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Quadrinhos, Cinema e Ensino de História A Percepção Dos Docentes
Quadrinhos, Cinema e Ensino de História A Percepção Dos Docentes
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7ª Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão “A SIEPE é um evento anual da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) que integra o Ensino, a Pesquisa e a Extensão que
tem a finalidade de promover e estimular a interação entre professores e professoras,
estudantes de graduação, educação profissional, ensino médio e pós-graduação, servidores
técnico-administrativos, servidoras técnico-administrativas e comunidade em geral.” Texto
disponível no site: http://www.siepe.ufpr.br/index1.htm Acesso: 27/06/2016.
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Entrevistado 1: Gasparin Arruda; 29; Graduação em História pela UFPR;Professor
de História; Atua na Escola Madre Cecília Cross.
Entrevistado 2: Thiago Augusto de Martins Oliveira; 29; Graduação em História pela
UEPG; Professor de História; Atua no IFPRCuritiba.
Entrevistado 3: Edgar Robério Sanches; 61 anos; Graduação em Administração,
Filosofia e História pela Unioeste; Professor de História e Filosofia; Atua nos
Colégios Bento Munhoz da Rocha Neto e CEBEJA Campo Comprido
documento histórico e recurso didático é mais difundida segundo os entrevistados, e
como aponta o professor Thiago Augusto Oliveira, mesmo que a problemática sobre
o uso não seja a mesma, a preocupação de se repensar a aprendizagem do
conhecimento histórico leva os profissionais da área de História a discutir meios de
se aprimorar e inovar este processo educacional, tendo em vista principalmente o
uso dos quadrinhos, apontados como os menos referenciados e indicados entre as
mídias nos livros pedagógicos.
Ponto que corrobora com certa ausência apontada pelos professores, em
materiais didáticos como os livros escolares, de referências que abordem uma
metodologia para o uso de quadrinhos e filmes, já que mesmo com o progressivo
aumento de referência fílmica nestes materiais, uma abordagem mais especializada
não é facilmente encontrada. Assim, para o bom aproveitamento e utilização destes
recursos, os professores argumentam que os materiais precisam apresentar suporte
mais apurado, que possibilite um planejamento bem arquitetado capaz de ampliar a
perspectiva do estudante sobre esses recursos visuais tão caros ao seu cotidiano e
pouco debatidos no ambiente escolar. Sobre isto ainda, é pontuada a necessidade
de se incentivar e elaborar mais conteúdos pedagógicos que problematizem e
abordem estas outras mídias. Para esses docentes, estes materiais aproximam a
linguagem e consequentemente a transmissão de conhecimento, entre professor e
estudantes. Entre outras coisas, há a relação de aprendizagem mútua entre
educador e educando, salientada pelos profissionais, durante a utilização destes
recursos em sala de aula.
Logo através da pesquisa, foi possível pensarmos a relação entre quadrinhos
e cinema na formação dos professores, buscando entender de que maneira nossas
atividades podem corroborar, em longo prazo, para difundir e ampliar o uso destas
mídias produzindo um material didático que nos ajude a somar nossas experiências
em sala, com o acúmulo adquirido pelo contato com demais educadores de História.
Um apontamento geral dos entrevistados foi a falta de equipamentos
adequados para a utilização de filmes em aula. Porém, o recurso fílmico ainda é a
preferência entre os docentes, seja por ser o objeto de estudo da pós-graduação,
como no caso de Arruda, ou por ser mais atrativo, e assim, prender mais a atenção
dos alunos, como afirma Sanches. De todo o modo, os filmes são alinhados a
atividades pedagógicas com o intuito de relacioná-lo com o conteúdo da História.
De igual forma ocorre com os quadrinhos: são dados de maneira a reforçar o
conteúdo didático já trabalhado. Entretanto, é utilizado por apenas dois dos três
entrevistados, sendo que apenas um deles busca utilizar-se de quadrinhos que vão
além do comum, como Mafalda, por exemplo – Oliveira utilizou-se de quadrinhos de
Robson Vilalba, ganhador do prêmio do Instituto Vladimir Herzog, e de uma versão
em quadrinhos da obra de Lila Schwarcz, “As Barbas do Imperador”. Os pontos
negativos em trabalhar com os quadrinhos, apontado pelos docentes que se utilizam
desse meio, são díspares. Para um, os alunos não se mostram muito interessados
em ler e interpretar quadrinhos; para outro, trabalhar com quadrinhos que vão além
daqueles comumente representados em material didático, se torna difícil devido ao
acesso a esse material complementar, além dos direitos autorais para reprodução
serem, por vezes, também um impeditivo ou um elemento dificultador.
Como a temática central do programa, o uso de cinema e quadrinhos na sala
de aula é a pedra fundamental pela qual este projeto se pautou. Desde um primeiro
momento houve uma grande leitura bibliográfica sobre estas duas mídias que para
tantos professores serve de ilustração ou é mais um enigma do que uma ferramenta.
Utilizamos no projeto autores internacionais consagrados como Robert Rosenstone
e Marc Ferro, mas também demos especial atenção à produção nacional sobre o
tema, utilizando a visão brasileira de como este ensino possa ou deva ser feito. As
discussões sobre a validade do uso dos quadrinhos e cinema foram feitas e delas,
os bolsistas conseguiram avaliar uma série de produtos e produzir os seus próprios.
O projeto tem por objetivo final a elaboração de um material didático
destinado aos professores, especificamente. Nele, serão abordados discussões
sobre o uso de cinema e quadrinhos em sala de aula e proposta uma metodologia
de uso desses recursos pelo professor. Nesse sentido, a pesquisa qualitativa
aplicada aos três professores anteriormente citados e a pesquisa quantitativa, que
estará sendo feito ao longo do evento ANPUH, servirão como guias para orientar a
elaboração e as problemáticas que serão tratadas no material didático. Como por
exemplo, buscaremos contemplar em nosso material uma metodologia que
demonstre a possibilidade do uso dessas fontes no processo pedagógico não só de
maneira complementar e ilustrativa, como foi apontado em algumas pesquisas, e no
caso dos quadrinhos, que apresente maneiras de tornar essa mídia tão atrativa
quanto outras aos alunos.
Referências:
ROSENSTONE, Robert A. A história nos filmes, Os filmes na história. Tradução
de Marcello Lino. 1ª Edição. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
FERRO, Marc. Cinema e história. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1992.