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Educação e Letramento Racial - Boletim Ufmg
Educação e Letramento Racial - Boletim Ufmg
NANO DE OURO
Pesquisadores da UFMG acabam de publicar estudo sobre o uso de
medicamento nanoestruturado de ouro no tratamento de câncer de
cabeça e pescoço. O grupo concluiu que o Cetuximabe, associado
a partículas esféricas de ouro de dimensões nanométricas, pode
ser aplicado em concentração 25 vezes inferior à administrada
convencionalmente, com resultados equivalentes ou até melhores.
Página 3
Opinião
A
antropóloga afro-americana France poder e ideologia, e como essas diferenças O racismo é a raça hierarquizada. A
Winddance Twine formulou o con- são usadas na construção de ordem de su- branquitude é sempre um lugar de vanta-
ceito de racial literacy, traduzido perioridade, inferioridade, inclusão, exclusão gem do branco em sociedades estrutura-
pela psicóloga e pesquisadora Lia Vainer dos atores sociais, de acordo com o nosso das pelo racismo, ou seja, todas aquelas
Schucman como “letramento racial”. O le- entendimento, é um primeiro passo para colonizadas pelos europeus, porque a ideia
tramento racial é uma forma de responder uma educação mais humana. de superioridade surge ali e se espalha via
individualmente às tensões raciais. Ao lado Conhecer as histórias e as culturas africa- colonização. Dessa forma, consideram uni-
de respostas coletivas, na forma de cotas na e afro-brasileira não é apenas uma obri- versais as definições vindas da branquitude.
e políticas públicas, ele busca reeducar o gação imposta por força de lei. É importante O que chamamos de história geral, por
indivíduo em uma perspectiva antirracista. para combater a desigualdade, a discrimina- exemplo, deveria ser chamada de história
A ideia subjacente é a de que quase todo ção e para compreender verdadeiramente branco-europeia. Não à toa, o letramento
branco é racista, mesmo que não queira, a história e a cultura brasileiras. Assim, racial crítico obriga-nos a repensar raça
porque o racismo é um dado estrutural de acumulamos forças para a formação de uma como um instrumento de controle social,
nossa formação social. Explica Schucman sociedade justa, igualitária e fraterna, livre de geográfico e econômico de ambos: brancos
que o letramento racial é um conjunto de toda forma de preconceito, discriminação e e negros. Existe, logo, a necessidade de um
práticas, baseado em cinco fundamentos. opressão, independentemente de cultura, letramento racial, para reeducar o indivíduo
O primeiro é o reconhecimento da branqui- religião, raça e etnia, gênero e orientação em uma perspectiva antirracista, baseado em
tude. O indivíduo reconhece que a condição sexual. O racismo é crime no Brasil, previsto fundamentos como o reconhecimento de
de branco lhe confere privilégios. O segundo pela Constituição Federal de 1988, nos privilégios e do racismo como problema so-
é o entendimento de que o racismo é um termos do Artigo 5º, Inciso XLII. “A prática cial atual, não apenas como legado histórico.
problema atual, e não apenas um legado do racismo constitui crime inafiançável e Nesse sentido, a consciência negra se expres-
histórico. Esse legado histórico se legitima imprescritível, sujeito à pena de reclusão, sa com alteridade no campo da cidadania,
e se reproduz todos os dias e, se não for nos termos da lei”, diz o texto. conforme atesta Oswaldo de Camargo, em
vigilante, o indivíduo acabará contribuindo seu fabuloso poema Em maio, publicado no
No contexto brasileiro, pesquisa feita por
para essa legitimação e reprodução. O tercei- livro O estranho, de 1984:
Maria Aparecida S. Bento (Branqueamento e
ro é o entendimento de que as identidades “Já não há mais razão para chamar
branquitude no Brasil, 2011, on-line) mencio-
raciais são aprendidas. Elas são o resultado as lembranças/e mostrá-las ao povo/em
na que muito se fala sobre o negro, mas pou-
de práticas sociais. O quarto é se apropriar maio./Em maio sopram ventos desatados/
co sobre o branco. Segundo a pesquisadora,
de uma gramática e de um vocabulário ra- por mãos de mando, turvam o sentido/do
“evitar focalizar o branco é evitar discutir as
cial. O quinto é a capacidade de interpretar que sonhamos./Em maio uma tal senhora
diferentes dimensões do privilégio. Mesmo
os códigos e práticas “racializadas”. Liberdade se alvoroça/e desce às praças das
em situação de pobreza, o branco tem o
Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a privilégio simbólico da brancura, o que não bocas entreabertas/e começa:/‘Outrora, nas
ler e escrever dentro de um contexto em que é pouca coisa. Assim, tentar diluir o debate senzalas, os senhores...’/Mas a Liberdade
a escrita e a leitura tenham sentido e façam sobre raça analisando apenas a classe social é que desce à praça/nos meados de maio,/
parte da vida dos aprendizes, não apenas uma saída de emergência permanentemente pedindo rumores,/é uma senhora esquálida,
no ambiente escolar, mas também fora dele. utilizada, embora todos os mapas que com- seca, desvalida/e nada sabe de nossa vida./A
A educação antirracista e a teoria racial crí- parem a situação de trabalhadores negros e Liberdade que sei é uma menina sem jeito,/
tica fazem parte do rol das abordagens de brancos, nos últimos vinte anos, explicitem vem montada no ombro dos moleques/ou se
pesquisas críticas cujo escopo consiste em que, entre os explorados, entre os pobres, esconde/no peito, em fogo, dos que jamais
entender a intrínseca relação entre discurso os negros encontram um déficit muito irão/à praça./Na praça estão os fracos, os
e práticas sociais. Isso se aplica, mais espe- maior em todas as dimensões da vida, na velhos, os decadentes/e seu grito: ‘Ó ben-
cificamente, à produção e à reprodução do saúde, na educação, no trabalho. A pobreza dita Liberdade!’/E ela sorri e se orgulha, de
poder, à ideologia, à dominação simbólica tem cor, qualquer brasileiro minimamente verdade,/do muito que tem feito!”
e à construção de estereótipos relacionados informado foi exposto a essa afirmação,
à composição do outro. No processo educa- mas não é conveniente considerá-la. Assim
tivo, reconhecer as múltiplas interpretações o jargão repetitivo é que o problema limita- * Professor da Faculdade JK, no Distrito
preconceituosas sobre a forma como o outro se à classe social. Com certeza esse dado é Federal. Doutor e mestre em Estudos
é construído pelo discurso, nas relações de importante, mas não é só isso”. Literários pela UFMG
Esta página é reservada a manifestações da comunidade universitária, por meio de artigos ou cartas. Para ser publicado, o texto deverá versar sobre
assunto que envolva a Universidade e a comunidade, mas de enfoque não particularizado. Deverá ter de 5.000 a 5.500 caracteres (com espaços) e
indicar o nome completo do autor, telefone ou correio eletrônico de contato. A publicação de réplicas ou tréplicas ficará a critério da redação. São de
responsabilidade exclusiva de seus autores as opiniões expressas nos textos. Na falta destes, o BOLETIM encomenda textos ou reproduz artigos que
possam estimular o debate sobre a universidade e a educação brasileira.
O
ouro é usado, há séculos, com fun-
P
arceria do campus Saúde com o dir ou matando as possíveis
Departamento de Química do ICEx larvas que surgirem. Assim, o
possibilitou a criação de nova tecnolo- processo reduz drasticamente
gia, de baixíssimo custo, capaz de combater a proliferação dos mosqui-
larvas e ovos do mosquito Aedes aegypti tos em locais inóspitos como
mesmo em águas extremamente sujas, como bueiros, bocas de lobo, sifões
a de esgotos, a baixíssimo custo. Trata-se de de pias e ralos. A tecnologia
uma pastilha feita com tijolo de cerâmica também consegue eliminar
tratado quimicamente, que é eficaz em locais larvas e ovos de outros mosqui-
inóspitos, como bueiros e ralos, onde não tos, como o vetor da malária e
há luz ou água limpa. O larvicida, desenvol- febre amarela, e inibe a prolife-
vido por equipe coordenada pelo professor ração de escorpiões e baratas,
Jadson Belchior, reduziu, em mais de 80%, a afastando-os dos locais onde o
população do mosquito transmissor da den- larvicida é depositado.
gue, chikungunya e zika no campus Saúde. Belchior explica que a pas-
O dispositivo foi criado para atender de- tilha foi criada com base em
manda do campus, que tem os bueiros como outra tecnologia também de- Pastilha é liberada de forma lenta e controlada
principal foco de proliferação desses vetores. senvolvida sob sua coordena-
Esse comportamento foge do habitual, uma ção, em parceria com a Vértica Tecnologia e Gestão Ambiental (DGA), em parceria com
vez que o Aedes aegypti costuma depositar Inovação Ltda, e já patenteada pela UFMG. o Laboratório de Inovação e Empreendedo-
ovos em recipientes com água limpa. “Nas “Reestruturamos o projeto que tínhamos de rismo em Controle de Vetores (Lintec). Esse
unidades do campus, os vasinhos de plantas tijolos para água potável e com substância projeto, orientado pelo professor Álvaro
foram reduzidos. O mosquito provavelmente atóxica e fotocatalítica, isto é, ativada pela Eduardo Eiras, do ICB, tem dezenas de arma-
está fora dos prédios e migrando para dentro. radiação solar. Com base nessa experiência, dilhas GAT (Gravid Aedes Trap) distribuídas
Os bueiros acumulam água parada e nutrien- propusemos outro dispositivo de liberação pelo campus Saúde para capturar o inseto.
tes gerados por folhas secas. E é justamente controlada e que não precisa de luz, apenas As armadilhas recebem vistorias semanais
disso que os ovos precisam para virar larvas”, da presença de água para ser ativado”, conta. para coleta dos mosquitos capturados, que
detalha Jadson Belchior. Sachês com cerca de quatro pastilhas são enviados para análise em laboratório,
A pesquisa teve início no começo deste cada foram instalados em 85 bueiros próxi- onde se verifica se estão infectados com
ano, em continuidade a estudos desenvol- mos a lâminas de água ou em contato com dengue, zika ou chikungunya.
vidos em 2018, também em parceria com elas. “Se o nível de água sobe, alcança o “Esses dois projetos se complementam.
o campus Saúde. Essas pastilhas têm como sachê, e o material larvicida começa a atuar. Monitorar milhares de bueiros é complicado,
suporte uma cerâmica impregnada com Não importa a quantidade de água, o ma- e os tijolos ajudam a combater criadores
moléculas nocivas à larva, mas com nível terial libera o princípio ativo da substância em locais que acumulam água de chuva. E
de concentração que não faz mal ao ser nocivo à larva”, explica o professor. Cada conseguimos acompanhar a efetividade dos
humano. sachê tem custo aproximado de R$1. tijolos com a captura dos mosquitos”, enfa-
O material larvicida é liberado de forma tiza o diretor do DGA, Tulio Vono Siqueira.
lenta e controlada depois de entrar em
Monitoramento
contato com a água, por cerca de seis a sete Para garantir a eficácia do novo disposi- Menos Aedes
semanas, o que inibe o desenvolvimento dos tivo, a equipe do campus Saúde faz moni- Os dados de monitoramento de mos-
ovos na fase larvária, impedindo-os de eclo- toramento semanal por meio da coleta de quitos demonstram que o maior número de
água parada dos bueiros ou vetores capturados coincide com o período
com fluxo contínuo provenien- em que o larvicida tem sua eficácia reduzida.
Carol Morena | Medicina UFMG
O
controle da tuberculose em Belo ciente para que seja possível encaminhá-lo
Horizonte melhorou no período ao nível de atenção adequado ao seu caso.
de 2016 a 2018, no que se refere Em comparação ao antes e depois desse
à Atenção Primária à Saúde (APS), nível processo, Juliana Veiga afirma que todos os
de atendimento recomendado pela Or- indicadores melhoraram após a utilização
ganização Mundial de Saúde (OMS) para do instrumento de estratificação, mesmo
casos iniciais da doença. Essa é a conclu- aqueles que já apresentavam desempenho
são dos estudos de mestrado da gestora satisfatório.
de tuberculose de Belo Horizonte Juliana Para essa análise, a pesquisadora consi-
Veiga Costa Rabelo, que avaliou as ações derou o índice de vulnerabilidade, questões
e desempenho dos centros de saúde da sanitárias, sociais e de saúde. Ela identifi-
capital mineira. cou melhoria de 80,9% no atendimento e
A sua dissertação, defendida no Pro- resolução rápida dos casos e de 80,2% na
grama de Pós-graduação em Ciências da articulação entre os níveis de atenção, com
Saúde: Infectologia e Medicina Tropical, da a organização dos pacientes pelo nível mais
Faculdade de Medicina, evidenciou que 32 adequado para cada caso.
dos 44 indicadores de avaliação do serviço
oferecido tiveram resultados positivos. Intervenções
Além disso, sugeriu mudanças para os que Sobre as variáveis com resultados in-
não alcançaram melhorias, como interven- satisfatórios, Rabelo propôs medidas de
ções nas condições sociais dos pacientes. intervenção, como a oferta de cestas bási-
Os resultados foram extraídos das cas e vale-transporte para os pacientes com
respostas de 455 profissionais das 588 tuberculose. Isso porque, de acordo com
equipes de saúde da família (EqSF) da ela, trata-se, em geral, de pessoas em con-
capital mineira que responderam a um dições de vulnerabilidade social. “Embora
questionário sobre o atendimento em re- o tratamento seja garantido pelo SUS, as
lação aos recursos humanos (capacitação condições sociais podem ser determinantes
e envolvimento dos profissionais), recursos para o abandono dos cuidados”, ressalta.
Fonte: Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina
físicos (acesso aos insumos, equipamentos Em relação à própria forma de organização
e medicamentos) e atenção proporcionada dos serviços do SUS, Rabelo também propõe a integração em um
(manejo dos casos e escuta qualificada, por exemplo). sistema único de informação para comunicar sobre o caso do pa-
A pesquisa também considerou a estratificação por grau de risco ciente. “Tanto a Referência Secundária quanto a Atenção Primária
de abandono do tratamento e risco clínico da pessoa com tubercu- devem ter acesso ao mesmo sistema para que as informações
lose em BH, ou seja, levou-se em conta a gravidade do caso do pa- cheguem em tempo hábil”, argumenta Juliana Veiga.
Carol Morena | Medicina UFMG
“U Filhos da ditadura
m povo sem memória é um povo sem futuro”. A célebre
frase estampada na arquibancada do Estádio Nacional, A pós-memória é um tema novo na linguística aplicada, campo de
no Chile, reflete bem a ideia central da mostra História, estudos de Andréa Mattos. Ela busca entrelaçar esses dois pontos de
memória e pós-memória, inaugurada na Faculdade de Letras no interesse, mirando especialmente o ensino de línguas. “Fizemos uma
último dia 12. Com fotografias, ilustrações, livros e outros objetos relação entre o período militar brasileiro e a formação das identidades
que remetem a acontecimentos históricos dos últimos 100 anos, dos professores, que hoje estão na sala de aula. Assim como eu, eles
a exposição é uma forma de manter vivo o conhecimento sobre nasceram no período militar. Então, qual é a memória que estamos
esses traumas coletivos. transmitindo aos nossos alunos? Como a nossa identidade de filhos
A professora Andréa Machado de Almeida Mattos, da Faculdade do período militar é constituída?”, reflete.
de Letras, uma das curadoras e a idealizadora da exposição, afirma Para Andréa Mattos, é muito importante, do ponto de vista
que o conceito de pós-memória é recente: foi cunhado nos anos político, falar sobre pós-memória no Brasil, onde o assunto não
1990, pela pesquisadora romena Marianne Hirsch. A definição costuma receber a mesma atenção que em outros países. Segundo
nasceu da história familiar da pesquisadora, que emigrou ainda ela, o período militar resultou em muitos silêncios e, com eles, na
muito pequena para os Estados Unidos, fugindo da perseguição negação das violações aos direitos humanos. “A Argentina instalou
aos judeus. uma comissão da verdade quatro dias depois do término da ditadura
“A pós-memória, também chamada de memória intergeracio- militar. No Brasil, levou mais de 20 anos para que isso ocorresse. Tudo
nal, refere-se à experiência de pessoas como Marianne Hirsch, que isso contribui para que as pessoas se esqueçam. Se essa memória
não viveram eventos históricos traumáticos, mas compartilham e não é mantida, não é preservada, outros vêm e escrevem outras
prolongam as memórias daqueles que estavam vivos e crescidos coisas. E quem esqueceu, acredita”, argumenta a professora.
o bastante para lembrarem-se deles”, afirma Andréa Mattos, que Além dos vizinhos Argentina, Chile e Colômbia, que também
também faz parte desse grupo. Nascida durante a ditadura militar aparece na exposição com as experiências da Comuna 13, em Me-
instaurada no Brasil em 1964, a professora traz consigo a pós- dellín, outro contraponto à experiência brasileira com a ditadura
memória desse período. é a europeia, com o Holocausto. Monumentos, placas e museus
A exposição é uma forma de continuar essas memórias. A dita- espalhados por diversos países do continente não deixam que a
dura de 1964, a Segunda Guerra Mundial e outros acontecimentos violência do período seja tão facilmente esquecida. “Esses lugares
que suscitaram memórias coletivas traumáticas estão representados de memória são imprescindíveis para que esses acontecimentos
na mostra. Andréa Mattos destaca os trabalhos da artista plástica e não se repitam”, defende a professora.
professora húngara Livia Paulini, que vive em Belo Horizonte. A artista
sobreviveu ao bombardeio na cidade de Dresden, na Alemanha, em Oficinas
1945. Livia Paulini mantém a 2ª Guerra Mundial presente em seus Algumas oficinas estão sendo realizadas durante o período
trabalhos, como os desenhos da Frauenkirche, a igreja luterana des- de visitação da mostra. A primeira, ocorrida na quarta-feira, dia
truída no bombardeio e que ilustra a divulgação da exposição. Além 13, teve como tema Processos de ressignificação da memória em
dos trabalhos da artista, a exposição traz uma entrevista com ela, discursos midiáticos sobre o terremoto no Haiti. Outras oficinas
realizada pela estudante Paula Menezes, da PUC Minas. estão programadas para este mês: na terça-feira, 19, Denise de
Abreu ministra A escrita feminina das guerras
modernas: memória e trauma, na sala 3019.
Raphaella Dias | UFMG
Vitor Macedo
mariana e brumadinho
Com o intuito de avaliar o estado de
evolução da recuperação socioeconômica
e ambiental de Mariana e Brumadinho, os
programas de pós-graduação em Biologia
Vegetal e em Ambiente Construído e Pa-
trimônio Sustentável da UFMG vão realizar
ciclo de palestras no Auditório 3 da Face, de
25 e 29 de novembro.
Especialistas e outros participantes vão
abordar utilização dos rejeitos, recuperação
de bacias hidrográficas, atividades agrossilvi-
pastoris e das vilas e a reconstrução das áreas
urbanas por meio da arquitetura sustentável.
As inscrições, gratuitas, devem ser feitas
Cena do espetáculo montado por formandos do Teatro Universitário
até 25 de novembro (https://tinyurl.com/
r2lb9sk). Mais informações podem ser en- pactos e ‘ nãos ’
contradas no site do evento (https://tinyurl. Os formandos do Teatro Universitário (TU) vão apresentar, de 21 de novembro a
com/rgkta2e) ou solicitadas pelos telefones 8 de dezembro, no Teatro da Funarte, o espetáculo +55 – Inverter-te-ei antes que te
(31) 3409-8874, 3409-2684 e 3409-2686. transformem mais uma vez em um mal-entendido. Por meio de dramaturgia autoral, o
espetáculo aborda as construções simbólicas e políticas da América Latina. A entrada
é gratuita.
república em verbetes Dramaturgia, textos e trilha sonora foram criados coletivamente. A direção é de
Já está à venda, em livrarias físicas e vir- Fabrício Trindade, e a direção musical, de Tatá Santana. O elenco é composto de 24 for-
tuais, o Dicionário da República: 51 textos mandos, em sua maioria atrizes. A escolha foi por um teatro performático que relaciona,
críticos (Companhia das Letras), organizado sem hierarquias, palavra, música, trilha sonora vibrante e vídeos.
pela historiadora Heloisa Starling, professora As apresentações serão às quintas e sextas-feiras, às 20h30, e aos sábados e do-
da UFMG, e por Lilia Schwarcz, antropóloga mingos, às 19h. A Funarte fica na Rua Januária, 68, e os ingressos devem ser retirados
e historiadora vinculada à USP. a partir de uma hora antes do início do espetáculo.
Escritos por especialistas em filosofia,
história, ciência política, antropologia,
direito, sociologia e jornalismo, os textos-
verbetes fazem um resgate crítico dos valo- humanidades
res de “uma tradição hoje muito esvaziada Estão abertas, até 25 de novembro, as inscrições de trabalhos (pôsteres) para a Segunda
de sentido”, segundo a apresentação do conferência internacional das humanidades: sustentabilidade, bem-estar e direitos huma-
volume. Os textos abordam as origens e nos, que ocorrerá de 9 a 11 de dezembro, no campus Pampulha. Estudantes de iniciação
as matrizes do republicanismo, seus gran- científica, mestrado e doutorado, vinculados a instituições de ensino superior no país ou
des princípios, como a liberdade e o bem no exterior, devem se inscrever em https://bit.ly/3707NWh.
comum, e inimigos, como o despotismo e Os trabalhos devem abordar um dos cinco eixos temáticos que também nortearão as
o patrimonialismo. Tratam, ainda, de movi- conferências e mesas-redondas: Universidade, humanidades e direitos humanos; Susten-
mentos, como Canudos e Sabinada, e das tabilidade; Justiça, diversidade e direitos humanos; Migrações e territórios; Humanidades:
várias Constituições. luzes, territórios e gestão cultural.
O evento é realizado por meio de parceria da Unesco com a Cátedra Unesco/UFMG
nutrição esportiva Territorialidades e humanidades: a globalização das luzes e a Associação de Universidades
Acadêmicos e profissionais da área da do Grupo Montevidéu (AUGM). Outras informações estão no site da conferência (https://
saúde estarão reunidos, em 7 de dezembro, www.ufmg.br/humanidades/).
no campus Pampulha, durante o 1º Simpósio
de Nutrição e Treinamento Esportivo. As ex-
posições serão feitas na forma de minicursos, comunicação da ciência
acerca de temas como o uso crescente de As inscrições para a 1ª Jornada Amerek de Comunicação Pública da Ciência podem ser
doping no esporte e esteroides nas acade- feitas até 20 de novembro, em https://tinyurl.com/qm7cy4e. O evento será realizado no
mias, a periodização dos treinamentos e dia 25 deste mês, das 9h às 18h, na Faculdade de Ciências Econômicas, campus Pampulha.
os impactos do jejum, muito utilizado por A participação é gratuita e aberta ao público. As vagas para os workshops são limitadas.
atletas na busca do emagrecimento. A jornada marca a aula inaugural do Curso de Especialização em Comunicação Pública
Iniciativa do Centro de Treinamento da Ciência, que terá início em março de 2020. A programação inclui mesa-redonda com
Esportivo (CTE), o evento será realizado participação do jornalista Bernardo Esteves, da revista Piauí, do professor Yurij Castelfranchi
no auditório da Escola de Educação Física, e da professora Débora D’Ávila Reis, ambos da UFMG, além de workshops sobre texto e
Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Outras narrativa no ambiente digital e difusão de ciência no WhatsApp. Mais informações estão
informações estão disponíveis no site de cur- na página da Amerek (https://www.facebook.com/amerek.ufmg/). O termo é uma referência
sos e eventos: https://tinyurl.com/sxyxbew. a “aproximações, fagulhas e conexões entre pessoas e ciências diversas”.
O
inciso X do artigo 5º da Constituição humanos (transparência administrativa, res-
Brasileira é claro: “são invioláveis a ponsabilidade democrática, preservação das
intimidade, a vida privada, a honra e memórias individual e coletiva etc.), entre
a imagem das pessoas.” Contudo, é de igual outros assuntos.
clareza o inciso XIV: “É assegurado a todos o Para a autora, a tarefa de contrabalan-
acesso à informação.” A relação conflituosa cear perspectivas contraditórias continua
entre esses dois direitos – o direito de acesso sendo um desafio para o arquivista, consi-
à informação e o direito à privacidade – está derando o seu papel de custodiador público
no cerne do livro Sem consentimento: a ética de documentos. “Os esforços dos arquivistas
na divulgação de informações pessoais em para desenvolver políticas e procedimentos
arquivos públicos, que acaba de ser lançado que reflitam um equilíbrio apropriado entre
no Brasil pela Editora UFMG. a privacidade e os interesses de pesquisa têm
Publicado originalmente em inglês, em sido impedidos por vários fatores, entre os
1992, o livro de Heather MacNeil, professora quais, estão: a pletora de restrições legais e
da Faculdade de Informação da Universidade administrativas que silenciam ou são ambi-
de Toronto, no Canadá, tem, na tensão entre valentes quanto à questão do acesso para
esses dois direitos fundamentais, o ponto de propósitos de pesquisa, a complexidade
partida para a sua investigação teórica, que tecnológica dos ambientes de guarda de
Reprodução
se interessa particularmente pelo papel de documentos e, talvez o mais debilitante, a
guardião que o arquivista exerce – um papel ausência geral de autoridade do arquivista
de “arconte”, para citar o termo apresentado (tanto autoimposta como determinada
pelo professor da Faculdade de Letras Reinaldo Marques, no livro externamente) para tomar decisões relativas ao acesso no caso de
Arquivos literários: Teorias, histórias, desafios (https://www.ufmg. se tratar de documentos contendo informações pessoais, especial-
br/boletim/bol1922/8.shtml). mente informações pessoais sensíveis.”
“Os arquivistas, como especialistas dos arquivos, figuram como Com esse desafio em vista, a autora apresenta, no último ca-
mediadores dessa informação, assumindo responsabilidades diante pítulo do livro, as suas propostas de gestão do acesso às informa-
dos produtores de documentos, mas também se apresentando ções pessoais em arquivos públicos. “Parte do preço que pagamos
zelosos do direito à privacidade e dos direitos dos cidadãos ao para ser parte da comunidade é o sacrifício de algum grau de
acesso às informações”, escreve a historiadora Georgete Medleg privacidade”, escreve MacNeil. “O problema torna-se, então, o de
Rodrigues, professora do curso de arquivologia da Universidade contrabalancear os seguintes fatores: a reivindicação do indivíduo
de Brasília (UNB), na introdução à versão em português do livro de à privacidade, a pretensão do Estado em regular a conduta para o
Heather MacNeil. bem coletivo, a reivindicação de outros indivíduos para exercer seus
direitos legítimos e a necessidade do próprio indivíduo de participar
Precário equilíbrio de comunidades mais amplas”, conclui a autora
MacNeil trata de temas como a vigilância governamental, a
Livro: Sem consentimento: a ética na divulgação de informações
evolução das tecnologias de informação e comunicação, a internet
pessoais em arquivos públicos
e a captação privada de informações pessoais, as legislações esta-
dunidense e canadense relativas aos arquivos, o “direito ao esque- Autora: Heather MacNeil
cimento”, as leis de acesso à informação e suas implicações para o Editora UFMG
direito à privacidade e o papel dos arquivos na defesa dos direitos R$ 62 / 220 páginas
Reitora: Sandra Regina Goulart Almeida – Vice-reitor: Alessandro Fernandes Moreira – Diretora de Divulgação e Comunicação Social: Fábia Lima – Editor:
EXPEDIENTE
Flávio de Almeida (Reg. Prof. 5.076/MG) – Projeto Gráfico: Marcelo Lustosa – Diagramação: Guilherme Martins – Revisão: Cecília de Lima e Josiane Pádua –
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