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Caso Clínico Dermatologia - GABARITO
Caso Clínico Dermatologia - GABARITO
CASO CLÍNICO 1
Você atende um cão (figuras 1 e 2), macho, castrado, da raça Teckel, com 10 meses
de idade, pesando 5kg, no HOVET – UniRitter. A tutora relata que o animal foi adquirido em uma
pet shop há 6 meses e que há 5 meses começou a apresentar prurido e “feridinhas”. Não sabe
informar qual destas alterações observou primeiro. O animal já foi atendido por diferentes
Médicos Veterinários, porém a tutora relata que o cão apresentou pouca melhora com os
tratamentos já realizados (listados abaixo). Ao ser inquerida sobre o prurido, a tutora relata não
ser sazonal e de intensidade (escala do prurido) 7 a 8. O animal não usa roupas, tampouco
recebe aplicação de perfume. O controle de ectoparasitas é realizado com pipetas de fipronil e
metopreno a cada 30 dias, porém controle ambiental não é realizado. Reside em apartamento,
sem contactantes, e passeia todos os dias. A tutora nega ter observado lesões em sua pele. O
cão recebe ração “premium”, apresenta normofagia, normúria, normoquesia e normodipsia. O
protocolo vacinal e de controle de endoparasitas estão atualizados.
Tratamentos anteriores:
Enrofloxacina 50mg: 1/2 comprimido, VO, BID, por 20 dias – em duas diferentes
ocasiões.
Xampu, banhos semanais, cujo nome a tutora não lembra, mas acredita ser peróxido de
benzoíla. Relata também já ter utilizado xampu hipoalergênico.
Cefalexina 300mg: ¼ comprimido, VO, BID, por 20 dias.
Pipeta formulada com ceramidas, colesterol e ácidos graxos: 1 vez por semana.
Ômega 3 por via oral, porém tutora não lembra quantidade.
Aplicações de spray contendo neomicina e acetato de dexametasona spray: 3 vezes ao
dia.
Dexametasona 0,5mg: ½ comprimido, VO, SID, por 9 dias.
FIGURA 1
FIGURA 2
Podem ser observadas pápulas (lesão primária), pústulas (lesão primária), eritema
(lesão primária), colarete epidérmico (lesão secundária) e alopecia (lesão primária ou
secundária).
2. Você realizaria algum exame complementar? O que poderia avaliar com estes exames?
Exame parasitológico de pele para avaliar a presença de ácaros (por exemplo Demodex
canis ou Sarcoptes scabiei).
Demodicidose.
5. Supondo que você observa as imagens abaixo nos exames realizados no atendimento
deste paciente:
Prof. MSc. Daniela Fernandes
A
a) A imagem A representa qual tipo de exame complementar? Como ele pode ser
realizado? Como você interpretaria esse resultado?
Você atende um cão (figuras 1 e 2), fêmea, não castrada, da raça Labrador, com 11
meses de idade, pesando 21,5kg, no HOVET – UniRitter. O tutor relata que o animal tem
apresentado crostas e caspas, além de sangramentos nas bordas das orelhas e ponta do rabo.
Refere que vem sendo tratado para sarna, fez uso de advocate há cerca de 1 mês, porém não
recorda de ter sido realizado exame de pele. Nega prurido. Acha que teve um pouco de melhora,
mas nada muito significativo. Há cerca de dois meses, teve episódios de claudicação. Tutora
refere normúria, norquesia, normodipsia e normafagia (porém acha que era mais “esfomeada”
antes). O animal mora em apartamento, região da Lomba do Pinheiro, convive com outros três
cães que estão bem. No exame físico você observa TR 39,2ºC, linfoadenomegalia, mucosas
hipocoradas, queda de pelo abundante e as lesões observadas nas imagens 1 e 2. Os demais
parâmetros clínicos avaliados se encontram dentro da normalidade.
FIGURA 1
Prof.MSc. Daniela Fernandes
FIGURA 2
Prof.MSc. Daniela Fernandes
FIGURA 3
1. Descrevas as lesões observadas.
Alopecia, eritema, descamação, onicogrifose, crostas.
2. Baseado nos dados fornecidos, qual seu diagnóstico?
Leishmaniose visceral canina.
3. Que outros exames poderiam ser solicitados para obtenção do diagnóstico desta
enfermidade?
Snap (teste rápido), RIFI, ELISA, PCR.
4. Quais os diagnósticos diferenciais deste paciente?
Outras causas de disqueratoses como distúrbios endócrinos ou imunomediados
ou autoimunes (vasculite, pênfigo foliáceo) ou seborreia. Demodicidose. Pensar
em doenças que não tenham como sinal de base o prurido, visto que o animal
não apresentava este sinal clínico.
5. Explique, sucintamente, o ciclo da doença.
Mosquito (flebotomíneo) ao fazer o repasto sanguíneo em um animal positivo
ingere forma amastigota e esta se transforma na forma infectante
(promastigota). Ao fazer o repasto sanguíneo em outro animal ou homem, o
mosquito inocula a forma infectante (promastigota) e esta infecta os macrófagos
e perde o flagelo, se tornando forma amastigota. Ou seja, a forma flagelada,
denominada promastigota, é encontrada nos hospedeiros invertebrados; a
forma aflagelada, amastigota, está presente nos hospedeiros vertebrados. A
forma promastigota se caracteriza por flagelos extracelulares; a amastigota é
intracelular obrigatória das células do sistema fagocítico mononuclear do
mamífero hospedeiro.
6. Há tratamento disponível para esse paciente? Cite vantagens e desvantagens.
Já há opção de tratamento para cães (miltefosina – Miltefuran da Virbac),
lembrando que não podem ser utilizados fármacos de uso em humanos. É
importante destacar que o tratamento é multimodal. O tratamento consegue
conter o quadro clínico, porém não é possível obter cura parasitológica do
paciente, de forma que ele seguirá sendo uma fonte de contaminação. Além
disso, o tratamento é oneroso e requer acompanhamento contínuo.
7. Quais são as medidas de controle e prevenção desta doença?
Os animais devem usar produto repelente, como coleiras à base de permetrina.
Deve-se manter os animais intra-domiciliados no amanhecer e entardecer
(devido aos hábitos vespertinos do mosquito), evitar acúmulos de matéria
orgânica em pátios, telar canis/casa. A vacinação previne a doença, porém não a
infecção, ou seja, animais vacinados podem ser contaminados e servir como
fonte de contaminação de vetores. Dessa forma, mesmo animais vacinados
devem ser encoleirados e mantidos em ambiente fechado. A eutanásia é
indicada para animais positivos que não possam receber tratamento ou serem
submetidos às demais medidas preventivas.