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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

1. APRESENTAÇÃO 3
2. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 4
2.1. Domicílio eleitoral 4
2.2. Causas de cancelamento e exclusão 6
3. ALISTABILIDADE 9
3.1. Inalistáveis 11
4. RESOLUÇÃO TSE 23.659/2021 13
4.1. Operações no Cadastro Eleitoral 13
4.1.1. Alistamento 13
4.1.2. Transferência 14
4.1.3. Revisão 15
4.1.4. Segunda via 17
4.2. Do Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE 18
4.2.1. Campos do RAE 20
4.2.2. Preenchimento do RAE 21
4.2.3. Apreciação do RAE 23
5. DO ALISTAMENTO 24
5.1. Do título de eleitor 25
5.2. Da documentação necessária 27
5.3. Do Nome Social 28
5.4. Indígenas e pessoas com deficiência 30
5.4. Multa pelo alistamento tardio 32
6. DA TRANSFERÊNCIA 34
6.1. Requisitos para a transferência 34
7. RECURSOS: ALISTAMENTO E TRANSFERÊNCIA 37
8. DA FISCALIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS 40
9. DO ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES DO CADASTRO 42

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10. RESTABELECIMENTO DE INSCRIÇÃO CANCELADA POR EQUÍVOCO 43


10.1. Atualização da Situação do Eleitor - ASE 43
11. DOS BATIMENTOS 45
11.1. Do processamento das inconformidades 47
11.2. Da competência para apreciação das inconformidades 49
11.3. Das fases do processo de duplicidade/pluralidade 52
11.4. Das hipóteses de ilícito penal 53
12. DIREITOS POLÍTICOS 54
12.1. Aquisição e exercício 54
12.2. Restrição e regularização 55
13. CORREIÇÃO E REVISÃO DO ELEITORADO 57
13.1. Dos procedimentos iniciais da revisão 59
13.2. Do edital de revisão 61
13.3. Da comprovação documental 62
13.4. Da conclusão dos trabalhos de revisão 64
13.5. Dos recursos 66
14. DAS PROVIDÊNCIAS E PENALIDADES PELO NÃO COMPARECIMENTO À ELEIÇÃO 68
15.QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES ADAPTADAS 57
16. GABARITO 88
17. QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 89
20. Resumo de véspera de prova 122

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Olá!

O tópico que estudaremos hoje também é muito cobrado em provas de Direito Eleitoral,
independentemente de qual seja o cargo pleiteado: alistamento eleitoral.

O tema é abordado tanto no Código Eleitoral quanto na nova Resolução TSE nº 23.659/21.
Todavia, a grande maioria das questões é baseada no texto literal da resolução, pois alguns
dispositivos do Código Eleitoral já se encontram revogados (tácita e expressamente). Diante disso,
a minha primeira orientação é a seguinte: leia todos os 142 artigos da resolução, na íntegra.

Tenho percebido que muitas questões de prova estão abordando detalhes da norma, que
geralmente são deixados de lado pelos candidatos. Contudo, como o nosso objetivo é GABARITAR
as questões de Direito Eleitoral, nada pode passar despercebido!

Para facilitar a compreensão e, principalmente, a memorização do conteúdo, optei por


apresentar as informações na sequência que são distribuídas na Resolução TSE 23.659/21. Assim,
ficará bem mais fácil você acompanhar a leitura da resolução com os respectivos comentários.

No mais, precisando de qualquer auxílio, lembre-se de que estou à disposição!

Até a próxima aula!

Prof. Fabiano Pereira


Ah, anote aí os meus endereços nas redes sociais, pois você encontrará muito conteúdo
complementar para sua preparação!

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O alistamento eleitoral pode ser compreendido como a fase pela qual o indivíduo
comparece à Justiça Eleitoral para se inscrever como eleitor, isto é, ter o seu nome inserido no
cadastro gerenciado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Todavia, antes disso ocorre a denominada
qualificação eleitoral, que é o ato pelo qual o indivíduo comprova que preenche todos os
requisitos legais para o exercício do direito ao voto, com a apresentação dos documentos
necessários (certidão de nascimento, comprovante de domicílio, documento de alistamento
militar – no caso dos homens entre 18 e 45 anos – entre outros).

É o que consta no art. 42 do Código Eleitoral, ao dispor que “o alistamento se faz mediante
a qualificação e inscrição do eleitor”.

Após a qualificação e inscrição, a Justiça Eleitoral entrega imediatamente (logo após o


atendimento) para o eleitor o seu respectivo título, que, mesmo com o advento da biometria,
ainda não possui foto (portanto, não pode ser utilizado como documento de identificação com
validade em todo o território nacional).

2.1 Domicílio Eleitoral

Um tema que suscita muitas dúvidas por parte dos candidatos e que frequentemente tem
sido cobrado em provas de concursos públicos é o domicílio eleitoral. Justamente por isso optei
por abordá-lo logo no início desta aula, para facilitar a compreensão de outros temas.

O Código Civil Brasileiro, em seu art. 70, dispõe expressamente que “o domicílio da pessoa
natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”.

Se no Direito Eleitoral adotássemos o conceito de domicílio previsto no Código Civil, o


eleitor apenas poderia votar e ser votado no município onde tivesse residência e efetivamente
praticasse a sua rotina familiar e/ou profissional (residência com ânimo definitivo). Todavia, há
muito a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral vem adotando um conceito mais amplo na
seara eleitoral, permitindo que, para a comprovação do domicílio eleitoral, seja suficiente que o
eleitor demonstre algum tipo de vínculo político, econômico, familiar, profissional ou social com
o município.

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Essa afirmação é referendada pelo art. 42, parágrafo único, do Código Eleitoral, ao dispor
que “para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do
requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas”.

Em outras palavras, pode-se afirmar que se Coxinha possui uma casa de praia em Fortaleza-
CE, uma fazenda na cidade de Francisco Sá-MG e um apartamento em São Paulo-SP, pode se
inscrever como eleitor em qualquer uma dessas cidades.

Suponhamos que Doquinha tenha residência e trabalha no


município de Montes Claros/MG (ô terra boa!). Entretanto,
seus pais residem no município de São Paulo/SP. Nesse caso,
não há dúvidas de que Doquinha possui vínculo familiar em
São Paulo/SP, portanto, poderia ter domicílio eleitoral em
qualquer uma dessas cidades. Situação semelhante
aconteceria se Doquinha residisse em Montes Claros/MG e
trabalhasse em São Paulo/SP, pois estaria demonstrado o
vínculo profissional na segunda cidade.

Sendo assim, não iremos utilizar o conceito de domicílio previsto no Código Civil, mas sim
o entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior Eleitoral:

“[...] Domicílio eleitoral. Abrangência. Comprovação. Conceito


elástico. Desnecessidade de residência para se configurar o
vínculo com o município. Provimento. 1) Na linha da
jurisprudência do TSE, o conceito de domicílio eleitoral é mais
elástico do que no Direito Civil e se satisfaz com a
demonstração de vínculos políticos, econômicos, sociais ou
familiares [...]” (Ac. de 18.2.2014 no REspe nº 37481, rel. Min.
Marco Aurélio, red. designado Min. Dias Toffoli.)

Pode acontecer, por exemplo, de Coxinha possuir domicílio civil na cidade de Janaúba-MG
e estudar na cidade de Montes Claros-MG, que fica a 120 km de distância. Nesse caso, pode optar
por votar e ser votado na cidade de Janaúba-MG (onde realmente mora em definitivo) ou na
cidade de Montes Claros-MG, onde possui um vínculo estudantil (nesse caso, no momento do
alistamento eleitoral basta apresentar uma declaração da faculdade para comprovar o vínculo).

E para demonstrar que o tema é frequente em provas de concursos públicos, observe a


questão abaixo, cobrada no concurso para o cargo de Delegado de Polícia da PC-PE:

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(CESPE – Delegado de Polícia – PC/2016) Com relação ao


alistamento eleitoral, julgue o item seguinte:

No alistamento eleitoral, será considerado o domicílio


eleitoral do cidadão qualificado e inscrito o lugar onde sua
residência tiver sido estabelecida com ânimo definitivo.

COMENTÁRIOS: Será considerado como domicílio eleitoral


do cidadão o lugar onde fique comprovado algum tipo de
vínculo, seja estudantil, profissional, familiar, afetivo, entre
outros.

Gabarito: “Errado”.

2.2 Causas de cancelamento e exclusão

O Código Eleitoral brasileiro, entre os artigos 71 e 81, menciona diversas hipóteses que
podem ensejar o cancelamento e a exclusão da inscrição do eleitor do cadastro do Tribunal
Superior Eleitoral. Todavia, percebe-se que o legislador deixou a técnica de lado ao utilizar essas
expressões, pois, em regra, são utilizadas como sinônimas. Diante disso, não é necessário se
preocupar em memorizar a diferenciação dos dois institutos.

Na prática, ocorrerá o cancelamento da inscrição eleitoral quando ficar configurada


alguma das hipóteses previstas no art. 71 do Código Eleitoral. Nessas situações, a inscrição
eleitoral continuará constando no cadastro eleitoral, porém, inativa.

1ª hipótese: infração aos artigos 5º e 42 do Código Eleitoral.

Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:

I - os analfabetos;

Quanto aos analfabetos, destaca-se que o art. 14, § 1º, II, "a", da Constituição Federal de
1988, dispõe que tanto o alistamento quanto o voto são facultativos, portanto, o dispositivo legal
mencionado não foi recepcionado.

II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

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O Tribunal Superior Eleitoral reiteradamente manifestou-se que esse dispositivo também


não foi recepcionado pela Constituição Federal. Nesse sentido foi editada a Resolução TSE
23.274/2010, que analisou a situação dos filhos de estrangeiros nascidos no Brasil
(principalmente nas regiões de fronteira, onde existem brasileiros filhos de estrangeiros que
pouco conhecem da língua portuguesa) e a dos indígenas que vivem em algumas regiões da
Amazônia e falam dialeto próprio.

Ainda que não saibam exprimir-se na língua nacional, o Tribunal Superior Eleitoral lhes
assegurou o alistamento eleitoral e o respectivo direito ao voto.

III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos;

Se o eleitor perdeu ou se encontra com os direitos políticos suspensos, nos termos do art.
15 da Constituição Federal de 1988, por exemplo, terá a sua inscrição eleitoral cancelada até
posterior regularização da situação.

IV – Código Eleitoral, art. 42.

Esse dispositivo menciona que o domicílio eleitoral deve ser comprovado mediante a
demonstração de algum vínculo político, social, afetivo, patrimonial ou de negócios no respectivo
município. Caso se constate que o cidadão é eleitor no município, mas não exista qualquer espécie
de vínculo, o juiz eleitoral pode determinar o cancelamento da inscrição eleitoral.

2ª hipótese: suspensão ou perda dos direitos políticos.

As hipóteses de suspensão ou perda dos direitos políticos estão mencionadas no art. 15 da


Constituição Federal e ensejam o cancelamento da respectiva inscrição eleitoral, pois, nessas
situações, o indivíduo não poderá votar ou ser votado.

3ª hipótese: a pluralidade de inscrição.

Se um mesmo eleitor possui duas ou mais inscrições eleitorais, na mesma zona ou em


zonas eleitorais distintas, caracterizar-se-á a pluralidade de inscrições. Nesse caso, depois de
instaurado procedimento administrativo específico, o Juiz Eleitoral determinará o cancelamento
de todas as inscrições fraudulentas ou irregulares.

4ª hipótese: falecimento do eleitor.

Não há dúvidas de que, se o eleitor faleceu, não mais poderá votar e ser votado. Diante
disso, será cancelada a sua inscrição eleitoral no cadastro do Tribunal Superior Eleitoral.

E como a Justiça Eleitoral terá acesso à informação de que o eleitor faleceu?

O art. 71, § 3º, do Código Eleitoral, dispõe expressamente que “os oficiais de registro civil,
sob as penas do art. 293, enviarão, até o dia 15 (quinze) de cada mês, ao juiz eleitoral da zona

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em que oficiarem, comunicação dos óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior, para
cancelamento das inscrições”.

O art. 79 do Código Eleitoral dispõe que no caso de exclusão


por falecimento, tratando-se de casos notórios, a exemplo da
queda do avião que transportava os jogadores, comissão
técnica e jornalistas que iriam cobrir um jogo de futebol da
Chapecoense, não é necessário aguardar a comunicação do
Cartório de Registro Civil e também serão dispensadas as
demais formalidades contidas no art. 77, I e II, do Código
Eleitoral (a exemplo da publicação de edital com os nomes dos
falecidos, para conhecimento de terceiros).

5ª hipótese: deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.

Se o eleitor deixa de votar em três eleições consecutivas e não justifica a ausência às urnas
dentro do prazo legal, a Justiça Eleitoral realizará o respectivo cancelamento da inscrição. Nesse
caso, presume-se que o eleitor faleceu ou simplesmente está descumprindo uma imposição legal
a todos imposta, o que ensejará a automática aplicação das sanções contidas no art. 7º, parágrafo
único, do Código Eleitoral, a exemplo da proibição de tomar posse em cargo e/ou emprego
público.

Para fins de cancelamento da inscrição eleitoral por ausência


à votação, cada turno é considerado como uma eleição. Se o
eleitor deixou de votar nos dois turnos das eleições
presidenciais de 2014 e no primeiro turno das eleições de
2018, por exemplo, ficará caracterizada a ausência a três
eleições consecutivas. Por sua vez, caso deixe de votar nos
dois turnos das eleições de 2014, vote no primeiro turno das
eleições de 2018, mas se ausente novamente no segundo
turno das eleições de 2018, não estará sujeito ao
cancelamento da inscrição eleitoral, pois a ausência não
ocorreu em três eleições consecutivas.

O art. 74 do Código Eleitoral dispõe expressamente que a exclusão será mandada processar
ex officio pelo juiz eleitoral (por iniciativa do próprio juiz eleitoral), sempre que tiver
conhecimento de alguma das causas de cancelamento previstas na legislação eleitoral. Sendo
assim, pode-se inferir que primeiramente ocorre o cancelamento da inscrição eleitoral para, na
sequência, efetivar-se a exclusão do cadastro eleitoral.

Lembre-se de que o juiz eleitoral não pode determinar o


alistamento eleitoral de ofício, isto é, não pode inserir alguém
no cadastro eleitoral que não tenha se manifestado nesse
sentido. Essa prerrogativa limita-se apenas à exclusão do
cadastro eleitoral.

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A Constituição Federal de 1988, em seu art. 14, § 1º., assim dispõe:

O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Analisando-se os mencionados dispositivos constitucionais, pode-se concluir:

1º - As pessoas que possuem mais de dezesseis e menos de dezoito anos não são
obrigadas a realizarem o alistamento perante a Justiça Eleitoral (tirar o título de eleitor).

Em outras palavras, o alistamento eleitoral é facultativo. Da mesma forma, também será


facultativo o exercício do voto para aqueles que possuam dezesseis ou dezessete anos.

Suponhamos que, logo após completar 16 anos, Doquinha


compareceu ao Cartório Eleitoral e se inscreveu como eleitor.
No ano seguinte, quando já possuía 17 anos, foram realizadas
eleições para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
República.

Pergunta: nesse caso, como Doquinha já possui título de


eleitor, o voto é obrigatório?

Não! A Constituição Federal deixa bem claro que serão


facultativos tanto o alistamento quanto o voto. Assim,
mesmo que Doquinha possua título de eleitor no ano das
eleições presidenciais, não será obrigado a votar, pois o voto
ainda lhe é considerado facultativo.

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Esse mesmo entendimento também se aplica aos analfabetos,


que não são obrigados a se alistarem como eleitores. E
mesmos que tenham se alistado, não estão obrigados a votar.
Caso deixem de ser analfabetos, o alistamento eleitoral torna-
se obrigatório, mas estão dispensados do eventual pagamento
de multa pelo alistamento tardio.

2º - Em regra, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito


e menores de setenta anos.

Perceba que a afirmação não diz que o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para
todas as pessoas que sejam maiores de dezoito e menores de setenta anos. E nem poderia! É que
algumas pessoas, a exemplo dos analfabetos - ainda que estejam dentro dessa faixa etária -, estão
desobrigados de se alistarem e também de votar.

3º - Menor, com 15 anos de idade, pode se inscrever como eleitor.

É facultado o alistamento do menor que completar 16 anos até a data do pleito, nos
termos do art. 14, § 1º, II, c, da Constituição Federal. Nesse caso, o alistamento deverá ser
solicitado até o encerramento do prazo fixado para requerimento de inscrição eleitoral ou
transferência, ou seja, até o 151º dia antes da eleição.

Novidade da Resolução nº 23.659/2021:

A partir da data em que a pessoa completar 15 anos, é


facultado o seu alistamento eleitoral. Todavia, essa pessoa só
poderá votar quando completar 16 anos. Não é mais
necessário que, neste caso, o requerimento de alistamento
seja feito em anos eleitorais.

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3.1 Inalistáveis

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 14, § 1º, dispõe expressamente que “não
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos”.

A expressão inalistável é utilizada para se referir àquele que está proibido legalmente (no
caso, constitucionalmente) de se inscrever como eleitor. É o caso do estrangeiro e do conscrito.

O texto constitucional é claro ao afirmar que o estrangeiro não pode se alistar como
eleitor. Diante disso, é claro que também não poderá se candidatar a cargos eletivos. É correto
afirmar que, no Brasil, o estrangeiro não goza de direitos políticos (capacidade eleitoral ativa ou
passiva).

Ao responder às questões de prova, lembre-se sempre de que


o português equiparado, mesmo mantendo o status de
estrangeiro, pode votar e ser votado, pois possui todos os
direitos inerentes ao brasileiro naturalizado. Assim, caso
você encontre em prova alguma afirmação de que “nenhum
estrangeiro pode exercer direitos políticos no Brasil” ou de
que “não há possibilidade de estrangeiro votar ou ser votado
no Brasil”, cuidado! Não é comum, mas a banca pode criar
alguma “pegadinha”.

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Ao responder às questões de prova, preste atenção ao enunciado. A Fundação Carlos Chagas,


por exemplo, cobra a literalidade de artigos do Código Eleitoral, mesmo daqueles não
recepcionados pela Constituição! Normalmente as questões contém a expressão “de acordo
com o Código Eleitoral”. Cuidado!

Assim, em relação a este tópico (alistabilidade), veja o que dispõe o Código Eleitoral:

Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei.

Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:


I - os analfabetos;
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;
III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.
Parágrafo único - Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-
marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino
superior para formação de oficiais.

Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo:
I - quanto ao alistamento:
a) os inválidos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os que se encontrem fora do país.
II - quanto ao voto:
a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

Como já abordado, apenas para que você possa comparar as disposições do Código Eleitoral, a
CF/88 prevê a facultatividade do alistamento e do voto para analfabetos, maiores de setenta
anos, e maiores de 16 e menores de 18 anos. A CF/88 prevê ainda que são proibidos de se
inscreverem como eleitores os estrangeiros e os conscritos.

Em regra, as bancas baseiam suas questões em entendimentos do STF ou em conformidade com


Constituição Federal. Todavia, tenho que é necessária essa abordagem de dispositivos do Código
Eleitoral, ainda que não recepcionados pela CF/88, considerando-se recentes certames em que
houve cobrança da banca (no caso, FCC) de conhecimento da literalidade de artigos desse
diploma normativo.

Você deve ficar muito atento(a) quando vir a expressão “de acordo com o Código Eleitoral” (ou
similares) na prova!

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4. Resolução TSE nº 23.659/2021

Em provas de concursos públicos, a maioria das questões sobre o tema alistamento


eleitoral é criada com fundamento em resolução do TSE. Atualmente é a Resolução TSE nº
23.659, de 26 de outubro de 2021, que dispõe sobre a gestão do Cadastro Eleitoral e sobre os
serviços eleitorais que lhe são correlatos, do qual faz parte o alistamento eleitoral.

Em regra, as questões não apresentam elevado grau de dificuldade, pois se baseiam na


literalidade da norma. Diante disso, optei por observar a sequência de informações apresentadas
na própria resolução, para facilitar a compreensão do conteúdo.

4.1 Operações no Cadastro Eleitoral

Nos termos do art. 22 da Resolução TSE nº 23.659/2021, serão efetivadas no Cadastro


Eleitoral as seguintes operações:

I - alistamento;

II - transferência;

III - revisão; e

IV - segunda via.

4.1.1 Alistamento

Se o indivíduo desejar se inscrever como eleitor, no momento do atendimento será


realizado o alistamento (inscrição no cadastro eleitoral). O alistamento ocorrerá quando o
alistando requerer inscrição e em seu nome não for identificada inscrição em nenhuma zona

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eleitoral do país ou exterior, ou a única inscrição localizada estiver cancelada por determinação
de autoridade judiciária.

Suponhamos que um americano, com 22 anos de idade, tenha


comparecido ao Cartório Eleitoral portando a Carteira
Nacional de Habilitação – CNH e, por falha do servidor
responsável pelo atendimento (a CNH não pode ser utilizada
para o alistamento eleitoral, pois não informa a
nacionalidade do portador), tenha conseguido se inscrever
como eleitor. Diante disso, caso o Juiz Eleitoral detecte a
irregularidade, determinará o cancelamento da respectiva
inscrição, pois estrangeiro está impedido de realizar o
alistamento eleitoral.

Nesse caso, se no futuro esse mesmo estrangeiro adquirir a


nacionalidade brasileira e comparecer ao Cartório Eleitoral
para realizar o alistamento, constará no Sistema ELO um
inscrição em seu nome, cancelada por determinação judicial
(FASE 450). Todavia, a existência dessa inscrição não
impedirá a operação de um novo alistamento.

4.1.2 Transferência

A transferência ocorrerá sempre que o eleitor desejar alterar seu domicílio e for
encontrado em seu nome número de inscrição em qualquer município ou zona, unidade da
Federação ou país. Em outras palavras, para realizar uma transferência é necessário que o eleitor
já possua uma inscrição eleitoral.

Uma vez transferido, o eleitor permanecerá com o número originário da inscrição e deverá
ser, obrigatoriamente, consignada no campo próprio a sigla da UF (Estado) anterior.

No momento de realizar a transferência de domicílio eleitoral


é possível ainda efetuar, simultaneamente, a retificação de
dados no cadastro eleitoral.

Exemplo: pode acontecer de uma eleitora, no momento de


transferir a inscrição eleitoral para outro domicílio, solicitar
também a inclusão do sobrenome do marido em seu cadastro
eleitoral, em razão de casamento.

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É vedada a transferência de número de inscrição envolvida em coincidência (quando o


Sistema Elo identifica dois ou mais eleitores com dados muito semelhantes) ou cancelada em
decorrência de perda de direitos políticos ou por decisão de autoridade judiciária.

Por outro lado, será admitida transferência com reutilização do número de inscrição
cancelada por falecimento (pode ocorrer de o cancelamento por falecimento ter sido efetivado
por equívoco. E nada como o eleitor vivo ali na frente do servidor para se constatar isso),
duplicidade/pluralidade, por ter deixado de votar em três eleições consecutivas e revisão de
eleitorado, desde que comprovada a inexistência de outra inscrição liberada, não liberada,
regular ou suspensa para o eleitor.

Ainda que a inscrição esteja cancelada em virtude de o eleitor


ter deixado de votar (e não justificar) em três eleições
consecutivas, admite-se a transferência. Nesse caso,
primeiramente o eleitor deverá pagar as multas eleitorais
referentes à ausência ou ter o seu pagamento dispensado pelo
juiz eleitoral.

Caso exista mais de uma inscrição cancelada para o eleitor


no cadastro, deverá ser aproveitada, a inscrição que tenha
sido utilizada para o exercício do voto no último pleito ou, na
ausência dela, a que seja mais antiga.

4.1.3 Revisão

Considera-se revisão de dados quando o eleitor necessita alterar local de votação no


mesmo município, ainda que haja mudança de zona eleitoral, retificar dados pessoais ou
regularizar situação de inscrição cancelada por falecimento, duplicidade/pluralidade, por ter
deixado de votar em três eleições consecutivas e, ainda, revisão de eleitorado. Na revisão, o título
eleitoral será expedido automaticamente e a data de domicílio do eleitor não será alterada.

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Suponhamos que Coxinha, quinze anos depois de realizar o


seu alistamento eleitoral, constatou que a sua data de
nascimento foi digitada erroneamente pelo servidor da
Justiça Eleitoral no momento do atendimento. Nesse caso, se
Coxinha comparece ao Cartório Eleitoral de seu domicílio
eleitoral com a única finalidade de corrigir (retificar) essa
informação, será utilizado feita a revisão.

O mesmo acontece se Coxinha, que atualmente possui


domicílio eleitoral na cidade de São Paulo, informa ao
servidor que, além de retificar a data de nascimento, deseja
alterar o seu local de votação para outro bairro, situado
dentro do município de São Paulo. Nesse caso, será utilizada
a operação revisão.

Prevê o art. 39, § 1º, que “a revisão poderá ser processada independentemente da
existência de pendência relativa às obrigações referidas no inciso IV do art. 38 desta Resolução,
hipótese na qual não inativará o comando ASE respectivo”.

Basicamente esse novo dispositivo permite que o eleitor faça a revisão de sua inscrição
eleitoral sem que pague as multas devidas por ausência às urnas ou por desatendimento a
convocações da Justiça Eleitoral. Todavia, permanecerão anotados os débitos, os quais ensejarão
a falta de quitação eleitoral do eleitor.

A revisão da inscrição que envolva dados não vinculados ao exercício do voto ou não
relevantes para fins de batimento (cruzamento de dados) poderá ser feita mesmo após o prazo
final (151 dias antes das eleições). Nesse caso será comandado o código (ASE) respectivo:

a) de ofício, à vista de documento comprobatório;


b) por compartilhamento de dados, autorizado pela Presidência do Tribunal
Superior Eleitoral;
c) a pedido do eleitor ou da eleitora.

Na revisão e na segunda via, a data de fixação do domicílio


eleitoral não será alterada.

Assim como a transferência, é admitida a revisão com


reutilização do número de inscrição cancelada por motivo de
falecimento, duplicidade ou pluralidade, não exercício do voto
em três eleições consecutivas e revisão de eleitorado, desde
que comprovada a inexistência de outra inscrição liberada,
não liberada, regular ou suspensa, em nome da pessoa.

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4.1.4 Segunda via

Ocorre quando o eleitor procura a zona eleitoral em que já se encontra inscrito com
situação regular ou suspensa, apenas para solicitar a segunda via do seu título eleitoral, sem
nenhuma alteração. Assim como na revisão, o título eleitoral será expedido automaticamente e
a data de domicílio do eleitor não será alterada.

Pode o eleitor optar pela emissão da via digital do Título de Eleitor por meio do aplicativo
“e-título” da Justiça Eleitoral ou pela impressão do documento por meio do site do Tribunal (TER
ou TSE).

O Código Eleitoral brasileiro, entre os artigos 52 e 54, estabelece algumas regras sobre a
expedição da segunda via de título de eleitor:

Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor ao juiz do seu domicílio
eleitoral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe expeça segunda via.

§ 1º O pedido de segunda via será apresentado em cartório, pessoalmente, pelo eleitor,


instruído o requerimento, no caso de inutilização ou dilaceração, com a primeira via do título.

§ 2º No caso de perda ou extravio do título, o juiz, após receber o requerimento de segunda via,
fará publicar, pelo prazo de 5 (cinco) dias, pela imprensa, onde houver, ou por editais, a notícia
do extravio ou perda e do requerimento de segunda via, deferindo o pedido, findo este prazo,
se não houver impugnação.

Art. 53. Se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral poderá requerer a segunda via ao
juiz da zona em que se encontrar, esclarecendo se vai recebê-la na sua zona ou na em que
requereu.

§ 1º O requerimento, acompanhado de um novo título assinado pelo eleitor na presença do


escrivão ou de funcionário designado e de uma fotografia, será encaminhado ao juiz da zona do
eleitor.

§ 2º Antes de processar o pedido, na forma prevista no artigo anterior, o juiz determinará que
se confira a assinatura constante do novo título com a da folha individual de votação ou do
requerimento de inscrição.

§ 3º Deferido o pedido, o título será enviado ao juiz da zona que remeteu o requerimento, caso
o eleitor haja solicitado essa providência, ou ficará em cartório aguardando que o interessado o
procure.

§ 4º O pedido de segunda via formulado nos termos deste artigo só poderá ser recebido até 60
(sessenta) dias antes do pleito.

Os prazos para requerimento de segunda via de título de eleitor são muito cobrados
pelas bancas, a exemplo do que ocorreu no concurso para o cargo de Técnico Judiciário do
TRE/PI, organizado pelo CESPE:

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(CESPE – Técnico Judiciário – TRE PI) Com relação ao


alistamento eleitoral, julgue o item seguinte:

O eleitor que, por qualquer motivo, extraviar a via do seu


título eleitoral poderá requerer às juntas eleitorais a
expedição de novo documento, desde que o faça até quarenta
e oito horas antes do pleito.

COMENTÁRIOS: Primeiramente, destaca-se que a expedição


de segunda via de título de eleitor deve ser requerida perante
o Juiz Eleitoral e não perante à Junta Eleitoral. Em segundo
lugar, o prazo não é de quarenta e oito horas antes do pleito,
mas sim de 10 (dez) dias, perante o Juiz Eleitoral do domicílio
onde está inscrito, e 60 (sessenta) dias, perante Juiz Eleitoral
de zona diversa da que está inscrito.

Gabarito: “Errado”

ATENÇÃO! A Resolução TSE nº 23.659/2021 traz algumas disposições sobre a segunda via
que torna ainda mais obsoleto o regramento constante do Código Eleitoral, embora vigente. Para
a prova, é preciso ter muita atenção com o que é pedido no comando da questão.

É o caso do art. 40, §3º, segundo o qual a emissão da segunda via se dará a qualquer tempo
e poderá ser efetivada mesmo se existir pendências (multas por ausência às urnas ou aos
trabalhos eleitorais quando houver convocação), permanecendo a respectiva anotação de débito
nos assentamentos do eleitor.

Como se tornou possível emitir o título pela via digital ou mesmo impresso pelo site, na
prática, ficam inócuas as disposições do Código Eleitoral. Todavia, para fins de prova, é preciso
conhecê-las.

4.2 Do Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE

O Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) nada mais é do que o instrumento pelo


qual as informações do eleitor são inseridas no cadastro eleitoral administrado pelo Tribunal
Superior Eleitoral (denominado “Sistema ELO”). No passado, durante o atendimento ao eleitor, o
servidor preenchia manualmente esse requerimento e o mantinha em arquivo próprio.
Atualmente, as informações são inseridas diretamente no Sistema ELO e processadas
eletronicamente.

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O Sistema ELO, atualmente administrado pelo Tribunal


Superior Eleitoral, é utilizado por todos os Tribunais
Regionais Eleitorais.

Os dados biográficos e biométricos dos eleitores que compõem o cadastro eleitoral


poderão ser atualizados, mediante inclusão ou alteração, com informações oriundas de bancos
de dados geridos por órgãos públicos, inclusive da Identificação Civil Nacional.

Para preenchimento do RAE, devem ser observados os procedimentos especificados na


Resolução TSE 23.659/2021 e nas orientações pertinentes. Entretanto, as regras de atualização
dos dados deverão ser aprovadas pela Presidência do TSE.

Os pedidos de alistamento, revisão, transferência e segunda via, inclusive no caso de


pessoa residente no exterior, serão formalizados perante a Justiça Eleitoral por meio do
Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE), disponibilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral em
modelo a ser preenchido e processado eletronicamente.

A Resolução TSE nº 23.659/2021, em seu art. 24, dispõe que a situação da inscrição
eleitoral define sua disponibilidade para o exercício do voto e para a realização das operações do
Cadastro Eleitoral, e será uma das seguintes:

I - regular, quando a inscrição não estiver envolvida em duplicidade ou pluralidade e estiver


disponível para o exercício do voto e habilitada para a transferência, a revisão e a segunda via;

II - suspensa, quando, em razão de conscrição ou de suspensão de direitos políticos, a inscrição


estiver temporariamente indisponível para o exercício do voto, mas habilitada para a
transferência, a revisão e a segunda via;

III - cancelada, quando a pessoa houver incorrido em uma das causas de cancelamento
previstas na legislação eleitoral, ficando a inscrição indisponível para o exercício do voto e
somente habilitada para a transferência ou a revisão nos casos previstos nesta Resolução;

IV - coincidente, quando estiver agrupada em decorrência de semelhança de dados biométricos


ou biográficos identificada em batimento, e até a decisão da autoridade judiciária, não puder ser
objeto de transferência e revisão, figurando como:
a) não liberada, se a inscrição coincidente não estiver disponível para o exercício do voto; e
b) liberada, se a inscrição coincidente estiver disponível para o exercício do voto;

V - incoincidente, quando estiver agrupada em decorrência de batimento, em razão de


dados biométricos coletados na operação não coincidirem com os já existentes no cadastro e,
até decisão da autoridade judiciária, não puder ser objeto de transferência e revisão e figurar,
necessariamente, como não liberada; e

VI - inexistente, quando a inserção da inscrição no Cadastro Eleitoral for inviabilizada em


decorrência de decisão de autoridade judiciária ou de atualização automática pelo sistema após
o batimento, ficando indisponível para todos os fins.

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É vedada a transferência e a revisão de inscrição envolvida


em coincidência ou cancelada em decorrência de perda de
direitos políticos ou por decisão de autoridade judiciária.

4.2.1 Campos do RAE

Nos termos do art. 42 da Resolução nº 23.659/2021, os campos do formulário RAE serão


detalhados em ato da Corregedoria-Geral Eleitoral e serão orientados à concretização do
princípio da dignidade da pessoa humana, do direito à autodeclaração e das finalidades de
adequada identificação da pessoa eleitora e de coleta de informações necessárias para o
aperfeiçoamento e a especialização dos serviços eleitorais, devendo ser previstos,
necessariamente:

I - nome civil;

II - nome social, para uso exclusivo por pessoa transgênera que não fez retificação do registro
civil;

III - gênero, com as opções "masculino" e "feminino";

IV - identidade de gênero, com as opções mínimas "cisgênero", "transgênero" e "prefere não


informar";

V - raça, em correspondência ao quesito cor ou raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística (IBGE);

VI - possibilidade de identificação da pessoa como "indígena" e "quilombola ou integrante de


comunidade remanescente", bem como de indicação da etnia ou comunidade quilombola a que
pertence e, ainda, a língua que pratica, de forma exclusiva ou concomitante com o português;

VII - filiação, contendo quatro campos para identificação de genitores, sendo dois
identificados como "mãe" e dois como "pai", de modo a que possam ser incluídas pessoas do
mesmo gênero e acolhida a realidade das famílias mono ou pluriparentais;

VIII - data de nascimento, com possibilidade de indicação, pela pessoa requerente, de que possui
ou não irmã gêmea ou irmão gêmeo;

IX - possibilidade de identificar, com o detalhamento adequado, tratar-se de pessoa com


deficiência ou outra condição que, por dificultar ou impedir o exercício do voto, deva ser
considerada nas políticas de governança eleitoral para promover a ampliação do exercício da
cidadania;

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X - domicílio eleitoral, para identificação de município ou do Distrito Federal como localidade


onde a pessoa, comprovado um dos vínculos a que se refere o art. 23 desta Resolução,
exercerá o direito ao voto;

XI - endereço de residência ou de contato, que não necessariamente corresponderá ao do


domicílio eleitoral, podendo o preenchimento do campo ser dispensado em caso de informação
de tratar-se de pessoa em situação de rua ou sem moradia fixa;

XII - Grau de instrução, que deve permitir identificar pessoa analfabeta, para a qual são
facultativos o alistamento eleitoral e o voto;

XIII - Documento de identificação e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);

XIV - Nacionalidade;

XV - Naturalidade;

XVI - Estado Civil;

XVII - Ocupação;

XVIII - Telefone;

XIX - E-mail; e

XX - Zona Eleitoral, local de votação e seção eleitoral.

A pessoa indígena ficará dispensada da comprovação do


domicílio eleitoral quando o atendimento prestado pela
Justiça Eleitoral ocorrer dentro dos limites das terras em que
habita ou quando for notória a vinculação de sua comunidade
a esse território.

4.2.2 Preenchimento do RAE

Com o advento da Resolução nº 23.659/2021, o RAE pode ser preenchido de duas formas:

I - diretamente por atendente da Justiça Eleitoral, no momento do atendimento à pessoa; ou

II - em caráter prévio, pela própria pessoa, mediante utilização de serviço disponibilizado no


sítio do Tribunal Superior Eleitoral na internet para essa finalidade ("Título Net" ou sistema que
venha a substituí-lo).

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Caso o não consiga efetivar o atendimento por meio do “Título Net”, devido a restrições
cadastrais, o eleitor deve procurar uma unidade da Justiça Eleitoral para o atendimento
presencial. É o caso, por exemplo, de um requerimento de um jovem que vai se registrar pela
primeira vez (alistamento eleitoral). Nesse caso, ele deve ter atendimento presencial para coleta
de dados biométricos (fotografia, digitais e assinatura).

É preciso muita atenção por parte do eleitor ao preencher os dados do RAE no “Título
Net”, pois os dados informados farão parte do requerimento e possibilitarão a pesquisa da
inscrição eleitoral nos casos em que o requerente já é eleitor e seu interesse é por uma revisão
ou transferência, por exemplo.

Nos termos do art. 45, §2º, tratando-se de pessoa cujos dados biométricos já constem do
banco de dados da Justiça Eleitoral, e estando disponível funcionalidade que permita a inequívoca
identificação da pessoa requerente, a operação poderá ser concluída remotamente, por
intermédio de aplicativo desenvolvido pela Justiça Eleitoral ou pela utilização de serviço
disponibilizado no sítio do Tribunal Superior Eleitoral.

Os tribunais regionais eleitorais, observadas as particularidades locais, inclusive quanto à


inviabilidade ou dificuldade de acesso a serviços digitais, deverão dispor sobre o atendimento
presencial em:

I - comunidades isoladas;

II - localidades que, por suas características, dificultem ou onerem demasiadamente o


comparecimento da pessoa à unidade de atendimento da Justiça Eleitoral; e

III - locais onde se encontrem pessoas eleitoras justificadamente impedidas de comparecerem


ao cartório eleitoral.

O atendimento ocorrendo na forma presencial enseja a impressão (ou gravação em meio


digital) obrigatória do RAE:

a) nas hipóteses de realização de diligência, de indeferimento da operação ou de interposição


de recurso eleitoral, para instruir o procedimento respectivo; ou

b) se não for utilizado o sistema biométrico para o atendimento, hipótese na qual a


assinatura do requerimento ou a aposição da impressão digital do polegar será feita na presença
da(o) atendente da Justiça Eleitoral, que deverá atestar, de imediato, a satisfação dessa
exigência, ou o motivo de sua impossibilidade, em caso de pessoa que não possua os membros
superiores.

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4.2.3 Apreciação do RAE

Cabe ao juízo da zona eleitoral para o qual foi requerida as operações de alistamento,
transferência, revisão ou segunda via apreciar o respectivo RAE. Cabe-lhe, ainda, na apreciação
da prova do domicílio eleitoral, conferir primazia à escolha da pessoa eleitora, salvo se dos
documentos apresentados não se puder concluir pela existência de vínculo com a localidade
escolhida.

Havendo dúvida quanto à identidade da pessoa, do vínculo invocado para a fixação do


domicílio ou de outro requisito indispensável para o deferimento do pedido, o juízo poderá
determinar a adoção de diligências ou notificar a pessoa requerente para que compareça ao
cartório eleitoral.

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No cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o atendente da Justiça Eleitoral


preencherá o RAE ou digitará as informações no sistema de acordo com os dados constantes do
documento apresentado pelo eleitor, complementados com suas informações pessoais, de
conformidade com as exigências do processamento de dados, das instruções prevista na
Resolução 23.659/2021 e das orientações específicas. Da mesma forma, deve proceder o eleitor
caso opte pelo atendimento via internet.

Sendo o atendimento presencial, a pessoa que o estiver realizando formulará perguntas


objetivas relacionadas aos campos do RAE e se disponibilizará a prestar esclarecimentos,
utilizando-se de linguagem não discriminatória e que torne acessível à pessoa que está sendo
atendida o significado e a finalidade das informações solicitadas.

No momento da formalização do pedido, o requerente manifestará sua preferência sobre


local de votação, entre os estabelecidos para a zona eleitoral, cuja relação deverá ser colocada à
disposição, na internet, no cartório ou posto de alistamento, com os respectivos endereços. Na
definição da seção eleitoral, será assegurada a acessibilidade a pessoas com deficiência.

ATENÇÃO: lembre-se de que o eleitor não possui direito


líquido e certo de escolher o local de votação, pois pode
ocorrer de no local solicitado não existir mais vagas para
novos eleitores. Nesse caso, o servidor da Justiça Eleitoral
indicará locais que fiquem mais próximos daquele
inicialmente mencionado pelo eleitor, a fim de facilitar o
processo de votação no dia da eleição.

A pessoa brasileira nata ou naturalizada, residente no


exterior, que tenha requerido alistamento ou transferência
para zona eleitoral do exterior até 150 dias antes do pleito,
poderá votar nas eleições para presidente e vice-presidente
da República.

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5.1 Do título de eleitor

A atribuição do número de inscrição à pessoa alistanda será feita de forma automática pelo
sistema. O número de inscrição será composto por até 12 algarismos, assim discriminados:

a) os oito primeiros algarismos serão sequenciados, desprezando-se, na emissão, os


zeros à esquerda;

b) os dois algarismos seguintes serão representativos da unidade da Federação de origem


da inscrição, conforme códigos constantes da seguinte tabela:

Códigos atribuídos a cada Unidade da Federação


(nono e décimo números do título eleitoral)
03 - Rio de 04 - Rio Grande
01 - São Paulo 02 - Minas Gerais 05 - Bahia
Janeiro do Sul
09 - Santa
06 - Paraná 07 - Ceará 08 - Pernambuco 10 - Goiás
Catarina
14 - Espírito
11 - Maranhão 12 - Paraíba 13 - Pará 15 - Piauí
Santo
16 - Rio Grande 19 - Mato Grosso 20 - Distrito
17 - Alagoas 18 - Mato Grosso
do Noite do Sul Federal
21 - Sergipe 22 - Amazonas 23 - Rondônia 24 - Acre 25 - Amapá
26 - Roraima 27 - Tocantins 28 - Exterior

Não é comum as bancas cobrarem em provas questões sobre os códigos atribuídos a


cada Estado brasileiro. De qualquer forma, para evitar surpresas, penso que é
interessante você memorizar, pelo menos, os códigos dos cinco maiores colégios
eleitorais do país e o código do Estado no qual você pretende prestar o concurso para
a Justiça Eleitoral.

c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, determinados com base


no módulo 111, sendo o primeiro calculado sobre o número sequencial e o último sobre
o código da unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador.

1
“Módulo 11” é uma meio de autenticação usado para aferir a validade e a autenticidade de um valor
numérico, de modo a se evitarem fraudes ou erros de transmissão ou de digitação.

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O título será emitido no momento do atendimento e entregue, no cartório ou no posto de


alistamento, pessoalmente ao eleitor, vedada a interferência de pessoas estranhas à Justiça
Eleitoral. Nem mesmo por procuração pública o título pode ser entregue a terceiros, pois se trata
de ato personalíssimo. O eleitor pode dispensar o recebimento do documento em papel, haja
vista a existência da forma digital do Título de Eleitor.

Nas hipóteses de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data da emissão do


título será a do requerimento da última operação eleitoral efetivada.

O título eleitoral impresso ou digital comprova o alistamento e a existência de inscrição


regular ou suspensa na data de sua emissão, mas não faz prova da quitação eleitoral ou da
regularidade de obrigações eleitorais específicas.

No período de suspensão do alistamento, ou seja, dentro dos cento e cinquenta dias


anteriores à data da eleição, não serão recebidos requerimentos de alistamento, transferência
ou revisão. Esse período findará logo que estejam concluídos os trabalhos de apuração das
eleições em âmbito nacional.

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5.2 Da documentação necessária

Para o alistamento, a pessoa requerente apresentará um ou mais dos seguintes


documentos de identificação:

I - carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal,
controladores do exercício profissional - caso o requerente não esteja de posse da carteira
de identidade, pode apresentar a carteira emitida pela OAB, CREA, Conselho Federal de
Medicina, entre outros.

II - certidão de nascimento ou de casamento expedida no Brasil ou registrada em


repartição diplomática brasileira e transladada para o registro civil, conforme a legislação
própria - caso o requerente esteja de posse de algum documento oficial com foto, não será
necessária a apresentação de certidão de casamento e/ou de nascimento.

III - documento público do qual se infira ter a pessoa requerente a idade mínima de 15
anos, e do qual constem os demais elementos necessários à sua qualificação - o
requerente pode apresentar a escritura pública, emitida pelo Cartório de Registro de Notas,
demonstrando a idade mínima de 15 anos, por exemplo.

IV - documento congênere ao registro civil, expedido pela Fundação Nacional do Índio


(FUNAI) – o requerente indígena pode apresentar esse documento.

V - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou adquirida, da


pessoa requerente.

VI - publicação oficial da Portaria do Ministro da Justiça e o documento de identidade de


que tratam os arts. 22 do Decreto nº 3.927, de 2001, e 5º da Lei nº 7.116, de 1983, para
as pessoas portuguesas que tenham obtido o gozo dos direitos políticos no Brasil.

Na Carteira Nacional de Habilitação - CNH não consta a


nacionalidade do portador, portanto, não pode ser utilizada
para fins de alistamento eleitoral, apenas para transferência,
revisões ou emissão de segunda via de título de eleitor.

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Sabe a FCC? Pois é... Sempre vamos repetir o alerta de que essa banca gosta de cobrar a
literalidade de artigos do Código Eleitoral, ainda que revogados ou não recepcionados.
Infelizmente! Para se safar disso, o jeito é ficar esperto(a) com o enunciado da questão
quando vincular expressamente a conformidade com o Código Eleitoral.

Sobre a documentação necessária para se requerer o alistamento eleitoral, o Código Eleitoral


dispõe:

Art. 44. O requerimento, acompanhado de 3 (três) retratos, será instruído com um dos
seguintes documentos, que não poderão ser supridos mediante justificação:

I - carteira de identidade expedida pelo órgão competente do Distrito Federal ou dos


Estados;

II - certificado de quitação do serviço militar;

III - certidão de idade extraída do Registro Civil;

IV - instrumento público do qual se infirá, por direito ter o requerente idade superior a
dezoito anos e do qual conste, também, os demais elementos necessários à sua
qualificação;

V - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou adquirida, do


requerente.

Não há mais, na prática cartorária, a necessidade de apresentação de três retratos pelo


requerente. A própria Resolução nº 23.659/2021, assim como a anterior, não prevê isso.

5.3 Do Nome Social

Em respeito à diversidade e também à dignidade da pessoa humana, o TSE, em 2018,


alterou a Resolução nº 21.538/2003 e passou a permitir a eleitores travestis ou transexuais a
inclusão do nome social no título de eleitor e a alteração da identidade de gênero no Cadastro
Eleitoral. Para isso, esses eleitores devem requerer a operação de alistamento, revisão ou
transferência, conforme a necessidade.

Em 2021, a Resolução nº 23.659/2021 reafirmou essa linha defesa da dignidade da pessoa


humana.
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O nome social se refere à a designação pela qual a pessoa transgênera se identifica e é


socialmente reconhecida. A identidade de gênero se refere à atitude individual que diz respeito
à forma como cada pessoa se percebe e se relaciona com as representações sociais de
masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em sua prática social, sem guardar necessária
relação com o sexo biológico atribuído no nascimento.

O nome social é incluído no título de eleitor, nas versões impressa ou digital, desde que
registrado no Cadastro Eleitoral, mantidos os dados do registro civil.

Atenção! Não se trata de apelido! Aliás, é vedada inclusão de alcunhas ou apelidos no


campo do RAE relativo ao nome social.

Basta a manifestação do eleitor interessado no sentido de inclusão do nome social em seus


assentamentos, sendo dispensado o registro prévio em outros órgãos.

A Justiça Eleitoral ainda tem o cuidado de restringir a divulgação do nome civil da pessoa
que altera sua identidade de gênero, notadamente dissonante. Exemplo: João da Silva,
transexual, incluiu seu nome social “Maria da Silva” e escolheu a identidade de gênero como
“feminina”. A Justiça eleitoral, quando necessário, divulgará sempre o nome “Maria da Silva”, e
não “João da Silva”, que ficará apenas nos registros internos e com divulgação restrita.

Conforme art. 16, §4º, a Justiça Eleitoral não divulgará o nome civil da pessoa quando for
ela identificada por nome social constante do Cadastro Eleitoral, salvo:

I - as hipóteses em que for legalmente exigido o compartilhamento do dado; ou

II - para atendimento de solicitação formulada pelo(a) titular dos dados.

É direito fundamental da pessoa transgênera, preservados


os dados do registro civil, fazer constar do Cadastro Eleitoral
seu nome social e sua identidade de gênero.

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5.4 Indígenas e pessoas com deficiência

Também nessa linha de respeito à diversidade e à dignidade da pessoa humana, a


Resolução TSE nº 23.659/21, nos artigos 13, 14 e 15, estabeleceu uma série de medidas voltadas
especialmente para a pessoas indígenas e para a pessoas com deficiência.

Assim, ficou consignado que A Justiça Eleitoral empreenderá meios destinados a assegurar
o alistamento e o exercício dos direitos políticos por pessoas com deficiência. A norma inclui
ainda como alvo desses meios as pessoas que se encontram em prisão provisória e os
adolescentes sob custódia em unidade de internação.

Nos termos da Resolução, é direito fundamental da pessoa indígena ter considerados, na


prestação de serviços eleitorais, sua organização social, seus costumes e suas línguas, crenças e
tradições, sem prejuízo de aplicação das normas constitucionais, legais e regulamentares que
impõem obrigações eleitorais e delimitam o exercício dos direitos políticos.

As disposições da Resolução relativas a pessoas indígenas são aplicáveis, no que for


compatível, a quilombolas e integrantes de comunidades remanescentes.

No tratamento de dados das pessoas indígenas, não serão feitas distinções entre
"integradas" e "não integradas", "aldeadas" e "não aldeadas", ou qualquer outra que não seja
autoatribuída pelos próprios grupos étnico-raciais. Ademais, não se exigirá a fluência na língua
portuguesa para fins de alistamento, assegurando-se a cidadãos e cidadãs indígenas, o uso de
suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.

A pessoa indígena ficará dispensada da comprovação do


domicílio eleitoral quando o atendimento prestado pela
Justiça Eleitoral ocorrer dentro dos limites das terras em que
habita ou quando for notória a vinculação de sua comunidade
a esse território.

É direito fundamental da pessoa com deficiência, inclusive a que for declarada


relativamente incapaz para a prática de atos da vida civil, estiver excepcionalmente sob curatela
ou tiver optado pela tomada de decisão apoiada, a implementação de medidas destinadas a
promover seu alistamento e o exercício de seus direitos políticos em igualdade de condições com
as demais pessoas.
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Essa implementação de medidas realizada de forma gradativa, a partir de estudos e


projetos conduzidos pela Justiça Eleitoral, que poderão decorrer de convênios com entidades
especializadas ou outras formas de colaboração da sociedade civil.

Lembre-se de que não existe mais no ordenamento jurídico pátrio o instituto da


incapacidade civil absoluta.

À pessoa com deficiência, é assegurado:

I - escolher, no ato de alistamento, transferência ou revisão, local de votação que permita


sua vinculação a seção eleitoral com acessibilidade, dentro da zona eleitoral;

II - indicar, no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para cada pleito, local de votação,
diverso daquele em que está sua seção de origem, no qual prefere exercer o voto, desde que
dentro dos limites da circunscrição do pleito; e

III - ser auxiliada, no ato de votar, por pessoa de sua escolha, ainda que não o tenha requerido
antecipadamente ao juízo eleitoral.

A Justiça Eleitoral empreenderá esforços para garantir a acessibilidade nos cartórios


eleitorais e postos de atendimento, ainda que por meio de acordo ou convênio com o Município
ou Estado.

Não estará sujeita às sanções legais decorrentes da ausência de alistamento e do não


exercício do voto a pessoa com deficiência para quem seja impossível ou demasiadamente
oneroso o cumprimento daquelas obrigações eleitorais.

É vedada a criação de seções eleitorais exclusivas para


pessoas com deficiência.

Uma seção classificada como especial (acessibilidade), por


exemplo, deve possuir eleitores sem quaisquer distinções.

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5.5 Multa pelo alistamento tardio

A Resolução TSE nº 23.659/21, em seu art. 33, dispõe que o incorrerá em multa a ser
imposta pelo juízo eleitoral e cobrada no ato do alistamento a pessoa brasileira:

I - nata, nascida em território nacional, que não se alistar até os 19 anos;

Atenção! não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o
centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em que
completar 19 anos.

II - nata, nascida em território nacional ou nascida no exterior, filha de brasileiro ou brasileira


registrada em repartição diplomática brasileira, que não se alistar até os 19 anos; e

Atenção! não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o
centésimo quinquagésimo primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em que
completar 19 anos ou à data em que se completar um ano de sua opção pela
nacionalidade brasileira.

III - naturalizada, maior de 18 anos, que não se alistar até um ano depois de adquirida a
nacionalidade brasileira.

Não se aplicará a pena à pessoa que se alfabetizar após a idade de 18 anos e nem à pessoa
que declarar, sob as penas da lei, seu estado de pobreza perante qualquer juízo eleitoral.

1º - Suponhamos que Doquinha complete 18 anos no


dia 04/03/2022 (ano da eleição). Nesse caso, se comparecer
ao Cartório Eleitoral para realizar o seu alistamento, no
período que o cadastro eleitoral ainda estiver aberto, não
pagará multa pelo alistamento tardio, pois possui 18 anos de
idade.

2º - Por sua vez, imaginemos que Coxinha tenha


completado 19 anos no dia 07/04/2022. Caso compareça ao
Cartório Eleitoral até o dia 04/05/2022 (151º dia antes da
eleição) para se inscrever como eleitor, também não pagará
multa pelo alistamento tardio. É que o eleitor estará
amparado pela exceção prevista no art. 33, §1º, “a”, da
Resolução TSE nº 23.659/21, pois requereu a inscrição
eleitoral até o 151º dia anterior à eleição subsequente à
data que completou 19 anos.
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Esse tema é frequentemente cobrado em provas de concursos públicos, portanto, além de


memorizar o conteúdo da legislação, torna-se imprescindível saber interpretar bem o conteúdo
do dispositivo.

(Técnico Judiciário – TSE – Adaptada - 2021) Com base na


Resolução TSE 23.659, analise as afirmativas a seguir:
I. É facultado o alistamento, no ano em que se realizarem
eleições, do menor que completar 16 anos até a data do pleito,
inclusive.
II. O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o
naturalizado que não se alistar até um ano depois de
adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em multa
imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição.
III. Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua
inscrição eleitoral até o quinquagésimo dia anterior à eleição
subsequente à data em que completar 19 anos.
Assinale
A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
Gabarito: “A”

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A respeito da transferência, cabe ressaltar que, nos termos do art. 91, caput, da Lei nº
9.504/1997, “nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido
dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição".

Essa limitação legal deve-se ao fato de que nos cento e cinquenta dias que antecedem a
eleição o cadastro eleitoral fica fechado, insuscetível de processamento de operações de
alistamento, transferência e revisão. Isso acontece para evitar que, após a impressão dos
cadernos de votação pelos Tribunais Regionais Eleitorais (com os nomes dos respectivos eleitores
de cada seção eleitoral), ocorra alguma alteração no cadastro eleitoral que possa ensejar
divergência de dados.

6.1 Requisitos para transferência

Primeiramente, deve ficar claro que, para que ocorra a transferência, faz-se necessária a
mudança de domicílio eleitoral para outra cidade. Se o eleitor deseja mudar apenas o local de
votação dentro de uma mesma cidade, não será utilizada a transferência, mas sim a revisão.

Nos termos do art. 38 da Resolução TSE nº 23.659/21, a transferência do eleitor só será


admitida se satisfeitas as seguintes exigências:

I – apresentação do requerimento perante a unidade de atendimento da Justiça


Eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente– é sabido que
nos 150 dias anteriores às eleições o cadastro eleitoral permanece fechado para a realização
de operações de transferência, revisões e alistamento. Sendo assim, o prazo máximo para a
realização de transferência de domicílio eleitoral, em ano de eleições, é o 151º dia anterior à
data do pleito. Por sua vez, em anos que não ocorrerem eleições as transferências podem ser
realizadas a qualquer momento.

II – transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência – se


o eleitor realizou o seu alistamento em 10/04/2021, por exemplo, apenas poderá solicitar
transferência de domicílio eleitoral em 10/04/2022. O mesmo ocorre se tiver realizado uma
transferência de domicílio eleitoral, pois, uma nova operação desse tipo, deve aguardar também
o transcurso do prazo de, no mínimo, um ano. Essa é a regra geral!

Todavia, o art. 38, § 1º, da Resolução TSE nº 23.659/21, dispõe que esse prazo mínimo de
um ano não se aplica à transferência de título eleitoral de servidora ou servidor público civil e
militar, ou de membro de sua família, por motivo de remoção, transferência ou posse. Também
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não é aplicável esse prazo a indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, trabalhadoras e
trabalhadores rurais safristas e pessoas que tenham sido forçadas, em razão de tragédia
ambiental, a mudar sua residência.

III – tempo mínimo de três meses de vínculo com o município, dentre aqueles aptos a
configurar o domicílio eleitoral, nos termos do art. 23 desta Resolução, pelo tempo
mínimo de três meses, declarado, sob as penas da lei, pela própria pessoa – para que o
eleitor possa realizar a sua transferência de domicílio eleitoral, torna-se imprescindível
comprovar o vínculo há pelo menos três meses na cidade de destino.

Perceba que a prova do prazo de vínculo se dá apenas com a declaração da própria pessoa,
sob as penas da lei. Essa declaração é presumivelmente verdadeira. Todavia, o vínculo em si
(residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário, etc.) deve ser comprovado pela pessoa
eleitora (art. 23). É muito importante diferenciar isso. Em suma: o vínculo é comprovado, o prazo
de vínculo é declarado pela pessoa.

Essa exigência de residência mínima de três meses também não se aplica à transferência
de título eleitoral de servidora ou servidor público civil e militar, ou de membro de sua família,
por motivo de remoção, transferência ou posse, bem assim à transferência de inscrição eleitoral
de indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, trabalhadoras e trabalhadores rurais
safristas e pessoas que tenham sido forçadas, em razão de tragédia ambiental, a mudar sua
residência.

IV – regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de


atendimento a convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.– para que o eleitor
possa concretizar a transferência de domicílio eleitoral, não pode haver pendências relativas a
ausência às urnas ou aos trabalhos como mesário.

ATENÇÃO: A exigência acima não é aplicável nos casos de


revisão da inscrição eleitoral.

Sinto que a banca vai querer usar isso numa questão...

É bastante comum a ocorrência de pedidos de transferência de inscrição eleitoral por parte


de pessoas com pendências relativas a ausência às urnas ou a descumprimento de convocação
para os trabalhos eleitorais. Em tais casos, não sendo o caso de isenção, a pessoa deve
providenciar o pagamento da multa respectiva para viabilizar a conclusão da operação de
transferência.

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O valor da multa nessa situação é arbitrado pelo juízo eleitoral da origem da inscrição.
Caso não tenha havido o arbitramento, pode a pessoa optar por pagar o valor máximo previsto
na norma. Efetuado o pagamento, especificamente em relação à multa decorrente de
descumprimento de convocação para os trabalhos eleitorais, a unidade eleitoral fará
comunicação ao juízo eleitoral competente para extinção de eventual processo administrativo
deflagrado em face da pessoa para apuração da situação de mesário faltoso.

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7. Recursos: Alistamento e Transferência

Em face das decisões que deferem ou indeferem os requerimentos de alistamento ou de


transferência podem os legitimados interpor recurso. Nos termos do art. 54 da Resolução nº
23.2021, será disponibilizada aos partidos políticos, em sistema específico, e ao Ministério
Público Eleitoral, mediante ofício, nos dias 1º e 15 de cada mês ou no primeiro dia útil que lhes
seguir, listagem contendo as inscrições eleitorais paras as quais houve requerimento de
alistamento ou transferência deferido ou indeferido.

A intimação do cidadão ou da cidadã da decisão de indeferimento do seu alistamento ou


da sua transferência eleitoral será pessoal, realizada preferencialmente por meio eletrônico. Em
se tratando de pessoa indígena ou quilombola sem número pessoal de telefone celular
informado, a intimação deverá ser feita por meio de carta com aviso de recebimento ou por
oficial de justiça.

Assim, qualquer partido político e o Ministério Público Eleitoral poderão interpor recurso
contra o deferimento do alistamento ou da transferência, no prazo de 10 dias, contados da
disponibilização da listagem acima mencionada.

Caso a decisão seja de indeferimento do alistamento ou da transferência, o prazo para


interposição de recurso é de 5 dias para:

a) o eleitor ou a eleitora, contando-se o prazo respectivo a partir da data em que for realizada
a notificação;

b) o Ministério Público Eleitoral, fluindo o prazo respectivo da disponibilização da listagem.

Recurso contra o deferimento do


10 dias
requerimento de alistamento ou transferência

Recurso contra o indeferimento de


05 dias
requerimento de alistamento ou transferência

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ATENÇÃO I !

Novamente é preciso alertá-lo(a) acerca das disposições contidas no Código Eleitoral sobre
o mesmo assunto. Repito que é preciso ficar ligado no enunciado das questões, notadamente
quando exigirem conformidade com o Código Eleitoral. O art. 45 e os seguintes tratam do
processamento do requerimento de alistamento eleitoral e possui referências ultrapassadas
como “escrivão eleitoral”, “preparador”, além de descrever um procedimento inteiramente
manual.

Sobre o prazo de recurso em face do deferimento ou indeferimento do alistamento


eleitoral, prevê o parágrafo 8º do art. 45:

§ 8º Os recursos referidos no parágrafo anterior serão


julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral dentro de 5
(cinco) dias.

Notou a diferença do que prevê a Resolução nº 23.659/2021? Na prática cartorária, vale a


Resolução. Na prova, você deverá se ater ao enunciado da questão, pois pode haver bancas, como
a FCC, que cobrem a literalidade de dispositivos em desuso do Código Eleitoral.

ATENÇÃO II !

Assim como quanto ao alistamento, vamos ao nosso alerta quanto à transferência. O


Código Eleitoral também cuida do assunto, mas com várias disposições em desuso ou revogadas.
Vai que a FCC seja a banca do seu concurso, né?

O art. 55 e os seguintes tratam do processamento do requerimento de transferência


eleitoral e também possui referências ultrapassadas como “prazo de 100 (cem) dias antes das
eleições”, “inscrição primitiva” e, ainda, prevê prazo recursal diferente para o deferimento ou
indeferimento do requerimento de transferência eleitoral. Claro que essa previsão se encontra
superada, valendo as disposições, vistas acima, da Resolução 23.659/2021. Veja o parágrafo 2º
do art. 57 do CE/65:

§ 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no


prazo de 3 (três) dias, o eleitor que pediu a transferência,
sendo-lhe a mesma negada, ou qualquer delegado de
partido, quando o pedido for deferido.

Conhecer as disposições do Código Eleitoral em desuso, revogadas ou não recepcionadas


faz parte do plano de estudo contra as surpresas das raras bancas (FCC, por exemplo), que não
cuidaram de atualizar seus bancos de questões, especificamente de Direito Eleitoral.
Infelizmente.

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A pessoa alistanda ou eleitora menor de 18 anos tem


capacidade para estar em juízo, como recorrente ou
recorrida, nos feitos que versem sobre sua inscrição eleitoral,
sendo-lhe facultada a assistência por seu/sua representante
legal. (art. 59, Res. 23.659/21)

Conforme art. 61, recebido o recurso, o cartório eleitoral procederá à sua autuação no PJe
(Processo Judicial Eletrônico), acompanhado dos documentos que o instruem.

§ 1º No caso de recurso contra o deferimento da operação eleitoral, o a pessoa que a tiver


requerido será intimada para, querendo, oferecer contrarrazões no prazo de 10 dias.

§ 2º Decorrido o prazo de contrarrazões do eleitor ou da eleitora, ou sendo o caso de


recurso contra o indeferimento da operação eleitoral, os autos serão imediatamente
remetidos ao tribunal regional eleitoral.

As duas disposições acima são bastante intuitivas. Se um indivíduo tem seu requerimento
deferido e um partido ou o MP recorre da decisão, deve ser aberto prazo para que sejam
apresentadas as contrarrazões do eleitor interessado, em respeito ao contraditório. Decorrido o
prazo de contrarrazões, com ou sem manifestação da parte interessada, os autos sobem ao TRE
respectivo.

Por outro lado, tendo havido o indeferimento do requerimento, o eleitor prejudicado


poderá recorrer e não haverá contraparte para apresentar contrarrazões. Somente quando o
recurso chegar à segunda instância é que será encaminhado ao Ministério Público para emissão
de parecer.

Enquanto o processo tramitar nas instâncias ordinárias (1ª


e 2ª instâncias), não será exigida do eleitor ou da eleitora
representação por advogado, observando-se quanto às
intimações, inclusive no âmbito do tribunal regional, o
disposto no art. 55 da Resolução.

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A Resolução TSE nº 23.659/21, em seu art. 75, dispõe que os partidos políticos, assim por seus
delegados e suas delegadas, poderão:

I – acompanhar os requerimentos de alistamento, transferência, revisão, segunda via


e quaisquer outros, bem como a emissão e entrega de via física de títulos eleitorais,
previstos nesta Resolução – é claro que os partidos políticos não podem interferir nos
trabalhos da Justiça Eleitoral, determinando providências a serem adotadas pelos seus
servidores. Todavia, caso detectem alguma irregularidade no alistamento eleitoral, por exemplo,
podem levar o fato ao conhecimento do Ministério Público ou mesmo ajuizar a impugnação
cabível, perante o Juiz Eleitoral, com finalidade de sanar a irregularidade.

II – requerer cancelamento de inscrição eleitoral com fundamento em inobservância


de requisito legal, observado o procedimento previsto nos arts. 63 a 65 desta
Resolução [procedimento relativo à apuração de irregularidades nas operações do cadastro
eleitoral] – caso o partido político constate que um indivíduo que não possui domicílio eleitoral
em determinado município, alistou-se como eleitor, pode requerer o cancelamento da inscrição
perante o Juiz Eleitoral, apresentando as respectivas provas.

III – examinar, mediante assinatura de termo de confidencialidade dos dados pessoais


a que tenha acesso, sem perturbação dos serviços e na presença de servidor ou
servidora, os documentos relativos às operações de alistamento, transferência,
revisão, segunda via e revisão de eleitorado, deles podendo requerer cópia, de forma
fundamentada à autoridade judiciária, sem ônus para a Justiça Eleitoral – em virtude
de atuarem como fiscais de todo o processo eleitoral, os partidos políticos podem analisar (no
próprio Cartório Eleitoral) a documentação apresentada por eleitores em processos de
alistamento, transferência, revisão e segunda via. Além disso, também podem solicitar a
extração de cópias para posterior análise, desde que sem custos para a Justiça Eleitoral. Nesse
caso, o servidor poderia acompanhar o delegado de partido político até uma copiadora, por
exemplo.

Qualquer irregularidade determinante de cancelamento de inscrição deverá ser


comunicada por escrito ao juiz eleitoral, que observará o procedimento estabelecido nos arts. 77
a 80 do Código Eleitoral.

Nos termos da Resolução TSE nº 23.659/21, os partidos políticos poderão manter até
quatro delegados ou delegadas perante o Tribunal Regional Eleitoral e até três delegados ou
delegadas em cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simultânea
de mais de um(a) de cada partido.

Havendo a solicitação de permanência de delegados ou delegadas de mais de três partidos


em um cartório eleitoral, o juízo eleitoral poderá instituir escala de revezamento, a fim de não
prejudicar os trabalhos cartorários.

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As indicações de delegados e delegadas serão feitas pela


respectiva esfera partidária por meio de anotação em sistema
próprio da Justiça Eleitoral de gerenciamento de informações
relativas a partidos políticos.

O delegado ou a delegada indicado(a) para atuar perante o


tribunal regional eleitoral poderão representar o partido, na
circunscrição, diante de qualquer juízo eleitoral.

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O banco de dados da Justiça Eleitoral é um dos mais abrangentes da Administração Pública


brasileira, principalmente se levarmos em consideração que, até o ano de 2022, todos os eleitores
devem ter realizado o recadastramento biométrico, com captura de fotografia e de todas as
digitais do eleitor. Talvez, em função da Pandemia, esse prazo seja prorrogado.

As informações constantes do cadastro eleitoral serão acessíveis às instituições públicas e


privadas e às pessoas físicas. Contudo o tratamento das informações pessoais deverá resguardar
a preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem do cidadão, restringindo-
se o acesso a seu conteúdo.

Em função disso, o art. 10 da Resolução nº 23.659/2021 passou a prever:

Art. 10. O acesso a informações constantes do Cadastro Eleitoral por instituições públicas e
privadas e por pessoas físicas se dará conforme a Lei Geral de Proteção de Dados e a
resolução do Tribunal Superior Eleitoral que tratar do acesso a dados constantes dos
sistemas informatizados da Justiça Eleitoral.

Os tribunais eleitorais devem estabelecer metodologia segura com o objetivo de garantir


que não ocorra de forma indevida o acesso de dados.

É muito comum, durante a prática do Cartório Eleitoral, recebermos pessoas solicitando


informações de parentes ou amigos que supostamente estão desaparecidos há anos. Ainda que
se trate de um pedido de cunho humanista e que pode ser muito benéfico (ou não) ao eleitor
procurado, não podemos fornecer essas informações sem autorização do Juiz Eleitoral, pois são
consideradas de natureza particular (personalizada).

Cabe à Corregedoria-Geral Eleitoral editar provimento estabelecendo níveis de acesso aos


dados do Cadastro Eleitoral por servidoras, servidores, colaboradoras e colaboradores, em
conformidade com a Política de Segurança da Informação editada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Esse provimento cuidará de definir as funcionalidades que estarão disponíveis em perfil específico
de acesso ao sistema de gestão do Cadastro Eleitoral a ser concedido a profissionais contratados
como apoio administrativo na coleta de dados biométricos.

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10. Restabelecimento de inscrição


cancelada por equívoco

A Resolução TSE 23.659/21, em seu art. 27, dispõe que será admitido o restabelecimento
de inscrição cancelada equivocadamente em virtude de lançamento incorreto dos códigos ASE
relativos a falecimento, determinação de autoridade judiciária e revisão de eleitorado.

Suponhamos que, ao receber do Cartório de Registro Civil das


Pessoais Naturais um ofício comunicando o falecimento de
diversos eleitores, o servidor da Justiça Eleitoral, no momento
de lançar o Código ASE 019 (falecimento), equivocou-se. Em
vez de inserir o código no cadastro de Doquinha da Silva
Souza, acabou o fazendo no assentamento de Doquinha da
Silva Sousa, que era seu homônimo (nomes muito
semelhantes, diferenciando-se apenas pelas letras “s” e “z” na
palavra Souza).

Nesse caso, constatada a falha, o juiz eleitoral pode


determinar, no âmbito de um procedimento administrativo, o
restabelecimento da inscrição cancelada por equívoco.

10.1 Atualização da Situação do Eleitor - ASE

Para registro de informações no histórico de inscrição no Cadastro Eleitoral, serão


utilizados códigos de Atualização da Situação do Eleitor (ASE), reunidos em tabela que constará
de Provimento da Corregedoria-Geral Eleitoral, que detalhará as instruções para sua adequada
utilização.

Os códigos ASE deverão possibilitar o registro claro e inequívoco de informações relativas


a eventos que impactem o exercício de direitos políticos e civis. As atualizações dos referidos

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registros são efetivadas diretamente no sistema de gestão do Cadastro Eleitoral, o famoso


sistema ELO.

No passado, sempre que necessário lançar alguma operação


no cadastro do eleitor, devia antes ser preenchido o FASE (um
formulário de papel). Exemplo: se o eleitor deixasse de votar
em três eleições consecutivas e não justificasse a ausência,
preencher-se-ia um FASE com o código 035 para realizar o
cancelamento da inscrição eleitoral.

Atualmente, o código é ASE, e não mais FASE. Não é mais


necessário preencher esse formulário em papel, pois as
operações são realizadas diretamente no Sistema Elo da
Justiça Eleitoral.

Ademais, diferentemente da resolução anterior, a Resolução


nº 23.659 não traz em seu texto ou na forma de anexo a
tabela dos códigos ASE. Isso ficou a cargo de Provimento da
Corregedoria-Geral Eleitoral. É bom ficarmos atentos a isso!

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11. Dos batimentos

O batimento nada mais é do que o cruzamento das informações constantes do cadastro


eleitoral e tem como objetivo expurgar possíveis duplicidades, pluralidades ou incoincidências
de inscrições eleitorais e identificar situações que exijam averiguação, sendo realizado pelo
Tribunal Superior Eleitoral, em âmbito nacional.

Nos termos do art. 77 da Resolução nº 23.659/2021, o batimento consiste em


procedimento que compara dados mantidos nos cadastros do Tribunal Superior Eleitoral, com a
finalidade de aferir se cada pessoa mantém apenas uma única inscrição eleitoral.

O Tribunal Superior Eleitoral realizará batimentos de dados biográficos e biométricos, em


âmbito nacional, com o objetivo de:

I - identificar situações que exijam averiguação; e

II - expurgar inconformidades e outras irregularidades de inscrições eleitorais.

O dados biográficos se referem ao dados pessoais, como nome, data de nascimento e


filiação. Os dados biométricos se referem às características fisiológicas individuais, como as
impressões digitais e a fotografia.

São três as situações de inconformidade que demandam averiguação, cuja definição está
contida na Resolução acima citada:

a) duplicidade: quando houver indício de que uma única pessoa possui duas inscrições
eleitorais, em decorrência de uma inscrição indevida, seja por equívoco no atendimento ou pela
tentativa maliciosa de obtenção de uma segunda inscrição eleitoral;

b) pluralidade: quando houver indício que uma única pessoa possui três ou mais
inscrições eleitorais, em decorrência de inscrições indevidas, seja por equívoco no
atendimento ou pela tentativa maliciosa de obtenção de múltiplas inscrições eleitorais; e

c) incoincidências: quando, na realização de transferência ou revisão eleitoral, forem


coletados dados biométricos que não coincidam com os já constantes do cadastro para
a inscrição eleitoral transferida ou revisada, indicando um possível equívoco de
atendimento ou a utilização indevida de dados da pessoa por outrem.

A situação de incoincidência é novidade trazida pela Resolução nº 23.659/21 e decorre


basicamente da adoção do cadastramento biométrico de eleitores. Pode ocorrer, por exemplo,
de um indivíduo usar documento de identidade de outra (alterando ou não a foto) para requerer
a transferência eleitoral. O sistema, ao cruzar os dados relativos às impressões digitais, indicará
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que aquela pessoa não é quem ela diz ser, notadamente pelo fato de as impressões digitais do
eleitor verdadeiro já constarem do cadastro.

As operações de alistamento, transferência e revisão somente serão incluídas no cadastro


ou efetivadas após submetidas a batimento de dados biográficos, que evitará que uma mesma
pessoa tenha duas ou mais inscrições eleitorais diferentes. Caso o batimento detecte
inconformidade, a inscrição ficará sujeita a apreciação e decisão de autoridade judiciária.

Em um mesmo grupo de duplicidades ou pluralidades apuradas no batimento biográfico


serão sempre consideradas não liberadas as inscrições mais recentes, excetuadas as inscrições
atribuídas a gêmeos, que serão identificadas em situação liberada. Em caso de agrupamento de
inscrição de gêmeo com inscrição para a qual não foi indicada aquela condição, essa última será
considerada não liberada.

Em um mesmo grupo de incoincidências apuradas no


batimento biométrico, todas as inscrições envolvidas serão
consideradas não liberadas.

A fim de que você possa entender e memorizar cada uma das situações mencionadas,
penso que é interessante analisar individualmente cada uma das informações:

1ª – Em regra, quando duas inscrições eleitorais são agrupadas em uma relação de


duplicidade ou pluralidade (informações semelhantes), a inscrição mais recente será
considerada como não liberada, isto é, não poderá ser utilizada para o voto. Por sua vez, a
outra inscrição será considerada como liberada;

2ª – Entretanto, se na relação de coincidência existir uma inscrição atribuída a gêmeo e


outra atribuída a pessoa que não tenha essa condição (ainda que seja a mais antiga), esta
constará como não liberada e a inscrição atribuída ao gêmeo como liberada (ainda que
seja a mais recente).

3º - Se, no cruzamento de dados biométricos, for constatada incoincidência, as inscrições


envolvidas ficarão como não liberadas (lembre-se de que a incoincidência só ocorre nas
operações de transferência e de revisão).

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11.1 Do processamento das inconformidades

Realizado o batimento, o Tribunal Superior Eleitoral expedirá:

I – RELAÇÃO DOS GRUPOS DE INSCRIÇÕES E/ OU RAEs envolvidos em duplicidade,


pluralidade ou incoincidência emitida por ordem de número de grupo, dados necessários à
individualização dos eleitores agrupados.

II – COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA judiciária incumbida da apreciação do caso, noticiando a


existência de inscrição envolvida em duplicidade, pluralidade ou incoincidência, para devido
processamento.

III - NOTIFICAÇÃO dirigida ao eleitor cuja inscrição estiver em situação "não liberada", para
que, no prazo de 20 dias a contar da data do batimento, requeira a regularização de sua situação
eleitoral.

Após receber a comunicação eletrônica via Sistema Elo, a autoridade judicial deve
determinar, de ofício e imediatamente, a autuação dos procedimentos no PJe e, ainda, fará
publicar edital, pelo prazo de vinte dias a contar do batimento, no site do TRE, informando as
inscrições agrupadas.

Sendo possível concluir, desde logo, que o grupo é formado por pessoas distintas, o juiz
determinará a regularização da situação da inscrição do eleitor que não possuir outra liberada,
regular ou suspensa. Por outro lado, não sendo possível concluir de plano pela inexistência da
irregularidade, o juiz poderá determinar as diligências que entender necessárias para a apuração
da irregularidade, inclusive mediante expedição de ofício à Zona Eleitoral a que pertencem as
demais inscrições envolvidas na duplicidade ou na pluralidade.

Ainda que concluídas as diligências, a decisão de


cancelamento somente poderá ser proferida após o
transcurso do prazo assinalado ao eleitor para regularizar
sua situação.

No prazo para sua manifestação, o eleitor poderá, por petição simples dirigida ao juiz,
prestar esclarecimentos, juntar documentos e, identificado erro nos dados informados, requerer
sua retificação. Para tanto, não será exigida a representação por advogado, podendo o eleitor
apresentar a petição em via manuscrita, a ser digitalizada e inserida no PJe pelo servidor da Justiça
Eleitoral, ou se valer do sistema digital de peticionamento avulso no PJe.

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Encerrado o prazo para manifestação do eleitor e concluídas as diligências, o juiz eleitoral


decidirá, assegurando a cada eleitor a manutenção de apenas uma inscrição e determinando o
cancelamento de outras que a ele pertençam, lançando-se o código ASE respectivo.

Até que o juiz eleitoral decida, a inscrição agrupada em


duplicidade ou pluralidade identificada no batimento
biográfico não poderá ser objeto de transferência, revisão
ou segunda via.

Identificada situação em que a mesma pessoa possua duas ou mais inscrições eleitorais
liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento de dados biográficos, o cancelamento
recairá, preferencialmente, na seguinte ordem:

I – na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor;

II – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor ou da eleitora;

III – na inscrição que não foi utilizada para o exercício do voto pela última vez;

V – na mais antiga.

Comprovado que as inscrições agrupadas no batimento


biográfico pertencem a pessoas gêmeas ou homônimas,
deverá ser comandado o respectivo código ASE.

Gêmeas são as pessoas comprovadamente distintas que


sejam irmãs e tenham filiação, data e local de nascimento
idênticos.

Homônimas são as pessoas comprovadamente distintas que,


excetuadas as gêmeas, possuam dados iguais ou semelhantes,
segundo critérios previamente definidos pelo Tribunal
Superior Eleitoral.

Não sendo possível identificar a titularidade das inscrições ou afastar a incoincidência


verificada no batimento de dados biométricos de modo a determinar com exatidão qual inscrição
deve ser mantida, serão canceladas todas as inscrições, lançando-se o código ASE respectivo.

Confirmada a existência de duas ou mais inscrições em cada


grupo relativas a uma mesma pessoa e afastada a hipótese de
evidente falha dos serviços eleitorais, o Ministério Público
Eleitoral será comunicado para avaliar a existência de indícios
de ilícito penal eleitoral e, se for o caso, requisitar à Polícia
Federal a instauração de inquérito policial.

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11.2 Da competência para apreciação das inconformidades

A Resolução TSE nº 23.659/21, a partir de seu art. 92, dispõe sobre a competência para
decidir sobre as duplicidades e pluralidades de inscrições identificadas pelo batimento biográfico,
agrupadas ou não pelo batimento, inclusive quando relacionadas a pessoas que estão com seus
direitos políticos suspensos, caberá:

No caso de DUPLICIDADES (duas inscrições com dados muito semelhantes)

I – ao juízo da zona eleitoral a que estiver vinculada a inscrição mais recente;

II – ao juízo da zona da inscrição “não liberada”, mesmo que seja a mais antiga, nos casos envolvendo
gêmeos ou homônimos comprovados, com inscrição “não liberada” no grupo;
III – ao Corregedor Regional, nos casos envolvendo inscrição e registro de suspensão na Base de Perda
e Suspensão dos Direitos Políticos;

IV – ao Corregedor-Geral, nos casos envolvendo pessoa que perdeu seus direitos políticos.

No caso de PLURALIDADES (três ou mais inscrições com dados muito


semelhantes)

I – ao juiz da zona eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em uma mesma zona;

II – ao Corregedor Regional, quando envolver inscrições efetuadas entre zonas eleitorais de um mesmo
Estado ou do Distrito Federal e nas pluralidades decorrentes do agrupamento de uma ou mais
inscrições, requeridas na mesma circunscrição, com um ou mais registros de suspensão na Base de
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos;
III – ao Corregedor-Geral, quando envolver inscrições efetuadas em zonas eleitorais de Estados diversos
e nas pluralidades decorrentes do agrupamento de uma ou mais inscrições, requeridas em
circunscrições distintas, com um ou mais registros de suspensão na Base de Perda e Suspensão dos
Direitos Políticos.

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O art. 93 da Resolução 23.659/21 estabelece a competência das decisões administrativas


das inconformidades biométricas. A lógica é a mesma daquela vista acima. Assim caberá:

I - no tocante às duplicidades: ao juízo da zona eleitoral a que estiver vinculada a inscrição


mais recente.

II - no tocante às pluralidades:

a) ao juízo da zona eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em uma mesma zona
eleitoral;

b) à corregedoria regional eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas entre zonas


eleitorais de um mesmo Estado ou do Distrito Federal;

c) à Corregedoria-Geral Eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em zonas eleitorais


de Estados diversos.

Em face das decisões das duplicidades e pluralidades, cabe recurso, no prazo de três dias,
sendo competente para a apreciação:

I - a corregedoria regional eleitoral, quando a decisão recorrida houver sido proferida por
juiz eleitoral de sua circunscrição;

II - a Corregedoria-Geral Eleitoral, quando a decisão recorrida houver sido proferida pela


corregedoria regional.

Havendo decisões conflitantes em processo de regularização de situação de eleitor ou


eleitora, proferidas por autoridades judiciárias distintas, envolvendo inscrições atribuídas a uma
mesma pessoa, a decisão caberá:

I - a corregedoria regional eleitoral, quando se tratar de decisões proferidas por juízos de


zonas eleitorais de um mesmo Estado ou do Distrito Federal;

II - à Corregedoria-Geral Eleitoral, quando se tratar de decisões proferidas por juízos


eleitorais de Estados diversos ou por corregedores regionais.

Deve ficar claro que o juiz eleitoral só poderá determinar a regularização, o cancelamento
ou a suspensão de inscrição que pertença à sua jurisdição. Diante disso, caso seja competente
para decidir uma duplicidade de inscrições eleitorais em virtude de a inscrição mais recente ter
sido requerida na zona eleitoral sob a sua jurisdição, e, na prática, constatar que a inscrição que
deve ser cancelada é a que está vinculada a outra zona eleitoral, deverá proferir a decisão e
comunicar ao juiz eleitoral competente, para conhecimento e cumprimento.

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A competência para decidir a respeito das duplicidades e


pluralidades, na esfera penal, será sempre do juiz eleitoral
da zona onde foi efetuada a inscrição mais recente. Nesse
caso, ainda que na relação de duplicidade exista uma inscrição
atribuída a gêmeo como a mais antiga (que a definirá como
liberada), a competência penal permanece com o juiz eleitoral
da inscrição mais recente.

Na instrução do procedimento administrativo, a autoridade judiciária poderá requisitar


informações complementares ao juízo da zona eleitoral de cada uma das inscrições em
tratamento. O juízo eleitoral ao qual for dirigida a requisição deverá prestar informações no prazo
máximo de 10 dias, contados do seu recebimento. Ainda que o eleitor não tenha sido encontrado,
a requisição deverá ser respondida no prazo estipulado.

A autoridade judiciária competente deverá se pronunciar quanto às situações de


inconformidade em até 40 dias contados:

I - quando agrupadas, da data de realização do respectivo batimento; ou

II - quando não agrupadas, do recebimento da comunicação de inconformidade.

Será automaticamente cancelada pelo sistema a inscrição envolvida em inconformidade,


com situação não liberada, que não for objeto de decisão da autoridade judiciária no prazo de 40
dias.

As inscrições canceladas permanecerão no Cadastro Eleitoral


por prazo indeterminado, independentemente da causa do
cancelamento.

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11.3 Das fases do processo de duplicidade / pluralidade

Para responder às questões de prova, é muito importante que você consiga identificar os
principais prazos que devem ser observados durante o processo administrativo de
duplicidade/pluralidade e que pode ensejar o respectivo cancelamento de uma ou mais inscrições
eleitorais:

Notificação (20 dias) Edital (20 dias) Petição simples até 40 dias para decisão

Para facilitar ainda mais a compreensão, pode afirmar:

1º – Ao mesmo tempo que é gerado o relatório de agrupamento


(duplicidade/pluralidade/incoincidência) é também enviada uma notificação para o eleitor cuja
inscrição consta como não liberada, a fim de que apresente busque a regularização no prazo
máximo de 20 dias, a contar do batimento;

2º - Que o edital será publicado pelo prazo de 20 dias, para conhecimento dos
interessados;

3º - Se o juiz eleitoral entender, ainda que dentro do prazo de 20 dias para manifestação
do eleitor, que a relação de agrupamento é formada por pessoa distintas, pode determinar a
imediata regularização;

4º - Caso o juiz não determine a imediata regularização, nas condições mencionadas no


item anterior, deverá ser aguardado o transcurso do prazo de 20 dias para manifestação do
eleitor. Caso compareça ao Cartório Eleitoral para prestar esclarecimentos, o eleitor poderá se
manifestar por meio de petição simples e sem a necessidade de advogado;

5º - Transcorrido o prazo de 20 dias assegurado ao eleitor, sem qualquer manifestação, o


Juiz Eleitoral deverá proferir decisão.

6º - A autoridade judiciária competente deve se pronunciar em até 40 dias, a contar do


batimento ou da comunicação de inconformidade.

7º - Transcorrido o prazo de 40 dias, sem decisão de autoridade judiciária, a inscrição não


liberada será automaticamente cancelada.

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11.4 Das hipóteses de ilícito penal

Decidida a duplicidade ou pluralidade e tomadas as providências de praxe na seara


administrativa (cancelamento das inscrições irregulares, por exemplo), se duas ou mais inscrições
em cada grupo forem atribuídas a um mesmo eleitor, excetuados os casos de evidente falha dos
serviços eleitorais, os autos deverão ser remetidos ao Ministério Público Eleitoral.

Manifestando-se o Ministério Público pela existência de indício de ilícito penal eleitoral a


ser apurado, o processo deverá ser remetido, pela autoridade judiciária competente, à Polícia
Federal para instauração de inquérito policial e a respectiva investigação. A Polícia Civil também
pode atuar subsidiariamente na investigação, caso a Zona Eleitoral não seja atendida por
representação da Polícia Federal.

O processo penal eleitoral será regido pelas disposições


contidas no Código Eleitoral Brasileiro e, subsidiariamente,
pelas normas do Código de Processo Penal.

Diante da conclusão da investigação ou no caso de pedido de dilação de prazo, o inquérito


policial deverá ser encaminhado, pela autoridade policial que o presidir, ao juiz eleitoral a quem
couber decisão a respeito na esfera penal, que os remeterá ao Ministério Público Eleitoral para,
conforme o caso, manifestar-se sobre o pedido de dilação do prazo, oferecer denúncia ou
requerer o arquivamento do inquérito.

Arquivado o inquérito ou julgada a ação penal, o juízo eleitoral comunicará a decisão à


autoridade judiciária competente para adoção de medidas cabíveis na esfera administrativa.

Lembre-se de que o Juiz Eleitoral que irá cancelar a inscrição


irregular, na esfera administrativa, nem sempre é o mesmo
que irá processar e julgar esse mesmo fato na esfera penal,
caso também fique tipificada a prática de crime eleitoral.

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12. Direitos Políticos

Nas palavras de José Jairo Gomes2, os direitos políticos se referem às prerrogativas e os


deveres inerentes à cidadania. Englobam o direito de participar direta ou indiretamente do
governo, da organização e do funcionamento do Estado.

12.1 Aquisição e exercício

Nos termos do art. 11 da Resolução nº 23.659/2021, os direitos políticos são adquiridos


mediante o alistamento eleitoral, que é assegurado:

I - a todas as pessoas brasileiras que tenham atingido a idade mínima constitucionalmente


prevista, salvo os que, pertencendo à classe dos conscritos, estejam no período de serviço militar
obrigatório e dele não tenham se desincumbido; e

II - às pessoas portuguesas que tenham adquirido o gozo dos direitos políticos no Brasil,
observada a legislação específica.

Com a edição da Resolução 23.659/21, a suspensão dos direitos políticos não impede o
alistamento eleitoral ou qualquer outra operação no cadastro eleitoral (revisão, segunda via ou
transferência), mas se impôs a necessidade de registro da suspensão logo após o atendimento
nos assentamentos da pessoa eleitora atendida.

Por outro lado, se ocorrer a perda de direitos políticos, decorrente da perda da


nacionalidade brasileira, fica impedido o alistamento eleitoral e todas as demais operações no
cadastro, possibilitando, conforme o caso, o cancelamento da inscrição eleitoral já existente.

2
GOMES. José Jairo. Direito Eleitoral. 14 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018. p. 34

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A aquisição do gozo de direitos políticos por pessoa


brasileira em Portugal não acarreta a suspensão de direitos
políticos ou o cancelamento da inscrição eleitoral e não
impede o alistamento eleitoral ou as demais operações do
Cadastro Eleitoral.

Será cancelada a inscrição eleitoral quando declarado


extinto o gozo dos direitos políticos por pessoa portuguesa
no Brasil.

Com exceção dos conscritos, os militares são alistáveis, conforme a Constituição da


República. Também com fundamento constitucional, são estabelecidas a obrigatoriedade e a
facultatividade do alistamento eleitoral e do exercício do voto.

12.2 Restrição e regularização

Tomando conhecimento de fato ensejador de suspensão de direitos políticos ou de


impedimento ao exercício do voto, a zona eleitoral competente providenciará o imediato registro
da situação no Cadastro Eleitoral. Não se tratando de eleitor de sua zona eleitoral, o juízo
comunicará o fato diretamente àquela na qual for inscrito o titular.

Quando se tratar de pessoa não inscrita perante a Justiça Eleitoral, o registro será feito
diretamente na base de perda e suspensão de direitos políticos pela Corregedoria Regional
Eleitoral que primeiro tomar conhecimento do fato. A chamada “base de perda e suspensão de
direitos políticos” pode ser entendida como um banco de dados, um cadastro paralelo ao
cadastro eleitoral, voltado para o registro de situações ensejadoras de perda e suspensão de
direitos políticos relativas a eleitores ou não eleitores (pessoas sem inscrição eleitoral).

Constatada a ocorrência de hipótese ensejadora de perda de direitos políticos, a


Corregedoria-Geral Eleitoral providenciará a imediata atualização da situação das inscrições no
Cadastro Eleitoral e na base de perda e suspensão de direitos políticos.

A regularização de situação eleitoral de pessoa com restrição de direitos políticos somente


será possível mediante comprovação de haver cessado o impedimento. O interessado deverá
preencher requerimento e instruir o pedido com declaração de situação de direitos políticos e
documentação comprobatória de sua alegação.

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Comprovada a cessação do impedimento, será comandado o código ASE próprio e/ou


inativado(s), quando for o caso, o(s) registro(s) correspondente(s) na base de perda e suspensão
de direitos políticos.

Para regularização de inscrição envolvida em coincidência com outra de pessoa que perdeu
ou está com seus direitos políticos suspensos, será necessária a comprovação de tratar-se de
eleitor diverso.

São considerados documentos comprobatórios de reaquisição ou restabelecimento de


direitos políticos:

I – nos casos de perda:

a) decreto ou portaria;

b) comunicação do Ministério da Justiça;

II – nos casos de suspensão:

a) para condenados: sentença judicial, certidão do juízo competente ou outro documento


que comprove o cumprimento ou a extinção da pena ou sanção imposta,
independentemente da reparação de danos;

b) para conscritos ou pessoas que se recusaram à prestação do serviço militar obrigatório:


Certificado de Reservista, Certificado de Isenção, Certificado de Dispensa de Incorporação,
Certificado do Cumprimento de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório,
Certificado de Conclusão do Curso de Formação de Sargentos, Certificado de Conclusão de
Curso em Órgão de Formação da Reserva ou similares;

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13. Correição e Revisão do eleitorado

Em síntese, a correição do eleitorado é uma ferramenta usada pela Justiça Eleitoral para
corrigir eventuais distorções no quantitativo de eleitores, segundo critérios objetivos
previamente delineados. Após a correição, confirmada a irregularidade, é determinada a revisão
do eleitorado.

A correição de eleitorado poderá ser determinada, observada a conveniência e a


disponibilidade de recursos:

I - pela Corregedoria-Geral Eleitoral, quando:

a) o total de transferências ocorridas no ano em curso seja 10% superior ao do ano


anterior;

b) o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze anos, somada à de
idade superior a setenta anos do território daquele município; e

c) o eleitorado for superior a 65% e menor ou igual a 80% da população projetada


para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

II - pela corregedoria regional, quando houver indícios consistentes ou denúncia


fundamentada de fraude ou outras irregularidades no alistamento em zona ou município.

De fato, é bastante estranha a situação, por exemplo, de um município possuir mais


eleitores que habitantes...

A revisão de eleitorado acontece quando a Justiça Eleitoral decide convocar todos os


eleitores inscritos em uma zona eleitoral – ou apenas um ou alguns municípios integrantes dessa
zona – para que compareçam pessoalmente perante os Cartórios Eleitorais ou Postos de Revisão,
a fim de que se submetam ao recadastramento de suas respectivas inscrições eleitorais, com a
atualização de dados referentes ao domicílio eleitoral.

Se na correição do eleitorado for comprovada a fraude em proporção que comprometa a


higidez do Cadastro Eleitoral, o tribunal regional eleitoral, comunicando a decisão ao Tribunal
Superior Eleitoral, ordenará a revisão do eleitorado, obedecidas as instruções contidas na
Resolução nº 23.659/2021 e as recomendações que subsidiariamente baixar.
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O Tribunal Superior Eleitoral poderá, de ofício, determinar a revisão do eleitorado do


município, observada a conveniência e a disponibilidade de recursos, quando:

I - o total de transferências ocorridas no ano em curso seja 10% superior ao do ano anterior;

II - o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze anos, somada à de
idade superior a setenta anos do território daquele município; e

III - o eleitorado for superior a 80% da população projetada para aquele ano pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Perceba que os critérios objetivos para atuação de ofício do TSE na determinação de


revisão do eleitorado são bem parecidos com aqueles que fundam a atuação da Corregedoria-
Geral Eleitoral na determinação da correição do eleitorado. Em suma, pode o TSE determinar a
revisão sem que tenha havido previamente a correição.

Não será realizada revisão de eleitorado:

I - em ano eleitoral, salvo se iniciado o procedimento


revisional no ano anterior ou se, verificada situação
excepcional, o Tribunal Superior Eleitoral autorizar que a ele
se dê início; e

II - que abranja apenas parcialmente o território do


município, ainda que seja este dividido em mais de uma zona
eleitoral.

A não realização de revisão de eleitorado em ano eleitoral, em regra, se justifica pelo fato
de que em ano eleitoral os servidores estão empenhados e focados na realização das eleições.
Eventual realização de revisão de eleitorado, em ano de eleição, poderia colocar em risco a
qualidade dos trabalhos afetos ao pleito eleitoral.

A revisão de eleitorado será sempre presidida pelo respectivo


juiz eleitoral, ficando a fiscalização a cargo do representante do
Ministério Público que oficiar perante o juízo eleitoral.

Havendo mais de uma zona eleitoral no município, o TRE deve


indicar qual juiz eleitoral coordenará os trabalhos revisionais.

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13.1 Dos procedimentos iniciais da revisão

A revisão do eleitorado deverá ser sempre presidida pelo juiz eleitoral da zona submetida
à revisão, e será quem dará início aos procedimentos revisionais no prazo máximo de 30 dias,
contados da aprovação da revisão pelo Tribunal competente. Por sua vez, o Tribunal Regional
Eleitoral, por intermédio da Corregedoria Regional, inspecionará os serviços de revisão.

É muito comum as bancas afirmaram incorretamente que a revisão do eleitorado será


presidida pelo Tribunal Superior Eleitoral ou pelos Tribunais Regionais Eleitorais, a exemplo do
que ocorreu na prova do concurso para o cargo de Técnico Judiciário do TRE/MS.

(CESPE– Técnico Judiciário – TRE MS) Com base na Resolução do TSE n.º 21.538/2003
(revogada, mas sem alteração nesta parte pela nova Resolução) e na legislação eleitoral
pertinente, julgue o item seguinte:

A revisão do eleitorado de zona eleitoral é presidida por ministro do TSE, em caráter


interventivo.

Comentários

A Resolução do TSE nº 21.538/03, em seu art. 62, afirmava que a revisão do eleitorado
deverá ser sempre presidida pelo juiz eleitoral da zona submetida à revisão. Não há
exceções. Essa regra se mantém na Resolução nº 23.659/2021

Gabarito: E

Aprovada a revisão de eleitorado, a Secretaria de Tecnologia da Informação ou o órgão


regional congênere identificará, no sistema, as pessoas abrangidas pela revisão, assim entendidos
aquelas inscritas eleitoras nos municípios envolvidos ou para eles movimentadas até 30 dias
antes do início dos respectivos trabalhos.

A listagem geral englobará todas as seções eleitorais referentes à zona ou município objeto
da revisão e será disponibilizada, por intermédio da respectiva corregedoria regional, ao juízo
eleitoral da zona onde será realizada a revisão.

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Para a execução dos trabalhos de revisão de eleitorado, o juiz ou juíza eleitoral poderá:

I - mediante autorização do tribunal regional respectivo, determinar a criação de postos de


revisão e os dias e horários em que funcionarão, o que poderá ocorrer, inclusive, aos
sábados, domingos e feriados, assegurada, em qualquer hipótese, a acessibilidade;

II - requisitar diretamente às repartições públicas locais, observados os impedimentos legais:

a) o quantitativo de auxiliares que for necessário para o desempenho dos trabalhos; e

b) a utilização de prédios públicos para a instalação de postos de revisão; e

III - determinar o atendimento revisional domiciliar de pessoas com deficiência, indígenas e


quilombolas, desde que haja meios para tanto.

Os postos de revisão serão criados com a finalidade de ampliar a força de trabalho


destinada ao atendimento dos eleitores do município e/ou zona eleitoral envolvidos no processo
de revisão de eleitorado. Em regra, os Cartórios Eleitorais são providos com uma quantidade
pequena de servidores do quadro efetivo, portanto, é muito importante que o Juiz Eleitoral
requisite servidores de outros órgãos ou entidades para trabalharem nos postos de revisão, por
prazo determinado, ministrando o treinamento necessário para o atendimento.

Como as instalações do Cartório Eleitoral também são insuficientes para abrigar todos os
postos de revisão, que devem funcionar em pontos estratégicos, de maior fluxo de eleitores, o
Juiz Eleitoral poderá ainda requisitar diretamente às repartições públicas locais, observados os
impedimentos legais, a utilização de instalações de prédios públicos, ainda que pertencentes a
entidades municipais e/ou estaduais.

Nas datas em que os trabalhos revisionais estiverem sendo realizados nos postos de
revisão, o cartório sede da zona poderá, se houver viabilidade, permanecer com os serviços
eleitorais de rotina. Em regra, o funcionamento é mantido, pois os postos de revisão são criados
em locais distintos e com o apoio de servidores requisitados de outros órgãos e entidades.

Sempre que possível, serão instalados postos de revisão, pelo período necessário, em
terras indígenas, comunidades quilombolas, comunidades isoladas e em localidades que por suas
características dificultem ou onerem demasiadamente o comparecimento de eleitores e eleitoras
à unidade de atendimento da Justiça Eleitoral.

O horário de funcionamento dos postos de atendimento será estabelecido conforme


critérios de conveniência e oportunidade, visando à otimização dos recursos, materiais e
humanos, necessários à realização dos trabalhos revisionais.

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13.2 Do edital de revisão

A revisão deverá ser precedida de ampla divulgação, destinada a orientar o eleitor quanto
aos locais e horários em que deverá se apresentar, e processada em período estipulado pelo
Tribunal Regional Eleitoral, não inferior a 30 dias (Lei nº 7.444/1985, art. 3º, § 1º).

Suponhamos que, depois de analisar a quantidade de


eleitores que serão submetidos à revisão, bem como a
quantidade de servidores que prestarão o apoio necessário ao
processo, o Tribunal Regional Eleitoral tenha fixado o prazo
de 90 dias para a conclusão dos trabalhos. Todavia, se o Juiz
Eleitoral constatar que o prazo será insuficiente, levando-se
em consideração, por exemplo, que o tempo de atendimento
a cada eleitor está sendo superior ao estimado, poderá ser
formalizado um requerimento de dilação desse prazo.

A prorrogação do prazo para a conclusão dos trabalhos de revisão, se necessária, deverá


ser requerida pelo juiz eleitoral, em ofício fundamentado, dirigido à presidência do Tribunal
Regional Eleitoral, com antecedência mínima de cinco dias da data de conclusão dos trabalhos.

Recebida a listagem geral, que engloba todas as seções eleitorais referentes à zona ou
município objeto da revisão, o juízo eleitoral deverá fazer publicar, com antecedência mínima de
cinco dias do início dos trabalhos de revisão, edital, do qual constará:

I - a convocação dos eleitores e das eleitoras do(s) município(s) ou da(s) zona(s) para,
ressalvadas as hipóteses expressas no próprio edital, comparecer, pessoalmente, à revisão de
eleitorado, a fim de confirmarem seu domicílio, sob pena de cancelamento da sua inscrição
eleitoral, sem prejuízo da apuração de fraude no alistamento ou na transferência, se constatada
irregularidade;

II - a exigência de apresentação de:


a) documento de identidade;
b) comprovante de domicílio, conforme especificado no art. 118 da Resolução 23.659/2021; e
c) se possível, título eleitoral ou documento comprobatório da condição de eleitor;

III - as datas de início e término dos trabalhos revisionais, a área e o período abrangidos e
os dias e locais onde funcionarão postos de revisão; e

IV - as hipóteses de dispensa do comparecimento à revisão de eleitorado.

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A dispensa do comparecimento à revisão de eleitorado poderá


ter por fundamento critérios de razoabilidade e economicidade,
tais como a data da última operação eleitoral, a condição de
indígena, quilombola ou pessoa com deficiência já anotada no
Cadastro Eleitoral, a prévia comprovação do domicílio por meio
de cruzamento de dados com outras entidades.

Serão admitidos à revisão de eleitorado e estarão habilitados à formalização do RAE e à


coleta de dados biométricos as pessoas cuja inscrição esteja em situação regular ou suspensa.
Processada a revisão, não serão inativadas eventuais anotações de multa ou outras restrições no
cadastro do eleitor.

O edital deverá ser disponibilizado no fórum da comarca, nos cartórios eleitorais,


repartições públicas e locais de acesso ao público em geral. Durante no mínimo 3 dias
consecutivos, o edital será divulgado, sem ônus para a Justiça Eleitoral, por meio da imprensa
escrita, falada e televisada, se houver. Deve o juízo eleitoral, também, dar conhecimento da
realização da revisão de eleitorado aos partidos políticos para que acompanhem e fiscalizem os
trabalhos.

ATENÇÃO! Serão ainda empregados quaisquer outros meios que


favoreçam o pleno conhecimento da revisão de eleitorado por
parte todas as pessoas interessadas, cabendo ao juízo eleitoral
planejar e executar comunicações que atendam às
particularidades das comunidades remotas, indígenas e
quilombolas acaso existentes no município.

13.3 Da comprovação documental

Uma das finalidades do processo de revisão de eleitorado é garantir a atualização de dados


e a comprovação de que cada eleitor submetido ao processo realmente mantém algum tipo de
vínculo com o município, evitando-se, assim, eventuais fraudes ou distorções nos resultados das
eleições.

A prova de identidade só será admitida se feita pelo próprio eleitor ou pela própria
eleitora mediante apresentação de um ou mais dos documentos especificados na Resolução. No
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momento de submissão à revisão, o eleitor deverá apresentar um dos seguintes documentos:


carteira de identidade; carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do
exercício profissional; certidão de nascimento ou casamento, expedida no Brasil ou registrada em
repartição diplomática brasileira e transladada para o registro civil; documento público do qual
se infira ter a pessoa requerente a idade mínima de 15 anos, e do qual constem os demais
elementos necessários à sua qualificação; documento congênere ao registro civil, expedido pela
Fundação Nacional do Índio (FUNAI); documento do qual se infira a nacionalidade brasileira,
originária ou adquirida, da pessoa requerente; ou, por fim, publicação oficial da Portaria do
Ministro da Justiça e o documento de identidade de que tratam os arts. 22 do Decreto nº 3.927,
de 2001, e 5º da Lei nº 7.116, de 1983, para as pessoas portuguesas que tenham obtido o gozo
dos direitos políticos no Brasil.

Por sua vez, a comprovação de domicílio poderá ser feita mediante um ou mais
documentos dos quais se infira ser o eleitor residente ou ter vínculo afetivo, familiar, profissional,
comunitário ou de outra natureza que justifique a escolha da localidade pela pessoa para nela
exercer seus direitos políticos.

Na hipótese de ser a prova de domicílio feita mediante apresentação de contas de luz, água
ou telefone, nota fiscal ou envelopes de correspondência, estes deverão ter sido,
respectivamente, emitidos ou expedidos nos 3 (três) meses anteriores ao comparecimento à
revisão.

A comprovação de vínculos diversos do residencial poderá ser feita por meio de


documentos adequados à sua natureza, não se exigindo antecedência mínima em hipóteses, tais
como a de apresentação de cartão de usuário do Serviço Único de Saúde - SUS ou de comprovante
de matrícula em instituição de ensino, nas quais a antiguidade não é essencial à constituição do
vínculo.

ATENÇÃO COM A AUTODECLARAÇÃO!

A declaração do eleitor ou da eleitora de que pertence a


comunidade indígena ou quilombola ou de que se trata de
pessoa em situação de rua dispensará a comprovação
documental do vínculo com o respectivo município.

Subsistindo dúvida quanto à idoneidade do comprovante de domicílio apresentado ou


ocorrendo a impossibilidade de apresentação de documento que indique o domicílio do eleitor,
declarando este, sob as penas da lei, que tem domicílio no município, o juiz eleitoral adotará
interpretação mais benéfica ao cidadão (deferindo o requerimento de plano) ou poderá
determinará a realização de diligências, inclusive por meio de verificação in loco antes de proferir
sua decisão.
Pode acontecer, por exemplo, de o Juiz Eleitoral determinar que algum servidor da Justiça
Eleitoral compareça ao endereço indicado pelo eleitor a fim de que investigar a sua veracidade,
principalmente por meio de questionamento aos vizinhos.

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Vale lembrar que a revisão de eleitorado, submetida a controle direto do Juiz Eleitoral,
também se sujeita à fiscalização do Ministério Público, na pessoa do respectivo Promotor Eleitoral
que atua perante o juízo eleitoral.
Os partidos políticos também podem acompanhar todo o processo de revisão de
eleitorado, exercendo o direito de fiscalização, nos termos dos arts. 75 e 76 da Resolução nº
23.659/2021. Para tanto, repita-se, deve o juiz eleitoral dar conhecimento às agremiações
partidárias acerca do processo revisional.

O juiz ou a juíza determinará o registro da regularidade ou não da inscrição eleitoral,


observado o seguinte procedimento:

a) a pessoa designada para realizar o atendimento fará a conferência dos dados do eleitor ou da
eleitora contidos no cadastro com base nos documentos apresentados no momento da
revisão;

b) comprovados a identidade e o domicílio eleitoral, será providenciado o preenchimento do


formulário RAE, inclusive com a coleta de dados biométricos, se for o caso;

c) o título eleitoral será entregue à pessoa como comprovante de seu comparecimento ao


procedimento de revisão; e

d) o eleitor ou a eleitora que não comprovar sua identidade ou domicílio não será
considerado(a) revisado(a).

Se a pessoa possuir mais de uma inscrição liberada ou regular,


apenas uma delas poderá ser considerada revisada.

Caso isso seja constatado no atendimento, eventual título


eleitoral encontrado em poder do eleitor ou da eleitora
referente a qualquer inscrição que exigir cancelamento deverá
ser formalmente recolhido e inutilizado.

13.4 Da conclusão dos trabalhos de revisão

Após a finalização dos trabalhos de revisão, o juiz eleitoral fará juntar aos autos relatório
sintético, extraído do Sistema ELO, das operações de RAE realizadas e, após ouvir o Ministério
Público Eleitoral, determinará o cancelamento das inscrições relativas a eleitores que não tenham
comparecido à revisão do eleitorado. Essa determinação é feita por meio de sentença.

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O art. 122, §1º, da Resolução nº 23.659, traz situações excepcionais para o cancelamento:

§ 1º Não serão canceladas as inscrições que, embora pertinentes ao período de abrangência


das revisões de eleitorado:

I - sejam atribuídas a eleitoras e eleitores já identificados biometricamente, desde que


atendidos os requisitos de qualidade dos dados biométricos e que tenha havido expressa
dispensa do comparecimento ao cartório eleitoral pela norma que determinar o procedimento
revisional;

II - tenham em seu histórico registro do comando alusivo a deficiência que impossibilite ou


torne extremamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais; e

III - tenham em seu histórico registro ativo do comando alusivo à suspensão de direitos
políticos fundada em condenação criminal.

O cancelamento das inscrições somente deverá ser efetivado no


sistema após a homologação da revisão pelo tribunal regional
eleitoral.

A sentença de cancelamento deverá ser específica para cada município abrangido pela
revisão (caso a revisão tenha sido realizada em mais de um município pertencente à mesma zona
eleitoral) e prolatada no prazo máximo de dez dias contados da data do retorno dos autos do
Ministério Público, podendo o Tribunal Regional Eleitoral fixar prazo inferior.

A sentença deverá relacionar todas as inscrições que serão canceladas no município.

Os eleitores que tiverem as inscrições canceladas serão intimados por edital e, caso sejam
usuários do aplicativo da Justiça Eleitoral, por meio de comunicação por meio dessa tecnologia.
Em função do não comparecimento, a norma presume que o eleitor se encontra em lugar incerto
e não sabido.

Ao responder às questões de prova, lembre-se de que o


cancelamento das inscrições eleitorais somente deverá ser
efetivado no sistema após a homologação da revisão pelo
Tribunal Regional Eleitoral, que acontece depois de expirado
o prazo para apresentação dos respectivos recursos

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13.5 Dos recursos

O edital será publicado nos sítios dos tribunais regionais da internet ou em sistema
específico, com prazo mínimo de 15 dias, dele devendo constar que os eleitores e as eleitoras
cuja inscrição tenha sido cancelada ou cuja transferência tenha sido revertida poderão recorrer
da decisão, apresentando provas que justifiquem sua reforma, no prazo de 3 dias a contar da
data final do edital.

Assim, contra a sentença que determinar o cancelamento das inscrições eleitorais, caberá,
no prazo de três dias, contados da publicidade, o recurso previsto no art. 80 do Código Eleitoral,
que não terá o feito suspensivo. Em outras palavras, significa que após a homologação do
processo de revisão pelo Tribunal Regional Eleitoral, ainda que exista recurso pendente de
julgamento, a inscrição poderá ser cancelada.

Transcorrido o prazo recursal de três dias, o juiz eleitoral fará minucioso relatório dos
trabalhos desenvolvidos, que encaminhará, com os autos do processo de revisão, à Corregedoria
Regional Eleitoral.

Apreciado o relatório e ouvido o Ministério Público, o corregedor ou a corregedora


regional eleitoral:

I – indicará providências a serem tomadas, se verificar a ocorrência de vícios


comprometedores à validade ou à eficácia dos trabalhos – nesse caso, os autos serão
devolvidos para o juiz eleitoral a fim de que execute as providências determinadas e, após
concluídas, faça uma nova remessa dos autos para análise.

II – submetê-lo-á ao Tribunal Regional, propondo:

a) a homologação da revisão, se entender pela regularidade dos trabalhos


revisionais; ou

b) a não homologação da revisão, se verificar o não comparecimento de


quantitativo que ultrapasse 20% do total de convocados para o procedimento ou a
existência de circunstâncias peculiares que impeçam o adequado atendimento das
demandas de regularização das inscrições que vierem a ser canceladas.

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Perceba que, concluído o processo de revisão de eleitorado,


os autos são encaminhados para o Corregedor Regional
Eleitoral, que é responsável pela análise primária da
regularidade. Entretanto, a decisão que homologa o processo
de revisão é de competência do Tribunal Regional Eleitoral
(todos os seus membros) e, somente após a homologação,
as inscrições eleitorais podem ser canceladas.

Caso a proposta da Corregedoria seja a não homologação da revisão, o tribunal regional


eleitoral determinará que, uma vez concluído o processamento dos arquivos de urna e retomadas
as operações do Cadastro Eleitoral, seja reaberto o atendimento às eleitoras e aos eleitores
submetidos à revisão, fixando o limite para a conclusão dos trabalhos e eventual suspensão
durante o recesso forense, e comunicará esta decisão ao Tribunal Superior Eleitoral.

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14. Das providências e penalidades pelo


não comparecimento à eleição

O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a
realização da eleição incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista
nos arts. 7º e 367 do Código Eleitoral, no que couber, e 127 da Resolução 23.659/2021.

Para o eleitor que se encontrar no exterior na data do


pleito, será de 30 dias, contados do seu retorno ao país, o
prazo para apresentar a sua justificativa.

Dentro do prazo, o eleitor ou a eleitora poderá formular o requerimento de justificativa


por ferramenta eletrônica disponibilizada pela Justiça Eleitoral ou perante o juízo de qualquer
zona eleitoral em que se encontre, devendo o cartório providenciar a remessa ao juízo
competente. O pedido de justificação será sempre dirigido ao juiz eleitoral da zona de inscrição,
podendo ser formulado na zona eleitoral em que se encontrar o eleitor, a qual providenciará sua
remessa ao juízo competente.

Nas eleições de 2020, principalmente em função das medidas de prevenção no contexto


da pandemia, esse pedido pôde ser feito, no prazo legal, por meio de aplicativo (e-título) ou de
página própria da Justiça Eleitoral, dispensando-se o comparecimento presencial do eleitor a um
cartório eleitoral.

Indeferido o requerimento de justificação ou decorridos os prazos estabelecidos em lei,


deverá ser aplicada multa ao eleitor, podendo, após o pagamento, ser-lhe fornecida certidão de
quitação. Ademais, a justificação da falta ou o pagamento da multa serão anotados no cadastro.

Também incorrerá em multa a pessoa eleitora que tiver o processamento de seu pedido
de justificativa rejeitado pelo sistema, em razão do preenchimento com dados insuficientes ou
inexatos, que impossibilitem sua identificação no cadastro eleitoral.

A fixação da multa para ausência às urnas observará a variação entre o mínimo de 3% e o


máximo de 10% do valor utilizado como base de cálculo (R$ 35,13), podendo ser decuplicado em
razão da situação econômica do eleitor ou da eleitora.

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As pessoas convocadas para os trabalhos eleitorais (mesários) que não comparecerem e


não se justificarem perante o juízo eleitoral no prazo de 30 dias seguintes às eleições incorrerão
em multa. A fixação da multa observará a variação entre o mínimo de 10% e o máximo de 50%
do valor utilizado como base de cálculo (R$ 35,13), podendo ser decuplicada em razão da
situação econômica do eleitor ou eleitora, ficando o valor final sujeito a duplicação em caso de:

a) a mesa receptora deixar de funcionar por sua culpa; ou

b) a pessoa abandonar os trabalhos no decurso da votação sem justa causa, hipótese na qual
o prazo aplicável para a apresentação de justificativa será de 3 dias após a ocorrência.

Seja para a hipótese de ausência às urnas, seja para a de


desatendimento de convocação para os trabalhos eleitorais:

Antes de arbitrada a multa pelo juízo competente, o eleitor ou a


eleitora que pretender obter certidão de quitação ou requerer
operação por meio do serviço disponibilizado no sítio do Tribunal
Superior Eleitoral poderá quitá-la pelo pagamento do valor máximo,
correspondente a 10% do valor utilizado como base de cálculo.

Por outro lado, a pessoa que declarar, sob as penas da lei, perante
qualquer juízo eleitoral, seu estado de pobreza ficará isento do
pagamento da multa.

Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três eleições


consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento de
multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa constitucional, não
estejam obrigados ao exercício do voto (analfabetos, por exemplo) ou em razão e deficiência que
torne impossível ou demasiadamente oneroso o exercício do voto (desde que com o código ASE
respectivo anotado no cadastro), bem assim em razão de da suspensão de direitos políticos, o
exercício do voto esteja impedido.

Considera-se como uma eleição cada um dos turnos do pleito,


inclusive em caso de renovação das eleições, bem como o dia de
votação em plebiscito ou referendo.

Se Doquinha não votou (muito menos se justificou) nem no 1º nem no


2º turno das eleições municipais de 2020 (Fabianópolis é uma grande
cidade) e voltar a deixar de votar e de se justificar nas eleições gerais
de 2022, estará sujeito ao cancelamento da sua inscrição eleitoral por
se completarem três eleições consecutivas sem comparecimento e
sem justificativa de ausência.

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A Secretaria de Tecnologia da Informação colocará à disposição do juízo eleitoral relação


das eleitoras e dos eleitores da respectiva zona cujas inscrições são passíveis de cancelamento,
devendo o edital ser divulgado no sítio do tribunal regional eleitoral e afixado no cartório eleitoral.

Decorridos 60 dias da data do batimento que identificar as inscrições sujeitas a


cancelamento por não comparecimento, inexistindo comando de códigos ASE relativos à
justificativa da ausência às urnas, ao pagamento da multa respectiva ou isenção desta, à isenção
de sanções a pessoas com deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o
cumprimento das obrigações eleitorais relativas ao alistamento e ao exercício de voto ou, ainda,
não for efetivado processamento da operação de transferência, será automaticamente
cancelada a inscrição pelo sistema.

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15. Questões de concursos anteriores


adaptadas

1. (PC/BA - Delegado de Polícia - 2018)

É correto afirmar que a Resolução TSE nº 23.659/2021dígi prevê que

a) o número de inscrição do eleitor poderá contar com até 12 (doze) dígitos, sendo que os
dígitos nas posições nove e dez corresponderão ao Estado da Federação de origem, sendo a
Bahia representada pelo código 05.

b) o eleitor poderá escolher local de votação pertencente a uma zona eleitoral diversa
daquela em que tem domicílio, desde que fundamente seu pedido, com circunstâncias como
residência de parentes na zona eleitoral em que pretende votar.

c) o brasileiro nato que não se alistar até os 18 anos ou o naturalizado que não se alistar até
um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz
eleitoral e cobrada no ato da inscrição.

d) os homônimos consistem no agrupamento pelo batimento de duas ou mais inscrições ou


registros que apresentem dados iguais ou semelhantes, segundo critérios previamente
definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.

e) A partir da data em que a pessoa completar 16 anos, é facultado o seu alistamento


eleitoral.

2. (TRE/TO - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

O Código Eleitoral prevê exceção ao alistamento eleitoral obrigatório no Brasil aos cidadãos

a) servidores públicos civis.

b) enfermos.

c) que se encontrem fora do país.


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d) maiores de sessenta e cinco anos de idade.

e) que sejam militares na reserva.

3. (FCC - TRE/PR - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2017)

Silvaneide está com sua inscrição eleitoral suspensa em virtude da suspensão de seus
direitos políticos por decisão transitada em julgado, enquanto que seu marido, Renato, está
com sua inscrição eleitoral cancelada por ter perdido seus direitos políticos. O casal resolveu
mudar de Estado a fim de conseguir melhores condições de vida. Nesse caso, de acordo com
a Resolução do TSE 23.659/2021, a transferência do número de inscrição é

a) permitida apenas no caso de Silvaneide.

b) permitida tanto no caso de Silvaneide como no de Renato.

c) vedada tanto no caso da Silvaneide como no de Renato.

d) permitida apenas no caso de Renato.

e) permitida apenas no caso de Silvaneide, desde que comprove que já não teve sua
inscrição cancelada nos últimos 8 anos.

4. (TRE/PR - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

Carmem fará 16 anos no dia das eleições para escolha de Prefeito e Vereador que ocorrerão
no próximo ano; José tem 16 anos completos; e Frederico, tem 35 anos e acabou de se
alfabetizar, mas não deseja votar nas eleições que ocorrerão no próximo ano. Nesses casos,
observados os prazos legais e de acordo com a Resolução TSE n°23.659/2021, o alistamento
de

a) Carmen é facultativo, o de José facultativo e o de Frederico obrigatório, sem imposição


de multa pelo alistamento tardio.

b) Carmen é obrigatório, o de José facultativo e o de Frederico obrigatório, sem imposição


de multa pelo alistamento tardio.

c) Carmen é facultativo, o de José obrigatório e o de Frederico obrigatório, com imposição


de multa pelo alistamento tardio.

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d) Carmen, de José e de Frederico são facultativos.

e) Carmen, de José e de Frederico são obrigatórios.

5. (TRE/BA - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

De acordo com a Resolução do TSE nº 23.659/2021, os requisitos para o eleitor obter a


transferência de seu domicílio eleitoral incluem, entre outros,

a) a prova de vínculo por, no mínimo, seis meses no novo município.

b) regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a


convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

c) a apresentação de declaração homologada pelo juízo do antigo domicílio eleitoral.

d) a apresentação do(s) comprovante(s) impresso(s) da última eleição.

e) o transcurso de, pelo menos, quatro anos do alistamento ou da última transferência.

6. (TRE/PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Considerando as regras do TSE para o alistamento eleitoral e a transferência de domicílio


eleitoral, assinale a opção correta.

a) Para comprovar o tempo de vínculo no novo local, o eleitor deve instruir o pedido de
transferência de domicílio eleitoral com documentos comprobatórios.

b) O menor que completar dezesseis anos de idade até a data do pleito poderá optar por
alistar-se, ainda que possua quinze anos na data do alistamento eleitoral.

c) Estará sujeito a multa eleitoral o brasileiro naturalizado que não se alistar até um ano
antes da data prevista para eleição.

d) O alistamento do analfabeto é facultativo, mas, uma vez que ele se aliste, seu voto será
obrigatório.

e) O delegado ou a delegada indicado(a) para atuar perante o tribunal regional eleitoral


poderão representar o partido apenas na capital do Estado, sede do respectivo tribunal.

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7. (TRE/PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Considerando as regras do TSE para a administração e a manutenção do cadastro eleitoral e


assuntos correlatos, assinale a opção correta.

a) Via de regra, a revisão de eleitorado ocorre em ano eleitoral.

b) As relações de eleitores constantes do cadastro eleitoral, com dados como filiação e


estado civil, serão de livre acesso às instituições públicas e privadas, sem ressalvas.

c) A outorga a brasileiro do gozo de direitos políticos em Portugal importará a perda desses


mesmos direitos no Brasil.

d) Comunicada a perda de direitos políticos pelo Ministério da Justiça, a corregedoria-


regional atualizará a situação das inscrições na Base de Perda e Suspensão de Direitos
Políticos.

e) A regularização da situação eleitoral de pessoa com restrição de direitos políticos não


ocorre simultaneamente à cessação do impedimento.

8. (TRE/SP - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2017)

Em virtude da má situação financeira pela qual estava passando, Arnaldo, corretor de


seguros, mudou-se de cidade, onde votou nas duas últimas eleições, há um mês. Deseja
transferir, ainda nesta semana, o seu título de eleitor para seu novo domicílio. Considerando
apenas os dados fornecidos na questão, em conformidade com a Resolução n° 23.659/2021,
a transferência de Arnaldo

a) não será admitida, pois não está satisfeita a exigência da vínculo mínimo de três meses
no município, declarada pelo próprio eleitor.

b) não será admitida, pois não está satisfeita a exigência da vínculo mínimo de um ano no
novo domicílio, declarada pelo próprio eleitor.

c) será admitida a qualquer tempo a partir da declaração do novo domicílio pelo próprio
eleitor.

d) será admitida a qualquer tempo a partir da declaração do novo domicílio pelo juiz eleitoral
da circunscrição.
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e) não será admitida, pois não está satisfeita a exigência da residência mínima de um ano no
novo domicílio, declarada pelo juiz eleitoral da circunscrição.

9. (TRE/SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Lineu completará dezesseis anos um dia antes da realização das eleições. Preenchidos os
demais requisitos, de acordo com a Resolução n° 23.659/2021 do Tribunal Superior Eleitoral,
o alistamento eleitoral de Lineu é

a) facultativo, podendo ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para


requerimento de inscrição eleitoral ou transferência, sendo que o título surtirá efeitos na
data do pedido, mesmo não tendo completado dezesseis anos.

b) obrigatório, devendo ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para


requerimento de inscrição eleitoral ou transferência, sendo que o título somente surtirá
efeitos com o implemento da idade de dezesseis anos.

c) proibido, sendo considerado inalistável em razão da idade inferior a dezesseis anos.

d) facultativo, podendo ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para


requerimento de inscrição eleitoral ou transferência, sendo que o título somente surtirá
efeitos com o implemento da idade de dezesseis anos.

e) obrigatório, podendo ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para


requerimento de inscrição eleitoral ou transferência, sendo que o título surtirá efeitos na
data do pedido, mesmo não tendo completado dezesseis anos.

10. (TRE/SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Albino, brasileiro nato, residente e domiciliado atualmente em Portugal, foi outorgado o gozo dos
direitos políticos no país em que vive no momento, outorga esta devidamente comunicada ao
Tribunal Superior Eleitoral. Referido gozo dos direitos políticos em Portugal, em conformidade
com a Resolução n° 23.659/2021,

a) importará a suspensão desses mesmos direitos de Albino no Brasil.

b) importará a perda desses mesmos direitos de Albino no Brasil.

c) não implicará a suspensão desses mesmos direitos de Albino no Brasil.

d) implicará, no Brasil, a inelegibilidade de Albino, mantendo-se obrigatório, porém, o


exercício do voto.
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e) implicará, no Brasil, o impedimento do exercício de voto de Albino, permitindo-se, porém,


que seja eleito.

11. (TRE/SP - Técnico Judiciário - Enfermagem - 2017)

Segundo o Código Eleitoral brasileiro, realizado o alistamento eleitoral pelo processo


eletrônico de dados, será cancelada a inscrição do eleitor que não votar em

a) três eleições consecutivas ou não se justificar no prazo de dois meses, a contar da data da
última eleição a que deveria ter comparecido, independentemente do pagamento de multa.

b) duas eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de dois meses,
a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

c) duas eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de três meses,
a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

d) duas eleições consecutivas, não se justificar no prazo de três meses, a contar da data da
última eleição a que deveria ter comparecido, independentemente do pagamento da multa.

e) três eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de seis meses,
a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

12. (TRE/SP - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2017)

Patrick, com 20 anos, naturalizou-se brasileiro em março de 2015 e, até hoje, ainda não
realizou seu alistamento eleitoral. Dessa forma, em conformidade com a Resolução nº
23.659/2021, Patrick

a) não incorrerá em multa, pois o prazo de alistamento eleitoral, no caso, é até três anos
depois de adquirida a nacionalidade brasileira.

b) incorrerá em multa imposta pelo juiz federal e cobrada até a antevéspera do pleito, pois
o alistamento do brasileiro naturalizado deve ocorrer até seis meses depois de adquirida a
nacionalidade brasileira.

c) incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada quarenta e oito horas após a
inscrição e, ainda, perderá o direito de alistar-se, pois o prazo para o alistamento findou-se
quinze dias após a aquisição da nacionalidade.

d) poderá alistar-se a qualquer tempo, sem incorrer em multa, já que referido alistamento
é obrigatório apenas aos brasileiros natos.
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e) incorrerá em multa imposta pelo juízo eleitoral e cobrada no ato do alistamento, pois o
alistamento do brasileiro naturalizado deve ocorrer até um ano depois de adquirida a
nacionalidade brasileira.

13. (TRE/SP - Técnico Judiciário – Programação de Sistemas - 2017)

Considere as seguintes hipóteses: Sofia está temporariamente privada dos direitos políticos,
Carlos não sabe exprimir-se na língua nacional e Gabriela está definitivamente privada dos
direitos políticos. Nesses casos, de acordo com o Código Eleitoral brasileiro, NÃO podem
alistar-se os eleitores

a) Carlos e Gabriela, apenas.

b) Gabriela, apenas.

c) Carlos, apenas.

d) Sofia, Carlos e Gabriela.

e) Gabriela e Sofia, apenas.

14. (TRE/PI - Técnico Judiciário - Administrativa - 2016)

Com base no disposto na Resolução nº 23.659/2021, assinale a opção correta.

a) Em caso de perda ou extravio de título eleitoral, o eleitor deve registrar ocorrência policial
para que a autoridade policial comunique o fato à respectiva junta eleitoral, a qual,
automaticamente, enviará nova via do documento ao endereço cadastrado pelo eleitor no
sistema eletrônico.

b) O alistamento eleitoral por meio do sistema eletrônico de dados restringe-se às capitais


brasileiras.

c) Eleitor facultativo, com mais de oitenta e cinco anos de idade, que tenha permanecido
regularmente inscrito perante a justiça eleitoral, durante o prazo legal, poderá exercer o seu
direito ao sufrágio universal.

d) No momento do pedido de alistamento, caberá à justiça eleitoral definir, por meio do


sistema eletrônico de processamento de dados, o local definitivo de votação do eleitor.

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e) É autorizada a transferência informatizada do número de inscrição eleitoral de qualquer


pessoa natural interessada.

15. (SPE - TRE/MT - Analista Judiciário - Judiciária - 2015)

Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva
a ser julgada com base nas disposições constitucionais relativas aos direitos políticos e aos
partidos políticos. Assinale a opção em que a assertiva está correta.

a) Situação hipotética: Um prefeito e sua esposa, vereadora, ambos da mesma circunscrição


municipal e no último ano de seus mandatos, estão considerando a possibilidade de
concorrerem a outros cargos eletivos no próximo pleito eleitoral. Assertiva: Nessa situação,
caso o prefeito resolva concorrer à reeleição, sua esposa ficará inelegível.

b) Situação hipotética: O partido político Y, com base na alegação de existência de indícios


de abuso de poder econômico, propôs, no prazo legal, ação de impugnação de mandato
eletivo em desfavor de um prefeito. Assertiva: Nessa situação, a ação proposta deve tramitar
em segredo de justiça, e o partido Y pode ser responsabilizado caso fique comprovado ser a
lide temerária.

c) Situação hipotética: Em ano de eleições para governador e presidente da República, os


partidos políticos se uniram em diferentes coligações, e cada uma lançou a candidatura de
um político específico à Presidência. Assertiva: Nessa situação, as coligações formadas em
nível nacional devem se repetir nos estados, no que se refere às eleições a governador, em
razão do princípio da verticalização.

d) Situação hipotética: Jair, analfabeto, assim que completou dezoito anos de idade, foi a
um cartório eleitoral para saber como poderia se registrar como eleitor. Lá, foi atendido por
uma servidora, Lúcia. Assertiva: Nessa situação, Lúcia deverá informar a Jair que, como ele
já tem dezoito anos de idade, seu alistamento eleitoral será obrigatório.

e) Situação hipotética: Jairo, governador de estado, no último ano de seu primeiro mandato,
está avaliando a possibilidade de se candidatar ou à reeleição ou ao cargo de senador.
Assertiva: Nessa situação, as duas opções que Jairo está considerando exigem sua renúncia
ao seu cargo atual pelo menos seis meses antes do pleito.

16. (TRE/MT - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

No que se refere ao alistamento eleitoral, assinale a opção correta.

a) A competência exclusiva para requerer o cancelamento do título eleitoral de um cidadão


e a consequente exclusão desse eleitor é do delegado de partido que verificar a ocorrência
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de uma das causas legais de cancelamento do título ou que for dela informado por qualquer
interessado.

b) Se houver indícios de fraude no alistamento de uma zona eleitoral, caberá ao TSE, em


razão da sua competência exclusiva, realizar a correição, e, caso sejam constatadas
irregularidades, determinar a imediata revisão do eleitorado.

c) A seção eleitoral indicada no título vincula permanentemente o eleitor, salvo se houver


transferência de zona ou de município ou se, até o prazo legal antes da eleição, o eleitor
provar ao juiz eleitoral que mudou de residência dentro do mesmo município, de um distrito
para outro ou para outro lugar muito distante da seção em que estava inscrito.

d) Caso o juiz eleitoral competente, em despacho fundamentado, indefira o requerimento


de alistamento, o alistado e qualquer partido político poderão interpor recurso junto ao TRE
do estado com o fim de obter a reforma da decisão.

e) Um eleitor que estiver fora de seu domicílio eleitoral deve ir ao município de sua zona
eleitoral para requerer a segunda via do seu título eleitoral e poder exercer seu direito de
voto.

17. (TRE/MT - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

Conforme o disposto no Código Eleitoral (CE) e na Resolução do Tribunal Superior Eleitoral


(TSE) n.º 21.538/2003, a exclusão do eleitor do cadastro eleitoral poderá ser promovida em
decorrência de

a) processo judicial de execução fiscal.

b) ausência do eleitor na última votação.

c) decisão de juiz, promovida de ofício ou mediante requerimento de delegado de um


partido político ou de qualquer eleitor.

d) pedido de cidadão, maior de dezoito anos de idade que apresente a inscrição em partido
político com representação no Congresso Nacional.

e) ausência de defesa apresentada por fiscal da mesa receptora.

18. (TRE/MT - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

Considerando os aspectos normativos e doutrinários que regem a matéria eleitoral, assinale


a opção correta.
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a) A doutrina mais aceita quanto à classificação das infrações previstas no CE os classifica


com base nas várias fases do processo eletivo, como a do alistamento eleitoral e partidário,
a da propaganda eleitoral, a da votação, a do funcionamento do serviço eleitoral e a da
apuração de votos.

b) Conforme o CE, cada partido poderá nomear, perante o juízo eleitoral, de um a cinco
delegados em cada zona eleitoral e, perante os preparadores, até dois delegados, que
assinam e fiscalizam os seus atos.

c) Serão recebidos requerimentos de inscrição ou de transferência eleitoral nos trinta dias


anteriores à data de eleição.

d) O número de candidatos que serão diplomados é determinado pela legislação eleitoral;


no caso de pleitos proporcionais, por exemplo, diploma-se o titular e dez suplentes.

e) Conforme disposição constitucional, o TRE compõe-se, no máximo, por sete membros,


escolhidos mediante eleição, pelo voto secreto, sendo três ministros do STF e três juízes
entre os ministros do STJ.

19. (TRE/PB - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2015)

Brutus completou dezoito anos de idade e formalizou requerimento de inscrição eleitoral,


que foi deferido pelo Juiz Eleitoral. Dessa decisão

a) cabe recurso de qualquer partido político.

b) não cabe recurso.

c) cabe recurso de qualquer eleitor.

d) cabe recurso de qualquer candidato.

e) cabe recurso de qualquer ocupante de cargo eletivo.

20. (TRE/SE - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

Considere:

I. regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a


convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

II. Transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência.


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III. Vínculo mínimo de três meses no município, declarado, sob as penas da lei, pelo próprio
eleitor.

Aplica-se à transferência de título eleitoral de funcionário público civil estadual que foi
removido para outro domicílio o disposto APENAS em

a) II.

b) I e II.

c) I e III.

d) II e III.

e) I.

21. (TRE/MA - Técnico Judiciário - Administrativo - 2015)

O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão tomou conhecimento da inscrição do mesmo


eleitor em mais de uma zona sob sua jurisdição. Diante disso, a autoridade judiciária deverá
proceder ao cancelamento da inscrição, que, de preferência, deverá recair:

a) Na mais antiga.

b) Na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral.

c) Na mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor.

d) Naquela cujo título haja sido utilizado para o exercício do voto na última eleição.

22. (TRE/MA - Técnico Judiciário - Administrativo - 2015)

Tício é servidor público civil e residia em São Luís, cidade onde votava. Contudo, foi
transferido para a cidade de Imperatriz. Para ser admitida a transferência de título eleitoral,
Tício deve satisfazer a(s) seguinte(s) exigência(s):

a) Recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela


legislação vigente; transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última
transferência; vínculo mínimo de três meses no novo domicílio, declarado, sob as penas da
lei, pelo próprio eleitor.

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b) Recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela


legislação vigente e regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de
atendimento a convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

c) Transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência; vínculo


mínimo de três meses no novo domicílio, declarado, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor.

d) Regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a


convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.; recebimento do pedido no cartório
eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente; transcurso de, pelo
menos, um ano do alistamento ou da última transferência; vínculo mínimo de três meses no
novo domicílio, declarado, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor.

23. (TRE/MA - Técnico Judiciário - Administrativo - 2015)

O empregado mediante comunicação com ____________ horas de antecedência, poderá


deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário e por tempo não excedente a
____________, para o fim de se alistar eleitor ou requerer transferência.

a) 24 (vinte e quatro) / 2 (dois) dias.

b) 24 (vinte e quatro) / 1 (um) dia.

c) 48 (quarenta e oito) / 2 (dois) dias.

d) 48 (quarenta e oito) / 1 (um) dia.

24. (TRE/MA - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

Em relação ao alistamento eleitoral, nos termos do Código Eleitoral, assinale a alternativa


INCORRETA:

a) Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do


requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer
delas.

b) O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.

c) O alistamento eleitoral obrigatório é previsto na legislação, sendo que estão nesta


categoria os maiores de 18 e menores de 70.

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d) O alistamento eleitoral facultativo é previsto na legislação, sendo que estão nesta


categoria os maiores de 16 e menores de 18, os maiores de 70, os analfabetos e os
conscritos.

25. (TRE/AC - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

O alistamento eleitoral ocorre mediante a qualificação e inscrição do eleitor. Em relação ao


tema, assinale a alternativa correta.

a) O conceito de domicílio para o Direito Eleitoral coincide com o de domicílio para o Direito
Civil.

b) O conceito de domicílio para o Direito Eleitoral é mais restrito do que o de domicílio para
o Direito Civil.

c) Caso o eleitor pretenda transferir o seu título para um novo domicílio eleitoral, ele não
poderá fazê-lo dentro dos 180 dias anteriores à eleição.

d) Caso o eleitor inscreva-se fraudulentamente, responderá por crime eleitoral, punível com
detenção e multa.

e) Caso o eleitor inscreva-se fraudulentamente, responderá por crime eleitoral, punível com
reclusão e multa.

26. VUNESP - TJ/MS - Juiz Substituto - 2015)

Nos termos da interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, referente ao alistamento


eleitoral, não podem alistar-se

a) os alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.

b) os analfabetos.

c) os conscritos, durante o serviço militar obrigatório.

d) os índios não-integrados.

e) os que não saibam exprimir-se na língua nacional.

27. (TRE/MG - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)


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Existem pessoas, por variados motivos, cujo alistamento eleitoral é proibido ou facultativo.
Em razão disso, dentre as competências dos Juízes Eleitorais está fornecer, de acordo com
o Código Eleitoral:

a) Certificado de isenção.

b) Declaração de idoneidade.

c) Certificado de irreelegibilidade.

d) Documento de desincompatibilização.

28. (TRE/MG - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

Nos termos da Resolução TSE nº 23.659/2021 incorrerá em multa imposta pelo Juiz Eleitoral
e cobrada no ato do alistamento, o brasileiro nato que não se alistar até os

a) 16 anos.

b) 17 anos.

c) 18 anos.

d) 19 anos.

29. (TRE/RR - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

De acordo com a Resolução TSE 23.659/2021, a decisão administrativa das duplicidades e


pluralidades de inscrições identificadas pelo batimento biográfico, agrupadas ou não pelo
batimento, inclusive quando relacionadas a pessoas que estão com seus direitos políticos,
caberá, no tocante às pluralidades, ao

a) Tribunal Regional Eleitoral, quando envolverem inscrições efetuadas entre zonas


eleitorais de circunscrições diversas.

b) Tribunal Superior Eleitoral, quando envolverem inscrições efetuadas entre zonas


eleitorais da mesma circunscrição.

c) Juiz da zona eleitoral quando envolverem inscrições efetuadas em uma mesma zona
eleitoral.

d) Corregedor Regional Eleitoral, quando envolverem inscrições efetuadas entre zonas


eleitorais de circunscrições diversas.
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e) Corregedor Geral Eleitoral, quando envolverem inscrições efetuadas entre zonas


eleitorais da mesma circunscrição.

30. CESPE - TRE/GO - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2015)

Julgue o item seguinte, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da inscrição


eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores, conforme o Código Eleitoral.

As únicas hipóteses de cancelamento da inscrição e a consequente exclusão do eleitor do


cadastro nacional são: suspensão dos direitos políticos, falecimento do eleitor, pluralidade
de inscrições e o fato de o eleitor deixar de votar em três eleições consecutivas.

31. CESPE - TRE/GO - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2015)

Julgue o item seguinte, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da inscrição


eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores.

Alistamento eleitoral é o ato jurídico pelo qual a pessoa natural adquire, perante a justiça
eleitoral, capacidade eleitoral ativa e passa a integrar o corpo de eleitores de determinada
zona e seção eleitoral.

32. CESPE - TRE/GO - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

Julgue o item subsequente, relativos a alistamento e domicílio eleitoral.

Segundo a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, o domicílio eleitoral não se


confunde, necessariamente, com o domicílio civil. A circunstância de o eleitor residir em
determinado município não constitui obstáculo para que ele concorra, como candidato, a
cargo eletivo em outra localidade, se nela for inscrito e mantiver vínculos políticos e
econômicos.

33. MPE/RS - MPE/RS - Promotor de Justiça - 2014)

Assinale a alternativa INCORRETA.

a) Em regra, não há revisão do eleitorado em ano eleitoral, podendo o Tribunal Superior


Eleitoral, entretanto, excepcionalmente, autorizar este procedimento, nos moldes do artigo
107, I, da Resolução/TSE nº 23.659/2021, caso haja motivos justificadores para tanto.
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b) A vedação contida no artigo 73, inciso V, da Lei Federal n.º 9.504/1997, de nomear e
exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até
a posse dos eleitos, não tem incidência nas hipóteses de nomeação e exoneração de cargos
em comissão e designação ou dispensa de funções gratificadas.

c) Do início do prazo estabelecido no artigo 7º da Lei Federal n.º 9.504/1997 (no ano em
curso, a partir de abril de 2014) e até a posse dos eleitos, é permitida, apenas, a concessão
de reajustes de salário para recomposição do seu poder aquisitivo e a reestruturação de
carreiras, devendo eventual abuso ser apurado na esfera própria.

d) São inelegíveis para todo e qualquer cargo, nos termos da Lei Complementar n.º 64/1990,
com a redação dada pela Lei Complementar n.º 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), os inalistáveis
e os analfabetos.

e) O artigo 37 da Lei n.º 9.504/1997, com a redação dada pela Lei n.º 12.891/2013, permite
a propaganda em bens particulares e veda nos bens públicos, salvo naqueles cujo uso tenha
sido objeto de concessão ou permissão do Poder público (e.g., táxis e ônibus), caso em que
poderão ser utilizados desde que haja anuência do concessionário ou permissionário.

34. FGV - AL/BA - Técnico de Nível Superior - Assessoria Legislativa - 2014)

Com relação ao alistamento eleitoral, assinale a afirmativa incorreta.

a) São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição.

b) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos e


facultativos para os analfabetos, maiores de setenta anos e para os maiores de dezesseis
anos e menores de dezoito anos.

c) O militar alistável, se contar com menos de dez anos de serviço castrense, deverá afastar-
se da atividade para se tornar elegível.

d) O mandato eletivo poderá ser impugnado perante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da posse, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.

e) Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os conscritos.

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35. CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - 2014)

Julgue o item subsequente, relativo aos direitos políticos.

O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os indivíduos na faixa etária dos
dezoito aos sessenta anos e facultativos para os indivíduos analfabetos, os que tenham mais
de sessenta anos de idade e os que tenham entre dezesseis e dezoito anos de idade.

36. FUNDEP - TJ/MG - Juiz de Direito Substituto - 2014)

Sobre os direitos políticos, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Direitos políticos são as prerrogativas e os deveres inerentes à cidadania. Englobam o


direito de participar direta ou indiretamente do governo, da organização e do
funcionamento do Estado.

b) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos.

c) A Constituição Federal declara que, no Brasil, o alistamento eleitoral e o voto são


obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de
70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos.

d) É certo afirmar que a cassação do direito político é permitida e se equipara à perda e à


suspensão dos direitos políticos.

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16. Gabarito

1. A 30. ERRADO
2. C 31. CERTO
3. A 32. CERTO
4. A 33. E
5. B 34. D
6. B 35. ERRADO
7. E 36. D
8. A
9. D
10. C
11. E
12. E
13. D
14. C
15. B
16. C
17. C
18. A
19. A
20. E
21. C
22. B
23. C
24. D
25. E
26. C
27. A
28. D
29. C
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17. Questões resolvidas e comentadas

1. (PC/BA - Delegado de Polícia - 2018)

É correto afirmar que a Resolução TSE nº 23.659/2021dígi prevê que

a) o número de inscrição do eleitor poderá contar com até 12 (doze) dígitos, sendo que os
dígitos nas posições nove e dez corresponderão ao Estado da Federação de origem, sendo a
Bahia representada pelo código 05.

b) o eleitor poderá escolher local de votação pertencente a uma zona eleitoral diversa daquela
em que tem domicílio, desde que fundamente seu pedido, com circunstâncias como residência
de parentes na zona eleitoral em que pretende votar.

c) o brasileiro nato que não se alistar até os 18 anos ou o naturalizado que não se alistar até
um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz
eleitoral e cobrada no ato da inscrição.

d) os homônimos consistem no agrupamento pelo batimento de duas ou mais inscrições ou


registros que apresentem dados iguais ou semelhantes, segundo critérios previamente
definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.

e) A partir da data em que a pessoa completar 16 anos, é facultado o seu alistamento eleitoral.

COMENTÁRIOS:

a) Segundo o disposto pelo art. 36, parágrafo único, da Resolução 23.659/2021, o número de
inscrição do eleitor compor-se-á de até 12 algarismos, por unidade da Federação. Os oito primeiros
algarismos serão sequenciados, desprezando-se, na emissão, os zeros à esquerda, sendo os dois
algarismos seguintes (9º e 10º) serão representativos da unidade da Federação de origem da
inscrição.

Os códigos representativos de cada unidade da federação estão previstos pela alínea b do art. 36,
parágrafo único da Resolução 23.659/2021, sendo que o Estado da Bahia está representado pelo
código 05. Assertiva correta.

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b) Nos termos do art. 42, §11, da Resolução TSE 23.659/2021, O local de votação será definido
conforme a preferência manifestada pela pessoa, dentre os locais disponíveis na zona eleitoral, os
quais constarão, com os respectivos endereços, de listagem disponibilizada no momento do
atendimento e, também, nos sítios eletrônicos e aplicativos da Justiça Eleitoral.

Nos termos da Resolução TSE nº 21.407/2003, ainda que de forma fundamentada, o requerente não
poderá escolher local de votação pertencente a zona eleitoral diversa daquela em que tem domicílio,
sob pena de violação das regras de competência estabelecida pelo art. 32 do Código Eleitoral. Esse
é o entendimento que deve ser levado para as provas de concursos públicos! Assertiva incorreta.

c) O art. 33, I, da Resolução TSE nº 23.659/2021, dispõe que incorrerá em multa a ser imposta pelo
juízo eleitoral e cobrada no ato do alistamento a pessoa brasileira nata, nascida em território
nacional, que não se alistar até os 19 anos. Assertiva incorreta.

d) Nos termos do art. 86, §2º, “b”, da Resolução TSE 23.659/2021, consideram-se homônimas as
pessoas comprovadamente distintas que, excetuadas as gêmeas, possuam dados iguais ou
semelhantes, segundo critérios previamente definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral. Assertiva
incorreta.

e) Nos termos do art. 30 da Resolução TSE 23.659/2021, a partir da data em que a pessoa completar
15 anos, é facultado o seu alistamento eleitoral. Assertiva incorreta.

Gabarito: “A”

2. (TRE/TO - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

O Código Eleitoral prevê exceção ao alistamento eleitoral obrigatório no Brasil aos cidadãos

a) servidores públicos civis.

b) enfermos.

c) que se encontrem fora do país.

d) maiores de sessenta e cinco anos de idade.

e) que sejam militares na reserva.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 6º, I, do Código Eleitoral, o alistamento será obrigatório para os brasileiros de um
e outro sexo, salvo para os inválidos; os maiores de setenta anos; e os que se encontrem fora do
país.
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Perceba que o enunciado fez referência expressa ao Código Eleitoral brasileiro, portanto, a resposta
deve ser buscada exatamente em seu texto, sob pena de errar a questão.

Gabarito: “C”.

3. (FCC - TRE/PR - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2017)

Silvaneide está com sua inscrição eleitoral suspensa em virtude da suspensão de seus direitos
políticos por decisão transitada em julgado, enquanto que seu marido, Renato, está com sua
inscrição eleitoral cancelada por ter perdido seus direitos políticos. O casal resolveu mudar de
Estado a fim de conseguir melhores condições de vida. Nesse caso, de acordo com a Resolução
do TSE 23.659/2021, a transferência do número de inscrição é

a) permitida apenas no caso de Silvaneide.

b) permitida tanto no caso de Silvaneide como no de Renato.

c) vedada tanto no caso da Silvaneide como no de Renato.

d) permitida apenas no caso de Renato.

e) permitida apenas no caso de Silvaneide, desde que comprove que já não teve sua inscrição
cancelada nos últimos 8 anos.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 25 da Resolução TSE nº 23.659/2021, “vedada a transferência e a revisão de


inscrição envolvida em coincidência ou cancelada em decorrência de perda de direitos políticos ou
por decisão de autoridade judiciária”.

Dessa forma, apenas Renato (inscrição cancelada) está impossibilitado de realizar a transferência da
inscrição eleitoral, já que a norma não impediu a operação para inscrições com suspensão de direitos
políticos.

Gabarito: “A”.

4. (TRE/PR - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2017)

Carmem fará 16 anos no dia das eleições para escolha de Prefeito e Vereador que ocorrerão
no próximo ano; José tem 16 anos completos; e Frederico, tem 35 anos e acabou de se
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alfabetizar, mas não deseja votar nas eleições que ocorrerão no próximo ano. Nesses casos,
observados os prazos legais e de acordo com a Resolução TSE n°23.659/2021, o alistamento de

a) Carmen é facultativo, o de José facultativo e o de Frederico obrigatório, sem imposição de


multa pelo alistamento tardio.

b) Carmen é obrigatório, o de José facultativo e o de Frederico obrigatório, sem imposição de


multa pelo alistamento tardio.

c) Carmen é facultativo, o de José obrigatório e o de Frederico obrigatório, com imposição de


multa pelo alistamento tardio.

d) Carmen, de José e de Frederico são facultativos.

e) Carmen, de José e de Frederico são obrigatórios.

COMENTÁRIOS:

Carmem: Ainda que complete 16 anos até a data das eleições, Carmem não será obrigada a votar,
pois, nos termos do art. 14, alínea II, c, da Constituição Federal, o voto é facultativos aos maiores de
16 e menores de 18 anos.

José: Embora tenha 16 anos completos, seu voto será facultativo, nos termos do art. 14., II, alínea c,
da Constituição Federal.

Frederico: Por ter se alfabetizado e possuir mais de 18 anos, Frederico não se enquadra mais no rol
das hipóteses nas quais o voto será facultativo, sendo obrigado a se alistar e a votar. Ademais, não
lhe será imposta multa pelo alistamento tardio, nos termos do art. 33, §1º, “b”, da Resolução nº
23.659/2021.

Gabarito: “A”.

5. (TRE/BA - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

De acordo com a Resolução do TSE nº 23.659/2021, os requisitos para o eleitor obter a


transferência de seu domicílio eleitoral incluem, entre outros,

a) a prova de vínculo por, no mínimo, seis meses no novo município.

b) regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a


convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

c) a apresentação de declaração homologada pelo juízo do antigo domicílio eleitoral.


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d) a apresentação do(s) comprovante(s) impresso(s) da última eleição.

e) o transcurso de, pelo menos, quatro anos do alistamento ou da última transferência.

COMENTÁRIOS:

a) Nos termos do art. 38, III, da Resolução TSE 23.659/2021, é requisito para transferência a
comprovação de VÍNCULO pelo tempo mínimo de três meses com o município, declarado, sob as
penas da lei, pela própria pessoa (Lei nº 6.996/1982, art. 8º). Assertiva incorreta.

b) Literalidade do art. 38, IV, da Resolução TSE 23.659/2021. Assertiva correta.

c) Dentre os requisitos necessários para a transferência, elencados pelo art. 38 da Resolução TSE
23.659/2021, não consta “a apresentação de declaração homologada pelo juízo do antigo domicílio
eleitoral”. Assertiva incorreta.

d) A apresentação do(s) comprovante(s) impresso(s) da última eleição não consta no rol de


requisitos estabelecidos pelo art. 38 da Resolução TSE 23.659/2021. E nem poderia ser diferente,
pois os servidores da Justiça Eleitoral conseguem constatar essa informação diretamente no Sistema
Elo do TSE. Assertiva incorreta.

e) Nos termos do art. 38, II, da Resolução 23.659/2021, é requisito para a transferência do eleitor o
transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência. Assertiva incorreta.

Gabarito: “B”.

6. (TRE/PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Considerando as regras do TSE para o alistamento eleitoral e a transferência de domicílio


eleitoral, assinale a opção correta.

a) Para comprovar o tempo de vínculo no novo local, o eleitor deve instruir o pedido de
transferência de domicílio eleitoral com documentos comprobatórios.

b) O menor que completar dezesseis anos de idade até a data do pleito poderá optar por alistar-
se, ainda que possua quinze anos na data do alistamento eleitoral.

c) Estará sujeito a multa eleitoral o brasileiro naturalizado que não se alistar até um ano antes
da data prevista para eleição.

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d) O alistamento do analfabeto é facultativo, mas, uma vez que ele se aliste, seu voto será
obrigatório.

e) O delegado ou a delegada indicado(a) para atuar perante o tribunal regional eleitoral


poderão representar o partido apenas na capital do Estado, sede do respectivo tribunal.

COMENTÁRIOS:

a) Nos termos do art. 38, III, da Resolução nº 23.659/2003, a comprovação do tempo de vínculo no
novo local se dará por declaração do próprio eleitor, sob as penas previstas em lei. Assertiva
incorreta.

b) Nos termos do art. 30 da Resolução nº 23.659/2021, a partir da data em que a pessoa completar
15 anos, é facultado o seu alistamento eleitoral. Para o exercício do direito de votar, deverá o menor
completar 16 anos até a data do pleito (art. 11). Assertiva correta.

c) Conforme estabelece o art. 33 da Resolução TSE 23.659/2021, o eleitor naturalizado que não se
alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo
juiz eleitoral e cobrada no ato de alistamento. Assertiva incorreta.

d) Nos termos do art. 14, §1º, II, alínea a, da Constituição Federal, o voto e o alistamento dos
analfabetos serão facultativos. Ainda que tenha realizado o seu alistamento eleitoral, o analfabeto
não está obrigado a votar. Assertiva incorreta.

e) Nos termos do art. 76, §2º, da Resolução 23.659/2021, o delegado ou a delegada indicado(a) para
atuar perante o tribunal regional eleitoral poderão representar o partido, na circunscrição, diante
de qualquer juízo eleitoral. Assertiva incorreta.

Gabarito: “B”.

7. (TRE/PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Considerando as regras do TSE para a administração e a manutenção do cadastro eleitoral e


assuntos correlatos, assinale a opção correta.

a) Via de regra, a revisão de eleitorado ocorre em ano eleitoral.


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b) As relações de eleitores constantes do cadastro eleitoral, com dados como filiação e estado
civil, serão de livre acesso às instituições públicas e privadas, sem ressalvas.

c) A outorga a brasileiro do gozo de direitos políticos em Portugal importará a perda desses


mesmos direitos no Brasil.

d) Comunicada a perda de direitos políticos pelo Ministério da Justiça, a corregedoria-regional


atualizará a situação das inscrições na Base de Perda e Suspensão de Direitos Políticos.

e) A regularização da situação eleitoral de pessoa com restrição de direitos políticos não ocorre
simultaneamente à cessação do impedimento.

COMENTÁRIOS:

a) O art. 107, I, da Resolução 23.659/2021, dispõe que não será realizada revisão de eleitorado em
ano eleitoral, salvo se iniciado o procedimento revisional no ano anterior ou se, verificada situação
excepcional, o Tribunal Superior Eleitoral autorizar que a ele se dê início. Assertiva incorreta.

b) Nos termos do art. 10, da Resolução TSE 23.659/2021, o acesso a informações constantes do
Cadastro Eleitoral por instituições públicas e privadas e por pessoas físicas se dará conforme a Lei
Geral de Proteção de Dados e a resolução do Tribunal Superior Eleitoral que tratar do acesso a dados
constantes dos sistemas informatizados da Justiça Eleitoral. Assertiva incorreta.

c) Conforme o art. 11, §3º, da Resolução TSE 23.659/2021, “a aquisição do gozo de direitos políticos
por pessoa brasileira em Portugal não acarreta a suspensão de direitos políticos ou o cancelamento
da inscrição eleitoral e não impede o alistamento eleitoral ou as demais operações do Cadastro
Eleitoral”. Assertiva incorreta.

d) Segundo o disposto no art. 18, §3º, da Resolução 23.659/2021, “constatada a ocorrência de


hipótese ensejadora de perda de direitos políticos, a Corregedoria-Geral Eleitoral providenciará a
imediata atualização da situação das inscrições no Cadastro Eleitoral e na base de perda e suspensão
de direitos políticos.”. Assertiva incorreta.

e) A regularização de situação eleitoral de pessoa com restrição de direitos políticos somente será
possível mediante comprovação de haver cessado o impedimento. É que dispõe o art. 19 da
Resolução TSE nº 23.659/2021. Assertiva correta.

Gabarito: “E”.

8. (TRE/SP - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2017)

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Em virtude da má situação financeira pela qual estava passando, Arnaldo, corretor de seguros,
mudou-se de cidade, onde votou nas duas últimas eleições, há um mês. Deseja transferir, ainda
nesta semana, o seu título de eleitor para seu novo domicílio. Considerando apenas os dados
fornecidos na questão, em conformidade com a Resolução n° 23.659/2021, a transferência de
Arnaldo

a) não será admitida, pois não está satisfeita a exigência da vínculo mínimo de três meses no
município, declarada pelo próprio eleitor.

b) não será admitida, pois não está satisfeita a exigência da vínculo mínimo de um ano no novo
domicílio, declarada pelo próprio eleitor.

c) será admitida a qualquer tempo a partir da declaração do novo domicílio pelo próprio eleitor.

d) será admitida a qualquer tempo a partir da declaração do novo domicílio pelo juiz eleitoral
da circunscrição.

e) não será admitida, pois não está satisfeita a exigência da residência mínima de um ano no
novo domicílio, declarada pelo juiz eleitoral da circunscrição.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 38, III, da Resolução TSE nº 23.659/2021, constitui requisito para transferência
tempo mínimo de três meses de vínculo com o município, dentre aqueles aptos a configurar o
domicílio eleitoral, nos termos do art. 23 desta Resolução, pelo tempo mínimo de três meses,
declarado, sob as penas da lei, pela própria pessoa. Esse é o texto contido expressamente na
resolução.

Gabarito: “A”.

9. (TRE/SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Lineu completará dezesseis anos um dia antes da realização das eleições. Preenchidos os
demais requisitos, de acordo com a Resolução n° 23.659/2021 do Tribunal Superior Eleitoral, o
alistamento eleitoral de Lineu é

a) facultativo, podendo ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para requerimento
de inscrição eleitoral ou transferência, sendo que o título surtirá efeitos na data do pedido,
mesmo não tendo completado dezesseis anos.

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b) obrigatório, devendo ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para requerimento
de inscrição eleitoral ou transferência, sendo que o título somente surtirá efeitos com o
implemento da idade de dezesseis anos.

c) proibido, sendo considerado inalistável em razão da idade inferior a dezesseis anos.

d) facultativo, podendo ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para requerimento
de inscrição eleitoral ou transferência, sendo que o título somente surtirá efeitos com o
implemento da idade de dezesseis anos.

e) obrigatório, podendo ser solicitado até o encerramento do prazo fixado para requerimento
de inscrição eleitoral ou transferência, sendo que o título surtirá efeitos na data do pedido,
mesmo não tendo completado dezesseis anos.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 30, da Resolução TSE nº 23.659/2021, a partir da data em que a pessoa completar
15 anos, é facultado o seu alistamento eleitoral. Nesse caso, o exercício do direito só poderá ser
exercido quando o menor completar 16 anos, até a data do pleito, inclusive.

Segundo o § 1º, deste mesmo artigo, o alistamento poderá ser solicitado até o encerramento do
prazo fixado para o requerimento de inscrição, isto é, o 151º dia antes da data da eleição (art. 91, da
Lei 9.504/97). Contudo, o título emitido nestas condições só surtirá efeitos com o implemento da
idade de 16 anos.

Gabarito: “D”.

10. (TRE/SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2017)

Albino, brasileiro nato, residente e domiciliado atualmente em Portugal, foi outorgado o gozo dos
direitos políticos no país em que vive no momento, outorga esta devidamente comunicada ao
Tribunal Superior Eleitoral. Referido gozo dos direitos políticos em Portugal, em conformidade com
a Resolução n° 23.659/2021,

a) importará a suspensão desses mesmos direitos de Albino no Brasil.

b) importará a perda desses mesmos direitos de Albino no Brasil.

c) não implicará a suspensão desses mesmos direitos de Albino no Brasil.

d) implicará, no Brasil, a inelegibilidade de Albino, mantendo-se obrigatório, porém, o exercício


do voto.

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e) implicará, no Brasil, o impedimento do exercício de voto de Albino, permitindo-se, porém,


que seja eleito.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 11, §3º, da Resolução TSE 23.659/2021 do TSE, a “aquisição do gozo de direitos
políticos por pessoa brasileira em Portugal não acarreta a suspensão de direitos políticos ou o
cancelamento da inscrição eleitoral e não impede o alistamento eleitoral ou as demais operações
do Cadastro Eleitoral.

Gabarito: “C”.

11. (TRE/SP - Técnico Judiciário - Enfermagem - 2017)

Segundo o Código Eleitoral brasileiro, realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico
de dados, será cancelada a inscrição do eleitor que não votar em

a) três eleições consecutivas ou não se justificar no prazo de dois meses, a contar da data da
última eleição a que deveria ter comparecido, independentemente do pagamento de multa.

b) duas eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de dois meses, a
contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

c) duas eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de três meses, a
contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

d) duas eleições consecutivas, não se justificar no prazo de três meses, a contar da data da
última eleição a que deveria ter comparecido, independentemente do pagamento da multa.

e) três eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de seis meses, a
contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

COMENTÁRIOS:

Essa questão gerou muita polêmica entre os candidatos, pois a banca cobrou um dispositivo que já
não é mais aplicado, pois, atualmente, a Resolução TSE 23.659/2021, bem assim a Resolução
anterior (21.538) dispõe que o prazo para justificar a ausência às eleições é de 60 (sessenta) dias.

Segundo o disposto pelo art. 7º, §3º, do Código Eleitoral, será cancelada a inscrição do eleitor que
não votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de 6
(seis) meses, a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

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Em que pese a “chuva” de recursos, a banca manteve o gabarito sob a alegação de que o enunciado
da questão refere-se expressamente ao Código Eleitoral, o que é um absurdo!!

Gabarito: “E”.

12. (TRE/SP - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2017)

Patrick, com 20 anos, naturalizou-se brasileiro em março de 2015 e, até hoje, ainda não realizou
seu alistamento eleitoral. Dessa forma, em conformidade com a Resolução nº 23.659/2021,
Patrick

a) não incorrerá em multa, pois o prazo de alistamento eleitoral, no caso, é até três anos depois
de adquirida a nacionalidade brasileira.

b) incorrerá em multa imposta pelo juiz federal e cobrada até a antevéspera do pleito, pois o
alistamento do brasileiro naturalizado deve ocorrer até seis meses depois de adquirida a
nacionalidade brasileira.

c) incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada quarenta e oito horas após a
inscrição e, ainda, perderá o direito de alistar-se, pois o prazo para o alistamento findou-se
quinze dias após a aquisição da nacionalidade.

d) poderá alistar-se a qualquer tempo, sem incorrer em multa, já que referido alistamento é
obrigatório apenas aos brasileiros natos.

e) incorrerá em multa imposta pelo juízo eleitoral e cobrada no ato do alistamento, pois o
alistamento do brasileiro naturalizado deve ocorrer até um ano depois de adquirida a
nacionalidade brasileira.

COMENTÁRIOS:

O art. 33 da Resolução TSE nº 23.659/2021 determina que a pessoa brasileira naturalizada que não
se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta
pelo juiz eleitoral e cobrada no ato do alistamento.

Gabarito: “E”.

13. (TRE/SP - Técnico Judiciário – Programação de Sistemas - 2017)

Considere as seguintes hipóteses: Sofia está temporariamente privada dos direitos políticos,
Carlos não sabe exprimir-se na língua nacional e Gabriela está definitivamente privada dos
direitos políticos. Nesses casos, de acordo com o Código Eleitoral brasileiro, NÃO podem alistar-
se os eleitores

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a) Carlos e Gabriela, apenas.

b) Gabriela, apenas.

c) Carlos, apenas.

d) Sofia, Carlos e Gabriela.

e) Gabriela e Sofia, apenas.

COMENTÁRIOS:

Mais uma questão polêmica da FCC, que fiz questão de abordar, para que você entenda como
funciona a preparação para concursos públicos.

O art. 5º, do Código Eleitoral, em seu inciso II, realmente dispõe que não podem se alistar como
eleitores “os que não saibam exprimir-se na língua nacional”. Entretanto, por várias vezes o Tribunal
Superior Eleitoral proferiu decisões afirmando que esse dispositivo não foi recepcionado pela
Constituição Federal de 1988.

De qualquer forma, ainda sim a banca manteve o gabarito sob a alegação de que o enunciado está
se referindo, expressamente, ao que consta no Código Eleitoral, o que é um absurdo!

A propósito, o Código Eleitoral, em seu art. 5º, I e III, determina que não poderão alistar-se os
eleitores analfabetos e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos
políticos.

Dessa forma, Sofia, Carlos e Gabriela estão impossibilitados de alistarem nos termos do CÓDIGO
ELEITORAL.

Gabarito: “D”.

14. (TRE/PI - Técnico Judiciário - Administrativa - 2016)

Com base no disposto na Resolução nº 23.659/2021, assinale a opção correta.

a) Em caso de perda ou extravio de título eleitoral, o eleitor deve registrar ocorrência policial
para que a autoridade policial comunique o fato à respectiva junta eleitoral, a qual,
automaticamente, enviará nova via do documento ao endereço cadastrado pelo eleitor no
sistema eletrônico.

b) O alistamento eleitoral por meio do sistema eletrônico de dados restringe-se às capitais


brasileiras.

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c) Eleitor facultativo, com mais de oitenta e cinco anos de idade, que tenha permanecido
regularmente inscrito perante a justiça eleitoral, durante o prazo legal, poderá exercer o seu
direito ao sufrágio universal.

d) No momento do pedido de alistamento, caberá à justiça eleitoral definir, por meio do


sistema eletrônico de processamento de dados, o local definitivo de votação do eleitor.

e) É autorizada a transferência informatizada do número de inscrição eleitoral de qualquer


pessoa natural interessada.

COMENTÁRIOS:

a) As competências das Juntas Eleitorais são limitadas à apuração dos votos, não possuindo qualquer
relação com operações de alistamento eleitoral. Assertiva incorreta.

b) Conforme estabelece o art. 4º, da Resolução TSE nº 23.659/2021, “A execução dos serviços de
processamento eletrônico de dados, na Justiça Eleitoral, será realizada, em cada circunscrição, por
administração direta do tribunal regional eleitoral respectivo, sob a orientação e supervisão do
Tribunal Superior Eleitoral e na conformidade de suas instruções”. Atualmente a Justiça Eleitoral
conta integralmente com a biometria em todas as zonas eleitorais do país. Assertiva incorreta.

c) Aos maiores de 70 anos de idade o voto será facultativo. Sendo assim, não havendo qualquer tipo
de irregularidade na inscrição do eleitor, a idade (seja ela qual for) não será obstáculo para o
exercício do direito ao sufrágio universal. Assertiva correta.

d) Segundo dispõe o art. 42, §11, da Resolução TSE nº 23.659/2021, “o local de votação será definido
conforme a preferência manifestada pela pessoa, dentre os locais disponíveis na zona eleitoral, os
quais constarão, com os respectivos endereços, de listagem disponibilizada no momento do
atendimento e, também, nos sítios eletrônicos e aplicativos da Justiça Eleitoral. Assertiva incorreta.

e) O art. 25 da Resolução TSE nº 23.659/2021, veda a transferência de número de inscrição envolvida


em coincidência ou cancelada em decorrência de perda de direitos políticos ou por decisão de
autoridade judiciária. Portanto, a transferência não será autorizada a qualquer pessoa interessada.
Assertiva incorreta.

Gabarito: “C”

15. (SPE - TRE/MT - Analista Judiciário - Judiciária - 2015)

Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada com base nas disposições constitucionais relativas aos direitos políticos e aos
partidos políticos. Assinale a opção em que a assertiva está correta.

a) Situação hipotética: Um prefeito e sua esposa, vereadora, ambos da mesma circunscrição


municipal e no último ano de seus mandatos, estão considerando a possibilidade de

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concorrerem a outros cargos eletivos no próximo pleito eleitoral. Assertiva: Nessa situação,
caso o prefeito resolva concorrer à reeleição, sua esposa ficará inelegível.

b) Situação hipotética: O partido político Y, com base na alegação de existência de indícios de


abuso de poder econômico, propôs, no prazo legal, ação de impugnação de mandato eletivo
em desfavor de um prefeito. Assertiva: Nessa situação, a ação proposta deve tramitar em
segredo de justiça, e o partido Y pode ser responsabilizado caso fique comprovado ser a lide
temerária.

c) Situação hipotética: Em ano de eleições para governador e presidente da República, os


partidos políticos se uniram em diferentes coligações, e cada uma lançou a candidatura de um
político específico à Presidência. Assertiva: Nessa situação, as coligações formadas em nível
nacional devem se repetir nos estados, no que se refere às eleições a governador, em razão do
princípio da verticalização.

d) Situação hipotética: Jair, analfabeto, assim que completou dezoito anos de idade, foi a um
cartório eleitoral para saber como poderia se registrar como eleitor. Lá, foi atendido por uma
servidora, Lúcia. Assertiva: Nessa situação, Lúcia deverá informar a Jair que, como ele já tem
dezoito anos de idade, seu alistamento eleitoral será obrigatório.

e) Situação hipotética: Jairo, governador de estado, no último ano de seu primeiro mandato,
está avaliando a possibilidade de se candidatar ou à reeleição ou ao cargo de senador.
Assertiva: Nessa situação, as duas opções que Jairo está considerando exigem sua renúncia ao
seu cargo atual pelo menos seis meses antes do pleito.

COMENTÁRIOS:

a) Levando-se em consideração que a esposa do Prefeito ocupa atualmente o cargo de vereadora,


não incidirá a inelegibilidade reflexa contida no art. 14, § 7º, da CF/1988, pois se trata de reeleição.
Assertiva incorreta.

b) A Constituição Federal, em seu art. 14, §11, prevê que “a ação de impugnação de mandato
tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta
má-fé”. Assertiva correta.

c) Segundo o disposto pelo art. 17, §1º, da Constituição Federal, “é assegurada aos partidos políticos
autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições
majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária”.

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Para responder às questões de provas, lembre-se de que no Brasil não se aplica mais o entendimento
sobre a verticalização, superada com a promulgação da Emenda Constitucional 52/2006. Assertiva
incorreta.

d) Apesar de ter completado 18 anos, Jair é analfabeto. Desse modo, a servidora que lhe atender
deverá informar que seu alistamento eleitoral será facultativo, nos termos do art. 14, §1º, II, alínea
a, da Constituição Federal. Assertiva incorreta.

e) Nos termos do art. 14, §6º, da Constituição Federal, “para concorrerem a outros cargos, o
Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito”.

Dessa forma, caso opte pela reeleição não há necessidade de renúncia. Por sua vez, caso opte por
se candidatar ao cargo de senador, deverá renunciar ao cargo atual até seis meses antes do pleito.
Assertiva incorreta.

Gabarito: “B”.

16. (TRE/MT - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

No que se refere ao alistamento eleitoral, assinale a opção correta.

a) A competência exclusiva para requerer o cancelamento do título eleitoral de um cidadão e


a consequente exclusão desse eleitor é do delegado de partido que verificar a ocorrência de
uma das causas legais de cancelamento do título ou que for dela informado por qualquer
interessado.

b) Se houver indícios de fraude no alistamento de uma zona eleitoral, caberá ao TSE, em razão
da sua competência exclusiva, realizar a correição, e, caso sejam constatadas irregularidades,
determinar a imediata revisão do eleitorado.

c) A seção eleitoral indicada no título vincula permanentemente o eleitor, salvo se houver


transferência de zona ou de município ou se, até o prazo legal antes da eleição, o eleitor provar
ao juiz eleitoral que mudou de residência dentro do mesmo município, de um distrito para
outro ou para outro lugar muito distante da seção em que estava inscrito.

d) Caso o juiz eleitoral competente, em despacho fundamentado, indefira o requerimento de


alistamento, o alistado e qualquer partido político poderão interpor recurso junto ao TRE do
estado com o fim de obter a reforma da decisão.

e) Um eleitor que estiver fora de seu domicílio eleitoral deve ir ao município de sua zona
eleitoral para requerer a segunda via do seu título eleitoral e poder exercer seu direito de voto.

COMENTÁRIOS:
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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

a) As causas ensejadoras de cancelamento do título eleitoral estão previstas no art. 71 do Código


Eleitoral. O parágrafo primeiro, do art. 71, dispõe que a ocorrência de qualquer das causas
enumeradas no artigo acarretará a exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio, a
requerimento de delegado de partido ou de qualquer eleitor. Assertiva incorreta.

b) Para que seja determinada a realização de correição pelo TRE é necessário que haja denúncia
fundamentada de fraude no alistamento de uma zona ou município. Provada a fraude em proporção
comprometedora, ordenará, comunicando a decisão ao Tribunal Superior Eleitoral, a revisão do
eleitorado, conforme dispõe o art. 58 da Resolução nº 21.538/2003. Diante disso, conclui-se que o
TSE não possui competência exclusiva para a determinação de revisão de eleitorado. Assertiva
incorreta.

c) Assertiva correta. O enunciado basicamente se limitou a reproduzir o disposto no art. 46, §3º, do
Código Eleitoral em conjunto com o art. 91 da LE (reproduzido também no art. 28 da Res.
23.659/2021:

CE, Art. 46 §3º. O eleitor ficará vinculado permanentemente à seção eleitoral indicada no seu título,
salvo:

I - se se transferir de zona ou Município hipótese em que deverá requerer transferência.

Res. 23.659, Art. 28. Dentro dos 150 dias anteriores à data da eleição, não serão recebidos
requerimentos de alistamento, transferência ou revisão.

d) O partido político, nos termos do art. 57 da Resolução TSE nº 2659/2021, possui legitimidade para
propor recurso das decisões que deferir o requerimento de inscrição. Assertiva incorreta.

e) O art. 53 do Código Eleitoral prevê que “se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral poderá
requerer a segunda via ao juiz da zona em que se encontrar, esclarecendo se vai recebê-la na sua
zona ou na em que requereu”. Assertiva incorreta.

Gabarito: “C”.

17. (TRE/MT - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

Conforme o disposto no Código Eleitoral (CE) e na Resolução do Tribunal Superior Eleitoral


(TSE) n.º 21.538/2003, a exclusão do eleitor do cadastro eleitoral poderá ser promovida em
decorrência de

a) processo judicial de execução fiscal.

b) ausência do eleitor na última votação.


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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

c) decisão de juiz, promovida de ofício ou mediante requerimento de delegado de um partido


político ou de qualquer eleitor.

d) pedido de cidadão, maior de dezoito anos de idade que apresente a inscrição em partido
político com representação no Congresso Nacional.

e) ausência de defesa apresentada por fiscal da mesa receptora.

COMENTÁRIOS:

Constatando-se qualquer das hipóteses enumeradas no art. 71 do Código Eleitoral, ensejar-se-á a


exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio, a requerimento de delegado de partido
ou de qualquer eleitor.

Gabarito: “C”.

18. (TRE/MT - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

Considerando os aspectos normativos e doutrinários que regem a matéria eleitoral, assinale a


opção correta.

a) A doutrina mais aceita quanto à classificação das infrações previstas no CE os classifica com
base nas várias fases do processo eletivo, como a do alistamento eleitoral e partidário, a da
propaganda eleitoral, a da votação, a do funcionamento do serviço eleitoral e a da apuração
de votos.

b) Conforme o CE, cada partido poderá nomear, perante o juízo eleitoral, de um a cinco
delegados em cada zona eleitoral e, perante os preparadores, até dois delegados, que assinam
e fiscalizam os seus atos.

c) Serão recebidos requerimentos de inscrição ou de transferência eleitoral nos trinta dias


anteriores à data de eleição.

d) O número de candidatos que serão diplomados é determinado pela legislação eleitoral; no


caso de pleitos proporcionais, por exemplo, diploma-se o titular e dez suplentes.

e) Conforme disposição constitucional, o TRE compõe-se, no máximo, por sete membros,


escolhidos mediante eleição, pelo voto secreto, sendo três ministros do STF e três juízes entre
os ministros do STJ.

COMENTÁRIOS:

a) Entendo que a presente alternativa é deveras polêmica, pois existem diversas classificações
formuladas para os crimes eleitorais. Diante disso, torna-se muito difícil apontar qual seja a mais
aceita.
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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

Joel José Cândido, por exemplo adota a seguinte classificação: Crimes Eleitorais no Alistamento
Eleitoral - arts. 289 a 295; Crimes Eleitorais no Alistamento Partidário - arts. 319 a 321; Crimes
Eleitorais na Propaganda Eleitoral - arts. 299 a 304 e 322 a 338; Crimes Eleitorais na Votação - arts.
297, 298, 305 a 312; (v) Crimes Eleitorais na Apuração - arts. 313 a 319; e Crimes Eleitorais no
Funcionamento do Serviço Eleitoral - arts. 296, 339 a 354.

Por sua vez, Suzana de Camargo Gomes utiliza outra forma de classificação, a saber: a) crimes
eleitorais concernentes à formação do corpo eleitoral; b) crimes eleitorais relativos à formação e
funcionamento dos partidos políticos; c) crimes eleitorais em matéria de inelegibilidade; d) crimes
eleitorais concernentes à propaganda eleitoral; e) crimes eleitorais relativos à votação; f) crimes
eleitorais pertinentes à garantia do resultado legitimo das eleições; g) crimes eleitorais relativos à
organização e funcionamento dos serviços eleitorais; h) crimes contra a fé pública eleitoral.

Analisando-se as informações apresentadas, não restam dúvidas de que o enunciado é muito


subjetivo e suscita diversas interpretações distintas, o que deveria ter culminado em sua anulação.
Todavia, por mais controverso que se mostre o enunciado, essa questão seria facilmente resolvida
por eliminação.

b) O art. 66, §1º e 2º, do Código Eleitoral, determina que perante o juízo eleitoral cada partido
poderá nomear 3 (três) delegados e, perante os preparadores, cada partido poderá nomear até 2
(dois) delegados, que assistam e fiscalizem os seus atos. Assertiva incorreta.

c) Nos termos do art. 91, da lei 9.504/1997, “nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de
transferência será recebido dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição”.
Assertiva incorreta.

d) O número de candidatos que serão diplomados varia de acordo com o resultado das eleições. Nas
eleições proporcionais, por exemplo, o número de suplentes varia conforme o número de votos que
a legenda recebe. Não há um número exato definido legalmente. Assertiva incorreta.

e) Nos termos do art. 120, §1º, da Constituição Federal, os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-
ão mediante eleição, pelo voto secreto de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de
Justiça; de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; de um juiz do
Tribunal Regional Federal; de dois juízes dentre seis advogados, indicados pelo Tribunal de Justiça
e nomeados pelo presidente da república. Assertiva incorreta.

Gabarito: “A”.

19. (TRE/PB - Técnico Judiciário - Área Administrativa - 2015)


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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

Brutus completou dezoito anos de idade e formalizou requerimento de inscrição eleitoral, que
foi deferido pelo Juiz Eleitoral. Dessa decisão

a) cabe recurso de qualquer partido político.

b) não cabe recurso.

c) cabe recurso de qualquer eleitor.

d) cabe recurso de qualquer candidato.

e) cabe recurso de qualquer ocupante de cargo eletivo.

COMENTÁRIOS:

Qualquer partido político e o Ministério Público Eleitoral poderão interpor recurso contra o
deferimento do alistamento ou da transferência, no prazo de 10 dias, contados da disponibilização
da listagem prevista no art. 54 da Resolução TSE nº 23.659/2021.

Gabarito: “A”.

20. (TRE/SE - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

Considere:

I. regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a


convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

II. Transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência.

III. Vínculo mínimo de três meses no município, declarado, sob as penas da lei, pelo próprio
eleitor.

Aplica-se à transferência de título eleitoral de funcionário público civil estadual que foi
removido para outro domicílio o disposto APENAS em

a) II.

b) I e II.

c) I e III.

d) II e III.

e) I.
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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

COMENTÁRIOS:

As condições para transferência do eleitor estão disciplinadas pelo art. 38 da Resolução TSE nº
23.659/2021, a saber:

I - apresentação do requerimento perante a unidade de atendimento da Justiça Eleitoral do novo


domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente;

II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência;

III - tempo mínimo de três meses de vínculo com o município, dentre aqueles aptos a configurar o
domicílio eleitoral, nos termos do art. 23 desta Resolução, pelo tempo mínimo de três meses,
declarado, sob as penas da lei, pela própria pessoa (Lei nº 6.996/1982, art. 8º);

IV - regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a


convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

Todavia, o parágrafo primeiro, do próprio art. 38, estabelece que os prazos previstos nos incisos II e
III não se aplicam à transferência eleitoral de servidora ou servidor público civil e militar ou de
membro de sua família, por motivo de remoção, transferência ou posse.

Gabarito: “E”.

21. (TRE/MA - Técnico Judiciário - Administrativo - 2015)

O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão tomou conhecimento da inscrição do mesmo eleitor


em mais de uma zona sob sua jurisdição. Diante disso, a autoridade judiciária deverá proceder
ao cancelamento da inscrição, que, de preferência, deverá recair:

a) Na mais antiga.

b) Na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral.

c) Na mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor.

d) Naquela cujo título haja sido utilizado para o exercício do voto na última eleição.

COMENTÁRIOS:

Segundo o disposto pelo art. 87 da Resolução TSE nº 23.659/2021, “identificada situação em que a
mesma pessoa possua duas ou mais inscrições eleitorais liberadas ou regulares, agrupadas ou não

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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

pelo batimento de dados biográficos, o cancelamento recairá, preferencialmente, na seguinte


ordem:

I - na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor;

II - na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor ou da eleitora;

III - na inscrição que não foi utilizada para o exercício do voto pela última vez;

IV - na mais antiga.

Perceba que não é suficiente que a inscrição eleitoral seja a mais recente para que se torne alvo
preferencial do cancelamento. É necessário, ainda, que tenha sido efetuada contrariamente às
instruções em vigor.

Gabarito: “C”.

22. (TRE/MA - Técnico Judiciário - Administrativo - 2015)

Tício é servidor público civil e residia em São Luís, cidade onde votava. Contudo, foi transferido
para a cidade de Imperatriz. Para ser admitida a transferência de título eleitoral, Tício deve
satisfazer a(s) seguinte(s) exigência(s):

a) Recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela


legislação vigente; transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última
transferência; vínculo mínimo de três meses no novo domicílio, declarado, sob as penas da lei,
pelo próprio eleitor.

b) Recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio no prazo estabelecido pela


legislação vigente e regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de
atendimento a convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

c) Transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência; vínculo


mínimo de três meses no novo domicílio, declarado, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor.

d) Regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a


convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.; recebimento do pedido no cartório eleitoral
do novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente; transcurso de, pelo menos,
um ano do alistamento ou da última transferência; vínculo mínimo de três meses no novo
domicílio, declarado, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor.

COMENTÁRIOS:

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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

As condições para transferência do eleitor estão disciplinadas pelo art. 38 da Resolução TSE nº
23.659/2021, a saber:

I - apresentação do requerimento perante a unidade de atendimento da Justiça Eleitoral do novo


domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente;

II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência;

III - tempo mínimo de três meses de vínculo com o município, dentre aqueles aptos a configurar o
domicílio eleitoral, nos termos do art. 23 desta Resolução, pelo tempo mínimo de três meses,
declarado, sob as penas da lei, pela própria pessoa (Lei nº 6.996/1982, art. 8º);

IV - regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento a


convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

Todavia, o parágrafo primeiro, do próprio art. 38, estabelece que os prazos previstos nos incisos II e
III não se aplicam à transferência eleitoral de servidora ou servidor público civil e militar ou de
membro de sua família, por motivo de remoção, transferência ou posse.

Gabarito: “B”.

23. (TRE/MA - Técnico Judiciário - Administrativo - 2015)

O empregado mediante comunicação com ____________ horas de antecedência, poderá


deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário e por tempo não excedente a
____________, para o fim de se alistar eleitor ou requerer transferência.

a) 24 (vinte e quatro) / 2 (dois) dias.

b) 24 (vinte e quatro) / 1 (um) dia.

c) 48 (quarenta e oito) / 2 (dois) dias.

d) 48 (quarenta e oito) / 1 (um) dia.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 48 do Código Eleitoral, “o empregado mediante comunicação com 48 (quarenta
e oito) horas de antecedência, poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário e
por tempo não excedente a 2 (dois) dias, para o fim de se alistar eleitor ou requerer transferência.”

Gabarito: “C”.
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24. (TRE/MA - Analista Judiciário - Administrativa - 2015)

Em relação ao alistamento eleitoral, nos termos do Código Eleitoral, assinale a alternativa


INCORRETA:

a) Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do


requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.

b) O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.

c) O alistamento eleitoral obrigatório é previsto na legislação, sendo que estão nesta categoria
os maiores de 18 e menores de 70.

d) O alistamento eleitoral facultativo é previsto na legislação, sendo que estão nesta categoria
os maiores de 16 e menores de 18, os maiores de 70, os analfabetos e os conscritos.

COMENTÁRIOS:

a) Eis a exata reprodução do art. 42, parágrafo único, do Código Eleitoral, que assim dispõe: “para o
efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado
ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas”. Assertiva correta.

b) Na fase de qualificação o requerente demonstra que cumpre os requisitos previstos legalmente


para se inscrever como eleitor. Por sua vez, comprovados os requisitos, ocorre a inscrição do
requerente no cadastro eleitoral (Código Eleitoral, art. 42). Assertiva correta.

c) O alistamento eleitoral obrigatório aos maiores de 18 anos está previsto pelo art. 14, §1º, I, da
Constituição Federal. Assertiva correta.

d) O art. 14, §1º, II, da Constituição Federal, determina que o alistamento eleitoral e o voto serão
facultativos aos analfabetos, aos maiores de setenta anos e aos maiores de dezesseis e menores de
dezoito anos. Não obstante, o parágrafo segundo VEDA a possibilidade de alistamento como
eleitores dos estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, dos conscritos.
Assertiva incorreta.

Gabarito: “D”.

25. (TRE/AC - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

O alistamento eleitoral ocorre mediante a qualificação e inscrição do eleitor. Em relação ao


tema, assinale a alternativa correta.

a) O conceito de domicílio para o Direito Eleitoral coincide com o de domicílio para o Direito
Civil.

b) O conceito de domicílio para o Direito Eleitoral é mais restrito do que o de domicílio para o
Direito Civil.

c) Caso o eleitor pretenda transferir o seu título para um novo domicílio eleitoral, ele não
poderá fazê-lo dentro dos 180 dias anteriores à eleição.

d) Caso o eleitor inscreva-se fraudulentamente, responderá por crime eleitoral, punível com
detenção e multa.

e) Caso o eleitor inscreva-se fraudulentamente, responderá por crime eleitoral, punível com
reclusão e multa.

COMENTÁRIOS:

a) O art. 42 do Código Eleitoral dispõe que é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do
requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas
(deve-se escolher apenas uma dentre as indicadas). De outro lado, o art. 70 do Código Civil afirma
que o domicílio da pessoa natural seria o local onde ela estabelece sua residência com ânimo
definitivo, onde deseja ser encontrada.

Dessa forma, pode-se concluir que o conceito de domicílio eleitoral é muito mais amplo e não se
confunde com o conceito de domicílio civil. Assertiva incorreta.

b) Segundo a jurisprudência do TSE, o conceito de domicílio eleitoral é mais elástico do que o do


Direito Civil, satisfazendo-se com vínculos de natureza política, econômica, social e familiar. (Ac.-
TSE, de 18.2.2014, no REspe nº 37481 e, de 5.2.2013, no AgR-AI nº 7286). Assertiva incorreta.

c) Nos termos do art. 91 da Lei 9.504/1997, o eleitor que pretenda transferir o seu título para um
novo domicílio eleitoral deverá fazê-lo antes dos 150 dias anteriores à eleição. Assertiva incorreta.

d) O art. 289, do Código Eleitoral, estabelece que inscrever-se fraudulentamente como eleitor é
crime eleitoral, punível com pena de reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.
Assertiva incorreta.

e) O enunciado simplesmente reproduziu o inteiro teor do art. 289 do Código Eleitoral, portanto,
deve ser considerada correta.

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Gabarito: “E”.

26. VUNESP - TJ/MS - Juiz Substituto - 2015)

Nos termos da interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, referente ao alistamento eleitoral,


não podem alistar-se

a) os alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.

b) os analfabetos.

c) os conscritos, durante o serviço militar obrigatório.

d) os índios não-integrados.

e) os que não saibam exprimir-se na língua nacional.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 14, §2º, da Constituição Federal, não podem alistar-se como eleitores os
estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

Embora o Código Eleitoral, em seu art. 5º, II, estabeleça que aqueles que não que saibam exprimir-
se na língua nacional não possam se alistar, esse dispositivo não foi recepcionado pela Constituição
Federal de 1988, portanto, não deve ser levado em consideração.

Perceba que no enunciado a banca deixou claro que deseja como resposta a “interpretação do
Tribunal Superior Eleitoral”, e não o texto literal do Código Eleitoral.

Gabarito: “C”.

27. (TRE/MG - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

Existem pessoas, por variados motivos, cujo alistamento eleitoral é proibido ou facultativo. Em
razão disso, dentre as competências dos Juízes Eleitorais está fornecer, de acordo com o Código
Eleitoral:

a) Certificado de isenção.

b) Declaração de idoneidade.

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c) Certificado de irreelegibilidade.

d) Documento de desincompatibilização.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 35, XVIII, do Código Eleitoral, compete aos Juízes Eleitorais fornecer, aos que não
votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certificado
que os isente das sanções legais.

Sinceramente, nunca emiti esse tal de “certificado de isenção” em minhas atribuições na Justiça
Eleitoral, mas, por eliminação, era a única que poderia ser marcada.

Gabarito: “A”.

28. (TRE/MG - Técnico Judiciário - Administrativa - 2015)

Nos termos da Resolução TSE nº 23.659/2021 incorrerá em multa imposta pelo Juiz Eleitoral e
cobrada no ato do alistamento, o brasileiro nato que não se alistar até os

a) 16 anos.

b) 17 anos.

c) 18 anos.

d) 19 anos.

COMENTÁRIOS:

O art. 33, I, da Resolução TSE nº 23.659/2021, estabelece que a pessoa brasileira nata que não se
alistar até os 19 anos incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição.

Gabarito: “D”.

29. (TRE/RR - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

De acordo com a Resolução TSE 23.659/2021, a decisão administrativa das duplicidades e


pluralidades de inscrições identificadas pelo batimento biográfico, agrupadas ou não pelo
batimento, inclusive quando relacionadas a pessoas que estão com seus direitos políticos,
caberá, no tocante às pluralidades, ao
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a) Tribunal Regional Eleitoral, quando envolverem inscrições efetuadas entre zonas eleitorais
de circunscrições diversas.

b) Tribunal Superior Eleitoral, quando envolverem inscrições efetuadas entre zonas eleitorais
da mesma circunscrição.

c) Juiz da zona eleitoral quando envolverem inscrições efetuadas em uma mesma zona
eleitoral.

d) Corregedor Regional Eleitoral, quando envolverem inscrições efetuadas entre zonas


eleitorais de circunscrições diversas.

e) Corregedor Geral Eleitoral, quando envolverem inscrições efetuadas entre zonas eleitorais
da mesma circunscrição.

COMENTÁRIOS:

Nos termos do art. 92, II, “a”, da Resolução TSE nº 23.659/2021, “a decisão administrativa das
duplicidades e pluralidades de inscrições identificadas pelo batimento biográfico, agrupadas ou não
pelo batimento, inclusive quando relacionadas a pessoas que estão com seus direitos políticos
suspensos, caberá: (...)

II - no tocante às pluralidades:

a) ao juízo da zona eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em uma mesma zona eleitoral
(Tipo 1P)”

Gabarito: “C”.

30. CESPE - TRE/GO - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2015)

Julgue o item seguinte, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da inscrição


eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores, conforme o Código Eleitoral.

As únicas hipóteses de cancelamento da inscrição e a consequente exclusão do eleitor do


cadastro nacional são: suspensão dos direitos políticos, falecimento do eleitor, pluralidade de
inscrições e o fato de o eleitor deixar de votar em três eleições consecutivas.

COMENTÁRIOS:

O art. 71, do Código Eleitoral, estabelece como causas de cancelamento da inscrição eleitoral:

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I - a infração dos artigos. 5º e 42;

II - a suspensão ou perda dos direitos políticos;

III - a pluralidade de inscrição;

IV - o falecimento do eleitor;

V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.

Além disso, também ocorrerá o cancelamento da inscrição do eleitor caso ocorra a perda da
nacionalidade brasileira.

Gabarito: “Errado”.

31. CESPE - TRE/GO - Analista Judiciário - Área Administrativa - 2015)

Julgue o item seguinte, referentes ao alistamento eleitoral, ao cancelamento da inscrição


eleitoral e exclusão do eleitor do cadastro nacional de eleitores.

Alistamento eleitoral é o ato jurídico pelo qual a pessoa natural adquire, perante a justiça
eleitoral, capacidade eleitoral ativa e passa a integrar o corpo de eleitores de determinada zona
e seção eleitoral.

COMENTÁRIOS:

É através do alistamento eleitoral que o indivíduo começa a “existir” perante a Justiça Eleitoral,
vinculando-se a uma determinada zona eleitoral. Em razão disso, passa a gozar da capacidade
eleitoral ativa, permitindo-se a prática de atos que envolvam o exercício dos direitos políticos.

Gabarito: “Certo”.

32. CESPE - TRE/GO - Analista Judiciário - Área Judiciária - 2015)

Julgue o item subsequente, relativos a alistamento e domicílio eleitoral.

Segundo a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, o domicílio eleitoral não se confunde,


necessariamente, com o domicílio civil. A circunstância de o eleitor residir em determinado
município não constitui obstáculo para que ele concorra, como candidato, a cargo eletivo em
outra localidade, se nela for inscrito e mantiver vínculos políticos e econômicos.

COMENTÁRIOS:

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Segundo a jurisprudência do TSE, o conceito de domicílio eleitoral é mais elástico do que o do Direito
Civil, satisfazendo-se com vínculos de natureza política, econômica, social e familiar. Desse modo,
caso Doquinha atualmente resida na cidade de Montes Claros/MG, mas trabalhe na cidade de
Francisco Sá/MG (50km de distância), pode optar por ser eleitor em qualquer dessas cidades, pois
os vínculos estão demonstrados.

Gabarito: “Certo”.

33. MPE/RS - MPE/RS - Promotor de Justiça - 2014)

Assinale a alternativa INCORRETA.

a) Em regra, não há revisão do eleitorado em ano eleitoral, podendo o Tribunal Superior


Eleitoral, entretanto, excepcionalmente, autorizar este procedimento, nos moldes do artigo
107, I, da Resolução/TSE nº 23.659/2021, caso haja motivos justificadores para tanto.

b) A vedação contida no artigo 73, inciso V, da Lei Federal n.º 9.504/1997, de nomear e
exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a
posse dos eleitos, não tem incidência nas hipóteses de nomeação e exoneração de cargos em
comissão e designação ou dispensa de funções gratificadas.

c) Do início do prazo estabelecido no artigo 7º da Lei Federal n.º 9.504/1997 (no ano em curso,
a partir de abril de 2014) e até a posse dos eleitos, é permitida, apenas, a concessão de
reajustes de salário para recomposição do seu poder aquisitivo e a reestruturação de carreiras,
devendo eventual abuso ser apurado na esfera própria.

d) São inelegíveis para todo e qualquer cargo, nos termos da Lei Complementar n.º 64/1990,
com a redação dada pela Lei Complementar n.º 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), os inalistáveis
e os analfabetos.

e) O artigo 37 da Lei n.º 9.504/1997, com a redação dada pela Lei n.º 12.891/2013, permite a
propaganda em bens particulares e veda nos bens públicos, salvo naqueles cujo uso tenha sido
objeto de concessão ou permissão do Poder público (e.g., táxis e ônibus), caso em que poderão
ser utilizados desde que haja anuência do concessionário ou permissionário.

COMENTÁRIOS:

a) A revisão de eleitorado em ano eleitoral realmente acontecerá apenas em caráter excepcional,


pois, nesse período, os servidores da Justiça Eleitoral estão empenhados na realização das eleições.
Assertiva correta.

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b) A proibição prevista pelo art. 73, V, da Lei 9.504/1997, não incidirá nas hipóteses de a nomeação
ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança, limitando-
se aos empregos públicos e cargos públicos de provimento efetivo, além de algumas funções
públicas exercidas por meio de processo seletivo. Assertiva correta.

c) Nos termos do art. 73, VIII, da lei 9.504/1997, é vedado aos agentes públicos fazer, na circunscrição
do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da
perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabelecido no
art. 7º Lei das Eleições e até a posse dos eleitos. Assertiva correta.

d) Nos termos do art. 1º, I, da LC nº 64/90, são inelegíveis para qualquer cargo os inalistáveis e os
analfabetos. Assertiva correta.

e) Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e
nos bens de uso comum, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, nos termos
do art. 37, da Lei 9.504/1997.

Gabarito: “E”.

34. FGV - AL/BA - Técnico de Nível Superior - Assessoria Legislativa - 2014)

Com relação ao alistamento eleitoral, assinale a afirmativa incorreta.

a) São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.

b) O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos e


facultativos para os analfabetos, maiores de setenta anos e para os maiores de dezesseis anos
e menores de dezoito anos.

c) O militar alistável, se contar com menos de dez anos de serviço castrense, deverá afastar-se
da atividade para se tornar elegível.

d) O mandato eletivo poderá ser impugnado perante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da posse, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.

e) Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
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COMENTÁRIOS:

a) Eis a exata reprodução do texto do art. 14, §7º, da Constituição Federal, que versa sobre a
inelegibilidade reflexa. Portanto, assertiva deve ser considerada correta.

b) O art. 14, §1º, da Constituição Federal, determina que o alistamento eleitoral e o voto são
obrigatórios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de
setenta anos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Assertiva correta.

c) Nos termos do art. 14, § 8º, I, da Constituição Federal, para que o militar alistável seja elegível,
deverá afastar-se definitivamente da atividade, caso conte com menos de dez anos de serviço. Nessa
hipótese, caso não seja eleito, ficará impedido de retornar à atividade anteriormente exercida.
Assertiva correta.

d) Conforme o disposto no art. 14, § 10º, da Constituição Federal, o mandato eletivo poderá ser
impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação e não da posse,
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. Assertiva incorreta.

e) A presente alternativa apenas reproduz o disposto pelo art. 14, §2º, da Constituição Federal: “não
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
os conscritos”. Assertiva correta.

Gabarito: “D”.

35. CESPE - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - 2014)

Julgue o item subsequente, relativo aos direitos políticos.

O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os indivíduos na faixa etária dos dezoito
aos sessenta anos e facultativos para os indivíduos analfabetos, os que tenham mais de
sessenta anos de idade e os que tenham entre dezesseis e dezoito anos de idade.

COMENTÁRIOS:

O art. 14, § 1º, I e II, da Constituição Federal, estabelece que o alistamento e o voto serão
obrigatórios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de
setenta anos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Gabarito: “Errado”.

36. FUNDEP - TJ/MG - Juiz de Direito Substituto - 2014)


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Sobre os direitos políticos, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Direitos políticos são as prerrogativas e os deveres inerentes à cidadania. Englobam o direito


de participar direta ou indiretamente do governo, da organização e do funcionamento do
Estado.

b) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos.

c) A Constituição Federal declara que, no Brasil, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios
para os maiores de 18 anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de 70 anos e os
maiores de 16 e menores de 18 anos.

d) É certo afirmar que a cassação do direito político é permitida e se equipara à perda e à


suspensão dos direitos políticos.

COMENTÁRIOS:

a) É a partir dos direitos políticos que o cidadão participa dos processos eletivos que determinam os
governantes, a organização e o funcionamento do Estado, seja votando de maneira livre, igual e
secreta, ou até mesmo sendo votado. Assertiva correta.

b) O art. 14 da Constituição Federal estabelece que a soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
plebiscito; referendo iniciativa popular. Assertiva correta.

c) O art. 14, §1º, I e II da Constituição Federal estabelece que o alistamento e o voto serão
obrigatórios para os maiores de dezoito anos e facultativos para os analfabetos, os maiores de
setenta anos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Assertiva correta.

d) O art. 15, caput, da Constituição Federal de 1988, veda expressamente a possibilidade de cassação
dos direitos políticos, prevendo apenas as hipóteses de perda ou suspensão. Assertiva incorreta.

Gabarito: “D”.

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18. Resumo de véspera de prova

1. O alistamento eleitoral pode ser compreendido como a fase pela qual o indivíduo comparece à
Justiça Eleitoral para se inscrever como eleitor, isto é, ter o seu nome inserido no cadastro
gerenciado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Todavia, antes disso ocorre a denominada qualificação
eleitoral, que é o ato pelo qual o indivíduo comprova que preenche todos os requisitos legais para
o exercício do direito ao voto, com a apresentação dos documentos necessários (certidão de
nascimento, comprovante de domicílio, documento de alistamento militar – no caso dos homens
entre 18 e 45 anos – entre outros).

2. O Código Civil Brasileiro, em seu art. 70, dispõe expressamente que “o domicílio da pessoa natural
é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”. Se no Direito Eleitoral
adotássemos o conceito de domicílio previsto no Código Civil, o eleitor apenas poderia votar e ser
votado no município onde tivesse residência e efetivamente praticasse a sua rotina familiar e/ou
profissional (residência com ânimo definitivo). Todavia, há muito a jurisprudência do Tribunal
Superior Eleitoral vem adotando um conceito mais amplo na seara eleitoral, permitindo que, para
a comprovação do domicílio eleitoral, seja suficiente que o eleitor demonstre algum tipo de vínculo
político, econômico, familiar, profissional ou social com o município.

3. O Código Eleitoral brasileiro, entre os artigos 71 e 81, menciona diversas hipóteses que podem
ensejar o cancelamento e a exclusão da inscrição do eleitor do cadastro do Tribunal Superior
Eleitoral. Todavia, percebe-se que o legislador deixou a técnica de lado ao utilizar essas expressões,
pois, em regra, são utilizadas como sinônimas. Diante disso, não é necessário se preocupar em
memorizar a diferenciação dos dois institutos.

4. Na prática, ocorrerá o cancelamento da inscrição eleitoral quando ficar configurada alguma das
hipóteses previstas no art. 71 do Código Eleitoral. Nessas situações, a inscrição eleitoral continuará
constando no cadastro eleitoral, porém, inativa. 1ª hipótese: infração aos artigos 5º e 42 do Código
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Eleitoral. 2ª hipótese: suspensão ou perda dos direitos políticos. 3ª hipótese: a pluralidade de


inscrição. 4ª hipótese: falecimento do eleitor. 5ª hipótese: deixar de votar em 3 (três) eleições
consecutivas.

5. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 14, § 1º., assim dispõe:


O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

6. Analisando-se os mencionados dispositivos constitucionais, pode-se concluir: 1º - As pessoas que


possuem mais de dezesseis e menos de dezoito anos não são obrigadas a realizarem o alistamento
perante a Justiça Eleitoral (tirar o título de eleitor). 2º - Em regra, o alistamento eleitoral e o voto
são obrigatórios para os maiores de dezoito e menores de setenta anos. 3º - Menor, com 15 anos
de idade, pode se inscrever como eleitor.

7. Novidade da Resolução nº 23.659/2021: a partir da data em que a pessoa completar 15 anos, é


facultado o seu alistamento eleitoral. Todavia, essa pessoa só poderá votar quando completar 16
anos. Não é mais necessário que, neste caso, o requerimento de alistamento seja feito em anos
eleitorais.

8. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 14, § 1º, dispõe expressamente que “não podem
alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os
conscritos”.

9. Nos termos do art. 22 da Resolução TSE nº 23.659/2021, serão efetivadas no Cadastro Eleitoral as
seguintes operações:
I - alistamento;
II - transferência;
III - revisão; e
IV - segunda via.

10. Se o indivíduo desejar se inscrever como eleitor, no momento do atendimento será realizado o
alistamento (inscrição no cadastro eleitoral). O alistamento ocorrerá quando o alistando requerer
inscrição e em seu nome não for identificada inscrição em nenhuma zona eleitoral do país ou
exterior, ou a única inscrição localizada estiver cancelada por determinação de autoridade
judiciária.

11. A transferência ocorrerá sempre que o eleitor desejar alterar seu domicílio e for encontrado em
seu nome número de inscrição em qualquer município ou zona, unidade da Federação ou país. Em
outras palavras, para realizar uma transferência é necessário que o eleitor já possua uma inscrição
eleitoral.

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12. É vedada a transferência de número de inscrição envolvida em coincidência (quando o Sistema


Elo identifica dois ou mais eleitores com dados muito semelhantes) ou cancelada em decorrência
de perda de direitos políticos ou por decisão de autoridade judiciária.

13. Considera-se revisão de dados quando o eleitor necessita alterar local de votação no mesmo
município, ainda que haja mudança de zona eleitoral, retificar dados pessoais ou regularizar situação
de inscrição cancelada por falecimento, duplicidade/pluralidade, por ter deixado de votar em três
eleições consecutivas e, ainda, revisão de eleitorado. Na revisão, o título eleitoral será expedido
automaticamente e a data de domicílio do eleitor não será alterada.

14. Prevê o art. 39, § 1º, que “a revisão poderá ser processada independentemente da existência de
pendência relativa às obrigações referidas no inciso IV do art. 38 desta Resolução, hipótese na qual
não inativará o comando ASE respectivo”. Basicamente esse novo dispositivo permite que o eleitor
faça a revisão de sua inscrição eleitoral sem que pague as multas devidas por ausência às urnas ou
por desatendimento a convocações da Justiça Eleitoral. Todavia, permanecerão anotados os débitos,
os quais ensejarão a falta de quitação eleitoral do eleitor.

15. A revisão da inscrição que envolva dados não vinculados ao exercício do voto ou não relevantes
para fins de batimento (cruzamento de dados) poderá ser feita mesmo após o prazo final (151 dias
antes das eleições). Nesse caso será comandado o código (ASE) respectivo: a) de ofício, à vista de
documento comprobatório; b) por compartilhamento de dados, autorizado pela Presidência do
Tribunal Superior Eleitoral; c) a pedido do eleitor ou da eleitora.

16. Segunda via: ocorre quando o eleitor procura a zona eleitoral em que já se encontra inscrito com
situação regular ou suspensa, apenas para solicitar a segunda via do seu título eleitoral, sem
nenhuma alteração. Assim como na revisão, o título eleitoral será expedido automaticamente e a
data de domicílio do eleitor não será alterada. Pode o eleitor optar pela emissão da via digital do
Título de Eleitor por meio do aplicativo “e-título” da Justiça Eleitoral ou pela impressão do
documento por meio do site do Tribunal (TRE ou TSE).

17. O Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) nada mais é do que o instrumento pelo qual as
informações do eleitor são inseridas no cadastro eleitoral administrado pelo Tribunal Superior
Eleitoral (denominado “Sistema ELO”). No passado, durante o atendimento ao eleitor, o servidor
preenchia manualmente esse requerimento e o mantinha em arquivo próprio. Atualmente, as
informações são inseridas diretamente no Sistema ELO e processadas eletronicamente.

18. Os dados biográficos e biométricos dos eleitores que compõem o cadastro eleitoral poderão ser
atualizados, mediante inclusão ou alteração, com informações oriundas de bancos de dados geridos
por órgãos públicos, inclusive da Identificação Civil Nacional. Para preenchimento do RAE, devem
ser observados os procedimentos especificados na Resolução TSE 23.659/2021 e nas orientações
pertinentes. Entretanto, as regras de atualização dos dados deverão ser aprovadas pela Presidência
do TSE.

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19. A Resolução TSE nº 23.659/2021, em seu art. 24, dispõe que a situação da inscrição eleitoral
define sua disponibilidade para o exercício do voto e para a realização das operações do Cadastro
Eleitoral, e será uma das seguintes:

I - regular, quando a inscrição não estiver envolvida em duplicidade ou pluralidade e estiver


disponível para o exercício do voto e habilitada para a transferência, a revisão e a segunda via;

II - suspensa, quando, em razão de conscrição ou de suspensão de direitos políticos, a inscrição


estiver temporariamente indisponível para o exercício do voto, mas habilitada para a
transferência, a revisão e a segunda via;

III - cancelada, quando a pessoa houver incorrido em uma das causas de cancelamento previstas
na legislação eleitoral, ficando a inscrição indisponível para o exercício do voto e somente
habilitada para a transferência ou a revisão nos casos previstos nesta Resolução;

IV - coincidente, quando estiver agrupada em decorrência de semelhança de dados biométricos


ou biográficos identificada em batimento, e até a decisão da autoridade judiciária, não puder ser
objeto de transferência e revisão, figurando como:
a) não liberada, se a inscrição coincidente não estiver disponível para o exercício do voto; e
b) liberada, se a inscrição coincidente estiver disponível para o exercício do voto;

V - incoincidente, quando estiver agrupada em decorrência de batimento, em razão de dados


biométricos coletados na operação não coincidirem com os já existentes no cadastro e, até decisão
da autoridade judiciária, não puder ser objeto de transferência e revisão e figurar, necessariamente,
como não liberada; e

VI - inexistente, quando a inserção da inscrição no Cadastro Eleitoral for inviabilizada em


decorrência de decisão de autoridade judiciária ou de atualização automática pelo sistema após o
batimento, ficando indisponível para todos os fins.

20. Nos termos do art. 42 da Resolução nº 23.659/2021, os campos do formulário RAE serão
detalhados em ato da Corregedoria-Geral Eleitoral e serão orientados à concretização do princípio
da dignidade da pessoa humana, do direito à autodeclaração e das finalidades de adequada
identificação da pessoa eleitora e de coleta de informações necessárias para o aperfeiçoamento e a
especialização dos serviços eleitorais, devendo ser previstos, necessariamente:

I - nome civil;

II - nome social, para uso exclusivo por pessoa transgênera que não fez retificação do registro
civil;

III - gênero, com as opções "masculino" e "feminino";

IV - identidade de gênero, com as opções mínimas "cisgênero", "transgênero" e "prefere não


informar";

V - raça, em correspondência ao quesito cor ou raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE);

VI - possibilidade de identificação da pessoa como "indígena" e "quilombola ou integrante de


comunidade remanescente", bem como de indicação da etnia ou comunidade quilombola a que
pertence e, ainda, a língua que pratica, de forma exclusiva ou concomitante com o português;

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VII - filiação, contendo quatro campos para identificação de genitores, sendo dois
identificados como "mãe" e dois como "pai", de modo a que possam ser incluídas pessoas do mesmo
gênero e acolhida a realidade das famílias mono ou pluriparentais;

VIII - data de nascimento, com possibilidade de indicação, pela pessoa requerente, de que possui
ou não irmã gêmea ou irmão gêmeo;

IX - possibilidade de identificar, com o detalhamento adequado, tratar-se de pessoa com deficiência


ou outra condição que, por dificultar ou impedir o exercício do voto, deva ser considerada nas
políticas de governança eleitoral para promover a ampliação do exercício da cidadania;

X - domicílio eleitoral, para identificação de município ou do Distrito Federal como localidade onde
a pessoa, comprovado um dos vínculos a que se refere o art. 23 desta Resolução, exercerá o
direito ao voto;

XI - endereço de residência ou de contato, que não necessariamente corresponderá ao do domicílio


eleitoral, podendo o preenchimento do campo ser dispensado em caso de informação de tratar-se
de pessoa em situação de rua ou sem moradia fixa;

XII - Grau de instrução, que deve permitir identificar pessoa analfabeta, para a qual são facultativos
o alistamento eleitoral e o voto;

XIII - Documento de identificação e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);

XIV - Nacionalidade;

XV - Naturalidade;

XVI - Estado Civil;

XVII - Ocupação;

XVIII - Telefone;

XIX - E-mail; e

XX - Zona Eleitoral, local de votação e seção eleitoral.

21. A pessoa indígena ficará dispensada da comprovação do domicílio eleitoral quando o


atendimento prestado pela Justiça Eleitoral ocorrer dentro dos limites das terras em que habita
ou quando for notória a vinculação de sua comunidade a esse território.

22. Com o advento da Resolução nº 23.659/2021, o RAE pode ser preenchido de duas formas:

I - diretamente por atendente da Justiça Eleitoral, no momento do atendimento à pessoa; ou

II - em caráter prévio, pela própria pessoa, mediante utilização de serviço disponibilizado no sítio
do Tribunal Superior Eleitoral na internet para essa finalidade ("Título Net" ou sistema que venha
a substituí-lo).

23. Nos termos do art. 45, §2º, tratando-se de pessoa cujos dados biométricos já constem do banco
de dados da Justiça Eleitoral, e estando disponível funcionalidade que permita a inequívoca
identificação da pessoa requerente, a operação poderá ser concluída remotamente, por intermédio
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de aplicativo desenvolvido pela Justiça Eleitoral ou pela utilização de serviço disponibilizado no sítio
do Tribunal Superior Eleitoral.

24. Cabe ao juízo da zona eleitoral para o qual foi requerida as operações de alistamento,
transferência, revisão ou segunda via apreciar o respectivo RAE. Cabe-lhe, ainda, na apreciação da
prova do domicílio eleitoral, conferir primazia à escolha da pessoa eleitora, salvo se dos documentos
apresentados não se puder concluir pela existência de vínculo com a localidade escolhida.

25. Havendo dúvida quanto à identidade da pessoa, do vínculo invocado para a fixação do domicílio
ou de outro requisito indispensável para o deferimento do pedido, o juízo poderá determinar a
adoção de diligências ou notificar a pessoa requerente para que compareça ao cartório eleitoral.

26. No cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o atendente da Justiça Eleitoral preencherá o


RAE ou digitará as informações no sistema de acordo com os dados constantes do documento
apresentado pelo eleitor, complementados com suas informações pessoais, de conformidade com
as exigências do processamento de dados, das instruções prevista na Resolução 23.659/2021 e das
orientações específicas. Da mesma forma, deve proceder o eleitor caso opte pelo atendimento via
internet.

27. Sendo o atendimento presencial, a pessoa que o estiver realizando formulará perguntas
objetivas relacionadas aos campos do RAE e se disponibilizará a prestar esclarecimentos, utilizando-
se de linguagem não discriminatória e que torne acessível à pessoa que está sendo atendida o
significado e a finalidade das informações solicitadas.

28. No momento da formalização do pedido, o requerente manifestará sua preferência sobre local
de votação, entre os estabelecidos para a zona eleitoral, cuja relação deverá ser colocada à
disposição, na internet, no cartório ou posto de alistamento, com os respectivos endereços. Na
definição da seção eleitoral, será assegurada a acessibilidade a pessoas com deficiência.

29. A pessoa brasileira nata ou naturalizada, residente no exterior, que tenha requerido
alistamento ou transferência para zona eleitoral do exterior até 151 dias antes do pleito, poderá
votar nas eleições para presidente e vice-presidente da República.

30. A atribuição do número de inscrição à pessoa alistanda será feita de forma automática pelo
sistema. O número de inscrição será composto por até 12 algarismos, assim discriminados: a) os
oito primeiros algarismos serão sequenciados, desprezando-se, na emissão, os zeros à esquerda;
b) os dois algarismos seguintes serão representativos da unidade da Federação de origem da
inscrição; c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, determinados com base
no módulo 113, sendo o primeiro calculado sobre o número sequencial e o último sobre o código
da unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador.

3
“Módulo 11” é uma meio de autenticação usado para aferir a validade e a autenticidade de um valor
numérico, de modo a se evitarem fraudes ou erros de transmissão ou de digitação.

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31. O título será emitido no momento do atendimento e entregue, no cartório ou no posto de


alistamento, pessoalmente ao eleitor, vedada a interferência de pessoas estranhas à Justiça
Eleitoral. Nem mesmo por procuração pública o título pode ser entregue a terceiros, pois se trata de
ato personalíssimo. O eleitor pode dispensar o recebimento do documento em papel, haja vista a
existência da forma digital do Título de Eleitor.

32. Nas hipóteses de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data da emissão do título
será a do requerimento da última operação eleitoral efetivada. O título eleitoral impresso ou digital
comprova o alistamento e a existência de inscrição regular ou suspensa na data de sua emissão,
mas não faz prova da quitação eleitoral ou da regularidade de obrigações eleitorais específicas.

33. No período de suspensão do alistamento, ou seja, dentro dos cento e cinquenta dias anteriores
à data da eleição, não serão recebidos requerimentos de alistamento, transferência ou revisão. Esse
período findará logo que estejam concluídos os trabalhos de apuração das eleições em âmbito
nacional.

34. Para o alistamento, a pessoa requerente apresentará um ou mais dos seguintes documentos de
identificação:

I - carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal,
controladores do exercício profissional;

II - certidão de nascimento ou de casamento expedida no Brasil ou registrada em repartição


diplomática brasileira e transladada para o registro civil, conforme a legislação própria;

III - documento público do qual se infira ter a pessoa requerente a idade mínima de 15 anos,
e do qual constem os demais elementos necessários à sua qualificação;

IV - documento congênere ao registro civil, expedido pela Fundação Nacional do Índio


(FUNAI) –

V - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou adquirida, da


pessoa requerente.

VI - publicação oficial da Portaria do Ministro da Justiça e o documento de identidade de


que tratam os arts. 22 do Decreto nº 3.927, de 2001, e 5º da Lei nº 7.116, de 1983, para as
pessoas portuguesas que tenham obtido o gozo dos direitos políticos no Brasil.

35. Em respeito à diversidade e também à dignidade da pessoa humana, o TSE, em 2018, alterou a
Resolução nº 21.538/2003 e passou a permitir a eleitores travestis ou transexuais a inclusão do
nome social no título de eleitor e a alteração da identidade de gênero no Cadastro Eleitoral. Para
isso, esses eleitores devem requerer a operação de alistamento, revisão ou transferência, conforme
a necessidade. Em 2021, a Resolução nº 23.659/2021 reafirmou essa linha defesa da dignidade da
pessoa humana.

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36. O nome social se refere à a designação pela qual a pessoa transgênera se identifica e é
socialmente reconhecida. A identidade de gênero se refere à atitude individual que diz respeito à
forma como cada pessoa se percebe e se relaciona com as representações sociais de masculinidade
e feminilidade e como isso se traduz em sua prática social, sem guardar necessária relação com o
sexo biológico atribuído no nascimento.

37. O nome social é incluído no título de eleitor, nas versões impressa ou digital, desde que
registrado no Cadastro Eleitoral, mantidos os dados do registro civil. Atenção! Não se trata de
apelido! Aliás, é vedada inclusão de alcunhas ou apelidos no campo do RAE relativo ao nome
social. Basta a manifestação do eleitor interessado no sentido de inclusão do nome social em seus
assentamentos, sendo dispensado o registro prévio em outros órgãos.

38. É direito fundamental da pessoa transgênera, preservados os dados do registro civil, fazer
constar do Cadastro Eleitoral seu nome social e sua identidade de gênero.

39. A Justiça Eleitoral empreenderá meios destinados a assegurar o alistamento e o exercício dos
direitos políticos por pessoas com deficiência. A norma inclui ainda como alvo desses meios as
pessoas que se encontram em prisão provisória e os adolescentes sob custódia em unidade de
internação.

40. É direito fundamental da pessoa indígena ter considerados, na prestação de serviços eleitorais,
sua organização social, seus costumes e suas línguas, crenças e tradições, sem prejuízo de aplicação
das normas constitucionais, legais e regulamentares que impõem obrigações eleitorais e delimitam
o exercício dos direitos políticos.

41. As disposições da Resolução relativas a pessoas indígenas são aplicáveis, no que for compatível,
a quilombolas e integrantes de comunidades remanescentes.

42. No tratamento de dados das pessoas indígenas, não serão feitas distinções entre "integradas"
e "não integradas", "aldeadas" e "não aldeadas", ou qualquer outra que não seja autoatribuída
pelos próprios grupos étnico-raciais. Ademais, não se exigirá a fluência na língua portuguesa para
fins de alistamento, assegurando-se a cidadãos e cidadãs indígenas, o uso de suas línguas maternas
e processos próprios de aprendizagem.

43. É direito fundamental da pessoa com deficiência, inclusive a que for declarada relativamente
incapaz para a prática de atos da vida civil, estiver excepcionalmente sob curatela ou tiver optado
pela tomada de decisão apoiada, a implementação de medidas destinadas a promover seu
alistamento e o exercício de seus direitos políticos em igualdade de condições com as demais
pessoas. Essa implementação de medidas realizada de forma gradativa, a partir de estudos e
projetos conduzidos pela Justiça Eleitoral, que poderão decorrer de convênios com entidades
especializadas ou outras formas de colaboração da sociedade civil.

44. Lembre-se de que não existe mais no ordenamento jurídico pátrio o instituto da incapacidade
civil absoluta.

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45. A Justiça Eleitoral empreenderá esforços para garantir a acessibilidade nos cartórios eleitorais
e postos de atendimento, ainda que por meio de acordo ou convênio com o Município ou Estado.

46. Não estará sujeita às sanções legais decorrentes da ausência de alistamento e do não exercício
do voto a pessoa com deficiência para quem seja impossível ou demasiadamente oneroso o
cumprimento daquelas obrigações eleitorais.

47. A Resolução TSE nº 23.659/21, em seu art. 33, dispõe que o incorrerá em multa a ser imposta
pelo juízo eleitoral e cobrada no ato do alistamento a pessoa brasileira:

I - nata, nascida em território nacional, que não se alistar até os 19 anos;

II - nata, nascida em território nacional ou nascida no exterior, filha de brasileiro ou brasileira


registrada em repartição diplomática brasileira, que não se alistar até os 19 anos; e

III - naturalizada, maior de 18 anos, que não se alistar até um ano depois de adquirida a
nacionalidade brasileira.

48. Não se aplicará a pena à pessoa que se alfabetizar após a idade de 18 anos e nem à pessoa que
declarar, sob as penas da lei, seu estado de pobreza perante qualquer juízo eleitoral.

49. Nos termos do art. 38 da Resolução TSE nº 23.659/21, a transferência do eleitor só será admitida
se satisfeitas as seguintes exigências:

I – apresentação do requerimento perante a unidade de atendimento da Justiça Eleitoral


do novo domicílio no prazo estabelecido pela legislação vigente– é sabido que nos 150 dias
anteriores às eleições o cadastro eleitoral permanece fechado para a realização de operações de
transferência, revisões e alistamento. Sendo assim, o prazo máximo para a realização de
transferência de domicílio eleitoral, em ano de eleições, é o 151º dia anterior à data do pleito.
Por sua vez, em anos que não ocorrerem eleições as transferências podem ser realizadas a qualquer
momento.

II – transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da última transferência – se o


eleitor realizou o seu alistamento em 10/04/2021, por exemplo, apenas poderá solicitar
transferência de domicílio eleitoral em 10/04/2022. O mesmo ocorre se tiver realizado uma
transferência de domicílio eleitoral, pois, uma nova operação desse tipo, deve aguardar também o
transcurso do prazo de, no mínimo, um ano. Essa é a regra geral!

III – tempo mínimo de três meses de vínculo com o município, dentre aqueles aptos a
configurar o domicílio eleitoral, nos termos do art. 23 desta Resolução, pelo tempo
mínimo de três meses, declarado, sob as penas da lei, pela própria pessoa – para que o
eleitor possa realizar a sua transferência de domicílio eleitoral, torna-se imprescindível comprovar
o vínculo há pelo menos três meses na cidade de destino.

IV – regular cumprimento das obrigações de comparecimento às urnas e de atendimento


a convocações para auxiliar nos trabalhos eleitorais.– para que o eleitor possa concretizar a
transferência de domicílio eleitoral, não pode haver pendências relativas a ausência às urnas ou
aos trabalhos como mesário.

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50. O art. 38, § 1º, da Resolução TSE nº 23.659/21, dispõe que esse prazo mínimo de um ano não se
aplica à transferência de título eleitoral de servidora ou servidor público civil e militar, ou de
membro de sua família, por motivo de remoção, transferência ou posse. Também não é aplicável
esse prazo a indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, trabalhadoras e trabalhadores rurais
safristas e pessoas que tenham sido forçadas, em razão de tragédia ambiental, a mudar sua
residência.

51. Perceba que a prova do prazo de vínculo se dá apenas com a declaração da própria pessoa, sob
as penas da lei. Essa declaração é presumivelmente verdadeira. Todavia, o vínculo em si (residencial,
afetivo, familiar, profissional, comunitário, etc.) deve ser comprovado pela pessoa eleitora (art. 23).
É muito importante diferenciar isso. Em suma: o vínculo é comprovado, o prazo de vínculo é
declarado pela pessoa.

52. Essa exigência de residência mínima de três meses também não se aplica à transferência de
título eleitoral de servidora ou servidor público civil e militar, ou de membro de sua família, por
motivo de remoção, transferência ou posse, bem assim à transferência de inscrição eleitoral de
indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, trabalhadoras e trabalhadores rurais safristas e
pessoas que tenham sido forçadas, em razão de tragédia ambiental, a mudar sua residência.

53. Em face das decisões que deferem ou indeferem os requerimentos de alistamento ou de


transferência podem os legitimados interpor recurso. Nos termos do art. 54 da Resolução nº
23.2021, será disponibilizada aos partidos políticos, em sistema específico, e ao Ministério Público
Eleitoral, mediante ofício, nos dias 1º e 15 de cada mês ou no primeiro dia útil que lhes seguir,
listagem contendo as inscrições eleitorais paras as quais houve requerimento de alistamento ou
transferência deferido ou indeferido.

54. A intimação do cidadão ou da cidadã da decisão de indeferimento do seu alistamento ou da sua


transferência eleitoral será pessoal, realizada preferencialmente por meio eletrônico. Em se
tratando de pessoa indígena ou quilombola sem número pessoal de telefone celular informado, a
intimação deverá ser feita por meio de carta com aviso de recebimento ou por oficial de justiça.

55. Qualquer partido político e o Ministério Público Eleitoral poderão interpor recurso contra o
deferimento do alistamento ou da transferência, no prazo de 10 dias, contados da disponibilização
da listagem acima mencionada. Caso a decisão seja de indeferimento do alistamento ou da
transferência, o prazo para interposição de recurso é de 5 dias para:

a) o eleitor ou a eleitora, contando-se o prazo respectivo a partir da data em que for realizada a
notificação;

b) o Ministério Público Eleitoral, fluindo o prazo respectivo da disponibilização da listagem.

Recurso contra o deferimento do


10 dias
requerimento de alistamento ou transferência

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Recurso contra o indeferimento de


05 dias
requerimento de alistamento ou transferência

56. A pessoa alistanda ou eleitora menor de 18 anos tem capacidade para estar em juízo, como
recorrente ou recorrida, nos feitos que versem sobre sua inscrição eleitoral, sendo-lhe facultada a
assistência por seu/sua representante legal.

57. A Resolução TSE nº 23.659/21, em seu art. 75, dispõe que os partidos políticos, assim por seus
delegados e suas delegadas, poderão:

I – acompanhar os requerimentos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e


quaisquer outros, bem como a emissão e entrega de via física de títulos eleitorais,
previstos nesta Resolução;

II – requerer cancelamento de inscrição eleitoral com fundamento em inobservância de


requisito legal, observado o procedimento previsto nos arts. 63 a 65 desta Resolução
[procedimento relativo à apuração de irregularidades nas operações do cadastro eleitoral];

III – examinar, mediante assinatura de termo de confidencialidade dos dados pessoais


a que tenha acesso, sem perturbação dos serviços e na presença de servidor ou servidora,
os documentos relativos às operações de alistamento, transferência, revisão, segunda
via e revisão de eleitorado, deles podendo requerer cópia, de forma fundamentada à
autoridade judiciária, sem ônus para a Justiça Eleitoral.

58. Nos termos da Resolução TSE nº 23.659/21, os partidos políticos poderão manter até quatro
delegados ou delegadas perante o Tribunal Regional Eleitoral e até três delegados ou delegadas em
cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simultânea de mais de um(a)
de cada partido. Havendo a solicitação de permanência de delegados ou delegadas de mais de três
partidos em um cartório eleitoral, o juízo eleitoral poderá instituir escala de revezamento, a fim de
não prejudicar os trabalhos cartorários.

59. As informações constantes do cadastro eleitoral serão acessíveis às instituições públicas e


privadas e às pessoas físicas. Contudo o tratamento das informações pessoais deverá resguardar a
preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem do cidadão, restringindo-se o
acesso a seu conteúdo.

60. A Resolução TSE 23.659/21, em seu art. 27, dispõe que será admitido o restabelecimento de
inscrição cancelada equivocadamente em virtude de lançamento incorreto dos códigos ASE relativos
a falecimento, determinação de autoridade judiciária e revisão de eleitorado.

61. Para registro de informações no histórico de inscrição no Cadastro Eleitoral, serão utilizados
códigos de Atualização da Situação do Eleitor (ASE), reunidos em tabela que constará de Provimento
da Corregedoria-Geral Eleitoral, que detalhará as instruções para sua adequada utilização. Os
códigos ASE deverão possibilitar o registro claro e inequívoco de informações relativas a eventos
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que impactem o exercício de direitos políticos e civis. As atualizações dos referidos registros são
efetivadas diretamente no sistema de gestão do Cadastro Eleitoral, o famoso sistema ELO.

62. O batimento nada mais é do que o cruzamento das informações constantes do cadastro eleitoral
e tem como objetivo expurgar possíveis duplicidades, pluralidades ou incoincidências de inscrições
eleitorais e identificar situações que exijam averiguação, sendo realizado pelo Tribunal Superior
Eleitoral, em âmbito nacional. Nos termos do art. 77 da Resolução nº 23.659/2021, o batimento
consiste em procedimento que compara dados mantidos nos cadastros do Tribunal Superior
Eleitoral, com a finalidade de aferir se cada pessoa mantém apenas uma única inscrição eleitoral.

63. O Tribunal Superior Eleitoral realizará batimentos de dados biográficos e biométricos, em âmbito
nacional, com o objetivo de identificar situações que exijam averiguação e expurgar inconformidades
e outras irregularidades de inscrições eleitorais.

64. O dados biográficos se referem ao dados pessoais, como nome, data de nascimento e filiação.
Os dados biométricos se referem às características fisiológicas individuais, como as impressões
digitais e a fotografia.

65. São três as situações de inconformidade que demandam averiguação, cuja definição está contida
na Resolução acima citada:

a) duplicidade: quando houver indício de que uma única pessoa possui duas inscrições
eleitorais, em decorrência de uma inscrição indevida, seja por equívoco no atendimento ou pela
tentativa maliciosa de obtenção de uma segunda inscrição eleitoral;

b) pluralidade: quando houver indício que uma única pessoa possui três ou mais inscrições
eleitorais, em decorrência de inscrições indevidas, seja por equívoco no atendimento ou pela
tentativa maliciosa de obtenção de múltiplas inscrições eleitorais; e

c) incoincidências: quando, na realização de transferência ou revisão eleitoral, forem


coletados dados biométricos que não coincidam com os já constantes do cadastro para a
inscrição eleitoral transferida ou revisada, indicando um possível equívoco de atendimento ou
a utilização indevida de dados da pessoa por outrem.

66. Identificada situação em que a mesma pessoa possua duas ou mais inscrições eleitorais liberadas
ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento de dados biográficos, o cancelamento recairá,
preferencialmente, na seguinte ordem: I – na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às
instruções em vigor; II – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor ou da
eleitora; III – na inscrição que não foi utilizada para o exercício do voto pela última vez; V – na mais
antiga.

67. Não sendo possível identificar a titularidade das inscrições ou afastar a incoincidência verificada
no batimento de dados biométricos de modo a determinar com exatidão qual inscrição deve ser
mantida, serão canceladas todas as inscrições, lançando-se o código ASE respectivo.

68. A Resolução TSE nº 23.659/21, a partir de seu art. 92, dispõe sobre a competência para decidir
sobre as duplicidades e pluralidades de inscrições identificadas pelo batimento biográfico,

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agrupadas ou não pelo batimento, inclusive quando relacionadas a pessoas que estão com seus
direitos políticos suspensos, caberá:

No caso de DUPLICIDADES (duas inscrições com dados muito semelhantes)

I – ao juízo da zona eleitoral a que estiver vinculada a inscrição mais recente;

II – ao juízo da zona da inscrição “não liberada”, mesmo que seja a mais antiga, nos casos envolvendo
gêmeos ou homônimos comprovados, com inscrição “não liberada” no grupo;
III – ao Corregedor Regional, nos casos envolvendo inscrição e registro de suspensão na Base de Perda
e Suspensão dos Direitos Políticos;

IV – ao Corregedor-Geral, nos casos envolvendo pessoa que perdeu seus direitos políticos.

No caso de PLURALIDADES (três ou mais inscrições com dados muito


semelhantes)

I – ao juiz da zona eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em uma mesma zona;

II – ao Corregedor Regional, quando envolver inscrições efetuadas entre zonas eleitorais de um mesmo
Estado ou do Distrito Federal e nas pluralidades decorrentes do agrupamento de uma ou mais
inscrições, requeridas na mesma circunscrição, com um ou mais registros de suspensão na Base de
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos;
III – ao Corregedor-Geral, quando envolver inscrições efetuadas em zonas eleitorais de Estados diversos
e nas pluralidades decorrentes do agrupamento de uma ou mais inscrições, requeridas em
circunscrições distintas, com um ou mais registros de suspensão na Base de Perda e Suspensão dos
Direitos Políticos.

69. O art. 93 da Resolução 23.659/21 estabelece a competência das decisões administrativas das
inconformidades biométricas. A lógica é a mesma daquela vista acima. Assim caberá:

I - no tocante às duplicidades: ao juízo da zona eleitoral a que estiver vinculada a inscrição mais
recente.

II - no tocante às pluralidades:
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a) ao juízo da zona eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em uma mesma zona
eleitoral;

b) à corregedoria regional eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas entre zonas eleitorais
de um mesmo Estado ou do Distrito Federal;

c) à Corregedoria-Geral Eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em zonas eleitorais de


Estados diversos.

70. Deve ficar claro que o juiz eleitoral só poderá determinar a regularização, o cancelamento ou a
suspensão de inscrição que pertença à sua jurisdição. Diante disso, caso seja competente para
decidir uma duplicidade de inscrições eleitorais em virtude de a inscrição mais recente ter sido
requerida na zona eleitoral sob a sua jurisdição, e, na prática, constatar que a inscrição que deve ser
cancelada é a que está vinculada a outra zona eleitoral, deverá proferir a decisão e comunicar ao juiz
eleitoral competente, para conhecimento e cumprimento.

71. A competência para decidir a respeito das duplicidades e pluralidades, na esfera penal, será
sempre do juiz eleitoral da zona onde foi efetuada a inscrição mais recente. Nesse caso, ainda que
na relação de duplicidade exista uma inscrição atribuída a gêmeo como a mais antiga (que a
definirá como liberada), a competência penal permanece com o juiz eleitoral da inscrição mais
recente.

72. Decidida a duplicidade ou pluralidade e tomadas as providências de praxe na seara


administrativa (cancelamento das inscrições irregulares, por exemplo), se duas ou mais inscrições
em cada grupo forem atribuídas a um mesmo eleitor, excetuados os casos de evidente falha dos
serviços eleitorais, os autos deverão ser remetidos ao Ministério Público Eleitoral. Manifestando-se
o Ministério Público pela existência de indício de ilícito penal eleitoral a ser apurado, o processo
deverá ser remetido, pela autoridade judiciária competente, à Polícia Federal para instauração de
inquérito policial e a respectiva investigação. A Polícia Civil também pode atuar subsidiariamente na
investigação, caso a Zona Eleitoral não seja atendida por representação da Polícia Federal.

73. Nas palavras de José Jairo Gomes, os direitos políticos se referem às prerrogativas e os deveres
inerentes à cidadania. Englobam o direito de participar direta ou indiretamente do governo, da
organização e do funcionamento do Estado.

74. Nos termos do art. 11 da Resolução nº 23.659/2021, os direitos políticos são adquiridos mediante
o alistamento eleitoral, que é assegurado:

I - a todas as pessoas brasileiras que tenham atingido a idade mínima constitucionalmente prevista,
salvo os que, pertencendo à classe dos conscritos, estejam no período de serviço militar obrigatório
e dele não tenham se desincumbido; e

II - às pessoas portuguesas que tenham adquirido o gozo dos direitos políticos no Brasil, observada
a legislação específica.

75. Com a edição da Resolução 23.659/21, a suspensão dos direitos políticos não impede o
alistamento eleitoral ou qualquer outra operação no cadastro eleitoral (revisão, segunda via ou
transferência), mas se impôs a necessidade de registro da suspensão logo após o atendimento nos
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assentamentos da pessoa eleitora atendida. Por outro lado, se ocorrer a perda de direitos políticos,
decorrente da perda da nacionalidade brasileira, fica impedido o alistamento eleitoral e todas as
demais operações no cadastro, possibilitando, conforme o caso, o cancelamento da inscrição
eleitoral já existente.

76. A aquisição do gozo de direitos políticos por pessoa brasileira em Portugal não acarreta a
suspensão de direitos políticos ou o cancelamento da inscrição eleitoral e não impede o
alistamento eleitoral ou as demais operações do Cadastro Eleitoral. Será cancelada a inscrição
eleitoral quando declarado extinto o gozo dos direitos políticos por pessoa portuguesa no Brasil.

77. Tomando conhecimento de fato ensejador de suspensão de direitos políticos ou de


impedimento ao exercício do voto, a zona eleitoral competente providenciará o imediato registro
da situação no Cadastro Eleitoral. Não se tratando de eleitor de sua zona eleitoral, o juízo comunicará
o fato diretamente àquela na qual for inscrito o titular.

78. Quando se tratar de pessoa não inscrita perante a Justiça Eleitoral, o registro será feito
diretamente na base de perda e suspensão de direitos políticos pela Corregedoria Regional Eleitoral
que primeiro tomar conhecimento do fato. Constatada a ocorrência de hipótese ensejadora de
perda de direitos políticos, a Corregedoria-Geral Eleitoral providenciará a imediata atualização da
situação das inscrições no Cadastro Eleitoral e na base de perda e suspensão de direitos políticos.

79. A regularização de situação eleitoral de pessoa com restrição de direitos políticos somente será
possível mediante comprovação de haver cessado o impedimento. O interessado deverá preencher
requerimento e instruir o pedido com declaração de situação de direitos políticos e documentação

80. A correição do eleitorado é uma ferramenta usada pela Justiça Eleitoral para corrigir eventuais
distorções no quantitativo de eleitores, segundo critérios objetivos previamente delineados. Após a
correição, confirmada a irregularidade, é determinada a revisão do eleitorado. A correição de
eleitorado poderá ser determinada, observada a conveniência e a disponibilidade de recursos:

I - pela Corregedoria-Geral Eleitoral, quando:

a) o total de transferências ocorridas no ano em curso seja 10% superior ao do ano anterior;

b) o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e quinze anos, somada à de idade
superior a setenta anos do território daquele município; e

c) o eleitorado for superior a 65% e menor ou igual a 80% da população projetada para
aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

II - pela corregedoria regional, quando houver indícios consistentes ou denúncia fundamentada


de fraude ou outras irregularidades no alistamento em zona ou município.

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81. A revisão de eleitorado acontece quando a Justiça Eleitoral decide convocar todos os eleitores
inscritos em uma zona eleitoral – ou apenas um ou alguns municípios integrantes dessa zona – para
que compareçam pessoalmente perante os Cartórios Eleitorais ou Postos de Revisão, a fim de que
se submetam ao recadastramento de suas respectivas inscrições eleitorais, com a atualização de
dados referentes ao domicílio eleitoral.

82. Se na correição do eleitorado for comprovada a fraude em proporção que comprometa a


higidez do Cadastro Eleitoral, o tribunal regional eleitoral, comunicando a decisão ao Tribunal
Superior Eleitoral, ordenará a revisão do eleitorado, obedecidas as instruções contidas na Resolução
nº 23.659/2021 e as recomendações que subsidiariamente baixar.

83. Não será realizada revisão de eleitorado:

I - em ano eleitoral, salvo se iniciado o procedimento revisional no ano anterior ou se, verificada
situação excepcional, o Tribunal Superior Eleitoral autorizar que a ele se dê início; e

II - que abranja apenas parcialmente o território do município, ainda que seja este dividido em mais
de uma zona eleitoral.

84. A revisão do eleitorado deverá ser sempre presidida pelo juiz eleitoral da zona submetida à
revisão, e será quem dará início aos procedimentos revisionais no prazo máximo de 30 dias,
contados da aprovação da revisão pelo Tribunal competente. Por sua vez, o Tribunal Regional
Eleitoral, por intermédio da Corregedoria Regional, inspecionará os serviços de revisão.

85. A revisão deverá ser precedida de ampla divulgação, destinada a orientar o eleitor quanto aos
locais e horários em que deverá se apresentar, e processada em período estipulado pelo Tribunal
Regional Eleitoral, não inferior a 30 dias (Lei nº 7.444/1985, art. 3º, § 1º).

86. Recebida a listagem geral, que engloba todas as seções eleitorais referentes à zona ou município
objeto da revisão, o juízo eleitoral deverá fazer publicar, com antecedência mínima de cinco dias
do início dos trabalhos de revisão, edital, do qual constará:

I - a convocação dos eleitores e das eleitoras do(s) município(s) ou da(s) zona(s) para,
ressalvadas as hipóteses expressas no próprio edital, comparecer, pessoalmente, à revisão de
eleitorado, a fim de confirmarem seu domicílio, sob pena de cancelamento da sua inscrição
eleitoral, sem prejuízo da apuração de fraude no alistamento ou na transferência, se constatada
irregularidade;

II - a exigência de apresentação de:


a) documento de identidade;
b) comprovante de domicílio, conforme especificado no art. 118 da Resolução 23.659/2021; e
c) se possível, título eleitoral ou documento comprobatório da condição de eleitor;

III - as datas de início e término dos trabalhos revisionais, a área e o período abrangidos e os
dias e locais onde funcionarão postos de revisão; e

IV - as hipóteses de dispensa do comparecimento à revisão de eleitorado.

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87. Uma das finalidades do processo de revisão de eleitorado é garantir a atualização de dados e a
comprovação de que cada eleitor submetido ao processo realmente mantém algum tipo de vínculo
com o município, evitando-se, assim, eventuais fraudes ou distorções nos resultados das eleições. A
prova de identidade só será admitida se feita pelo próprio eleitor ou pela própria eleitora
mediante apresentação de um ou mais dos documentos especificados na Resolução.

88. No momento de submissão à revisão, o eleitor deverá apresentar um dos seguintes documentos:
carteira de identidade; carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do
exercício profissional; certidão de nascimento ou casamento, expedida no Brasil ou registrada em
repartição diplomática brasileira e transladada para o registro civil; documento público do qual se
infira ter a pessoa requerente a idade mínima de 15 anos, e do qual constem os demais elementos
necessários à sua qualificação; documento congênere ao registro civil, expedido pela Fundação
Nacional do Índio (FUNAI); documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou
adquirida, da pessoa requerente; ou, por fim, publicação oficial da Portaria do Ministro da Justiça e
o documento de identidade de que tratam os arts. 22 do Decreto nº 3.927, de 2001, e 5º da Lei nº
7.116, de 1983, para as pessoas portuguesas que tenham obtido o gozo dos direitos políticos no
Brasil.

89. A comprovação de domicílio poderá ser feita mediante um ou mais documentos dos quais se
infira ser o eleitor residente ou ter vínculo afetivo, familiar, profissional, comunitário ou de outra
natureza que justifique a escolha da localidade pela pessoa para nela exercer seus direitos políticos.

90. Após a finalização dos trabalhos de revisão, o juiz eleitoral fará juntar aos autos relatório
sintético, extraído do Sistema ELO, das operações de RAE realizadas e, após ouvir o Ministério
Público Eleitoral, determinará o cancelamento das inscrições relativas a eleitores que não tenham
comparecido à revisão do eleitorado. Essa determinação é feita por meio de sentença.

91. A sentença de cancelamento deverá ser específica para cada município abrangido pela revisão
(caso a revisão tenha sido realizada em mais de um município pertencente à mesma zona eleitoral)
e prolatada no prazo máximo de dez dias contados da data do retorno dos autos do Ministério
Público, podendo o Tribunal Regional Eleitoral fixar prazo inferior.

92. O edital será publicado nos sítios dos tribunais regionais da internet ou em sistema específico,
com prazo mínimo de 15 dias, dele devendo constar que os eleitores e as eleitoras cuja inscrição
tenha sido cancelada ou cuja transferência tenha sido revertida poderão recorrer da decisão,
apresentando provas que justifiquem sua reforma, no prazo de 3 dias a contar da data final do
edital.

93. Transcorrido o prazo recursal de três dias, o juiz eleitoral fará minucioso relatório dos trabalhos
desenvolvidos, que encaminhará, com os autos do processo de revisão, à Corregedoria Regional
Eleitoral.

94. Apreciado o relatório e ouvido o Ministério Público, o corregedor ou a corregedora regional


eleitoral:

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I – indicará providências a serem tomadas, se verificar a ocorrência de vícios


comprometedores à validade ou à eficácia dos trabalhos – nesse caso, os autos serão
devolvidos para o juiz eleitoral a fim de que execute as providências determinadas e, após
concluídas, faça uma nova remessa dos autos para análise.

II – submetê-lo-á ao Tribunal Regional, propondo:

a) a homologação da revisão, se entender pela regularidade dos trabalhos revisionais;


ou

b) a não homologação da revisão, se verificar o não comparecimento de quantitativo


que ultrapasse 20% do total de convocados para o procedimento ou a existência de
circunstâncias peculiares que impeçam o adequado atendimento das demandas de
regularização das inscrições que vierem a ser canceladas.

95. O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 60 dias após a
realização da eleição incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista nos
arts. 7º e 367 do Código Eleitoral, no que couber, e 127 da Resolução 23.659/2021. Para o eleitor
que se encontrar no exterior na data do pleito, será de 30 dias, contados do seu retorno ao país, o
prazo para apresentar a sua justificativa.

96. As pessoas convocadas para os trabalhos eleitorais (mesários) que não comparecerem e não se
justificarem perante o juízo eleitoral no prazo de 30 dias seguintes às eleições incorrerão em multa.
A fixação da multa observará a variação entre o mínimo de 10% e o máximo de 50% do valor
utilizado como base de cálculo (R$ 35,13), podendo ser decuplicada em razão da situação
econômica do eleitor ou eleitora, ficando o valor final sujeito a duplicação em caso de:

a) a mesa receptora deixar de funcionar por sua culpa; ou

b) a pessoa abandonar os trabalhos no decurso da votação sem justa causa, hipótese na qual o
prazo aplicável para a apresentação de justificativa será de 3 dias após a ocorrência.

97. Seja para a hipótese de ausência às urnas, seja para a de desatendimento de convocação para
os trabalhos eleitorais: antes de arbitrada a multa pelo juízo competente, o eleitor ou a eleitora
que pretender obter certidão de quitação ou requerer operação por meio do serviço disponibilizado
no sítio do Tribunal Superior Eleitoral poderá quitá-la pelo pagamento do valor máximo,
correspondente a 10% do valor utilizado como base de cálculo.

98. Por outro lado, a pessoa que declarar, sob as penas da lei, perante qualquer juízo eleitoral, seu
estado de pobreza ficará isento do pagamento da multa.

99. Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três eleições consecutivas,
salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento de multa, ficando
excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa constitucional, não estejam obrigados
ao exercício do voto (analfabetos, por exemplo) ou em razão e deficiência que torne impossível ou
demasiadamente oneroso o exercício do voto (desde que com o código ASE respectivo anotado no
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Direito Eleitoral Exemplificado _______________________________ Aula 03 – Alistamento Eleitoral

cadastro), bem assim em razão de da suspensão de direitos políticos, o exercício do voto esteja
impedido.

100. Decorridos 60 dias da data do batimento que identificar as inscrições sujeitas a cancelamento
por não comparecimento, inexistindo comando de códigos ASE relativos à justificativa da ausência
às urnas, ao pagamento da multa respectiva ou isenção desta, à isenção de sanções a pessoas com
deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações
eleitorais relativas ao alistamento e ao exercício de voto ou, ainda, não for efetivado processamento
da operação de transferência, será automaticamente cancelada a inscrição pelo sistema.

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