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O termo grego “ekklesía”, no latim “ecclesia”, do qual “Igreja”, significa aviso de

convocação, assembleia reunida. A Igreja é descrita na Lumen Gentium (LG) 8 como


sinal e sacramento de salvação, ou seja, torna visível na história uma realidade
invisível: a íntima união com Deus e a unidade de todo o gênero humano.

A IGREJA, CORPO MÍSTICO DE CRISTO

Com efeito, pelo Batismo somos assimilados a Cristo; «todos nós fomos batizados no
mesmo Espírito, para formarmos um só corpo» (1 Cor. 12,13).

A igreja é desígnio de Deus, o que significa que ela estava presente no coração de
Deus desde sempre, e isso é, claro, um mistério.

Mas a igreja é também inserida na história humana. Por isso nós podemos
compreender a sua origem e desenvolvimento.

“Assim como a vontade de Deus é um ato e se chama mundo, do mesmo modo a sua
intenção é a salvação dos homens e chama-se Igreja” Clemente de Alexandria.

O CONTEXTO

Um ponto chave para entendermos os primeiros anos da Igreja é a compreensão do


Império Romano, pois ele será fundamental para expansão e propagação do
evangelho aos quatro cantos do mundo conhecido nos primeiros anos da era cristã. O
Império Romano foi o maior império já existente no mundo, seu surgimento ocorreu
em 753 a.c estendendo-se até 476 d.c.

Quando Nosso Senhor morreu em uma cruz para a nossa salvação, o imperador do
Império Romano era César Augustus Tibério. O Império Romano era dividido em
várias províncias, nas quais havia representantes do imperador que governavam o
povo segundo a sua vontade. O governador da província da Judeia era o procônsul
Pôncio Pilatos. Os romanos, quando dominavam uma nova nação, mantinham
a cultura local com o objetivo de evitar conflitos internos. Desse modo, a
Judeia continuava com o seu rei, mas que não detinha poder algum, sendo apenas um
homem de família importante colocado pelo próprio Império Romano no poder. A
família escolhida pelo Império Romano havia sido a de Herodes, o Grande, mas no
tempo de Jesus Cristo o rei dos judeus era Herodes Agrípa, neto de Herodes, o
Grande.

O “NASCIMENTO” DA IGREJA

A missão dos apóstolos começou na festa de Pentecostes, também chamada de


Festa da Colheita ou Festa das Primícias (Êxodo 34, 22). Nesse dia, os apóstolos
estavam reunidos com Nossa Senhora, quando "De repente, veio do céu um ruído,
como se soprasse um vento impetuoso...” Atos 2, 1-

Pentecostes como contraponto à Babel.

1 . André – crucificado.

Padroeiro da Escócia e da Rússia.  Irmão de Simão Pedro.


Foi o primeiro dos apóstolos a receber o título de “Pescador de Homens” e a recrutar
novos discípulos para o Mestre.
Após a ascensão de Cristo, a Escritura cala por completo a seu respeito.
Foi o fundador das igrejas na Acaia onde, pelo que consta, foi crucificado numa cruz
em forma de X.
2 . Bartolomeu – surrado, esfolado e, depois, crucificado.

São João o chama de Natanael ou Nataniel que, em hebraico ,  significa   “Deus   (El)


deu (nathan)”.  Nasceu em Cana , da Galileia  e foi apresentado a Jesus pelo apóstolo
Filipe. Pregou na Índia, onde levou muitos homens á conversão.

3 . Tiago Menor (filho de Alfeu) – apedrejado até a morte.


Foi bispo de Jerusalém após o martírio de Tiago Maior, ano 42 e morreu em 61 ou 62.

4. Tiago Maior ( filho de Zebedeu ) – decapitado.


Foi o primeiro evangelizador da Espanha. Era primo consangüíneo de Cristo.

5. João – morreu por velhice.


Irmão de Tiago Maior, era também pescador e foi o autor do 4º evang e do
Apoc. Segundo a tradição, sob o imperador Domiciano, foi colocado dentro de uma
caldeira com óleo fervendo, mas saiu ileso. Em Patmos, para onde foi degradado,
escreveu o Apoc e, segundo consta, viveu e morreu em Éfeso, onde foi sepultado.

6. Judas (não o Iscariotes) – foi apedrejado até a morte.

Judas Tadeu nasceu na Galiléia. Seu pai era irmão de São José e sua mãe era
prima-irmã de Maria, a mãe de Jesus. Pregou o Evangelho na Judéia , em
Samaria , na Iduméia e na Mesopotâmia. Segundo alguns textos apócrifos, teria
sido êle o esposo nas núpcias de Caná (bodas de Caná), o que explicaria a presença
de Maria e de Jesus naquele contexto.

7. Mateus – perfurado com lanças até a morte.

Também chamado Levi, era coletor de impostos e foi o autor do 1º evangelho.


Outras fontes referem que Mateus teria sido martirizado por apedrejamento,
queimado e decapitado na Etiópia.

8. Pedro – crucificado de cabeça para baixo.

Era chamado Simão Bar Jonas (Simão ,filho de Jonas ), mas teve o seu nome
trocado por Jesus para Pedro, por ter sido escolhido como chefe da cristandade aqui
na terra.
Era natural de Betsaida , irmão de André , e selou o seu apostolado com o
próprio sangue, pois foi martirizado e, a seu próprio pedido, crucificado de cabeça
para baixo, por não se julgar digno de morrer da mesma maneira que o seu Senhor.

9 . Filipe – crucificado.

Natural de Betsaida. Por tradição afirma-se que Filipe morreu crucificado aos 87 anos,
em Gerápolis, no tempo do imperador Domiciano.

10. Simão Zelota (o Cananeu) – crucificado.


É o mais desconhecido de todos os apóstolos. Dele a bíblia só conserva o nome.
Segundo Egesipo, teria sofrido o martírio durante o império de Trajano, no ano de
107, quando já contava com a idade de 120 anos.
11. Matias – apedrejado até a morte.

Escolhido pelos discípulos , por sorte , para ocupar o lugar que era de Judas
Iscariotes que se suicidara.

12. Judas Iscariotes – suicidou-se por enforcamento.

SÃO PAULO

São Paulo é um dos apóstolos mais importantes da história da Igreja Católica. Apesar
de não fazer parte dos 12 apóstolos, sua missão, seus escritos e os ensinamentos que
ficaram registrados em suas cartas marcam um novo momento na Igreja Católica, pois
fornece as bases de nossa doutrina e da união entre a filosofia antiga grega e o
cristianismo.

1° viagem: Antioquia – Turquia


2° viagem: Grécia – Corinto, Filipos, Tessalônica.
3° viagem: Jerusalém.

Em sua última viagem, São Paulo vai para Jerusalém pregar o evangelho nos lugares
públicos judaicos e acaba sendo preso e levado à Roma, por volta do ano 61-62.
Contudo, no ano 67, acaba sendo preso novamente e, nesse período, quem
comandava o Império Romano e que estava perseguindo fortemente os cristãos era
Nero. Nesse mesmo ano, Paulo é decapitado, se tornando mais um mártir para Cristo.
“Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (II Tm 4, 7).

AS PRIMEIRAS COMUNIDADES CRISTÃS – 4 características


1° O sacramento do Batismo

O sacramento do Batismo, marcava não apenas a redenção dos pecados, mas


também o início de uma nova vida, da vida como um cristão.

Daniel Rops: “as primeiras Igrejas consideravam indispensável o batismo e que todo
novo adepto recebesse no momento de sua admissão”. (ROPS, 2014, p.22).

2° Imposição das mãos

Essa pratica já era realizada pelos judeus, no Antigo Testamento.

3° Comunhão

A partilha do pão, como gesto de união, era uma prática comum entre os judeus.
Contudo, as primeiras comunidades resinificam este evento, pois não é apenas uma
refeição, mas a celebração da própria memória de Cristo. Essa celebração Eucarística
é o meio no qual os primeiros cristãos perceberam que eram muito mais do que uma
reunião de amigos, mais do que um grupo de religiosos, mais do que uma escola de
mestres. Eles eram uma sociedade que vivia por Cristo, com Cristo e em Cristo. Eles
eram verdadeiros santos, eles eram Igreja.

4° Ágapes Fraternos

O amor era marca registrada das primeiras comunidades, na qual todos os primeiros
cristãos largavam suas vidas passadas, vendiam seus bens e os entregavam para o
bispo, vivendo todos juntos, de forma igualitária, recebendo segundo a sua
necessidade. Expectativa do Maran tha, a espera da segunda vinda de Cristo.

A ERA DOS MÁRTIRES


 A primeira perseguição aos cristãos organizada pelo governo romano ocorreu sob o
imperador Nero, em 64 d.C., após o Grande Incêndio de Roma. O edito de
Tolerância foi emitido em 311 d.C. pelo imperador romano Galério, encerrando
oficialmente a perseguição diocleciana ao Cristianismo no Oriente. 

Nero (54-68), Domiciano (81-96), Trajano (98-117), Adriano (117-138) e Marco


Aurélio a Maximino, o trácio (161-238)

“... Para se livrar do relatório, Nero apoderou-se da culpa e infligiu as torturas mais
requintadas a uma classe odiada por suas abominações, chamada Cristãos[37] pela
população. Cristo, de quem o nome teve sua origem, sofreu a penalidade extrema
durante o reinado de Tibério nas mãos de um de nossos procuradores, Pôncio Pilatos,
e uma superstição mais travessa, assim verificada no momento, novamente eclodiu
não apenas em Judeia, a primeira fonte do mal, mas mesmo em Roma, onde todas as
coisas hediondas e vergonhosas de todas as partes do mundo encontram seu centro e
se tornam populares. — Tacitus' (senador e historiador romano )

Os Cristãos romanos se reuniam nas catacumbas e ali permaneciam firmes na fé que


lhes foi transmitida

Com a passagem em 313 d.C. do Edito de Milão, cessou a perseguição de cristãos


pelo estado romano

380 – Edito de Tessalônica: Estabeleceu que o cristianismo tornar-se-ia,


exclusivamente, a religião de estado, no Império Romano, abolindo todas as práticas
politeístas dentro do império e fechando templos pagãos.

A partir de então o cristianismo se estabelece no coração do Império Romano. É o


inicio da cristandade.

A Igreja e o Estado passam a constituir um sistema único de poder e legitimação. O


ponto alto foi o reinado de Carlos Magno, da dinastia carolíngia.

PATRÍSTICA

A Patrística recebeu esse nome por abrigar os primeiros padres, "pais", da Igreja
Católica e, em seu início, essa Filosofia serviu ao pensamento cristão por meio das
apologias do cristianismo, pois o pensamento cristão, ainda no século III d.C., não era
bem difundido na Europa.

Foi a partir dos escritos dos grandes padres da Igreja ( daí o nome patrística, que o
pensamento teológico cristão se estabelece.

Padres apostólicos (Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna)

Padres apologistas (Justino, Ireneu de Lião, Clemente de Alexandria, Orígenes…)

Fase de “maturidade” da patrística (Basílio, Agostinho, Jerônimo…)

1. Arianismo

Combatida por São Basílio Magno. Sua idéia principal era que o Filho de Deus, o Logos
do Pai e Sua Sabedoria não é igual a Deus Pai. Em vez de ser Deus, ele é apenas uma
criatura feita do vazio como o resto do mundo. Ário ensinou que o Pai nem sempre foi
o Pai: Ele se tornou o Pai depois da criação do Filho, então houve um tempo em que o
Filho não existiu.

2. Nestorianismo

O fundador dessa heresia foi Nestório, o arcebispo de Constantinopla que viveu na


primeira metade do século V. Segundo Nestório, Jesus não é apenas um Deus-homem
com duas naturezas: o Divino e o humano, mas também contém duas personalidades:
uma nascida humana por Maria e a divina, nascida de Deus além de todo o tempo.
Quando Jesus Cristo veio ao mundo, não foi a Encarnação da Palavra de Deus que
assumiu a natureza humana: foi uma união entre Deus como uma pessoa e o homem
como outra pessoa no corpo de Jesus Cristo durante o seu batismo. Liturgicamente,
seu erro dogmático se refletia em chamar a Santíssima Virgem de Christotokos
(Portadora de Cristo), não de Theotokos (Portadora de Deus). Este ensinamento teve
a oposição de São Cirilo de Alexandria e do Terceiro Concílio Ecumênico, realizado em
Éfeso em 431. O Concílio aprovou a posição de São Cirilo porque, de acordo com a fé
apostólica, Cristo possui tanto a natureza Divina como a humana. enquanto, ao
mesmo tempo, é uma pessoa.

3. Monofisismo
Essa heresia surgiu como uma reação à heresia nestoriana, Essa heresia nega que
Jesus Cristo fosse plenamente humano e, portanto, torna impossível a santificação e a
theosis de nossa natureza, que deve ser idêntica à natureza humana de Cristo. A
resposta da Igreja a essa heresia foi moldada pelo Quarto Concílio Ecumênico de
Calcedônia.

CISMA DO ORIENTE

“Cisma do Oriente” foi o rompimento que ocorreu em 1054 d.C.,


entre as Igrejas Católicas do Oriente e a do Ocidente.

Ocorreram desavenças, desigualdades políticas e culturais entre as igrejas de Roma e


de Constantinopla. Entre 456 e 867 discordaram quanto à inclusão feita no Credo
Apostólico (filioque) [o Espírito Santo procede do Pai e do Filho? (posição latina) ou
procede do Pai pelo Filho? (posição grega)] , por questões litúrgicas e disciplinares,
havendo um distanciamento constante entre as duas vertentes católicas e disputas
pelo poder econômico-político nas regiões mediterrâneas.

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