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Laje Nervurada
Laje Nervurada
Resumo
Lajes nervuradas são lajes de seção transversal vazada, na qual a zona comprimida encontra-se na mesa
e, a zona tracionada, nas nervuras. As lajes nervuradas podem ser projetadas como lajes maciças
dispensando-se a verificação da flexão da mesa e o cisalhamento das nervuras, desde que as dimensões
respeitem os limites recomendados pela NBR 6118:2003 para o projeto à temperatura ambiente. A NBR
15200:2004 “Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio” fornece dimensões mínimas para a
mesa e as nervuras em função do tempo requerido de resistência ao fogo, que servem a qualquer concreto
estrutural de densidade e resistência normais; essas dimensões são maiores que àquelas recomendadas
pela NBR 6118:2003 e, na maior parte dos casos, objetivam assegurar a função corta-fogo. As dimensões
recomendadas pela NBR 15200:2004 podem ser reduzidas, se comprovada a resistência ao fogo por meio
de métodos experimentais ou numéricos. Neste trabalho, são apresentados os resultados de uma análise
termestrutural de 10 seções transversais de lajes com nervuras pré-moldadas com fôrmas plásticas
comerciais da Construção Civil. A análise térmica baseou-se nas diretrizes das normas européias EC 1-1-
2:2002 e EC 2-1-2:2004 e, a análise estrutural, nas da norma brasileira NBR 15200:2004. Os resultados
permitiram idealizar um método racional para o projeto de lajes nervuradas industrializadas em situação de
incêndio, alternativo ao método tabular, e fornecem subsídios a uma futura revisão da NBR 15200:2004. Na
pesquisa, empregou-se o Super Tempcalc (TCD v. 5) — software de análise térmica por meio do método
dos elementos finitos, com sub-rotinas de cálculo analítico para o dimensionamento à flexão simples.
Palavra-Chave: dimensionamento, lajes nervuradas, concreto armado, incêndio
Abstract
Ribbed slabs are hollow slabs where the compressed and the tensioned zones are at the web and the ribs,
respectively. The ribbed slabs may be designed like solid slabs, neglecting the independent structural
behaviour of the web (only to the flexure) and the ribs (to the flexure and shear), providing the dimensions
are in to the limit-range given by NBR 6118:2003. The standard NBR 15200:2004 “Projeto de estruturas de
concreto em situação de incêndio” (Design of concrete structures in fire situation) gives minimal dimensions
for the web and ribs as a function of the required time of fire resistance, applied to any structural concrete
with normal density and strength; these dimensions are superior than those for the room temperature to
assure the fire insulation and integrity functions. The thermal and structural analyses of the main commercial
section-profiles of the slabs with the precast ribs of the Brazilian Civil Construction was conducted, by means
a numerical modelling, using the Super Tempcalc® (TCD v. 5) – software for the thermal analysis of
structural members by finite elements method and calculation sub-routines for the fire design of flexured
reinforced concrete elements. The input data based on the directions of the EU standards EC 1-1-2:2002
and EC 2-1-2:2004 for the thermal analysis, and the Brazilian standard NBR 15200:2004 for the structural
analysis. This study will be background information for an upcoming review of the NBR 15200:2004.
Keywords: fire desing, ribbed slabs, reinforced concrete.
3 Ações e segurança
3.1 Ação térmica
A ação térmica é caracterizada pelos fluxos de calor convectivo e radiante sobre a
superfície dos elementos estruturais. Os fluxos de calor convectivo e radiante são
produzidos pela diferença entre a temperatura do elemento estrutural, “frio”, e a
temperatura dos gases quentes no compartimento em chamas (SILVA (2004)).
A diferença entre a temperatura do ambiente superaquecido (em chamas) e a dos
elementos estruturais gera um fluxo de calor que, por convecção, radiação e condução2,
transfere-se para a estrutura, aumentando a sua temperatura.
Para as superfícies diretamente aquecidas, o fluxo de calor convectivo é determinado pela
eq. 3.1, de Isaac Newton, para a transferência de calor por convecção.
• (3.1)
qc = α c ⋅ (θ g − θ c )
•
onde: q c = fluxo de calor convectivo na superfície por unidade de área [W/m²];
αc = coeficiente de transferência de calor por convecção [W/(m².°C)];
θc = temperatura da superfície do elemento estrutural [°C].
Tabela 3.2: Fatores de redução para combinação excepcional das ações em situação de incêndio (NBR
8681:2003).
Condição do local ψ2
Locais em que não há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos
períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas (edifícios residenciais, de acesso 0,21
restrito).
Locais em que há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos
períodos de tempo, ou de elevada concentração de pessoas (edifícios comerciais, de escritórios e 0,28
de acesso público).
Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens. 0,42
Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0
hcapa
be he
bw sem escala
Tabela 4.1: Dimensões das seções transversais das amostras utilizadas análise paramétrica dimensional.
Dimensões
n° Amostra
i (mm) be (mm) bw (mm) he (mm) hcapa (mm)
1 H-00 100 50 50 0 50
2 H-01 100 50 50 10 50
3 H-02 100 50 50 20 50
4 H-03 100 50 50 30 50
5 H-04 100 50 50 40 50
6 H-05 100 50 50 50 50
7 H-06 100 50 50 60 50
8 H-07 100 50 50 70 50
9 H-08 100 50 50 80 50
10 H-09 100 50 50 90 50
11 H-10 100 50 50 100 50
12 BW-10 460 450 10 150 50
13 BW-50 500 450 50 150 50
14 BW-100 550 450 100 150 50
15 BW-150 600 450 150 150 50
16 BW-200 650 450 200 150 50
17 BW-250 700 450 250 150 50
18 BW-300 750 450 300 150 50
19 BW-350 800 450 350 150 50
20 BW-400 850 450 400 150 50
21 BW-450 900 450 450 150 50
22 BW-500 950 450 500 150 50
23 BWI-50 300 50 250 150 50
24 BWI-100 300 100 200 150 50
25 BWI-150 300 150 150 150 50
26 BWI-200 300 200 100 150 50
27 BWI-250 300 250 50 150 50
28 BWI-300 300 300 0 150 50
29 BE-00 5 0 5 150 50
30 BE-I-00 5 0 5 150 50
31 BE-05 10 5 5 150 50
32 BE-10 15 10 5 150 50
33 BE-15 20 15 5 150 50
34 BE-20 25 20 5 150 50
Tabela 4.2: Dimensões das seções transversais das amostras utilizadas na investigação computacional.
Diâmetro
Dimensões (cm) das barras
Amostra Modelo Fabricante
(mm)
a b c d e f g 2ø
1 AS Astra S/A Indústria e Comércio 15,09 7 5 15 53 2,5 3,2 10
2 AS Astra S/A Indústria e Comércio 15,09 7 7 15 53 2,5 3,2 10
3 AT Atex do Brasil Ltda. 12,5 8 5 18 52 2,5 2,8 10
4 AT Atex do Brasil Ltda. 12,5 8 8 18 52 2,62 2,9 12,5
5 UL Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda. 17,5 12 5 20 68 2,62 3,0 12,5
6 UL Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda. 17,5 12 8 20 68 2,8 3,2 16
7 UL Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda. 23,14 12 5 30 68 2,8 3,3 16
8 UL Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda. 23,14 12 8 30 68 3,0 3,6 20
9 AT Atex do Brasil Ltda. 25,8 12,5 5 40 67,5 2,8 3,3 16
10 AS Astra S/A Indústria e Comércio 25,8 12,5 8 40 67,5 3,0 3,5 20
θ − 115
ρ c,θ = ρ c ⋅ 1 − 0,02 ⋅ , se 115 °C < θ ≤ 200 °C
85
θ − 200
ρ c,θ = ρ c ⋅ 0,98 − 0,03 ⋅ , se 200 °C < θ ≤ 400 °C
200
θ − 400
ρ c,θ = ρ c ⋅ 0,95 − 0,07 ⋅ , se 400 °C < θ ≤ 1200 °C
800
onde: ρc = massa específica do concreto de densidade normal à temperatura ambiente
[kg/m³];
ρc,θ = massa específica do concreto de densidade normal em função da
temperatura θ [kg/m³].
(4.4)
c p ,θ = 900, se 20 °C ≤ θ ≤ 100 °C
fck
fcd,θ = κ c,θ ⋅ (4.6)
γc
onde: fcd,θ = resistência de cálculo do concreto à compressão à temperatura elevada θ
[MPa];
γc = coeficiente de minoração da resistência característica do concreto à
compressão em situação excepcional (Tabela 4.5) [adimensional]5.
Tabela 4.4: Fatores de redução para a resistência κc,θ Tabela 4.5: Coeficientes de minoração da
(concreto) e κs,θ (aço) (NBR 15200:2004). resistência dos materiais (NBR 8681:2003; NBR
6118:2003).
Materiais
Temperatura Concreto Aço CA 50 Materiais
θ (°C) (agregado silicoso) (tração) Situação concreto aço
κc,θ κs,θ γc γs
20 1 1,00 normal 1,4 1,15
100 1 1,00 excepcional 1,2 1,00
200 0,95 1,00
300 0,85 1,00
Os fatores de redução das propriedades
400 0,75 1,00
500 0,6 0,78 mecânicas do concreto a temperaturas
600 0,45 0,47 elevadas, usadas nesta pesquisa,
700 0,3 0,23 compreendem somente os concretos das
800 0,15 0,11 classes de resistência C20 a C50, do
900 0,08 0,06 grupo I definido pela NBR 8953:1992, não
1000 0,04 0,04
sendo apropriados a concretos de classes
1100 0,01 0,02
1200 0 0,00 de resistência superiores.
5 Modelagem computacional
A modelagem computacional foi executada com auxílio do Super Tempcalc® –
Temperature Calculation and Design v.5, desenvolvido pela FSD® na Suécia7, para
análise térmica de seções de elementos estruturais expostas ao calor, por meio do
método dos elementos finitos, e avaliação da capacidade resistente da seção de concreto
armado, aço ou mista de aço e concreto sujeita à flexão simples (packages CBEAM e
SBEAM), e de aço ou mista de aço e concreto sujeita à flexão composta (package
Compress), à temperatura ambiente e em situação de incêndio (Figura 5.1; FSD (2000);
ANDERBERG (2005)).
O Super Tempcalc® v.5 foi desenvolvido em ambiente Matlab® com geração automática
cálculo
cálculo estrutural
estrutural em de
em situação
SuperTempcalc® incêndio
situação de incêndio
Figura 5.1: Módulos de processamento do software Super Tempcalc® (ANDERBERG (2005), adaptado).
d
y MRd
situação normal
fyd Fs
C.G. armadura
εs < 1%
εcu,fi σcd,fi
Fc,fi
xfi
d
yfi MRd,fi
situação de incêndio
fyd,θ Fs,θ
C.G. armadura
εs ≤ ∞
deformações tensões forças
reais resultantes
Figura 5.2: Deformações específicas, tensões e forças resultantes atuantes em uma seção retangular de
concreto armado sujeita à flexão simples.
Fc = σ cd ⋅ A c (5.2)
onde: σcd = valor de cálculo da tensão de compressão do concreto distribuída sobre a
seção comprimida [MPa];
Ac = área da região comprimida da seção de concreto [m²].
Fs = f yd ⋅ A s (5.3)
onde: As = área total de aço da armadura passiva [m²].
Quando a condição de equilíbrio é satisfeita (eq. 5.4), o valor de cálculo do momento fletor
resistente é determinado por:
m (5.5)
M Rd ,fi = ∑ κ c,θi ⋅ σ cd ⋅ A ci ⋅ y i
i =1
onde: MRd,fi = valor de cálculo do momento fletor resistente em situação de incêndio
[kN.m/m];
yi = braço de alavanca entre os centros geométricos da armadura tracionada e do
elemento finito de concreto “i” na zona comprimida [m].
6 Resultados e comentários
Após uma discretização comprovadamente adequada, os resultados numéricos da análise
8Geralmente, as lajes são calculadas à temperatura ambiente antes da verificação em incêndio. Assume-se
que o risco de ruptura convencional do concreto (deformação específica limite) já foi verificado ao se
dimensionar a armadura de tração.
800
800 700
-0.05
900
-0.05
900
-0.1
-0.1
-0.15
1000
-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 -0.15
-0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3
Malha free-form de 309 elementos Campo de temperaturas para t = 120 min Isotermas geradas para t = 120 min de
triangulares, com refinamento localizado de aquecimento ISO 834:1975 aquecimento ISO 834:1975
Figura 6.1: Malha de elementos finitos, campo de temperaturas e isotermas gerados pelo Super Tempcalc®
para a Amostra n° 1 – AS.
45
30
TRF (min)
TRF (min)
TRF (min)
40
15
35
0
0 200 400 600 30
30 bw (mm) ou be (mm) 0 100 200
0 100 200 300 400 be (mm) ou i (mm)
he (mm)
Amostras grupo H — influência da altura he das Amostras grupo BW — influência da Amostras grupo BE — influência da
nervuras sobre a temperatura da capa. largura bw (para i constante) das distância be (para bw constante)
nervuras sobre a temperatura da capa. sobre a temperatura da capa.
Figura 6.2: Impacto das dimensões das nervuras sobre a resistência ao fogo da capa, segundo o critério de
isolamento térmico.
M Rd,fi (kN.m/m)
amostra 3: tipo AT
1 AS Astra S/A Indústria e Comércio 30 amostra 4: tipo AT
2 AS Astra S/A Indústria e Comércio 49 amostra 5: tipo UL
3 AT Atex do Brasil Ltda. 30 amostra 6: tipo UL
4 AT Atex do Brasil Ltda. 61 50
amostra 7: tipo UL
5 UL Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda. 30 amostra 8: tipo UL
6 UL Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda. 61 amostra 9: tipo AT
7 UL Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda. 30 amostra 10: tipo AT
8 UL Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda. 61
9 AT Atex do Brasil Ltda. 30 0
10 AT Atex do Brasil Ltda.. 61 0 30 60 90 120
Nota: *Tempo de resistência ao fogo para a verificação ao isolamento Tempo (min)
térmico, i.e., tempo (min) no qual a face superior da mesa atingiu a
temperatura de 160 °C. Figura 6.3: Valor de cálculo do momento fletor resistente em situação de
incêndio em função do tempo, da seção de concreto armado das amostras
investigadas.
µfi = ηfi*MSd/MRd
0.5
µfi = ηfi *MSd/MRd
0.4
0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0
0 45 60 75 90 105 120
45 60 75 90 105 120 TRF (min)
TRF (min)
0.7 0.7
Amostra n° 3 – modelo AT Amostra n° 4 – modelo AT
0.6 0.6
0.5
µfi = ηfi*MSd/MRd
0.5
µfi = ηfi*MSd/MRd
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0
0
30 45 60 75 90 105 120
TRF (min) 45 60 75 90 105 120
TRF (min)
0.7 0.7
Amostra n° 5 – modelo UL Amostra n° 6 – modelo UL
0.6 0.6
0.5 0.5
µfi = ηfi*MSd/MRd
µfi = ηfi*MSd/MRd
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
45 60 75 90 105 120 45 60 75 90 105 120
TRF (min) TRF (min)
Figura 6.4: Relação entre o coeficiente redutor µ ( t ) = MSd e o tempo de resistência ao fogo das amostras
fi
M Rd
de perfis comerciais (Tabela 4.2) nº 1 à n° 6.
0.5 0.5
µfi = ηfi*MSd/MRd
µfi = ηfi*MSd/MRd
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
45 60 75 90 105 120 45 60 75 90 105 120
TRF (min) TRF (min)
0.7 0.7
Amostra n° 10 – modelo AT Amostra n° 9 – modelo AT
0.6 0.6
0.5 0.5
µfi = ηfi*MSd/MRd
µfi = η fi*MSd /MRd
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
60 75 90 105 120 45 60 75 90 105 120
TRF (m in) TRF (min)
Figura 6.5: Relação entre o coeficiente redutor µ ( t ) = MSd e o tempo de resistência ao fogo das amostras
fi
M Rd
de perfis comerciais (Tabela 4.2) nº 7 à n° 10.
Com base na eq. 3.6, pode-se estimar o valor de cálculo do momento fletor atuante em
situação de incêndio e o fator ηfi por meio da eq. 7.2.
A eq. 7.1 pode ser reescrita na forma da eq. 7.3, dividindo-se os dois membros por MRd e
usando a eq. 7.2. O valor de MRd,fi foi obtido por meio da modelagem computacional via
Super Tempcalc®, em função do tempo de aquecimento (Figura 6.3); esse tempo é o
tempo de resistência (TRF) da estrutura.
η fi ⋅ MSd MRd,fi (7.3)
=
MRd MRd
onde: MRd = valor de cálculo do momento fletor resistente para a situação normal
[kN.m/m].
O TRF pode ser determinado facilmente, para as amostras aqui analisadas (Figura 4.2 e
Tabela 4.2), aplicando-se diretamente os gráficos da Figura 6.4 e da Figura 6.5,
introduzindo-se apenas os valores do momento fletor solicitante e resistente, já
conhecidos na situação normal de uso, no cálculo do fator µfi (eq. 7.4).
η ⋅M M (TRF) (7.4)
µ fi (TRF) = fi Sd = Rd,fi
MRd MRd
9 O TRRF pode ser determinado por meio de tabelas (NBR 14432:2001) ou pelo método do tempo
equivalente (COSTA & SILVA (2005); SILVA et al. (2005)).
ANAIS DO 49º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2007 – 49CBCxxxx 21
início
combinações normal e
excepcional de ações
• carga permanente G;
• carga acidental Q;
• tipo de ocupação (fator ψ2).
Fd ,fi M Sd ,fi
η fi = ≡
Fd M Sd
0.5
µ fi = η fi*M Sd /M Rd
0.2
0.1
0
45 60 75 90 105 120
TRF (min)
SIM
TRF ≥ TRRF ? Ok!
NÃO
Figura 7.1: Procedimentos para determinar o tempo de resistência ao fogo (TRF) da laje nervurada
com auxílio dos gráficos para o dimensionamento.
8 Conclusões
As dimensões e a distância entre nervuras das amostras analisadas não afetaram
significativamente o campo de temperaturas da mesa. Não foi observada a influência
favorável das nervuras, sobre o campo de temperaturas na capa, para reduzir a
temperatura na superfície da laje; tampouco foi observado o “efeito de aleta” que poderia
comprometer o isolamento térmico. Portanto, não há necessidade de se penalizar as lajes
nervuradas de seções usuais em relação às lajes maciças.
As amostras analisadas atendem aos critérios de isolamento térmico para 30 min ≤ TRRF
≤ 60 min (Tabela 6.1), sem acréscimo de revestimento. Os valores de TRF podem ser
aumentados com a inclusão de revestimentos não-combustíveis, conforme estabelecido
na NBR 15200:2004.
ANAIS DO 49º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2007 – 49CBCxxxx 22
O critério de isolamento térmico não necessita ser considerado nas situações em que a
legislação não requer a função de compartimentação; nesses casos, a espessura da
mesa pode ser dimensionada apenas para as condições de carregamento.
O método tabular da NBR 15200:2004 apresenta as mínimas dimensões que deve
possuir uma seção transversal de laje nervurada em função do TRRF. A NBR 15200:2004
permite o uso de métodos mais avançados de análise térmica e estrutural. Neste trabalho,
foi realizada a análise termestrutural de diversas seções transversais de lajes nervuradas
de concreto armado, por meio do software Super Tempcalc®. Demonstrou-se que se
conhecendo apenas os valores dos momentos fletores solicitantes em incêndio e
resistentes à temperatura ambiente é possível determinar o tempo de resistência ao fogo
da seção transversal. Os resultados foram apresentados por meio de gráficos para a
aplicação direta em projeto de estruturas de concreto em incêndio; esses resultados
podem ser utilizados como alternativa ao método tabular da NBR 15200:2004. Outras
seções de lajes nervuradas podem ser estudadas seguindo-se os mesmos procedimentos
usados nesta pesquisa.
Nesta pesquisa, o arranjo das armaduras considerado é possível apenas às estruturas em
ambientes de classes de agressividade ambiental I e II (NBR 6118:2003). Para a classe
de agressividade ambiental III e IV, os cobrimentos são maiores e poderão implicar em
arranjo de armaduras em mais de uma camada; nesses casos, as lajes poderão ter a
resistência estrutural ao fogo aumentada.
9 Agradecimentos
Às indústrias de fôrmas para lajes nervuradas Astra S/A Indústria e Comércio, Atex do
Brasil Ltda. e à Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Ltda.; ao Centro Brasileiro da
Construção em Aço – CBCA ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico –
CNPq e à Fundação para Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, pelo
suporte desta pesquisa
10 Referências
ANDERBERG, Y. The effects of the constitutive models on the prediction of concrete
mechanical behaviour and on the design of concrete structures exposed to fire. In:
GAMBAROVA, P. G.; FELICETTI, R.; MEDA, A.; RIVA, P. Proceedings of the workshop
“Fire design of concrete structures: What now? What next?”. Milan, 2004. Brescia:
Starrylink Editrice Brescia, 2005.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Ações e segurança nas
estruturas – Procedimento. NBR 8681. Rio de Janeiro: ABNT, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Componentes
construtivos estruturais determinação da resistência ao fogo – Método de ensaio.
NBR 5628. Rio de Janeiro: ABNT, 1980.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Barras e fios de aço
destinados a armaduras de concreto armado – Especificação. NBR 7480. Rio de
Janeiro: ABNT, 1996.