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Secretaria Geral de Educação e Cultura

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CONSTITUIÇÕES

INSTITUTOS
£

REGULAMENTOS GER.\ MAÇONICOS.


ESTATUTOS
INSTITUTOS
E

DOS ANNOS DE 1762 E 1780


(KRA TULGAU)

PUBLICADO 1'OR ORDLIM 1)0

i í t . \ |jJoír.\ £utp.\ Cane.-, no ária bo *.


© r . \ òo flrtwU.

Mio d e « l a M c i r o
T I P . DE J. X. DE S. MENEZES, TU A DO CANO N. 165

1857
E M N O M E D O M U I T O S A N T O E G R A N D E A R C H / . DO I I / .

O K D O All CHAO.
O Muito Pod.-. Supiv. Gone.-, dos P P P . \
S S S . \ GGG.-. III.-. G G G . \ 33° e ultimo gráo do
P i i t . E s c . - , ant.-, c ac.-. para o Imp.-, do Brasil,
cm virtude do que dispõe o art.-. 5°, cap.-. 2° da
Lei organica do G r . \ O r . , do Brasil, sanccionada
-

aos 6 dias do 12° mez do anno 585/4:

DECRETA.

ART.-, ÚNICO. Ficão cm inteira obscrvancia as


Const.-., Estat.-., Inst.-, e Regul.-. Ger.-. da
Ord. •. Mac. •., dados em Bordeaux no anno dc 1762,
c cm Berlim no anno de 1786, era vulgar; para
o que serão reimpressos c publicados no Circ.-.
vr
O Pod.-, e 111.-. Ir.-, C.r.-. Sorrel.-, d o r . ' .
Adj.-. do St.-. Imp.-, fica encarregado da execução
(lo presente decreto.
Dado em asseir.bléa do Supiv. Cone.-, no seio
do Gr.-. Or.-, do Brasil, em o l dia do 8° niez do
ü

anno de V . \ L.-. 5856, debaixo da abob.-. cel.-.


corresp. ao zenith 23° L a t . \ Sul.

M.\ de Abrantes, Gr--. M.\ Gr/. Com.-.


João Antonio de Miranda, 33-
José Maria da Silva Bitencourt, 33.
Manoel Joaquim de Menezes, 33.
Antonio Fernandes Vaz, 33.
Dr. Joaquim José de Carvalho, 33.
Paulo Fernandes Vianna, 33.
Antonio Lopes Rodrigues, 33.
Manoel Rodrigues de Almeida, 33.
Felippe Damazio Gonçalves leite, 33.
Antonio Dias de Souza Castro, 33.
Ihrtj Germack Possolo, 33,
Secret.-. Geiv. Adj.-. do St.-. Imp.-.
INSTITUTOS
E

EEGULAMEMOS Gliü.-. MAÇON1COS.

M. t .

Em consequência da deliberação do 6 dia da o*


o

semana da 7 lua da era hebraica 5762, ou da era


a

vulgar 1702, são estes Regulamentose Constituições


rectificados para serem observados pelo Soberano
Grande Consistorio dos Sublimes Cavalleiros Prín-
cipes da Maconeria, e por todos os conselhos regu-
larmente constituídos cm os dous heiiiisplierios,
transmittidos ao Muito lllustre Ir. •. de Crasso Tilly,
Crande Inspector de todas as Lojas era os dous
mundos.
_ 8—
E' indubitável que todas as sociedades tem rece-
bido innumeros benefícios dos assíduos trabalhos
dos Sublimes Cavalleiros Príncipes da Maçoneria ;
julgam pouco todo o cuidado e precauções a que se
clles tèem dado para sustentar-lhe a dignidade, tor-
nar duradouras as boas m a x i m a s e conserva-las illc-
sas dos abusos que pode a depravação do século
presente nellas introduzir.
Ainda que tenha esta ordem real e sublime sem-
pre sido com applausos o gloria sustentada pela
prudência de suas constituições secretas, tão anti-
gas como o mundo , todavia torna-se indispensável
fazer nellas reformas accommodadas ao tempo em
que vivemos. Mui diversa era a maneira de viver
dos nossos antigos patriarchas, que foram educados
no seio da perfeição, em que foram nossos pais pelas
mais perfeitas mãos crcados.
Nestes tempos felizes, a pureza, a innocencia e
candura guiavam o coração como naturalmente pela
senda da justiça c perfeição; porém a perversão
dos costumes, causada pelas desenvolturas do cora-
ção e espirito humano, destruindo, com o volver
dos tempos, todos os germens de virtude, a inno-
cencia e candura, que formam as suas solidas bases,
tèem insensivelmente desapparccido c deixado a cs-
pecie humana nos horrores da miséria, da injustiça
e imperfeição.
ESno foi comtudo geral a corrupção cm os antigos
patriarchas, primeiros cavalleiros ; escaparão aos
numerosos cachopos que lhes ameaçavam naulrugio,
—9—
e conservarão-se naquelle estado feliz de justiça c
perfeição que têem de idade a idade transmittido,
revelando os seus sacros mysterios áquelles somente
que julgavão dignos, e cm os quaes permiítiu o
Eterno que fossemos iniciados.
Conseguintemcnte, para conservarmo-nos, assim
como a todos os cavalleiros sublimes príncipes nos-
sos irmãos, neste feliz estado, e por seu conselho,
resolveu-se, quiz-se e de termino u-se que além das
antigas e secretas constituições da augusta ordem
dos sublimes príncipes, o que será sempre e restric-
tamente observado e nunca coinmunicado aos pro-
fanos christãos, nem mesmo aos maçons abaixo dos
gráos de cavalleiro príncipe de Jerusalem, gram pa-
triareba noacbita cavalleiro do real machado, prín-
cipe adepto c de commendador da aguia negra; e,
por meio desta precaução, conhecer-se se os irmãos
assim admittidos possuem as qualidades necessárias
ao gráo sublime.
As presentes Constituições c Regulamentos devem
ser com exactidão executados c guardados em todos
os pontos e artigos, como para adiante se vô.

AHTIGO 1.

Como é a religião um culto de deveres necessa-


riamente devidos a Disus todo poderoso, pessoa al-
guma será em os mysterios sagrados deste gráo su-
blime iniciada, sem que seja submissa aos deve-
is
— 10 —
res da religião do paiz cujos venerandos princípios
deve ter recebido, e isto deverá ser certificado por
Ires cavalleiros principes; que seja filho de pais
livres; que goze de uma reputação a toda a prova;
que tenha como tal sido aclmittido em os preceden-
t e s g r á o s da Maçonaria, e tenha sempre dado provas
de obcdicncia, submissão, fervor, zelo e constancia;
alfim que seja livre de contrahir as obrigações da
venerável cavalleria quando for admittido ao gráo
sublime da suprema perfeição, e por consequência
capaz de cumpri-las com exactidão, e obedecer ao
gram soberano commendador, seus officiaes, e ao
poderoso e soberano grande eleito dos sublimes
príncipes congregados.

ART. I I .

A arte real, 011 a sociedade dos maçons livres e


aceitos, é dividida por ordem em vinte e cinco gráos
conhecidos e approvados: o primeiro c inferior ao
segundo; este ao terceiro, c a assim por diante suc-
cessivamente até ao vigesimo-quinto, que é o subli-
me c ultimo gráo que tem poderio sobre todos os
outros sem excepção. Todos os gráos são distribuí-
dos em sele classes, pelas quaes se não pôde deixar
de passar, nem de seguir exactamente a ordem, tem-
pos c distancias entre cada gráo, divididos por nú-
meros mysleriosos como se segue :
__ 11 —
I Classe, compre hcndendo os 3 grãos.
a

I Para chegar-se ao gráo de aprendiz,


o

sujeito ao companheiro, exigir-se-ha. . . . o mezes


2 O companheiro c o aprendiz são su-
o

jeitos ao mestre; para chegar-se de apren-


diz ao de companheiro exigir-se-ha. . . . 5 »
3 O mestre e os gráos precedentes são
o

sujeitos ao 4% e para passar do gráo de


companheiro ao de mestre será necessário 7 »
Total 15 mezes

2 Classe, comprehendendo
a 5 gráos.
li' Para chegar ao gráo de mestre se-
creto 3 mezes
5 De mestre perfeito
o 3 »
6 De secretario intimo
o 3 »
7 De preboste e juiz
o 5 »
8 De intendente
o 7 »
Total 21 mezes

3 Classe, comprehendendo 3 grãos.


a

9 De mestre eleito dos nove


o 3 mezes
10° De illustre eleito dos quinze. . . 3 »
11° De sublime cavalleiro eleito. . . 1
Total 7 mezes
_ 12 —
i' Classe, comprekcndcndo 3 grãos.
i i ' Dc grão mestre arcliitecto . . . . 1 íncz
1 ;>" Do cavalleiro da real arca. . . . o »
! !\° De grande eleito 1 »
Total 5 mezes

5" Classe, comprehendendo ,5 grãos.


15° De cavalleiro do Oriente I mez
16" De príncipe de Jerusalem . . . . t »
17° De cavaüeiro do Oriente e Occi-
dente 3 »>
18" De soberano príncipe Rosa-cruz . 1 »
19° De gram pontífice , mestre ad
vi Iam 3 »
Total 9 mezes

Ga Classe, comprehendendogrãos.
20° De gram patriareha noacliita. . . 3 mezes
21" De gram mestre da chave daMaço-
neria 3 «
22" De príncipe do Líbano ou cavallei-
ro do real macliado . 3 »

Total 9 mezes
— 13 —
7 Classe, comprchendenclo 3 grãos.
a

23° Dc soberano príncipe adepto. . . 5 mezes


2/r De gram commeiidador da aguia
negra 5 »
25° De soberano príncipe do real se-
gredo 5 »

Total 15 mezes

Todos estes gráos, em os quaes se deve iniciar


cm um mysterioso numero de mezes para chegar-
se a cada um gráo successivamente, prefazem o nu-
mero de 81, 8 c 1 fazem 9, como 8 e 1 exprimem
81, como 9 vezes 9 são 8 1 ; todos números perfei-
tos, e muito differentes de 1 e 8, que fazem 9 como
1 e 8 compoem 18, como 2 vezes 9 são 18 ; por-
quanto ha números imperfeitos, c esta combinação
é imperfeita ; porém um franc-maçon que tem preen-
chido o seu tempo colhe alfim a rosa maçónica.
Porém se, cm alguma oceasiâo, tiver um irmão
faltado ao zelo e obediencia, não poderá alcançar
gráo algum, ate que se mostre submisso,, implore
vénia do seu erro, e prometia extrema exactidão
e exemplar submissão, sob pena de ser excluído
para sempre e de ser seu nome riscado da lista dos
verdadeiros c legítimos irmãos.
— If, —

A M . III.

O soberano gram consistório dos sublimes prín-


cipes de real segredo é composto de todos os pre-
sidentes dos concelhos particulares, e regularmen-
te instituídos em as cidades de Pariz e Bordeaux,
o soberano dos soberanos, ou seu deputado geral ou
seu representante, á sua testa.

Aut. IV.

O soberano gram consistório dos sublimes prín-


cipes de real segredo congregar-se-ha quatro vezes
por anno, c chamar-se-ha gram concelho trimensal
de corara imicação, que será feito cm 25 de Junho,
21 de Setembro, 21 de Março e 27 de Dezembro.

ART. Y .

Em o dia 25 de Junho será composto o sobera-


no gram consistório de todos os presidentes dos con-
celhos privados de Pariz e Bordeaux, ou de seus re-
presentantes, neste dia somente, com os dous prín-
cipes grandes oíMacs, que são os ministros cie es-
lado generaes do exercito que tèem unicamente o
direito de propor sem voz deliberativa.
— 15 - -

A nr. VI.

Todos os annos, cm 27 de Dezembro, o soberano


gram consistório nomeará 1G oííiciaes, a sabpr :
2 Representantes do lugar-tenente gram coin-
mendador.
2 Grandes officiaes, que são o grande orador e o
general do exercito,
1 Guarda dos selios e dos arcliivos.
1 Gram secretario geral.
1 Secretario para Pariz e Bordeaux.
1 Secretario para as províncias e paizes estran-
geiros.
1 Grande arcliitecto-eugenheiro.
1 Gram medico-hospitaleiro.
7 Inspectores, que se reuniráõ sob as ordens do
soberano dos soberanos príncipes, presidente ou
seu substituto geral, completando o numero 17, á
que irrevogavelmente ficará fixado o numero dos
officiaes do soberano gram consistorio dos sublimes
príncipes de real segredo, que serão escolhidos
d'entre os príncipes do concelho privado cios prínci-
pes de Jerusalem, regularmente instituído em Pariz
c Bordeaux; c, na falta de soberanos e sublimes
grandes cavalleiros para completar o numero, o
soberano dos soberanos príncipes, ou seu deputa-
do geral, fará nomear outro cm um grande consis-
_ 1G _
torio congregado, composto pelo menos de 18 prín-
cipes presidentes do consistório particular de Pariz
e Bordeaux.
ART. V I I .

Cada grande official ou dignatario do soberano


gram consistório terá uma patente da dignidade
para a qual liver sido nomeado, e nesta se marcará
a duração de suas funeções, assignada por todos os
grandes officiaes e pelos do soberano gram consis-
torio dos sublimes príncipes, timbrada c sellada.

ART. YI1T.

Além das quatro assembléas de communicação,


lar-sc-ha em os dez primeiros dias de cada mez,
pelos grandes officiaes dignatarios do soberano gram
consistório dos príncipes sublimes, ura concelho
para regulamentar os trabalhos geraes c parciaesda
ordem, salva a appellação ao grande concelho.

ART. I X .

Na assembléa do grande concelho de communica-


cão, assim como 110 concelho privado, todos os nc-
gocios serão decididos á pluralidade de votos: terá
clous votos o presidente, e os demais membros um.
— 17 —
Sc nesta assembléa for um membro admittido, por
dispensa, ainda que seja príncipe sublime, membro
do gram consistório, não terá voto, e não dará o seu
assenso sem permissão do presidente.

ART. X.

Todos os negocios levados ao soberano gram con-


sistório dos sublimes príncipes serão alai decididos,
e os regulamentos executados; salva a ratificação
ao proximo concelho de communicação.

A nr. XI.

Quando se congregar o grande concelho de com-


municação o grande secretario será obrigado a le-
var todos os registros correntes, e dar conta de to-
das as deliberações e regulamentos feitos naquelle
trimestre, para serein approvados; e, se se derem
obstáculos á sua approvação, nomear-se-hão nove
commissarios, perante os quaes os oppositores
dirão, por cscriptfl, os motivos por que se oppoem,
para que se possa igualmente responder por escripto,
e que, segundo o parecer dos ditos commissarios ,
seja submettido á consideração do grande concelho
de communicação seguinte, e no interval^ desta
deliberação e do supramencionado regulamento
serão por ordem executados.
— 48 —

A m . XII.

O grande secretario geral terá um registro para


Pariz c Bordeaux, e outro para as províncias e
paizes estrangeiros, contendo os nomes dos conce-
lhos particulares por ordem de antiguidade, a data
de suas constituições, o estado de seus nomes, gráos,
dignidades, qualidades civis e residencia dos m e m -
bros, conforme aos enviados pelos nossos inspecto-
res ou seus deputados, e o direito de precedencia
de cada um concelho; outrosim o numero das lojas
regulares de perfeição estabelecidas sob o governo
dos nossos inspectores ou do consistório dos subli-
mes príncipes; o titulo das lojas, a d a t a d a s suas
constituições, o estado de seus titulos, gráos, offi-
cios, dignidades, qualidades civis e residencia dos
membros, conforme aos que forem dados pelos
nossos inspectores ou seus deputados.
Em o grande concelho de communicação marcar-
se-ha o dia da recepção do presidente em os con-
celhos particulares.

A M . XI íí.

O grande secretario terá particularmente um re-


gistro contendo todas as deliberações e regulamentos
leitos pelo grande concelho de communicação trimen-
sal, e neste mencionar-se-lia todos os ncgocios expc-
— 19 —
(lidos cm o supradito concelho, todas as cartas re-
cebidas, o objecto e a resposta.

ART. X I Y .

O grande secretario escreverá á margem das pe-


tições, cartas e memorias que forem lidas ao con-
celho, o resumo da resposta convencionada, e depois
de a redigir a fará assignar pelo grande inspector
geral ou seu deputado, pelo secretario da juris-
dicção, e pelo guarda dos sellos; elle a assignará,
timbrará, sellará, e a remetterá elle mesmo.
Comtudo, como não pôde este trabalho ser feito
no tempo da sessão do concelho, e como pode ser
algumas vezes perigosa a demora das cartas até ao
proximo concelho, fará a minuta da resposta, para
que se possa ler no proximo concelho, e remetterá
tudo que for relativo ao guarda dos archivos, para
que o soberano gram consistorio faça as correcções
que julgar convenientes.

ART. X V .

O consistorio particular, ou das cidades de Pariz


e Bordeaux, ou das províncias, ou qualquer outro
lugar, não poderá mandar constituições e regula-
mentos, salvo se forem autorisados, timbrados, e
scllados pelo soberano grani consistorio, o grande
inspector ou seu deputado.
- - 20 —

ART. XVI.

O grande guarda dos sellos e timbres não pode-


rá timbrar c sellar carta alguma sem que seja pri-
meiramente assignada pelo secretario geral e por
dous secretários de differentes jurisdicções: não
poderá sellar nem timbrar regulamento algum sem
que seja assignado pelo grande inspector ou seu
deputado, e pelos três supraditos secretários: não
poderá timbrar nem sellar constituição alguma, sem
que seja previamente assignada pelos tres supra-
ditos grandes secretários e outros príncipes, em
numero de sete, ao menos, membros do soberano
gram consistorio dos sublimes príncipes.

Art. XVII.

O grande tUesoureiro, que deve ser conhecido


por homem de fortuna, encarregar-se-ha de todos
os fundos (pie forem percebidos para o interesse
do soberano gram consistorio, ou dados em fôrma
de caridade. Fará um registro circumstaiiciado de
Iodas as receitas, despezas e caridades, distinta-
mente estabelecidas e cia maneira por que se tem
expendido estes fundos, os empregados 110 uso do
soberano grani consistorio ;e os destinados aos actos
de bcncficencia serão conservados separadamente.
— 21 —
Dar-se-lia urn recibo por cada soinma, que designa-
rá o numero da folha do registro, e não pagará
quantia alguma sem ordem escripta do presidente c
dos dous grandes officiaes do soberano gram consis-
torio.
ART. X V 1 1 I .

Em a primeira assembléa do gram consistorio,


depois do dia 27 de Dezembro, o grande thesourei-
ro dará contas.
ART. X I X .

Nenhum mandato poderá ser adjudicado ao the-


soureiro senão pelo presidente, ou os dous grandes
vigilantes; e depois de uma resolução do gram con-
sistorio que será em a dita ordem mencionada; não
se tocará nos fundos para banquetes ; estes serão
pagos á custa de todos os irmãos em coinmum.

ART. X X .

Se algumas memorias, petições e queixas forem


levadas perante o soberano gram consistorio, por
um concelho particular, cujo presidente for mem-
bro, não poderá clle dar seu voto, nem mesmo pa-
recer, salvo se fòrpelo presidente do soberano gram
consistorio pedido.
_ 22 —

ART. X X L

Os grandes inspectores deputados, ou os dous


primeiros grandes officiaes, poderão ser removidos
somente pelo grande concelho de communicação
trimensal dos príncipes de real segredo, por legiti-
mas razões postas em deliberação, quando houver
contra d i e s provas evidentemente demonstradas;
porém os supracitados officiaes poderáõ demittir-se
cm o gram consistorio. Os grandes inspectores de-
putados não podem ser substituídos senão por no-
meação do soberano dos soberanos, e do muito po-
deroso presidente do grande concelho trimensal.

ART. X X I I .

O gram consistorio visitará os concelhos particu-


lares, assim como as lojas de perfeição pelos depu-
tados inspectores, ou, em seu lugar, por aquelles
para isso nomeados, que clarão, por escripto, conta,
ao secretario geral, de tudo o que se passar para
instruir o soberano gram consistorio do que se passa
cm os ditos conselhos ou lojas de perfeição. Os ditos
inspectores ou deputados verão os seus trabalhos,
regulamentos, constituições, cos catalogos dos ditos
concelhos e lojas de perfeição, c de tudo farão pro-
cesso verbal, que será pelos officiaes dignatarios dos
— —

ditos concelhos c lojas de perfeição, ou outros quaes-


quer, assignado, o que cominunicaráõ ao soberano
gram consistorio o mais breve possivel, endereçan-
do-se ao grande secretario geral.
Presidirão em os ditos grandes concelhos, lojas de
perfeição ou outras, toda a vez que uecessario lhes
parecer, sem opposição de algum irmão, sob pena
de desobediencia e de interdieto, porque tal é nossa
vontade.
ART. XXIII.

Quando o gram consistorio estiver regularmente


organisado, sete membros serão sufficientes para
abrir os trabalhos á hora indicada, e os regulamen-
tos que forem feitos e passados á pluralidade de
votos terão força de lei, como se os outros mem-
bros estivessem presentes, excepto em caso de ne-
cessidade, em que o grande inspector ou seu depu-
tado pode proceder aos trabalhos com tres membros.

Art. XXIV.

Se na reunião do grande concelho algum membro


se apresentar de uma maneira indecente, embriaga-
do, ou commetter algum desatino que possa destruir
a harmonia que deve reinar nestas respeitáveis
lojas, será pela primeira vez reprehendido: na se-
gunda multado, e pagará imincdiatamcntc a multa,
- —

c pela terceira vez será privado de sua dignidade ; e


se a maioria do soberano gram consistorio for pela
expulsão, elle será expulso.

ART. XXV.

Se em o gram consistorio houver um membro


culpado das offensas mencionadas em o precedente
artigo, será, pela primeira vez, condemnadoa pagar
uma multa que immediatamente lhe será imposta;
pela segunda, será expulso por um anno da assem-
blca geral, eno espaço deste tempo será privado das
suas funeções no consistorio e na loja de que fôr
membro, e pela terceira será para sempre excluído;
se fôr presidente de algum concelho ou loja, será
deposto, nomear-se-lia outro presidente em seu
concelho ou loja, de qualquer gráo que seja.

ART. XXVI.

O soberano gram consistorio reconhecerá somen-


te como concelhos regulares ou lojas de perfeição as
que forem regularmente por elle constituídas, ou
pelos grandes inspectores ou seus deputados ; o
mesmo será a respeito dos cavalleiros, príncipes
maçons, e grandes eleitos perfeitos que forem rece-
bidos por algum concelho ou loja que esteja com-
petentemente autorisado.
ALLT. X X V I I .

Todas as petições ao soberano gram consistorio,


para obter constituições, ou estabelecer e regular
um concelho ou loja, serão entregues; a saber: para
uma província, aos inspectores da mesma jurisdicção
que para isso nomeará quatro commissarios para
tomar todas as informações a respeito; para esse lim
mandarão ao inspector, ou ao seu deputado na su-
pradita jurisdicção uma lista exacta dos membros
que requerem a creação de um concelho ou loja de
perfeição; para que, segundo as informações dos
ditos commissarios, ou do grande inspector ou seu
deputado, possa o soberano gram consistorio delibe-
rar sobre o pedido dos ditos membros.—Quando íor
para um paiz estrangeiro, os grandes inspectores po-
derão em sua jurisdicçãocrear, constituir, prohibir,
revogar e remover conforme lhe parecer prudente,
do que mandaráõ um processo verbal, e participaráõ
ao soberano gram consistorio em a occasiãc mais ía-
voravel tudo quanto houverem feito. Os supraditos
inspectores conformar-se-hão ás leis e costumes, bem
como ás instrucções secretas do soberano gram con -
sistorio.— Terão a liberdade de escolher os depu-
tados nos seus trabalhos, para os pôr em andamen-
to, e autorisa-los por cartas patentes que terão
força e valor.
— '26 —

ART. XXVIII.

O soberano gram consistório não concederá cons-


tituições para estabelecer uma loja real de perfeição,
excepto aos irmãos que tiverem ao menos o gráo de
príncipe de Jerusalem e para o estabelecimento de
um concelho de cavalleiro do oriente e occidente.—
Porém para o estabelecimento de um concelho de
príncipes de Jerusalem o irmão deve ter indispen-
savelmente o gráo de sublime cavalleiro príncipe
adepto, e provar por títulos authenticos ter sido le-
gitima e regularmente recebido, e que tem sempre
tido vida honesta, livre de censura, por uma reputa-
ção e comportamento a toda a prova, e de ter sido
sempre obediente aos decretos do grani concelho dos
príncipes dos quaes anliela ser chefe.

Aut. XXIX.

O soberano grani consistorio dos príncipes subli-


mes não concederá novas patentes nem constituições
para Pariz ou Bordeaux, província ou paiz estran-
geiro, senão dando um recibo do thesoureiro dasom-
ma de 2/i schellings para o pagamento das pessoas
nesta obra empregadas.— Os grandes inspectores
dos orientes estrangeiros conformar-se-hão no mes-
mo caso, farão as viagens que tiverem de fazer, c
— 27 —
serão pagos de todas as despezas; além disto não
eximirão de commissões nem de poderes a algum
irmão, sem que primeiro assigne sua submissão no
registro do grande inspector geral ou do seu deputa-
do ; e nas províncias e paizes estrangeiros nos dos
nossos inspectores e deputados. — Será mesmo con-
veniente que a dita submissão seja escripta e assigna-
da pelo mesmo irmão.

ART. XXX.

Se os inspectores ou deputados julgarem neces-


sário visitas em algum lugar dos dous hemisphe-
ric, seja o grande concelho dos príncipes de Jerusa-
lem, o concelho dos cavalleiros do oriente, da real
arca, ou da perfeição, 011 qualquer outro, apresen-
tar-se-hão decorados com as suas insígnias, ou na
porta do grande concelho dos príncipes de Jerusa-
lem, grandes cavalleiros da aguia negra, ou consis-
torio dos príncipes adeptos, ou emfim a qualquer
outro; serão recebidos com todas as honras que lhes
são devidas, e gozarão em toda a parte dos seus pri-
vilégios e prerogativas. O inspector e seu deputa-
do, bem como os cavalleiros príncipes maçons,
quando visitarem uma loja real, de perfeição, ou
outra qualquer, o poderoso gram mestre, o venerá-
vel de uma loja symbolica, mandará cinco officiaes
dignatarios para introduzir o príncipe inspector ou
seu deputado, com as honras abaixo destinadas.
— 28 —

ART. XXXI.

Os príncipes de Jerusalem, sendo os mais esforça-


dos chefes da Maç.\ renovada, serão com iodas as
honras recebidos, c gozaráõ de iodos os privilégios
em todas as lojas e capítulos : outrosim em lodos os
concelhos dos cavalleiros do oriente, onde farão sua
enlrada triumpliante da maneira seguinte:
I Os príncipes de Jerusalem têem o poderio de
o

annullare revogar tudo o que se tiver feito em con-


celho dos cavalleiros do oriente, assim como nas
lojas de real perfeição e outras de qualquer gráo que
seja, quando não forem conformes ás leis e determi-
nações da Ordem; comtanto que não esteja pre-
sente algum sublime príncipe de gráo superior.
2 Quando um príncipe de Jerusalem é annun-
o

ciado cm sua qualidade , á porta de uma loja real,


ou de um capitulo, ou qualquer outra, com os
lilülos e insígnias que o fazem por tal conhecido, ou
que é conhecido por algum irmão do mesmo gráo,
o venerável mandará quatro oflieiaes dignitários para
o introduzir e acompanhar.
Entrará com o chapéo na cabeça, ou capacete, a
espada desembainhada na mão direita como um
combatente, o escudo no braço esquerdo, c o mes-
mo coberto de uma couraça, se estiver absolutamen-
te condecorado de todos os attributes e insígnias;—
o príncipe visitante estando no oceidente, entre os
29 —
vigilantes, acompanhado dos quatro deputados da
loja, saudará: I ao mestre — 2 ao Sul — 3 ao
o o o

Norte. — Sempre acompanhado dos quatro depu-


tados sahirá da loja com as duas batentes abertas
como quando entrou. Quando os quatro deputados
entrarem continuarão os trabalhos.
3 Os príncipes de Jerusalem não podem gozar
o

dos seus privilégios quando estiver presente um


príncipe adepto, cavallciro noachita, ou um sublime
príncipe de real segredo; porém podem entrar com
todas as honras se os príncipes presentes consen-
tirem.
/T Os príncipes de Jerusalem são cm loja nomea-
dos : valerosos príncipes; os cavalleiros adeptos: so-
beranos príncipes; os cavalleiros de real segredo :
ill listres soberanos dos soberanos príncipes subli-
mes ; os cavalleiros do oriente: excellentes irmãos
cavalleiros.— Um cavalleiro do oriente terá o direi-
to, quando não estiver presente um príncipe de Jc-
, rusalem, de pedir uma conta exacta de tudo quan-
to se passar cm loja; de ver se as constituições estão
boas c em forma; de manter a harmonia entre os ir-
mãos., se existem indifferenças ou questões entre
elles; de excluir o mais obstinado, e aquelles que se
não submetterem per si aos estatutos e ás leis que
lhes são prescriptas pelas nossas secretas constitui-
ções e outras, ou em loja de perfeição ou em loja
symbolica.
5 Os príncipes de Jerusalem têem o direito, bem
o

como os cavalleiros do oriente, de assentarem-se com


— 30 —
o chapco na cabeça cm os trabalhos de uma loja de
perfeição ou loja symbolica ; não podem todavia
gozar dos seus privilégios senão quando forem co-
nhecidos, ou estiverem decorados com os orna-
mentos e attributos de sua dignidade.
6 Cinco valerosos príncipes de Jerusalem pode-
o

rão formar um concelho de cavalleiros do oriente,


cm qualquer parte onde não estiver estabelecido:
elles serão juizes, mas obrigados a avisar o soberano
gram consistorio dos seus trabalhos, assim como ao
grande inspector ou seu deputado por cscripto o
mais breve possível; serão aulorisados pelos que
téem sido dados aos seus illustres predecessores,
pelo povo de Jerusalem, de volta da sua embai-
xada.

ARI. XXXII.

Para formar entre todos os concelhos particulares,


c entre todos os illustres cavalleiros príncipes ma-
çons, uma correspondência regular, cada anno,
mandarão ao soberano gram consistorio, e cm cada
concelho privado, um estado geral de todos os con-
celhos privados regularmente constituídos, assim
como os nomes dos officiaes do soberano gram con-
sistorio dos sublimes príncipes, e participarão, 110
decurso do anuo, todas as mudanças interessantes
que puderem occorrer em o ultimo estado.
— 31 —

ART. XXXIli.

Para conservar a ordem e disciplina, o soberano


gram consistorio dos sublimes príncipes de real se-
gredo não se congregarão para proceder aos traba-
lhos maçonicos senão uma vez no anno. Então não
serão admittidos ao ultimo gráo da maçoneria senão
os tres mais antigos cavalleiros adeptos, que serão
proclamados na grande loja do grande eleito per-
feito.

ART. XXXIV.

Os dias festivos que os cavalleiros príncipes ma-


çons têem de celebrar com particularidade são :
I O dia 20 de Novembro, dia cm que os seus
o

antepassados fizeram sua entrada em Jerusalem.


2 O dia 23 de Fevereiro, para louvar o Senhor
o

poroccasião da construcção do Templo.


3 Os cavalleiros do oriente celebrarão o 5 dia da
o o

reedifleação do Templo de Deos, o dia 22 de Março


e 22 de Setembro, dias equinociaes, ou renovo dos
dias grandes e pequenos em memoria das duas edi-
ficações do Templo. Os príncipes são obrigados a
ir ao concelho do oriente para festejar estes dous
dias.
/|° O grande eleito perfeito celebrará'com parti-
cularidade a dedicação do primeiro Templo, o 5 dia
o
— —

da 3 lua, ou 0° incz, que corresponde ao nosso


a

mez de Junho, onde devem estar decorados com lo-


dos os ornamentos os cavalleiros príncipes maçons.

ART. XXXV E ULTIMO.

Nenhum consistorio particular de sublimes prín-


cipes de real segredo poderá exceder o numero 15,
sendo comprehendidos os oíliciaes.
Todos os annos, no dia de S. João o evangelista,
cada concelho deve nomear nove oíliciaes, não coni-
prehendido o presidente, que deverá servir por
5 annos.
A saber:
I O lugar tencnte-graiide commcndador, que
o

preside sempre na ausência do grande commcn-


dador ;
2° O grande vigilante;
o° O grande guarda dos sell os;
A O grande thesourciro ;
0

5 O capitão das guardas;


o

0" O grande introduetor;


7" O grande architccto ;
8 O grande hospitaleiro;
o

0 O grande secretario.
o

E outros seis cavalleiros, que reunidos sob as or-


dens do soberano dos soberanos príncipes, ou do
seu lugar-tenente, ficaráõ sem mudança; emquanto
OO
o<>
existir o numero 15 não se poderá admittir outro.
O gram consistorio é sujeito ao grande inspector
ou ao seu deputado, como seu chefe, e como tal em
todas as occasiões reconhecido, e debaixo da obe-
diência do concelho cm tudo quanto respeita á arte
real, tanto nos altos gráos como nos inferiores.
Nós, soberano dos soberanos príncipes sublimes
de real segredo, c da ordem real e militar da mais
respeitável fraternidade cios livres e aceitos ma-
çons, deliberamos e resolvemos que estes presentes
estatutos, regulamentos e constituições sejão obser-
vados.
Mandamos aos nossos grandes inspectores e aos
seus deputados façam ler e receber, quer em todos
os concelhos, capítulos e lojas reaes, quer em
quaesquer outras.
Ao grande oriente de Bordeaux, 20 de Setembro
de 1762.
— 34 —

INSTITUTOS.

ARTIGO I.

Os grandes inspectores geraes da Ordem c presi-


dentes dos concelhos sublimes dos príncipes da alta
Maçoneria, competentemente reconhecidos e auto-
risados, tècm o titulo imprescriptivel de chefe da
alta Maçoneria.

ART. II.

O tribunal que dirige a administração da alta


Maçoneria, e constilue os diversos gráos que delle
dependem, chama-se GRA>DE CONSISTORIO.

ART. III.

Os grandes inspectores geraes, e os presidentes


dos grandes concelhos dos sublimes príncipes de
real segredo, são membros natos do Grande Consis
torio.
— 35 —

ART. I V .

0 Grande Consistorio compõe-se dos grandes ins-


pectores da Ordem, dos presidentes dos concelhos
dos sublimes príncipes, c dos vinte e um primeiros
príncipes sublimes chamados por ordem de antigui-
dade de recepção.

ART. y.
Todos os príncipes sublimes de real segredo tèem
o direito de assistir ás reuniões do Grande Consis-
torio, e têcm ahi voz consultiva.

AIIT. VI.

O Grande Consistorio é revestido do poder dog-


mático da alta Maçoneria.

Art. VII.

Doze grandes offleiaes escolhidos d'entre os


grandes inspectores geraes, os presidentes dos con-
celhos dos sublimes príncipes, c os sublimes prín-
cipes membros do Grande Consistorio, formão a com-
posição dignilariu do Grande Consistorio; a saber:
— 36 —
1° O soberano grande commcndador.
2 O lugar-tenente grande commendador.
o

3 O segundo lugar-tenente grande commcn-


o

dador.
li O ministro de estado.
0

5° O grande chanceller.
()° O thesoureiro geral.
T O grande guarda dos sellos e archivos.
8 O grande mestre de ceremonias.
o

9° O grande experto introduetor.


30° O grande experto porta-estandarte.
11° O grande capitão dos guardas.
12" O grande hospitaleiro.

Attx. VIII.

Cada grande concelho dos sublimes príncipes de


real segredo, e concelho dos grandes eleitos kadosch,
póde-se representar ao Grande Consistorio por um
deputado.
ART. I X .

O soberano grande commcndador, ecm sua falta,


segundo sua autorisação, o I lugar-tenente , e em
o

sua falta o 2 , podem só convocar c presidirão Gran-


o

de Consistorio : e se por algumas razões particulares


estes Ires grandes oííiciacs se acharem fóra da depen-
— 37 —
dcncia, então, e sempre com autorisação, nomear-
sc-ha um d'officio, na sua ausência, escolhido d'en-
tre os grandes officiaes, cuja nomeação se fará cm
assembléa do Grande Consistorio, ad hoc convo-
cado.
ART. X .

Em uma assembléa do Grande Consistorio devi-


damente convocada, sete membros, comprehendcn-
do o grande commendador, ou um dos seus lugar-
tenentes, poderáõ abrir os trabalhos que terão
força de lei, sem o que, debaixo de algum pretexto,
se poderá com menor numero deliberar.
— 38 —

ESTATUTOS.

ARTIGO. I .

O Grande Consistorio ajuntar-se-ha no anno qua-


tro vezes em assembléa de communicação, em os
dias 21 de Março, 25 de Junho, 2 de Setembro e
27 de Dezembro. Ahi deliberar-se-ha sobre os ne-
gócios geraes da alta M açoneria. Independente destas
quatro reuniões, convocar-se-ha uma todos os me-
zes para com particularidade deliberar sobre os ne-
gocios de ordem.

ART. I I .

De três a tres annos, em o dia 27 de Dezembro, o


Grande Consistorio nomeará seis grandes ofíiciacs,
os quaes serão d'entre os grandes inspectores ge-
raes, os presidentes dos concelhos dos sublimes
principcs, e os vinte e um membros activos do Gran-
de Consistorio escolhidos: os grandes olficiaes po-
dem ser reeleitos.
— 39 —

ART. I I I .

Os ex-grandes ofíiciaes do Grande Consistorio


terão de jure uma paten te da dignidade que cada um
tiver occupado, e nesta se fará menção da duração
de suas funeções.

ART. I V .

O Grande Consistorio nomeará, e escolherá d'en-


tre os sublimes príncipes, deputados inspectores
geraes, para o representar em os diversos pontos de
sua jurisdicção; os poderes destes deputados lhes
serão confiados com as instrucções a cada um dellcs
lia occasião da expedição ou entrega das patentes
constitucionaes.

ART. V .

O deputado inspector geral em o seu departa-


mento curará na execução dos institutos, estatutos,
e regulamentos geraes da alta Maçoneria, na regula-
ridade dos trabalhos, e representará o Grande Con-
sistorio em tudo o que fòr concernente á adminis-
tração geral, inspeccionará, c de tudo dará um pro-
cesso verbal para ser mandado c lido em Grande
Consistorio ein as suas reuniões de communicação.
- ho -

ART. V I .

Todos os negocios levados ao conhecimento (1o


Grande Consistório serão deliberados e resolvidos
á pluralidade de votos. O presidente somente terá
dous. Um negocio pôr-se-lia em discussão sobre
uma proposição apoiada, e decidir-sc-ha depois das
conclusões do ministro de estado.

ART. V I I .

As resoluções dos grandes concelhos dos prínci-


pes sublimes, das quaes se appellar para o Grande
Consistório, serão executadas depois da deliberação
tomada pelo Grande Consistório, c depois da notifi-
cação da resolução confirmativa.

ART. V I I I .

Nomcar-sc-ha do seio do Grande Consistório


um tribunal de administração geral composto de
seis membros, e destes farão sempre parte o minis-
tro dc estado, o grande chancellor c o thesoureiro
geral. O qual tribunal será obrigado á uma relação
de suas operações, c daquellas decisões que forem
provisoriamente executadas em casos urgentes.
f
- [y\ _

A nr. JX.

Haverá um registro cie inscripção de todos os


príncipes sublimes de real segredo, competentemente
reconhecidos e rubricados, as datas da sua recepção,
nome, cognome, idade e domicilio.

ART. X .

Haverá lambem uni registro de assentamentos dos


grandes concelhos dos príncipes sublimes de real
segredo, concelho de cavalleiros kadosch, ctc., etc.;
as datas de suas patentes constitucionaes, os pontos
de seus estabelecimentos, os nomes dos membros
que os compoem, e isto feito segundo as relações da-
das pelos diversos deputados inspectores geraes.

ART. XI.

O grande guarda-sellos não poderá sellar senão


sobre a rubrica do soberano grande commendador,
ou do seu representante, tanto nos ncgocios de ad-
ministração geral, como nos do ministro de estado
c do grande chancellor, e tanto nas patentes a en-
tregar como na dos sete primeiros grandes officiaes.
----- ivl —

AKT. XII.

Todas as patentes apresentadas ao Grande Con -


sistorio, para o fim de obter patentes constitucionacs
para o estabelecimento de um asylo sagrado da alta
Maçoneria, serão entregues ao inspector geral cio de-
partamento, que deverá ajuntar uma relação por
eile assignada, dando instrucção das qualidades ma-
çónicas dos impetrantes, e a sua opinião se lia ou
não necessidade de acceder-se á supplica ; um es-
tado exacto dos nomes, cognomes, idade, qualidades
civis e domicilio dos impetrantes, para sobre isso
resolver o Grande Consistorio o que justo fòr.

AKT. XIII.

Os grandes inspectores geraes da ordem, devida-


mente autorisados c reconhecidos em os paizes es-
trangeiros onde não ha Grande Consistorio,têem o
direito incontestável de erigir, constituir, defender,
suspender e excluir nas lojas de perfeição, etc.,
conforme lhes suggerir a prudência, salvo sua rela-
ção ao Grande Consistorio, e ao cargo expresso de se
conformar restrictamente aos institutos, estatutos e
regulamentos geraes da alta Maçoneria.
— h?> —

ART. XIY.

Não sc poderá conceder patentes constitucionaes


para o estabelecimento de um asylo sagrado da alta
Maçoneria sem que se conte ao menos cinco irmãos
do grão sublime príncipe de real segredo, para um
soberano grande concelho deste gráo; sete caval-
leiros eleitos para um grande concelho deste gráo,
e sete gráos para os outros.

ART. X V .

Haverá um registro dividido em quatro columnas:


a primeira conterá as supplicas feitas pelas diversas
lojas de perfeição ou pelos deputados inspectores
geraes; a segunda, o departamento, a indicação dos
lugares, e o ponto vertical; a terceira, o nome dos
commissarios relatores; e a quarta as decisões. O
chancellor geral é o umeo que tem o direito de ex-
trahir notas deste registro, da-las a quem de direito
competir, por elle conferidas e assignadas com o
grande timbre.
ART. XVI.

Na installação de um asylo sagrado da alta Maço-


neria, os membros que o compoem farão e assignaráõ
- /l /l -
individualmente sua submissão á execução dos ins-
titutos, estatutos e regulamentos geraes da alia Ma-
coneria : uma cópia daquella submissão mandará o
deputado ao Grande Consistorio, para se archivar
com as outras peças de installação.

Aut. XYII.

A fórmula da submissão será esta: Nós abaixo


assignados.... declaramos submetter-nos á exe-
cução dos institutos, estatutos e regulamentos
geraes, e ao tribunal supremo da alta Maçoneria,
conforme o llieor e verdadeiras intenções das
obrigações que prestámos nas diflerentes iniciações
dos sublimes gráos que temos alcançado.

ART. XVIII.

A installação de um asylo sagrado da alta Ma-


çoneria no principal onde existe o Grande Consis-
torio far-se-ha sempre por três membros tirados
em seu seio, e nas províncias pelo deputado geral
de jurisdicção ; o qual neste caso fica autorisado a
delegar em parte os seus poderes aos dons irmãos
de gráo mais subido para proceder á esta ope-
ração.
— v > —

REGULAMENTOS GERAES.

ARTIGO I .

Toda a loja de perfeição deve ter uma patente ,


competentemente assignada, scllada , c concedida
pelo Grande Consistorio que a rege, ou pelo grande
inspector geral, se não houver Grande Consistorio
na dependencia; se não houverem taes patentes, as
ditas lojas de perfeição são irregulares, e nu lios
seus trabalhos.

ART. II.

lima loja de perfeição regular não poderá enta-


bolar correspondência com outra loja de perfeição
sem que esta justifique sua regularidade.

ÁUT. III.

Logo que um deputado inspector geral souber do


estabelecimento de inna loja de perfeição em o seu
- 46 -
departamento, dará de chofre parte ao Grande Con-
sistorio.
ART. I V .

Conforme a relação do deputado inspector geral


do estabelecimento de uma loja irregular, o Grande
Consistorio avisará logo os deputados inspectores
geraes para premunirem as lojas de perfeição.

ART. V.

Vendo-se uma loja de perfeição na cruel neces-


sidade de excluir um membro, avisará de chofre o
deputado inspector geral, o qual levará ao conheci-
mento do Grande Consistorio, e este ao de todos os
deputados inspectores, e fazer por este meio chegar
a todas as lojas de perfeição que devem estar pre-
venidas.

ART. V I .

Quando uma loja de perfeição infringir os regu-


lamentos geraes, estatutos e institutos á cuja exe-
cução se submettem solemncmcutc, o deputado ins-
pector geral poderá suspender c interdizc-la até que
seus membros se submettão á soa execução mos-
trando verdadeiro arrependimento.
— hl -

ART. Y Í I .

Quando uma loja do perfeição souber alguma


cousa que possa interessar em geral á Ordem, par-
ticipará ao nosso deputado inspector geral, e este
obrará conforme exigirem as circunstancias.

ART. Y Í Í Í .

Os presentes regulamentos e estatutos devem ser


lidos em cada uma recepção de perfeição antes de
exigir-se do recipiendario o juramento de execu-
ta-los pontualmente, e isto não obstante a execução
dos estatutos regulares da hierarchia maçónica.

ART. I X .

E' expressamente prohibido fallar-se em negocios


politicos, religião e outras matérias estranhas á ma-
çoneria, em loja de perfeição, sob pena de exclusão.

ART. X .

Todo o irmão que entrar em uma loja de perfei-


ção será decorado com as insígnias de seu gráo, e
— /i8 -
o mesmo praticarão os que possuírem os grãos su-
periores. Aquelle que por negligencia ou omissão o
não íizer ficará sujeito a uma multa cm beneficio
dos pobres, arbitrada pelo grão mestre da loja.

Ara-. XI.

Um grande inspector geral da Ordem, ou um


grande official do Grande Consistorio, se se apre-
sentar em loja de perfeição munido de authenticas
patentes, e portal reconhecido, será recebido com
todas as honras devidas aos chefes da maçoncria;
conseguintcmcntc, cinco irmãos com alfanges na
mão, dons mestres de ceremonias precedendo-os, o
introduzirão debaixo de abobada d'aço, batendo os
malhetes. O grão mestre, a menos que não seja
igual cm dignidade, descerá do throno para lhe offe-
rccer o malhetc, alfange ou sceptro. As mesmas hon-
ras se farão ao deputado inspector geral, ..

ART. XI1.

Os membros das lojas de perfeição são obrigados


a assistir com exactidão aos trabalhos, c em caso de
impedimento participarão os motivos, ou por cs-
cripto ou por intermédio de algum irmão.
- !\\) —

A nr. XII J.

As lojas de perfeição devem, por meio de deputa-


ção, correspondência, etc., visitar-se mutuamente, c
communicar as luzes que adquirirem, e que pude-
rem contribuir para o bem ou esplendor da Ordem.

A nr. XIV.

Dever-se-hão tomar as maiores precauções para


se admittir somente visitantes regulares, e deve-se
assegurar se elles são dos gráos com que se apre-
sentam.

ART. XV.

Um visitante de gráo superior ao em que se tra-


balha será recebido com as honras prescriptas pe-
los estatutos dos gráos, segundo a hierarchia ma-
çónica.

ART. XVI.

Um irmão obrigado a viajar reclamará um breve


que lhe dará a loja de perfeição a mais subida em
gráo á que ellc pertence, revestido dos sellos, tini-
- Õ O -
brcs, das assigna luras dos grandes oflieiaes, c do
—Pisto—do deputado inspector geral; na margem
estará sempre a assignatura do ippelrante assignad»
ne varietur, e certificado pelo grande secretario.

Akt. XVII.

Um aspirante não poderá ser elevado a um gráo


de perfeição senão justificando que pertence a um
templo symbolico, e depois de ter sido em os gráos
precedentes iniciado.

A nr. W i l l

Em (-aso de inlerdicção ou dissolução de uma


loja de perfeição, os archivos, constituição e mais
papeis serão entregues ao deputado inspector geral,
que os reenviará quando a loja tomar vigor.

AKT. XIX.

Os membros de uma loja de perfeição não poderáõ


accusar nem queixar-se contra os três primeiros
membros de gráos mais subidos.

A r«i. XX,

Sendo unia das mais sagradas obrigações osesrre-


— —

do, não deverá omiltir a preslação do juramento do


silencio no encerramento dos trabalhos.

ART. XXI.

Se um irmão caliir enfermo, será, não obstante os


cuidados do grande hospitaleiro, nomeada uma
commissão para saber se o enfermo recebe todas as
assistências que o seu estado reclama, c levar-lhe
íraternaes consolações.

Se um irmão caliir em desgraça, os membros de


uma loja de perfeição teem uma maior obrigação
que as lojas inferiores de soccorrè-lo.

ART. XXIII.

Não estando o gram-mestre presente á hora mar-


cada para a sessão, o primeiro vigilante, e em sua fal -
ta o segundo, preencherá o throno (depois de o ter
oíFerccido ao deputado inspector geral, se estiver
presente); no caso que nenhum destes quatro offi-
ciaes tenha comparecido, adiar-se-ha a sessão.
— ,V2 —

ART. XXIV.

No dia seguinte ás nomeações dos grandes oíli-


ciaes de uma loja de perfeição mandar-se-lia um
quadro ao deputado inspector geral, que constará
dos oíliciaes nomeados, membros presentes, licen-
ciados, etc., etc.; a este quadro deverá acompanhar
o estado da dita loja de perfeição.

ART. X X V .

iNo caso (ie uma loja de perfeição dirigir um qua-


derno de regulamentos particulares, não poderá in-
uovar nada aos presentes.

ART. X X V I E ULTIMO.

Os regulamentos particulares das lojas de per-


feição não devendo em nada contrariar'o theor dos
presentes, os grandes officiaes das ditas lojas de
perlei cão, antes da promulgação de seus regula-
mentos particulares, serão obrigados a sujeita-los á
approvação do deputado inspector geral da juris-
dicção.
Ba sua plena sciencia e poder os chefes e ver-
dadeiros protectores da alta Maçoneria têem de-
— 53 —
crelado o sanccionado os presentes institutos, esta-
tutos e regulamentos geraes para serem, segundo
sua fórma c theor, executados.
Dado no ponto central da verdadeira luz aos 25
(lias do segundo mez Jiar do anno do mundo 5732.

Conferido. Assignado: ADINGTON,


Grande Chance ller.

A ' G l i O K . - . I I O €3R.«. A R C H . ' ,


IMI

L U X E X TE VIS BR IS.

Ao Or.-, do Mon.-, sob o C . \ C . \ do Zenith


junto do Buis.-. Ai:d.\ em o ponto vertical corres-
pondente ao 17° gráo 58 minutos Sul, sob o signo
de Capricornio no 9 dia do 2" mez denominado
o

Jiar 5081.
Por ordem do Gram Consistorio soberano dos
príncipes metropolitanos d ' H e r . - . , foi por mim
grande cháneeller dado e certificado extraindo da
collecção geral dos Balaustres constitucionaes do
Gram Consistorio metropolitano, para ser dado ao
- 5/1 —
grande deputado do Gram Consistorio estabelecido
no ponto central dos 18 gráos, hl minutos, latitude
Norte.
Assign ado: ADIÍNGTON,
Grande C/uinceller.
(Exlrahido da collecfiio dos Balaustres Cor.i.UHie'onaes.)

a
— 55 —

INSTRUCÇÃO
SOBRE
OS PRINCÍPIOS GERAES DA ALTA MAÇONERIA.

ARTIGO Í .

Quando em um estado onde não existe nem Gram


Consistorio, nem grande concelho dos sublimes
príncipes de real segredo, se acharem grandes
inspectores geraes e príncipes de real segredo, o
de patente mais antiga, e reconhecido pelos grandes
inspectores geraes, e na sua falta o mais antigo
príncipe de real segrçdo, é revestido do poder ad-
ministrativo e dogmático da alta Maçoneria, e toma
por consequência o titulo de soberano.

ART. I I .

Faz as iniciações definitivas, e dá conseguinte-


mente as patentes somente com a formalidade da
assigualura de seu grande chanceller.
— 50 —

ART. I I I .

Nos casos não previstos pelas leis da alta Maço-


neria, suas decisões tèem força de lei, e são exe-
cutórias em sua jurisdiceão.

ART. I V .

Os grandes inspectores geraes e príncipes de


segredo tèem o direito de iniciação, de inspecção
sobre os trabalhos maçonicos, e vigilancia na exe-
cução dos institutos, estatutos e regulamentos ge-
raes; mas em todo o caso devem dar conta ao so-
berano, e são sujeitos á sua saneção e ao seu—
ris to—.
ART. V .
%

Cada grande inspector geral ou príncipe de real


segredo, cm os casos previstos nos artigos I , 2 e 3%
o o

deve ter um registro de suas operações por ordem


de data.
ART. V I .

Este registro deve ser aberto por uma determi-


nação do constituinte, estabelecendo suas qualidades
— 57 —
maçónicas, o destino do registro, os nomes o qua-
lidades daquelles que inicia, e fechado por um
ne varietur — rubricado, com menção da quantidade
de folhas que compoem este registro.

ART. V I L

Toda a vez que um grande inspector geral ou


príncipe de real segredo reconhecer um irmão, deve
ver sua patente e fazer ver a sua; a revisão deve
ter a data do dia e o ponto vertical do lugar.

ART. VIII.

Um grande inspector ou príncipe de real se-


gredo deve fazer prestar a obrigação prescripta
pelos regulamentos geraes da alta Maçoneria a
todos os iniciados ou filiados antes de sua recepção,
e lhes é prescripto reprovar os que recusarem
preencher esta formalidade.

ART. I X .

Um grande inspector geral ou príncipe de real


segredo deve ter o maior cuidado em mencionar o
balaustre de suas operações em seus registros á me-
dida que as for praticando, e de circunstanciar o
8
— 58 —
verbal, de maneira que se possa, em caso de neces-
sidade, á elle recorrer; fazer assignar pelo filiado
ou iniciado, etc., assim como uma dupla obrigação
prcscripta para ficar nos seus arcliivos.

ART. X.

Os grandes inspectores geraes, c príncipes Ma-


çons, que não estão na proximidade de obter a sanc-
ção ou o — Visto — do soberano, devem ao menos
uma vez no anno mandar uma expedição em forma
das suas operações para obter sua saneção.

ART. XI.

Em um estado onde não houver estabelecido


Grande Consistorio, mas somente grandes concelhos
dos soberanos príncipes Maçons, de real segredo,
os grandes inspectores geraes e príncipes Maçons
tèem o direito de exercer seus poderes somente no
caso ein que elles estejão domiciliados ao menos 25
léguas de distancia do mais perto dos ditos con-
celhos.
ART. XII.

Depois do estabelecimento de uni Grande Con-


— 59 —
sislorio em um estado os grandes inspectores ge-
raes o príncipes Maçons perdem o direito particular
de exercer o poder administrativo e dogmático que
se acha concentrado á sua dignidade.

ART. XIII.

Os grandes inspectores geraes e príncipes Ma-


çons cm numero de sete, ao menos, reunidos cm
tribunal geral onde não exista um corpo legislativo
da alta Maçoneria, teem direito de pedir constitui-
ções ao soberano grande inspector geral, que, neste
caso, está assás autorisado para Ih'as conceder.

DA LEGISLAÇÃO.

CAHTt LO l. NICO,

Os grandes dignitários de cinco grandes conce-


lhos, pelo menos, dc sublimes príncipes, reunidos em
tribunal geral na metrópole de um estado onde não
houver corpo legislativo da alta Maçoneria, poderáõ
formar um capitulo geral constituinte, c escolher do
seio do tribunal geral os membros que o devem com-
por: conformando-se no mais ás leis da alta Maço-
neria.
— GO —

DA ADMINISTRAÇÃO E DO DOGMA.

ART. J.

Os grandes inspectores geraes e príncipes dv


real segredo, reunidos cm tribunal ger:à tia metro-
pole de um estado onde não houver Consistorio al-
gum, poderáõ formar-se em Grande Consistorio, c
escolher no seio do tribunal geral os membros que
o devem compor, conformando-se, para este esta-
belecimento, com as leis da alta Maçoneria.

AKT. II.

Os grandes inspectores geraes e príncipes Maçons


devem ser convidados em toda a extensão de 11111 es-
tado. Para serem como taes reconhecidos, devem
ter patentes legaes, e estas valiosamente selladas,
assignadas e rubricadas.

ART. III.

O Consistorio assim estabelecido fica revestido


do poder administrativo c dogmático concedido pe-
las leis da alia Maçoneria.
_ Dl —

DA FORMAÇÃO DO GRANDE CONSISTORIO.

ART. I .

O Grande Consistorio foraia-se da maneira se-


guinte :
Doze grandes oíliciaes ou dignitários serão esco-
lhidos iudistinctamente d'entre os grandes inspec-
tores geraes, presidentes dos grandes concelhos dos
sublimes príncipes, como membros natos do Grande
Consistorioj e d'entre os vinte e um mais antigos
príncipes maçons devidamente reconhecidos.

ART. I Í .

Feita a nomeação dos grandes dignitários do


Consistorio, procedcr-se-ha ao estabelecimento do
concelho supremo dos grandes inspectores geraes,
ou grande concelho de appellação e legislação.

ART. I I I .

Não fazendo parte dos grandes dignitários, os


doze grandes inspectores geraes mais antigos for-
mam o grande concelho de appellação; prestam o ju-
ramento nesta qualidade, e são proclamados.
— O 2 —

ART. I V .

Nas deliberações do Grande Consistorio os mem-


bros do grande concelho de appellação tèem somente
voz consultativa.

ART. V.

Nos casos cm que não houver numero suíficiente


de grandes inspectores geraes para completar o
Grande Consistorio, os mais antigos presidentes dos
concelhos, e em sua falta os mais antigos dos prín-
cipes membros, são proclamados grandes inspecto-
res geraes e membros do Grande Consistorio.

ART. V I .

Além dos vinte e um membros activos, tira-se


sempre por ordem de antiguidade d'entre os sublimes
príncipes, membros adjuntos, para complemento do
Grande Consistorio, fixado em oitenta e um : de ma-
neira que os grandes dignitários, grandes officiaes,
membros do supremo grande concelho de appella-
ção, presidentes dos concelhos, os membros activos
e adjuntos, 110 numero de oitenta c um, formam o
Grande Consistorio,
— 03 —

ART. V I I .

Os membros adjuntos, ainda que façam parle do


Grande Consistorio, teem alii somente voz consultiva;
porém podem ser chamados para substituir momen-
taneamente funcoões, em lugar dos dignitários
olficiaes.

ART. V I I I .

Elles de direito substituem os membros activos


nas deliberações; nestes casos tòcm voz deliberativa
e gozam dos mesmos direitos daquelles á quem sub-
stituem.

ART. IX.

Os deputados ou representantes dos sublimes


concelhos dos príncipes não podem ser tirados se-
não d'entre elles.

ART. X.

Podem ser nomeados em commissõesj deputações


e outras operações do ceremonial do Grande Con-
sistorio.
— (i/i —

DAS ATTRLBLIÇÕES DOS GRANDES CONCELHOS


DOS SUBLB1ES PRÍNCIPES DE REAL SEGREDO.

AUT. I .

Os grandes concelhos dos príncipes maçons exer-


cem o poder departamentario em suas respectivas
jurisdiecões.

ART. I I .

Teem o direito de inspecção sobre todas as ope-


rações da alta maçoneria.

ART. ill.

Yelão na execução das leis geraes da alta maçone-


ria, c os regulamentos particulares do Grande Con-
sistorio.

ART. I V .

Ellcs se correspondem e formam directamente em


seus nomes as supplicas de patentes e constituições
que lhes são feitas pelos capitulos c concelhos de
suas jurisdicções ao Grande Consistorio.
— 65 —

DOS DEPUTADOS INSPECTORES GERAES-

ART. I.

Os deputados inspectores geraes, estabelecidos


nas jurisdicções onde não houver Grande Consis-
torio, serão os representantes do Grande Consistorio,
e preencherão as obrigações de vigilancia e inspec-
ção attribuidas aos grandes concelhos de sublimes
príncipes.

ART. II.

São obrigados a se conformarem com tudo quanto


lhes é prescripto pelas leis da alta maçoneria.

Assignado: Adington, Grande Chanceller.


— 66 —

ROWS INSTITUTOS SECRETOS E F M A M T A E S


DA M U I T O A N T I G A E V E N E R Á V E L
S O C I E D A D E DOS A N T I G O S M A Ç O N S L I V R E S A S S O C I A D O S ,
OU O R D E M R E A L E M I L I T A R DA F R A N C - M A Ç O N E R I A .

NO'S FREDERICO, POR GRAÇA DE DEOS,


REI da Prussia, Margrave de Brandebourg, etc.,
etc., etc.

SOBERANO GRANDE PROTECTOR, GRAN-


DE Commendador, Grão Mestre Universal, c Con-
servador da Muito Antiga c Venerável Sociedade
dos Antigos Maçons Livres Associados, ou Ordem
Real e Militar da Franc-Maçoncria:

A todos os nossos illustres e muito amados II.'.


que as presentes letras virem
TOLERANCIA, UNIÃO E PROSPERIDADE,
A nossa convicção, e os deveres conservadores e
soberanos que temos contraliido para com a muito
antiga e respeitável instituição, conhecida em nossos
dias com o titulo de franc-maçoneria, de fraternida-
de, ou ordem dos antigos maçons livres associados,
a tem feito, como cada um sabe, objecto de nossa
protecção e da nossa solicitude especial. •
— 07 —
Pura cm seu dogma c nas suas doutrinas funda-
mentaes; sabia, prudente e moral em suas lições,
em suas praticas, cm suas vistas e seus meios,
esta instituição universal, cuja origem remonta
áqucllada sociedade humana, se recommenda prin-
cipalmente pelo fim eminentemente philosophico,
social e philantropico á que se tem proposto: a
união, felicidade, progresso e bem-estar da humani-
dade em geral, de cada um em particular, tale seu
fim, e o único digno delia, e para o qual devem
tender constantemente todos os seus esforços.
Atravessando as idades, a sua organisação e a
unidade de seu regimen primiti vo tèem soífrido gra-
ves alterações pelo effeito das catastrophes c das
grandes revoluções que tèem transtornado, mudado
alternativamente a face do mundo, e dispersado os
franc-maçons pelos diversos pontos do globo, cm
differentesperíodos dos tempos antigos c modernos.
Esta dispersão operou as divisões que hoje existem
debaixo do nome dc Ritos, cujo complexo compõe a
ordem.
Porém algumas divisões, destacadas do seio des tas
primeiras, tèem dado lugar a novas associações, al-
gumas das quaes não tèem dc commum com a franc-
maçoneria senão o nome, e algumas formulas con-
servadas pelos seus fundadores para disfarçarem
vistas secretas, muitas vezes exclusivas, algumas ou-
tras até perigosas, c quasi sempre cm opposição aos
princípios c doutrinas sublimes c tradicionaes da
franc- maçoncria.
— 68 —
As perturbações que estas novas associações téem
acarretado, e muito tempo entretido na ordem, são
conhecidas, c a tèem excessivamente exposto á sus-
peitas, á desconfiança de quasi todos os governos, e
até á perseguição de alguns.
Os esforços dos maçons virtuosos téem conseguido
aplacar estas perturbações, e todos os seus votos re-
clamam ha muito tempo uma geral medida que obste
á outras novas, e conforme a ordem restituindo-
lhe a unidade do seu regimen, da sua organisação
primitiva e da sua antiga disciplina.
Acolhendo nós este voto, que lambem é o nosso
desde a nossa iniciação completa em todos os mys-
t e r i o s m a ç o n i c Q S , não temos podido entretanto dissi-
mular nem o numero, nem a natureza delicada,
nem a grandeza real dos obstáculos que seria pre-
ciso vencer para seu cumprimento. A nossa inten-
ção tutelar era meditar os meios, e combinar com
os II.-. mais influentes c chefes da fraternidade,
em todos os paizes, aquellas medidas que fossem
mais próprias a conseguir este fim o til, sem violar
independcncia alguma, nem algumas das verdadei-
ras liberdades maçónicas, particularmente aquella
das opiniões, que é a primeira, a mais susceptível
e a mais sagrada de todas.
Até o presente os nossos deveres mais especiaes
de Monarcha, cos numerosose graves acontecimen-
tos que tèem assignalado o curso do nosso reinado,
tèem paralysado as nossas intenções a esse respeito,
e nos tem desviado deste projecto.
_ 69 —
Ào tempo, á sabedoria, ás luzes c ao zelo dos II.-.
que brevemente nos succederáõ, como tudo no-lo
annuncia, é que pertence completar esta obra tão
bclla e tão grande quanto necessaria. Nós lhes dei-
xamos cm legado esta tarefa, c lhes recommcndamos
que trabalhem sem descanso, mas com prudência
e doçura.
Todavia as recentes e instantes representações
que nostêem sido dirigidas de todas as partes, nestes
últimos tempos, nos demonstram a urgência que
ha de pôr um dique forte aos progressos do espi-
rito de intolerância de seita, descismaede anarchia,
que modernos novadores se esforçam por introduzir
entre os II.-., com vistas mais ou menos restringi-
das, irreflectidas ou rcprchcnsiveis, e apresentadas
debaixo de fórmulas especiosas, capazes de deso-
rientarem do seu fim a verdadeira maçoncria, des-
naturalisando-a, echegarem dest'arte ao aviltamento
e aniquilamento da ordem. Nós mesmo reconhece-
mos esta urgência, pelo que se passa hoje nos estados
visinhos da nossa monarch ia.
Estas razões, e outras considerações de uma gra-
vidade não menos importante, nos induzem portan-
to a reunir e associar em um só corpo maçonico
todos os ritos do regimen escossez, cujas doutrinas
são geralmente reconhecidas como as mais idênti-
cas áquellas da instituição primitiva, cujo fim é o
mesmo, e que sendo ramos principaes de uma só
arvore não differein entre si senão por pontos de
fórmulas já entre muitos combinadas ou laceis de
_ 70 —
combinar. Estes ritos são conhecidos pelas denomi-
nações de—antigo d'Heredon, ou Ileredon de Dilwe-
ning—d'oriente de Santo André, dos imperado-
res d'oriente e occidente, príncipes de real segre-
do ou cia perfeição philosophica, e do rito muito mo-
derno, chamado primitivo.
Portanto, adoptando nós por base da nossa refor-
ma conservadora o titulo do primeiro destes ritos,
e o numero dos gráos jcrarchicos do ultimo, os de-
claramos todos unidos e associados de hoje em dian-
te em uma só ordem, a qual, professando o dogma
e as doutrinas puras da franc-maçoneria primitiva,
abrangerá todos os systemas do escossismo, combi-
nado debaixo do titulo de — rito escossez antigo e
aceito. —
Dar-se-ha nelle a instrucção maçónica com trinta
e tres graduações ou gráos, divididos em sete tem-
pos ou classes, pelos quaes todo o maçon será obri-
gado a passar successivamente, antes de chegar ao
mais sublime, e ultimo, e em cada gráo soffrerá os
tempos e exames de provas exigidos pelos institu-
tos, estatutos, e antigos e novos regulamentos da
ordem c da perfeição.
O primeiro gráo será submettido ao segundo, o
segundo ao terceiro, e successivamente até o mais
elevado (o trigésimo-terceiro e ultimo), o qual vigia-
rá, examinará c mandará á todos os outros, e cuja
assembléa, 011 capitulo será o—grande concelho so-
berano, dogmático protector e conservador da or-
dem—, o qual governará, regerá, administrará, em
— 71 —
virtude das presentes, e das constituições que serão
immediatamente feitas.
Todos os gráos dos ritos acima associados, desde
o primeiro até o decimo-oitavo, serão classificados
na sua escala correspondente, e, segundo sua analo-
gia ou semelhança, nos da perfeição, e fixaráõ os
dezoito primeiros gráos do rito antigo e aceito; o
clecimo-nono gráo do rito chamado privativo será
o vigésimo da ordem ; o vigésimo e vigesimo-tercei-
ro gráos da perfeição, ou o decimo-sexto e vigesi-
mo-quarto do rito primitivo, serão o vigésimo pri-
meiro, e vigesimo-oitavo da ordem; os príncipes de
real segredo tomaráõ escala no trigesimo-segundo
gráo, debaixo dos soberanos, grandes inspectores
geraes 33, e ultimo gráo da ordem; os grandes
juizes commendadores tomaráõ escala no gráo tri-
gesimo-primeiro; os grandes commendadores, gran-
des eleitos cavalleiros kadosch, formaráo o trigésimo
gráo; o vigesimo-terceiro, o vigesimo-quarto, vi-
gesimo-quinto, vigesimo-sexto, vigesimo-setimo e
vigesimo-nono, serão os chefes do tabernaculo, prín-
cipes do tabernaculo, cavalleiros da serpente de
bronze, príncipes de merci, grandes commendado-
res do templo e grandes escossezes de Santo André.
Todos os altos gráos agglomerados do dito regi-
men escossez serão pela mesma sorte classificados
nas suas escalas correspondentes, e, segundo suas
analogias ou identidades, naquellas do rito escos-
sez antigo e aceito.
Porém jamais, nem debaixo de qualquer pretexto,
nenhum destes altos gráos poderá ser assemelhado
ao trigesimo-terceiro e muito sublime gráo de so-
berano grande inspector geral, protector, conser-
vador da ordem, e ultimo do rito escossez antigo
e aceito. Nenhum poderá em occasião alguma go-
zar dos mesmos direitos, prerogativas, e privilégios
ou poderes de que Nós o investimos.
Assim o havemos instituido em virtude dos nos-
sos poderes soberanos e conservadores.
E para sua firmeza e estabilidade mandamos á
todos os nossos caríssimos e bem amados, valen-
tes e sublimes cavallciros, e príncipes maçons, que
assim o cumpram, c façam cumprir e guardar.
Dado em nossa residencia real de Berlin, em o
I de Maio do anno da graça 1786, e do nosso rei-
o

nado k l .
Assignado — Frederico.
— 75 —

CONSTITUIÇÕES, ESTATUTOS E REGULAMENTOS.


Para o governo do supremo concelho dos inspec-
tores geraes do gráo 33, e para o de todos os conce-
lho sob sua jurisdicção:
Feito e approvado no supremo conceilio do grao
33 devida e legalmente estabelecido e constituído
no'grande oriente de Berlin, em o I de Maio, anno
o

lucis 5785, e da era christã 1786.


Ao qual concelho estava presente Sua Augusta
Magestade Frederico II, Kei da Prussia, Soberano
Grande Commondador.

m mm D O M U I T O S A N T O E GR.-, ARCII.-.
D O UNIV.-.

O r d o ais C í i a o l

Os soberanos grandes inspectores geraes, cm su-


premo concelho reunidos, têem deliberado e deter-
minado as seguintes constituições e regulamentos
para o governo dos concelhos maçons sob sua juris-
dicção. 10
— 7/i —

ART. I.

As constituições e regulamentos feitos pelos nove


cornniissarios nomeados pelo grande concelho dos
sublimes príncipes de real segredo serão restricta-
mente executados, excepto aquellcs artigos que mi-
litão contra os da presente constituição.

ART. I I .

O gráo 3o, chamado soberano grande inspector


geral, ou supremo concelho do gráo 33, é formado
e organisado da maneira seguinte :
O inspectora quem fòr primeiramente dado este
gráo fica autorisado a da-lo a outro irmão que por
seu caractere gráos delle se faça digno, e a receber
sua obrigação.
Estes dous podem da mesma maneira dar o gráo
a um terceiro ; os outros serão admittidos por seus
suíTragios dados de viva voz, começando pelo ins-
pector mais novo.
Um só pôde excluir para sempre ura aspirante,
se forem julgadas suííicicnles as razoes apresen-
tadas.
Art. III.

Os dous primeiros que receberem este gráo, em


— 75 —
qualquer paiz que seja, serão os dons officiaes pre-
sidentes. Em caso de morte, renuncia, ou ausência
do paiz (para mais não tornar), do primeiro official,
o segundo tomará seu lugar e nomeará um inspec-
tor para lhe succeder.
Se o segundo official morrer, renunciar, ou dei-
xar o paiz para sempre, o primeiro official nomeará
outro para o succeder.
O muito poderoso soberano nomeará, da mesma
maneira, oillustrc thesoureiro, o illustre secretario
geral do santo império, o illustre grande mestre de
ccremoyias, o illustre capitão das guardas, e preen-
cherá assim todas as vagas que puderem oecorrer.

ART. I V .

Cada um inspector que lor iniciado neste subli-


me gráo pagará de antemão ao illustre grande the-
soureiro dez luizes de vinte e quatro libras torne-
zas; igual somma se exigirá dos que receberem os
gráos de cavalleiro kadosch e de príncipe de real
segredo, a qual será para o uso do supremo con-
celho.

ART. V .

Cada concelho supremo será cem posto de nove


— 78 —
inspectores geraes, cinco dos quaes devem professar
a religião cliristã.
Se o muito poderoso soberano e o illustre inspec-
tor estiverem presentes, tres membros podem proce-
der aos negocios da ordem, e formar o concelho
perfeito.
Haverá um só concelho deste gráo em cada nação
ou reino da Europa, dous nos Estados-Unidos da
America, apartados o mais possível um do outro;
um nas Ilhas lnglezas da America, e um igualmente
nas Francezas.

ART. VI.

O poder do supremo concelho não interfere cm


algum gráo abaixo do 17°, ou cavalleiro do oriente
c occidentc ; mas cada concelho e loja de perfei-
tos Maçons são obrigados a reconhecê-los em quali-
dade de inspectores geraes, e recebe-los com as
honras que lhes são devidas.

ART. VII.

Todos os concelhos ou indivíduos ácima do gráo


de príncipe de Jerusalem podem] appellar' para o
supremo concelho, e, neste caso, podem ahi com-
parecer pessoalmente e serem ouvidos.
— 77 —

ART. M U .

O grande concelho dos príncipes de real segre-


do elegerá um presidente escolhido d'entre os seus
membros; porem nenhum dos seus actos será válido
senão depois de terem sido sanccionados pelo su-
premo concelho do gráo 3o, que, depois da morte
de Sua Augusta Magestade o Rei da Prussia, é a
soberana autoridade da maçoneria.

ART. I X .

Nenhum deputado inspector poderá fazer uso de


seus poderes em um paiz onde estiver estabelecido
um supremo concelho de inspectores geraes, a me-
nos que não seja approvado pelo dito concelho.

ART. X .

Nenhum deputado inspector geral, precedente-


mente recebido, ou que para o futuro o possa ser em
virtude desta constituição, terá o poder de dar cer-
tificados, nem dar o gráo de cavalleiro kadosch, ou
gráos superiores.
— 78 —

ART. X L

O gráo de cavalleiro kadosch e o de príncipe


de real segredo jamais serão conferidos senão em
presença de tres soberanos grandes inspectores
geraes.

ART. X I I .

O supremo concelho exercerá todos os soberanos


poderes maçonicos de que Sua Augusta Magestade
Frederico II, Rei da Prussia, era revestido; e, quando
fòr conveniente protestar contra as patentes de de-
putados inspectores geraes comoiilegaes, enviar-se-
hão informações disto a todos os supremos con-
celhos.
ART. XIII.

O supremo concelho do gráo o3 e autorisado a


deputar um irmão e membro do dito concelho para
estabelecer um concelho do dito gráo cm qualquer
paiz designado pela presente constituição, com a
obrigação de se regular pelo art. 2.°
Estes deputados terão também o poder de conce-
der patentes aos deputados inspectores geraes, os
quaes deveráõ ter recebido ao menos o gráo cie ka-
— 79 —
dosch, para estabelecerem lojas e concelhos, tios
gráos superiores ao de cavalleiro do sol em um paiz
onde não houver lojas sublimes ou concelhos já es-
tabelecidos.
O ritual manuscripto do gráo não será dado a
nenhum outro inspector, senão aos dous primeiros
officiaes de cada concelho, ou a um irmão que íor
mandado a um paiz remoto estabelecer um conce-
lho deste gráo.

ART. XIY.

Em todas as procissões dos gráos sublimes, o su-


premo concelho irá por ultimo, e os dous primeiros
officiaes o seguiráõ, precedidos do grande porta-es-
tandarte da ordem.

ART. X V .

As assembléas do concelho se reuniráõ de tres cm


tres luas novas; porém congregar-se-hão mais vezes,
se a necessidade o exigir para o expediente dos ne~
gocios.
Ha duas festas 110 anno: uma cm o I dc Outu-
o

bro, quando as nossas possessões forão sequestradas


e dadas aos cavalleiros de malta; e outra em 27 de
Dezembro, festa da ordem da maçoneria.
— 80 —

ART. XVI.

Cada inspector geral do gráo 33 será

de o iro, peto trabalho de sellar, e outro ao supre


i l l , n rara cobrir as suas despezas.
" " o gramle sèlto do supremo eoueeJUo
C
4 «

DEUS MEUMQUE J U S - , e p o r ^ u n a da a„u,a


—SUPREMO CONCELHO BO CRAO o i .

ART. XVII.

lira insucctor geral não tem poder algum indivi-


d u — « p a i 2 onde h o u v e r - supre
«noihn • noraue é necessaria a maiona ac vu
2 P — seis processos legaes, excepto em
líirtude de patentes concedidas especialmente pelo
concelho.
ART. XVIII.

As sommas provenientes das iniciações nos c o £


cellios de gráos superiores ao de príncipe de J a u
— 81 —
salem serão remei lidas para os fundos dos supre-
mos concelhos.

PRIVILÉGIOS AFFEGTOS AO GRÁO 33

Um soberano grande inspector geral entrará de


cliapéo na cabeça cm todos os concelhos e lojas, ex-
cepto no supremo concelho do gráo 33, e terá o
privilegio de íallar sem se levantar de sua cadeira.
Quando um soberano grande inspector geral for an-
nunciado á porta de um concelho de gráo superior
ao 16% será recebido debaixo de abobada de aço.
Se o Presidente não fôr inspector, oflereccrá a sua
cadeira ao inspector visitante, ao alvedrio do qual
fica o aceita-la ou não. No grande concelho dos
príncipes de Jerusalem, c na sublime e respeitável
loja dos perfeitos maçons, sc assentará á direita dos
tres vezes poderosos, cuja honra terá igualmente
em uma loja symbolica. Os outros privilégios são
absolutamente os mesmos que toem os príncipes de
Jerusalem.
Um soberano grande inspector geral levará em
todas as lojas e concelhos os attributes de seu gráo.
Cada inspector geral terá um attestado escripto
em francez e inglcz, no qual todos os maçons des-
te gráo se assignaráõ.
1.1
— 82 —
Quando uni inspector geral assignar um papel
maçonico ajuntará ao seu nome os títulos de cavai-
leiro kadosch, príncipe de real segredo, soberano
grande inspector geral do gráo 23, rubricado pelo
grande secretario geral, cavalleiros kadosch, prín-
cipe de real segredo, soberano grande inspector
geral, secretario do santo império.

n.Nls í.Uis íii.n.

>
APPEHDiCE

DOS INSTITUTOS E GRANDES CONSTITUIÇÕES


D O SUL'LIE MO C O N C E L H O D O G R A . 0 33.'

ART. 1.

O estandarte da Ordem é da côr da praia (bran-


co) franjado de ouro em roda, carregado no centro
com uma águia de duas cabeças com azas abertas
pretas, bicos e pés de ouro, sustendo nas garras uma
espada antiga, guarnecida de ouro, posta em frente
da direita á esquerda, da qual pende uma divisa
com as palavras—DEUS MEÜMQUE JUS—cscri-
ptas também com letras de ouro.
A aguia é coroada de gloria de ouro, a gravata
de purpura, franjada de ouro, e estreilada do mes-
mo metal.
ART. I I .

As insígnias do soberano grande inspector geral


são:
— 8/| -
I A cruz [euloniea esmaltada de encarnado,
a

posta sobre o peito esquerdo.


2° Condão ondeado, orlado de ouro, carregado em
frente de uma gloria radiante dc ouro, marcado 110
centro com o algarismo 33, acompanhado á direita
e esquerda de dous punhaes dc prata com as pon-
tas para o centro da gloria.
Este condão, levado da esquerda para a direita,
acaba cm ponta, franjado de ouro, carregada no
centro com um simples laço encarnado, do qual
pende a joia da ordem.
3° Esta joia é a águia, semelhante ádo estandarte,
coroada com a real coroa da Prussia.
h" A medalha da ordem se traz por cima da cruz
teutonica. E' uma eslrella de 9 pontas radiantes,
de prata, formada de três triângulos de ouro enla-
çados, atravessados por uma espada, e a mão da
justiça pendente do pescoço sobre o peito por cima
de tudo. O escudo da ordem, esmaltado dc azul,
tem a aguia semelhante á aquella do estandarte,
acompanhada á direita de uma balança de ouro, e
á esquerda de uma esquadria e compasso enlaça-
dos da mesma maneira.
O escudo é debruado dc azul, carregado coin a
divisa—OBDO AB CHAO—cm letras dc ouro, cir-
culada de duas serpentes, matizadas de ouro, mor-
dendo a cauda, ao lado de 9 pequenos triângulos,
esmaltados de purpura, e carregados cada um com
a sua letra, das seguintes 8. A. P. 1. E. N. T. 1. A.
5 Os três primeiros oílieiaes do supremo concelho
o
— 85 —
trazem de mais uma banda branca em cinto fran-
jado de onro, pendente á esquerda.

A m . III.

O grande sello da ordem tem de prata a aguia


de duas cabeças, semelhante á do estandarte, co-
roada com a coroa de ouro da Prussia, realçada da
gloria radiante do mesmo metal, carregado no cen-
tro com o algarismo 33, ou somente com um dos
dous. Nas margens inferiores, por baixo das azas e
pés da aguia, estão postas cm meia lua 33 estrcllas
de ouro. O todo é circulado com a divisa—SUPRE-
MO CONCELHO DOS 33 GRÁOS DF, . . .
Dado em supremo concelho do gráo 33, cm o
dia, mez c anno ut supra. (Assignado) N . . . . Stark
N ... . N K. Wocllner.
A pprova do. A ssign a do—Frederico.
Abaixo está cscripto : isto é fielmente extrahido
do livro sagrado da ordem.
( Assignado. )
Eu manterei. Assignado.
Eu manterei. Assignado.
Eu manterei. Assignado.
1857 — TIT. SE J. X, de SOMA Menezes, MA do Cako, LFI5.

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