PMI (Project Management Institute), que, hoje, é líder mundial e promove a certificação em vários níveis, como PMP para
graduados em Nível Superior e CAPM para Nível Médio. Ao reunir profissionais que respiravam o tema, as melhores práticas de gestão foram
compiladas e organizadas em um documento denominado PMBOK (Guide to Project Management Body of Knowledge). Esse guia é atualizado, e
todas as pessoas envolvidas em gestão de projeto devem se esforçar para dominá-lo.

Atualidade

A informática proporcionou grande evolução e precisão à gestão de projetos, com softwares robustos e gráficos, mas a Internet e suas facilidades
de comunicação foram responsáveis por outro salto.

Mais recentemente, com a computação em nuvem, os projetos colaborativos puderam decolar, e hoje já é realidade um projeto de engenharia em 3D
ser compartilhado por todos os especialistas, incluindo os que normalmente não participavam das etapas de projeto, como construtores, clientes,
orçamentistas e quem mais tiver interesse no empreendimento.

Além de antecipar todas as possíveis interferências entre os diversos sistemas para tempo de projeto, a participação de outros profissionais agrega
conhecimento ao projeto, melhorando sua qualidade.

Aplicando a teoria

A representação gráfica do PERT/CPM pode ser realizada por meio do uso de estruturas conhecidas como grafos, veja:

Representação gráfica do PERT/CPM.


A análise do grafo deve ser feita a partir das seguintes definições:
play_circle_outlined

1. Os círculos representam marcos (eventos). O projeto possui cinco marcos: 10, 20, 30, 40 e 50;

2. As setas representam as atividades que são levadas de um marco para o outro. O projeto possui seis atividades, A, B, C, D, E e F;

3. Cada atividade possui a sua duração marcada. O evento 10 é o marco inicial e o 50, o final;

4. O marco 20, para ser atingido, depende da execução da atividade B (t=4);

5. O marco 30, para ser atingido, depende da execução da atividade A (t=3);

6. O marco 40, para ser atingido, depende da execução das atividades A e D, que são sequenciais (t=3+1=4);

7. O marco 50, para ser atingido, depende da execução das atividades A, B, C, D, E e F, que não são sequenciais, ou seja: caminho 10-30-40-50 (t=7);
caminho 10-30-50 (t=5); caminho 10-20-50 (t=7).

Resumindo, o menor tempo para se chegar ao marco 50 é de 7 unidades de tempo, o que representa a ocorrência de empate entre 10-30-40-50 e 10-
20-50. O caminho 10-30-50 possui uma folga de 2 unidades de tempo, mas, como o trecho 10-30 está no caminho crítico, a folga só pode ser
considerada na atividade E, com t=2.

video_library
Identificando o caminho crítico
Veja a seguir como identificar o caminho crítico e quais ações podem ser tomadas.
play_circle_outlined
playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

Caminho crítico de um projeto

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

PERT em um projeto

emoji_events
play_circle_outlined
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1 play_circle_outlined

Para o grafo a seguir, que representa graficamente uma rede PERT/CPM, marque a opção que representa o tempo associado ao caminho
crítico:

Representação gráfica da rede PERT/CPM.

A 10

B 11

C 13

D 14

E 16

Responder

Questão 2

Considere o cronograma de atividades PERT/CPM da reforma de um apartamento, em que a duração de cada atividade é indicada em dias, veja:
play_circle_outlined

Representação gráfica cronograma de atividades PERT/CPM.

O responsável pelas entregas do depósito de materiais de construção informou que os materiais necessários para a execução das atividades D
e J podem atrasar de 2 a 3 dias. Contudo, o empreiteiro não se preocupou, pois a folga, em dias, no caminho das atividades A, D, J e M é:

A 5

B 4

C 6

D 8

E 10

Responder

starstarstarstarstar
play_circle_outlined
Considerações finais
Quando pensamos em adquirir um veículo, ou outro bem, de certa forma, estamos “gerenciando” um projeto que guarda características semelhantes
ao que vimos hoje: prazo, viabilidade, recurso etc. No campo profissional, obviamente, isso ganha uma proporção muito maior. Por isso, é
importante reconhecer a evolução do projeto como conceito, as fases que o compõem e, também, os novos métodos que surgem em virtude do
avanço tecnológico.

headset
Podcast
Para encerrar, ouça um resumo dos principais tópicos abordados neste conteúdo.

00:00 02:43
speed
1x

Referências
AGOSTINHO, M.; AMORELLI D.; BARBOSA, S. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: SESES, 2015.

DYM, Clive L. Introdução à Engenharia: uma abordagem baseada em projeto. Porto Alegre: Bookman, 2010.

FREITAS, C. A. Introdução à Engenharia. São Paulo: Pearson, 2014.

HOLTZAPPLE, M. T.; REECE, W. D. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

PAHL, G.; BEITZ, W.; FELDHUSEN, J.; GROTE, K. Projeto na Engenharia. São Paulo: Blucher, 2005.

Explore +
Confira o que separamos especialmente para você!
play_circle_outlined
Visite os sites:

IPMA Brasil e PMI Brasil.

picture_as_pdf Baixar conteúdo

Você também pode gostar