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3º SIMULADO SAEB – LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA

3ª SÉRIE DO ENS. MÉDIO


ESCOLA:
ALUNO:

BLOCO 1
MATEMÁTICA

Você terá 25 minutos para responder a este bloco.

AGOSTO/2023
SIMULADO 3 – BLOCO 1 – 3ª SÉRIE – MATEMÁTICA

QUESTÃO 01 (D33)

Um dado numerado de 1 a 6 e uma moeda são


lançados simultaneamente sobre uma mesa e, em
seguida, observam-se as faces superiores deles. QUESTÃO 04 (D5)
Num lançamento desses, a probabilidade de sair o
resultado, respectivamente, o número 4 e coroa é Um cabo de aço de 50 m está fixado do topo de
de uma torre ao solo, formando um ângulo de 60°
com a base da torre.
(A)

(B)

(C)

(D)

(E) A altura da torre, em metros, é

QUESTÃO 02 (D16) (A)


(B)
Um supermercado vende leite integral em (C)
caixinhas em formas de paralelepípedo retângulo
(D)
de 1 litro cada. Essas caixinhas vêm embaladas
(E)
em caixas maiores com 24 unidades.
Considerando-se que, por causa da embalagem
QUESTÃO 05 (D26)
resistente, o volume de cada caixa seja 10%
superior ao volume do líquido contido nelas, qual As raízes do polinômio P(x) = (x – 3) (x + 1) são
será o volume, em litros, ocupado nesse
supermercado por uma pilha de cinco caixas? (A) 3 e 1
(B) –2 e 1
(A) 100 (C) –3 e 1
(B) 120 (D) 3 e –1
(C) 124 (E) –3 e –1
(D) 132
(E) 200 QUESTÃO 06 (D1)
QUESTÃO 03 (D11) (Unesp) A sombra de um prédio, em um terreno
plano, em uma determinada hora do dia, mede 15
O jardim da casa de José tem o formato circular m. Nesse mesmo instante, próximo ao prédio, a
com 5 m de diâmetro. Para cercá-lo, ele precisou sombra de um poste de altura 5 m mede 3 m.
dar 4 voltas, em torno do jardim, com o arame
esticado e preso a estacas de madeira. A
quantidade mínima de arame que José usou para
cercar esse jardim foi de
(Dado:   3,14)

(A) 15,7 m
(B) 31,4 m
(C) 62,8 m
(D) 78,5 m
(E) 125,6 m A altura do prédio em metros, é
(A) 75 (B) 18
(B) 45 (C) 27
(C) 30 (D) 29
(D) 29 (E) 32
(E) 25

QUESTÃO 07 (D16)

A prefeitura de uma cidade adotou a seguinte


promoção para incentivar a arrecadação de IPTU
(Imposto Predial Territorial Urbano): “pague com
10% de desconto até o dia 10 de maio; preço
normal de 11 a 31 de maio ou acréscimo de 10% a
partir do 1º dia de junho”. Carla recebeu seu carnê
antecipadamente com o preço normal de R$ QUESTÃO 09 (D6)
350,00 e pagou no dia 10 de junho.
Veja o plano cartesiano abaixo.
Quanto Carla pagou de IPTU?

(A) R$ 385,00
(B) R$ 360,00
(C) R$ 350,00
(D) R$ 340,00
(E) R$ 315,00

QUESTÃO 08 (D34)

No gráfico abaixo está representado o resultado de


uma pesquisa realizada com um grupo de pessoas
para saber de que forma elas descobriram que
precisavam do uso de óculos.
Os pontos correspondentes aos pares ordenados
(2, –2) e (–1, 1) são, nessa ordem,

(A) T e R
(B) P e U
(C) P e R
(D) T e U
(E) R e P.

QUESTÃO 10 (D20)

O gráfico abaixo representa uma função de


domínio [– 3, 3].
De acordo com esse gráfico, a quantidade de
pessoas que descobriu que precisava usar óculos
por causa da vista embaçada é igual a

(A) 15
(C)

(D)

As raízes dessa função são

(A) – 2, – 4 e 2. (E)
(B) – 2 e – 4.
(C) – 2, 0 e 2.
(D) – 2 e 2.
(E) – 4 e 0.

QUESTÃO 11 (D3)

O desenho que melhor representa uma das


planificações de uma pirâmide reta de base
quadrada é (Resp. C)

(A) QUESTÃO 12 (SAEPI 2013) (D2)

Paulo tem uma plantação de hortaliças em um


terreno retangular. Para irrigar essa plantação, ele
instalou um cano que vai de um lado ao outro do
terreno, como mostra a representação abaixo.

(B)

Quantos metros de cano Paulo gastou no mínimo?

(A) 24 m
(B) 26 m
(C) 34 m
(D) 120 m
(E) 240 m

QUESTÃO 13 (D17)

Para garantir o sigilo da senha de seu cofre, Jairo,


que adora Matemática, escreveu essa senha na sua
agenda, usando o seguinte código: “O quadrado
de um número menos 6 000 é igual a 70 vezes
esse número”. A raiz positiva da equação que
traduz esse código dá a senha do cofre.

Qual é a senha do cofre de Jairo?

(A) 120
(B) 170
(C) 1 100
(D) 2 300
(E) 3 035
BLOCO 2
MATEMÁTICA

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AGOSTO/2023
SIMULADO 3 – BLOCO 2 – 3ª SÉRIE – MATEMÁTICA
B) 4 dm.
QUESTÃO 14 (SAEPI 2018) (D4) C) 8 dm.
D) 12 dm.
Uma indústria de confecção de caixas recebeu
E) 32 dm.
uma encomenda para confeccionar caixinhas com
a forma de um poliedro convexo que tem 8 faces e QUESTÃO 17 (SAEPI 2013) (D16)
12 vértices. O número de arestas do poliedro que
representa cada caixinha é Um clube promoveu uma grande festa de
reinauguração. Nessa festa, 60% das pessoas
(A) 12 presentes eram do sexo feminino e 580 do sexo
(B) 16 masculino. Quantas mulheres estavam presentes
(C) 18 nessa festa?
(D) 20
(E) 22 (A) 348
(B) 522
QUESTÃO 15 (SAEPI 2013) (D8) (C) 870
(D) 1 450
Observe o gráfico de uma função polinomial do 1° (E) 2 030
grau definida de IR em IR, representada no plano
cartesiano abaixo. QUESTÃO 18 (SAEPI 2013) (D19)

O valor “V” em reais para produzir x unidades de


um componente mecânico é dado por

V(x) = 5x + 100.

Qual é o valor para se produzir 100 unidades


desse produto?

(A) R$ 150,00
(B) R$ 200,00
(C) R$ 205,00
A expressão algébrica que representa essa função (D) R$ 600,00
é (E) R$ 1 000,00
(A) y = QUESTÃO 19 (SAEPI 2016) (D28)
(B) y = x – 1
(C) y = 2x + 1 Observe abaixo o gráfico de uma função
(D) y = – x – 1 exponencial f: .
(E) y = – x + 1

QUESTÃO 16 (SAEPI 2018) (D13)

Uma empresa fabricava caixas de papelão com


formato de bloco retangular cujas dimensões
internas da base eram 4 dm e 8 dm. Visando à
economia de matéria-prima, essa empresa
modificou essa caixa, mantendo o formato da base
da caixa original e reduzindo apenas a medida da
sua altura. Essa redução na altura resultou em uma
nova caixa cuja capacidade de armazenamento é
de 64 dm3. Qual é a medida da altura dessa nova
caixa? Qual é a lei de formação dessa função?

A) 2 dm.
(A)

(B)

(C)
(D)
(E)

QUESTÃO 20 (SAEPI 2013) (D30)

Qual é o gráfico que representa a função


trigonométrica definida por y(x) = – 3.sen(x)?

QUESTÃO 21 (SAEPI 2014) (D34)

A tabela abaixo apresenta o resultado de uma


pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) sobre os
orçamentos familiares no Brasil, no período 2002-
2003. Tabela 1.1.1 - Despesa monetária e não-
monetária média mensal familiar, por classes de
rendimento monetário e não-monetário mensal
familiar, segundo os tipos de despesa, com
indicação de características das famílias – Brasil

De acordo com essa tabela, uma família que tinha


uma renda familiar mensal entre R$1 000,00 e
R$1 200,00 gastava com essas despesas, em Um grupo de professores, trabalhando 8 horas por
média, um total de dia, conseguiu elaborar um banco de questões de
Matemática em 40 dias. Trabalhando 5 horas por
(A) R$ 476,37 dia, quantos dias esse mesmo grupo de
(B) R$ 670,59 professores demorará para elaborar o mesmo
(C) R$ 892,01 banco de questões?
(D) R$ 1 112,99
(E) R$ 1 279,60 (A) 25
(B) 40
QUESTÃO 22 (SAEPI 2016) (D14) (C) 64
(D) 120
Marlene representou na reta numérica abaixo (E) 200
alguns pontos.
QUESTÃO 25 (SAEPI 2017) (D8)
Qual é a equação da reta que passa pelos pontos
de coordenadas (4, 8) e (2, ‒ 6)?
A) y = 7x – 52
O número está entre os pontos B) y = 7x – 20
C) y = 6x + 2
(A) Q e R. D) y = 4x + 8
(B) R e S. E) y = 2x – 6
(C) P e Q.
(D) S e T.
(E) T e U.

QUESTÃO 23 (SAEPI 2016) (D29)

Em determinado período, um pecuarista constatou


que a população P, em milhares, de caprinos e
ovinos da empresa onde atuava variava de acordo
com a função

, em que t representa o tempo, em


QUESTÃO 26 (SAEPI 2018) (D7)
anos, a partir do início do registro dessa
população. Por exemplo, A reta t, cuja equação reduzida é dada por y = kx
indica que após 1 ano havia 500 animais. + z, possui coeficientes k > 0 e z < 0. Entre as
opções a seguir, o único gráfico que pode
Depois de 6 anos do início desse registro, a representar essa reta é
população, em milhares, de caprinos e ovinos será
de

A) 2.
B) 3.
C) 9.
D) 12.
E) 16.

QUESTÃO 24 (SAEPI 2011) (D15)


BLOCO 1
LÍNGUA PORTUGUESA
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AGOSTO/2023

SIMULADO 3 - BLOCO 1 – 3ª SÉRIE – LÍNGUA PORTUGUESA


Leia o texto para responder à questão 27 e 28. parecia ter perdido o gosto pela vida. Ele precisa
mudar de ares e de ambiente, disse Odylo a Jorge
NOIVADO E CASAMENTO
que o aconselhou em seguida a mandar o filho
Nós mudamos para a Bahia por causa das estudar na Bahia, onde seria nosso hóspede.
crianças, quisemos preservá-las das ameaças de Os ares da Bahia, realmente, faziam bem
uma cidade grande. Agora as crianças já não eram ao rapaz. Os ares, a convivência com João,
crianças, criavam asas, buscavam seu rumo Paloma e a turma deles, jovens animados, sempre
próprio. em dia com os programas festivos da cidade,
Não me admirei quando Paloma me disse participando de tudo. Pedro aderiu à turma e foi
um dia que estava namorando o Pedro. Eu já aderindo, com o passar dos meses, aos encantos
percebera um certo clima entre os dois. Filho do de Paloma.
poeta Odylo Costa, filho, amigo da juventude de GATTAI, Zélia. A casa do Rio Vermelho. Rio de Janeiro:
Jorge, Pedro viera estudar na Bahia. Ainda Record. p. 202. Fragmento.
bastante traumatizado com o que sucedera a
Odylinho, seu irmão mais velho, morto num QUESTÃO 27 (D15)
assalto em Santa Tereza, ao voltar do cinema com Nos trechos abaixo, a expressão destacada que
a namorada, Pedro tornara-se um rapaz triste, exprime ideia de tempo é:
(A) “... e foi aderindo, com o passar dos meses, de informações explícitas encontradas em um
aos encantos de Paloma.” texto de qualquer natureza. O suporte apresenta
um fragmento de um romance, com linguagem
(B) “Paloma me disse um dia que estava
adequada aos estudantes desta etapa de
namorando o Pedro.”.
escolarização.
(C) “... seu irmão mais velho, morto num assalto Os estudantes que escolheram a alternativa D – o
em Santa Tereza...”. gabarito – conseguiram inferir o sentido da
expressão “criavam asas”, baseando-se nas
(D) “... mudamos para a Bahia por causa das pistas textuais, como os trechos “Agora as
crianças,...”. crianças já não eram crianças” e “buscavam seu
(E) “Os ares da Bahia, realmente, faziam bem ao rumo próprio” que apontam para a liberdade
rapaz.”. conquistada pelos filhos. Esses estudantes
desenvolveram a habilidade avaliada pela
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO questão.
Esta questão avalia a habilidade de identificar as A opção pela alternativa B pode indicar que esses
relações semânticas que se estabelecem entre estudantes, equivocadamente, entenderam a
trechos de um texto através de elementos expressão como o abandono dos pais, já que os
conectores. O suporte é um fragmento de um texto filhos estariam escolhendo seus rumos próprios,
narrativo, gênero familiar ao aluno dessa etapa diferentes dos pais. Entretanto, essa inferência
de escolarização. não é confirmada pelo texto.
O comando solicita que o aluno identifique qual Aqueles que assinalaram as letras A e C,
expressão, em destaque nas alternativas provavelmente, foram guiados pelo seu
propostas, tem sentido de tempo. conhecimento de mundo, identificando atitudes
Os alunos que optaram pelas letras C, D ou E, próprias do ritual de passagem para a fase
não reconheceram ou confundiram a ideia de adulta: mudança de valores e questionamento de
tempo com a noção de lugar. todas as coisas. Entretanto, essa inferência
Os alunos que optaram pela letra B, podem ter também não é autorizada pelo contexto.
sido influenciados pela expressão “um dia” Os estudantes que optaram pela alternativa E,
presente no fragmento. provavelmente, pautaram-se em informações
Uma leitura atenta, observando o contexto, fez pontuais do texto sobre o relacionamento entre
com que os alunos avaliados chegassem à mãe e filha, principalmente, mas que não
conclusão de que o gabarito é a letra A. apresentam um sentido possível para a expressão
em destaque no comando para a resposta
QUESTÃO 28 (D3)
Leia o texto para responder à questão 29.
No trecho “Agora as crianças já não eram
crianças, criavam asas, buscavam seu rumo A HONRA PASSADA A LIMPO
próprio.”, a expressão destacada sugere que as
Sou compulsiva, eu sei. Limpeza e
crianças estavam aprendendo a
arrumação.
(A) mudar valores. Todos os dias boto a mesa, tiro a mesa.
(B) ignorar os pais. Café, almoço, jantar. E pilhas de louças na pia, e
(C) questionar tudo. espumas redentoras.
(D) usar a liberdade. Todos os dias entro nos quartos, desfaço
(E) lidar com os pais. camas, desarrumo berços, lençóis ao alto como
velas. Para tudo arrumar depois, alisando colchas
A habilidade avaliada por esta questão é a de de crochê.
inferir o sentido de uma palavra ou expressão. Sou caprichosa, eu sei. Desce o pó sobre
Habilidade extremamente relevante para os móveis. Que eu colho na flanela. Escurecem-se
identificar o leitor competente, capaz de ir além as pratas. Que eu esfrego com a camurça. A
aranha tece. Que eu enxoto. A traça rói. Que eu Texto I
esmago. O cupim voa. Que eu afogo na água da
tigela sob a luz. ATRÁS DA PORTA
E, de vassoura em punho, gasto tapetes
persas. A casa do Carlinhos era uma casa antiga,
Sou perseverante, eu sei. A mesa que pegada à Escola Dona Carlotinha de Araújo
ponho ninguém senta. Nas camas que arrumo, Cintra.
ninguém dorme. Não há ninguém nesta casa, Antigamente, quando a avó do Carlinhos
vazia há tanto tempo. estava viva, ela ocupava as duas casas, que eram
Mas sem tarefas domésticas, como uma só.
preencher de feminina honradez a minha vida? Depois que a Dona Carlota morreu, a
família separou o casarão em dois.
COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Uma parte foi doada para a escola. E, na
Janeiro: Rocco, 1986. outra, ficou morando a família do Carlinhos.
Carlinhos gostava muito da avó, então
QUESTÃO 29 (D13) vivia brincando no quarto que tinha sido dela.
Dona Carlotinha era aquele tipo de avó
O trecho “E, de vassoura em punho, gasto tapetes
que todo mundo quer ter: brincava com os netos
persas.”, representa o estilo predominante na
de teatrinho, de acampamento no quintal, de
linguagem
amarelinha, tocava violão, cantava e contava
(A) técnica. histórias.
(B) poética. E que histórias! Dava a impressão de que
(C) regional. ela sabia todas as histórias do mundo.
(D) científica. De fadas, de lobos ferozes, de meninos e
(E) jornalística. meninas que desobedeciam aos pais (era dessas
histórias que Carlinhos mais gostava), de reis, de
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
piratas e de marinheiros.
Esta questão avalia a habilidade de identificar as
ROCHA, Ruth. In: Histórias Pescadas. Coleção Literatura em
marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o
Minha Casa. p. 86. Fragmento.
interlocutor de um texto. Essa tarefa determina
que os estudantes identifiquem o tipo de
Texto II
linguagem utilizado pelo locutor para que possa
selecionar, também, o seu interlocutor. AVÓ
Os estudantes que assinalaram a alternativa B – o
gabarito – entenderam que esse suporte apresenta A avó tem cabelos muito brancos, curtos e
um texto literário, justamente pela maneira lisos. Pouco cabelo. A pele é toda enrugada.
poética de tratar um tema. Podem ter se pautado Parece que já está virando árvore. O corpo
nas expressões como “espumas redentoras”, também é pequeno. Ela toda parece um pássaro.
“lençóis ao alto como velas” e “que eu colho na Usa um xale de renda na cabeça e nas mãos
flanela” para confirmar esta escolha. Esses carrega sempre um livro sagrado e cheiro de
estudantes desenvolveram a habilidade avaliada cebola. Tem passos miúdos. Às vezes parece
pela questão. orvalho. Já está quase desaparecendo, dá pra
Os demais respondentes que optaram por notar. Os olhos pousados em coisas diferentes,
qualquer um dos distratores A, C, D e E, invisíveis navios, alguma terra do lado de lá?
provavelmente, não conseguem distinguir as Pronto, já fez a oração da manhã, pede por
marcas linguísticas que caracterizam cada tipo de toda a família, o dia já pode começar. Na verdade,
linguagem e, por isso, não desenvolveram essa seu dia é muito simples. Cozinhar para o avô,
habilidade. preparar biscoitos de nata para os netos, tomar
cuidado para não esquecer as coisas, a cabeça
Leia os textos para responder à questão 30. cheia de nuvens. Na hora do almoço, chega o avô.
MURRAY, Roseana. Retratos. Programa Gestão da enganos, a chave guardada por algum duende que
Aprendizagem Escolar. p. 37.
ri de nós (a gente finge não ver). Nem parece que
QUESTÃO 30 (D20) hoje vivemos mais com melhor qualidade,
podendo ter saúde, interesse e afetos até os oitenta
Esses dois textos retratam ou noventa anos (logo serão mais), desde que
(A) a lembrança carinhosa das avós. levando em conta as limitações normais:
(B) as histórias contadas pelas avós. parecemos um carro em disparada, com faróis
(C) a convivência dos netos com as avós. voltados para trás.
(D) as brincadeiras dos netos com as avós. [...]
(E) as comidas que as avós fazia para os netos. LUFT, Lya. Múltipla escolha. Rio de Janeiro:
Record, 2010, p. 47.
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
QUESTÃO 31 (D17)
A habilidade avaliada pela questão
refere-se à capacidade de reconhecer diferentes Nesse texto, o trecho “Velhice é apenas outra
formas de tratar uma informação, em função das fase”, escrito em itálico, indica
condições em que ele foi produzido e daquelas em
(A) citação.
que será recebido. Essa habilidade demanda não
(B) argumento.
somente a identificação de cada um dos temas
(C) crítica à velhice.
abordados, mas também perceber as maneiras
(D) ênfase a um tema.
diversas de tratar essa mesma temática,
(E) crítica à sociedade.
identificando semelhanças e diferenças entre as
abordagens. Daí, a dificuldade de se executar COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
essa tarefa.
Esta questão avalia a habilidade de os estudantes
O suporte apresenta dois textos literários
reconhecerem o efeito de sentido decorrente do
sobre as recordações das avós. O primeiro texto é
uso de pontuação e outras notações. Trata-se, no
um fragmento de um conto sobre as lembranças
caso, de identificar o efeito provocado pelo uso
do menino Carlinhos sobre sua avó e o segundo
do itálico, usado para chamar a atenção para o
traz a definição poética do que é uma “avó”.
assunto tratado no fragmento do texto literário
Os estudantes que escolheram a
apresentado no suporte, curto e escrito em
alternativa A – o gabarito – conseguiram
linguagem informal, expondo a opinião da autora
confrontar as duas superfícies textuais e
sobre a velhice.
identificar o eixo condutor comum a ambas, as
Os estudantes que marcaram o gabarito, letra D,
lembranças carinhosas das avós.
mostraram a capacidade de ler um pequeno texto
Aqueles que optaram pela letra B,
e de estabelecer relações entre recursos
provavelmente, não conseguiram perceber o foco
expressivos e efeitos de sentido, reconhecendo o
narrativo dos dois textos, pois as histórias são
uso do itálico para enfatizar o tema tratado.
sobre as avós e não contadas por elas.
Os estudantes que optaram pela alternativa B
Os estudantes que assinalaram as
demonstram que, na verdade, se confundem
alternativas C, D e E devem ter se apoiado em
quando são solicitados a estabelecer relações
ações pontuais de cada texto, mas que, na
entre recursos expressivos e efeitos de sentido.
interseção de ambos, não encontram
Parece ser o caso desses estudantes, que
correspondência.
consideraram a marcação em itálico como um
Leia o texto para responder à questão 31. argumento da autora, ou seja, eles desconhecem
os mecanismos de argumentação.
MÚLTIPLA ESCOLHA
Aqueles que selecionaram a letra A,
Velhice é apenas outra fase: mas, como se possivelmente, fizeram-no devido às aspas que
ela fosse algo estanque, um setor final, assinalam o trecho no comando para a resposta,
procuramos esquecer-nos dela no nosso baú de marcação comum para a indicação de uma
citação, demonstrando dispersão quanto à tarefa Disponível em:
http://www.adeja.org.br/borboleta.htm. Acesso em: 20 set.
solicitada.
09.
Os estudantes que escolheram a opção C,
provavelmente, foram guiados pelas expressões QUESTÃO 32 (D9)
“setor final”, “baú de enganos” que sucedem o
Segundo esse texto, a causa principal do
termo em itálico, mas não compreenderam que a
desaparecimento das borboletas da praia é
construção da autora é baseada na
desmistificação da velhice e não na crítica a ela. (A) a ocupação irregular de seu habitat natural.
Quanto aos que optaram pela alternativa E, pode-
(B) o pouco tempo de vida da borboleta fêmea.
se deduzir que entenderam o texto como um todo, (C) o isolamento dos locais de preservação.
pois há no fragmento, certamente, uma crítica à (D) a falta de vegetação original na REEJ.
sociedade na qual a velhice é concebida como
(E) a falta de restingas e lagoas salgadas.
“setor final”. No entanto, o sentido proposto pelo
uso do itálico não foi considerado por esses COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
estudantes.
O item proposto verifica a capacidade de os
Leia o texto para responder às questões 32 e 33.
estudantes estabelecerem a relação
BORBOLETA DA PRAIA causa/consequência entre partes e elementos do
texto, essa habilidade requer dos estudantes a
A borboleta da praia é uma espécie associação das partes do texto para que se chegue
endêmica no estado do Rio de Janeiro. Até o ano ao motivo e à consequência de determinada ação.
de 1989, era o único inseto na lista oficial de No caso desta questão, o suporte traz um texto um
espécies brasileiras ameaçadas de extinção.
texto informativo com vocabulário técnico, o que
Atualmente, esta mesma lista já ultrapassa mais de requer atenção dos leitores para proceder à sua
200 outros nomes e não para de crescer. leitura.
O desaparecimento da borboleta da praia Como o texto traz a relação causa/ consequência
está sendo causado, principalmente, pela explícita no segundo parágrafo, o que facilita o
ocupação irregular de seu habitat natural cuja área
estabelecimento da relação de causalidade, o
abrange a região de restingas e lagoas salgadas. índice de acerto foi 68,7% (opção A),
Antes abundante em toda a costa demonstrando que esses estudantes já
fluminense, atualmente essa espécie é encontrada
desenvolveram esta habilidade.
apenas em locais parcialmente preservados, como Os demais respondentes, dispersaram-se pelas
os brejos e as vegetações originais da Reserva opções B, C, D e E. Esses estudantes,
Ecológica de Jacarepaguá (REEJ), situada no provavelmente, ativeram-se a informações
trecho da Praia de Massambaba, região dos lagos
pontuais da leitura ou realizaram inferências não
fluminenses, município de Saquarema, no Rio de autorizadas pelo contexto e, por isso, não
Janeiro. conseguiram estabelecer a relação solicitada pelo
A alimentação básica dessa borboleta é o comando. Dessa forma, eles ainda não
néctar da vegetação arbustiva da restinga, desenvolveram a habilidade avaliada pela
principalmente o cambará e o gervão. Seu hábito
questão.
de voo ocorre normalmente pela manhã e à
tardinha. QUESTÃO 33 (D14)
O tempo de vida da fêmea é em média 25
dias, quando deposita seus ovos sob as folhas Nesse texto, qual trecho aparece uma opinião do
Aristolochia macroura, uma planta venenosa. autor sobre as borboletas?
Tanto a Paridis ascanius como outras
lindíssimas borboletas de restingas podem ser (A) “A borboleta da praia é uma espécie
vistas nas áreas brejais da Reserva Ecológica de endêmica no estado do Rio de Janeiro.”.
Jacarepaguá. (B) “A alimentação básica dessa borboleta é o
néctar da vegetação arbustiva...”.
(C) “O tempo de vida da fêmea é em media 25 QUESTÃO 34 (D5)
dias, quando deposita seus ovos...”.
No terceiro quadrinho, a expressão do menino
(D) “... atualmente essa espécie é encontrada sugere
apenas em locais parcialmente
preservados...”. (A) surpresa.
(B) alegria.
(E) “... como outras lindíssimas borboletas de
(C) raiva.
restingas podem ser vistas nas áreas (D) medo.
brejais...”. (E) dor.

COMENTÁRIO PEDAGÓGICO COMENTÁRIO PEDAGÓGICO

Essa questão avalia a habilidade de distinguir um Esta questão avalia a habilidade de compreender
fato de uma opinião relativa a esse fato. Esta um texto que associa a linguagem verbal à não
verbal. Para uma compreensão adequada, é
habilidade requer dos estudantes a identificação preciso considerar o texto escrito e as imagens. O
de marcas opinativas, de subjetividade que suporte é uma tirinha, gênero de grande
revelam a presença, a “voz” do autor/locutor do familiaridade para alunos dessa etapa de
texto, diferenciando essa opinião do que é fato, escolaridade.
ação objetiva relatada. O comando solicita que o aluno identifique o
Os estudantes que assinalaram a alternativa E sentido da expressão facial do menino no último
quadrinho. Para isso, é necessária uma leitura
(39,8%) – o gabarito – conseguiram identificar o
atenta de toda a tirinha.
uso do adjetivo “lindíssimas” como uma Os alunos que optaram pela letra B não
intervenção do autor, a opinião dele sobre as observaram atentamente a expressão facial do
borboletas. Dessa forma, esses estudantes garoto e desconsideraram o contexto. Já os que
conseguiram desenvolver essa habilidade, optaram pela letra E, podem ter associado a
demonstrando serem leitores experientes que expressão de decepção do menino com a ideia de
detectam detalhes sutis na construção textual. dor.
Os estudantes que optaram pela letra D parecem
Os respondentes que marcaram a letra A foram
ter sido influenciados por uma experiência de
guiados pela palavra “endêmica”, que apesar de mundo de que manifestações populares são
ser um adjetivo, não caracteriza uma opinião do perigosas.
autor, mas indica a categoria da espécie das Aqueles que acompanharam a sequência
borboletas. Os estudantes que escolheram a narrativa concluíram que o menino ficou surpreso
alternativa D podem ter sido confundidos pelo com a atitude da avó, pois esperava que ela
uso dos advérbios “atualmente” e estivesse em casa. Marcaram, pois, a letra A, o
gabarito.
“parcialmente”, supondo que eles indicassem Os que optaram pela letra C, podem ter se fixado
uma opinião. apenas no texto verbal, sem observar atentamente
Os demais se distribuíram pelas opções C e D. a imagem do último quadrinho.
Esses estudantes ainda não conseguem
Leia o texto para responder à questão 35.
reconhecer a diferença entre um fato e uma
opinião. Eles podem ter se prendido a uma TV NA MADRUGADA
informação pontual do texto ou, ainda, não ter
entendido o que o comando lhes solicitava. O humorista Chico Anysio, de 72 anos,
acostumou-se a dormir menos de cinco horas por
Leia o texto para responder à questão 34. noite. Todos os dias, vai para a cama à 1 e meia da
madrugada e às 6 da manhã já está de pé. “Nem
preciso de despertador para acordar”, diz. Durante
a madrugada, enquanto o resto da casa está
dormindo, Chico assiste a filmes na TV a cabo.
“Decidi ficar menos na cama para aproveitar
melhor o tempo”, explica. “Antes eu também
http://blogdoxandro.blogspot.com/2018/07/tiras-n9888-o-
menino-maluquinho-ziraldo.html trabalhava à noite, mas parei. Agora só trabalho
de dia”, diz. Chico conta que quando era mais informação dada pelo autor da reportagem, em
jovem dormia oito horas por noite. “Eu me mexia que é citado que Chico Anysio se sente bem
tanto que a cama até saía do lugar”, brinca. mesmo com poucas horas de estudo, e também,
Mesmo com as poucas horas de sono que tem em seguida, no depoimento do próprio
hoje, Chico avalia que dorme bem. “Meu sono é entrevistado, o qual afirma ter o sono profundo.
tão profundo que acordo na mesma posição em Os estudantes que marcaram as demais
que dormi.” alternativas demonstram ter realizado uma leitura
desatenta ou superficial do texto, uma vez que
Veja. ed. 1821, 24 set. 3, p. 103. todas as afirmativas são informações plausíveis
com o assunto abordado no texto, no entanto, não
QUESTÃO 35 (D1)
podem ser tomadas como verdadeiras, pois o
De acordo com esse texto, Chico Anysio texto não o permite. Assim, esses estudantes,
possivelmente, não desenvolveram a habilidade
(A) dorme pouco, pois tem muito trabalho a fazer avaliada pela questão.
no decorrer do dia.
Leia o texto para responder à questão 36.
(B) tem muita dificuldade em dormir e por isso
prefere assistir à TV à noite. MARIPOSAS
(C) aproveita a noite para trabalhar, pois o
Numa fábula árabe, as mariposas queriam
silêncio o ajuda a concentrar-se.
entender sobre a luz. Elas desejavam saber o
(D) necessita de mais de 8 horas diárias de sono
segredo de se sentirem tão fascinadas pela chama
por causa de sua idade avançada.
de uma vela. O que as deslumbrava? Seria a luz
(E) tem um sono tão profundo que mesmo
ou o calor? Pediram a ajuda da mariposa-rainha.
dormindo poucas horas se sente bem.
Depois de meditar sobre o assunto, ela aconselhou
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO que cada uma, individualmente, procurasse
encontrar a resposta. Todas saíram procurando
Esta questão avalia a habilidade de o estudante desvendar o mistério do fogo.
localizar uma informação explícita em textos Passado algum tempo, uma mariposa
diversos. Essa é uma habilidade que, apesar de voltou cega de um olho, afirmando que havia
ser um procedimento básico de leitura, é de chegado perto demais e que a luminosidade da
extrema importância para o desenvolvimento do vela a tinha ofuscado, e que continuava sem
leitor competente, pois é uma tarefa recorrente entender os mistérios da luz. Outra voltou com
em situações cotidianas que envolvem leitura de uma asa queimada, reconhecendo que sua
textos. Para avaliar essa habilidade foi utilizado experiência não fora satisfatória. Por séculos, as
como suporte um fragmento de reportagem que mariposas não entenderam por que a luz as
apresenta linguagem simples e tem curta extasiava tanto. Até que um dia uma voou na
extensão, o que poderia facilitar a resolução, direção de uma lamparina com tanta determinação
além de ser um gênero textual bastante recorrente que morreu queimada. Nesse dia, a mariposa-
no ambiente escolar dos estudantes desta etapa de rainha falou: “Somente esta mariposa conheceu o
escolarização. mistério do fogo, mas nós nunca saberemos”.
O comando da questão direciona para a
informação que deve ser localizada, a qual deve Moral: O encontro com o transcendente não pode
estar relacionada com Chico Anysio, que é citado ser contido na dimensão empírica. [...]
em todo o texto. Por isso, demanda que o leitor Disponível em: http://wesleiorlandi.blogspot.com. Acesso
tenha feito uma leitura atenta, inclusive até o final em: 4 fev. 2011.
do texto, que é onde se encontra a informação que
QUESTÃO 36 (D10)
serve de resposta para a questão. Portanto, os
estudantes que marcaram a alternativa E – o Qual conflito dá origem ao enredo desse texto?
gabarito – sugerem ter desenvolvido a habilidade
avaliada, pois localizaram, no final do texto, a (A) O pedido de ajuda à mariposa-rainha.
(B) A volta da mariposa com a asa queimada. ajuda à mariposa-rainha (alternativa A), denotam
(C) O desejo das mariposas de entenderem a luz. uma ideia de conflito associado a problema ou
(D) O conselho individual dado pela mariposa- confusão. Essa escolha sugere que esses
rainha. estudantes não desenvolveram a habilidade
(E) A morte da mariposa ao voar em direção à avaliada pelo item.
lamparina. Já a escolha pela alternativa D pode ter se dado
pelo fato de se tratar de um acontecimento
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
posterior ao conflito que gera o enredo, no
Esta questão avalia a habilidade de identificar o entanto, o conselho dado pela mariposa-rainha é
conflito gerador do enredo e os elementos que uma consequência do desejo das demais
compõem a narrativa. Nesse caso, a questão mariposas em desvendar o mistério da luz, que é o
avalia especificamente o reconhecimento do conflito da história e é anterior ao fato exposto
conflito que dá origem ao enredo. Para tanto, foi nessa alternativa. Portanto, os estudantes que
utilizada, como suporte para a questão, uma optaram por essa alternativa também demonstram
fábula, que apresenta uma linguagem de fácil não ter desenvolvido a habilidade em questão.
entendimento e cujo gênero é bastante familiar
Leia o texto para responder à questão 37.
aos estudantes desta etapa de escolarização.
O comando da questão deixa explícita a tarefa CARTAS DO MEU AVÔ
que deve ser realizada e, portanto, o estudante
precisa ter um conhecimento acerca da estrutura A tarde cai, por demais
de textos narrativos, assim como dos termos Erma, úmida e silente...
relativos a esses conhecimentos, como por A chuva, em gotas glaciais,
exemplo, dos conceitos de “conflito” e “enredo”. Chora monotonamente.
Assim, a partir da noção de conflito enquanto fato E enquanto anoitece, vou
que faz com que a história se desenvolva, os Lendo sossegado e só,
estudantes que fizeram uma leitura atenta e As cartas que meu avô
global da fábula, possivelmente, compreenderam Escrevia a minha avó.
que a história só acontece devido ao desejo das
mariposas de entenderem o mistério da luz, Enternecido sorrio
marcando como resposta o gabarito, expresso na Do fervor desses carinhos:
alternativa C. É que os conheci velhinhos,
A alternativa E apresenta o clímax da história, o Quando o fogo era já frio. [...]
momento em que uma mariposa morre ao voar em BANDEIRA, Manuel. Seleta em Prosa e Verso. Rio de
direção à lamparina, fato que é marcado no texto Janeiro: Editora José Olympio, 1971, p. 107-108. Fragmento.
por pistas linguísticas que apontam para um *Adaptado: Reforma Ortográfica.
momento de tensão, como nota-se no trecho “Até QUESTÃO 37 (D19)
que um dia uma voou com tanta determinação...”,
que marca uma mudança no encaminhamento da No trecho “É que os conheci velhinhos”, o termo
história, sendo um indicativo do clímax. em destaque indica um sentimento de
Os estudantes que marcaram essa alternativa
(A) piedade.
podem ter confundido os conceitos de clímax e
(B) ternura.
conflito, sugerindo que ainda não desenvolveram
(C) deboche.
suficientemente a habilidade avaliada. Os
(D) tristeza.
estudantes que marcaram as alternativas A e B
(E) desprezo.
podem ter se atido ao sentido literal da palavra
“conflito”, não reconhecendo o seu conceito COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
dentro da perspectiva da narrativa, pois podem
Esta questão avalia a habilidade de
ter acreditado que a mariposa, ao voltar com a
reconhecimento dos efeitos de sentido decorrentes
asa queimada (alternativa B), e o fato de pedirem
de recursos ortográficos ou morfossintáticos, uma
tarefa bastante sofisticada que requer do leitor a por esse sentido literal da palavra, acreditando
percepção das intenções do autor ao usar que o diminutivo estaria exprimindo desprezo,
determinado recurso linguístico, ou seja, perceber piedade, tristeza ou deboche. Essa escolha indica
quais os efeitos de sentido pretendidos com esse que eles não levaram em consideração o contexto,
uso. o que é indispensável quando se trata de
Para avaliar essa habilidade foi utilizado, como reconhecimento de efeitos de sentido, sugerindo
suporte para o item, um poema de Manuel que ainda não desenvolveram a habilidade
Bandeira, que apesar do vocabulário rebuscado, avaliada pela questão.
apresenta uma linguagem acessível aos
Leia o texto para responder à questão 38.
estudantes desta etapa de escolarização, e cujo
gênero lhes é bastante familiar. JORNALISMO ONLINE NÃO É
Na questão em análise avalia-se o uso do ATUALIZAÇÃO, É TRANSFORMAÇÃO
diminutivo na palavra “velhinhos”, porque os
diminutivos nem sempre indicam diminuição de Num discurso recente, Katharine Viner,
tamanho. Dependendo do contexto e da forma subeditora do [diário britânico] The Guardian,
como são utilizados, eles podem assumir as mais descreveu como acredita que as redes sociais e a
diversas significações e exprimir diferentes prática do “jornalismo aberto” alteram
intenções. Na linguagem coloquial, por exemplo, fundamentalmente a relação que os jornalistas têm
o uso do diminutivo, principalmente em adjetivos, com sua audiência. Na era digital e social, uma
nem sempre é indicativo de tamanho. Na maioria das coisas difíceis sobre fazer jornalismo, ou
das vezes, é usado para indicar as várias qualquer outro tipo de mídia, é parecer tão
manifestações da emoção e das intenções do simples – em outras palavras, parece muito com o
falante. Nesse caso, a palavra “velhinhos” foi que costumava ser feito: você escreve coisas e as
utilizada no poema para exprimir o carinho, a publica, só que em vez de imprimi-las, você as
ternura do eu lírico para com os avós, o que pode posta na internet. E, se você estiver se sentindo
ser percebido após uma leitura global do poema, ambicioso, talvez inclua uns links. Simples, não?
em que o eu lírico revela que, ao ler as cartas de Só que olhar a coisa dessa maneira ignora
seu avô, fica comovido com tamanho carinho, as formas fundamentais pelas quais a prática do
pois os conhecia já velhinhos, quando não mais se jornalismo foi completamente alterada pela
notava tamanho amor entre avós. Nesse contexto, internet, como destaca Katharine em seu excelente
o diminutivo foi empregado para expressar essa discurso [em 9/10]. Em sua apresentação,
ternura do eu lírico para com os avós; portanto, Katharine – que também é editora-chefe da nova
os estudantes que reconheceram as intenções por edição australiana do Guardian – falou sobre uma
trás do uso desse recurso morfossintático, entrevista que teve com um candidato a emprego.
possivelmente, marcaram a alternativa B – o Quando ela perguntou a esse profissional de
gabarito. jornalismo impresso como ele se adaptaria ao
Os estudantes que marcaram as demais papel digital, ele disse: “Há anos que eu uso
alternativas podem ter sido levados pelos computadores.” Como ela diz, este tipo de
possíveis sentidos expressos pelo emprego do resposta sugere que a internet é apenas uma
diminutivo em adjetivos, talvez por estarem mudança tecnológica, como um novo tipo de
fortemente influenciados pela linguagem editor de texto. “Na realidade, o digital representa
coloquial, em que é comum se usar, por exemplo, uma enorme mudança conceitual, uma mudança
formas como “bonitinho” expressando crítica, sociológica, uma bomba de fragmentação
carinho, deboche, desprezo, compaixão, entre explodindo quem somos, como é organizado o
outras circunstâncias que só são percebidas a nosso mundo, como nos vemos, como vivemos.
partir do contexto em que a palavra aparece. Nós estamos bem no meio dessa mudança e, às
Nesse caso, como a palavra em questão é vezes, tão perto que fica difícil enxergarmos. Mas
“velho”, que semanticamente possui uma carga é muito profundo e vem acontecendo a uma
negativa, os estudantes podem ter sido levados velocidade quase inacreditável.”
Mudança fundamental conseguiram percorrer a leitura do texto
Katharine Viner continua falando sobre as buscando esses pontos de vista opostos
oportunidades que se apresentam aos jornalistas conseguiram desempenhar a tarefa solicitada
quando eles abordam seu ofício de uma maneira pela questão.
mais aberta e como a resistência de “muitos
jornalistas a essa mudança prejudica seus próprios Leia o texto para responder à questão 39.
interesses, assim como os interesses do bom DE ONDE VIERAM OS TOMATES?
jornalismo”. [...]
A história do tomate é cheia de rumores,
INGRAM, Mathew. Disponível em: boatos e especulações, mas uma coisa é certa: essa
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed76
fruta vermelha favorita de muita gente (sim, o
8_jornalismo_online_nao_e_atualizacao_e_transformacao.
Acesso em: 16 out. 2013. Fragmento. tomate é uma fruta) não tem sua origem na Itália.
Apesar do fato de ser um ingrediente essencial
QUESTÃO 38 (D21) para massas, pizzas e saladas, o tomate é
originário do México e da América Central.
Nesse texto, em relação à enorme mudança O tomate em sua forma original, no
conceitual provocada pelo digital, há uma opinião entanto, não tinha nada a ver com esse globo
contrária em: vermelho que nós conhecemos e adoramos hoje
em dia. Tratava-se de uma pequena fruta
(A) “... este tipo de resposta sugere que a internet perfumada (imagine algo como o tomate cereja)
é apenas uma mudança tecnológica...”. que os grupos nativos americanos combinavam
(B) “E, se você estiver se sentindo ambicioso, com “ahi”, um tipo de pimenta para fazer um
talvez inclua uns links.”. molho bem temperado. Embora os nativos
(C) “... as formas fundamentais pelas quais a americanos o tenham consumido por séculos, os
prática do jornalismo foi completamente tomates rapidamente ganharam uma má reputação
alterada pela internet...”. nas Américas. Os colonizadores acreditavam que
(D) “... perguntou a esse profissional de o tomate era venenoso e nenhum ascendente
jornalismo impresso como ele se adaptaria ao europeu se atreveu a comer a fruta até o início do
papel digital...”. século 19 – com medo de morrer.
(E) “Nós estamos bem no meio dessa mudança e, Na verdade, credita-se à Fundação
às vezes, tão perto que fica difícil Americana Padre Thomas Jefferson o início do
enxergarmos”. cultivo de tomate para consumo nos Estados
Unidos. Os registros de Jefferson contam que ele
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
plantava a fruta todos os anos em seu “Garden
Kalendar” que manteve de 1809 a 1824. Talvez
A habilidade avaliada nessa questão é reconhecer
essa seja a primeira referência escrita do cultivo
posições distintas entre duas ou mais opiniões
de tomate pelos colonizadores do Novo Mundo
relativas ao mesmo tema. Essa habilidade
[...]. Seus registros meticulosos indicavam que ele
consiste em determinar em um texto opiniões que
frequentemente vendia seus tomates em mercados
mantenham relação de aproximação ou de
de Washington, além de apresentar diferentes usos
oposição.
para o mesmo em sua coleção pessoal de receitas.
A partir dessa reportagem, o aluno deveria
primeiramente reconhecer a ideia defendida pela Disponível em: http://lazer.hsw.uol.com.br/origem-
jornalista Katharine Viner de que a era digital tomates.htm. Acesso em: 13 jan. 2011. Fragmento.
provoca uma mudança no jornalismo, como QUESTÃO 39 (D12)
informado no título. Depois era necessário
perceber que em oposição a essa ideia, o A finalidade desse texto é
fragmento presente na alternativa A apresenta-se
como uma contrainformação em relação à ideia (A) promover o “Garden Kalendar”.
geral defendida no texto. Aqueles que (B) informar sobre a origem dos tomates.
(C) apresentar diferentes usos para o tomate. acreditando que seu objetivo era convencer o
(D) convencer o leitor sobre a importância do leitor, e não associaram corretamente a
tomate. finalidade do texto à origem do tomate,
(E) divulgar descobertas do Padre Thomas acreditando, provavelmente, que as informações
Jefferson. apresentadas sobre o tomate serviam como
argumento para convencer o leitor sobre a
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO importância desse alimento.
Os alunos que selecionaram a alternativa E,
Essa questão avalia a habilidade de identificar a possivelmente, se ativeram à informação presente
função de textos de diferentes gêneros. Nesse no terceiro parágrafo, que diz respeito às
caso, o texto utilizado como suporte é uma descobertas feitas pelo padre Thomas Jefferson,
reportagem que discorre acerca de uma assim como os que marcaram a alternativa A, que
curiosidade sobre a história do tomate. Por ser se refere ao “Garden Kalendar”, não atingindo
um texto basicamente informativo, é fácil satisfatoriamente o desenvolvimento da
perceber que sua função comunicativa é informar habilidade avaliada pela questão.
sobre um determinado assunto; no caso, sobre a
origem do tomate. Inclusive, há algumas pistas no
próprio texto que possibilitam essa percepção por
parte dos alunos, tais como os trechos “A história
do tomate...” e “... o tomate é originário do
México e da América Central.”.
Dessa forma, os alunos que tiveram essa
percepção e que souberam identificar que o
gênero reportagem tem a finalidade de informar,
marcaram corretamente o gabarito, a alternativa
B.
Os alunos que assinalaram a alternativa C,
provavelmente, se ativeram à informação presente
do primeiro parágrafo, onde consta que o tomate
é um ingrediente “essencial para massas, pizzas e
saladas”. Esses alunos confundiram a finalidade
global do texto com a finalidade específica do
tomate, qual seja, servir como ingrediente de base
para pratos gastronômicos.
Os alunos que assinalaram a alternativa D podem
ter considerado o texto como argumentativo,

BLOCO 2
LÍNGUA PORTUGUESA
Você terá 25 minutos para responder a este bloco.

AGOSTO/2023

SIMULADO 3 - BLOCO 2 – 3ª SÉRIE – LÍNGUA PORTUGUESA


Leia o texto para responder à questão 40. Estados Unidos e no Canadá”, afirmou Stefan
Tangermann, diretor de Agricultua da OCDE. O
ETANOL DE CANA É O QUE MENOS etanol do milho americano reduz em apenas 30%
POLUI as emissões. Já o trigo utilizado pelos europeus
tem efeito de 50% na diminuição da poluição.
O etanol de cana-de-açúcar produzido A pesquisa também critica os subsídios
pelo Brasil é melhor que todos os outros. A dados por europeus e americanos a seus
conclusão é de um estudo divulgado pela produtores – US$ 11 bilhões por ano e que devem
Organização para Cooperação e Desenvolvimento chegar US$ 25 bilhões até 2015. [...] É uma
Econômico (OCDE), que reúne 30 países entre os vitória da postura brasileira de defesa incessante
mais industrializados do mundo e da qual o Brasil da cana como energia alternativa.
não faz parte. A pesquisa mostra que o etanol
brasileiro reduz em até 80% as emissões dos gases Revista da semana. nº 28. 24 jul. 2008. p. 34.
que provocam o efeito estufa. “O percentual de
redução na emissão de gases é muito mais baixo QUESTÃO 40 (D8)
nos biocombustíveis produzidos na Europa, nos
O argumento que sustenta a tese de que o etanol Foram-se os tempos em que quem pagava
da cana de açúcar brasileira é melhor que todos os a conta no restaurante se preocupava apenas com
outros é que o preço do prato principal e da bebida. Agora, em
casas elegantes do Rio de Janeiro e de São Paulo,
(A) o nosso etanol reduz em até 80% as emissões os doces podem ser a parte mais salgada da
de gases. notinha. E não se está falando, necessariamente,
(B) o etanol americano reduz apenas 30% das de sobremesas sofisticadas ou criações originais
emissões. dos chefs. Uma torta de morango do Massimo, em
(C) o etanol europeu tem efeito de 50% na São Paulo, abocanha 17 reais do cliente. Só para
poluição. fazer uma comparação que os donos de
(D) os Estados Unidos subsidiam em muito os restaurante detestam: com esse dinheiro é possível
produtores. comprar onze caixas da fruta, com 330
(E) o Brasil defende a cana-de-açúcar como moranguinhos. Ou um filé com fritas num
energia alternativa. restaurante médio. No Le Champs Elisées, no Rio,
uma torta de maçã sai por 15 reais, mesmo preço
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO da torta de figo do Le Saint Honoré. “Nossos
doces são elaborados e não estão na geladeira há
A habilidade avaliada por esta questão é
dois dias, como os de outros lugares”, justifica o
estabelecer relação entre a tese e os argumentos
chef Alain Raymond, do Champs Elisées.
oferecidos para sustentá-la.
Os estudantes que optaram pela alternativa A – o Disponível em:
gabarito – demonstram ser capazes de ler um http://veja.abril.com.br/150999/p_106a.html. Acesso em: 25
texto curto e simples, com características mar. 2010.
estruturais de uma notícia. A informação
solicitada pelo comando para a resposta QUESTÃO 41 (D18)
encontra-se no início do texto, logo após a tese
No trecho “... os doces podem ser a parte mais
anunciada, o que pode ter facilitado a resolução
salgada da notinha.”, a expressão em destaque foi
dessa questão.
utilizada no intuito de
Os estudantes que marcaram a alternativa E,
possivelmente, por se pautarem na palavra (A) contradizer os chefs.
“Brasil” e na expressão “energia alternativa”, (B) dar clareza ao texto.
temática frequente nos debates contemporâneos. (C) enfatizar a ideia anterior.
Aqueles que assinalaram as opções de resposta B, (D) comparar os restaurantes.
C e D ainda não adquiriram a habilidade de ler, (E) ironizar o preço dos doces.
com propriedade, textos argumentativos curtos e
simples, com temática atual. Possivelmente, esses COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
estudantes ainda não dominam a terminologia
“tese” e “argumento” e, por isso, não Esta questão avalia a habilidade de o estudante
conseguiram compreender o que lhes foi reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso
solicitado. Outra possibilidade, é que tenham se de uma palavra ou expressão, uma tarefa bastante
prendido a informações aleatórias da reportagem, sofisticada que requer do leitor a percepção das
que não completam, efetivamente, o comando intenções do autor ao escolher determinada
para a resposta. construção, isto é, de quais os efeitos de sentido
pretendidos com esse uso.
Leia o texto para responder à questão 41. Para avaliar essa habilidade, foi utilizada como
suporte para a questão uma reportagem, cuja
DOCE BEM SALGADO linguagem é de fácil entendimento e apresenta
muitos recursos estilísticos comuns na linguagem
Em restaurantes finos, sobremesas comuns têm
jornalística. Além disso, é um gênero bastante
preço de prato principal.
familiar aos estudantes desta etapa de
escolarização, o que, possivelmente, tornou a destaque, que em alguns contextos pode conferir
questão mais acessível aos estudantes. ênfase ao que foi dito, no entanto, nesse caso, a
O comando da questão destaca a expressão “mais expressão como um todo não foi utilizada para
salgada”, que se refere ao preço dos doces, e enfatizar a ideia anterior. Esses estudantes
solicita que o estudante reconheça o intuito do demonstram, portanto, não ter desenvolvido a
uso dessa expressão. Para tanto, o estudante habilidade avaliada pela questão.
precisaria ter compreendido todo o enunciado em
que a expressão aparece para perceber que, por Leia o texto para responder à questões 42.
meio da oposição entre as palavras “doce” e
“salgada”, o autor imprime um tom de
brincadeira ao trecho, com o intuito de ironizar o
fato de o preço da sobremesa ter aumentado
consideravelmente em alguns restaurantes de São
Paulo e do Rio de Janeiro. Além disso, a
expressão “mais salgada” foi usada em sentido
figurado, com o intuito de intensificar o peso do
preço dos doces na conta do restaurante, e não
com o sentido literal de salgar a comida.
Portanto, os estudantes que fizeram uma leitura
atenta do texto, extrapolando o significado literal
da expressão em destaque, inferindo seu sentido
figurado e associando-o ao jogo de palavras
construído pelo autor marcaram a alternativa E,
o gabarito, fato que sugere o desenvolvimento da
habilidade avaliada pela questão.
Os estudantes que marcaram a alternativa D
podem ter feito uma leitura superficial do texto,
atentando apenas para o fato de a reportagem
citar restaurantes de duas cidades, não se fixando
na expressão destacada, ou ainda, é possível que
tenham compreendido a oposição entre as
palavras “doce” e “salgada” como uma
comparação, demonstrando não ter desenvolvido
a habilidade de reconhecimento de possíveis
efeitos de sentido. Da mesma forma, os estudantes
Piadas selecionadas de informática. Disponível em
que marcaram a alternativa A podem ter se fixado
https://avaliacaoemonitoramentopiaui.caeddigital.net/colecoe
apenas nessa oposição entre as palavras citadas, s/2011 Acesso em 26 de agosto 2023.
acreditando que a intenção do autor era
contradizer as informações expostas. QUESTÃO 42 (D6)
Aqueles que optaram pela alternativa B,
possivelmente, também não compreenderam as Qual é o tema explorado nesse texto?
intenções por trás do uso da expressão destacada, (A) Os jovens evitam falar com estranhos.
se prendendo talvez ao sentido literal da palavra (B) Os jovens gostam de conhecer pessoas.
“salgada” que, dentro do contexto semântico (C) Os jovens só se reconhecem na internet.
suscitado pelo texto, poderia levar o estudante a (D) Os jovens conhecem o mundo pela internet.
acreditar que a palavra foi usada para dar (E) Os jovens consideram a internet uma criação
clareza ao texto. fantástica.
Já os que marcaram a alternativa C podem ter se
prendido ao advérbio “mais” na expressão em COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
A habilidade avaliada pela questão diz respeito à ambiente uma substância que polui os rios e o
capacidade de os estudantes identificarem o tema solo, pode estar mandando uma boa ideia para o
de um texto, um procedimento elementar de ralo. Isso porque o óleo de cozinha pode ser
leitura que requer a articulação de todas as reciclado e transformado em um produto de
partes de um texto para a construção de um grande utilidade no dia a dia, além de gerar
sentido textual global. empregos e consciência socioambiental.
O suporte desta questão apresenta uma tirinha Foi com essa ideia que surgiu a primeira
com temática e linguagem bastante atuais e ação do Instituto Triângulo, que enxergou no óleo
compatíveis com os estudantes desta etapa de de cozinha descartado a matéria-prima para a
escolarização. Para responder a esta questão, é fabricação de sabão e a oportunidade de trabalho
preciso fazer a leitura quadro a quadro, para pessoas de uma comunidade carente de Santo
integrando os elementos não-verbais e o texto André, no ABC Paulista. “Essa é só a ponta do
verbal para a construção do significado dessa iceberg de um projeto maior de mobilização para
sequência narrativa. a preservação do meio ambiente, a inclusão social,
Os estudantes que escolheram a alternativa C – o o consumo consciente e o desenvolvimento
gabarito – conseguiram conjugar os elementos sustentável”, diz o publicitário Eduardo Maki, um
verbais e não-verbais desse texto e produzir uma dos diretores da instituição, que também produz e
síntese do texto lido. Considerando, distribui a revista Ambiente urbano. [...]
principalmente, a mudança de atitude dos garotos
Galileu. jul. 2008. p. 82. *Adaptado: Reforma
no segundo quadrinho, com a chegada do vizinho. Ortográfica.
No primeiro quadrinho, os garotos mostram-se
receptivos a novas amizades e, logo depois, QUESTÃO 43 (D9)
repelem um vizinho, que eles não conhecem. Daí, O trecho que contém a informação principal desse
a crítica (e o assunto) proposto pelo autor. texto é:
Aqueles que assinalaram a alternativa A podem
ter se fixado apenas no segundo quadrinho dessa (A) “Essa é só a ponta do iceberg...”.
história em que um dos meninos menciona não (B) “... o óleo de cozinha pode ser reciclado...”.
poder falar com estranhos, mas não conseguiram (C) “... pode estar mandando uma boa ideia para
associá-lo aos demais e, por isso, não produziram o ralo.”.
um sentido integral ao texto. Da mesma forma, os (D) “... produz e distribui a revista Ambiente
estudantes que optaram pelas letras B e E se urbano”.
prenderam no primeiro quadrinho e não o (E) “... a oportunidade de trabalho para
integraram aos demais. Esses estudantes também pessoas...”.
não conseguiram inferir a crítica ao uso da COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
internet presente nessa tirinha.
A opção pela alternativa D pode revelar que os Na questão em análise, percebe-se que o comando
respondentes elegeram uma informação já aponta para a habilidade que está sendo
generalizada acerca da internet, mas que não se avaliada, que é a de reconhecimento da
configura como o tema abordado por esse texto. informação principal, em contraposição às
Esses estudantes, bem como aqueles que informações secundárias do texto. Para tanto, foi
escolheram qualquer um dos distratores, não utilizado como suporte para a questão o
desenvolveram essa habilidade. fragmento de uma reportagem publicada na
revista Galileu, cuja linguagem e gênero são
Leia o texto para responder à questão 43.
bastante familiares para os estudantes desta etapa
EM VEZ DE PIA, ÓLEO VAI PARA O de escolarização.
TANQUE Para resolver esse tipo de questão é necessário
que o estudante faça uma leitura global do texto,
Na próxima vez em que você pensar em compreendendo que sua temática central diz
jogar na pia aquele óleo que sobrou da fritura do respeito à utilização do óleo de cozinha na
pastel, saiba que, além de estar lançando no
reciclagem, para, a partir daí, diferenciar as gibis, bolas de gude das grandonas. Às vezes,
informações secundárias. Nesse sentido, os quando estava de bom humor, me mostrava os
estudantes que marcaram a alternativa B, o selos. O danado sabia o nome de todos os países
gabarito, foram capazes de depreender a do mundo: Laos, Algéria, Nova Zelândia,
informação principal do texto, sugerindo que já Luxemburgo. Às vezes, também me deixava ler os
desenvolveram a habilidade que está sendo gibis. Mas o que me deixava louco da vida é que
avaliada. ele queria que eu lesse depressa. Na metade da
As demais alternativas de resposta são história, me tomava a revista e trancava de novo
informações que estão ligadas ao fato de o óleo no armário.
de cozinha poder ser reciclado; contudo, são Se fosse só isso tudo bem: afinal, as
informações secundárias ou acessórias, que coisas eram dele, e o Lelo tinha razão quando
complementam, explicam ou definem a dizia que eu estragava tudo, mas por que ele tinha
informação principal. Portanto, os estudantes que a mania de me dedar?
marcaram uma dessas alternativas demonstram
(GOMES, Álvaro Cardoso. A Hora do Amor. In_ Potocas.
que ainda confundem informação principal de um 13ª ed. São Paulo: FTD, 1993. Coleção Canto Jovem)
texto com suas informações secundárias
QUESTÃO 44 (D16)
Leia o texto para responder às questões de 44 a
46. O Beto é irônico em relação ao irmão Lelo
quando narra:
POTOCAS

Eu era o maior potoqueiro do mundo. O (A) “O Lelo era pão-duro demais”.


Lelo vivia dizendo: (B) “e cada coisa legal que ele tinha!”.
— De cada três coisas que o Beto conta, (C) “Se eu fazia besteira, me dedava”.
duas e meia são mentiras. (D) “Acho porque era o dodói da casa”.
O Lelo era meu irmão mais velho. Nem (E) “mas no fundo eles tinham razão”.
parecia irmão. Quando papai e mamãe
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
começavam a me dar bronca, gostava de ajudar.
Se eu fazia besteira, me dedava. Acho porque era Esta questão avalia a capacidade de os
o dodói da casa. Nunca tomou bomba (eu já tinha participantes reconhecerem o efeito de ironia
tomado uma e passado raspando no outro ano), disparado pelo uso de uma expressão, com base
gostava de estudar, ajudava mamãe a fazer na inferência da disparidade entre ela e a
compra, a tirar a mesa. Um saco! Por causa dele, intencionalidade. O fragmento foi retirado de um
papai e mamãe sempre me davam bronca: romance juvenil, gênero textual que explora
— Por que não tive outro filho como o temas relacionados ao cotidiano de jovens e tem
Lelo? linguagem fácil e ágil. A realização da tarefa
— Faça como o Lelo, ora. pressupõe que os estudantes percebam que a
— O Lelo não faria isto! palavra "dodói", no contexto, faz o leitor
Mas no fundo eles tinham razão: o Lelo construir um universo semântico vinculado ao
era mesmo uma pessoa cem por cento. É verdade deboche, ao despeito e ao desdém.
que ele gostava de me dedar, mas também não A obra da qual o trecho foi extraído tem grande
deixava ninguém me bater. Quando o irmão do circulação nas séries finais do Ensino
Tuta me bateu, o Lelo, que é muito forte, meteu a Fundamental e estrutura narrativa em primeira
mão no Tuta e no irmão do Tuta e depois me deu pessoa, o que faz com que os eventos sejam
bronca: apresentados a partir de um ponto de vista
— Vê se não fica arrumando encrenca, pessoal. A realização da tarefa exige que os
seu cretino! estudantes percebam que o narrador, ao se referir
O Lelo era pão-duro demais: trancava as ao irmão, adota um tom sarcástico ao utilizar a
coisas dele no armário pra ninguém mexer. E cada expressão "dodói da casa" no sentido de "o
coisa legal que ele tinha! Uma coleção de selos,
preferido", alternativa B. Além disso, eles QUESTÃO 46
precisam realizar uma leitura atenta para notar
Qual das palavras escolhidas acentua o tom de
que o narrador compara o comportamento do
coloquialidade do texto?
irmão ao seu e à percepção que ele tem de si
mesmo no contexto familiar. A ironia é percebida (A) mentiras.
quando o leitor consegue inferir que há uma (B) trancava.
disparidade entre a expressão usada e a intenção. (C) história.
(D) mania.
QUESTÃO 45 (D14) (E) dedar.
O Beto apresenta, no texto, a seguinte opinião
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
sobre o irmão:
(A) “Na metade da história, me tomava a Esta questão avalia a habilidade de o participante
revista...” reconhecer uma palavra que acentua o tom de
(B) “o Lelo era mesmo uma pessoa cem por coloquialidade em um fragmento de romance
cento.” juvenil, gênero textual que se caracteriza pela
(C) “Às vezes, também me deixava ler os gibis.” exploração de temas relacionados ao cotidiano
(D) “O Lelo era meu irmão mais velho.” dos adolescentes e, portanto, bastante próximos à
(E) “E cada coisa legal que ele tinha!”
realidade dos participantes do teste.
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO Foi utilizado um trecho de uma obra de grande
circulação nas séries finais do Ensino
Esta questão avalia a capacidade de o
Fundamental. A parte do romance reproduzida no
participante distinguir uma opinião a respeito de
enunciado apresenta estrutura dinâmica,
uma determinada personagem dentre fatos e
linguagem fácil e sintaxe direta, elementos que
opiniões relativas a outros eventos apresentados
facilitam a leitura fluente. Nesta questão são
em um fragmento de romance juvenil, gênero
explorados aspectos da variação linguística com
textual que se caracteriza pela exploração de
base no efeito que uma palavra produz no
temas relacionados ao cotidiano dos jovens. O
contexto. A realização da tarefa exigiu que os
foco narrativo do texto utilizado como suporte
estudantes reconhecessem, dentre as alternativas
está em primeira pessoa, o que implica que fatos,
apresentadas, que a palavra "dedar" era a
eventos e personagens sejam apresentados com
responsável por enfatizar o tom coloquial do
base em uma ótica pessoal. Por suas
texto, alternativa E. A escolha de um fragmento
características, esse gênero circula na escola a
cuja narrativa se organiza a partir da perspectiva
partir das séries iniciais do Ensino Fundamental
de um narrador personagem também corrobora
II, sendo, portanto, familiar aos estudantes da
para o tom que perpassa todo o texto.
etapa de escolaridade avaliada.
Para realizar a tarefa apresentada na questão, o Leia o texto para responder à questão de
participante necessita reconhecer marcas
47.
linguísticas indicadoras de opinião, tais como
verbos, adjetivos ou advérbios. Nesta questão, O RETRATO
contudo, não se trata exclusivamente de
identificar uma opinião dentre diversos fatos, mas O homem, de barba grisalha mal-aparada,
de diferenciar uma opinião específica acerca de vestindo jeans azul, camisa xadrez e jaqueta de
uma determinada personagem. O aluno deve couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do
realizar uma leitura atenta, a fim de reconhecer botequim e ficou esperando sem pressa que o
as impressões que o narrador tem de seu irmão, rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de
Lelo. Cabe a ele fazer uma distinção entre os laranjas para um mecânico que comia uma coxa
processos subjetivos do olhar do narrador sobre o de frango fria. O homem tirou uma caderneta do
mundo e os aspectos factuais que se apresentam bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-
na dinâmica da narrativa. se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente que
seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, Ao considerar os demais aspectos do texto,
segurando-se para não chorar; a cara contraiu-se realizando associações equivocadas, os
como uma máscara de teatro mágico. O rapaz respondentes podem ter considerado que o
serviu o suco e perguntou ao homem o que ele homem ficou agitado e/ou apressado –
queria. O homem disse “nada não, obrigado”, alternativas A e C –, devido a sua saída repentina
guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu. do bar. Além disso, poderiam ter entendido que o
fato de o atendente demorar demais para atendê-
ÂNGELO, Ivan. O comprador de aventuras e outras lo deixou o homem nervoso – alternativa B –;
crônicas. São Paulo: Ática, p. 13.
poderiam, ainda, inferir que a recusa em ser
QUESTÃO 47 (D4) atendido pelo rapaz no botequim – “nada não,
obrigado” – demonstraria que o homem ficara
Infere-se desse texto que o homem de barba desconfiado das intenções do atendente–
grisalha, depois de olhar a foto, ficou alternativa E. Todas essas possibilidades
demonstram que os estudantes não conseguiram
(A) agitado.
extrair a informação solicitada pelo comando de
(B) nervoso.
forma adequada, apegando-se a aspectos do texto
(C) apressado.
que não seriam os principais para atender à
(D) emocionado.
tarefa solicitada pelo item ou atendo-se de forma
(E) desconfiado.
prioritária ao conhecimento exterior ao texto.
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
Leia o texto para responder à questão 48.
Essa questão avalia a habilidade de os estudantes
realizarem inferência de uma informação FAZER O QUE SE GOSTA
implícita em um texto. Essa habilidade exige que
os estudantes extraiam informações que não são A escolha de uma profissão é o primeiro
apresentadas explícita e diretamente no texto. calvário de todo adolescente. Muitos tios, pais e
Para tanto, o respondente precisa recorrer a orientadores vocacionais acabam recomendando
noções que já possui, associando-as ao contexto “fazer o que se gosta”, um conselho confuso e
apresentado. equivocado.
O texto que dá suporte à questão é uma narrativa Empresas pagam a profissionais para
em terceira pessoa, na qual há vários trechos fazer o que a comunidade acha importante ser
descritivos e, apesar de curta, apresenta estrutura feito, não aquilo que os funcionários gostariam de
e linguagem que exigem do leitor vários fazer, que normalmente é jogar futebol, ler um
processos inferenciais para a compreensão de seu livro [...].
sentido global. Então teremos de trabalhar em algo que
Para a resolução da questão, é necessário que os odiamos, condenados a uma vida profissional
estudantes, inicialmente, identifiquem o momento chata e opressiva? Existe um final feliz. A saída
da narrativa em que se encontra a informação para esse dilema é aprender a gostar do que você
solicitada pelo comando; sem desconsiderar que faz. E isso é mais fácil do que se pensa. Basta
o processo inferencial é construído no fazer seu trabalho com esmero, bem feito. Curta o
entendimento de todo o texto. Os estudantes que prazer da excelência, o prazer estético da
escolheram a alternativa D conseguiram qualidade e da perfeição. [...]
perceber, por meio das pistas textuais, que olhar Se você não gosta de seu trabalho, tente
a foto deixou o homem extremamente comovido, fazê-lo bem feito. Seja o melhor em sua área,
conforme explicitado no texto em: “seus olhos destaque-se pela precisão. Você será aplaudido,
ficaram vermelhos” e “segurando-se para não valorizado, procurado, e outras portas se abrirão.
chorar”. Assim, esses estudantes inferiram Começará a ser criativo, inventando coisa nova, e
corretamente que ele ficara emocionado. isso é um raro prazer.
Faça seu trabalho mal feito e você odiará ainda não terem desenvolvido a habilidade
o que faz, odiando a sua empresa, seu patrão, seus avaliada pela questão.
colegas, seu país e a si mesmo.
Leia o texto para responder às questões 49 e 50.
KANITZ, Stephen. Veja. São Paulo: Abril, 24 nov. 2010.
LUCIANA
QUESTÃO 48 (D2)
Ouvindo rumor na porta da frente e os
No trecho “... e isso é um raro prazer.”, o termo passos conhecidos de tio Severino, Luciana
destacado refere-se à ideia: entregou a Maria Julia as bonecas de pano,
(A) “... condenados a uma vida profissional...”. ergueu-se estouvada, saiu do corredor, entrou na
(B) “... ser criativo, inventando coisa nova...”. sala, parou indecisa, esperando que a chamassem.
(C) “... aprender a gostar do que você faz.”. Ninguém reparou nela. Papai e mamãe, no sofá,
(D) “... trabalhar em algo que odiamos...”. embebiam-se na palavra lenta e fanhosa de tio
(E) “Curta o prazer da excelência...”. Severino, homem considerável, senhor da
poltrona. Luciana adivinha a consideração: os
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO donos da casa escutavam, moviam a cabeça e
aprovavam: na cozinha, resmungando, arreliando-
Essa questão avalia a habilidade de os estudantes
se, a criada preparava café. Às vezes na família
estabelecerem relações entre partes de um texto,
repetia-se uma frase que tinha peso de lei.
identificando repetições ou substituições que
– Foi tio Severino quem disse.
contribuem para sua continuidade.
– Ah!
A referenciação constitui uma atividade
E não se acrescentava mais nada.
discursiva, na qual os estudantes devem interagir
Luciana quis aproximar-se das pessoas
com o material linguístico, fazendo as retomadas
grandes, mas lembrou-se do que lhe tinha
necessárias para, assim, manter a coesão textual
acontecido na véspera. Mergulhou numa longa
e garantir a coerência entre todas as partes do
meditação. Andara com mamãe pela cidade,
texto, que neste caso, é uma reportagem, um
percorrera diversas ruas, satisfeita. Num lugar feio
gênero familiar aos estudantes desta etapa de
e escorregadio, onde a água da chuva empoçava,
escolarização.
resistira, acuara, exigindo que pusessem ali
Nessa questão, a referenciação pronominal,
paralelepípedos. Agarrada por um braço, intimada
marcada pelo pronome demonstrativo “isso” no
a continuar o passeio, tivera um acesso de
trecho destacado do texto, cooperará para a
desespero, um choro convulso, e caíra no chão,
aferição dessa habilidade. Para recuperar o
sentara-se na lama, esperneando e berrando. Em
sentido desse pronome, os estudantes deveriam
casa, antes de tirar-lhe a camisa suja, mamãe lhe
reler o contexto maior em que a frase se insere
infligira três palmadas enérgicas. Por quê?
para manter o nexo, percebendo, assim, que o
Luciana passara o dia tentando reconciliar-se com
pronome refere-se ao exposto que o antecede, o
o ser poderoso que lhe magoara as nádegas.
fato de “ser criativo, inventando coisa nova”.
Agora, na presença da visita, essa criatura forte
Nesse sentido, os estudantes que marcaram a
não anunciava perigo.
alternativa B – o gabarito – demonstram haver
desenvolvido a habilidade avaliada, pois RAMOS, Graciliano. Luciana In: Contos. 4ª serie literária.
estabeleceram corretamente a relação anafórica (Org. Maria Silvia Gonçalves). São Paulo: Nacional,1979.
entre o pronome e seu referente. p.17-21. Fragmento
As alternativas A, C, D ou E apontam trechos que
antecedem o pronome em análise, ou seja, trata- QUESTÃO 49 (D10)
se também de uma operação de retomada Esse texto é narrado por
anafórica, no entanto, esses trechos estão
distantes do pronome referido, inviabilizando sua (A) Luciana.
retomada pelo pronome. Portanto, os estudantes (B) Maria Júlia.
que optaram por essas alternativas demonstram (C) Tio Severino.
(D) alguém que testemunha os fatos. consequência que tem outra causa: o fato de
(E) alguém que está distante dos fatos. Luciana sentar-se em uma poça d’água e fazer
pirraça.
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
Não há nenhuma informação no texto que permita
Essa questão avalia se os estudantes reconhecem ao estudante inferir que Maria Júlia não tinha
os elementos de uma narrativa, identificando, brinquedos e, por isso, a alternativa A, assinalada
especificamente, quem narra a história. é incorreta.
Os estudantes que escolheram a alternativa E Os estudantes que escolheram a letra C parecem
demonstram já ter consolidado essa habilidade, não ter compreendido o que lhe foi solicitado,
pois reconhecem que o texto é narrado na 3ª pois marcaram uma alternativa cuja informação
pessoa, que indica um narrador que não participa não indica qualquer tipo de relação causal com o
dos fatos narrados. fato dado no enunciado.
Os estudantes que marcaram a alternativa D, o
Leia o texto para responder à questão 51.
gabarito, não distinguem onisciência do narrador
daquele narrador que observa, em proximidade, PRESENTE SEM PREÇO
os desdobramentos da história. As alternativas A,
B e C apresentam nomes de personagens, assim Quantas vezes você já ouviu que o
os estudantes que assinalaram essas alternativas dinheiro compra tudo menos a felicidade? Na hora
de buscar presentes de fim de ano, pense nisso e
revelam que, ainda, não desenvolveram essa
habilidade. use a criatividade e a participação.
Conversávamos sobre isso [...] e surgiram várias
QUESTÃO 50 (D11) ideias interessantes. Por exemplo, bombons
reembalados por uma criação sua e materiais
Nesse texto, Luciana entrega as bonecas a Maria
comprados em papelaria ganharão enorme
Júlia porque
personalidade. Um simples óleo de massagem de
(A) a amiga não tinha brinquedos. menos de R$10,00 pode valer muito mais se vier
(B) o Tio Severino havia chegado. com a massagem, que você oferece, assim como
(C) a mãe conversava com visitas. um livro para a criança deve vir acompanhado da
(D) o pai não percebera sua presença. respectiva leitura. Que tal comprar apenas um
(E) a mãe lhe infligia umas palmadas. baralho, chamar os amigos e dar o conjunto
(baralho + amigos) de presente para que quem o
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
receba ganhe horas de diversão em boa
Avalia-se, por meio dessa questão, se o estudante companhia? Ou compre um DVD e acrescente no
estabelece relações de causa-consequência entre embrulho uma pipoca de micro-ondas, que vale a
partes e elementos do texto. combinação de ver o filme junto? Quando você
Os estudantes que marcaram a alternativa B participa, o presente, como diz a propaganda, não
perceberam que Luciana brincava de boneca no tem preço.
corredor e, com a chegada do Tio Severino,
CHARLAB, Sérgio. Seleções Reader´s Digest, Dezembro
entrega os brinquedos à Maria Júlia. Portanto a 2009. p. 5.
causa é a chegada do Tio Severino e a
consequência é a entrega das bonecas à Maria QUESTÃO 51
Júlia.
Nesse texto, qual é a ideia defendida pelo autor?
Aqueles estudantes que escolheram a alternativa
D fizeram uma inferência equivocada, pois o fato
(A) A criatividade e a participação devem fazer
de o pai não perceber a presença de Luciana não
parte do presente.
constitui a causa da entrega das bonecas.
(B) O livro deve vir acompanhado da respectiva
A escolha da alternativa E revela que esses
leitura.
estudantes ainda não conseguiram perceber a
(C) A propaganda defende que presente tem que
causa do fato apresentado no enunciado, pois a
ser caro.
informação dada nessa alternativa é
(D) O dinheiro compra tudo menos a felicidade. raios. Acreditava-se que nele vivia o deus dos
(E) O óleo deve vir acompanhado da massagem. relâmpagos. Bater no carvalho era, portanto, um
ato para afastar perigos e riscos diversos.
COMENTÁRIO PEDAGÓGICO O pessoal do Íbis, de Pernambuco,
considerado o pior time do mundo, andou batendo
Os estudantes que assinalaram a alternativa A, o
gabarito, demonstraram já ter desenvolvido a na madeira durante anos tentando dar um xô para
habilidade avaliada, visto que conseguiram o azar, mas nem assim adiantou. Continuou
entender o texto como um todo, identificando a sofrendo goleadas até ser brindado com o
vexaminoso título que hoje o identifica no futebol.
tese que o autor apresenta quando diz que a
participação é fundamental para um presente Só restou a lembrança de, inutilmente, bater tanto
criativo. na madeira.
Os estudantes que escolheram a alternativa C se O berço da palavra. Revista do Correio. Correio Braziliense.
guiaram, provavelmente, pelo último período do 13 nov. 2009, p. 38.
texto, a partir do qual realizaram uma inferência QUESTÃO 52
equivocada do trecho “não tem preço”.
Os estudantes que marcaram a alternativa D se Nesse texto, há um tom de ironia no fato de
detiveram na ideia contida na pergunta inicial do A) os celtas baterem no tronco da árvore para
texto a qual, embora seja plausível enquanto tese, afugentar o azar.
nesse texto não se caracteriza como ideia B) o Íbis guardar na lembrança o título de pior
defendida, mas como uma frase de efeito de uso time do mundo.
comum que dá suporte para que o autor C) os romanos baterem na mesa de refeições para
desenvolva seus argumentos. invocar os deuses.
Ao escolher as alternativas B e E, os estudantes D) o carvalho ser venerado pela sua força,
elegeram exemplos que suportam a tese do autor, importância e longevidade.
que seria uma ideia secundária dentro do texto, E) o Íbis ser o pior time do mundo, apesar de
não a principal. Esses estudantes, assim como bater na madeira durante anos.
aqueles que assinalaram as alternativas D e C,
ainda não desenvolveram a habilidade avaliada COMENTÁRIO PEDAGÓGICO
pela questão.
Esta questão avalia a habilidade de os
Leia o texto para responder à questão 52. estudantes identificarem efeitos de ironia
em um texto. O suporte apresenta um
BATER NA MADEIRA
texto publicado em uma revista de
Esse costume vem de tempos bem variedades, que explica a origem de uma
antigos. Entre os celtas, consistia em bater no prática socialmente comum – bater na
tronco de uma árvore para afugentar o azar, com madeira –, de maneira informal, com
base no fato de que os raios caem frequentemente objetivo de aproximar do público leitor a
sobre as árvores, sinal de que elas seriam a explicação de um elemento que atravessa
morada terrestre dos deuses. A pessoa estaria a cultura popular.
mantendo contato com o deus e lhe pedindo ajuda. A compreensão do contexto é de
Na mesma linha, os druidas batiam na madeira fundamental importância para a
para espantar os maus espíritos. Já na Roma percepção da ironia, pois, inserindo a
Antiga, batia-se na madeira da mesa das refeições, situação na qual a fala foi produzida,
considerada sagrada, para invocar os deuses determina- -se em que sentido as palavras
protetores da família e do lar. estão empregadas, já que o recurso
Historicamente, a árvore preferida para irônico é obtido justamente pela
neutralizar o mau agouro era o carvalho, venerado apresentação de situações ambíguas e/ou
por sua força, imponência e longevidade. Ele teria fora de propósito, como no texto
poderes sobrenaturais por suportar a força dos apresentado.
A resolução da questão requer uma
leitura atenta dos estudantes para que
possam perceber que o efeito irônico se
constrói pelo fato de as pessoas ligadas
ao Íbis – o pior time do mundo – baterem
na madeira durante anos – ato que
deveria trazer proteção e espantar o mau
agouro – mas, mesmo assim, o time
continuar perdendo.
Os discentes que escolheram a alternativa
E, o gabarito, conseguiram identificar o
gabarito, demonstrando que já
desenvolveram a habilidade avaliada.
Os estudantes que optam pelas
alternativas A, B, C e D, provavelmente,
não dominam o conceito de ironia por
isso não conseguiram apontá-la ou,
ainda, demonstram dificuldade na
identificação da mesma, por tratar-se de
uma inferência refinada dentro do texto.

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