Você está na página 1de 43

NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO

Curso de Pós- Graduação


Coordenação Pedagógica - IBRA
Sumário

1 A Inclusão Social das Pessoas com Deficiências 04


2 As Normas Legais de Garantia dos Direitos das Pessoas 08
com Deficiência os Direitos na Constituição Federal
Ao Trabalho 09
À Atenção do Estado (Poder Público) à saúde e 09
proteção
3 O Movimento de Integração Social das Pessoas 11
com Deficiência
4 Educação Inclusiva 18
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas 24
de Ensino
As adaptações relativas aos objetivos e conteúdos 26
dizem respeito
As adaptações avaliativas dizem respeito 26
Níveis deAdaptações Curriculares 29
Adaptações no Nível do Projeto Pedagógico (Cur- 29
rículo Escolar)
Adaptações Relativas ao Currículo da Classe 30
Adaptações Individualizadasdo Currículo 32
Adaptações de Acesso ao Currículo 32
Adaptações nosElementos Curriculares 37
Adaptações Metodológicase Didáticas 37
Adaptações os conteúdoscurriculares e no processo 38
avaliativo
6 Referências Bibliograficas 41

02
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
1 A Inclusão Social das Pessoas com Deficiências

I ncluir quer dizer fazer parte, inserir, in-


troduzir. E inclusão é o ato ou efeito de
incluir. Assim, a inclusão social das pes-
• Direitos Econômicos: direito ao
trabalho; à proteção contra o desem-
prego; à remuneração que assegure
soas com deficiências significa torná-las uma vida digna, à organização sindical;
participantes da vida social, econômica e e direito à jornada de trabalho limitada
política, assegurando o respeito aos seus (Arts. 23 e 24).
direitos no âmbito da Sociedade, do Esta-
do e do Poder Público. • Direitos Sociais: direito à alimen-
A Declaração Universal dos Di- tação; à moradia; à saúde; à previdên-
reitos Humanos, aprovada pela Orga- cia e assistência; à educação; à cultura;
nização das Nações Unidas (ONU), em e direito à participação nos frutos do
1948 relaciona os seguintes direitos que progresso científico (ART.25 ao 28).
valem para todos, isto é, os chamados
direitos humanos ou da cidadania: Esses direitos foram conquis-
tados arduamente nos últimos 200
• Direitos Civis: direito à liberdade e anos. Contudo, segundo as condições
segurança pessoal; à igualdade perante históricas de cada país, podem ser des-
lei; à livre crença religiosa; à proprieda- cumpridos ou bastantes fragilizados, o
de individual ou em sociedade; e o di- que indica que o esforço do Estado e
reito de opinião (Art. 3° ao 19). da Sociedade por sua vigência deva ser
permanente. Uma coisa é certa: para
• Direitos Políticos: liberdade de as- fortalecê-los entre nós, a Sociedade e
sociação para fins políticos; direito de o Estado brasileiros devem agir com
participar do governo; direito de votar base no princípio da associação inter-
e ser votado (Arts. 20 e 21). dependente dos direitos, isto é, o cum-

04
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
1 A Inclusão Social das Pessoas com Deficiências

primento efetivo de um depende do cial e cultural.


cumprimento dos outros. Por exemplo,
o direito à igualdade perante a lei de- Assim orientada, a Organização das
pende do direito de votar e ser votado, o Nações Unidas (ONU) estabeleceu, em
qual está por sua vez associado ao direito 1975, a Declaração dos Direitos das Pesso-
de opinião aos direitos à educação e à saú- as com Deficiências. Ponto de chegada de
de. uma luta histórica de entidades nacionais
Quando isto não ocorre, os direi- e internacionais e, em particular, das pró-
tos de todos perdem as suas forças e, em prias pessoas com deficiências e de suas
consequência, os direitos específicos das organizações, a Declaração tornou-se, em
pessoas com deficiência também. Ora, todo mundo, o ponto de partida para a
se o direito universal à saúde não está as- defesa da cidadania e do bem-estar destas
sociado aos demais e além disso, é cum- pessoas, assegurando os seguintes direi-
prido de modo insuficiente pelo Estado, o tos:
direito à saúde específico das pessoas com
deficiência igualmente será fragilizado ou • O direito essencial à sua própria digni-
mesmo negado. dade humana. As pessoas com deficiên-
Portanto a inclusão social tem por cia, independente da origem, natureza e
base que a vigência dos direitos específi- gravidade de suas incapacidades, têm os
cos das pessoas com deficiência está di- mesmos direitos que os outros cidadãos, o
retamente ligada à vigência dos direitos que implica no direito de uma vida decen-
humanos fundamentais. Em virtude das te, tão normal quanto possível;
diferenças que apresentam em relação às
demais, as pessoas com deficiência pos- • As pessoas com deficiência têm os mes-
suem necessidades especiais a serem sa- mos direitos civis e políticos dos demais
tisfeitas. Tal fato significa que: indivíduos. O parágrafo 7° da Declaração
dos Direitos do Deficiente Mental indica
• Os direitos específicos das pessoas a possibilidade de limitar ou de suprimir
com deficiências decorrem de suas ne- tais direitos no caso das pessoas com defi-
cessidades especiais; ciência mental;

• É preciso compreender que as pessoas • O parágrafo 7 da Declaração dos Direi-


não deficientes e as pessoas com deficiên- tos das Pessoas Mentalmente Retardadas
cias não são “iguais”. estabelece: “Sempre que pessoas mental-
mente retardadas forem incapazes devido
• O exercício dos direitos gerais bem à gravidade de sua deficiência de exercer
como nos direitos específicos destas últi- todos os seus direitos de um modo signi-
mas está diretamente ligado à criação de ficativo ou que se torne necessário res-
condições que permitam o seu acesso di- tringir ou denegar alguns ou todos estes
ferenciado ao bem-estar econômico, so- direitos, o procedimento usado para tal

05
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
1 A Inclusão Social das Pessoas com Deficiências

restrição ou denegação de direitos deve instituição especializada for indispensá-


conter salvaguardas legais adequadas vel, o ambiente e as condições deverão ser
contra qualquer forma de abuso. Este pro- as mais próximas da vida normal;
cedimento deve ser baseado em avaliação • O direito à proteção contra toda a
da capacidade social da pessoa mental- exploração e todo o tratamento discrimi-
mente retardada, por parte de especialis- natório, abusivo e degradante;
tas e deve ser submetido à revisão peri-
ódica e ao direito de apelo a autoridades • As pessoas com deficiência têm o direi-
superiores”; to ao apoio jurídico qualificado quando
tal apoio mostrar-se indispensável para
• As pessoas com deficiências têm o di- sua proteção. Se processos judiciais forem
reito de desenvolver capacidades que as estabelecidos contra elas, o procedimento
tornem, tanto quanto possível, autocon- legal respeitará as suas condições físicas e
fiantes; mentais;

• O direito ao tratamento médico, psi- • As organizações das pessoas com defi-


cológico e reparador, incluindo próteses ciência devem ser consultadas em todos
e órteses, visando a sua reabilitação, bem os assuntos que dizem respeito aos direi-
como o acesso a serviços que as habilitam tos mencionados;
a desenvolver capacidades voltadas para
sua integração ou reintegração social; • As pessoas com deficiência, suas famí-
lias e a comunidade devem ser plenamen-
• As pessoas com deficiência têm o direi- te informadas, pelos meios apropriados,
to à segurança social econômica e a um ní- dos direitos contidos na Declaração.
vel de bem-estar digno. Elas têm o direito,
segundo suas capacidades, ao emprego ou Pode-se perceber que a inclusão so-
de participar de ocupação útil e remune- cial das pessoas com deficiência depende
rada; do seu reconhecimento como pessoas,
que apresentam necessidades especiais
• O direito a que suas necessidades es- geradoras de direitos específicos, cuja
peciais sejam incluídas no planejamento proteção e exercício dependem do cum-
econômico e social; primento dos direitos humanos funda-
mentais.
• As pessoas com deficiência têm o di-
reito de viver com sua família e de partici-
par das atividades sociais. Elas não serão
submetidas, mesmo em suas residências,
a tratamento diferente (discriminatório)
que não seja o necessário para melhorar o
seu bem-estar. Se a sua permanência em

06
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
2 As Normas Legais de Garantiados Direitosdas Pessoas
com Deficiência os Direitos na Constituição Federal

L ogo no artigo 1° da Constituição são


mencionados dois dos fundamentos
que amparam os direitos de todos os bra-
lidária “; “erradicar a pobreza e a margina-
lização e reduzir as desigualdades sociais
e regionais” e “promover o bem de todos,
sileiros, incluindo, é claro, as pessoas com sem preconceito de origem, raça, sexo,
deficiência: a cidadania e a dignidade. cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação”.
• Cidadania: é a qualidade de cida- A expressão o bem de todos indi-
dão. E cidadão é o indivíduo no gozo de ca que os direitos e deveres da cidadania
seus direitos civis, políticos, econômicos pressupõem que todos são iguais perante
e sociais numa Sociedade, no desem- a lei, com a garantia de que são invioláveis
penho de seus deveres para com esta. o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
• Dignidade: é a honra e a respeitabi- segurança e à propriedade (Artigo 5°).
lidade devida a qualquer pessoa provi- Todavia, as pessoas com deficiên-
da de cidadania. cia possuem necessidades especiais que
as distinguem das outras. Desta forma, é
São fundamentos que orientam os importante compreender que, além dos
objetivos de nossa República, tais como, direitos relativos a todos, as pessoas com
“construir uma sociedade livre, justa e so- deficiência devem ter direitos específicos,

08
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
2 As Normas Legais de Garantiados Direitosdas Pessoas
com Deficiência os Direitos na Constituição Federal

que compensem, na medida do possível, ca direta, indireta ou fundacional, de


as limitações e/ou impossibilidades a que qualquer dos Poderes da União, dos
estão sujeitas. Estados, do Distrito Federal e dos
Por isto é preciso repetir que os não Municípios obedecerá aos princípios
deficientes e as pessoas com deficiência de legalidade, impessoalidade, mora-
não iguais, no sentido de uma igualdade lidade, publicidade e, também ao se-
apenas abstrata e formal, isto é, que não guinte:
considera as diferenças existentes entre os ...VII. A lei reservará percentual
dois grupos. dos cargos e empregos públicos para
E que as pessoas com deficiência as pessoas com deficiência e definirá os
apresentam necessidades especiais, que critérios de sua admissão.
exigem um tratamento diferenciado para
que possam realmente ser consideradas À Atenção do Estado (Poder
como cidadãos. Assim, a Constituição es- Público) à saúde e proteção
tabelece as seguintes normas relativas:

Ao Trabalho

Art. 23 – é competência comum


da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios:
Art. 7° - São direitos dos trabalha- II cuidar da saúde e assistência
dores urbanos e rurais, além de outros pública, da proteção e garantia das pes-
que visem à melhoria de sua condição soas com deficiência.
social: Art. 24 – Compete a União, aos
XXXI. Proibição de qualquer dis- Estados e ao Distrito Federal legislar
criminação no tocante a salário e crité- concorrentemente sobre:
rios de admissão do trabalhador com ...XIV. Proteção e integração so-
deficiência. cial das pessoas com deficiência.
Art.37 – Administração públi-

09
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
3 O Movimento de Integração Social das Pessoas com
Deficiência

O movimento pela integração da pes-


soa deficiente, na Europa, pode ser
considerado como decorrente da conjun-
lo entre as duas guerras e o número de
baixas ocorridas gerara um déficit de
mão de obra, o que levou à implanta-
ção histórica de três fatores, segundo es- ção de programas de educação, saúde
tudiosos do assunto: o advento das e treinamento para que trabalhadores
duas grandes guerras mundiais, o deficientes pudessem preencher as
fortalecimento do movimento pelos lacunas da força de trabalho europeia
Direitos Humanos e o avanço cientí- (SANTOS, 1995; CORREIA, 1997).
fico. A aprovação da Declaração Uni-
Como consequência das duas versal dos Direitos Humanos e o forta-
grandes guerras, surgiu nos países lecimento dos movimentos de luta em
atingidos uma grande quantidade de defesa dos direitos civis, influenciados
pessoas mutiladas, debilitadas e per- pelas grandes transformações sociais
turbadas mentalmente. As sociedades ocorridas ao longo da segunda meta-
desses países viram-se diante da neces- de do Século XX, estão na gênese das
sidade de criar formas de atendimen- recentes disposições de igualdade de
to e reintegração desses indivíduos ao oportunidades educativas para crian-
meio social. Além disso, o curto interva- ças com necessidades educacionais

11
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
3 O Movimento de Integração Social das Pessoas com
Deficiência

especiais. Despontava, então, uma educação como instrumento para o de-


fase de esperança e luta por melho- senvolvimento de um saber e de uma
res tempos, espelhada num renas- consciência críticas; com abordagens
cimento humanista, cada vez mais pedagógicas centradas no aluno, vi-
crescente e que atingiu seu auge nos sando a sua formação, como futuro
anos 60. Nesse período, ocorreu uma cidadão, como agente social ativo e his-
mudança de perspectiva em rela- tórico.
ção ao tipo de inserção das pessoas Os movimentos a favor da inte-
deficientes na força de trabalho, que gração dos deficientes mentais surgi-
havia sido originada no pós-guerra. A ram nos países nórdicos no início da
demanda, que antes tinha por objeti- década de 60, quando, em 1950, na Di-
vo preencher lacunas, agora se daria namarca, traçava-se pela primeira vez,
no sentido de integrar os indivíduos um plano para integração de crianças
deficientes com base em seus direi- portadoras de deficiência. A ideia da in-
tos como seres humanos e indivíduos tegração nascia para derrubar a prática
pertencentes a uma sociedade (SAN- da exclusão social a que foram subme-
TOS, 1995; CORREIA, 1997). tidas as pessoas portadoras de deficiên-
Paralelo aos dois fatos já mencio- cias, durante vários séculos.
nados, o avanço científico dessa época Na década de 60, observou-se
trouxe informações importantes sobre um boom de instituições especializadas
aqueles grupos considerados minorias que ofereciam aos grupos específicos de
sociais. Estudos sociológicos, realizados indivíduos deficientes, todos os servi-
nos Estados Unidos, citados por Santos ços possíveis correspondentes àqueles
(1995), revelaram a escassez ou carên- encontrados fora da instituição, dispo-
cia total de acesso às provisões sociais, nibilizados para a população conside-
de saúde e educacionais, pelas minorias rada normal. A segregação continuava,
étnicas. Pesquisas nas áreas médica, só que agora no âmbito institucional,
educacional e psicológica defendiam dentro de escolas especiais, centros de
uma abordagem menos paternalista reabilitação, oficinas protegidas de tra-
em relação aos indivíduos deficientes e balho, clubes recreativos especiais, etc.
enfatizavam que a “excepcionalidade”, (SASSAKI, 1997).
necessariamente, nãodeve se constituir Ao final daquela década, a ideia
num impedimento total para a apren- de integração social foi ampliada e o
dizagem dos indivíduos deficientes, objetivo da nova abordagem passou
nem significar uma incapacidade deles a promover a integração das pessoas
em frequentar o ambiente escolar. portadoras de deficiência nos sistemas
As novas tendências no campo sociais gerais, como a educação, o traba-
educacional, em oposição à visão po- lho, a família e o lazer. O fator propul-
sitivista, trariam à tona a concepção de sor de tal mudança de perspectiva foi a

12
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
3 O Movimento de Integração Social das Pessoas com
Deficiência

elaboração e a divulgação de um tão culturalmente normativos quanto


importante princípio – o princípio fosse possível para estabelecer e/ou
da normalização (SASSAKI, 1997). manter condutas e características pes-
Em 1969, na Dinamarca, Nirje soais o mais culturalmente normativas
– Diretor da Associação Sueca para quanto fosse possível (STEELLANDT,
Crianças Retardadas - formula o prin- 1991).
cípio da normalização, que se consti- O pressuposto básico do princí-
tuiria na base conceitual do processo pio da normalização era que toda pes-
de integração social dali em diante. Em soa portadora de deficiência, especial-
sua redação inicial, o princípio referia- mente, as deficientes mentais, tinham
-se apenas a pessoas com deficiência, odireito de experienciar um estilo, ou
como se pode constatar: “O princípio padrão de vida, que fosse comum ou
de normalização significa colocar ao normal à sua própria cultura, ou seja, a
alcance dos retardados mentais, uns todos os membros de uma sociedade
modose umas condições de vida diários deveriam ser oferecidas oportunidades
o mais parecidos possível às formas e iguais de participar em atividades co-
condições de vida do resto da socieda- muns àquelas partilhadas por seu gru-
de” (STEELNLANDT 1991, in CARVA- po de pares (MENDES, 1994).
LHO, 1997, p.45). Definida como um princípio ou
como um objetivo a ser alcançado, a
normalização não era específica da es-
cola; ela passava a englobar os diversos
aspectos da existência em sociedade
e de todas as etapas de vida dos indi-
víduos com deficiência. Além disso, o
princípio da normalização não perma-
neceu restrito aos fatores relacionados
à vida dos indivíduos afetados por
uma incapacidade ou uma dificuldade,
ele passava a envolver tambémtodasas
outras pessoas que estavam em contato
com aqueles indivíduos, ou seja, sua fa-
Este princípio foi generalizado a mília e a sociedade que se relacionasse
partir de 1972, por Wolfensberg, para com eles (DORÉ et. al.,1996).
todas as pessoas com deficiências e Uma das opções de integração
contemplou tanto os meios possíveis, escolar denominava-se mainstrea-
quanto os resultados alcançados. Isto ming, ou seja, “inserção na corren-
quer dizer que, para Wolfensberg, a te principal” e seu sentido seria
normalização era a utilização de meios análogo à existência de um canal

13
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
3 O Movimento de Integração Social das Pessoas com
Deficiência

educativo geral, que, em seu fluxo, tem se mostrado unilateral em nossos


vai carregando todo tipo de aluno dias; um esforço somente da pessoa
com ou sem capacidade ou neces- portadora de deficiência e de seus
sidade específica. Pelo conceito de aliados - a família, a instituição
mainstreaming, o aluno portador especializada e algumas pessoas envol-
de deficiência, ou com dificulda- vidas na causa da inserção social - se-
des de aprendizagem, deve ter acesso gundo Sassaki (1997).
à educação, sendo que essa formação Da forma como está sendo rea-
deverá ser adaptada às suas necessi- lizada hoje, a integração escolar/social
dades específicas (MANTOAN,1998). pouco ou nada exige da sociedade em
Foi a partir da década de 80 que termos de modificação de atitudes, de
a integração social, como movimento, espaços físicos, de objetos e de práticas
teve seu maior impulso com o fortale- sociais. A sociedade “cruza seus braços”
cimento da luta pelos direitos das pes- e aceita o deficiente desde que ele se
soasportadoras de deficiência. No Bra- torne capaz de adaptar-se ao seu con-
sil, essa influência é vista, claramente, texto social e às formas de desempe-
na redação dos textos oficiais que nhar os papéis sociais necessários.
normatizaram o atendimento edu- Essa prática reflete o, ainda vigen-
cacional especial. te, modelo médico de compreensão da
Ocorreu, também nessa década, deficiência. O modelo médico de com-
a despeito das críticas iniciais, o desen- preensão da deficiência significa com-
volvimento de estratégias de opera- preender este fenômeno tendo, como
cionalização do princípio de norma- referência, um conjunto de significados
lização por meio de integradores. O construídos historicamente, funda-
processo de “mainstreaming” firmou- mentados em uma explicação médica
se como filosofia de integração ampla- da deficiência. Dentro de uma visão or-
mente aceita (MENDES, 1994). ganicista de Ser Humano, a explicação
A defesa da integração social da médica focaliza a deficiência no indiví-
pessoa com deficiência, sem dúvida al- duo desviante, enfatiza o diagnóstico
guma, foi um avanço social muito im- e prognóstico clínico (a médio e longo
portante, pois teve o mérito de inserir prazo) e tem como objetivo fundamen-
esse indivíduo na sociedade de uma tal: classificar, comparar e normatizar o
forma mais efetiva, se comparado à desviante.
situação anterior de segregação. Entre- O modelo médico de deficiência
tanto, se o processo de integração social parte do pressuposto de que as pes-
tem consistido no esforço de inserir na soas portadoras de uma deficiência são
sociedade pessoas com deficiência que doentes e debilitadas, pois estão afasta-
alcançaram um nível compatível com dosde um “estado normal” de condição
os padrões sociais vigentes, tal esforço humana, que, nesse caso, seria aquele

14
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
3 O Movimento de Integração Social das Pessoas com
Deficiência

estado considerado dentro da norma para adequá-las aos padrões da socie-


– o ser normal, o ser saudável. Por dade” (WESTMACOTT, in SASSAKI,
conta das diferenças que apresentam 1997), o processo de integração social
os deficientes, dentro desse modelo, tem concentrado esforços no sentido
são discriminados como incompeten- de inserir na sociedade pessoas com de-
tes para o exercício de atividades sociais ficiência que já tenham alcançado um
(educação, lazer e trabalho), desconsi- nível de desempenho compatível com
derados em seus direitos e deveres, re- os padrões sociais vigentes. O proces-
conhecidos como indivíduos incompe- so de integração baseado num modelo
tentes para aprender, pensar e decidir, médico de deficiência, para Sassaki,
estando submetidos a um permanen- pouco ou nada exige da sociedade no
te estado de dependência em relação que se refere a mudanças de atitudes,
a outras pessoas. De forma geral, nas de espaços físicos, de objetos e de práti-
interações sociais realizadas tendo cas sociais.
como referência este modelo de com-
preensão do fenômeno, as pessoas
acabam se relacionando com o qua-
dro etiológico da condição deficiente
e não com o seu portador.
O modelo médico de compreen-
são da deficiência está arraigado na
realidade da educação especial brasi-
leira e, em parte, tem sido responsável
pela resistência da sociedade em aceitar
a necessidade de mudar suas estruturas
e atitudes para inserir em seu meio os
indivíduos com deficiência, de modo a De forma geral, a defesa do mo-
favorecer-lhes o desenvolvimento pes- delo de integração escolar do indivíduo
soal, social, educacional e profissional. com deficiência por meio do processo
Partindo do pressuposto de que a de- de mainstreaming está muito presen-
ficiência é um problema existente ex- te nos projetos de Educação Especial
clusivamente na pessoa deficiente, a desenvolvidos, atualmente, no Brasil.
sociedade sempre foi levada a crer que No processo de mainstreaming,
bastaria oferecer a esses indivíduos al- o aluno deficiente deve ter acesso à
gum tipo de serviço especializado e o educação, sendo sua formação es-
problema estaria solucionado. colar adaptada às suas necessidades
Fundamentado em um mode- específicas. Para que tal objetivo seja
lo médico de deficiência, que “tenta alcançado, deve haver uma diversi-
‘melhorar’ as pessoas com deficiência

15
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
3 O Movimento de Integração Social das Pessoas com
Deficiência

dade de possibilidades e de serviços Seguindo o curso das transfor-


disponíveis a esse aluno, opções que mações das práticas sociais relacio-
vão da inserção em classes regulares nadas à forma de inserção social das
ao ensino em escolas especiais. O pro- pessoas com necessidades especiais
cesso de integração, nesse modelo, é e aos tipos de atendimento ofereci-
representado por uma estrutura de- dos a eles, observamos o surgimen-
nominada “sistema de cascata” em to de uma quinta fase, na segunda
que é oferecido ao deficiente um am- metade da década de 80, incremen-
biente menos restritivo possível, em tando-se nos anos 90: é a fase da In-
todas as etapas da integração, com a clusão Escolar.
garantia desse aluno poder transitar
ao longo do “sistema”.
“Mainstreaming“ seria uma con-
cepção de integração parcial, porque o
sistema de cascata prevê serviços segre-
gados que não ensejam o alcance dos
objetivos da normalização. Os alunos
que se encontram em serviços segrega-
dos, raramente se deslocam para outros
menos segregados (MANTOAN, 1998).
O sistema de cascata e as políticas
de integração no modelo mainstreaming,
em muitos casos, acabam sendo usados
pela escola para ocultar o seu fracasso
em relação a alguns alunos, isolando-os
e somente integrando aqueles que não
constituem um desafio à sua competência
(DORÉ et al.,1996).
A seleção dos alunos que se en-
quadram nas situações de mainstrea-
ming é feita utilizando-se um processo de
avaliação e seleção (supostamente “objeti-
vo”), que irá apontar quais serão elegíveis
para serem integrados. Entretanto, a obje-
tividade desse processo é questionável e os
critérios utilizados, em muitos casos, são
subjetivos, arbitrários e inadequados para
revelar a real condição daquele aluno.

16
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
4 Educação Inclusiva

O f enômeno da Inclusão Escolar sur-


giu contextualizado nos eventos e
transformações sociais que vêm ocorren-
Uma delas propunha a melhoria
e o aprofundamento do conceito de inte-
gração/mainstreaming por meio de expe-
do ao longo da história da Educação Es- riências mais controladas, concomitante
pecial, caracterizando uma quinta fase na ao desenvolvimento de pesquisas. O prin-
evolução do atendimento educacional que cipal promotor do conceito de integração,
a sociedade, de forma geral, tem oferecido Wolfensberger sugeria a substituição do
às pessoas com necessidades especiais. termo normalização pela expressão “va-
Já havia, na segunda metade dos lorização dos papéis sociais”, esperando,
anos 80, em alguns países da Europa e com esta mudança, enfatizar o objetivo da
nos EUA, um consenso entre os estudio- normalização, ou seja, o apoio ao exercício
sos e pesquisadores referente à necessi- dos papéis sociais valorizados pelas pes-
dade de mudanças na forma como o pro- soas suscetíveis de desvalorização social
cesso de integração/mainstreaming vinha (DORÉ et al.,1997).
ocorrendo. Se havia consenso quanto a A outra orientação de mudanças
essas mudanças, as opiniões dividiam-se trazia para o foco da discussão um novo
em relação às soluções encontradas para conceito – a Inclusão Escolar. A Inclusão
implementá-las, daí surgindo basicamen- Escolar despontava como outra opção de
te duasorientações. inserção escolar e vinha questionar as po-

18
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
4 Educação Inclusiva

líticas e a organização da educação espe- gular Education Iniciative (REI)”,


cial, assim como o conceito de integração que defendia a adaptação da classe
(mainstreaming). De todas as críticas que regular de modo a tornar possível
os defensores da inclusão fazem ao proces- inserir ali o maior número possível
so de integração/mainstreaming, talvez, a de alunos com necessidades espe-
mais radical seja aquela que afirma que a ciais; incentivando os serviços de
escola acaba ocultando seu fracasso educação especial e outros serviços
em relação aos alunos com dificulda- especializados a associarem-se ao en-
des, isolando-os em serviços educa- sino regular (CORREIA,1997; DORÉ
cionais especiais segregados (DORÉ et aL.,1996).
et al.,1996). Em relação ao surgimen- Sem a preocupação com a preci-
to do movimento inclusivista na Edu- são histórica de seu surgimento, o fato
cação, apesar dos estudiosos da área é que depois de um período de intensas
concordar que países desenvolvidos discussões e críticas a respeito do pro-
como os EUA, o Canadá, a Espanha cesso de integração/mainstreaming e
e a Itália foram os pioneiros na im- suas possíveis limitações, ao final dos
plantação de classes e de escolas in- anos 80 e início da década de 90, co-
clusivas, não foi possível definir, com meçaram a tomar vulto as discussões
exatidão, a partir da bibliografia per- em torno do novo paradigma de aten-
tinente, o marco exato do início do dimento educacional – a Inclusão Es-
movimento de Inclusão Escolar. Em colar.
sua retrospectiva histórica, Seme- Na realidade, tanto o processo
ghini (1998) comenta que, desde a de integração quanto o de inclusão es-
década de 50, a escola inclusiva está colar são formas de inserção escolar ou
atuante em vários países da Europa sistemas organizacionais de ensino cuja
com o desenvolvimento de projetos e origem se fundamenta no mesmo prin-
programas de inclusão, apontando a cípio, o princípio da normalização.
década de 70 como sendo o marco do Apesar da origem comum no mes-
surgimento do processo de Inclusão mo princípio e de terem basicamente
Escolar nos EUA. o mesmo significado, os conceitos de
Mrech (1997; 1998; 1999) acredi- Integração e de Inclusão escolar estão
ta que tanto o movimento de Integração fundamentados em posicionamentos
Escolar e o subsequente movimento da divergentes quanto à consecução de
Educação Inclusiva surgiram nos EUA suas metas. A Integração Escolar re-
em consequência da promulgação da mete à ideia de uma inserção parcial e
Lei Pública 94.142, de 1975. Outros condicionada às possibilidades de cada
autores relatam que o conceito de in- pessoa, enquanto que o processo de In-
clusão surgiu, nos EUA, relacionado clusão refere-se a uma forma de inser-
à implantação em 1986 de uma po- ção radical e sistemática, total e incon-
lítica educacional denominada “Re- dicional, de toda e qualquer criança no

19
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
4 Educação Inclusiva

sistema escolar comum (WERNECK, busca de um ensino especializado no alu-


1997; MANTOAN, 1997; 1998). no, procura soluções que atendam às suas
diversidades, sem segregá-los em aten-
dimentos especializados ou em modali-
dades especiais de ensino (WERNECK,
1997; MANTOAN, 1996;
1997).
Portanto, a inserção proposta no
modelo da inclusão é muito mais comple-
ta, radical e sistemática, não admitindo
que ninguém fique fora da escola; por
isso, os pressupostos da inclusão provo-
cam o questionamento das políticas edu-
cacionais e da organização da educação
Normalizar uma pessoa, den- especial e regular, assim como o conceito
de mainstreaming e de integração.
tro do paradigma inclusivista, segun-
Nesse sentido, as escolas inclusivas
do Werneck (1997), não significa tor-
propõem um modo de constituir um siste-
ná-la normal; significa garantir-lhe o
ma educacional que considere as necessi-
direito de ser diferente e de ter suas
dades de todos os alunos e que seja estru-
necessidades reconhecidas e aten-
turado em virtude dessas necessidades. A
didas pela sociedade. Em relação à
proposta inclusivista, assim, provoca uma
área educacional, continua Werneck,
ampliação na perspectiva educacional,
normalizar é oferecer ao aluno com dentro do contexto escolar, já que sua prá-
necessidades especiais os recursos tica não prevê apenas o atendimento aos
profissionais e institucionais adequa- alunos que apresentam dificuldades na
dos e suficientes para que ele tenha escola. Além disto, o trabalho educacional
condições de desenvolver-se como desenvolvido dentro do paradigma da in-
estudante, pessoa e cidadão. clusão apoia a todos os que se encontram
Dessa forma, o objetivo fundamen- envolvidos no processo de escolarização,
tal da Inclusão Escolar é não deixar crian- professores, alunos, pessoal administrati-
ça alguma fora do sistema escolar e garan- vo, para que obtenham sucesso na cor-
tir que todas possam frequentar a sala de rente educativa geral (MANTOAN, 1997).
aula do ensino regular da escola comum, A ênfase da escola inclusivista não
e, que está escola, por sua vez, adapte-se se restringe ao atendimento das crianças
às particularidades de todos os alunos com necessidades especiais. A meta do
para concretizar o objetivo da diversidade, novo paradigma é incluir todos aqueles
proposto pelo modelo inclusivista. O para- que se encontra em situação de exclusão,
digma da Inclusão não admite diversifica- quer sejam eles deficientes físicos, men-
ção de atendimentos pela segregação e, na tais, sensoriais, ou crianças fracassadas na

20
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
4 Educação Inclusiva

escola; ou alunos marginalizados por con- cional levantadas pelos pesquisadores


ta de suas peculiaridades raciais ou cultu- da área. A instalação de uma prática
rais; ou qualquer outra criança que esteja educacional inclusivista não será garan-
impedida de usufruir seu direito de acesso tida por meio de promulgações de leis
à educação democrática e de qualidade que, simplesmente, extingam os servi-
que lhe garanta um desenvolvimento so- ços de educação especial e obriguem as
cial, emocional e intelectual adequado. escolas regulares a aceitarem a matrí-
A escola inclusivista respeita e valo- cula dos alunos “especiais”, ou seja, a
riza as diversidades apresentadas por seus inserção física do aluno com deficiência
alunos. A proposta da Inclusão exige uma mental em sala de aula regular não ga-
transformação radical da escola, pois ca- rante a sua “inclusão escolar”. Por outro
berá a ela adaptar-se às necessidades dos lado, conforme observa Bueno (1999),
alunos, ao contrário do que acontece atu- a implementação de uma escola regular
almente, quando são os alunos que devem inclusivista demanda o estabelecimen-
se adaptar aos modelos e expectativas da to de políticas de aprimoramento dos
escola. Se a meta do processo de Inclusão sistemas de ensino, sem as quais não
é que todo e qualquer educando seja inse- será possível garantir um processo de
rido na escola comum, então, a escola in- escolarização de qualidade.
clusivista deve preparar-se para oferecer Uma política de Inclusão Escolar
um ambiente propício ao desenvolvimen- implica no (ré) planejamento e na rees-
to das potencialidades de todos os tipos de truturação da dinâmica da escola para
alunos, qualquer que seja sua deficiência, receber esses alunos (GLAT, 1998). Em
diferença, déficit ou necessidades indivi- relação a estas mudanças da escola,
duais (WERNECK, 1997; SEMEGHINI, alguns autores alertam que devam ser
1998). feitas com cautela, ponderação e cons-
O princípio da Inclusão, sintetiza cientização, alertando que a realização
Correia (1997), apela para uma escola que de uma reforma de fundo não ocorre
tenha sua atenção voltada para a crian- de imediato; ao contrário, trata- se de
ça-todo, e não só a criança-aluno,res- um processo em curso, que deve ser de-
peitando os três níveis de desenvol- vidamente estudado e planejado, con-
vimentos essenciais – o acadêmico, siderando todos os fatores envolvidos
o sócio- emocional e o pessoal, de na questão educacional (CORREIA,
modo a proporcionar a essa criança 1997; CARVALHO, 1998).
uma educação apropriada, orientada Apesar do conceito de inclusão
para a maximização de seu potencial. conciliar-se com uma educação para
Em termos teóricos e ideológicos, todos e com o ensino especializado
a ideia da inclusão escolar é, sem dúvida no aluno, a opção por esse tipo de in-
alguma, revolucionária. Entretanto, há serção escolar não poderia ser realizada
que se refletir sobre importantes ques- sem o enfrentamento de desafios im-
tões de natureza pragmática e opera- portantes, uma vez que o maior deles

21
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
4 Educação Inclusiva

recai sobre o fator humano. Na adoção deles avaliarem o progresso acadêmi-


do paradigma da inclusão, as mudan- co de seus alunos; assistência às fa-
ças no relacionamento pessoal e social e mílias dos alunos e a todos os outros
na maneira de efetivar os processos de que estejam envolvidos no processo
ensino e aprendizagem têm prioridade de inclusão.
sobre o desenvolvimento de recursos Todas estas mudanças, na opi-
físicos e os meios materiais para a nião de Mantoan (1997; 1998), não
realização de um processo escolar de devem ser impostas, ao contrário, de-
qualidade (MANTOAN, 1998). vem resultar de uma conscientização
Essas novas atitudes e formas cada vez mais evoluída de educação e
de interação na escola dependem de de desenvolvimento humano.
fatores, tais como: o aprimora-
mento da capacitação profissional
dos professores em serviço; a insti-
tuição de novos posicionamentos e
procedimentos de ensino, baseados
em concepções e práticas pedagógi-
cas mais modernas; mudanças nas
atitudes dos educadores e no modo

22
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

A s manifestações de dificuldades de
aprendizagem na escola apresen-
tam-se como um contínuo, desde situa-
para torná-lo apropriado às peculiari-
dades dos alunos com necessidades es-
peciais. Não um novo currículo, mas
ções leves e transitórias que podem se um currículo dinâmico, alterável, pas-
resolver espontaneamente no curso do sível de ampliação, para que aten-
trabalho pedagógico até situações mais da realmente a todos os educandos.
graves e persistentes que requerem o uso Nessas circunstâncias, as adaptações
de recursos especiais para a sua solução. curriculares implicam a planificação
Atender a esse contínuo de dificuldades pedagógica e a ações docentes funda-
requer respostas educacionais adequadas mentadas em critérios que definem:
envolvendo graduais e progressivas adap-
tações do currículo. • o que o aluno deve aprender;
As adaptações curriculares cons- • como e quando aprender;
tituem, pois, possibilidades educacio- • que formas de organização do ensi-
nais de atuar frente às dificuldades no são mais eficientes para o processo
de aprendizagem dos alunos. Pres- de aprendizagem;
supõem que se realize a adaptação do • como e quando avaliar o aluno.
currículo regular, quando necessário,

24
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

Para que alunos com necessida- Devem ser destinadas aos que
des educacionais especiais possam par- necessitam de serviços e/ou situações
ticipar integralmente em um ambien- especiais de educação, realizando-se,
te rico de oportunidades educacionais preferencialmente, em ambiente me-
com resultados favoráveis, alguns as- nos restritivo e pelo menor período de
pectos precisam ser considerados, des- tempo, de modo a favorecer a promo-
tacando-se entre eles: ção do aluno a formas cada vez mais co-
muns de ensino.
• a preparação e a dedicação da equipe As necessidades especiais re-
educacional e dos professores; velam que tipos de ajuda, diferentes
• o apoio adequado e recursos espe- das usuais, são requeridos, de modo a
cializados, quando forem necessários; cumprir as finalidades da educação. As
• as adaptações curriculares e de respostas a essas necessidades devem
acesso ao currículo. estar previstas e respaldadas no proje-
to pedagógico da escola, não por meio
Algumas características curricula- de um currículo novo, mas, da adap-
res facilitam o atendimento às necessi- tação progressiva do regular, buscando
dades educacionais especiais dos alu- garantir que os alunos com necessida-
nos, dentre elas: des especiais participem de uma pro-
gramação tão normal quanto possível,
• atinjam o mesmo grau de abstração mas considere as especificidades que as
ou de conhecimento, num tempo de- suas necessidades possam requerer.
terminado; O currículo, nessa visão, é um
• desenvolvidas pelos demais cole- instrumento útil, uma ferramenta
gas, embora não o façam com a mes- que pode ser alterada para beneficiar
ma intensidade, em necessariamente o desenvolvimento pessoal e social
de igual modo ou com a mesma ação e dos alunos, resultando em alterações
grau de abstração. que podem ser maior de idade ou me-
nor expressividade. A maior parte das
As adaptações curriculares adaptações curriculares realizadas na
apoiam-se nesses pressupostos para escola é considerada menos significa-
atender às necessidades educacionais tivas, porque constituem modificações
especiais dos alunos, objetivando esta- menores no currículo regular e são fa-
belecer uma relação harmônica entre cilmente realizadas pelo professor no
essas necessidades e a programação planejamento normal das atividades
curricular. Estão focalizadas, portanto, docentes e constituem pequenos ajus-
na interação entre as necessidades do tes dentro do contexto normal de sala
educando e as respostas educacionais a de aula.
serem propiciadas. O Quadro I especifica alguns as-

25
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

pectos desses tipos de adaptação. São posteriores. Ex: habilidades de leitura e


importantes como medidas preven- escrita, cálculos etc.;
tivas levando o aluno a aprender os • à priorização de objetivos que enfa-
conteúdos curriculares de maneira tizam capacidades e habilidades bási-
mais ajustada às suas condições cas de atenção, participação e adapta-
individuais, para prosseguir na sua car- bilidade do aluno. Ex: desenvolvimento
reira acadêmica, evitando-se seu afas- de habilidades sociais, de trabalho em
tamento da escola regular. equipe, de persistência na tarefa etc.;
As adaptações organizativas têm • à sequenciarão pormenorizada de
um caráter facilitador do processo de conteúdos que requeiram processos
ensino aprendizagem e dizem respeito: gradativos de menor à maior complexi-
dade das tarefas, atendendo à sequên-
• ao tipo de agrupamento de alunos cia de passos, à ordenação da aprendi-
para a realização das atividades de en- zagem etc.;
sino- aprendizagem; • ao reforço da aprendizagem e à re-
• à organização didática da aula – tomada de determinados conteúdos
propõe conteúdos e objetivos de inte- para garantir o seu domínio e a sua
resse do aluno ou diversificados, para consolidação;
atender às suas necessidades espe- • à eliminação de conteúdos menos re-
ciais, bem como disposição física de levantes, secundários para dar enfoque
mobiliários, de materiais didáticos e mais intensivo e prolongado a conteú-
de espaço disponíveis para trabalhos dos considerados básicos e essenciais no
diversos; currículo.
• à organização dos períodos defini-
dos para o desenvolvimento das ativi- As adaptações avaliativas di-
dades previstas – propõe previsão de zem respeito
tempo diversificada para desenvolver
os diferentes elementos do currículo
na sala de aula.

As adaptações relativas aos


objetivos e conteúdos dizem
respeito

• à priorização de áreas ou uni-


dades de conteúdos que garantam
funcionalidade e que sejam essenciais
e instrumentais para as aprendizagens

26
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

• à seleção das técnicas e instrumen- exigem uma sequenciarão de tarefas;


tos utilizados para avaliar o aluno. • à alteração do nível de abstração
Propõem modificações sensíveis na de uma atividade oferecendo recur-
forma de apresentação das técnicas e sos de apoio, sejam visuais, auditivos,
dos instrumentos de avaliação, a sua gráficos, materiais manipulativos
linguagem, de um modo diferente dos etc.;
demais alunos de modo que atenda às • à alteração do nível de complexi-
peculiaridades dos que apresentam dade das atividades por meio de re-
necessidades especiais. cursos do tipo: eliminar partes de
seus componentes (simplificar um
As adaptações nos procedimen- problema matemático, excluindo a
tos didáticos e nas atividades de ensi- necessidade de alguns cálculos, é um
no- aprendizagem referem-se ao como exemplo); ou explicitar os passos que
ensinar os componentes curriculares. devem ser seguidos para orientar a
Dizem respeito: solução da tarefa, ou seja, oferecer
apoio, especificando passo a passo a
• à alteração nos métodos definidos sua realização;
para o ensino dos conteúdos curricu- • à alteração na seleção de ma-
lares; teriais e adaptação de materiais –
• à seleção de um método mais aces- uso de máquina braile para o aluno
sível para o aluno; cego, calculadoras científicas para
• • à introdução de atividades comple- alunos com altas
mentares que requeiram habilidades As adaptações na temporalidade
diferentes ou a fixação e consolida- dizem respeito:
ção de conhecimentos já ministrados
– utilizadas para reforçar ou apoiar o • à alteração no tempo previsto para a
aluno, oferecer oportunidades de prá- realização das atividades ou conteúdo;
tica suplementar ou aprofundamento. • ao período para alcançar determina-
São facilitadas pelos trabalhos diversi- dos objetivos.
ficados, que se realizam no mesmo seg-
mento temporal; Muitas vezes, há necessidade
• à introdução de atividades prévias de adotar adaptações significativas
que preparam o aluno para novas do currículo para atender às neces-
aprendizagens; sidades especiais dos alunos, quan-
• à introdução de atividades alter- do estas forem mais acentuadas e
nativas além das planejadas para a não se solucionarem com medidas
turma, enquanto os demais colegas curriculares menos significativas. De
realizam outras atividades. É indica- um modo geral constituem estraté-
da nas atividades mais complexas que gias necessárias quando os alunos

27
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

apresentam sérias dificuldades para tivos sugerem decisões que modificam


aprender, como resultado, entre ou- significativamente o planejamento
tros fatores: quanto aos objetivos definidos, ado-
• da defasagem entre a sua competên- tando uma ou mais das seguintes alter-
cia curricular e a de seus colegas; nativas:
• da discrepância entre as suas neces-
sidades e as demandas das atividades e • eliminação de objetivos básicos – quan-
expectativas escolares; do extrapolam as condições do aluno para
• da crescente complexidade das atingi-lo, temporária ou permanentemen-
atividades acadêmicas que vai te;
se ampliando, na medida do • introdução de objetivos específicos
avanço na escolarização. alternativos – não previstos para os de-
mais alunos, mas que podem ser incluídos
O que se almeja é a busca de em substituição a outros que não podem
soluções para as necessidades espe- ser alcançados, temporária ou permanen-
cíficas do aluno e, não, o fracasso na temente;
viabilização do processo de ensino- • introdução de objetivos específicos
aprendizagem. As demandas escolares complementares – não previstos para os
precisam ser ajustadas, para favorecer demais alunos, mas acrescidos na progra-
a inclusão do aluno. É importante ob- mação pedagógica para suplementar ne-
servar que as adaptações focalizam as cessidades específicas.
capacidades, o potencial, a zona de de- As adaptações relativas aos con-
senvolvimento proximal (nos termos teúdos incidem sobre conteúdos bási-
de Vygotsky) e não se centralizam cos e essenciais do currículo e requerem
nas deficiências e limitações do alu- uma avaliação criteriosa para serem
no, como tradicionalmente ocorria. adotados. Dizem respeito:
Embora muitos educadores pos- • à introdução de novos conteúdos não
sam interpretar essas medidas como revistos para os demais alunos, mas es-
“abrir mão” da qualidade do ensino ou senciais para alguns, em particular;
empobrecer as expectativas educacio- • eliminação de conteúdos que, em-
nais, essas decisões curriculares podem bora essenciais no currículo, sejam
ser as únicas alternativas possíveis para inviáveis de aquisição por parte do
os alunos que apresentam necessida- aluno. Geralmente estão associados a
des especiais como forma de evitar a objetivos que também tiveram de ser
sua exclusão. eliminados.
O Quadro II especifica alguns
aspectos das adaptações curriculares As adaptações relativas à meto-
significativas. dologia são consideradas significativas
As adaptações relativas aos obje- quando implicam uma modificação ex-

28
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

pressiva no planejamento e na atuação Não caracteriza reprovação, mas parce-


docente. Dizem respeito: lamento e sequenciação de objetivos e
conteúdo.
• à introdução de métodos muito es-
pecíficos para atender às necessidades Níveis de Adaptações Curricu-
particulares do aluno. De um modo ge- lares
ral, são orientados por professor espe-
cializado; As adaptações curriculares não
• às alterações nos procedimentos di- devem ser entendidas como um pro-
dáticos usualmente adotados pelo pro-
cesso exclusivamente individual ou
fessor;
uma decisão que envolve apenas o
• à organização significativamente di-
professor e o aluno. Realizam-se em
ferenciada da sala de aula para atender
três níveis:
às necessidades específicas do aluno.
• no âmbito do projeto pedagógico
As adaptações significativas na (currículo escolar);
avaliação estão vinculadas às alterações • no currículo desenvolvido na sala de
nos objetivos e conteúdo que foram aula;
acrescidos ou eliminados. Desse modo, • no nível individual.
influenciam os resultados que levam, •
ou não, à promoção do aluno e evitam Adaptações no Nível do Proje-
a “cobrança” de conteúdos e habilida- to Pedagógico (Currículo Esco-
des que possam estar além de suas lar)
atuais possibilidades de aprendizagem
e aquisição.
As adaptações significativas na
temporalidade referem-se ao ajuste
temporal possível para que o aluno ad-
quira conhecimentos e habilidades que
estão ao seu alcance, mas que depen-
dem do ritmo próprio ou do desenvol-
vimento de um repertório anterior que
seja indispensável para novas apren-
dizagens. Desse modo, requerem uma
criteriosa avaliação do aluno e do con-
texto escolar e familiar, porque podem
As adaptações nesse nível refe-
resultar em um prolongamento sig-
nificativo do tempo de escolarização rem-se a medidas de ajuste do currículo
do aluno, ou seja, em sua retenção. em geral, que nem sempre precisam re-

29
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

sultar em adaptações individualizadas. nóstica dos alunos que apresentam


As ações adaptativas visam a flexibili- necessidades educacionais especiais,
zar o currículo para que ele possa ser com o apoio dos setores do sistema e
desenvolvido na sala de aula e atender outras articulações;
às necessidades especiais de alguns alu- • a escola elabora documentos infor-
nos. mativos mais completos e elucidati-
As adaptações curriculares no vos;
nível do projeto pedagógico • a escola define objetivos gerais le-
devem focalizar, principalmente, a vando em conta a diversidade dos
organização escolar e os serviços de alunos;
apoio. Elas devem propiciar condi- • o currículo escolar flexibiliza a
ções estruturais para que possam priorização, a sequenciação e a elimi-
ocorrer no nível da sala de aula e no nação de objetivos específicos, para
nível individual, caso seja necessária atender às diferenças individuais.
uma programação específica para o
aluno. As decisões curriculares devem
Essas medidas podem se envolver a equipe da escola para rea-
concretizar nas seguintes situações lizar a avaliação, a identificação das
ilustrativas: necessidades especiais e providenciar o
apoio correspondente para o professor
• a escola flexibiliza os critérios e os e o aluno. Devem reduzir ao mínimo,
procedimentos pedagógicos levando transferir as responsabilidades de
em conta a diversidade dos seus alunos;
atendimento para profissionais fora
• o contexto escolar permite discussões
do âmbito escolar ou exigir recursos ex-
e propicia medidas diferenciadas me-
ternos à escola.
todológicas e de avaliação e promoção
que contemplam as diferenças indivi-
duais dos alunos;
Adaptações Relativas ao Currí-
• a escola favorece e estimula a diversi- culo daClasse
ficação de técnicas, procedimentos e es-
tratégias de ensino, de modo que ajuste As medidas adaptativas desse
o processo de ensino e aprendizagem às nível são realizadas pelo professor e
características, potencialidades e capa- destinam-se, principalmente, à progra-
cidades dos alunos; mação das atividades da sala de aula.
• a comunidade escolar realiza ava- Focalizam a organização e os proce-
liações do contexto que interferem no dimentos didático-pedagógicos e des-
processo pedagógico; tacam o como fazer, a organização
• a escola assume a responsabilida- temporal dos componentes e dos
de na identificação e avaliação diag- conteúdos curriculares e a coordena-

30
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

ção das atividades docentes, de modo aprendizagem e desempenho de cada


que favoreça a efetiva participação e um;
integração do aluno, bem como a sua • a avaliação é flexível de modo que
aprendizagem. considere a diversificação de crité-
Os procedimentos de adaptação rios, de instrumentos, procedimentos
curricular destinados à classe devem e leve em conta diferentes situações
constar na programação de aula do pro- de ensino e aprendizagem e condi-
fessor e podem ser exemplificados nos ções individuais dos alunos;
seguintes exemplos ilustrativos: • as metodologias, as atividades e
procedimentos de ensino são orga-
• a relação professor/aluno considera nizados e realizados levando-se em
as dificuldades de comunicação do alu- conta o nível de compreensão e a mo-
no, inclusive a necessidade que alguns tivação dos alunos; os sistemas de co-
têm de utilizar sistemas alternativos municação que utilizam, favorecendo
(língua de sinais, sistema braile, sistema a experiência, a participação e o estí-
bliss ou similares etc.); mulo à expressão;
• a relação entre colegas é marcada por • o planejamento é organizado de
atitudes positivas; modo que contenha atividades am-
• os alunos são agrupados de modo plas com diferentes níveis de dificul-
que favoreça as relações sociais e o pro- dades e de realização;
cesso de ensino e aprendizagem; • as atividades são realizadas de vá-
• o trabalho do professor da sala de rias formas, com diferentes tipos de
aula e dos professores de apoio ou ou- execução, envolvendo situações indi-
tros profissionais envolvidos é realiza- viduais e grupais, cooperativamente,
do de forma cooperativa, interativa e favorecendo comportamentos de aju-
bem definida do ponto de vista de pa- da mútua;
péis, competência e coordenação; • os objetivos são acrescentados,
• a organização do espaço e dos as- eliminados ou adaptados de modo
pectos físicos da sala de aula considera que atenda às peculiaridades indivi-
a funcionalidade, a boa utilização e a duais e grupais na sala de aula.
otimização desses recursos;
• a seleção, a adaptação e a utilização As adaptações no nível da sala
dos recursos materiais, equipamentos de aula visam a tornar possível a real
e mobiliários realizam-se de modo que participação do aluno e a sua aprendi-
favoreça a aprendizagem de todos os zagem eficiente no ambiente da escola
alunos; regular. Consideram, inclusive, a orga-
• a organização do tempo é feita nização do tempo de modo a incluir as
considerando os serviços de apoio ao atividades destinadas ao atendimento
aluno e o respeito ao ritmo próprio de especializado fora do horário normal

31
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

de aula, muitas vezes necessários e in- der alunos nas classes comuns ou
dispensáveis ao aluno. em classes especiais, não se apli-
cam exclusivamente à escola regular,
Adaptações Individualizadas devendo ser utilizadas para os que
do Currículo estudam em escolas especializadas,
quando a inclusão não for possível.
As modalidades adaptativas, Além da classificação, por níveis,
nesse nível, focalizam a atuação do as medidas adaptativas podem se dis-
professor na avaliação e no atendi- tinguir em 2 categorias: adaptações de
mento do aluno. Compete-lhe o papel acesso ao currículo e nos elementos
principal na definição do nível de com- curriculares.
petência curricular do educando, bem
como na identificação dos fatores que Adaptações de Acesso ao Cur-
interferem no seu processo de ensino- rículo
aprendizagem.
As adaptações têm o currículo re- Correspondem ao conjunto de
gular como referência básica, adotam modificações nos elementos físicos
formas progressivas de adequá-lo, nor- e materiais do ensino, bem como aos
teando a organização do trabalho con- recursos pessoais do professor quanto
soante com as necessidades do aluno ao seu preparo para trabalhar com os
(adaptação processual). Alguns aspec- alunos. São definidas como alterações
tos devem ser previamente consi- ou recursos espaciais, materiais ou de
derados para se identificar a neces- comunicação que venham a facilitar os
sidade das adaptações curriculares, em alunos com necessidades educacionais
qualquer nível: especiais a desenvolver o currículo es-
colar.
• a real necessidade dessas adapta- As seguintes medidas constituem
ções; adaptações de acesso ao currículo:
• a avaliação do nível de competên-
cia curricular do aluno, tendo como • criar condições físicas, ambientais e
referência o currículo regular; materiais para o aluno na sua unidade
• o respeito ao seu caráter proces- escolar de atendimento;
sual, de modo que permita altera- • propiciar os melhores níveis de co-
ções constantes e graduais nas toma- municação e interação com as pes-
das de decisão. soas com as quais convive na comuni-
dade escolar;
É importante ressaltar que as • favorecer a participação nas ativida-
adaptações curriculares, seja para aten- des escolares;

32
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

• propiciar o mobiliário específico ne- entre aluno-professor, aluno-aluno,


cessário; aluno- adultos;
• fornece ou atuar para a aquisição • providenciar softwares educativos
dos equipamentos e recursos mate- específicos;
riais específicos necessários; • despertar a motivação, a atenção e o
• adaptar materiais de uso comum em interesse do aluno;
sala de aula; • apoiar o uso dos materiais de ensi-
• adotar sistemas de comunicação al- no-aprendizagem de uso comum;
ternativos para os alunos impedidos • atuar para eliminar sentimentos de
de comunicação oral (no processo de inferioridade, menos valia e fracasso.
ensino aprendizagem e na avaliação).
Sugestões de recursos de aces-
Sugestões que favorecem o so ao currículo para alunos com
acesso ao currículo: necessidades especiais, segundo neces-
sidades específicas:
• agrupar os alunos de uma maneira
que facilite a realização de atividades
Para alunos com deficiência visual
em grupo e incentive a comunicação e
as relações interpessoais;
• propiciar ambientes com ade-
quada luminosidade, sonoridade e
movimentação;
• encorajar, estimular e reforçar a co-
municação, a participação, o sucesso,
a iniciativa e o desempenho do aluno;
• adaptar materiais escritos de uso
comum: destacar alguns aspectos que
necessitam ser apreendidos com cores,
desenhos, traços; cobrir partes que po-
dem desviar a atenção do aluno; incluir
desenhos, gráficos que ajudem na com- • materiais desportivos adaptados:
preensão; destacar imagens; modificar bola de guizo e outros;
conteúdos de material escrito de modo • sistema alternativo de comunicação
a torná-lo mais acessível à compreen- adaptado às possibilidades do aluno:
são etc.; • sistema braile, tipos escritos amplia-
• providenciar adaptação de instru- dos;
mentos de avaliação e de ensino • textos escritos com outros elemen-
aprendizagem; tos (ilustrações táteis) para melhorar
• favorecer o processo comunicativo a compreensão;

33
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

• posicionamento do aluno na sala • recursos ópticos;


de aula de modo que favoreça sua • apoio físico, verbal e instrucional
possibilidade de ouvir o professor; para viabilizar a orientação e mobili-
• • deslocamento do aluno na sala de dade, visando à locomoção indepen-
aula para obter materiais ou informa- dente do aluno.
ções, facilitado pela disposição do mo-
biliário; Para alunos com deficiência auditi-
• explicações verbais sobre todo o va
material apresentado em aula, de ma-
neira visual; • materiais e equipamentos específicos:
• boa postura do aluno, evitando-se prótese auditiva, treinadores de fala, ta-
os maneirismos comumente exibidos blado, softwares educativos específicos
pelos que são cegos; etc.;
• adaptação de materiais escritos • textos escritos complementados
de uso comum: tamanho das letras, com elementos que favoreçam a sua
relevo,softwares educativos em tipo compreensão: linguagem gestual, lín-
ampliado, textura modificada etc.; gua de sinais e outros;
• máquina braile, reglete, sorobã, • sistema alternativo de comunicação
bengala longa, livro falado etc.; adaptado às possibilidades do aluno:
• organização espacial para facili- leitura orofacial, linguagem gestual e
tar a mobilidade e evitar acidentes:
de sinais;
colocação de extintores de incêndio
• salas-ambiente para treinamento
em posição mais alta, pistas olfati-
auditivo, de fala, rítmico etc.;
vas para orientar na localização de
• posicionamento do aluno na sala
ambientes, espaço entre as carteiras
de tal modo que possa ver os movi-
para facilitar o deslocamento, corri-
mentos orofaciais do professor e dos
mão nas escadas etc.;
colegas;
• material didático e de avaliação
em tipo ampliado para os alunos com
baixa visão e em braile e relevo para
os cegos;
• braile para alunos e professores vi-
dentes que desejarem conhecer o re-
ferido sistema;
• materiais de ensino-aprendizagem
de uso comum: pranchas ou presilhas
para não deslizar o papel, lupas, com-
putador com sintetizador de vozes e
periféricos adaptados etc.;

34
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

• material visual e outros de tradicional, linguagem codificada), au-


apoio, para favorecer a apreen- xílios físicos ou técnicos (tabuleiros de
são das informações expostas ver- comunicação ou sinalizadores mecâni-
balmente. cos, tecnologia microeletrônica), comu-
nicação total e outros;
Para alunos com deficiência men- • adaptação dos elementos materiais:
edifício escolar (rampa deslizante, ele-
tal
vador, banheiro,pátio de recreio, barras
de apoio, alargamento de portas etc.);
• ambientes de aula que favoreçam
mobiliário (cadeiras, mesas e carteiras);
a aprendizagem, tais como: atelier,
materiais de apoio (andador, coletes,
cantinhos, oficinas etc.;
abdutor de pernas, faixas restringido-
• desenvolvimento de habilidades
ras etc.); materiais de apoio pedagógico
adaptativas: sociais, de comunicação,
(tesoura, ponteiras, computadores que
cuidado pessoal e autonomia.
funcionam por contato, por pressão ou
outros tipos de adaptação etc.);
• deslocamento de alunos que usam
cadeira de rodas ou outros equipamen-
tos, facilitado pela remoção de barreiras
arquitetônicas;
• utilização de pranchas ou presilhas
para não deslizar o papel, suporte para
lápis, presilha de braço, cobertura de te-
clado etc.;
• textos escritos complementados com
elementos de outras linguagens e siste-
mas de comunicação.
Para alunos com deficiência
física

• sistemas aumentativos ou alternati-


vos de comunicação adaptado às pos-
sibilidades do aluno impedido de falar:
sistemas de símbolos (baseados emele-
mentos representativos, em desenhos
lineares, sistemas que combinam sím-
bolos pictográficos, ideográficos e arbi-
trários, sistemas baseados na ortografia

35
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

Para alunos com superdotação dez-cegueira, deficiência visual-mental,


deficiência físico- auditiva etc.
• evitar sentimentos de superiori- As adaptações de acesso devem
dade, rejeição dos demais colegas, contemplar a funcionalidade e as condi-
sentimentos de isolamento etc.; ções individuais do aluno:
• pesquisa, de persistência na tare-
fa e o engajamento em atividades • ambientes de aula que favoreça a
cooperativas; aprendizagem, como: ateliê, canti-
• materiais, equipamentos e mobiliá- nhos, oficinas;
rios que facilitem os trabalhos educati- • acesso à atenção do professor;
vos; • materiais de aula: mostrar os ob-
• ambientes favoráveis de aprendiza- jetos entregá-los, brincar com eles,
gem como: ateliê, laboratórios, biblio- estimulando os alunos a utilizá-los;
tecas etc.; • apoio para que o aluno perceba os
• materiais escritos de modo que esti- objetos, demonstrem interesse e te-
mule a criatividade: lâminas, pôsteres, nham acesso a eles.
murais; inclusão de figuras, gráficos,
imagens etc., e de elementos que des-
pertam novas possibilidades.

Para alunos com condutas típicas


de síndromes e quadros clínicos
Para alunos com deficiências múlti- O comportamento desses alunos
plas não se manifesta por igual nem pare-
ce ter o mesmo significado e expressão
As adaptações de acesso para esses nas diferentes etapas de suas vidas.
alunos devem considerar as deficiências Existem importantes diferenças entre
que se apresentam distintamente e a as- as síndromes e quadros clínicos que
sociação de deficiências agrupadas: sur- caracterizam as condições individuais e

36
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

apresentam efeitos mais ou menos li- terações realizadas nos objetivos, con-
mitantes. As seguintes sugestões favo- teúdos, critérios e procedimentos de
recem o acesso ao currículo: avaliação, atividades e metodologias
para atender às diferenças individuais
• encorajar o estabelecimento de rela- dos alunos. Medidas adotadas para as
ções com o ambiente físico e social; adaptações nos elementos curriculares:
• oportunizar e exercitar o desenvolvi-
mento de suas competências; Adaptações Metodológicas e
• estimular a atenção do aluno para as Didáticas
atividades escolares;
• utilizar instruções e sinais claros, Realizam-se por meio de pro-
simples e contingentes com as ativida- cedimentos técnicos e metodológicos,
des realizadas; estratégias de ensino e aprendizagem,
• oferecer modelos adequados e cor- procedimentos avaliativos e ativida-
retos de aprendizagem (evitar alterna- des programadas para os alunos. São
tivas do tipo “aprendizagem por ensaio exemplos de adaptações metodológi-
e erro”); cas e didáticas:
• favorecer o bem-estar emocional.
• situar o aluno nos grupos com os
quais melhor possa trabalhar;
• adotar métodos e técnicas de en-
sino e aprendizagem específicas para
o aluno, na operacionalização dos con-
teúdos curriculares, sem prejuízo para
as atividades docentes;
• utilizar técnicas, procedimentos e
instrumentos de avaliação distintos da
classe, quando necessário, sem alterar
os objetivos da avaliação e seu conteú-
do;
• propiciar apoio físico, visual, ver-
Adaptações nos Elementos bal e outros ao aluno impedido em
Curriculares suas capacidades, temporária ou per-
manentemente, de modo que permita
Focalizam as formas de ensinar a realização das atividades escolares e
e avaliar, bem como os conteúdos a do processo avaliativo. O apoio pode
serem ministrados, considerando a ser oferecido pelo professor regente,
temporalidade. São definidas como al- professor especializado ou pelos pró-

37
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

prios colegas; demais colegas da turma;


• introduzir atividades individuais • priorizar determinados objetivos,
complementares para o aluno alcan- conteúdos e critérios de avaliação, para
çar os objetivos comuns aos demais dar ênfase aos objetivos que contem-
colegas. Essas atividades podem rea- plem as deficiências do aluno, suas con-
lizar-se na própria sala de aula ou em dutas típicas ou altas habilidades. Essa
atendimentos de apoio; priorização não implica abandonar os
• introduzir atividades comple- objetivos definidos para o seu grupo,
mentares específicas para o mas acrescentar outros, concernentes
aluno, individualmente ou em grupo; com suas necessidades educacionais
• eliminar atividades que não bene- especiais;
ficiem o aluno ou lhe restrinja uma • mudar a temporalidade dos objeti-
participação ativa e real ou, ainda, vos, conteúdos e critérios de avaliação,
que esteja impossibilitado de execu- isto é, considerar que o aluno com ne-
tar; cessidades especiais pode alcançar os
• suprimir objetivos e conteúdos curricu- objetivos comuns ao grupo, mesmo
lares que não possam ser alcançados pelo que possa requerer um período mais
aluno em razão de sua(s) deficiência(s); longo de tempo. De igual modo, pode-
substituí-los por objetivos e conteúdos rá necessitar de período variável para
acessíveis, significativos e básicos, para o o processo de ensino aprendizagem e o
aluno. desenvolvimento de suas habilidades;
• mudar a temporalidade das disci-
Adaptações os conteúdos cur- plinas do curso, série ou ciclo, ou seja,
cursar menos disciplinas durante o
riculares e no processo avalia-
ano letivo e, desse modo, estender o
tivo período de duração do curso, série ou
ciclo que frequenta;
Consistem em adaptações indivi- • introduzir conteúdos, objetivos e
duais dentro da programação regular, critérios de avaliação, o que implica
considerando-se os objetivos, os con- considerar a possibilidade de acrésci-
teúdos e os critérios de avaliação para mo desses elementos na ação educa-
responder às necessidades de cada tiva caso necessário à educação do
aluno. São exemplos dessas estratégias aluno com necessidades especiais. É
adaptativas: o caso da ampliação dos componen-
tes curriculares específicos destina-
• adequar os objetivos, conteúdos e dos aos portadores de deficiências e
critérios de avaliação, o que implica de condutas típicas, e dos programas
modificar os objetivos, considerando de aprofundamento/enriquecimento
as condições do aluno em relação aos curricular propostos para os alunos

38
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
5 Adaptações Curriculares e Práticas Pedagógicas
de Ensino

com superdotação. O acréscimo de das medidas adaptativas adotadas,


objetivos, conteúdos e critérios de para integrar o acervo documental do
avaliação não pressupõe a elimina- aluno;
ção ou redução dos elementos cons- • evitar que as programações indivi-
tantes do currículo regular desenvol- duais sejam definidas, organizadas e
vido pelo aluno; realizadas com prejuízo para o aluno,
• eliminar conteúdos, objetivos e cri- ou seja, para o seu desempenho, pro-
térios de avaliação, definidos para o moção escolar e socialização;
grupo de referência do aluno, em ra- • adotar critérios para evitar adap-
zão de suas deficiências ou limitações tações curriculares muito significa-
pessoais. A supressão desses con- tivas, que impliquem supressões de
teúdos e objetivos da programação conteúdos expressivos (quantitativa
educacional regular não deve causar e qualitativamente), bem como a eli-
prejuízo para a sua escolarização e minação de disciplinas ou de áreas
promoção acadêmica. Deve conside- curriculares completas.
rar, rigorosamente, o significado dos
conteúdos, ou seja, se são básicos,
fundamentais e pré-requisitos para
aprendizagens posteriores.

As medidas de adaptações curri-


culares devem considerar os seguintes
aspectos, dentre outros:

• ser precedida de uma criteriosa


avaliação do aluno, considerando a
sua competência acadêmica;
• fundamentar-se na análise do con-
texto escolar e familiar, que favoreça
a identificação dos elementos adap-
tativos necessários que possibilitem
as alterações indicadas;
• contar com a participação da equi-
pe docente e técnica da escola e com
o apoio de uma equipe psicopeda-
gógica (integrada por psicólogo, fo-
noaudiólogo, médico e outros) quan-
do possível e necessário;
• promover o registro documental

39
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
6 Referências Bibliograficas

BAUTISTA, R. (org.). Necessidades edu- toda criança na escola. Brasília: MEC, 1997.
cativas especiais. Lisboa:DINALIVROS, 1997.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâme-
BLANCO, R& DUK, C.A. A integração dos alunos tros curriculares nacionais. Brasília: MEC, 1997.
com necessidades especiais na região da América Livro 1.
Latina e Caribe. In: MANTOAN, M. T. A integra-
ção de pessoas com deficiência – contribuições MINISTÉRIO DA AÇÃO SOCIAL. Coordena-
para uma reflexão. São Paulo: Memnon, 1997. doria Nacional Para Integração da Pessoa Por-
tadora de Deficiência. Declaração de Salamanca
CARVALHO, E.N.S. de & MONTE, F.R.F. do. A e linha de ação – sobre necessidades educativas
educação inclusiva de portadores de Deficiências especiais. Brasília: MAS/CORDE, 1994.
em escolas públicas do DF. Temas em Educação
Especial III. São Paulo: Universidade de São Car- SCOZ, B. J. L.; RUBINSTEIN, E.; ROSSA, E. M.
los, 1995. M. & BARONE, L. M. C. Psicopedagogia – o
caráter interdisciplinar na formação e atua-
GOFFREDO, V.L.F.S. Integração ou segrega- ção profissional. Porto Alegre: Artes Médicas,
ção? O discurso e a prática das escolas públicas 1987.
da rede oficial do município do Rio de Janeiro.
Integração, Brasília, 10 (4): 17 - 22, 1992.
WERNECK, C. Ninguém mais vai
GUIJARRO, R.B. (org.). Alumnos com necesi- ser bonzinho, na sociedade inclusi-
dades educativas especiales y adaptaciones cur- va. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
riculares. Espanha: Ministerio de Educación y
Ciencia, 1992. BRASIL, Presidência da República. Lei
de Diretrizes e Bases da Educação nº
MAZZOTTA, M.J.S. O portador de deficiência e 5.692, de 11 de agosto de 1971. Diário
o direito à educação. Insight. Psicoterapia, São Oficial da união, 11 de agosto de 1971.
Paulo, v. 32, n. 3, p. 25-7, 1993.
CARVALHO, R. E. Temas em educação
. Atitude da escola frente à integração especial. Rio de Janeiro: WVA, 1998.
do portador de deficiência.
Insight. Psicoterapia, São Paulo, v. 43, n. 4, p. 25-
CARVALHO, R. A nova LDB e a Educação
7, 1994.
Especial. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
. Educação especial no Brasil – história e
políticas públicas. São Paulo: Cortez, 1996. CORREIA, Luís de Miranda. Alunos
com Necessidades Educativas Espe-
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPOR- ciais nas classes regulares: Porto
TO. Secretaria de Educação Especial. Política Editora, 1997.
Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC,
1994. CUNHA, B. Classes de Educação Es-
pecial para Deficiente Mental? São
Desafios para a educação especial frente à Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasí- Paulo: IPUSP, 1989. (Dissertação de
lia: MEC, 1997. Material mimeografado. Mestrado).

Secretaria de Educação Fundamental. Programa EDLER-CARVALHO, R. Avaliação e aten-

41
EDUCAÇÃOESPECIAL,INCLUSÃOESCOLARE ADAPTAÇÕESCURRICULARES
6 Referências Bibliograficas

dimento em educação especial. Temas em


educação especial. São Carlos: Univer-
sidade Federal de São Carlos, v. 02, 1993,
p. 65-74.

FERREIRA, J. R. A construção escolar


da deficiência mental. Tese de Doutorado.
Universidade Estadual de Campinas, Campi-
nas/SP, 1989.

. Notas sobre a evolução dos serviços


de educação especial no Brasil. Revista Bra-
sileira de Educação Especial. V. 01, 1992.
p. 101-107.

JANNUZZI, G. A luta pela educação do


deficiente mental no Brasil. Campinas/
SP: Editores Associados, 1992.

KIRK, S. A.; GALLAGHER, J. J. Education


exceptional children. Boston: Houghton
Miffin Company, 1979.

MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no


Brasil: história e políticas públicas. São Pau-
lo: Cortez, 1996.

MENDES, E. G. Deficiência mental: a cons-


trução científica de um conceito e a realidade
educacional. Tese de Doutorado. Universida-
de de São Paulo. São Paulo, 1995.
PEREIRA, O. et al. Educação especial:
atuais desafios. Rio de Janeiro: Interame-
ricana, 1994.

SASSAKI R. K. Inclusão: construindo uma


sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA,
1997.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades


terminais. As transformações na Po-
lítica da Pedagogia e na Pedagogia da
Política. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

42
Rua Engenheiro Herbert, 135 - Rodoviariarios, Caratinga - MG
(33) 3062-9299 | 0800 590 1234

Você também pode gostar