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Gestão de Projetos

Educacionais
Módulo

3
Metodologias de gestão
de projetos aplicadas à
educação
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Equipe responsável
Amanda Machado (conteudista, 2021)

Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO.

Enap, 2021

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF

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Sumário
1. Metodologias de gestão de projetos aplicadas à educação............. 5

1.1 Metodologias ágeis.......................................................................... 5

1.2 Projetos ágeis e tradicionais: qual é a diferença?............................. 7

1.3 Metodologias inovadoras de gestão de projetos............................. 7

Referências ..................................................................................... 12

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3
Módulo
Metodologias de gestão de
projetos aplicadas à educação
Olá!

Estamos muito felizes que você chegou ao último módulo do nosso curso de Gestão de Projetos
Educacionais.

Neste módulo 3 abordaremos os seguintes tópicos:


Unidade 1. Metodologias de gestão de projetos aplicadas à educação
1.1 Metodologias ágeis
1.2 Projetos ágeis e tradicionais: qual é a diferença?
1.3 Metodologias inovadoras de gestão de projetos

Desejamos um excelente estudo!

Unidade 1. Metodologias de gestão de projetos aplicadas


à educação
Objetivo de aprendizagem:

Ao final desta unidade, você será capaz definir a metodologia mais adequada de acordo
com o tipo de projeto a ser desenvolvido.

A gestão de projetos pode ser aplicada em diversos contextos e com diferentes metodologias, de
acordo com o tipo de projeto a ser desenvolvido. Não há uma melhor metodologia. É importante
conhecer as possibilidades existentes, pois para diferentes tipos de projetos há diferentes tipos
de metodologias. A escolha de qual tipo utilizar vai depender das características de seu projeto
e do resultado a que se pretende chegar.

Adiante, falaremos sobre algumas metodologias inovadoras aplicadas.

1.1 Metodologias ágeis

As metodologias ou os modelos ágeis envolvem um conjunto de melhores práticas e


comportamentos que podem acelerar o ritmo dos processos de execução de projetos, com o
objetivo de reduzir o ciclo de entregas.

A abordagem ágil de projetos possui um grupo de princípios definidos no Manifesto Ágil3 que
regem sua aplicação. São eles:

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Quadro 6 – Princípios que regem a aplicação da abordagem
ágil de projetos segundo o Manifesto Ágil

1 - Prioridade pela satisfação do consumidor por meio de entregas contínuas, de


valor e o mais brevemente possível.

2 - Mudanças de requisitos são bem-vindas mesmo em estágios avançados do


desenvolvimento. Processos ágeis aproveitam as mudanças em benefício da
vantagem competitiva do cliente.

3 - Entrega do produto funcionando em curto período.

4 - Desenvolvedores e gestores devem trabalhar diariamente em conjunto.

5 - Criação de projetos com pessoas motivadas. Confie nelas e dê suporte e ambiente
para que o trabalho seja feito.

6 - O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações em um projeto é


pela conversa “cara a cara”.
7 - Produto funcionando é a principal medida de progresso.
8 - Processos ágeis promovem o desenvolvimento sustentável. Os patrocinadores,
desenvolvedores e usuários devem ser capazes de manter um ritmo constante
indefinidamente.

9 - Atenção contínua à excelência técnica e ao design melhoram a agilidade.

10 - Simplicidade. A arte de deixar de fazer trabalhos desnecessários é essencial.


11 - Os melhores requisitos, arquiteturas e design surgem de equipes que praticam
a autogestão.

12 - Em intervalos regulares a equipe deve refletir sobre como se tornar mais eficaz.
Após a reflexão, deve reajustar-se de acordo com as necessidades percebidas.

E aqui, mais uma vez, vemos a importância da valorização dos indivíduos e de suas interações,
do trabalho colaborativo e do produto funcionando ou do serviço sendo prestado. Com isso, o
resultado seria a agilidade para responder às mudanças.

Assim, pensar em metodologias ágeis não significa excluir o corpo de conhecimento tradicional
de gerenciamento de projetos, mas sim pensar em um conjunto de métodos e práticas que se
somam a ele. Vejamos, então, nove princípios que podem caracterizar o gerenciamento ágil de
projetos (AMARAL, 2011):

1 Aplicar técnicas simples e visuais de gerenciamento (simplicidade).

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2 Flexibilizar o processo para absorver mudanças no projeto.

3 Buscar a excelência técnica.

4 Agregar valor para o cliente e para a equipe de projeto.

5 Utilizar o conceito de iterações e entregas parciais.

6 Promover a autogestão e a auto-organização.

7 Encorajar a tomada de decisão participativa.

8 Encorajar a inovação e a criatividade.

9 Promover a interação e a comunicação entre os membros da equipe de projeto.

1.2 Projetos ágeis e tradicionais: qual é a diferença?

Será que as metodologias ágeis devem ser aplicadas em todos os projetos? Qual a sua percepção
sobre isso?

Os projetos são construídos e gerenciados de acordo com a temática, a complexidade, a


maturidade da equipe e outros elementos do projeto. Assim, é possível afirmar que não há uma
fórmula mágica que indique que para projetos XYZ o ideal é o método tradicional, para projetos
ABC, o método ágil e, para projetos KMN, o método híbrido.

O vídeo a seguir apresenta a diferença entre as metodologias ágil e tradicional para a gestão de
projeto. Conheça as particularidades de cada metodologia para que você tenha subsídios para a
escolha futura de qual método utilizar em seus novos projetos.
CLIQUE E ASSISTE >

1.3 Metodologias inovadoras de gestão de projetos

Em tópicos anteriores, vimos como o PMBOK aborda o gerenciamento de projetos e também


algumas propriedades relacionadas às metodologias ágeis.

A partir de agora, conheça algumas metodologias aplicadas a projetos que utilizam a inovação e
o trabalho em equipe em suas práticas.

1.3.1 Canvas de projeto

É uma ferramenta visual em forma de um quadro, em que as informações necessárias para


conceber o projeto estão dispostas em uma única página, conforme apresentado na figura 9.

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Figura 9 – Canvas de projeto
Fonte: Leandro e Vieira (2018). Disponível em: www.canvasdeprojeto.com.br.

Segundo os criadores dessa ferramenta, Leandro e Vieira (2018), o Canvas de projeto foi idealizado
a partir das seguintes inspirações:

Canvas de modelo de negócios

Desenvolvido por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, inovou a forma de descrição


de como uma organização cria, entrega e gera valor, com uma abordagem visual.

PMCanvas

O Project Model Canvas, criado por José Finocchio Júnior, representou um avanço
na produção de projetos e pode substituir o plano de projetos, conforme Finocchio.

Design thinking

Técnica criativa para solução de problemas não convencionais, aliando o que é


desejável sob o ponto de vista humano, o que é tecnologicamente possível e o que é
economicamente viável.

Programação neurolinguística (PNL)

Criada por Richard Bandler e John Grinder, na década de 1970, nos Estados Unidos,
refere-se ao modo como as ideias e as ações são organizadas, a fim de produzir
resultados.

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Guia PMBOK® e PRINCE2®

Duas abordagens de gestão de projetos. O guia consolida um conjunto de boas


práticas de gerenciamento de projetos. Enquanto o PRINCE2® representa um modelo
de gestão estruturada de projetos mais utilizados no mundo.

Princípio MECE (lê-se: missi)

É um dos diferenciais do canvas de projeto e significa mutuamente exclusivos e


coletivamente exaustivo. Ou seja, não há sobreposição das informações constantes
em cada um de seus itens e não há lacunas, uma vez que o conjunto das informações
constantes no canvas cobre todas as opções de soluções possíveis para um projeto.

Com a finalidade de apresentar as referências utilizadas para a elaboração do canvas de projeto,


os autores Leandro e Vieira desenvolveram um estudo sobre diversos canvas existentes pelo
mundo e produziram um estudo sobre as diferenças e similaridades sobre canvas de projetos no
mundo.

Estudo Canvas de Projetos no mundo: diferenças e similaridades.


CLIQUE E ACESSE >

Figura 10 – Explicação dos blocos do canvas de projeto

O canvas de projeto é constituído por 12 blocos: objetivo, justificativa, benefícios, característica


do produto/serviço, escopo, não escopo, stakeholders, premissas & restrições, riscos, entregas,
datas e investimento.

Vale ressaltar que, ao preencher todo o canvas as informações de cada bloco formam uma
narrativa única e completa de um projeto, respondendo às perguntas:

• Por que será feito? Blocos: objetivo, justificativa e benefícios.


• O que será feito? Blocos: características, escopo e não escopo.

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• Quem? Bloco: stakeholder.
• Como será feito? Blocos: premissas & restrições e entregas.
• Quando? Bloco: datas.
• Quanto? Bloco: investimento.
• E se? Bloco: riscos.

Assista ao vídeo Como transformar ideias em resultados? para conhecer um pouco mais sobre
cada um dos blocos. O vídeo apresenta como utilizar o canvas de projeto para organizar suas
ideias, oportunidades e desafios e alcançar resultados. São abordados os conceitos dos 12 blocos
existentes na ferramenta.
CLIQUE PARA ASSISTIR >

1.3.2. Scrum

Scrum é uma metodologia ágil, originalmente aplicada em projetos de desenvolvimento de


software, e está baseado em algumas características: flexibilidade de resultados e prazos, equipes
pequenas, revisões frequentes e colaboração.

Esse método iterativo2 e incremental1 é sustentado por três papéis principais:

1. Product owner (PO)

Representa os interesses do cliente e, em alguns casos, é o próprio cliente. Responsável


por priorizar e validar os requisitos para desenvolvimento.

2. Scrum master (SM)

Responsável pelo macrogerenciamento e pela garantia de execução de todas as


regras do scrum.

3. Time

Responsável pelo microgerenciamento e pelo desenvolvimento do projeto.


Silva (2016) apresenta, em nove passos, como ocorre o processo de desenvolvimento
de um projeto com o scrum.

As figuras 11 e 11.1 ilustram as responsabilidades de cada um dos três papéis – product owner,
scrum master e time – e o seu desenvolvimento no scrum durante o desenvolvimento de um
projeto.

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Figura 11 – Desenvolvimento de um projeto com scrum
Fonte: Adaptada de Silva (2016)

Figura 11.1 – Desenvolvimento de um projeto com scrum


Fonte: Adaptada de Silva (2016)

Assista ao vídeo indicado para compreender como o scrum funciona na prática. O vídeo Scrum –
Aprenda scrum em 15 minutos aborda o conceito de scrum, seu funcionamento, as cerimônias e
os papéis do product owner (PO), scrum master (SM) e demais envolvidos.
CLIQUE PARA ASSISTIR >

1.3.3 Kanban

O método Kanban é um quadro visual que, em um formato mais simples, possui três colunas: i)
fazer; ii) em andamento; e iii) feito. Quando construído e gerenciado adequadamente, o Kanban
é aplicável à gestão de projetos e pode servir como uma central de informações em tempo real,
destacando o andamento do projeto e eventuais gargalos que possam prejudicar o alcance dos
resultados.

Segundo Barbosa (2020) esse método se sustenta em seis práticas:

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1 Visualize o fluxo de trabalho (workflow): divida o trabalho em partes, escreva cada demanda
em um cartão e tenha uma visão de todo o trabalho que está em andamento. Além disso, nomeie
colunas para ilustrar onde cada demanda encontra-se ao longo do fluxo.

2 Limite o trabalho em progresso: atribua limites explícitos para a quantidade de itens que
podem estar em andamento em cada etapa do fluxo de trabalho.

3 Meça e gerencie o fluxo de trabalho: tenha visibilidade de quanto tempo as demandas


que passam pelo processo têm levado para serem concluídas e remova impedimentos que,
porventura, estejam bloqueando o workflow.

4 Torne as políticas explícitas: defina, divulgue e socialize o processo, assim todos terão uma
clareza de como ele funciona e de como o trabalho realmente é feito.

5 Desenvolva loops de feedback: reduza o tempo do ciclo de feedback, pois quanto mais tardia
a entrega, mais demorada será a geração de valor daquilo que foi trabalhado.

6 Melhore de forma colaborativa: exerça a filosofia de melhoria contínua, promovendo pequenas


alterações nos processos que causem menor resistência às mudanças.

O vídeo a seguir apresenta o conceito e a aplicação de práticas do método Kanban, com ressalva
ao aspecto visual e ao acompanhamento do trabalho em progresso.
CLIQUE PARA ASSISTIR >

Referências
AMARAL, Daniel Capaldo et al. Gerenciamento ágil de projetos: aplicação em produtos
inovadores. São Paulo: Saraiva, 2011.

BARBOSA, Andy. O verdadeiro agile coach: a essência toma forma. Santa Catarina: Agile Institute
Brazil, 2020.

LEANDRO, Wankes; VIEIRA, Helber. Canvas de projeto: como transformar ideias em projetos. São
Paulo: Riemma, 2018.

SILVA, Fabiana Bigão. Gerenciamento de projetos fora da caixa: fique com o que é relevante. Rio
de Janeiro: Alta Books, 2016.

SUTHERLAND, Jeff; SUTHERLAND, J. J. Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do


tempo. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.

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