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BATALHA

ESPIRITUAL
•-------------- · ♦ ‫־״‬ e ct ^ *J^Ç 'ã'0' e /o á

DEMONIOS
Em seu último livro, Entendendo a Batalha Espiritual e a ação dos de-
m ônios, Ron Phillips, com a habilidade de um sábio construtor, estabelece
uma sólida abordagem de questões importantes na batalha espiritual. Ao
mesm o tem po, ele prioriza a obra expiatória de Cristo na cruz provendo
ferram entas bíblicas indispensáveis na luta contra nosso inimigo por meio
da autoridade e da soberania de Jesus. Este livro apresenta as armas espi-
rituais necessárias para todo cristão que deseja ter uma vida de superação
além deste mundo. Esta obra é leitura obrigatória para todo o cristão que
busca o melhor de Deus em sua vida.
- M arcus D . L amb
P residente / F undador da D aystar T elevision N etwork

Pastor Ron Phillips dedicou-se aos estudos e à oração ao escrever este


livro. A obra é factual, inform ativa e será uma benção para a sua vida.
Ao lê-la, Deus te ajudará a saber mais sobre Ele e sobre os planos maravi-
lhosos que Ele tem para Seus filhos.
- D odie O steen
COFUNDADOR DA LAKEWOOD CHURCH
H ouston , T exas

Para muitas pessoas hoje, “batalha espiritual” é uma mistura confusa de


ensino de nova era com má teologia. Ron Phillips, entretanto, faz um ex-
celente trabalho ao embasar este livro em uma doutrina bíblica sólida. Isso
m udará a visão - há muito ultrapassada - da igreja em relação à batalha
espiritual.
- P hil C ooke
P rodutor e autor do filme Jolt! T he P ower of Intentional C hange in
a W orld T hat’s C onstantly C hanging.
BATALHA
ESPIRITUAL
•------------- · ♦ - & & ^ c/&<£

DEMONIOS

R on P hillips

bvbooks
bvbooks
BV Films Editora Eireli. C o pyrig ht ° 2 0 I5 . In Entendendo a Batalha Esp iritual e a
Rua Visconde de Itaborai, 3 I I Ação dos Demônios by BV FILM S Editora E ireli. O riginally
published in English by C h a rism a House (fo rn e ly Strang
Centro | Niterói | RJ \ 24.030-090 Com m unications). 600 Rinehart Road. Lake Mary, Florida.
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Laércio Filho As passagens bíblicas utilizadas nesta obra foram retiradas da


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D ia g r a m a ç a o

Laércio Filho
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Ariana Baptista
Mitsue Siqueira
T o d o s os d ire ito s em língua p ortug uesa re se rv a d o s à
Suzanne Mendonça BV Films Editora © 2015.

PH ILLIPS, Ron. Entendendo a Batalha Espiritual e a Ação dos


Demônios - Rio de Janeiro: Bvbooks, 2 0 19.

ISBN 978-85-8158-025 ‫־‬8


I a edição Fevereiro | 2 0 15
2a edição Abril | 2019
Impressão e Acabamento Imprensa da Fé
Categoria Batalha Espiritual

Impresso no Brasil | Printed in Brazil


conteúdo

In tro d u ção ....................................................................................................... 09

P arte I: C onhecendo S eu I nimigo


1 U m D e sp ertar D i f í c i l .................................................................................. 16
2 T om ando P osse da V itória .................................................................... 23
3 E q u ív o co s sobre a B atalha E sp iritu al ................................................ 30
4 T rein an d o para R ein ar ..............................................................................35

P arte II: T raçando a H istória do S eu I nimigo


5 B a ta lh a A lém das E strelas ..................................................................... 45
ó A G u e rra C o n tín u a no É d e n ...................................................................52
7 A G u e rra C o n tra a H u m a n id a d e ............................................................ 58
8 A G u e rra C o n tra a S em ente P ro m etid a de Israel ........................... 65
9 A G u erra de S atanás C o n tra a I g r e j a ...................................................70
10 O s Sete D em ônios que A tacam a I g r e j a ..........................................75

P arte III: E ntendendo a D inastia do S eu I nimigo


11 C om o S atanás O prim e ............................................................................ 91
12 A H ierarq u ia do Inferno .........................................................................93
13 D esm ascaran d o o I n im ig o .....................................................................96
14 P ro to co lo s D e m o n ía c o s ........................................................................ 103
15 S in to m as da A tuação D em oníaca ......................................................107

P arte IV: C onhecendo as E stratégias do S eu I nimigo


ló A E stratég ia do M e d o .......................................................................... 113
17 A E stratég ia da D e p r e s s ã o ................................................................... 124
18 A E stratég ia da A f liç ã o ......................................................................... 132
19 A E stratég ia do E r r o .............................................................................137
2 0 A E stratég ia da P erversão ................................................................ 144
21 A E stratégia da C o n fu são ...................................................................152
22 A E stratégia do Veneno ..................................................................... 158
2 3 A E stratégia da M o r t e ......................................................................... 165
2 4 A E stratégia da O p r e s s ã o ...................................................................172
2 5 A E stratég ia da P o b r e z a ..................................................................... 177
2 6 A E stratégia do L eg alism o ............................................................... 181

P arte V: G arantindo a V itória S obre o I nimigo


2 7 A V itória no C alv ário ......................................................................... 189
2 8 A licerces p ara a V itória ......................................................................195
2 9 R ecursos para a V itória ......................................................................204
3 0 0 P osicionam ento do C ristão D iante da V itória .......................208
31 A rm ando-se p ara a V itó r ia ................................................................. 213
32 B atendo a P o rta na C ara do I n im ig o .............................................. 234

P arte VI: M antendo a V itória S obre o S eu I nimigo


33 C o locando o Inim igo pra C o r r e r ..................................................... 242
34 F azendo o Inim igo R e c u a r ................................................................ 246
35 U m a V ida de A d o r a ç ã o .......................................................................252
36 A m ando o P róxim o Inco n d icio n alm en te ...................................... 257
37 T om ando o T erritório de V o lta ......................................................... 264
3 8 Q uebrando M aldições .........................................................................267
3 9 C onstruindo C ercas de P roteção E spiritual ................................. 277
4 0 V ivendo na E sp eran ça T riunfante ...................................................285
N otas ............................................................................................................... 288
in trodução

entre os programas de televisão mais populares dos últimos anos,


D está o reality show Survivor. Um grupo de pessoas é deixado em um
local deserto tendo que sobreviver com o que estiver ao seu alcance. Para
acentuar a intriga, apenas um participante recebe, no final da competição,
o prêmio de alto valor em dinheiro. Com o desenrolar da trama, as pessoas
não conseguem mais identificar quem são seus verdadeiros amigos e seus
inimigos!
M ajor Nidal Hasan era psiquiatra no exército dos Estados Unidos. Seus
estudos foram pagos pelo governo. Aos trinta e nove anos de idade, ele
nunca tinha servido em uma zona de combate. Em novembro de 2009, ele
gritou “Allahu Akbar” [Deus é grande] em um centro de alistamento de sol-
dados em Fort Hood, no Texas, e começou a disparar duas armas matando
treze pessoas e ferindo mais de trinta e cinco, civis e m ilitares1. Após a in-
vestigação, descobriu-se que ele tinha ligações com terroristas islâmicos2.
Fingindo ser amigo dos soldados am ericanos, na verdade ele era uma se-
mente do inimigo. O exército dos Estados Unidos não sabia que havia um
inimigo entre eles.
O mundo em que vivemos é maravilhoso, mas para sobrevivermos nele
temos que conhecer nossos verdadeiros inimigos. Eles não são humanos,
mas são forças invisíveis das trevas. Tais forças da escuridão agem segun-
do as ordens de um ex-aliado que se voltou contra o nosso Deus. Satanás e
seus demônios estão sempre por perto e prontos para afrontar Seus solda-
dos. Contudo, Ele nos deu os recursos necessários para sobreviver e pros-
perar. M as, para isso, precisamos aprender a identificar nossos inimigos e
conhecer os recursos e armas que estão à nossa disposição.
Esse pensamento é belamente representado pelo salmista em Salmos 126.
Essa passagem é uma canção de liberdade que celebra a saída dos israelitas
cativos na Babilônia e sua volta para Sião. A alegria e a declaração de fé ex-
pressas demonstram a libertação das armadilhas e das correntes de Satanás!
Ele tenta nos controlar mantendo-nos presos a uma vida de pensamentos,
1o ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL <‫ ־‬a AÇÃO DO S D EM Ô NIOS

decisões e relacionamentos errados. Seu plano é nos confundir e nos des-


viar do caminho.
Nesse salm o, tem os os cinco legados da liberdade. Seus aspectos po-
dem ser vistos claramente na vida de um indivíduo ou de uma igreja livre.

1. A Liberdade em C risto é C om o um S onho


Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estáva-
mos como aqueles que sonham.
- S almo 126:1

A experiência da plenitude na vida cristã também é como um sonho que


se realiza. A m aioria dos cristãos vive muito aquém de seus privilégios.
Jesus prom eteu, “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundân-
cia” (Jo 10:10). Você vive com abundância de poder, recursos e alegria?
O poder sobrenatural de Deus é a nossa herança, e o fruto do Espírito é
a nossa promessa.
Depois libertar centenas de pessoas em nome de Cristo, posso afirmar ho-
nestamente que, para muitas delas, a vida se renovou tornando-se agradá-
vel e prazerosa. Dentre elas, destaco aqui uma jovem mulher que sofria de
anorexia nervosa - jejum autodestrutivo. Embora ela já tivesse procurado
alguns especialistas, seu problem a não era físico, mas espiritual. Depois
de um longo período de aconselhamento, ela resistiu ao inimigo e superou
sua opressão. A verdade a libertou. Agora ela vive em Cristo e canta ale-
gremente no coral da igreja.
Quem se liberta das amarras do inimigo experimenta um incrível desper-
tar para a vida espiritual. De repente, os olhos são abertos e é possível con-
templar tudo o que, em Cristo, se pode obter.
No início dos anos 50, antes de os cruzeiros ficarem tão conhecidos,
um homem pobre com prou uma passagem de Londres para os Estados
Unidos a fim de visitar sua fam ília. A bordo, ele se isolou e nunca se
aproxim ava da sala de jantar. No fim da viagem , alguns passageiros per-
guntaram por que ele não fazia as refeições. “ Eu só tive dinheiro para
pagar a passagem . Mas eu trouxe queijo e biscoitos para me alim entar” ,
ele afirm ou.
I ntrodução 11

“Senhor, as refeições estão incluídas no preço da passagem” , seus com-


panheiros de viagem garantiram.
É possível viver o Cristianism o dessa m aneira. Precisam os saber que,
em C risto, temos a provisão necessária para esta vida e para o futuro.

2 . A L iberdade em C risto é F onte de A legria


Então nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico.
- S almo 126:2

Jamais vi pessoas tão tristes quanto as que hoje frequentam as igrejas e


participam de reuniões religiosas. Elas parecem estar reprimidas e presas
às tradições, denominações ou ao orgulho. Onde está o contentamento, o
louvor sincero, o grito de alegria e os cânticos de júbilo?
Não é de se adm irar que tantos cristãos e igrejas estejam desinteressa-
dos e enfraquecidos. N eem ias 8:10 diz: “A alegria do Senhor é a vossa
força” . Pouco antes de ser crucificado, Jesus orou dizendo: “ ...e estas
coisas eu falo no m undo, para que eles tenham a m inha alegria consu-
m ada em si m esm os” (Jo 17:13). Alguém poderia discordar e dizer que
Jesus se referia à alegria futura no céu. E ntretanto, Ele acrescenta: “Eu
não oro para que tu os tires do m undo, mas que tu os guardes do m al”
(v.15). É esse “do m al” que impede a nossa alegria na vida cristã. A ale-
gria é um direito e privilégio de todo cristão.
Certa vez, eu estava pregando sobre a liberdade espiritual em uma igre-
ja a leste do Tennessee. Eu mantive o foco na liberdade espiritual contra
a opressão e a depressão (Veja capítulo 17). Quando terminei de pregar,
orei com as pessoas repreendendo os maus espíritos e derramando o fru-
to do E spírito, incluindo a alegria. D epois, li Isaías 61:3: “ ...para dar-
-lhes... a veste de louvor em lugar de espírito de opressão” . E em seguida,
Rom anos 14:17: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” . De repente, uma jovem , antes
extrem am ente tím ida, começou a rir, chorar e a gritar: “Louvado seja o
Senhor! Estou livre! Estou livre!” O sentimento de sua liberdade expio-
diu em alegria e contagiou os que estavam ao seu redor. A alegria é um
direito garantido a todo cristão.
12 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL <‫ י‬a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

3 . A Liberdade em C risto é E vidência


P ara os N ão C ristãos
Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; en-
tão disseram entre os pagãos: O Senhor fez grandes coisas por eles.
O Senhor fez grandes coisas por nós, pelas quais estamos alegres.
- S alm o 126:2-3

A alegria da libertação do cativeiro é uma evidência notória para os não


cristãos que estão ao nosso redor. A liberdade dos que viveram na escravi-
dão dá testemunho disso. Os cristãos que não conseguem enfrentar as ad-
versidades da vida com fé e alegria não dão um bom testemunho de Cristo.
Contudo, quando um incrédulo vê o fiel lidar com a raiva, a am argura, o
orgulho, a depressão e outros problemas de forma vitoriosa, ele é alcança-
do pela mensagem de Cristo. Entenda, amigo, que seu modo de viver faz
parte do seu testemunho.
Uma jovem esposa passou a vivenciar a verdadeira liberdade em Cristo
após ter enfrentado as investidas de Satanás por meio da depressão. Apesar
de seus problemas e dificuldades permanecerem inalterados, sua perspecti-
va mudou quando ela se voltou para Cristo. Pouco tempo depois, seus filhos
e marido também O aceitaram. Depois disso, outros da família se conver-
teram ao Senhor.
A vida em Cristo é um testemunho para os não cristãos.

4 . A L iberdade em C risto T raz A vivamento


Traze-nos outra vez do nosso cativeiro, ó Senhor, como os córregos
do sul.
- S alm o 126:4

Estive em Israel pouco tempo atrás, e estava combinado que passaríamos


pela região sul, normalmente muito seca. Nosso tour à M asada foi adia-
do por um dia devido às chuvas em Jerusalém . O sul de Israel, perto do
mar M orto, é o ponto mais baixo da terra; assim, as chuvas da parte alta de
Israel abastecem os leitos dos rios no sul, e as águas das nascentes trazem
vida à terra.
I ntrodução 13

Que bela imagem de renovação! A libertação dos fiéis jorra a corrente da


vida de Deus na igreja. Segundo Lucas 11:24, os lugares áridos são habita-
dos pelos demônios. Quando há avivamento, os inimigos de Deus são dissi-
pados (SI 68:1). O verdadeiro avivamento só acontece quando a igreja está
firmada em Cristo e se apossa da liberdade a ela concedida.
Batalha espiritual não implica em destruir para renovar, mas sim trans-
form ar para renascer. Quando os cristãos vi venciam o poder libertador da
Boa-Nova de Cristo, o poder de Deus os reveste. Mas o Espírito de Deus
se m anifestará trazendo avivamento apenas quando a igreja se libertar da
carnal idade.

5 . A L iberdade em C risto P romove T estemunho


Aqueles que semeiam em lágrimas colherão com alegria. Aquele que
vai adiante e chora, carregando sementes preciosas, voltará sem dú-
vida com regozijo, trazendo seus molhos consigo.
- S almo 126:5-6

Esses versos tão conhecidos são geralm ente usados como base de ser-
mões que encorajam a igreja a assumir um espírito vitorioso. No entanto, o
plantio e a colheita só são produtivos quando as pessoas se livram da escra-
vidão espiritual para habitar na terra prometida da vida cheia do Espírito.
Como é inútil o chamado para o plantio e a colheita em um terreno es-
piritual pedregoso ou infértil. É no solo fértil da vontade de Deus que os
fiéis encontram , na Bíblia, as sementes preciosas da vida eterna. Apenas
por meio da liberdade é possível verdadeiram ente plantar em lágrimas e
colher com alegria.
Deus promete reflorescim ento e colheita para aqueles que voltam para
casa depois de se libertarem da escravidão. Assim, os fiéis podem vivenciar
a liberdade que os leva a dar um novo testemunho.
O livro que está em suas mãos é resultado do confronto direto desta dé-
cada contra as forças das trevas. Lutei corpo a corpo contra as forças de-
moníacas e me regozijei ao vê-las fugir, aterrorizadas e vencidas, deixando
suas vítimas em paz.
14 EN TEN D EN D O ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL <‫ ־‬a AÇÃO D O S D EM Ô N IO S

O autor Jack Taylor nos lem bra de que Satanás e os dem ônios são for-
ças decisivas, mas que eles já estão derrotados. A vitória foi conquistada
na cruz e no túmulo vazio, ainda que nossa luta na terra continue. Você não
tem de viver derrotado, sob o jugo da escravidão. A alegria da vitória e da
libertação pode ser sua.
Ainda que limitado, este manual pode ajudar as igrejas e os cristãos que
procuram saber um pouco mais sobre a batalha espiritual. Precisam os res-
taurar a unidade e buscar crescimento no corpo de Cristo para não vivermos
em derrota. Se enfrentarm os juntos a batalha contra Satanás, o avivam ento
estará à nossa espera.
Eu convoco todos os seguidores de Cristo a um treinamento para a guerra.
Não veremos nenhuma revolução moral nem mudanças nos conceitos cor-
rompidos da cultura do Ocidente sem que haja luta espiritual. O aum ento
dos militantes islamitas não será interrom pido até que a igreja se aposse da
verdade e entre na batalha fortalecida pelo Espírito Santo.
A vitória é nossa, mas temos de lutar para merecê-la.
P arte I

CONHECENDO SEU INIMIGO


c o p ítu ío

U m D espertar D ifícil

o clássico filme Shenandoah , Jimmy Stewart descreve a vida de


N um patriarca viúvo que mora em uma grande fazenda no vale
Shenandoah, na Virgínia. Com o irromper da Guerra Civil, ele procura pro-
teger sua família e cuidar dos seus negócios. Entretanto, a guerra chega à
sua fazenda deixando uma filha e um filho mortos e outro desaparecido. No
auge da história, enquanto a família estava em adoração, o filho desaparecí-
do volta para casa.
Isto é um retrato da vida dos seres humanos. Apesar dos nossos esforços,
Satanás logo fará das nossas vidas um campo de batalha. Eu vivenciei um
despertar maravilhoso, mas difícil, que me levou para a linha de frente da
batalha.

U m D espertar M aravilhoso
Algumas das pessoas mais infelizes que conheço são cristãs declaradas e
praticantes. Enquanto me apressava para o oeste em direção a Albuquerque,
eu sabia que já havia me tornado um membro daquela tribo! Mas por quais-
quer outras razões, depois de dez anos de um ministério intenso e bem-su-
cedido, eu queria parar.
Aquela não era uma simples síndrome de viajante - uma doença que afe-
ta os membros da igreja cujos sintomas incluem, entre outros, a infundada
convicção de que servir em outro local preencherá o vazio de um relacio-
namento espiritual perdido. Não era isso; aquela agonia terrível indicava o
desejo de deixar o ministério.
Enquanto viajava a 900 quilômetros por hora para dar uma palestra, eu
escrevia meu pedido de demissão do ministério. Seria o fim? Na verdade,
U m D espertar D ifícil 17

eu não tinha ideia de que o Deus Vivo tinha outros planos. Eu estava pres-
tes a iniciar uma jornada rumo à plenitude.
Eu cheguei na noite anterior ao dia da minha palestra e logo me senti frus-
trado com a sala da minha preleção. Ela era a única do corredor - ficava
distante de tudo. Consultei a programação para checar quem seriam os ou-
tros palestrantes e vi que eu conhecia o pregador convidado, mas nunca ti-
nha ouvido falar na mulher que também estava escalada. Mas a mensagem
daquela mulher sobre oração e conhecimento de Deus impactaria profun-
damente o meu coração orgulhoso.
No dia seguinte, sentei-me ao fundo do auditório e acompanhei o desen-
rolar de sua história. Ela era esposa de um professor universitário que ha-
via se tornado diretor denominacional do estado, mas mergulhou em uma
crise profunda após a morte súbita de seu marido. Ele havia sido sua fonte
espiritual e sua rocha. Sentada ao fundo da ambulância, ela se deu conta
de que toda a vida compartilhada por eles, até então, estava bruscamente
chegando ao fim. Naquele momento ela precisava de Jesus como nunca, e
Ele provou ser fiel.
A quela m ensagem afetou meu sentim ento de autopiedade e autossufi-
ciência. Eu estava certo. Eu trabalhei duro. Li todos os livros sobre cres-
cim ento espiritual, e, ainda assim, havia perdido a intimidade com Deus.
Triste e abatido, senti Sua Palavra sufocar aquele meu desejo de me afas-
tar do ministério.
Lutando por dentro, voltei para o quarto e me joguei na cama aos pran-
tos. N aquela noite, enquanto dorm ia, ouvi alguém cham ar meu nome.
A cordado, fui até a porta mas não encontrei ninguém . Logo peguei no
sono e, novamente, acordei ao ouvir alguém me chamar pela segunda vez.
E, depois, pela terceira vez. Como na história de Samuel, eu sentia que era
Deus me despertando do sono.
Para m im, aquele foi um despertar m aravilhoso. Senti um forte desejo
de abrir m inha Bíblia e ler os Salmos 91-95, e Deus graciosam ente fa-
lou com igo por meio daquelas palavras. Repare que Ele não Se afastou;
mas eu sim! Ele ainda estava lá, no local secreto, aguardando por mim.
Deus estava com “óleo fresco” para ungir minha vida espiritual apática.
18 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL c‫ ״ ׳‬AÇÃO DOS DEM ÔNIOS

Aquele pequeno quarto se transform ou em um santuário, e a presença de


Jesus me envolveu.
Em Salm os 9 1:1-2, lem os: “A quele que habita no lugar secreto do
A ltíssim o, perm anecerá debaixo da som bra do O nipotente. Eu direi do
Senhor: Ele é o meu refúgio e a m inha fortaleza, meu Deus; nele eu con-
fiarei” . Eu redescobri a im portância da vida devocional. Percebí que
estam os em uma batalha espiritual enfrentando as forças infernais e in-
visíveis das trevas. A oração voltou a fazer parte da m inha vida. “ Ele
clam ará por m im, e eu o responderei; estarei com ele na tribulação; eu
o livrarei e o honrarei” (v.15).
As orações começaram a fluir do meu coração ainda enfermo - orações
de arrependimento, louvor e intercessão. Naquela noite, Deus me visitou
com a plenitude do Seu Espírito Santo.
Aqueles versículos tomaram vida! Deus falou comigo por meio da Sua
preciosa Palavra. Eis a mensagem que dele recebi naquela noite.
O salmo 92:10-15 desafiou meu coração a entender a plenitude do Espírito
Santo. O versículo 10 diz: “serei ungido com óleo fresco” . Quando li os ou-
tros versículos desse salm o, consegui com preender o que estava à minha
disposição o tempo todo na unção do Espírito Santo.
Meus olhos e ouvidos se abririam e contemplariam as maravilhas de Deus
(SI 92:11). Minha vida novamente florescería e crescería (v.12). Eu voltaria
a ter prazer na casa do Senhor (v.13). A velhice não influenciaria a minha
vida espiritual (v.14). Minha boca se abriría em louvor ao Senhor pela Sua
misericórdia (v.15).
Após a palestra daquele dia, voltei para casa pensando que tudo muda-
ria para melhor! Eu mal sabia que tinha acabado de dar início a uma árdua
jornada com Jesus - uma jornada de vales obscuros em meio ao topo das
montanhas. Eu não imaginava o quanto eu precisaria desesperadamente dos
recursos que havia redescoberto.
O ano seguinte seria, como diria Charles Dickens, “o melhor... e o pior
de todos os tem pos” . A vida na plenitude do Espírito não é feita apenas de
adoração. O inimigo viu a obra que Deus começou em mim e planejou ata-
ques constantes mirando em tudo o que é precioso em minha vida.
U m D espertar D ifícil 19

U m D espertar D ifícil

Isso eu ouvi de um boxeador que estava tomando vários golpes. Seu trei-
nador gritava: “Fique firme, Joe. Você está ganhando” . Depois de mui-
tos rounds, Joe se voltou para o treinador e disse: “Eu estou ganhando?
Gostaria que alguém dissesse isso a ele".
Foi assim que me senti quando minha vida se tornou um verdadeiro cam-
po de batalha, em todos os aspectos, por um período de dois anos. A de-
pressão morava em nossa casa. Quando retornei do encontro com Deus que
havia mudado a minha vida, passei por momentos de muitas dificuldades
em meu lar.

D ificuldades no Lar
No outono de 1990, tanto minha filha quanto minha esposa sofreram aci-
dentes de carro em um intervalo de dias. Heather, minha filha, não teve ne-
nhum ferimento grave, e milagrosamente seu carro não caiu em um riacho
que se formou com a enxurrada. Contudo, ela levou uma pancada na cabeça
que causou problemas recorrentes, incluindo pequenos traumas.
M inha esposa, Paulette, quase perdeu a vida. Ainda me lembro daquela
manhã de setembro e do homem que me disse ao telefone que Paulette ha-
via se acidentado perto de casa. Eu dirigi pela estrada 153 e vi uma cena
assustadora diante de mim.
Paulette estava presa há quarenta e cinco minutos nas ferragens do seu
pequeno carro. Todos os ossos do lado esquerdo da parte superior do seu
corpo estavam quebrados ou esmagados. Até mesmo alguns dentes se que-
braram com a batida. Ela entrou em choque e quase morreu, mas a equi-
pe de resgate conseguiu salvá-la. Por três meses, ela precisou de cuidados
especiais.
Em m arço de 1991, meu pai faleceu de repente. Depois de lutar a vida
inteira contra a dependência do álcool, ele se libertou e foi ordenado diá-
cono aos cinquenta e nove anos. Nós ficamos muito íntimos. Na noite de
dom ingo, que antecedeu sua morte, nós nos falamos no telefone por uma
hora. Meu pai me dava muito apoio. E, aos sessenta e nove anos, ele se foi.
20 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL 0 a AÇÃO DOS DEM ÔNIOS

P roblemas na I greja
Uma mulher que morava em frente à igreja se suicidou. Depois, sua me-
lhor amiga foi internada em um hospital psiquiátrico. Ela também ameaça-
va se suicidar se eu não fosse vê-la imediatamente. Então, fui visitá-la com
outros ministros. Quando entramos na sala, a mulher começou a falar com
vozes estranhas. Um dos ministros que possui o dom da oração na batalha
espiritual começou a identificar e expulsar aqueles espíritos do inferno.
Em menos de uma hora, treze demônios se manifestaram como espíritos
de suicídio, avareza, m orte, doença, depressão, medo, rebelião, rejeição,
dentre outros. Todos tinham nomes de pessoas, mas quando se perguntava
sobre a natureza de seus nomes reais, na autoridade de Jesus, eles revela-
vam somente depois de muita luta. Aquela doce senhora ainda está se re-
cuperando e necessita de acompanhamento por causa das feridas deixadas
pelo inimigo. Mas ela está melhor agora, e eu acredito que ficará totalmen-
te curada no futuro.
Essa experiência me fez abrir os olhos para um outro mundo. De repen-
te, entendi que o que antes eu considerava teoria era batalha de verdade!
Talvez eu, como pastor, tivesse agido até então como um Dom Quixote es-
piritual, lutando contra moinhos de vento enquanto meu povo vivia em ca-
tiveiro, não é?
Prostrei-me de joelhos e o Espírito de Deus gentilmente me falou: “Hoje
eu te dou o que outrora me pediste” . Sim, eu queria a realidade de Deus, e
eu estava descobrindo, pelas minhas próprias dores e pelo livram ento de
outros, uma direção e uma paixão renovadas pelo ministério.
Imediatamente, o Senhor me levou a convidar um amigo ministro para fa-
zer uma conferência sobre batalha espiritual. Éramos amigos de longa data,
e nele a presença de Deus era notória. Nós e outras pessoas oramos durante
meses pelo poder revigorante de Deus.
O bispo J. Tod Zeiger aceitou o convite e pregou sobre “Fortalezas na
Vida do Cristão” . Desde o primeiro culto, Deus já estava libertando pes-
soas. A igreja foi tom ada pelo avivam ento de tal modo que o encontro
teve de acontecer outra vez. L iteralm ente, centenas de pessoas tiveram
suas vidas mudadas naquele dia. Desde então, vimos outras centenas sendo
U m D espertar D ifícil 21

libertas por meio da oração e da batalha espiritual. As histórias de alguns


desses casos serão relatas mais adiante.
Muitos estavam infelizes. Alguns anos antes, no ministério de Jack Taylor,
Deus me revelou a verdade sobre o louvor e a adoração. Posteriormente,
em um sem inário sobre adoração com o Dr. Jack Hayford, Deus mos-
trou que minha adoração era deficiente e me ensinou a adorar e a exaltar
Jesus em público. À medida que os velhos costum es, idéias e tradições
eram deixados para trás, algum as pessoas se sentiam desconfortáveis.
Surpreendentem ente, um dos membros da igreja me acusou de amedrontar
as pessoas e de não ser um verdadeiro Batista. O inimigo já havia incitado
um pequeno grupo para tentar impedir a renovação e o avivamento que es-
tava acontecendo.
Naquele período, um de nossos membros havia perdido seu marido, que
sofreu um enfarte. Ela foi deixada com um filho e uma filha adolescentes.
Segundo os m édicos, seu coração tam bém estava com problem as e ha-
via a possibilidade de ela ter que passar por uma cirurgia muito arriscada.
Quando fiquei sabendo da notícia, minha esposa e eu fomos imediatamente
orar com ela antes de sua internação. O Espírito Santo me falou claramente:
“Essa doença não vem de mim, e não permanecerá” . Orei pela minha amiga
repreendendo todo espírito de enfermidade e morte. Milagrosamente, quan-
to a examinaram no dia seguinte, todos os sintomas haviam desaparecido!
Depois disso, os membros que se opuseram ao avivamento e àquele mi-
nistério se afastaram. Por três anos, a igreja passou por altos e baixos. Por
fim, todos os que criaram resistência foram revelados, e alguns deles tam-
bém foram declarados culpados por atos criminosos. A igreja sobreviveu a
essa dificuldade e a um processo de milhões de dólares.

D ificuldades P essoais
Em meio a todas essas lutas eu fui acometido por uma enfermidade. Uma
quinta-feira à noite, Kelli, minha filha mais velha, veio passar a noite co-
nosco porque ela havia sonhado que eu estava doente. Naquela noite, apro-
ximadamente 1:00 da manhã, eu acordei sentindo mal-estar e tonteira. Fui
ao banheiro e lá desmaiei, perdendo a consciência. M inha filha ouviu o ba-
rulho e logo foi ver o que tinha acontecido.
22 ENTENDENDO a BATALI IA ESPIRITUAL e a AÇAO DOS DEM ONIOS

Enquanto estava desmaiado, eu me senti em paz. Vislumbrei, de relance,


o brilho e a glória de um outro mundo e, por um momento, eu senti o cheiro
desse outro mundo. E então, ao longe, eu ouvi a voz de Kelli me chamando:
“Papai, papai...” e eu acordei. Fiquei uma semana hospitalizado por causa
de problemas cardiovasculares e até hoje tomo remédios todos os dias para
estabilizar as batidas do meu coração.
Essa experiência me ensinou o verdadeiro segredo da batalha espiritual:
a batalha não é nossa, mas do Senhor. Meu cardiologista veio me visitar e
disse: “Pastor, você precisa praticar o que prega se quiser viver.” Depois
disso, Deus me ensinou o que com partilharei com você neste livro. Ele
pode preparar você para fazer a Sua obra e realizar a Sua vontade.

P eríodos de G uerra e P az
Descobri que a intensidade da guerra espiritual é periódica. Os ciclos de
Deus incluem períodos de descanso, e mesmo assim Ele também quer que
combatamos “o bom combate da fé” (lT m 6:12).
Precisamos estar atentos o tempo todo para o ataque do nosso inim igo.
“Sede sóbrios, sede vigilantes; porque o vosso adversário, o diabo, anda
em derredor, como um leão que ruge, buscando a quem possa devorar”
(lP e 5:8). Cabe a nós resistir às suas investidas. “ Sujeitai-vos, pois, a
Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).
O conteúdo seguinte tem como objetivo te equipar para a batalha contra
as forças espirituais que se opõem a você. Os cristãos andam em um cam-
po minado. Ainda assim, a vitória é nossa. Deus raramente nos poupa das
dificuldades, mas Ele nos direciona pelos vales escuros e quer nos ensinar
que não conseguimos sobreviver sem Ele. Devemos nos equipar totalmen-
te com a armadura espiritual e com os outros recursos que já são nossos.
c o p í t U ίο

T omando P osse da V itória

s batalhas na guerra, muitas vezes, são conquistadas ou perdidas


A antes mesmo do primeiro confronto. No fim das contas, são as es-
tratégias desenvolvidas e decisões tomadas que revelam o vencedor! E
isso também se aplica à luta espiritual. Nosso manual de guerra, a Bíblia
Sagrada, registra uma vitória que já foi determinada e conquistada. Com a
encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus, o Messias, Deus deu o gol-
pe decisivo e declarou vitória sobre Satanás e sua força.
O m undo de hoje parece desprezar essa realidade. O crescim ento do
Islam ism o radicalista, com suas ameaças terroristas tentando dominar o
mundo, é um novo oponente nas linhas de frente da batalha. Com ataques
mais sutis contra o Cristianismo e seus valores, a “guerra cultural” aconte-
ce na educação, no governo e na mídia.
C ontudo, o Novo Testam ento claram ente afirma que os cristãos já fo-
ram retirados do reino das trevas e levados para o reino de Jesus Cristo
(Cl 1:13). Embora invisível, e ainda não totalmente manifesto, o reino de
Deus se revelou em Jesus Cristo de Nazaré. Além disso, a igreja, apesar
de suas falhas, soma hoje mais de um bilhão de pessoas. As conversões ao
Cristianism o excedem as conversões ao Islamismo! A promessa de Jesus
é verdadeira: “as portas do inferno não prevalecerão contra ela [a igreja]”
(Mt 16:18).
No reino invisível, Jesus Cristo desarm ou os poderes das trevas e ma-
nifestou publicam ente Seu triunfo sobre eles. “ De uma vez por todas, a
batalha decisiva contra o poder do mal foi pelejada e vencida; todavia,
o longo confronto continua, pois a m anifestação do Dia da Vitória ainda
está por vir.” 1
24 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL <>a AÇÂO D O S DEM Ô NIO S

O mal não deve ser justificado pela natureza, educação, psicologia ou


evolução. Há uma atuação de forças malignas por trás das histórias de ter-
ríveis atrocidades humanas! As Escrituras revelam um fato oculto do mal
que, implicitamente, afetou toda a história e toda a humanidade.
Leia o que o saudoso professor James S. Stewart escreveu em seu livro
A Faith to P roclaim ‫׳‬.

Se Paulo voltasse aos dias de hoje e olhasse o trágico conflito do nosso


mundo, ele ainda diria que “não temos que lutar contra a carne e o san-
gue”, nem contra homens e nações, Cesarismo ou Comunismo, como se
os interesses da democracia fossem sinônimos da justiça de Deus; não é
nada tão simples e fácil assim - Deus tenha piedade de nossa imaginação
superficial, que acredita que nossas leis são irrepreensíveis e nossas mãos
são limpas. Não, a verdadeira batalha ultrapassa todos esses limiares e
alcança o mais profundo do reino invisível, no qual forças ameaçadoras
inflamam e investem contra o domínio de Cristo. E a única maneira de pre-
valecer contra a mística paixão demoníaca é com a Súvauis e com a paixão
do Senhor. O que seria de nós se não fosse propósito de Cristo acender sua
chama em nossos corações? “Eu vim para lançar fogo na terra” (Lc 12:49).
Pois somente o Espírito pode vencer espírito. Os filhos das trevas são mais
ousados a esse respeito do que os filhos da luz. O diabo sabe muito bem
reprimir as emoções. De nada adianta, em tempos em que as forças espiri-
tuais do mal estão espalhadas pela terra e que ânimos sobressaltados estão
dividindo o mundo, termos uma teologia sem consistência e sem paixão:
não é bom colocar um Cristianismo momo contra um paganismo ardente.
As investidas do demônio devem ser combatidas com o fogo divino. Como
de fato deve ser: pois Cristo já venceu o mundo”2.

A igreja precisa redescobrir a batalha espiritual. Precisamos abrir nosso


arsenal bíblico e espiritual e equipar o povo de Deus para impor a fé diante
do inimigo. Mesmo que a vitória já seja nossa, ainda habitamos neste mun-
do e é nossa obrigação reforçar a conquista de Cristo. Sua vinda caracteri-
zou uma mudança de rumo nas antigas batalhas, um marco na história da
humanidade!
T om ando P osse da V itória 25

Por isso, decidi começar este livro pelo fim, e não pelo começo. O apóstolo
João lutou contra o inimigo e foi considerado uma ameaça tão grande ao go-
vemo e à cultura que foi exilado na ilha de Patmos. Os governantes daquela
época respiraram aliviados, acreditando que tinham se livrado daquele homem
que incitava a fé no Cristianismo. Naquele exílio solitário, temos um panorama
surpreendente do futuro de Deus, que se desdobraria para todos nós!
Assim como os grandes dramas que se resolvem em um ato final, Deus já
escreveu o último ato dos nossos dias. No livro de Apocalipse, o muro que
separa a eternidade do nosso mundo de hoje é demolido. História e profe-
cia se unem enquanto Deus põe fim a essa guerra antiga.
Apocalipse capítulo 5 é o ponto principal da luta humana. Por ser repre-
sentado diante do trono de Deus, vemos a história, os mistérios e a vitória
da humanidade.

E eu vi na destra do que estava assentado no trono um livro escri-


to por dentro e por fora, selado com sete selos. E eu vi um forte anjo
proclamando em alta voz: Quem é digno de abrir o livro e romper os
seus selos? E nenhum homem no céu, nem na terra, nem debaixo da
terra, era capaz de abrir o livro, nem de olhar para ele. E eu chorei
muito, porque nenhum homem foi achado digno de abrir e ler o livro,
nem de olhar para ele.
- A pocalipse 5:1-4

D esvendando os S egredos do L ivro


Na cena descrita acim a, o livro está na mão direita de Jeová, que está em
Seu trono. O livro está nas mãos daquele que tem toda a autoridade, o que
se indica pelo trono e pela mão direita. A mão representa a autoridade e o
domínio. O livro está escrito por dentro e por fora, e está selado com sete
selos. O que foi escrito dentro não pode ser lido. Os sete selos indicam que
o livro está completamente fechado. Assim, os decretos escritos em seu in-
terior não podem ser desfeitos por nenhuma força humana.
Para entender o mistério do livro, precisamos descobrir o que ele signi-
fica. Existem mais de quatrocentas citações ou referências a trinta e um
26 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRI TUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

livros do Antigo Testamento em Apocalipse. A história dos judeus nos dá


uma dica a respeito do livro, e essa dica pode ser encontrada na leis da re-
denção e na celebração do jubileu. Antigamente, em Israel, uma família não
poderia nunca privar completamente um herdeiro de suas terras, de liber-
dade ou de seus direitos. Segundo a lei dos judeus, alguém poderia ter suas
terras confiscadas se as penhorasse e não conseguisse pagar sua dívida; ou
esse alguém poderia ainda perder sua liberdade se tornando servo de ou-
trem para pagar sua dívida. E a viúva sem filhos tinha o direito de casar-se
com o irmão do seu falecido marido para gerar um filho herdeiro.
Eu explicarei melhor. Se, por motivo de falência, alguém perdesse sua pro-
priedade, liberdade ou direitos de família, esses poderiam ser resgatados! A
redenção era um indicativo de que todas as dívidas haviam sido quitadas.
Se alguém passasse por uma dessas situações, a perda seria registrada em
um livro, o livro seria selado e o preço da redenção seria escrito do lado de
fora. Tanto a pessoa que teve sua propriedade confiscada quanto um paren-
te próximo (de sangue) poderia retomar o patrimônio.
Isso está claramente ilustrado no livro de Rute. Elimeleque e Noemi hipo-
tecaram sua propriedade em Belém e foram morar em Moabe (Jordão). Ali
morreu Elimeleque, e também seus filhos Malom e Quiliom. Noemi ficou
viúva com as duas noras. Orfa e Rute. Rute voltou com Noemi para Belém em
extrema pobreza. Noemi era uma viúva sem dinheiro; Rute era gentia. Noemi
tinha um parente (de sangue) chamado Boaz, que era rico e que estava dis-
posto a redimi-la. Entretanto, ele teria também que redimir Rute casando-se
com ela e deixando um herdeiro para a família de Elimeleque. Nessa histó-
ria, havia ainda outro parente próximo que declarou não poder redimir Rute.
Ele deixou claro essa impossibilidade descalçando seus sapatos. Então, Boaz
redime a propriedade de Noemi, se casa com Rute, e redime toda a família.
O livro na mão de Deus representa os fracassos do homem desde os tem-
pos de Adão até os dias de hoje. Ele registra a batalha de Satanás contra
a humanidade e contra os propósitos de Deus. No livro, está todo pecado,
toda guerra, toda sepultura, toda lágrima, toda derrota e todo pesar da raça
humana. Na realidade, o livro é o registro e a razão de todo o mal e de to-
das as atitudes malignas da terra. Assim como o livro de Noemi, que con-
tinha todas as suas perdas, há um livro que registra toda a miséria humana.
T om ando P osse da V itória 27

A antiguidade vem à tona conform e, nessa escritura, o drama dos sécu-


los se desdobra. Na mão de Deus está o registro de toda a história! A tragé-
dia do jardim do Éden transformou a terra em um imenso cemitério. Nosso
mundo continua sendo desolado por guerras, devastado por catástrofes,
acometido por doenças, perseguido pelo terror, limitado pela morte e mar-
cado pelo medo.
O rio do pecado e dos erros flui pelas páginas da história. A tirania de
Satanás e as limitações da morte têm abatido as esperanças da humanida-
de. Esse é o conteúdo do livro.

As Lágrimas da H umanidade
O apóstolo João, que corajosamente ficou ao lado da cruz e sobreviveu à
tortura e ao exílio, não foi abalado pelo inimigo, mas hoje chora diante des-
te cenário. As lágrimas de João são as nossas lágrimas. Elas representam o
desgosto de todos aqueles que um dia se sentiram derrotados pelos fracassos.
O livro selado fala sobre a inadequação humana. Ninguém pode abrir o
livro da escravidão humana! Somente com o fim dos selos seria possível
abrir as portas do inferno e libertar a humanidade. Mas todo poder, sabedo-
ria, educação e progresso são inadequados. Lágrimas de desespero molha-
ram a terra no decorrer dos anos. Eis o registro das investidas de Satanás e
dos estragos à humanidade e ao planeta, causados pelos demônios.

C ontemple o R edentor
O preço da redenção está escrito do lado de fora do livro.
• Um compatriota, Jesus Cristo, fez-se homem para nos redimir.

• O compatriota deve estar capacitado para redimir: somente Jesus


Cristo tinha como pagar o alto preço da nossa liberdade: com
Seu precioso sangue.•

• O com patriota deve estar sinceram ente disposto: Jesus Cristo


sofreu para nos libertar.
28 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

O anjo bradou: “Quem é digno de abrir o livro e rom per os seus selos?”
(Ap 5:2). A resposta é que um segundo Adão veio para o cam po de ba-
talha. Ele é o Leão de Judá; o M essias judeu que surgiu para libertar o
mundo.
M aior do que D avi, o novo rei veio exigir o que é Seu por d ireito .
Quando João olha para o Leão, ele vê o Cordeiro! A vitória foi conquis-
tada pelo Cordeiro. Em Apocalipse, o Cordeiro de Deus é digno de ado-
ração (Ap 5:12), é autor da ira (Ap 6:16) e é o responsável pela vitória
contra Satanás (Ap 12:11). Apocalipse 5:5 declara que Jesus, o Cordeiro
de Deus, “venceu” . Quando contem plam os o C ordeiro, vem os que Ele
está de pé, e não deitado em uma cova. Ele tem a coroa de toda autorida-
de. Ele traz as marcas da batalha, mas está de pé em eterno triunfo.
A palavra venceu corresponde em Grego à palavra ni/cao; traduzida como
“predominar” , “conquistar” , “prevalecer” e “triunfar” . O uso do tempo ver-
bal aoristo no grego significa “agora e para sempre” . Jesus Cristo prevale-
ceu sobre o poder de Satanás agora e para sempre.

A I greja T riunfante
A história pode ser traçada pelas sete igrejas do Apocalipse. Embora lite-
ralmente elas sejam igrejas, as sete parecem representar uma linha do tem-
po. Cada uma delas é chamada para triunfar; da mesma forma que a palavra
vencer é usada para descrever a vitória de Jesus. Os que congregam na igre-
ja podem vencer o inimigo.

Ao que vencer, permitirei que assente comigo em meu trono, assim


como eu também vend e estou assentado com meu Pai em seu trono.
- A pocalipse 3:21

Podemos vencer, assim como Cristo venceu. Podemos com partilhar com
Ele uma vida de conquistas no trono. Nossa vitória só é possível por meio
do Seu sangue.

E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro, e pela palavra do seu


testemunho; e eles não amaram as suas vidas até a morte.
- A pocalipse 12:11
T om ando P osse da V itória 29

N ossa herança está vinculada à batalha espiritual. Se prevalecerm os,


com o filhos e filhas de Deus terem os direito à rica herança agora e no
futuro.

Aquele que vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele
será meu filho.
- A pocalipse 21:7

O L ivro da G uerra
Então, veremos o livro que traz as batalhas humanas aberto. E assim, a
loucura, a desgraça e a estratégia do inimigo serão desvendados. Além dis-
so, aprenderem os a lutar contra ele e, por fim, saberemos oprim ir ao in-
vés de sermos oprimidos. Assumiremos a posição de vitoriosos, e não de
vítimas.
c o p í t U ίο

E quívocos sobre a
B atalha E spiritual

m 3 de Janeiro de 1980, o mundo ouviu a terrível notícia de que


E Joy Adamson tinha sido morta na reserva de Shaba Gam e, no nor-
te do Quênia, onde ela observava o comportamento dos leopardos. Ainda
mais chocante foi a primeira versão da morte de Adamson - que ela teria
sido atacada por um leão. Seu corpo foi encontrado na estrada próximo ao
acampamento em Mawson, e logo ficou claro para George Adamson e as
autoridades que aquele havia sido um ato de responsabilidade humana. Suas
feridas foram causadas por perfurações de uma arma semelhante a um pu-
nhal, e não pelas presas ou garras de um leão. Além disso, sua barraca tinha
sido invadida e o conteúdo que ela guardava em um baú estava espalhado
pelo local. Embora as autoridades já estivessem convencidas de que o assas-
sinato fora causado por uma pessoa, a verdadeira história sobre sua morte
ainda é um mistério.1
Não cometa o erro de acreditar que você pode dom ar o atorm entador.
Você não pode conviver pacificamente com o inimigo. Cedo ou tarde, ele
destruirá os tolos e desatentos. Há alguns equívocos perigosos que impe-
dem a vitória e a liberdade espiritual.

Ora, o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, alguns


deixarão a fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas
de demônios.
- 1 T imóteo 4:1
Equívocos sobre λ B atalha Espiri tual 31

O súltimos tempos serão marcados pelo abandono da fé. Dentre a apos-


tasia estarão as pessoas seduzidas por espíritos enganadores e pelas doutri-
nas demoníacas. 1 Coríntios 10:20 nos fala sobre a religião sem Cristo, que
é classificada como sacrifício “aos demônios, e não a Deus” . 2 Coríntios
11:13-15 nos admoesta sobre os falsos ministros: “Porque tais são falsos
apóstolos, obreiros enganosos, transformando-se em apóstolos de Cristo.
E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.
Portanto, não é grande coisa, se os seus ministros também são transforma-
dos em ministros da justiça; cujo fim será conforme as suas obras” .
Efésios 6:11 desafia a todos nós: “revesti-vos de toda a arm adura de
Deus” . Nos dias de hoje, muitos cristãos são enganados porque não creem
no poder de Satanás e na terrível influência dos demônios.
1 Timóteo 1:18 nos convoca: “combatesse uma boa guerra” .
1 Timóteo 6:12 faz o mesmo: “Luta o bom combate da fé” .
Os cristãos têm ignorado o inimigo e permitido que ele atue livremente
em suas vidas. A seguir, vou esclarecer alguns equívocos perigosos.

Os demônios só agiam na época de Cristo, e hoje só agem nas


culturas pagãs.
Não há nada na Bíblia que restrinja a atuação demoníaca a um determinado
tempo ou cultura. Pelo contrário, as Escrituras nos falam sobre nossa batalha
constante. 2 Coríntios 2:11 nos alerta “para que Satanás não obtenha vanta-
gem sobre nós, porque não ignoramos os seus objetivos” . Um dos artifícios do
inimigo é fazer com que as pessoas não acreditem na sua existência e atuação.

Os demônios não podem incomodar os cristãos.


Há muita discussão a respeito do termo possessão demoníaca. No Novo
Testam ento não há essa expressão; m elhor usar o term o endemoniado.
Nenhum cristão pode ser totalmente dominado pelos demônios, mas todos os
cristãos podem ser oprimidos, perseguidos e afetados pela atuação do inimigo.
Em Atos 5:3, Satanás encheu o coração de Ananias para que ele mentisse
ao Espírito Santo. Os fiéis que não se arrependem são entregues a Satanás
para a destruição da carne ( ICo 5). Efésios 6:10-17 nos fala sobre a nossa
luta contra os poderes das trevas, na qual apagamos os dardos inflamados
32 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO DOS D EM O NIOS

do inimigo e permanecemos firmes aos seus ataques. O inimigo pode ata-


car a mente e o corpo do cristão. Os cristãos precisam abraçar o livramento
como parte de sua salvação. Na oração do Senhor, em Mateus 6:13, vemos
que precisamos pedir diariamente: “ livra-nos do mal” .

Somente o envolvimento com o oculto incita manifestações demoníacas.


O envolvimento com o ocultismo leva à demonização. Entretanto, tal en-
volvimento não é o único meio para a opressão do inimigo. Todo cristão
está sujeito a tentações, enganos, opressão e ataques.

A atuação demoníaca resulta apenas em comportamentos extremos,


como violência e pecado brutal.
Como testificamos em Marcos 5, é verdade que a pessoa endem oniada
tem comportam entos extrem os. Entretanto, leia M arcos 1:23-24. Há um
homem, oprimido por um demônio, clamando na sinagoga. Mas não há ne-
nhuma manifestação de violência.
Isso também se aplica a Lucas 13:10-16, em que há uma mulher chamada
de “filha de Abraão” , dominada por “um espírito de enfermidade” . A pala-
vra enfermidade é astheneia em grego, que significa “débil” , “sem força” ,
“fraco” , “impotente” . Jesus disse: “estás livre” (v. 12). A palavra livre é apo-
luo, que significa “libertar completamente e manter solto” . A opressão de-
moníaca abateu aquela mulher, que ficou doente e desamparada por muito
tempo. Ela era uma cristã fiel, mas estava sendo atribulada por Satanás há
dezoito anos. Jesus a libertou no dia de adoração!

Os cristãos estão em perigo quando afrontam os demônios.


Muitas vezes eu ouço pessoas amedrontadas dizerem: “Eu não quero me-
xer com essas coisas nem me envolver nessa luta” . Caro amigo, Jesus pôs
as mãos sobre aquela pobre mulher e ela foi liberta. Os demônios estão sob
a autoridade dos cristãos, e eles só nos afetarão se dermos oportunidades.
Que tipo de cirurgião não operaria com medo de machucar o paciente?
Que médico não cuidaria de uma enfermidade com medo de se contami-
nar? Os médicos se vestem adequadamente para se proteger e fazem seu
trabalho. Da mesma forma, devemos vestir a armadura de Deus e libertar
Equívocos sobre a Batalha Espiritual 33

os necessitados. (Para mais informações sobre esse assunto, veja o capítu-


lo 31, “Armando-se para a Vitória”).

Os cristãos devem ter medo de tocar ou de se aproximar de alguém


endemoniado.
O medo atrai o ataque do inimigo. No entanto, o endemoniado não é um
transmissor. Quem está firme em Deus não tem motivo para temer o inimigo.

Os cristãos podem clamar pelo sangue de Jesus sem entendimento ou


sem fé.
Não podemos “clamar” pelo sangue de Jesus como se ele fosse um amuleto
da sorte! Nós honramos o poder do sangue de Jesus e acreditamos que ele pode
purificar, proteger e libertar. O poder do sangue se manifesta quando é aplica-
do à vida do cristão. Apocalipse 12:11 fala sobre o poder vitorioso do sangue
contra Satanás: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro, e pela palavra
do seu testemunho; e eles não amaram as suas vidas até a morte” . O sangue
está relacionado ao perdão e cancela o direito de ataque do inimigo. O clamor
pelo sangue não é feito a Satanás, e sim ao Pai. O sangue repreende Satanás!

Não é necessário instrução na batalha espiritual.


Recentemente, um pastor que havia sido membro de uma igreja por muito
tempo me disse ela viveu anos sem esse ensinamento. Eu respondí: “Veja
a sua igreja e a minha. Metade dos seus membros não frequentam assídua-
mente. O pecado é notório. Depressão e opressão dominam muitas dessas
pessoas” . Ignorar a verdade leva ao caos. 2 Coríntios 2:11 nos alerta: “por-
que não ignoramos os seus objetivos” .

Os cristãos podem ignorar Satanás e a existência da batalha espiritual.


Certa vez um evangelista me disse que Satanás é um tigre sem dentes! A
frase parece boa, mas será que isso é verdade? Vejamos o que diz 1 Pedro
5:8-9: “ Sede sóbrios, sede vigilantes; porque o vosso adversário, o diabo,
anda em derredor, como um leão que ruge, buscando a quem possa devo-
rar; ao qual resisti firmes na fé” . Sabemos que o nosso inimigo já está der-
rotado, mas ele ainda é perigoso.
34 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

Não é mais necessário resistir ao diabo.


Resistir ao diabo é necessário e importante, apesar de ser uma tática de
defesa. Existe um lado ofensivo da batalha espiritual em que o terreno con-
quistado pelo inimigo precisa ser retomado. Efésios 4:27 nos alerta quanto
ao “dar lugar ao diabo” . Em Mateus 12:43, vemos que os demônios buscam
“lugares” . É a mesma palavra encontrada em Efésios 4:27!
Precisam os resgatar aqueles que foram aprisionados pelo inim igo.
Colossenses 1:13 fala sobre a salvação: “nos livrou do poder das trevas” .
Em Mateus 16, Jesus fala sobre a igreja: “As portas do inferno não preva-
lecerão contra ela” . Nessas palavras, vemos que a igreja ataca as portas da
fortaleza do inferno.
Em João 12:31, Jesus afirma que, pela cruz, o inimigo seria “expulso” .
Todos os que estão perdidos vivem sob o domínio do “príncipe das potesta-
des do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência” (Ef 2:2).
Quando Paulo estava diante do rei Agripa, ele revelou sua missão: “para
abrir-lhes os olhos, e os converteres das trevas à luz, e do poder de Satanás
a Deus, para que eles possam receber o perdão dos pecados, e herança...”
(At 26:18). Salvação é o renascim ento para aqueles que estão nas trevas
sob o domínio de Satanás.

A liberdade dos ataques é imediata.


As vezes, é preciso travar uma batalha longa e intensa para que a vida
esteja livre de todos os invasores. Anos após sua chegada ao m inistério,
Timóteo enfrentou uma dura batalha contra o medo. Deus completará Sua
obra se O deixarmos agir. “Deus não nos deu o espírito de medo, mas de
poder, e de amor, e de uma mente sã” (2Tm 1:7).

A liberdade é conquistada no final da batalha.


Não, esse é apenas o começo de uma vida de discipulado. O terreno re-
tomado deve ser defendido. Os pecados devem ser purificados e seu com-
promisso deve ser reafirmado. Devemos vestir a armadura e mantê-la, até
o dia em que a trocaremos por vestes brancas!
ca p ítu ío

T reinando para R einar

A vida do cristão é uma vitória conquistada, mas também é uma bata-


lha a ser travada. Quando escrevo sobre esse assunto, faço-o com as
cicatrizes de guerra de um veterano, e muito tenho a compartilhar do que
aprendí nas frentes de batalha. O guerreiro espiritual deve estar preparado
para lutar até o fim.
Em meio à fumaça e ao fogo da batalha, aprendí muito do que agora com-
partilho com o corpo de Cristo. A igreja dever ser um “arsenal espiritual” e
deve levar o treinamento de seu povo mais a sério.
A vida de Davi é um exemplo de batalha que precede uma maior unção e
autoridade. Pelo estudo do progresso e da vasta experiência de Davi, dei-
xemos o Senhor nos treinar para reinar.

A D iferença d o M estre
Davi ganhou destaque como soldado, deixando assim o anonimato en-
quanto pastor de ovelhas. Desde o início, Davi se mostrou um menino es-
pecial. Em uma cultura de predominância de pele morena, cabelos negros
e olhos escuros, Davi era ruivo de pele clara. Ele era chamado de “olhos
brilhantes” . A Bíblia diz que Davi tinha na cabeça uma gloriosa coroa rui-
va. Sua pele era clara e seus olhos eram azuis.
Ele era tão diferente que recebeu a função de pastor de ovelhas e traba-
lhava longe de casa. Quando Samuel chegou procurando por um próximo
rei, Davi não estava na lista de candidatos de seu pai, Jessé.
36 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

O G uerreiro A dorador
Sozinho com as ovelhas, Davi desenvolveu o espírito de adoração. O
Espírito Santo compôs cânticos que chamamos de “salmos” por meio dele.
Aquele jovem adorador também defendia suas ovelhas. Ele matou um urso
e um leão para defender o rebanho de seu pai.
Como vemos, o pastor precisa desenvolver um espírito de adoração. Esse
compromisso desperta o coração do guerreiro. Os hábitos de Davi eram es-
tranhos e incomuns para os outros. Mas os poetas são soldados poderosos!

U n g id o mas I nexperiente
Davi foi descoberto por Samuel, que o ungiu rei de Israel. Ele seria o su-
cessor de Saul. Entretanto, Saul ainda estava vivo! Quando Davi matou o
gigante G olias,ele imediatamente se tomou um herói nacional. Então, Saul
levou Davi para sua casa e cuidou dele como um filho. Por um tem po, tudo
parecia muito bem.
Mas um dia Davi descobriu que Saul queria matá-lo e foi forçado a fugir
para o deserto. Em meio àquela dificuldade, Deus ensinou Davi a dominar
e superar toda e qualquer adversidade.

A S ombra do P astor
Talvez você pense que não está cum prindo seus propósitos e vivendo
seus sonhos. Será que você está sendo treinado para aprender a agir e ven-
cer? A unção de Davi o levaria ao trono, mas primeiro ele teria que passar
por aquela experiência no deserto. No campo com as ovelhas, Davi conhe-
ceu o Grande Pastor. Ele resume Seu rebanho na passagem m aravilhosa de
Salmo 23:

O Senhor é meu pastor;


nada me falta.
Ele me faz deitar em verdes pastos;
ele me conduz ao lado das águas serenas.
Ele restaura a minha alma;
me guia no caminho da justiça
T reinando para R einar 37

por causa do seu nome.


Sim, ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte,
não temerei mal algum;
porque tu estás comigo;
tua vara e o teu cajado me consolam.
Tu preparas uma mesa para mim na presença dos meus inimigos;
tu unges minha cabeça com óleo;
meu cálice transborda.
Certamente a bondade e a misericórdia me seguirão
todos os dias da minha vida,
e eu habitarei na casa do Senhor
para sempre.

Nesse salmo, Davi confessa sua fé em Jeová, o “Eu sou” , como Deus do
pacto. Davi O chama de Rohi - o pastor, e declara sua fé: “Nada me fal-
ta - Ele é o Deus provedor” . O Senhor traz descanso, pois Ele é o Shalom
- nossa paz. Davi aprendeu a buscar o Senhor porque sabia que Ele era
Nissi - o estandarte. Ao considerar sua vida enquanto pecador que bus-
ca viver em retidão, Davi citou o “caminho da justiça” porque ele cria em
Jeová Tsidkenu. Ele compreendeu que nunca estaria sozinho porque Jeová
Shammah estava sempre presente!
O relacionamento de Davi com Deus o preparou para lidar com o povo
de Deus, mesmo que um momento de provação fosse necessário. Davi pre-
cisava aprender a não confiar na carne. Ele tinha a unção, mas a armadura
de Saul não cabia nele. A casa de Saul não era para ele. Na verdade, Davi
desejava ser diferente para viver segundo os planos de Deus. Além do tra-
tamento diferenciado recebido na casa de Jessé, Davi também se sentiu um
intruso na casa de Saul. Deus tinha o plano de erguer uma casa distinta só
para Davi.

S eu Lugar no E xército de D eus

Neste novo m ilênio, aqueles que têm o coração em Deus talvez não se
encaixem em lugar algum. A casa de Jessé representa a tradição - zona de
conforto para a maioria das pessoas. Davi não se sentia à vontade naquele
38 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

ambiente tradicional nem seus irmãos estavam confortáveis com sua pre-
sença. O pastor fiel não se envergonha de cantar, sorrir, dançar e celebrar
a glória de Deus. Sua única preocupação é guiar, alimentar e proteger seus
anim ais. Ele se arrisca por novos cam inhos em busca de alim ento para
seu rebanho. Esse pastor não teme Lúcifer, o leão que ruge, ou o urso da
opressão.
A casa de Saul representa aqueles que se apegam apenas às últimas ten-
dências religiosas. O povo de Saul admirava o espírito guerreiro de Davi,
aquele que venceu o temível Golias. Saul gostava da maneira como Davi
aquietava as almas conturbadas. Mas mesmo assim , no fim das contas, o
povo de Saul rejeitou a unção e Davi não conseguiu perm anecer naquela
casa de inconsistência religiosa.
Davi seguiu em frente com a certeza da unção para liderança. Obviamente
ele não se adequava à estrutura do passado. A guerra se aproximava daquele
povo e de suas terras, mas Davi precisava de um exército motivado para lutar.
Assim como Davi, você foi cham ado e ungido, mas onde vai habitar?
Quem te ajudará a sair do local de desajustes para o trono de um monarca
em sua vida espiritual? Deus tem um plano para você, embora pareça es-
tranho à princípio. Ele está te preparando para sair da caverna, ser coroa-
do e vencer!
Jeremiah Denton foi um prisioneiro de guerra no Vietnã por sete anos.
Depois disso, ele foi eleito para o senado de Alabama. Quando pergunta-
ram de onde ele tirava forças durante o difícil período na prisão, ele respon-
deu que era dos versículos da Bíblia que ele tinha m em orizado.1 Embora
fisicamente sua condição fosse a de um prisioneiro, sua alma estava livre
e vitoriosa!

A C averna antes da C oroa


Não era fácil ser ungido rei enquanto o rei atual ainda estivesse no con-
trole. Davi foi perseguido e odiado por ser o escolhido de Deus.
O Antigo Testamento nos conta a história de como Davi fugiu do descon-
trolado rei Saul para as regiões áridas da Filístia. Para desviá-lo do cami-
nho, o inimigo tentou atraí-lo para outra direção. Davi fugiu para a cidade
de Gate, onde Golias, o gigante morto por ele, havia nascido. Ali, Davi foi
T reinando para R einar 39

reconhecido e temeu que Aquis, rei de Gate, quisesse matá-lo. Davi fingiu
estar mentalmente doente e escapou da morte, mas também não encontrou
abrigo no território inimigo.
Essa história é o retrato da igreja saindo do período de letargia e entran-
do no período de batalha! O treinamento de Davi na sua “ igreja-caverna”
assemelha-se ao que precisamos na igreja de hoje.

A I greja-C averna
Davi escapou de Saul e Gate e achou refúgio na caverna de Adulão.
Então, ouviu-se em Belém que o suposto rei estava em uma caverna, e cer-
ca de quatrocentos defensores corajosos começaram a procurá-lo.
Mas eles não pareciam uma grande multidão! A Palavra de Deus assim
descreve: “ E todos os que estavam em aflição, e todos os que estavam
em dívida, e todos os que estavam descontentes juntaram -se a ele; e ele
se tornou capitão sobre eles; e com ele havia cerca de quatrocentos ho-
m ens” (IS m 22:2).
Ali começava a formação do exército de Davi - os angustiados, os neces-
sitados e os desgostosos. Que começo inesperado para um exército que o
levaria ao trono de Israel! A caverna seria o começo para a igreja de Davi.
Alguns dizem que não se pode construir algo grandioso em uma caver-
na! Pensa-se que não é viável construir uma igreja em um lugar distante e
desabitado. Alguns acreditam que não se pode ediflcar a igreja em pessoas
descontentes e sem dinheiro! Na realidade, aquelas pessoas aparentemen-
te desqualificadas de Davi se tornariam um exército poderoso para Deus!
(Veja 1 Crônicas 12:22)

T reinamento E spiritual B ásico


Quando os jovens se alistam no exército, eles primeiro passam por sema-
nas de treinamento rigoroso. Eles precisam estar física, emocional e men-
talmente preparados para lutar contra o inimigo. Um site sobre estratégias
militares diz o seguinte sobre os recrutas da M arinha dos Estados Unidos:
“Após com pletar o treinam ento com sucesso, incluindo um teste seve-
ro e uma prova final de resistência em equipe, o recruta é transformado,
40 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIOS

tanto física quanto mentalmente, em parte vital de um time altamente efe-


tivo. Então, e somente então, o recruta é condecorado com uma patente da
Marinha.”2
E interessante observar que Davi também seguia esses processos de trei-
nam ento, como lemos no livro de Salmos: “ Ele ensina as minhas mãos
para a guerra, de m aneira que um arco de aço é quebrado pelas minhas
mãos” (SI 18:34).
No prefácio desse salmo, lemos que ele foi escrito por Davi na ocasião de
sua fuga de Saul e de seus inimigos. Acredito que esse salmo represente o
manual de treinamento de Davi para seu povo. Deus deseja que estejamos
capacitados para a batalha espiritual!

S eis Itens E ssenciais para o G uerreiro


Atualmente, a maioria dos serviços armados necessita de um treinamento
básico de seis a treze semanas. Durante esse período, os recrutas têm um lí-
der chamado instrutor militar. Após o treinamento básico, o jovem soldado
ou marinheiro começa a aparentar e agir de forma diferente.
À medida que lê este livro, eu oro para que você seja transformado a fim
de atuar melhor nas guerras espirituais mais intensas. Um exército tímido e
mal treinado não tem condições de enfrentar os terroristas do inferno! Não,
devemos nos moldar espiritualmente, vestir nossa armadura e ir para frente
da batalha. O destino da humanidade está por um fio.
Davi treinou seus quatrocentos soldados com a verdade encontrada no
salmo 18, que contém seis admoestações necessárias para todo guerreiro.

1. Sujeite-se à autoridade - submissão


Porque tu salvarás o povo humilde, mas os olhos altivos tu os abaterás.
- S alm os 18:27

O soldado deve começar o dia disposto a obedecer ordens. Ao chegar ao


campo de treinamento, nada do que ele tem lhe pertence mais! Seu cabelo é
cortado, seu vestuário é selecionado e seus horários são determinados pelo
seu líder. Por um período, perde-se a liberdade e aprende-se a ser submisso.
T reinando para R einar 41

É essencial entendermos que, se quisermos que o diabo fuja de nós, pre-


cisam os estar submissos a Deus. Tiago 4:7 nos diz: “Sujeitai-vos, pois, a
Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” .
Um dos meus amigos da época da escola era rebelde por natureza. Suas
roupas e suas atitudes eram incomuns. Por fim, um dia ele abandou a escola
para viver livremente. Por escolha própria? Ele se alistou na Marinha. Não
acreditei quando o vi depois do treinamento! Seu cabelo grande agora es-
tava cortado e ele vestia uma farda oficial da M arinha dos Estados Unidos
em vez de jeans. Ele aprendeu a seguir ordens! Hebreus 12:1-2 nos dáins-
truções militares:
Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nu-
vem de testem unhas, deixem os todo o em baraço, e o pecado que tão de
perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está propos-
ta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe
estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à
destra do trono de Deus.

2. Inflame-se pela causa - paixão


Porque tu acenderás a minha vela.
- S almos 18:28

O segundo objetivo do campo de treinamento é inspirar o recruta para que


ele tenha paixão pela causa do país. Quando as forças forem iguais, aquele
que tiver maior paixão pela luta vencerá. Na nossa luta contra o inimigo, te-
mos que inflamar para conquistar as almas dos homens para o Reino de Deus.
Uma das coisas mais admiráveis sobre os fundamentalistas islâmicos é
a sua paixão desenfreada pela causa. Eles estão dispostos a morrer para
cum prir seus propósitos. Em bora seus ensinam entos sejam enganosos e
seus m étodos sejam devastadores, eles se inflamam pelo que acreditam.
Nenhuma arma militar pode dar fim a tal paixão; isso deve acontecer nos
fiéis que se apaixonaram por Jesus Cristo.

3. Prepare-se para a batalha - disciplina


O Senhor meu Deus iluminará as minhas trevas.
- S almos 18:28
42 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL c‫ ־‬a AÇAO DOS D EM O NIOS

Deus “iluminará” os Seus soldados. Recebemos a armadura adequada e


as instruções corretas. Toda igreja deve se tornar um arsenal espiritual, pre-
parando seus membros para a luta contra as trevas.

4. Acredite na vitória - visão


Porque por ti eu corri através de uma tropa, e pelo meu Deus saltei
sobre um muro.
- S almos 18:29

Nesse momento, o recruta declara a sua fé. Pelo poder de Deus, ele con-
segue derrotar uma tropa. Com a força de Deus, ele consegue saltar uma
muralha. O exército do inimigo e os obstáculos caem diante do soldado es-
piritual que tem fé.

5. Conheça as suas armas - poder


Quanto a Deus, seu caminho é perfeito; a palavra do Senhor é pro-
vada; ele é um broquel para todos aqueles que nele confiam. Porque
quem é Deus, salvo o Senhor? Ou quem é uma rocha, salvo o nosso
Deus? E Deus que me cinge de força e torna o meu caminho perfeito.
Ele ensina as minhas mãos para a guerra, de maneira que um arco de
aço é quebrado pelas minhas mãos.
- S almos 18:30-32,34

Observe que Deus tem um plano de batalha perfeito. A palavra perfeito


significa “totalmente completo” . Devemos lutar segundo o Seu plano.
Além disso, Jeová nos deu uma espada afiada de dois gum es - Sua
Palavra. Precisamos manejá-la corrétamente se quisermos ser vitoriosos.
Deus também nos garante um escudo de proteção: a fé.
Jeová exercita nossos dons para que nossas mãos sejam fortalecidas para
guerrear. Podemos usar nosso “arco de cobre” para vencer o inimigo. Os
arqueiros espirituais podem abater os principados nos céus!

6. Dê o próximo passo - excelência


Ele torna os meus pés como os pés das corças, e põe-me nos meus lu-
gares altos.
- S almos 18:33
T reinando para R einar 43

O campo de treinamento nos leva ao próximo passo da batalha. Podemos


conquistar as montanhas diante de nós. Nossos pés precisam estar fortes
para andarmos com firmeza. Os pés do cervo deixam “rastros” , o que sig-
nifica que a pisadura da pata traseira sempre irá coincidir com as marcas
deixadas pela pata dianteira. Nosso Deus nos faz seguir as Suas pegadas,
acompanhando Seus rastros.
O manual de Davi, em Salmo 18, moldou aqueles quatrocentos homens
desamparados transformando-os em máquinas militares que conquistariam
o reino. Nós também podemos dar o próximo passo se nos prepararmos e
formos disciplinados. O restante deste livro te ajudará a conhecer seu inimi-
go, entender a batalha, equipar-se para o confronto e prosseguir em vitória.
P arte II

TRAÇANDO A HISTORIA DO
SEU INIMIGO
capítu ío

B atalha A lém das E strelas

á algo muito errado em nosso mundo que não pode ser explicado
H pela razão humana. Infelizmente, a maior parte do mundo, principal-
mente a sociedade ocidental, rejeita a existência do mal sobrenatural.
O ocidente é a única sociedade cultural, histórica e contem porânea que
rejeita a ideia da existência dos espíritos malignos. Desde o Ilum inismo,
as escolas ocidentais têm tentado explicar o mundo com justificativas ve-
rificáveis e racionalistas. Não há espaço para os espíritos bons ou maus
nesta era “científica” . Apesar de muito ter sido descoberto pela ciência,
ainda existe um grande ponto cego no que diz respeito ao lado espiritual
do ser hum ano.
Para os cristãos, não resta outra alternativa a não ser encarar o fato bíbli-
co, histórico e até mesmo contemporâneo de que há um inimigo sobrenatu-
ral. Por causa da literatura e dos filmes grotescos, a ideia de um ser maligno
supremo é vista por muitos como piada. Satanás é caricaturado como um
vilão de roupas vermelhas com rabo, chifres e um tridente. Esta é uma gra-
ve subestimação do inimigo.
Sun Tzu, o filósofo chinês, escreveu o clássico A Arte da Guerra há apro-
xim adam ente vinte anos atrás. Esse livro se tornou um manual de como
alcançar vitória no campo de batalha. O autor fala sobre o inimigo: “Se co-
nheces os demais e te conheces a ti mesmo, nem em cem batalhas correrás
perigo; se não conheces os demais, porém te conheces a ti mesmo, perderás
uma batalha e ganharás outra; se não conheces a os demais nem te conhe-
ces a ti mesmo, correrás perigo em cada batalha” .'
Essa é a realidade da batalha espiritual. Precisamos conhecer o nosso ini-
migo tendo também total entendimento de nossa própria identidade.
46 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO DOS DEM O NIO S

O cristão deve equilibrar a ferocidade do inimigo com os poderosos re-


cursos que estão a nosso favor na batalha espiritual. Quando isso aconte-
cer, diremos como o profeta Eliseu: “Não temas; porque aqueles que estão
conosco são mais do que aqueles que estão com eles” (2Rs 6:16).

A F ormação de S atanás
O nome Satanás aparece menos de vinte vezes no Antigo Testamento. A
total revelação do nosso antigo adversário acontece no Novo Testamento.
Vemos Satanás presente no Jardim do Éden na aurora da existência do ho-
mem na terra. Estamos engajados em uma batalha que está além das estre-
las, definida antes mesmo do início da história; de fato, uma batalha além
do tempo! Fazemos parte de uma guerra intensa que com eçou no reino
atemporal a que chamamos eternidade.
Nosso universo, com todas as suas galáxias, com o sistema solar e com a
vastidão, dimensão e mistério de espaço, foi criado por Deus no início de
tudo. Existem outros reinos e dimensões além do nosso universo. Apesar
de sua beleza, há algo errado na criação! A presença do mal, da morte e das
guerras são evidentes no nosso planeta. A raça humana tem um inimigo que
nos odeia e que quer nos destruir.

• Satanás se revela como uma serpente em Gênesis 3, tentando


nossos pais da antiguidade e destruindo sua habitação.

• Ele testa Jó e fracassa.

• Satanás provoca Davi para que ele confie em números e não


em Deus: “E Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi
a enumerar Israel” (lC r 21:1).•

• Vemos Satanás resistir o ministério de adoração nos tempos de


Zacarias: “E ele me mostrou Josué, o sumo sacerdote, posicio-
nado diante do anjo do Senhor, e Satanás de pé, à sua direita
para se lhe opor. E o Senhor disse a Satanás: O Senhor te re-
preenda, ó Satanás; o Senhor, que escolheu Jerusalém , te re-
preenda; não é este um tição tirado do fogo?” (Zc 3:1 -2).
Batalha A lém das Estrelas 47

De onde vem esse inimigo? Qual será o mistério do pré-histórico mal?


Temos que juntar várias passagens do Antigo e do Novo Testamento para
entender o mal e sua origem. Em Isaías 14:12-15, vemos a cena da queda
de Satanás. Descobrimos que Satanás era conhecido como Lúcifer, que sig-
nifica “portador de luz” ou “estrela da manhã” .

P ecados e F racassos de S atanás


O orgulho derrubou Lúcifer.

1. Ele caiu da dimensão de glória - do céu dos céus (Is 14:12).

2. Ele debilitava as nações (Is 14:12).

3. Ele desejou o lugar supremo de Deus. Ele queria ser adorado


pela congregação e ficar acima da glória da Shekinah - a nu-
vem da divina presença. (Is 14: 13-15).

C om o E le E ra A ntes da Q ueda ?
M uito nos esclarece a passagem de Ezequiel 28:11. Assim com Isaías,
Ezequiel prediz a queda dos reis. Ele proclamou contra os reis de Tiro e de
Sidom, e vai além da descrição dos reis da terra nesta profecia.
Há muitas razões pelas quais muitos acreditam que esta passagem se refe-
re a Satanás. Primeiramente, não há referências históricas que comprovem a
existência de um rei com aquelas descrições em Tiro. Durante aquele período,
houve um príncipe que governou, mas que foi deposto. O rei de Tiro seria o pai
daquele príncipe. Em segundo lugar, o versículo 13 diz: “Estiveste no Edenjar-
dim de Deus” . Em Gênesis 3, vemos que as únicas pessoas no Jardim do Éden
eram Deus, Adão, Eva e a serpente. Como obviamente nenhum dos outros se
encaixa nessa descrição, seguramente afirmamos e concordamos com muitos
outros estudiosos que essa passagem é uma referência simbólica a Satanás.
Ezequiel 28:13 diz que Satanás foi criado. Essa passagem nos dá a opor-
tunidade de responder uma das perguntas mais frequentes: “ Deus criou o
mal?” . Se essa for verdadeiramente uma descrição da formação de Satanás,
então podemos responder um sonoro não! O versículo 15 de Ezequiel 28
48 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

novamente se refere à sua criação: “Tu eras perfeito nos teus caminhos, des-
de o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28:15).
Segundo esse versículo, nosso inimigo de hoje foi criado perfeito, mas
optou pelo mal. Deus deu às hostes angelicais o direito de fazer escolhas
como os homens. Isso nos mostra um retrato da formação de Satanás, mas
devemos observar suas descrições anteriores reveladas nas Escrituras.

As C aracterísticas e F unções de S atanás


Vamos observar estes textos antigos e imaginar como Satanás era antes
da queda!

Ele era belo!


Veja novamente a descrição em Ezequiel: “Filho do homem, levanta uma
lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Tu se-
laste a soma, cheio de sabedoria e perfeito em beleza” (Ez 28:12).
Ele emitia um arco-íris de cores brilhantes e era a combinação do esplen-
dor das pedras preciosas, tão precioso quanto a pedra mais valiosa e tão
bonito quanto as cores do arco-íris. O problema é que as pedras não têm
brilho próprio; elas apenas refletem a luz. Ele certamente ignorou esse fato
importante e encheu-se de orgulho.

Ele foi designado para conduzir os anjos e para proteger o Éden,


O Éden fazia parte da terra na antiguidade: “Tu estiveste no Éden, o jar-
dim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio,
diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esm eralda e ouro; os
trabalhos de teus pandeiros e das tuas flautas foram preparados em ti no dia
em que foste criado” (Ez 28:13).
As pedras indicam que ele era parte de um grupo de adoradores. Essas
pedras são semelhantes às pedras usadas nas vestes dos sumo sacerdotes
israelitas. Ele era responsável pela música.

Ele também era um ser criado; era chamado de querubim.


Tu és o querubim ungido que cobre...
- E zequiel 28:14
Batalha A lém das Estrelas 49

A tarefa de Lúcifer foi estabelecida por Deus como guardião da terra e de


todas as formas de vida que nela existiam. Ele também ficava sobre a re-
gião conhecida hoje como Israel.

Ele conhecia os segredos da criação e da vida.


...tu estiveste sobre o santo monte de Deus, caminhaste para cima e
para baixo no meio das pedras de fogo.
-E zequiel 28:14

As pedras afogueadas parecem ser uma referência à fonte de Deus do


poder da criação. A queda de Satanás e o juízo final também são descritos
pelo profeta: “E pecaste; por isso eu te lançarei como profano para fora do
monte de Deus; eu te destruo, ó querubim cobridor, do meio das pedras de
fogo...te lançarei por terra” (Ez 28:16-17).

A Q ueda de S atanás
Quando ele caiu?
M uitos acreditam que sua queda aconteceu entre G ênesis 1:1 e 1:2.
Embora a extensão deste capítulo não nos permita afirmar essa visão cos-
m ológica, vários pontos-chave precisam ser observados, pois se referem
ao nosso prévio conhecimento sobre a origem e função do nosso inimigo.
Primeiramente, há uma justificativa bíblica de que Deus não criou essa ter-
ra “sem forma e vazia” originalmente. O termo usado em Gênesis 1:2 é a
palavra hebraica tohuw, que significa “sem forma” , e bohuw, que signifi-
ca “vazia” .
Encontramos essa mesma palavra hebraica tohuw em Isaías 4 5 : 18, mas
ela está traduzida como “caos”: “Porque assim diz o Senhor, que criou os
céus, o Deus que formou a terra, que a fez... não a criando para ser um caos,
mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro” (Almeida Revisada
Imprensa Bíblia, grifo do autor).
Se Deus não criou a terra dessa forma, então uma catástrofe de propor-
ções desastrosas deve ter acontecido entre esses dois versículos. Gênesis
1:3 e os versículos seguintes indicariam uma “recriação” após um perío-
do de tempo desconhecido. No texto isso é possível porque a palavra criou
50 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL <‫ ־‬a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

em Gênesis 1:1 é traduzida no hebraico como bara. Essa palavra significa


“criar do nada” . As outras palavras do hebraico para “criar” (exceto para a
vida animal) significam “criar a partir de matéria já existente” .
Essa explicação nos esclarece muitas outras passagens. Jesus disse em
Lucas 10:18: “ Eu vi Satanás cair como um relâmpago do céu” . Enquanto
muitos interpretam esse versículo considerando o trabalho dos setenta dis-
cípulos convocados por Jesus (Lc 10:1-17), cabe também compreendê-lo
à luz de Sua existência pré-encarnada. Isso nos ajuda a entender porque o
inimigo em forma de serpente já estava no Jardim de Éden. O fato de que
Satanás enquanto anjo criado se rebelou e foi destituído, juntam ente com
outros anjos, encaixa-se ao entendimento da cosmogonia bíblica.

Por que Satanás caiu?


A discussão do porquê o inim igo caiu continua. O bserve novam ente
Isaías 14. Nessa referência, vemos os passos que levaram o inimigo à que-
da. Sete vezes encontramos verbos no futuro: “E tu dizias no teu coração:
Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no
monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as
alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssim o” (grifo do autor).
Quando o inimigo decidiu pecar propositadam ente, uma coisa terrível
aconteceu ao domínio de Deus. Naquele momento, duas vontades coexis-
tiam. Até então, havia apenas a vontade de Deus e tudo estava em harmo-
nia e paz. Ele não podia permitir que nenhum ser se opusesse à Sua vontade
sem que receba punição. A essência do pecado está em seguirmos a nossa
vontade em vez da vontade de Deus.
E o que aconteceu? Existia um mundo antigo, inexplorado e belo - que
Deus estava preparando para os seres humanos a fim de que tivéssemos to-
dos os recursos necessários.
Satanás teve inveja do plano que Deus teve de estabelecer o homem na
terra. Ele se rebelou e foi lançado para cá!
Sua queda foi uma catástrofe com proporções grandiosas. M uito da ter-
ra antiga e de sua vida pré-histórica foi destruído. A terra ficou sem forma
e vazia! Deus voltou para a região do Éden, que vai do M editerrâneo até o
Oriente Médio. Essa área é o berço da civilização. Ele plantou um jardim
Batalha A lém oas Estrelas 51

no Éden a fim de resgatar o planeta para a humanidade. A batalha já havia


começado além das estrelas!
Nessa guerra, um terço dos anjos seguiu com o líder rebelde, Satanás, e
são agora chamados de demônios ou espíritos do mal.
Deus não Se surpreendeu com isso, e pela humanidade caída Ele traria
Seu filho ao mundo. A batalha seria travada contra Jesus na cruz, e nela
Jesus derrotaria Satanás.
Satanás é um adversário derrotado pelo sacrifício de Cristo na cruz, mas
ele ainda é um adversário terrível. Nossa batalha contra ele pode ser com-
parada à guerra de Nova Orleans em 1812. General Andrew Jackson tra-
vou a batalha após o tratado ter sido assinado! As palavras não impediram
que ela ocorresse.
Nós também lutamos em uma batalha que já foi vencida. Quando morreu
na cruz, Jesus determinou para sempre o fim de todas as potestades demo-
níacas e do próprio Satanás. Na verdade, Satanás ainda “anda em derredor,
como um leão que ruge, buscando a quem possa devorar” (lP e 5:8).
G raças a D eus, Jesus pôs fim a Satanás. Devemos deixar o orgulho e
nos curvar aos pés de Jesus, nosso Senhor e Salvador. De acordo com as
Escrituras, um dia Satanás será humilhado debaixo dos nossos pés (Ez 28:17).
Um dia ele será para sempre derrotado. “Contudo, tu serás derrubado ao in-
ferno, para os lados do abismo” (Is 14:15). Satanás está derrotado, e você
verá neste estudo que a vitória já é nossa.
Em janeiro de 1994, o time profissional de futebol am ericano Dallas
Cowboys estava se preparando para jogar contra o San Francisco 49ers no
campeonato nacional de futebol. O técnico do Cowboys, Jimmy Johnson,
causou um alvoroço na mídia quando, na quinta-feira antes do jogo, em
entrevista para um programa de rádio local, declarou corajosamente: “O
Dallas Cow boys vai ganhar esse jog o !” Quando lhe perguntaram sobre
aquela afirmação mediante um oponente tão forte, ele disse que seu pare-
cer independia do time adversário. Johnson havia acompanhado o treino
do Cowboys naquela semana, e eles jogavam com paixão. Ele não precisa-
va medir a força do oponente - eles estavam preparados2 (E, a propósito, o
Cowboys venceu!). Nós estamos preparados?
capítu ío

A G uerra C ontínua no E den

pós a queda de Lucifer, a terra ficou sem form a e vazia. (Veja


A Gênesis 1:1 -2). A tradução para a palavra “era” em hebraico é “tor-
nou-se” . Sendo assim, em Gênesis 1:1-2 podemos ler: “tornou-se sem for-
ma e vazia” , o que deixa claro que algo aconteceu entre Gênesis 1:1 e 1:2
- uma catástrofe impactante e destrutiva.

A V elha C riação
Lúcifer reinou sobre a terra em uma região chamada Éden, cujo local de
adoração estava na “ M ontanha de Deus” , que antigamente era conhecido
como Salém (“paz”) e que agora é chamado de Jerusalém. O mundo era re-
pleto de vida. Era o zoológico de Deus, com estranhas criaturas conhecidas
como dinossauros. De Jerusalém, Lúcifer conduzia a adoração e andava so-
bre as pedras de fogo, que representam o poder da cura (Veja Ezequiel 28).
A queda de Lúcifer foi como o impacto de um asteroide. De repente, toda
a vida animal que havia sobre a terra desapareceu. Foi repentino e catastró-
fico. Quando visitei o Parque Nacional dos Dinossauros, no leste de Utah,
duas coisas causaram-me espanto. Primeiro, os dinossauros morreram ater-
rorizados com comida em suas bocas e seus ovos nos ninhos! Também, o
rio perfurou uma colina de rocha sólida como uma broca. Em circunstân-
cias normais, aquele rio teria circundado a montanha. Uma força inexpli-
cável para a geologia perfurou aquela rocha!
Acredito que essa tragédia antiga seja resultado da queda de Satanás. O
que os cientistas chamam de período cambriano foi causado pelo impacto
do julgamento de Deus a Satanás. Os fósseis das várias espécies de vida do
A G uerra C ontínua no É den 53

passado ainda existem. Embora os cientistas denominem esse período de


“explosão de vida” , ele foi, na verdade, uma “explosão de morte” . O resulta-
do da morte de todas aquelas criaturas viventes se transformou no vasto de-
pósito de óleo e gás que sustenta o sistema e a economia do mundo até hoje.

E d en , U ma T erra V asta
Quando olham os o Éden prim itivo, vemos uma terra vasta e bela! Em
Gênesis 2:10-14, descobrimos que ao norte do Éden fluíam quatro grandes
rios - Pisom, Giom, Hiddekel (Tigre) e Eufrates. Dois desses rios são fa-
cilmente reconhecíveis - o Tigre e o Eufrates.
O rio Pisom não existe mais, mas sua fenda foi descoberta pela tecnologia
via satélite. Sua abertura vai da Arábia Saudita ao Mar Vermelho. Alguns
acreditam que antes do deslocam ento do continente ele fluía por toda a
índia, até onde agora chamamos de rio Ganges.
Com o rio G iom , aconteceu algo diferente; ele fluiu por Israel e pelo
Jordão percorrendo todo o caminho até o Mar Vermelho pelo Egito e sain-
do no Nilo! O dilúvio provocou mudanças no curso dos rios.

O utra C atástrofe
A grande mudança aconteceu em decorrência de um fortíssimo terremo-
to causado pela colisão das placas continentais da África, Europa e Ásia.
Esse fato é relatado na Bíblia nos dias de Pelegue (101 anos após o dilúvio).

E a Eber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, pois em


seus dias foi dividida a terra: e o nome do seu irmão foi Joctã.
- G ên esis 10:25; v e ja tam bém 1 C rônicas 1:18-19

Essa grande divisão criou o que cham am os de a grande fenda africa-


na, onde temos hoje o vale do Jordão. Antes disso, o rio Giom através-
sava Jerusalém . O que restou dele é ainda chamado de nascente de Giom
atualmente.
Sabendo que o Éden era uma área enorme antes da destruição da velha
criação, vemos que Deus decidiu recuperar o planeta e Sua antiga montanha
54 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUALe a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

sagrada. Muitos creem que o jardim plantado no Éden estava localizado em


Jerusalém! Gênesis 2:8 diz que Jeová o plantou a leste do Éden.
No mesmo lugar onde Lúcifer havia conduzido a adoração e sido o que-
rubim protetor da velha terra, Deus colocou os seres humanos para que a
recuperassem.
Como prova disso, uma análise detalhada de Ezequiel 28 esclarece o
mistério.
Ezequiel 28:13 declara que Lúcifer estava no Éden quando este era ainda
primitivo. O mesmo versículo declara que Lúcifer era belo, harm onioso e
que dava glórias ao Senhor. Como um dos querubins, Lúcifer estava pró-
ximo a Deus, servindo-Lhe como trono viajante. Salmos 18:10 diz: “E ele
montou sobre um querubim, e voou; sim, ele voou sobre as asas do vento” .
Após a queda, Lúcifer tornou-se Satanás, a serpente. Destituído da glória,
Satanás escondia-se no Éden. Seu desejo era frustrar os planos de Deus e
destronar o novo rei do Éden e da terra, Adão.

A T entativa de S ucesso inicial de S atanás


Deus colocou Adão e Eva em um ambiente perfeito. Criados à Sua seme-
lhança, eles tinham mente para refletir, coração para amar e liberdade de
escolha. Para testar sua mente, Deus deu a Adão a tarefa de nomear os ani-
mais. Para provar seu coração, Deus deu lhe deu um par - a fêm ea, Eva. E
para testar suas escolhas, havia duas árvores plantadas - a árvore da vida e
a árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles poderíam com er da árvo-
re da vida, mas não da árvore do conhecimento do bem e do mal. Todos os
dias poderiam escolher entre a vida ou a morte. Deus permitiu que aquela
árvore estivesse ali para testar o desejo de Adão. E é esse livre arbítrio que
nos torna semelhantes a Deus. E essa foi precisamente a tática usada por
Satanás para testar nossos pais. Gênesis 3:5 nos revela: “Porque Deus sabe
que no dia em que dele comerdes, então vossos olhos serão abertos, e vós
sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal” .
Isso resultou na expulsão do homem da parte leste do jardim , próximo ao
que depois se tomaria Jerico, a cidade mais antiga da terra. Josué 3:16 fala
sobre cidade de Adão ao descrever a m ilagrosa separação do rio Jordão.
A G uerra C on tínua no É den 55

Ainda hoje, existe um lugar há dezessete milhas ao norte de Jerico, do lado


leste de Jerusalém , chamado de Vila de Adão.
E interessante dizer que Abel, morto por Caim , também viveu naque-
la mesma região. Na verdade, “a grande pedra” mencionada em 1 Samuel
6:18 é citada como o local da morte de Abel. Atualmente, existem quatro
outras vilas ao leste de Jerusalém cujos nom es se referem a Abel (Abel
M aim , Abel M eholah, Abel Shittim, Abel Keramim). Tudo isso reforça a
ideia de que o Jardim do Éden pode ter sido em Jerusalém.
Talvez a maior evidência disso seja a nascente de Giom. O Rio do Éden
que atravessava o Jardim era o Giom. Suas águas seguem um fluxo sub-
terrâneo até os dias de hoje. Fotos tiradas por satélites revelam o leito do
rio cortando o Mar Morto, da Síria ao Nilo, pela África. Como foi dito an-
teriorm ente, o deslocamento do continente alterou o curso dos rios. E isso
extinguiu o Giom , dando origem ao Mar Morto.
A

O Leste do E den
Adão e Eva continuaram a adorar, retornando à porta de entrada do Éden.
Lá, eles ofereciam sacrifício e ensinavam seus filhos a fazerem o mesmo.
O interessante é que a presença de Deus era guardada por outros queru-
bins, substitutos de Lúcifer! “Assim ele expulsou o homem, e colocou no
leste do jardim do Éden querubins, e uma espada flamejante, que se voltava
a todos os lados para guardar o caminho para a árvore da vida” (Gn 3:24).
Na condição de pecador, se o homem tivesse comido da árvore da vida, es-
taria condenado a envelhecer no corpo, mas seria imortal.
Quando o tabernáculo e, mais tarde, o tem plo foram construídos, ima-
gens de dois querubins de ouro foram colocados representando a proteção
do trono de Deus na terra, a arca da aliança! Os querubins ainda assistem e
protegem a presença de Deus.
Em Gênesis 3:8, ao lermos sobre “o virar” do dia, quando Deus apareceu
a Adão e Eva, a palavra “virar” é ruwach, ou “espírito” . Talvez, quando a
família caída de Adão tivesse se aproxim ado dos portões do jardim para
adorar, eles tivessem visto a nuvem de glória ou Shekinah e tenham senti-
do sua brisa fresca.
56 ENTENDENDO ‫ ״‬BAIAEHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

Depois de serem expulsos do Éden, Adão e Eva tiveram dois filhos. O


mais velho, Caim, matou seu irmão Abel e foi habitar a terra de Node. Essa
é a região do Irã!

O R etorno ao Jardim
O dilúvio viria e a catástrofe iria novamente tocar a terra. A região do
Éden e seu jardim desapareceríam . Mas Deus havia escolhido Jerusalém
para ser Seu ponto de contato com a terra e a humanidade! Por amar aque-
la região. Deus cham ou Abraão para abandonar tudo e ir para lá plan-
tar uma nova nação. Por que Ele escolheu aquela terra? Acredito que foi
por causa de Sua montanha! Em Salmos 135:21, lemos que Deus habita
em Jerusalém . Jerusalém é m encionada nas Escrituras mais de oitocen-
tas vezes. A cidade que abrigaria a noiva de Cristo, a igreja, é chamada de
Nova Jerusalém. Muitos acreditam que sua localização será perto da velha
Jerusalém.
Abraão voltou a Jerusalém , também chamada Salém, para entregar os dí-
zimos a Melquisedeque (Gn 14). De acordo com o livro de Jasher, um dos
livros apócrifos da Bíblia que nos dá uma perspectiva histórica do Antigo
Testamento, Melquisedeque é descendente de Sem, o filho mais velho de
Noé. Sem viveu cem anos antes dessa visita e falou com Isaque e Jacó .1
(Veja Josué 10:13; 2 Samuel 1:18.) Abraão ofereceu Isaque na montanha
do Senhor.
Mais tarde, Davi resgataria Jerusalém dos jebusitas. Desde aquela época
até os dias de hoje, Satanás odeia os judeus, Jerusalém e o plano de Deus
para salvar o mundo por meio de um M essias judeu.

O P lano F inal de S atanás


A guerra de Satanás contra a hum anidade ainda tem Jerusalém com o
alvo. Ali, ele foi humilhado. Ali, Cristo morreu na cruz e ressurgiu dentre
os mortos. Ali, no Oriente M édio, Satanás incita guerras e ódio até hoje.
Satanás odeia os judeus, odeia Israel e odeia a igreja.
Adão pecou no Jardim do Éden. A credito firmemente que o jardim do
G etsêm ani é o velho Éden. N ele, o segundo Adão desprezou a voz de
A G uerra C ontínua no Éden 57

Satanás e tomou nosso cálice de morte. Na cruz Jesus abriu as portas de


um novo Paraíso e de um novo Éden.
Precisamos compreender que Satanás, por meio dos muçulmanos, ainda
tenta conquistar Jerusalém. Você precisa entender também que suas lutas
pessoais são originárias de um conflito antigo. Mas devemos nos alegrar,
pois a vitória nos foi dada no Calvário; a conquista aconteceu há dois mil
anos atrás, mas a vitória é garantida para você hoje.

A A rvore da V ida
A dão perdeu o direito da vida eterna ao escolher a árvore usada por
Satanás, a do conhecimento do bem e do mal. Mas, por intermédio de Jesus,
podemos novamente provar da árvore da vida.

No meio da sua rua, e em cada lado do rio, havia a árvore da vida,


produzindo doze tipos de frutos, e dava o seu fruto todo mês; e as fo-
lhas da árvore eram para a cura das nações.
- A po calipse 22:2

Em A pocalipse 22:14, lemos: “Abençoados são aqueles que praticam


seus mandamentos, para que eles tenham direito à árvore da vida, e possam
adentrar pelos portões da cidade” .
capítu ío

A G uerra C ontra a H umanidade

m Gênesis 3:1-15, lemos o relato da horrível queda e ruína da huma-


nidade. O inimigo estava presente naquele jardim inexplorado.

Ora , a serpente era mais sutil cio que qualquer animal do campo que
o Senhor Deus havia feito. E ela disse à mulher: Sim. Deus tem dito:
Não comereis de toda árvore do jardim?
- G ên esis 3:1

Aqui, nosso inimigo questiona a integridade e o amor divinos. Eva res-


pondeu à serpente, repetindo o aviso de Deus.

E a mulher disse ü serpente: Nós podemos comer do fruto das árvores


do jardim; mas do fruto da árvore que está no meio do jardim. Deus
disse: Não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais.
- G ên esis 3:2-3

Ela claramente acrescenta a frase “nem nele tocareis” à palavra de Deus.


Nos versículos 4 e 5, Satanás persuade a mulher,cham ando Deus de men-
tiroso e fazendo uma falsa promessa:

E a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, então vossos
olhos serão abertos, e vós sereis como deuses, conhecendo o bem e
o mal.

Seduzida pela tentação, Eva come do fruto proibido e Adão faz o mesmo.
A G uerra C ontra a H umanidade 59

E quando a mulher viu que a árvore era boa para alimento, e que era
agradável aos olhos, e uma árvore a ser desejada para fazer alguém
sábio, ela tomou do seu fruto, e o comeu, e deu também a seu marido,
e ele o comeu com ela.
- G ên esis 3:6

Eles, que antes estavam cobertos pela glória de Deus, agora se viam despi-
dos pelo pecado. “E os olhos de ambos foram abertos, e eles souberam que
estavam nus; e coseram folhas de figos, e fizeram para si aventais” (Gn 3:7).
Como não conseguiam se cobrir, esconderam-se de Deus.

E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela vi-


ração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do
Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
- G ên esis 3:8

A palavra “viração” é ruwach em hebraico, que significa “espírito” . Deus


veio para ficar em com unhão, mas Adão e Eva fugiam do que antes os
aprazia.
No versículo 9, lemos: “ E o Senhor Deus chamou a Adão, e lhe disse:
O n d e tu estás?’” Esse é o chamado da justiça e do amor para a humanida-
de caída. “E ele disse: ‘Eu ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque eu
estava nu, e me escondí’” (v.10). O medo tomou o lugar do favor e da fé, e
Deus expôs aquele fracasso.

E ele disse: Quem te contou que estavas nu? Tens tu comido da árvore
da qual eu te ordenei que não comesses? E o homem disse: A mulher
que tu me deste para estar comigo, ela me deu da árvore e eu corni.
- G ê n e s is 3:11-12

Adão culpou Eva e ela acusou Satanás; de fato, ambos fizeram a escolha
errada.
“E o Senhor Deus disse à mulher: Ό que é isto que tu fizeste?’ E a mulher
disse: ‘A serpente me enganou, e eu corni’” (v.13). Deus julgou Satanás e
prometeu que uma semente viria para ser ferida, mas que por fim ela esma-
garia sua cabeça.
60 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALI IA ESPIRITUAL e a AÇAO DO S D EM O NIOS

E o Senhor Deus disse à serpente: “Porque tu fizeste isso, tu és amai-


diçoada acima de todo gado, e acima de todo animal do campo;
sobre o teu ventre tu andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
E eu colocarei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e
a sua semente; ela ferirá a tua cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar".
- G ê n e s is 3:14-15

Tendo lido esta história, vejamos suas implicações para nossa vida hoje.
Como podemos observar, existem dados que nos levam a crer que, antes da
sua queda, Lúcifer havia sido encarregado por Deus de comandar a criação.
Na sua queda, a criação primitiva foi arruinada e encoberta pela escuridão.
Lúcifer, o portador de luz, tornou-se Satanás, o adversário ou inimigo. O
querubim de luz transformou-se em um dragão feroz, e Satanás achou que
ele mesmo fosse a fonte de sua beleza e sabedoria. Ele é descrito com o
uma joia cuja glória só poderia ser vista quando exposta à luz. M otivado
pelo seu orgulho, Lúcifer ignorou o fato de que sua glória era o reflexo da
glória do Deus Altíssimo; um diamante no escuro nada mais é do que uma
pedra afiada.
Consequentem ente, Satanás recebe o veredito do céu e é julgado e ex-
pulso, perdendo sua posição e autoridade. A criação sofre devido a esse
julgam ento devastador e à escuridão, e há vários versículos bíblicos que
confirmam sua ruína: Jó 9:3-10; 38:4-13; Salmos 18:7-15.
A terra carrega as marcas de duas catástrofes da antiguidade: a queda e o
dilúvio. Nosso planeta foi abalado, seus continentes divididos - com uma
era do gelo e com geleiras que formaram altas elevações instáveis sobre
falhas na terra, vulcões imprevisíveis e terremotos devastadores que testi-
ficam a queda.
O Cristo pré-encarnado era o divino criador. João 1:3 revela-nos que
“Todas as coisas foram feitas por ele” , e em Colossenses 1:16-17, lemos:
“ Porque nele todas as coisas foram criadas... e por ele todas as coisas sub-
sistem” . A queda de Satanás levou à devastação do mundo antigo. Tratava-
se de um ataque a Cristo antes mesmo de Sua encarnação - de Ele Se tornar
Deus encarnado.
A terra permaneceu devastada e em ruínas por um período de tempo des-
conhecido. Então, Deus instituiu Seu plano para a criação arruinada, e a
A G uerra C ontra a H umanidade 61

restaurou e restabeleceu por meio de uma criatura que seria conhecida


como homem.
A criação é redefinida em Gênesis 1 e 2; a partir da matéria existente,
Deus reconstruiu a terra e a estabeleceu em um paraíso chamado Éden. Pelo
caos, Deus estabeleceu a ordem. No sexto dia, vemos que Deus fez, dividiu,
formou e preparou a criação. A palavra criar é usada apenas como referên-
cia ao “sopro” de Deus. Ele formou os seres viventes a partir de elementos
que já existiam , mas a vida foi concedida pelo Seu sopro. Até mesmo o ho-
mem foi formado do “pó da terra” , mas a vida surgiu pelo Espírito de Deus.
E assim, Ele fez o homem à Sua imagem. Isso significa que o homem re-
cebeu um espírito, e que este carrega as três qualidades de Deus: ele rece-
beu uma mente para refletir, um coração para amar e a liberdade de escolha,
e depois foi colocado em um local para ser testado nessas três habilidades.
Ele usaria sua mente para nomear os animais e governar a terra, seu co-
ração para amar Eva e a Deus e poderia fazer suas escolhas, optando pelo
certo ou pelo errado.
No m eio do jardim , ficavam a árvore da vida e a árvore que, segundo
Deus, traria morte. Ele ensinou que Adão e Eva poderiam comer dos frutos
de todas as árvores ali presentes, incluindo da árvore da vida. A única proi-
bida era a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Nesse m omento, Satanás assumiu a forma de uma criatura cruel chama-
da serpente, ou nachash em hebraico, que fala de beleza e brilho. Repare
que Satanás assume o corpo de alguém apenas três vezes nas Escrituras: da
serpente, de Judas Iscariotes e do Anticristo. Repare também que Satanás
já estava presente na terra!

O I nício da G uerra
Com isso, Satanás começou a atacar a humanidade. Há duas coisas impor-
tantes que devemos notar sobre suas investidas nos versículos de Gênesis:
sua motivação e seu método de ataque.
Primeiro, é possível ver a motivação do inimigo. Por que ele atacou o ho-
mem? Porque, para ele, a criação do homem era um erro. Ele invejava o
futuro glorioso que Deus havia prometido à Sua criatura, e em Salmo 8:5
lemos: “Porque o fizeste por um pouco, menor do que os anjos, e o coroaste
62 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO DOS D EM O NIOS

com glória e honra” . Satanás e sua hoste de seres celestiais desejavam a ter-
ra e sua glória, e odiavam o homem e sua posição. Hebreus 2:7 afirma: “E
o puseste sobre as obras de tuas mãos” . A motivação de Satanás permanece
a mesma - frustrar os planos de Deus na terra.
Em segundo lugar, o método de ataque do inimigo é claro. Satanás atacou
os primeiros seres humanos em uma tentativa de chegar a Deus por meio
da humanidade; eis o seu método. Efésios 6:11 nos admoesta em relação às
“ciladas” do diabo. A palavra cilada em grego é methodeia , e dela temos a
palavra método. Satanás é enganador, mas previsível; ele usou a m entira e
a tentação, métodos muito repetidos desde sua queda.

As V ítimas da G uerra
Satanás lançou seus ataques contra a mulher, referida na Bíblia como o
sexo mais fraco. Isso não significa que ela tenha mente, corpo, resistência
ou valor inferiores aos do homem, e sim que ela é mais suscetível. Embora
haja algumas divergências a respeito desse tema, Matthew Henry afirma em
um de seus estudos que Satanás se aproximou de Eva enquanto ela estava
longe do seu marido. Eva foi completamente enganada e achou que estava
fazendo o melhor para seu companheiro. Primeira Timóteo 2:14 nos reve-
la que “Adão não foi enganado...” , pois ele sabia o que estava fazendo. Ele
escolheu desobedecer por livre e espontânea vontade.
Depois dessa decisão, a humanidade se perdeu. (Veja Romanos 5:12, 17,
19; 1 Coríntios 15:21-22). Em um dado momento, havia apenas duas von-
tades: a de Deus e a de Satanás. Depois, todo homem teve o direito de es-
colher ficar com Deus ou se opor a Ele. O homem é, por natureza e pelas
suas escolhas, um pecador, e está completamente perdido.

A C ontinuação da G uerra
Deus anunciou a contínua hostilidade entre o homem e Satanás, nosso ad-
versário. Aparentemente ele tinha vencido, pois conseguiu enganar a mu-
lher e fazer o homem questionar a veracidade da palavra de Deus, fazendo
com que duvidassem de Sua bondade. Mas Satanás fracassou em um ponto
crucial: ele não conseguiu controlar a vontade do homem. Isaías 53:6 nos
A G uerra C ontra a H umanidade 63

revela: “Cada um para seu próprio caminho” . O homem agora confessa sua
vontade decaída, e Satanás não consegue controlar o caos humano atando-o
aos seus propósitos malignos.
Eis o porquê das terríveis tragédias e dificuldades de hoje. Trata-se de um
mundo decaído e mergulhado na maldição do pecado. Satanás se rebelou
contra Deus, e assim também é todo aquele que segue os seus caminhos.
Uma guerra está acontecendo, e o rastro de tragédia é comum às guerras.
A história humana é uma longa manifestação do homem e de Satanás ten-
tando fazer coisas sem Deus, que então permite que o terror das tragédias
aconteça para convencer este mundo infiel de que nada é possível sem Ele.

O A uge da G uerra
Como observamos em Gênesis 3:15, Deus anunciou o triunfo desde o iní-
cio: “E eu colocarei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a
sua semente; ela ferirá a tua cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” . Haverá uma
semente ferida e uma serpente esmagada. A derrota de Satanás acontecerá
por meio do homem, e essa foi a primeira profecia sobre a batalha travada
na cruz do Calvário. Ele lançaria sua cólera contra o filho de Deus, Cristo,
que morreu pelos nossos pecados e anulou o desejo de Satanás pelas nossas
almas. Satanás tinha a morte em seu poder, como lemos em Hebreus 2:14:
“E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também parti-
cipou das mesmas coisas, para que através da morte ele destruísse aquele que
tinha o poder da morte, isto é, o diabo” .
Quando estamos salvos na família de Deus, segundo Colossenses 2:13-15
descansamos na vitória de Cristo, aquele que despiu as forças demoníacas
de autoridade e retirou o poder delas. Satanás já foi derrotado.
Portanto, cabe a nós manifestar a vitória da cruz até que Cristo volte. Não
pertencemos a Satanás, e ele não tem autoridade sobre nós. Somos proprie-
dade de Deus, e tudo o que precisamos fazer é declarar que todos os reinos
deste mundo já tiveram fim. Eles já foram vencidos, ainda que não saibam
disso.
Por fim, todas as forças invisíveis de Satanás serão para sempre apri-
sionadas no lago de fogo. Até a chegada desse dia, Deus manifestará Sua
64 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO DOS DEM O NIO S

glória por meio do Seu povo renovado, a igreja. Efésios 3:9-11 fala sobre
esse propósito final:

E fazer com que todos vejam qual é a comunhão do mistério, que,


desde o começo do mundo, esteve oculto em Deus, que criou todas
as coisas por meio de Jesus Cristo; para que agora, os principados
e potes fades nos lugares celestiais possam conhecer, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus, segundo o eterno propósito que fez
em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Deus não se surpreendeu com a queda do homem, pois Seus planos es-
tão programados. Todos os que se rendem a Ele e abandonam as armas da
rebelião tornam-se parte do Seu novo Reino. Nós nos tornamos soldados,
bem como santos e servos, até que esse dia chegue.
capítuío

A G uerra C ontra a S emente


P rometida de I srael

u; rma das palavras-chave em Apocalipse é vencer, originada da palavra


grega nikao, que significa “conquistar” . A empresa Nike escolheu
essa palavra para descrever seus calçados e aparatos desportivos a fim de in-
dicar que seus clientes podem ser conquistadores, ou melhor, “vencedores” .
Apocalipse 12:11 fala sobre essa vitória contra Satanás ao fazer a seguin-
te afirmação: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro” . Satanás será
vencido!
Essa determinada palavra de vitória acompanha algumas imagens estra-
nhas de batalha. Em Apocalipse 12:4-5, Satanás é descrito como um dra-
gão que está de pé, diante de uma mulher grávida, pronto para devorar o
bebê que está prestes a nascer. O versículo seguinte descreve uma batalha
travada no reino espiritual entre M iguel, o príncipe do exército dos anjos, e
Satanás, o príncipe decaído. Essa luta colossal acontece segundo os propó-
sitos de Deus na terra, e culmina com a Encarnação, isto é, Deus vindo ao
mundo em carne por meio da semente da mulher. Essa profecia antiga está
em Gênesis 3:15, que declara que a semente da mulher esmagará a cabeça
da serpente e será ferida nesse processo.
Quando vemos as promessas proféticas sobre o Messias, descobrimos que
Ele seria um homem descendente de Abraão e Isaque (Gn 22:18) e judeu
da linhagem de Jacó (Nm 24:17). Ele não teria apenas que ser judeu, mas
também ser descendente real de Davi (Mt 1:6). Essa semente profética te-
ria que nascer em Belém (Mq 5:2), e nascería de uma virgem (Is 7:14). Sua
66 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

chegada aconteceria quatrocentos e cinquenta anos após o decreto de Ciro


e da profecia das setenta semanas, feita por Daniel (Dn 9:24). Esse homem
anunciado só poderia ser Jesus Cristo, nascido da virgem M aria.
Satanás declarou guerra à semente prometida, e sua intenção era impedir
a chegada do Filho de Deus ao mundo.

E a sua cauda arrastou a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as


sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que estava pronta
para dar à luz, para devorar o seu füho assim que nascer. E ela deu
à luz a um filho homem, que há de governar todas as nações com um
cetro de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu
trono.
-A p o c a l ip s e 12:4-5

O O d io de S atanás por I srael


À medida que viramos as páginas das Escrituras, vemos a batalha sendo
travada. Satanás provocou Caim para que ele assassinasse seu irmão Abel,
mas depois Deus enviou Sete! Satanás corrompeu o povo da terra, e recaiu
sobre eles o julgam ento do dilúvio. No entanto, Noé e sua fam ília foram
salvos, e do filho de Noé, Sem, surgiría a nação da semente. Abraão quase
perdeu Sara para o faraó. Esaú tentou matar Jacó (Israel) e destruir a nação
judaica antes mesmo de sua existência.
Durante os anos de escravidão no Egito, Satanás induziu o perverso faraó
a matar todos os primogênitos de Israel e a destruir a linhagem profética,
mas Moisés foi escolhido para salvar os judeus mais uma vez.
Davi encarou o gigante Golias e as ameaças do opressor rei Saul. Além
disso, sua família enfrentou intrigas, discórdia e assassinato.
Posteriormente, quando o rei Jeosafá morreu, seu filho Jeorão assassinou
todos os membros da descendência real. Depois, um inimigo árabe atacou
Israel enquanto Jeorão era rei e matou todos os seus filhos, com exceção de
um, Acazias. Quando Jeú assassinou Acazias, Atalia, filha de Jezabel, teve
a chance de se tornar rainha. Com ira e com sede de sangue, ela assassinou
quase todos os filhos de Acazias; novamente, com exceção de um!
A G u e r r a C o n t r a a S e m e n t e P r o m e t id a d e Isr ael 67

U ma P reservação M ilagrosa
A m ulher de Joiada, sumo sacerdote de Israel, resgatou o único sobre-
vivente da linhagem real de Davi, Joás, e dele cuidou. Por um período de
seis anos, todas as promessas proféticas do M essias estavam naquela úni-
ca criança.

P or um M omento como E ste


O pequeno Livro de Ester não faz nenhuma menção a Deus. Entretanto,
seu propósito principal é declarar a vitória dele sobre outra força satâni-
ca que tinha a intenção de exterm inar Israel e im pedir o nascim ento do
M essias. A coragem de Ester e a insônia do rei desfizeram a armação ma-
léfica de Hamã, que planejava destruir o povo judeu.
A atuação de Deus ao preservar Israel do cativeiro na Babilônia e do es-
quema de assassinato do Antióquio Epífanes é miraculosa.

B elém S angrenta
Finalm ente, a hora do nascimento da semente prometida em Belém che-
gou. M aria e José seguiram uma longa e árdua jornada, e Jesus nasceu em
uma estalagem , foi envolto em panos e ficou deitado em uma manjedoura!
Satanás incitou o edomita Herodes, um rei perverso, para matar todos os
bebês dos arredores de Belém, pois Herodes queria eliminar qualquer pos-
sível rival ao trono. Deus enviou reis magos da Pérsia (Irã) para levar pro-
visões à M aria e a José. Prevenidos por meio de um sonho, Maria, José e
o bebê passaram sete anos no Egito tendo como sustento as riquezas que
ganharam dos magos.

Jesus , o D eus E ncarnado


Quando Jesus deu início ao Seu m inistério, Satanás apareceu e tentou
convencê-Lo a cometer suicídio pulando do pináculo do templo. Além dis-
so, os velhos conhecidos de Jesus, em Nazaré, foram até Ele e tentaram em-
purrá-Lo de um precipício. Satanás pensou que finalmente havia vencido
quando Cristo foi pregado e morto na cruz.
68 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIO S

Por três dias, Jesus enfrentou Satanás no reino da morte, e Pedro decla-
ra que Ele “pregou aos espíritos em prisão” (lP e 3:18-20). Jesus dom i-
nou a morte, a arma mais poderosa de Satanás, e pegou as chaves que lhe
pertenciam!

E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também


participou das mesmas coisas, para que através da morte ele des-
truísse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e livrasse
aqueles que, por terem medo da morte, estavam por toda a vida su-
jeitos à servidão.
- H eb r eu s 2: 14-15

No dia de Pentecostes, Pedro, que havia sido tentado por Satanás, de-
clarou que a morte não poderia conter Jesus: “Ao qual Deus ressuscitou,
rompendo as dores da m orte, porque não era possível que ele fosse retido
por ela” (At 2:24).
Satanás cometeu o m aior erro de todos os tem pos. Tentando destruir a
semente ao matar Jesus, o ato de vingança de Satanás resultou na salvação
da humanidade.

U ma N ova G eração de H omens


Jesus ressuscitou dentre os mortos e tornou-Se o Segundo Adão, líder de
uma nova geração de homens que não se submete à antiga divisão de cor
e cultura.
Romanos 5:12-14 declara que o Segundo Adão chegou: o novo rei surgiu
em Jesus de Nazaré, Aquele que destruiu a tirania de Satanás, dissipou a
escuridão e arruinou o império do mal. Jesus acabou com a autoridade de
Satanás e anulou o domínio do pecado. Agora, a graça reina por meio de
Jesus Cristo (Veja Romanos 5:21).
Esse “novo homem” é a igreja, de quem o M essias, Jesus, é o líder. O rei-
no da graça resultou em milhões de pessoas que se tornaram cristãs (Veja
Efésios 2:8-9), e novas oportunidades surgem e são alcançáveis para todo
cristão obediente. Deus estabeleceu uma nova geração de pessoas na igreja,
A G u e r r a C o n t r a a S e m e n t e P r o m e t id a d e Isr a e l 69

e nós fazemos parte dessa nova ordem divina, chamada de “um novo ho-
mem” (E f 2:14-15).

A B atalha C ontinua
No próximo capítulo traçaremos algumas linhas de combate pela história
da igreja. É importante observarmos que o antissemitismo tem crescido, e
a luta sucessiva no Oriente Médio se concentra em Jerusalém. Hitler ten-
tou exterm inar o povo judeu; se seus propósitos tivessem sido alcançados,
ele impediría o povo escolhido de Deus de voltar para sua terra e teria frus-
trado a profecia bíblica. Israel sobreviveu, assim como a igreja, apesar de
dois milênios de lutas e conflitos.
capítuío

A G uerra de S atanás
C ontra a I greja

livro do Apocalipse é estudado e citado pelas suas profecias sur-


O preendentes e imagens im pressionantes relacionadas à vinda do
Senhor. Entretanto, no início deste livro tão im portante, há um conjun-
to de cartas destinadas a sete igrejas. Nessas cartas, vemos um panoram a
completo dos problemas enfrentados pela igreja no século XXI. Inspirado
pelo Espírito Santo, João escreveu adm oestações sobre os perigos de se
perder o primeiro amor (Ap 2:4), do medo de padecer (v.10), da deserção
doutrinária (vv.14-15), da depravação moral (v.20), da indiferença espiri-
tual (Ap 3), do enfraquecimento (v. 11) e da indecisão (vv. 15-16). Todos
esses problemas são tão comuns nos dias de hoje quanto eram no século
primeiro.
Creio que o uso da palavra vencer (nikao em grego) (Ap 2:7, 11, 17,26;
3 :5 ,1 2 ,2 1 ) no contexto de Apocalipse se refira à batalha espiritual. Os pe-
cados e falhas que afligiam constantem ente cada uma das igrejas foram
causados, influenciados e motivados por forças demoníacas, designadas por
Satanás, para atacá-las. Cada igreja deve arrepender-se e vencer ao identi-
ficar e revelar essa força demoníaca.
Se você tem dúvidas da ação de Satanás nas igrejas, leia estas referências
diretas a ele nesses capítulos de Apocalipse!

Eu conheço as ruas obras, e a tributação, e a pobreza (mas tu és


rico), e eu conheço a blasfêmia dos que dizem que são judeus, e não
o são, mas são a sinagoga de Satanás. Não temas estas coisas que tu
A G u e r r a d e S a t a n á s C o n t r a a I g reja 71

sofrerás; eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que
sejais tentados; e tereis tributação por dez dias. Sê fiel até a morte, e
eu te darei a coroa da vida.
- A pocalipse 2:9-10

Eu conheço as tuas obras, e onde tu habitas, onde Satanás está


assentado; e tu reténs meu nome, e não negaste minha fé, mesmo na-
queles dias em que Antipasfoi meu mártir fiel, e foi morto entre vós,
onde Satanás habita.
- A pocalipse 2:13

Mas digo-vos, e aos demais em Tiatira, a todos que não têm esta dou-
trina, e que não têm conhecido as profundezas de Satanás, como eles
falam: Eu não colocarei sobre vós nenhum outro fardo.
- A pocalipse 2:24

Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que dizem ser
Judeus e não o são, mas mentem; eis que eu farei com que venham e
adorem diante de teus pés e saibam que te amo.
- A pocalipse 3:9

Embora mais de um espírito demoníaco possa operar em uma única igre-


ja, nesses capítulos de Apocalipse cada igreja apresentou uma única in-
fluência satânica.

Os P lanos de S atanás na I greja


O inim igo gosta m uito de frequentar a igreja! Satanás m ostrou cia-
ram ente sua tática nos m étodos a seguir. Esses m esm os m étodos tam-
bém são seu modus operand , ou modo de operação, na vida pessoal dos
cristãos!

• Ele tenta atrapalhar sua adoração. No livro de Mateus, há o


registro da tentação de Cristo por Satanás. O diabo tentou, sem
sucesso, desviar a atenção e a adoração do nosso Salvador ao
Deus Pai. Jesus disse: “Vai-te, Satanás; porque está escrito: Tu
adorarás ao Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (Mt 4:10). Se
ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

o inimigo conseguir tirar sua atenção de Jesus fazendo você se


concentrar em si mesmo, em seus problemas, em suas circuns-
tâncias ou nas pessoas ao seu redor, ele encontrará um apoio. O
diabo deseja controlar sua adoração, e assim abrir as portas para
suas investidas.

Seu objetivo é corromper os que trabalham. “E o Senhor dis-


se: ‘Simão, Simão, eis que Satanás tem desejado te ter, para vos
peneirar com o trigo; mas eu orei por ti, para que a tua fé não
desfaleça; e tu, quando te converteres, fortaleça teus irm ãos’”
(Lc 22:31-32). A qui, Jesus claram ente avisa ao Seu discípulo
que Satanás ataca aqueles que trabalham para Deus. As palavras
“peneirar como trigo” se referem ao antigo processo de separar
o trigo da casca, que era jogada ao vento enquanto as sementes
eram depositadas no cesto. As sementes pesadas ficavam, mas a
palha leve e inútil se dispersava com o vento. Satanás quer que
os cristãos sejam dispersos e inoperantes na obra do Senhor. Mas
a interseção de Jesus nos sustenta.

1. Ele ain d a in te rce d e por n ó s, com o vem os em


Hebreus 7:25: “Portanto, ele também é capaz de sal-
var perfeitamente os que vêm a Deus por ele, pois
vive sempre para interceder por eles” .

2. Satanás também tenta roubar a oferta dos servos de


Deus e impedir que Sua obra progrida. O Livro de
Atos conta a história de Ananias, que tentou tomar
para si parte do dízim o que deveria ser entregue a
Deus. “Mas Pedro disse: ‘Ananias, por que Satanás
encheu o teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo, e retivesses parte do valor da terra?” ’ (At 5:3).
Satanás está sempre tentando dificultar o nosso tes-
temunho. Devemos estar atentos às suas armadilhas
“para que Satanás não obtenha vantagem sobre nós,
porque não ignoramos os seus objetivos.” (2Co 2:11).
A G u e r r a d e S a t a n á s C o n t r a a Ig r f ia 73

• Satanás tenta incansavelmente roubar a Palavra. “Estes são


os que estão à beira do caminho, em quem a palavra é semeada;
mas ouvindo-a, imediatamente vem Satanás e tira a palavra que
foi semeada nos seus corações” (Mc 4:15). Satanás vai à igre-
ja e, quando a palavra de Deus está sendo pregada, ele se esfor-
ça para tirar a semente. Satanás fará o possível para esconder a
verdade divina de você; ele sabe que a verdade é o único meio
de alcançarm os a libertação, e por isso ele vem para roubar a
Palavra que nos dá vida.

• Seu outro objetivo é impor a ira. As Escrituras nos revelam


que os ataques do inimigo a Paulo eram incessantes. O próprio
Paulo escreveu: “E, para que eu não me exaltasse acima da me-
dida, pela abundância das revelações, foi-me dado um espinho
na carne, o mensageiro de Satanás para me esbofetear, para que
eu não me exaltasse acima da m edida” (2Co 12:7). Deus usou
a ira do inim igo para despertar em Paulo um servo humilde e
poderoso. O exemplo de sua vida deixa claro que Satanás pode
e irá esbofetear até mesmo os homens mais justos. Entretanto,
Deus também entregará a Satanás os cristãos pecadores, deixan-
do de protegê-los a fim de trazê-los ao arrependimento: “E entre
esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás,
para que aprendam a não blasfemar.” (lT m 1:20).•

• Satanás incitará a maldade e a imoralidade. Eis um alerta es-


pecial aos cristãos casados nas Escrituras: “Não vos defraudeis
um ao outro, exceto se com consentim ento, por algum tempo,
para que se deem ao jejum e oração; e ajuntai-vos novamente,
para que Satanás não vos tente pela vossa falta de autocontro-
le” (1 Co 7:5). Vemos que a relação sexual no casamento é apro-
vada e encorajada pelo Senhor. Recusar-se a dormir junto com
o cônjuge pode abrir as portas para os ataques do inimigo no
matrimônio.
74 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIOS

• Por fim, o que Satanás mais deseja é atrapalhar a obra de


Deus na Terra por meio da igreja. Fica claro que o inim igo
fará de tudo para impedir que os cristãos cumpram a vontade
de Deus. O apóstolo Paulo enfrentou essas barreiras, conforme
explica em uma de suas cartas: “Por isso bem quisem os ir ter
convosco, pelo menos eu, Paulo, uma e outra vez; mas Satanás
nos im pediu” (IT s 2:18). Lem bre-se de que Satanás não dor-
me; ele está à espreita para destruir a obra dos filhos de Deus.
Precisamos estar atentos e preparados!
capítuío

Os S ete D emônios que


A tacam a I greja

imos as diversas maneiras pelas quais Satanás organiza as forças de-


V moníacas. Também nos foram reveladas muitas estratégias do inimi-
go no ataque pessoal aos cristãos. Ao observarmos as sete igrejas descritas
no Livro de Apocalipse, descobrimos fortalezas demoníacas específicas que
podem ser encontradas na igreja. Vejamos esses espíritos.

O E spírito da R eligião
(A pocalipse 2 : 4 - 5 , 7 )
A Igreja de Éfeso “deixaste o teu primeiro amor” (Ap 2:4). Eles tinham
uma doutrina sólida e prezavam pela ordem , mas perderam a paixão por
Deus. Se formos a Atos 19 e lermos sobre as primeiras obras e o primeiro
amor, descobriremos uma verdade surpreendente.
Quando a igreja de Éfeso surgiu, batizava-se com água, impondo as mãos
sobre as pessoas para o batismo do Espírito Santo, exaltando a Deus com
seus lábios, expulsando demônios, curando pela oração e abdicando a ve-
lha ordem.
A igreja de Éfeso tinha todos os elementos de uma igreja bem organiza-
da, e era uma congregação trabalhadora. Ainda assim, o fogo, a paixão e
o amor tinham se esvaído. Vemos que a religiosidade prevaleceu com sua
poeira tediosa e seu tradicionalismo maçante. O poder de Deus havia de-
saparecido; os demônios não eram mais enfrentados, os lábios estavam em
76 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL ‫ ״‬a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

silêncio e os milagres eram apenas uma lembrança. Uma rotina de obras


religiosas sem ardor havia substituído o poder e o amor do Espírito Santo.
Quem negaria a existência de um demônio destrutivo da religião? Muitas
igrejas, assim como Sansão, foram privadas de seus poderes por causa das
Dalilas da religião! E agora, cegos para as coisas espirituais, desenvolve-
mos com esforço nossas atividades religiosas e tradições sem nenhum po-
der transformador. Esse demônio precisa ser confrontado e expulso.

O E spírito da C ovardia
(A pocalipse 2 : 1 0 1 1 ‫) ־‬
A igreja de Esmirna foi alvo de perseguições, e muitos de seus membros
sofreram martírio. Por meio dessa ameaça, Satanás tenta disseminar o medo
nos corações dos crentes e intimidá-los para que percam a fé em Deus e na
Sua Palavra. Você se lembra de Simão Pedro inflamando-se com o fogo do
inimigo na noite em que Jesus foi preso? Esse fiel discípulo foi intimidado
pelo que o cercava e pela voz interrogatória de uma pequena serva. A igre-
ja hoje está muda e temerosa diante do mundo e de seus governantes. Esse
demônio deve ser derrubado!

O E spírito da C onformidade
(A pocalipse 2 : 1 2 , 1 4 1 7 ‫) ־‬
Pérgam o foi a capital da província da Á sia, e ela é m encionada em
Apocalipse como o local onde havia uma das sete igrejas asiáticas. Ela era
uma conhecida cidade da M ísia, no vale das ilhas Caicos, a pouco mais de
vinte quilômetros do mar Egeu e a aproximadamente cem quilôm etros do
norte de Esmirna. O rio Selinus cruzava a cidade, e o rio Caicos fluía ao sul
dela. Pérgamo era rica em patrimônio histórico e literário, e orgulhava-se
de possuir uma biblioteca com mais de duzentos mil volumes; sendo me-
nor apenas do que a biblioteca de Alexandria.
A cidade tinha um deus “protetor” em Asclepion, um ídolo simbolizado
por uma cobra e considerado um salvador. Eles acreditavam que o deus
deles se encarnava nas serpentes, e por isso as cobras podiam rastejar-se
livremente pelo templo. Os que precisavam de cura passavam a noite no
Os S ete D e m ô n i o s q u e A t a c a m a I greja 77

templo escuro, esperando que uma cobra passasse por cima deles. A cidade
era um local de destaque na civilização grega, e tornou-se sede de diversos
templos de muitas outras divindades.
Você consegue traçar um paralelo da situação secular da América e dessas
igrejas? A maioria delas opera em uma comunidade ou ambiente controlado
por Satanás, e não por Deus. O que a igreja pode fazer quando o ministé-
rio se torna difícil? Podemos permitir que as cobras do humanismo secular
passeiem pelas nossas congregações? Conformidade não é a resposta. Não
podemos nos conform ar com o pecado ao nosso redor!
A igreja de Jesus precisa tomar medidas práticas para prevalecer neste
mundo perdido e decadente!

• Precisamos reconhecer o conflito. Jesus ressaltou que a cida-


de era a morada da igreja, sua residência permanente. Fugir não
seria uma opção. Ao invés disso, Ele admoestou seus membros
a trabalhar com afinco e a traçar as linhas de batalha. Paulo sen-
tia a necessidade de estar pronto para a batalha quando escre-
veu Efésios 6. A arm adura de Deus é necessária no momento
da guerra. Acima de tudo, a igreja deve prosseguir em nome de
Jesus, e nunca operar conforme as suas próprias forças, porque
na carne o inimigo encontra fraquezas. •

• Precisamos rejeitar a conformidade. A igreja de Pérgamo ti-


nha algumas fraquezas a serem reparadas. Havia problemas dou-
trinários, além de problemas com os diáconos e a liderança. Em
particular, um deles é mencionado: Nicolas, que começou a en-
sinar heresias e a levar outros a pecar. Como é triste quando um
líder tem um desem penho ruim e desiste de servir verdadeira-
mente ao Senhor! Muito frequentemente, esse tipo de líder en-
gana as pessoas e as desvia com ele.
Outro conflito na igreja de Pérgamo era um problema disci-
plinar. Eles toleravam a confusão em que estavam ao ignorar
o pecado em seu próprio território, mas Jesus os cham ou ao
arrependimento.
78 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL c a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

Mas outro problem a havia surgido, e este tinha a ver com o


espírito de Balaão. Resumindo, o rei pagão Balaque literalmen-
te comprou o m inistério do profeta B alaão. Balaque m anda-
va mulheres seduzirem os homens de Israel, para assim poder
julgá-los, e foi Balaão quem traiu o povo de Deus. Conforme
o espírito de Balaão, vemos muito frequentemente nos dias de
hoje que o dinheiro tornou-se o objetivo e o propósito de vá-
rias pessoas dentro das igrejas. A pregação popular substituiu a
pregação profética; a imagem substituiu a unção, e a igreja está
reduzida a nada mais do que um local onde ataques psicológi-
cos afetam os ouvidos dos cristãos aos domingos. Os que criam
imagens e tentam ser politicamente corretos estão entorpecendo
a espada das igrejas e enfraquecendo os homens de Deus.

• Precisamos confiar em Cristo. A igreja de Pérgamo tinha que


confiar em seu Salvador, que concedia a espada do Espírito, Sua
própria Palavra. Eis a arma que empunhamos como cristãos. O
fenômeno popular Star Wars fez duas gerações de crianças cati-
vas de um jogo imaginário de sabres de luz, defendendo a galá-
xia como cavaleiros Jedi! O filme nos mostra um jovem aprendiz
que foi cuidadosamente treinado para usar sua arma, guardá-la,
e aperfeiçoar-se ao manuseá-la. Dessa mesma form a, devemos
usar a Palavra de Deus como nossa arm a - ela tem um poder
sobrenatural e efetivo contra as investidas de Satanás. Nossas
armas não são carnais, mas poderosas em Deus (2C0 10:4), e
Satanás pode ser vencido pelo poder da Palavra.

Há uma promessa para os vencedores. Jesus prometeu à igreja que aque-


les que resistissem ao pecado que os cercam - não comendo coisas ofere-
cidas aos ídolos e partilhadas em pecado - comeríam do maná escondido,
Sua própria benção. A eles foi prometida a presença de Jesus na terra árida
deste mundo desértico. Jesus também prometeu à igreja que lhe entrega-
ria uma pedra branca, significando libertação, acolhimento e aceitação. E
o novo nome escrito nessa pedra era Jesus!
Os S ete D e m ô n i o s q u e A t a c a m a Ig reja 79

O E spírito de Jezabel (C ontrolador )


(A pocalipse 2 : 1 8 - 2 0 ,2 6 )
Há uma guerra sendo travada na igreja hoje, e as linhas de batalha já es-
tão traçadas. Um dos espíritos mais poderosos em ação nessa batalha é o
espírito de Jezabel, ou controlador. Primeiro Reis relata a história de uma
mulher cujo nome intitula esse espírito.
Jezabel era esposa do rei A cabe e seguidora do falso deus Baal, e as
Escrituras m encionam o casam ento de Acabe como um pecado terrível:
“E sucedeu, como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, o filho de
Nebate, que ele tomou por esposa Jezabel, a filha de Etbaal, rei dos sidô-
nios, e foi servir a Baal, e o adorou” (lR s 16:31).
Jezabel ordenou um ataque a um homem inocente, chamado Nabote, a fim
de possuir a vinha que ele recebera por herança. Não se tratava apenas de
um assassinato: aquele ato representava a quebra da aliança na terra, feita
por Deus com Seu povo. Além do desrespeito pelos cidadãos comuns e suas
propriedades, Jezabel odiava os profetas de Deus. Lemos nas Escrituras:
“Porque foi assim , quando Jezabel extirpou os profetas do Senhor, que
Obadias tomou uma centena de profetas, e ocultou-lhes em dois grupos de
cinquenta em uma caverna, e os alimentou com pão e água” (1 Rs 18:4).
Posteriormente, Jezabel perseguiu o profeta Elias, o que resultou na gran-
de prova em que Deus mandou fogo do céu e derrotou os profetas de Baal.
Sua perseguição implacável levou Elias à depressão e a pensar em suicídio.
Jezabel tinha um caráter perverso, controlador, sexualmente imoral, san-
guinário e demoníaco! E impressionante o fato de que aquele espírito po-
deroso mencionado em Apocalipse 2:20 ainda opera na igreja de hoje. Em
todas as congregações, encontramos pessoas que querem controlar, mani-
pular, e subverter os homens e mulheres de Deus.

Reconhecendo o espírito
Este é basicamente o espírito de dominação, ou da relutância ao desejo de
conviver pacificamente. Não se trata apenas das mulheres ou da libertação
feminista, pois esse espírito também pode dominar os homens. Talvez algu-
mas pessoas o relacionem à sexualidade por achar que uma mulher que se
80 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

vista de determinada maneira é uma “Jezabel” , mas não é bem assim. Um


lobo pode facilmente se esconder na pele de um cordeiro.
Ao se deparar com um espírito de Jezabel, você também verá um “Acabe”
por perto ou algum líder que permitiu o acesso desse espírito ao controle.

A estratégia de Jezabel
A ferramenta usada por esse espírito é a manipulação. Em 1 Reis 21, ve-
mos que o rei Acabe ficava desgostoso quando não conseguia as coisas à
sua maneira. Ele viu uma vinha e desejou-a intensamente, mas o proprie-
tário não quis se desfazer dela, nem mesmo para o rei. Quando Jezabel viu
o rei Acabe choroso em seu leito, ela prometeu conseguir o que ele deseja-
va. Essa mulher poderosa tinha introduzido a adoração pagã no reino, e ela
não se importaria de matar para obter o que precisava a fim de conquistar
mais poder.

A Manifestação de Jezabel

Porém, eu tenho umas poucas coisas contra ti, porque toleras aque-
la mulher Jezabel, que chama a si mesma cie profetisa, a ensinar e
a seduzir os meus servos a cometerem fornicação, e a comerem das
coisas sacrificadas aos ídolos.
- A pocalipse 2:20

Quando o espírito de Jezabel se manifesta na congregação, ele almeja um


cargo importante na igreja ou um título de liderança. Ele geralmente se ma-
nifesta em uma pessoa que deseja ensinar ou liderar, fazendo com que ela
se desvie! Para alcançar um cargo de liderança, Jezabel deve parecer e agir
como uma cristã comprometida.
Um desses espíritos operava no tem po de M oisés e A rão. O livro de
Números nos revela:

E Corá, filho de Izar, filho de Coate, filho de Levi, e Datã e Abirão,


filhos de Eliabe, e Om, filho de Pelete, filhos de Rúben, prepararam
os seus homens. E se levantaram perante Moisés com alguns dos
filhos de Israel; duzentos e cinquenta príncipes da congregação,
Os S ete D e m ô n i o s q u e A t a c a m a I g reja 81

fam osos na congregação, homens de renome. E se congregaram


contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Isso deve vos bastar,
visto que toda a congregação é santa, todos são santos, e o Senhor
está no meio deles; então por que vos elevais sobre a congregação
do Senhor?
- N úmeros 16:1-3

Coré agia conform e o espírito de Jezabel; Data e Abirão seguiam suas


ordens e comandavam outros duzentos e cinquenta príncipes. Moisés agiu
imediatamente - ele prostrou-se diante de Deus e orou. Após orar, ele con-
frontou o espírito dizendo: “Parece-vos pouco que o Deus de Israel tenha
vos separado da congregação de Israel, para vos trazer a si, para fazer o
serviço do tabernáculo do Senhor e para estar diante da congregação, para
ministrar-lhes? E ele vos trouxe para perto dele, e a todos os teus irmãos,
os filhos de Levi, contigo; procurais também o sacerdócio?” (Nm 16:9-10).
O juízo veio ao espírito de Jezabel - houve um terremoto que aprisionou
os três líderes ímpios, e o fogo consumiu todo o resto.

Os objetivos de Jezabel
O espírito controlador vagueia pela igreja determinado a destruir e minar
tudo aquilo que apreciamos como cristãos. Pela manipulação, pelo domí-
nio e pelo controle, esse espírito dá início à sua batalha contra o corpo de
Cristo.
Em primeiro lugar, o espírito em questão odeia profetas, que são os ver-
dadeiros líderes de Deus. Ele não consegue controlá-los, e quando ten-
ta conquistar sua confiança e fracassa, não lhe resta alternativas a não ser
matá-los.
Além disso, o espírito de Jezabel odeia a pregação da Palavra. Ele não
aguenta ouvir a mensagem e tenta diminuí-la, ou diminuir o mensageiro.
O espírito controlador também odeia o louvor da igreja. Quando a adora-
ção é poderosa e verdadeira, sua carnalidade fica exposta. Em 1 Reis, quan-
do o profeta Elias orou pedindo que o fogo do céu se colocasse contra os
profetas de Baal e contra os planos de Jezabel, abriu-se espaço para o louvor
(lR s 18:39). Jezabel foi derrotada e os louvores a Deus invadiram o lugar.
82 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL <‫ ־‬a AÇÀO D O S D EM Ô NIOS

O espírito de Jezabel também odeia a preeminência de Cristo, pois não


há como competir contra ela. A preeminência é mencionada pela primeira
vez em Colossenses 1:18: “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o prin-
cípio e o primogênito dentre os mortos, para que em todas as coisas tenha
a preeminência” . Na segunda vez em que uma ideia referente a essa pala-
vra é mencionada, um espírito está tentando controlar o corpo dos cristãos:
“Escrevi à igreja; mas Diótrefes, que ama ter preeminência entre eles, não
nos recebe” (3Jo 1:9).

Expulse o espírito
Se você sentir que esse tipo de influência está agindo na sua igreja, é im-
portante entender que sua procedência é espiritual, e não carnal. Não odeie
a pessoa que está sendo controlada por um espírito controlador; entenda
que se trata de uma força espiritual - e que Deus deve combatê-la. Sua ora-
ção deve ser: “Ó nosso Deus, tu não os julgarás? Porque não temos qual-
quer poder contra esta grande companhia que vem contra nós; tam pouco
sabemos o que fazer; mas os nossos olhos estão sobre ti” (2Cr 20:12).

O E spírito da R eligiosidade
(A pocalipse 3 : 1 - 6 )
Há séculos, a igreja tem sido vítima de rumores, de hostilidade e, como
chamamos atualm ente, do negativism o. Frequentem ente, as igrejas pre-
cisam enfrentar essa situação hostil; entretanto, a hostilidade externa não
é a m aior ameaça! G eralm ente, a m aior am eaça está dentro da própria
congregação!
A igreja de Sardes fora estabelecida em um ambiente favorável e de boa
reputação. Porém, na carta de Cristo a ela, Ele ignorou a reputação humana
e disse que aquela igreja estava listada no obituário!

Ambiente de morte
Sardes era uma cidade de riquezas. A História nos revela que, em 550
a.C., o rei Creso encontrou ouro no rio da cidade e deu início à circulação
das primeiras moedas da história. Até os tempos do Novo Testamento, ain-
da era possível encontrar ouro naquele rio.
Os S ete D e m ô n i o s q u e A t a c a m a I g reja 83

Além de sua riqueza, a cidade era conhecida por seu paganismo. O ídolo
deles era Cibele, e os idólatras dessa deusa pagã faziam uma adoração sei-
vagem e irascível que incluía imoralidade sexual.
Notadamente a comunidade estava em paz, pois seus habitantes estavam
satisfeitos com sua autossuficiência, e essa característica pacífica também
invadiu a igreja de Sardes, o que os fez aceitar a morte. A coexistência pa-
cífica entre a cidade e sua maldade também afetou a igreja, e tudo o que
restava era sua reputação.

Evidência de uma igreja morta


Os telespectadores do program a que transm itim os frequentem ente nos
escrevem perguntando: “Onde eu posso encontrar uma boa igreja na mi-
nha região? Como eu posso saber se uma igreja está viva e saudável?” Uma
igreja morta tem características básicas que facilmente são identificadas.

• Ela ignora o Espírito Santo. Q uando a obra com pleta do


Espírito de Deus não se realiza na igreja, aquele corpo já está
a caminho da sepultura. Jesus disse à igreja de Sardes que eles
tinham um espírito da religião, mas não tinham o Espírito de
Deus. O Espírito Santo não será governado ou controlado por
tradições religiosas ou preferências! João 3:8 diz: “O vento so-
pra onde quer... assim é todo o que é nascido do Espírito” .•

• Não há liderança divina. As “sete estrelas” mencionadas em


Apocalipse 3 são os mensageiros ou pregadores das sete igrejas
destinatárias das cartas. A igreja de Sardes precisava de um líder
que fosse chamado por Deus e que servisse a Ele inteiramente.
M uitas congregações nos dias de hoje fracassam ao buscar lide-
res que sejam homens de Deus. Nossas igrejas recebem mensal-
mente muitos pedidos de congregações sem pastor à procura de
substituição. Se a igreja o escolher com base em sua reputação,
currículo, aparência física ou até mesmo por recomendação, tal-
vez posteriorm ente ela conclua que com eteu um grande erro.
Tão importante quanto a experiência é o fruto que surge na vida
do pastor, e o que deve ser considerado é o seu caminhar com o
ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

Espírito Santo. O superficial não é mais importante do que o so-


brenatural. Ater-se apenas às superficialidades pode resultar na
escolha de um líder efêmero ou moralmente arruinado.

Ela dá mais valor à reputação do que à realidade. Sardes era


uma igreja ativa, trabalhadora e com um bom nome - mas ela es-
tava morta. Havia organização, mas não vida. Infelizmente, eles
estavam tão envolvidos com sua reputação que não perceberam
que estavam mortos.
Certa noite de inverno, percebi que minha casa estava ficando
cada vez mais fria, apesar de eu ter ligado o aquecedor no máximo.
Então, chamei o responsável pelas instalações da igreja para dar
uma olhada no aparelho a gás, e ele descobriu que a fonte principal
havia queimado. O vento soprava, mas o fogo estava apagado. Ir à
igreja é bom quando encontramos Deus. É bom adorarmos quan-
do a adoração nos leva à Sua presença. Ofertar é bom, quando pri-
meiro ofertamos nossas vidas. Orar é bom, mas “se eu considerar
a iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (SI 66:18).
Forma sem força é morte para a igreja. É como uma vitrine orna-
mentada e elegante escondida em um almoxarifado vazio.

Ela cresce em quantidade, mas não cresce em qualidade. A


carta à Sardes nos revela que até mesmo os cristãos que tinham
compromisso com a igreja de Sardes estavam morrendo naque-
le ambiente frio. As igrejas devem oferecer um m inistério que
encoraje seus membros a crescer no Senhor.

O ministério e o trabalho estavam incompletos. Com eçar e


divulgar um novo projeto é fácil; vê-lo realizado é muito mais
difícil! Uma igreja morta é um túmulo de objetivos parcialmen-
te alcançados e de programas não concluídos. Esses esqueletos
evidenciam que eles prosseguiram até a metade do caminho com
o Senhor, mas depois regrediram e se acomodaram. A igreja que
retrocede está condenada à morte.
Os S ete D e m ô n i o s q u e A t a c a m a Ig reja 85

Fuja da morte!
Para eliminarm os o espírito da religiosidade de nossas igrejas, a lideran-
ça deve se unir e se arrepender desse tipo de morte. Juntos, eles precisam
reconhecer que o reino de Jesus está se aproximando e que eles terão que
prestar contas de tudo o que fizeram em Seu nome. Em quase todas as igre-
jas que estão mortas, poucos cristãos vivem em triunfo e desejam estar na
presença de Cristo, e eles devem ser valorizados e encorajados. Junte-se
ao grupo vencedor! Por fim, repreenda o orgulho religioso que sufoca sua
igreja. Rejeite o amor à religião, às suas regras e à sua reputação, e apaixo-
ne-se por Jesus. Determine-se a ouvir a voz do Espírito Santo antes de to-
m ar quaisquer decisões que se refiram à igreja. Deixe Sua Palavra edificar,
governar e reinar do púlpito.

O E spírito da I nferioridade
(A pocalipse 3 : 7 1 2 ,8 ‫)־‬
M uitas vezes, quando algum pastor me convida para dar uma palestra
na igreja, ele fala quase que se desculpando: “Somos apenas uma pequena
igreja...” , e seu tom implica um senso de fraqueza ou incapacidade. Mas
nada é pequeno ou insignificante no reino de Deus!
Por outro lado, há igrejas que pensam ter todas as respostas e que adoram
divulgar suas estatísticas e números, satisfazendo-se com seus esforços me-
díocres desde que tenham notoriedade e reconhecimento.
Deus é severo com a igreja em Apocalipse 3:

Porque tu guardaste a palavra da minha paciência, eu também te


guardarei da hora da tentação que virá sobre todo o mundo, para
provar os que habitam sobre a terra. Eis que em breve eu venho; re-
tém o que tu tens, para que nenhum homem tome tua coroa. Aquele
que vencer eu o farei uma coluna no templo do meu Deus, e ele não
sairá mais de lá, e eu escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o
nome da cidade do meu Deus, que é a nova Jerusalém, que desce do
céu do meu Deus; e eu escreverei sobre ele o meu novo nome.
-A p o c a l ip s e 3:10-12
86 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

Muitas igrejas e pessoas usam sua suposta fraqueza como desculpa para
não avançar na causa de Cristo, mas esses pensamentos e afirmações estão
em desacordo com o retrato da igreja no Novo Testamento. Estou conven-
cido de que tal atitude não é apenas falsa e prejudicial, mas também tem
origem demoníaca. Trata-se de um pensamento de inferioridade, autoco-
miseração e fraqueza. O inimigo engana os que manifestam esse espírito
fazendo-os acreditar que essa, na verdade, é uma atitude de obediência e
humildade. Essa falsa humildade debilita o reino de Deus, prejudica o pro-
gresso do Evangelho e insulta o Espírito Santo.
A igreja de Filadélfia corria o risco de ser dominada por esse espírito. Se ti-
vesse que se tomar um dos pilares do reino, ela teria que derrotar esse espírito.
As Escrituras apresentam a igreja como uma instituição vitoriosa. M ateus
16:18 declara: “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” . Em sua
formidável oração pela igreja, em Efésios 3:14-21, Paulo conclui com a
seguinte benção: “Ora, àquele que é capaz de fazer tudo muito mais abun-
dantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que
em nós opera, a esse seja a glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as
gerações, para todo o sempre. Amém” (vv. 20-21).
É na igreja que Jesus lança Seus divinos dons, poder e glória. A resposta
para nossa inferioridade é Sua superioridade! Não é uma questão de se em-
penhar mais, mas de confiar totalmente que Sua obra será realizada.
A igreja de Filadélfia tinha “pouca força” (Ap 3:8). A cultura grega, o
comércio internacional e a diversidade religiosa a dom inavam , e o deus
Dionísio era adorado. Esse deus grego do vinho era venerado com um ri-
tual que incitava a loucura e o êxtase, e acreditava-se que cultuá-lo trazia
alívio à tristeza e ao sofrimento. Além disso, a cidade de Filadélfia era um
centro de adoração judaica ortodoxa.
Aquela pequena igreja poderia ter se rendido às pressões ao seu redor.
Mesmo assim, ela não o fez! Seus membros receberam o surpreendente en-
corajamento descrito em Apocalipse, e a história nos revela que, por apro-
ximadamente mil e quatrocentos, anos aquela cidade perm aneceu cristã,
apesar das pressões dos muçulmanos. Apenas depois de séculos de corajo-
sa resistência, a cidade foi tomada por uma aliança militar profana entre o
império Bizantino e as forças muçulmanas.
Os S ete D e m ô n i o s q u e A t a c a m a I g r e ia 87

Com essa igreja superou a inferioridade e manteve um m inistério que


durou mil e quatrocentos anos? Eles conheciam o Deus das oportunidades
(Ap 3:7-8). A obediência sempre abre portas! Deus prometeu a essa igre-
ja a “chave de Davi” . Com Seu favor e dependendo da Sua superioridade,
nada deteria aquele grupo de cristãos!

O E spírito d o O rgulho
(A pocalipse 3 : 1 4 1 7 , 2 1 ‫) ־‬
Apocalipse 3 também menciona a igreja de Laodiceia, cidade que era rica
e próspera. Sua riqueza era tão vasta que, quando um terremoto a destruiu,
seus habitantes não precisaram de ajuda para reconstruí-la! O historiador
romano Tácito registrou que Laodiceia “fora... abatida por um terremoto, e,
sem a nossa ajuda, reconstruiu-se com os seus próprios recursos” .1
A cidade era famosa pela sua produção de lã negra, e era conhecida como
centro comercial das lãs sofisticadas do mundo antigo. Laodiceia também
se vangloriava pela famosa escola de m edicina, que produziu dois dos me-
dicamentos mais populares para tratamentos dos olhos e dos ouvidos. Em
suma, essa cidade era imponente e cheia de orgulho.
Mas no contexto de Apocalipse 3, a igreja de Laodiceia vivia uma ro-
tina m edíocre depois dos anos que se passaram. O próprio Senhor Jesus
dá o veredito. E qual foi a Sua avaliação? Aquela igreja morna Lhe dava
náuseas! O que aconteceu àquela igreja para que ela chegasse ao ponto da
mediocridade?

Perda de fervor
Infelizmente, essa igreja reflete o estado de muitas igrejas americanas nos
dias de hoje. Não muito frias... nem muito quentes. Não tão ruins... nem
tão boas. Não tão fiéis... nem tão infiéis. A igreja de Laodiceia era comum,
morna, mas não tinha fogo. Se perguntássemos sobre suas obras, certamen-
te seus membros diriam: “Fazemos o que podemos” .
Jesus Se aborrece com a mediocridade, e Ele prefere que a igreja seja fria
como o Ártico ou quente como o Saara. Na obra de Deus, não há lugar para
os esforços mínimos.
88 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL«‫ ״ ־‬AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

Elias reconheceu a necessidade do com prom etim ento quando desafiou


Israel em um confronto contra os profetas de Baal em 1 Reis 18. Ele cia-
mou àcongregação: “Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o” . Não
existe a opção de ficar em cima do muro.
A igreja complacente é uma frustração para Jesus! Laodiceia havia per-
dido o amor intenso que sentia por Ele e pelas almas pedidas. O fogo da
oração precisava ser reacendido. O trabalho era o mesmo, semana após se-
mana. Eles precisavam orar!
Amy Carmichael escreveu uma oração que deve ser constante para a igre-
ja que precisa resgatar seu fervor:

Pela paixão das almas, amado Senhor!


Pela compaixão que há nelas!
Pelo amor que ama até a morte!
Pelo fogo que arde!2

Perda de fé
A Igreja de Laodiceia tentou ser autossuficiente. Seus membros se van-
gloriavam pela riqueza, pelo acúm ulo de bens e por não precisarem de
nada; nem mesmo do Senhor. Eles foram amaldiçoados pelas suas riquezas.
Quando o grande Tomás de Aquino visitou o Vaticano, um vigário do
Papa Inocêncio IV levou até eles uma mala de dinheiro. O Papa disse a
Aquino: “Veja, jovem , foi-se o tempo em que a igreja dizia: ‘Não tenho pra-
ta nem ouro’” . Mas Aquino respondeu: “Certo estás, santo pai, mas foi-se
também o tempo em que ela dizia ao paralítico: ‘Levanta e anda.’”3
O alcance da igreja vai além do que ela consegue obter, e é preciso haver
uma visão mais ampla. Nossos desafios têm que estar além dos recursos
para que nossa confiança e fé permaneçam em Deus. A dimensão dos nos-
sos sonhos e planos deve ser determinada por Ele.
Quando Deus abençoa uma igreja financeiramente, ela deve investir em
missões, construir novas instalações, se necessário, aumentar o número de
obreiros e crer que seus recursos serão o bastante.
Infelizmente, a igreja de Laodiceia não entendia sua verdadeira condi-
ção. Deus disse que eles eram “m iseráveis, pobres, cegos, nus” - dignos
Os S ete D e m ô n i o s q l ie A t a c a m a I g r e ja 89

de pena aos Seus olhos. Para Deus, eles não possuíam riquezas e estavam
cegos. O Pai olhava para eles e os via como realmente estavam: espiritual-
mente falidos!

Perda de temor
Essa igreja não mais tremia na presença do Deus justo, e seus membros
não sentiam remorso pelas suas falhas. Jesus os admoesta apresentando três
motivos para o arrependimento: Seu amor, Sua repreensão e Sua vara de
correção. Esses três poderíam despertar neles o desejo de fazer sua igreja
seguir no caminho certo.

Perda de comunhão
Jesus estava à porta, batendo do lado de fora da igreja. Em algum momen-
to, Ele foi trancado ali e não estava mais no centro de tudo. A igreja não
tinha mais comunhão com as outras, porque Jesus Cristo era o único pon-
to em comum entre elas. Sem Ele, a igreja pode estar “reunida” , mas sem
a verdadeira unidade! “O que vimos e ouvimos vos declaramos, para que
também possais ter comunhão conosco; e verdadeiramente a nossa comu-
nhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo... Mas se andamos na luz,
assim como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o san-
gue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (U o 1:3,7).
A presença de Jesus Cristo é a base para toda verdadeira comunhão, mas
muitas igrejas O deixam trancado do lado de fora.

A promessa e o chamado de Deus


Jesus continua batendo, esperando que alguém da igreja abra a porta.
Quando isso acontece, abrem-se os caminhos para a renovação e a comu-
nhão pode ser restaurada. Um lugar à mesa do Senhor é prometido quando
nós O recebemos na nossa. Podemos compartilhar em Seu glorioso reino!
Então, vamos arder por Ele até Seu surgimento no esplendor da Sua glória.
P arte III

ENTENDENDO A DINASTIA
DO SEU INIMIGO
capítuío

C omo S atanás O prime

omo Satanás opera? Podemos traçar sua atuação pelas páginas das
C Escrituras. Vamos focar nos trechos das Escrituras em que o termo
diabolos é usado como referência a Satanás.
A primeira menção a Satanás nas histórias bíblicas está em Jó 1 e 2, quan-
do ele ataca e acusa Jó, cujas reação e vitória subsequente o silenciaram
por séculos.
Então, Satanás provocou Davi a contar Israel, medindo sua força pelos
núm eros, e não pelo Deus vivo. Ele é um instigador que tentará nos induzir
a atitudes que não e baseiam na fé (1 Cr 21:1).
Satanás aparece no culto de adoração e se opõe ao sumo sacerdote de
Israel. Depois, ele se opõe a Jerusalém e a Israel (Zc 3). Sua próxima ar-
tim anha é tentar Jesus, o Segundo Adão, por três vezes, da mesma forma
como havia tentado nosso primeiro ancestral, Adão (Mt 4). Suas aborda-
gens não mudaram, e ele ainda lança diante de nós a concupiscência da car-
ne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida.
Satanás influenciou Pedro para que ele atrapalhasse o compromisso que
Jesus tinha com a cruz em Mateus 16:22.
Em Lucas 10:18, Jesus nos diz que viu a queda de Satanás. Ele nos ad-
m oesta, em M arcos 4:15, afirmando que Satanás tentará roubar a palavra
de fé dos nossos corações. Ele fez uma mulher ficar aleijada por dezoito
anos (Lc 13:16), invadiu o coração de Judas para que ele traísse a Jesus
(Lc 22:3) e cirandou o discípulo Pedro como trigo (v. 31)!
Na igreja prim itiva, vemos Satanás encher os corações de Ananias e
Safira, fazendo-os m entir para o Espírito Santo (At 5:3). Diz-se que as
92 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL c‫ ׳‬a AÇÃO DO S D EM Ô NIOS

pessoas perdidas que aceitam a Cristo são libertas “do poder de Satanás”
(At 26:18).
Ele pode matar cristãos disciplinados ao fazê-los com prom eter o teste-
munho de Cristo e da igreja com um com portam ento imoral (IC o 5:5).
Satanás ataca a fidelidade no casam ento e o prazer sexual (IC o 7:5), tenta
trapacear os cristãos (2C0 2:11) e pode se disfarçar como um m ensagei-
ro dos céus (2Co 11:14). Ele tenta im pedir a obra da igreja (lT s 2:18) e
pode operar sinais e prodígios (2Ts 2:9). Satanás ataca usando ociosida-
de, fofocas e intromissões (lT m 5:13), blasfem ando, m atando, atacando
as sinagogas e enganando (Ap 2: 9,13).
Em bora Satanás use m uitos m étodos de opressão, não fique desani-
mado ou abatido. Ele pode ser esm agado sob os pés de todo cristão fiel
(Rm 16:20). Lem bre-se de que a vitória no Calvário garante a nossa vi-
tória hoje. Um dia Satanás será lançado no inferno, que foi preparado
para ele e para todos os seus dem ônios (Ap 20:10).

O D iabo

Como inimigo, ele semeia joio na boa terra para nos enganar (Mt 13:24-29)
e é designado pai de todos aqueles que não creem em Jesus (Jo 8:44). O
diabo oprime (At 10:38), pode dom inar um local físico (Ef 4:27) e arma
ciladas para atacar os cristãos (Ef 6:11). O diabo provoca orgulho, afron-
ta e aprisiona (lT m 3:6-7; 2Tm 2:26), mas só tem o poder da morte com
a permissão de Jesus. O diabo deseja devorar como o leão e aprisionar os
cristãos em cadeias espirituais (1 Pe 5:8; Ap 2:10). Como se pode ver, o ini-
migo é uma força resoluta na terra. Podemos resistir ao diabo e ele fugirá
dos cristãos: “ Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de
vós” (Tg 4:7). Aleluia!
capítuío

A H ierarquia do Inferno

N: ra série de filmes épicos Star Wars, tanto o mal quanto o bem pratica-
vam a Força, isto é, um poder invisível que tinha um lado bom e um
lado negro. A Força do lado negro era representada por um personagem per-
verso chamado Darth Vader, que antes era Anakin Sky walker. Porém, ele se
voltou para o mal.
É curioso observarmos que essa situação remete a algo que já aconteceu
antes. Nos capítulos anteriores, aprendemos que Lúcifer, um anjo de Deus
e m ensageiro de luz, se voltou para o lado negro, tornando-se Satanás. Nas
Escrituras Sagradas, o mal nunca é uma força indefinível; ele tem indivi-
dualidade e personalidade.
Satanás comanda as forças das trevas. Seu nome era Lúcifer, que significa
“portador de luz” , “estrela da manhã” , “ luz certa” . Sua luz era o reflexo da
luz de Deus, mas ele se tornou Satanás, que quer dizer “acusador” ou “ad-
versário” . Em hebraico Ha-Satan significa “o maior adversário” . Satanas
em grego significa “o acusador” . Satanás é chamado de dragão (Ap 20:2),
termo originado da palavra grega derkomai, que quer dizer “medonho ao
olhar” e que era usada para representar uma criatura monstruosa e temida.
No mesmo versículo, Satanás é chamado de “antiga serpente” , que em gre-
go é archaios ophis e significa “olhos da velha cobra” . Essa é a serpente
que tem tentado nos ferir há anos. Por fim, ele é chamado de “diabo” , que
é diabolos em grego, palavra que significa “aquele que lança” . A ideia é re-
presentar alguém lançando uma flecha ou, em nossos dias, alguém atiran-
do em outra pessoa.
Satanás pode facilmente aparecer como um anjo de luz (2Co 11:14), uma
criatura monstruosa, uma víbora disfarçada, um acusador, um assassino ou
94 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL c>a AÇÃO D O S D EM Ô NIO S

um inimigo mortal. Jesus descreve nosso adversário e sua m issão quan-


do diz: “O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir” (Jo 10:10).

O Exército do I nferno
Eu acredito que Satanás seja um grande im itador, e que ele tenha orga-
nizado seu exército com base nos santos anjos. A carta aos Efésios iden-
tifica essas forças das trevas na seguinte escala de autoridade: “ Porque
não lutamos contra carne e sangue, mas contra os principados, contra as
potestades, contra os governantes das trevas deste mundo, contra a mal-
dade espiritual em regiões celestiais” (Ef 6:12).

Principados
Os seres demoníacos de maior autoridade são os principados. A palavra
principados é traduzida do grego como arche, que significa “chefe” . Esses
são os chefes dos demônios, que correspondem aos arcanjos entre os santos
anjos. Esses príncipes têm domínio sobre as almas das pessoas (Ef 2:1-3), e
um principado é o que designa os espíritos demoníacos que operam a deso-
bediência. Tais príncipes também governam sobre os continentes e nações.
Em Daniel 10:12-13, Gabriel diz ao profeta que um principado da Pérsia
o impediu por três semanas de chegar ao seu destino, e ele precisou con-
vocar o arcanjo Miguel para lutar contra aquele demônio da Pérsia. Esses
demônios estão sujeitos a Cristo (Ef 1:20-22), e também estão sujeitos aos
cristãos cheios do Espírito, como lemos em Efésios 2:6; esse trecho nos re-
vela que Cristo “nos ressuscitou juntam ente com ele e nos fez assentar nos
lugares celestiais” .

Potestades
Os próximos na escala de comando das trevas são chamados de “potes-
tades” , que se originou da palavra grega exousia, que significa “autorida-
de delegada” , como a de um policial. Esses demônios parecem operar de
forma invisível em centros governamentais, como em governos nacionais.
Essas potestades não podem nos separar do amor de Deus (Rm 8:38), e tais
poderes serão abalados no final dos tempos (Mt 24:29). Esses poderes, as-
sim como os principados, estão sujeitos a Cristo (lP e 3:22).
A H ie r a r q u ia d o I n f e r n o 95

Príncipes das trevas


Este proximo nível de líderes demoníacos afeta a ordem criada. “Príncipes
das trevas’’ é traduzido no grego como kosmokrator , que significa “agarrar
e dom inar governos pela causa do mal e das trevas” . Kosmas diz respeito
à “preparação ou ordem ” , e esses príncipes querem dominar os órgãos do
governo, as leis, e as cortes.

Hostes espirituais do mal


As hostes espirituais do mal significam literalm ente em Grego “farsas
espirituais” . A palavra mal é porneia, de qual derivam termos como fomi-
cação e pornografia. Esses são os espíritos imundos com os quais nos de-
paramos diariamente.
Os nomes de alguns desses espíritos são conhecidos por nós. Belzebu sig-
nifica “senhor das moscas” . Abaddon, ou Apollyon, significa “destruidor” ,
e Demônio significa “tormento das mentes” . Esses espíritos de menor au-
toridade são aqueles que enfrentamos diariamente.
O exército de Satanás é bem organizado, e suas legiões empregam uma
variedade de métodos e planos. Precisamos estar prontos para encarar esse
inimigo infernal e revelar suas táticas.
capítuío

D esmascarando o I nimigo

ão tenha dúvidas: há uma guerra de verdade acontecendo con-


N tra um inim igo real! Uma vez que você assum ir sua posição em
Cristo, o próxim o passo é conhecer o inim igo para se equipar propria-
m ente. Vamos exam inar o perigoso exército infernal que está à dispo-
sição de Satanás. A pocalipse 12:9 faz referência ao início dos tem pos
dizendo: “ E o grande dragão foi lançado fora, aquela antiga serpente,
chamada de Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi lança-
do à terra, e os seus anjos foram lançados com ele” . Como dissem os an-
teriorm ente, esses anjos caídos receberam m uitos nomes diferentes nas
escrituras: dem ônios, principados, potestades, príncipes das trevas, es-
píritos do m al, espíritos im undos e outros. Lem bre-se de que, segundo
Apocalipse 12:4, um terço dos anjos caiu: “E a sua cauda [de Satanás]
arrastou a terça parte das estrelas do céu” . “Estrelas do céu” é uma refe-
rência sim bólica aos anjos.

O Exército do I nferno se A rma C ontra N ós


Jesus Cristo frequentemente confrontava os demônios como parte inte-
grante do Seu ministério. Lucas registra que, quando Jesus deu início ao
ministério, Ele citou Isaías 61:1-2: “O Espírito do Senhor Deus está sobre
mim, porque o Senhor tem me ungido para pregar boas novas ao pobre.
Ele tem me enviado para atar as feridas do dilacerado, para proclamar li-
berdade aos cativos...para pôr em liberdade os oprim idos” (Lc 4:18-19).
C ertam ente, Jesus sabia que Sua m issão era resgatar a hum anidade das
amarras e da opressão do inimigo.
D e s m a s c a r a n d o o In im ig o 97

Pelo menos nove vezes vemos Jesus Cristo confrontando os demônios no


Novo Testamento. Mostrarei mais detalhes sobre as ações demoníacas em
capítulos posteriores, mas agora, brevemente, descreverei o que aprende-
mos sobre os demônios a partir de um acontecimento da vida de Jesus. Em
Lucas 8:26-39, temos o encontro entre o endemoniado da terra dos gadare-
nos com Jesus, segundo a versão do nosso médico amado.

E eles chegaram à terra dos gadarenos, que está defronte da Galileia.


E, quando ele desembarcou, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade,
um homem que desde muito tempo estava possesso de demônios, e
não usava roupas, nem habitava em alguma casa, mas nos sepulcros.
Mas, vendo a Jesus, gritando, caiu diante dele, e disse em alta voz:
O que tenho eu para fazer contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?
Eu suplico-te que não me atormentes. (Porque tinha ordenado ao es-
pírito imundo que saísse daquele homem. Porque frequentemente se
apoderara dele; e guardavam-no preso, com correntes e cadeias; e,
quebrando os grilhões, era impelido pelo demônio para os deser-
tos). E Jesus perguntou-lhe, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse:
Legião; porque muitos demônios tinham entrado nele. E pediram-lhe
para que não os mandasse para o abismo. E havia ali uma manada
de muitos porcos pastando no monte; e pediram-lhe que lhes permi-
tisse entrar neles; e ele Ihos permitiu. Então, os demônios saindo do
homem, entraram nos porcos; e a manada correu violentamente a um
lugar íngreme para o lago, e se afogaram. E aqueles que os alimen-
tavam, vendo o que havia acontecido, fugiram e foram anunciá-lo na
cidade e nos campos. Então, eles saíram para ver o que tinha acon-
tecido, e vieram a Jesus, e encontraram o homem de quem haviam
saído os demônios assentado aos pés de Jesus, vestido e em perfeito
juízo, e eles ficaram com medo. E também os que tinham visto aqui-
lo, contaram-lhes como o possuído por demônios havia sido curado.
Então, toda a multidão da terra ao redor dos gadarenos pediu-lhe
para que se afastasse deles, porque estavam tomados por grande te-
mor; e entrando ele no barco, retornou. E o homem de quem haviam
saído os demônios, lhe pedia para que pudesse estar com ele, mas
Jesus o despediu, dizendo: Retorna para a tua própria casa, e mostra
98 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e ‫ ״‬AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

quão grandes coisas Deus fez por ti. E ele foi pelo seu caminho, pu-
blicando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe fizera.

Agora, observemos os demônios e suas características nesses versículos.


Os demônios têm personalidades, são rápidos, parecem expressar sentimen-
to de medo, promovem a impureza, atormentam e criam desordem mental.
Mas a verdade gloriosa é que eles estão sujeitos às ordens de Jesus Cristo!

U ma P essoa P ode S er
P ossuída por D em ô nios ?
A palavra grega que descreve a condição de uma pessoa afetada por um
demônio é daimonizomai, que foi traduzida como “possuído por dem ônio”
na versão bíblica King James. De acordo com William Arndt e F. W ilber
Gingrich, essa palavra está no tempo presente, na voz ativa e com a termi-
nação na voz passiva.' Uma pessoa nessa condição pode ser descrita como
“sob controle demoníaco passivo” . Em outras palavras, ela é levada a ter
um certo nível de passividade por um demônio. C. Fred Dickason ressalta
corretamente que o termo possessão nunca aparece relacionada a um con-
texto demoníaco no Novo Testamento.2 Um demônio pode possuir um des-
crente, mas o cristão pode ser demonizado pelo inimigo, ou seja, ele ou ela
é controlado, mas não possuído! A intensidade da demonização nos cris-
tãos é limitada.
Os demônios podem usar as vozes das pessoas, confundir, criar imagens,
tornar insano, ter múltiplas personalidades e causar limitações na fala, na
audição e na locomoção.
Em Lucas 8:26-39, citado anteriorm ente, observam os certas façanhas
como força física incom um , acessos de raiva, personalidades m últiplas
e degenerativas, resistência a Jesus, clarividência (eles sabiam quem era
Jesus) e transferência oculta (os demônios entraram nos suínos). Alguns
desses serão discutidos detalhadamente depois.
O notável pastor alemão Kurt Koch e o psiquiatra alemão Alfred Lechler
fizeram pesquisas sobre demonização na Alemanha. Eles concluíram o se-
guinte a respeito dos indivíduos demonizados: houve resistência à Bíblia, es-
tado de transe, contrariedade às orações e reação negativa ao nome de Jesus.3
D e s m a s c a r a n d o o In im ig o 99

Os D emônios P odem A fetar C ristãos ?


Uma das grandes estratégias de Satanás é fazer os cristãos acreditarem
que estão imunes às influências demoníacas. Um cristão cheio do Espírito
que anda em obediência a C risto está totalm ente protegido do inimigo.
Entretanto, embora o espírito do cristão desobediente esteja protegido do
inim igo, sua mente e corpo podem estar sujeitos a ataques.
Um cristão pode dar “ lugar ao diabo” (Ef 4:27). Quando ele vive em pe-
cado e não o confessa, o inimigo encontra lugar em sua vida e constrói um
padrão de pensamento a partir daquele pecado ou atitude. 2 Coríntios 10:4-
5 descreve a construção do pensamento enquanto fortaleza, e os demônios
podem invadir essa fortaleza da vida do cristão.
Tais demônios não podem possuir o cristão mais do que uma barata pode
possuir uma casa. As baratas são sujas, bagunçam e podem te causar pro-
blem as, mas elas não conseguem possuir a sua casa. Da mesma forma, os
dem ônios podem perturbar, oprimir, deprim ir e conter o cristão; eles não
podem destruí-lo, mas podem distraí-lo. Na próxima parte deste livro, va-
mos expor suas ações para que, como cristão, você fique atento.

D esmascarando a A ção D emoníaca


Depois de exposta a dinastia demoníaca nos capítulos anteriores, vejamos
mais detalhadamente a personalidade e a atuação dos demônios. Lembre-se
de que o reino de Satanás está em conflito direto com o Reino de Deus, e
que, embora vencido, Satanás ainda tem uma influência dominante na terra.
Em M ateus 4:8-9 ele oferece o mundo, seu poder e sua glória para Jesus.
Leia sobre essa tentação.

Novamente, o diabo o levou a um monte altíssimo, e lhe mostrou to-


dos os reinos do mundo e a sua glória. E disse-lhe: Todas estas coisas
eu te darei, se prostrado, me adorares.
- M ateus 4:8-9

Satanás tem inúmeras forças demoníacas à sua disposição: “E nós sabe-


mos que somos de D eus,e que todo o mundo jaz no maligno” (U o 5:19).
100 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

Em Lucas, Jesus falou sobre a atuação dessas entidades demoníacas em


uma passagem incomum: “Quando o espírito imundo tem saído do homem,
ele anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, ele diz:
‘Eu tornarei para minha casa, de onde saí’. E, chegando, acha-a varrida e
ornamentada. Então, ele vai e leva consigo outros sete espíritos piores do
que ele; e eles entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior
do que o primeiro” (Lc 11:24-26).
De todas, acredito que esta seja a imagem mais clara do pensam ento e
da ação demoníaca descrita na Bíblia. Leia atentamente esses versículos e
você verá os seguintes fatos perturbadores sobre a atuação dos demônios.
Em primeiro lugar, os demônios podem habitar tanto dentro quanto fora
dos seres humanos.
Em segundo lugar, eles viajam à vontade. O versículo diz que eles andam
“por lugares secos, buscando repouso” (v.24). Parece que eles preferem
viajar por terra à água. Em Marcos 5, Jesus mandou os demônios entrarem
em uma manada de porcos e os lançou ao mar da Galileia; eles conseguem
se mover pela atmosfera deste planeta.
Em terceiro lugar, os demônios precisam de um ser humano hospedei-
ro para descansar: eles andam “por lugares secos, buscando repouso” , e é
provável que se sintam cansados até acharem um humano para incorporar.
Em quarto lugar, os demônios podem se comunicar usando a voz de seus
hospedeiros. Nas Escrituras, em muitas ocasiões eles falam usando o corpo
dos humanos. Lucas 11:24 deixa claro que os demônios conseguem usar a
fala, e em Marcos 5:7 eles falam com Jesus usando o corpo de um humano
hospedeiro: “Não me atormentes” .
Em quinto lugar, os demônios têm personalidades e identidades indivi-
duais. Observe em Lucas 11:24, quando ele diz: “ [Eu] Tom arei...” . Os de-
mônios não são forças impessoais; assim como os anjos, eles têm nomes e
personalidades.
Em sexto lugar, os demônios consideram o corpo em que habitam como
sua casa! Em Lucas 11:24, o dem ônio fala sobre seu últim o hospedeiro
humano: “Tornarei para minha casa, de onde saí” . Eles são possessivos
e procuram apropriar-se da vida humana que invadem. Pense nisso - um
demônio vangloriando-se para outros membros da legião por fazer de um
D e s m a s c a r a n d o o In im ig o 101

corpo a sua morada. Por isso Paulo nos admoesta em Efésios 4:27: “Não
deis lugar ao diabo” . Se você der lugar ao inimigo, ele providenciará uma
caixa de correio e afirmará que seu corpo é o endereço dele.
No filme Morando Com o Perigo , um jovem casal compra uma grande
casa e a reforma. Para pagar o que devem, eles alugam parte dela para um
homem. No entanto, ele se recusa pagar o aluguel, perturba o casal, abre
um processo judicial contra eles e faz de suas vidas um inferno. A casa foi
possuída por um homem louco que assume o controle de tudo.
Essa história ilustra de maneira clara a estratégia dos demônios. O demô-
nio se aproximará silenciosamente para morar naquela pequena área de sua
vida que você recusa entregar para Jesus. A partir daquele ponto, ele tentará
assum ir o controle e arruinar sua existência.
Em sétimo lugar, os demônios podem incutir pensamentos e afetar a saú-
de m ental. Em Lucas 11:25, vemos uma referência à mente humana: “E,
chegando, acha-a varrida e ornam entada” . O demônio volta à pessoa que
foi liberta e encontra a mente limpa e em ordem. Mas na verdade, essa pes-
soa não tem plenitude espiritual. O Espírito Santo não está presente em sua
vida, nem em seu espírito, e não ocupa sua mente nem controla seu corpo.
Essa pessoa voltou a cometer o mesmo pecado. Talvez a ira tenha sido a
fortaleza da qual ela foi liberta, mas ao invés de crescer no Senhor, enchen-
do sua mente com as Escrituras e com louvor, ela comete o mesmo erro
de antes. O demônio consegue ver o vazio naquele indivíduo e ataca a sua
m ente, que está desprovida do Espírito Santo.
Em oitavo lugar, os dem ônios conseguem lem brar, pensar e planejar.
Observe, em todos esses versículos, as estratégias aplicadas por essas enti-
dades. Eles são espertos e não devem ser subestimados.
Em nono lugar, os demônios podem se comunicar entre si. Em Lucas 11:26,
aquele demônio se comunica com outros sete. Quando alguém dá lugar a uma
entidade demoníaca, essa entidade muito possivelmente levará outros demô-
nios consigo. A Bíblia nos fala do “espírito de temor” (2Tm 1:7), e em 1 João
4:18, as Escrituras nos revelam que o amor é como uma arma que “lança fora
o temor” , acrescentando que “o temor tem consigo a pena” . Jesus fala dos
“atormentadores” quando menciona aqueles que não perdoam: “E, indigna-
do, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que ele pagasse tudo o
102 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

que lhe devia. Assim também meu Pai celeste fará convosco, se de coração
não perdoardes cada um as ofensas do seu irmão” (Mt 18:34-35).
Portanto, o demônio do temor pode trazer o demônio da pena, ou melhor,
do castigo, e a falta de perdão pode abir as portas para os atormentadores
na vida de alguém. Os demônios são como as baratas, como dissemos an-
tes: eles tendem a se multiplicar, caso não sejam exterminados pelo poder
de Deus.
Em décimo lugar, os níveis de maldade seguem a hierarquia dos demô-
nios. Lucas 11:26 diz que o demônio “vai, e leva consigo outros sete espí-
ritos piores do que ele” . As entidades demoníacas vivem em vários níveis
de maldade, e no contexto de Lucas, um demônio chama outros sete para
ocupar seu hospedeiro. Se a pessoa tolera um pequeno m al, o m aior mal
lhe sobrevirá.
Em décimo primeiro lugar, os demônios são um problema para os cristãos
hoje. Efésios 6:12 nos diz que estamos engajados em uma batalha corpo a
corpo “contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das
trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares ce-
lestiais” . Embora não possam possuir o espírito do cristão, eles podem afli-
gir o corpo e oprimir a mente. Devemos estar muito atentos para reforçar a
vitória da cruz sobre essas forças malignas.
Em décimo segundo lugar, os demônios tentam enganar os cristãos pelo
ensino de falsas doutrinas. 1 Timóteo 4:1 diz: “Ora, o Espírito expressa-
mente diz que, nos últimos tempos, alguns deixarão a fé, dando ouvidos a
espíritos enganadores e a doutrinas de dem ônios” . Atualm ente, os demô-
nios têm seduzido e enganado muitas pessoas por meio de falsos ensina-
mentos. O fato de alguém andar sempre com a Bíblia e agir como cristão
não significa que seu ministério tenha a unção de Deus. A fraude religiosa
é a pior de todas as atuações demoníacas.
Ao concluir este capítulo, entenda que ignorar as verdades sobre as forças
demoníacas é inútil e arriscado. Se não encararmos a verdade sobre nosso
inimigo, deixamos nós mesmos e nossa igreja despreparados para a guerra
que se trava. Quantas mortes espirituais teremos que presenciar até que a
igreja acorde para a realidade da batalha espiritual?
capítuío 14
P rotocolos D emoníacos

N: ros governos do mundo, existem exércitos e estratégias de guerra vi-


síveis. As formas mais veladas e sutis de guerra são chamadas de
operações secretas, isto é, estratégias secretas executadas por todos os ra-
mos das forças armadas; além disso, operações especiais e agências como o
FBI e a CIA também realizam operações secretas.
Igualm ente, Satanás usa estratégias secretas, e muito do que ele faz está
disfarçado e escondido da nossa visão.

As C iladas de S atanás
O termo cilada vem da palavra grega methodeia. Em português, método
também se origina dessa palavra. Methodeia deriva de duas outras palavras
gregas: m eta, que significa “em meio a’’, e hodos, que significa “percor-
rer um caminho ou fazer uma jornada” . Satanás quer interromper sua jor-
nada, acabar com a sua visão, mudar seu rumo e tirar você do eixo! Como
ele faz isso?
Satanás usa a tentação para desviar as pessoas dos caminhos de Deus.
Tentação é peirasmos, que significa “solicitar” ou “chamar à ação” . Ele usa
suas armas para nos afastar de Deus e nos levar à prática do mal. No entan-
to, Satanás pode até nos tentar, mas a concupiscência do homem precisa
aceitar e ceder a essa tentação.

Que homem algum, ao ser tentado, diga: Por Deus sou tentado; por-
que Deus não pode ser tentado pelo mal, e a nenhum homem tenta.
Mas cada homem é tentado, quando atraído e seduzido pela sua
104 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebi-


do, gera o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
— T ia g o 1:13-15

Jesus Cristo foi tentado, mas Ele não pecou. Não devemos confundir ten-
tação com pecado. Todos nós devemos resistir às tentações, não permitin-
do que os desejos enganosos dominem nosso pensamento e nos afastem de
Deus. A Bíblia nos ensina que as tentações são comuns aos seres humanos
(IC o 10:13), e também nos revela que as riquezas são um forte motivo de
tentação (lT m 6:9). Devemos orar: “E não nos conduzas à tentação; mas
livra-nos do mal” (Mt 6:13).
É interessante que a palavra pirataria também se origina da palavra gre-
ga peirasmos. A tentação é o meio que Satanás usa para roubar sua vida
preciosa.
Satanás usa a perversão para destruir as coisas boas. A palavra perverso
(usada em Isaías 19:14) vem do hebraico avah, que significa “tornar tor-
to”; às vezes, essa palavra é traduzida como “ iniquidade” . No grego, ela
é diastrepho, que significa “torcer” ou “distorcer” . Satanás transform a as
coisas boas em ruins. Por exemplo, o sexo no casamento heterossexual é
um presente de Deus, mas Satanás o tem distorcido, transform ando-o em
homossexualismo, pornografia e abuso.
Satanás usa de imitações para afastar as pessoas do verdadeiro Deus, e
muitas religiões são cópias ruins dos ensinam entos divinos. A m aior có-
pia inventada por Satanás será o Anticristo, que virá imitar os milagres de
Jesus. Ele irá até erguer-se de um golpe fatal e será adorado como Deus
(Veja 2 Tessalonicenses 2:9; Apocalipse 13:13-18).
A lém d isso , S atan ás pode tra n s fig u ra r a ad o ra ç ã o e a p reg a ç ã o
(2Co 11:14). Por esse motivo, devemos testar aqueles que afirmam ter o
Espírito Santo para que não nos confundamos com o que é falso (1 Jo 4:1-3).

Os D e m ô n io s E nganam
Apocalipse 12:9 declara que Satanás enganou todo o mundo. A palavra
engano retrata alguém que acredita em uma mentira como se ela fosse ver-
dade. Uma pessoa enganada é aquela que acredita que o certo é errado, e
P r o t o c o l o s D e m o n ía c o s 105

que o errado é certo. Satanás é o enganador, e ele pratica seu engano em


muitas esferas. Basicamente, o engano é usado para confundir a Palavra de
Deus; se Satanás convencer alguém de que Deus é mentiroso, ele pode le-
var essa pessoa a violar os princípios de vida determinados pelo Pai. Outra
área de atuação do engano é quanto à pessoa e à obra de Cristo.
Os demônios usam a perversão para distorcer o plano de Deus. Satanás
corrom pe todos os desejos físicos que Deus nos concedeu. O desejo pela
comida pode ser distorcido para a gula. O álcool, dado por Deus para fins
medicinais, se tom ou o pior problema social da América (Veja Provérbios
20:1; 23:1-3, 2 0 -2 1 ,2 9 -3 5 ). O sexo é um presente concedido por Deus
ao homem e à mulher que se unem em casamento. Agora, essa dádiva foi
transformada em todo tipo de maldade que se possa imaginar. As Escrituras
proíbem o sexo antes do casamento e as relações homossexuais, enquanto
Satanás diz que são práticas aceitáveis. O mundo chama isso de “preferên-
cia sexual” .
Satanás corrompe os planos de Deus e gera imitadores que distorcem es-
ses planos para confundir as pessoas. Quando Moisés esteve diante do faraó
e sua vara se transformou em serpente, os feiticeiros do rei do Egito fize-
ram o mesmo (Ex 7:11-22). Havia, e sempre haverá até a volta de Cristo,
muitos lobos em pele de cordeiro. Por fim, Satanás promoverá o Anticristo,
que será uma imitação de Jesus.
Portanto, é necessário testar o espírito que fala pelo homem. Teste pela
palavra de Deus. “Amados, não creiais em todo o espírito, mas provai se
os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas têm aparecido no
m undo” (1J0 4:1).
A ferram enta mais poderosa usada por Satanás contra os cristãos é a que
ele usou contra Jó: ou seja, acusação. Satanás irá nos acusar de pecados
que Deus já perdoou. Ele é caluniador e mentiroso, e acusou Jó de servir
a Deus apenas por causa das bênçãos materiais. Jó foi inocentado e Deus
saiu vitorioso. Satanás usou o tempo, a morte, a família, a doença e as ami-
zades falsas, mas nem com tudo isso Jó amaldiçoou a Deus nem O consi-
derou injusto.
Satanás dirá que Deus é o culpado pelos seus problemas e te fará lembrar
dos seus pecados. Ele te acusará e tentará frustrar e destruir sua fé. Nossa
106 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL <>‫ ״‬AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

defesa é a confissão dos pecados, segundo 1 João 1:9, e nós não estamos
condenados; fomos perdoados.
Talvez um dos meios mais eficazes de Satanás operar no mundo seja re-
belando-se contra a autoridade, e o governo humano foi investido para frus-
trar seus propósitos de ilegalidade. Quando uma rebelião ou uma anarquia
derrubam um governo, elas sempre resultam em um regime ainda mais re-
pressor. O fracasso da autoridade nas nações, casas e igrejas resultará em
um governo severo ou na total destruição. O ataque à bomba de 1993 ao
World Trade Center, na cidade de Nova York, e o trágico ataque de 1995,
também à bomba, ao edifício do governo na cidade de Oklahoma são exem-
pios claros de rebelião por influência demoníaca.
A B íblia nos adm oesta quanto a esse pecado. A rebelião de Saul é
descrita com o feitiçaria, e sua obstinação com o iniquidade e idolatria
(ISm 15:23). Satanás conseguiu destruí-lo por meio da rebelião. Viver em
desacordo com a autoridade é perigoso! A autoridade investida por Deus
deve ser consagrada e honrada em nossas igrejas.
Dentre outros métodos de Satanás estão a tentação da carne, o ocultism o,
o charlatanismo religioso, o medo e a intimidação.
A vitória é conquistada pelo cristão que utilizar as armas concedidas por
Deus. Somente os despreparados conhecerão a derrota! Quando Eliot Ness
e o M inistério da Fazenda com eçaram a atacar a máfia de C apone, em
Chicago, o FBI não tinha autorização para usar armas. Somente depois da
morte de alguns agentes, o governo finalmente concordou com o uso de
armamentos.
Nosso rei permitiu que andássemos armados! Vamos nos revestir com a
armadura de Deus e viver em vitória!
capítuío

S intomas da
A tuação D emoníaca

tema da doença mental é muito controverso entre os cristãos. Dentro


O de algumas escolas de pensam ento, há equilíbrio e pontos de vista
bíblicos. Primeiramente, é preciso esclarecer que nenhum problema mental
é resultados de ataques demoníacos. Além disso, um bom tratamento psico-
lógico feito com profissionais cristãos é importante e recomendável quando
um indivíduo está enfrentando problemas. Da mesma forma, a administra-
ção de medicamentos pode ser necessária quando ocorrem desequilíbrios
químicos. Apenas quando os medicamentos e a terapia não trazem cura, é
possível dizer que esses sintomas apontam para uma atuação demoníaca.
Listarei a seguir catorze sintomas da atuação demoníaca. Ao lê-los, tenha
em mente que alguns deles podem ser causados por outros fatores que não
a opressão dos demônios. Os seis primeiros sintomas são severos e foram
retirados do relato sobre o endemoniado de Gadara, em Marcos 5. O ho-
mem em questão havia sido amarrado em um cemitério por causa do seu
comportam ento instável e agressivo. Ao lermos Marcos 5:1-15, vemos cia-
ramente os sintomas da atuação demoníaca.

Sintoma 1: Incapacidade de viver normalmente (Marcos 5:1-5)


Assim com o as influências da legião incapacitaram aquele homem de
conviver com seus amigos e sua família, um desejo incomum de ficar so-
zinho, seguido de uma profunda solidão, muitas vezes se manifestará. A
pessoa cada vez mais terá um comportamento indiferente, sem desejar ne-
nhum tipo de mudança.
108 ENTENDENDO ‫ ״‬BATAEI IA ESPIRITUAL e a AÇAO D O S DEM O NIOS

Sintoma 2: Comportamento agressivo (Marcos 5:4)


A agressividade, muitas vezes, será evidente no comportamento da víti-
ma. Um temperamento explosivo, violento e uma raiva incontrolável são
características perigosas que dominam o indivíduo e aqueles que o amam.

Sintoma 3: Mudança de personalidade (Marcos 5:9,12)


Múltiplas personalidades existem na maioria dos casos sérios desse tipo de
opressão. Aquele homem tinha uma “legião” de espíritos em sua vida. Nem
todos os casos de múltiplas personalidades são demoníacos, mas na maioria
deles há alguma atividade demoníaca envolvida. Mudanças de personalidade,
extremas ou moderadas, podem evidenciar a atuação de espíritos malignos.

Sintoma 4: Inquietação e insônia (Marcos 5:5)


No versículo 5, vemos que o homem clam ava pelos sepulcros “de dia
e de noite” ; ele não conseguia dormir. A insônia pode ser um sintom a de
problemas físicos ou espirituais, e Deus abençoa Seus filhos com o sono
(SI 127:2). Então, se você não consegue dormir noite após noite e se não
existe nenhuma razão m édica para esse distúrbio, o diabo pode estar te
atormentando. Não se esqueça; você tem o direito de descansar em Jesus!
Em Salmos 3, temos uma imagem da batalha. Nesse capítulo, Davi estava
sendo perseguido por seus inimigos. No versículo 3, ele clamou ao Senhor:
“Mas tu, ó Senhor, és um escudo para mim” . Nos versículos 5 e 6, ele cia-
mou dizendo: “Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me susten-
tou. Não terei medo de dez milhares de pessoas que se puseram contra mim
ao meu redor” . Davi ainda diz em Salmos 4:8: “Eu tanto me deitarei em paz
quanto dormirei; porque tu, Senhor, somente me fazes habitar em segurança” .
O sono é um presente que Deus concede a todos aqueles que nele confiam.

Sintoma 5: A terrível angústia interior (Marcos 5:5)


Aquele homem estava profundamente atormentado na mente e no cora-
ção, e pode-se perceber vários níveis de angústia naqueles que são afligidos
pelos demônios. O sofrimento e angústia são emoções normais para todos
nós. Entretanto, a angústia persistente que não foi solucionada após trata-
mento adequado, aconselhamento, apoio e orações pode ser demoníaca.
S in t o m a s d a A t u a ç ã o D e m o n ía c a 109

Sintoma 6: Autoflagelação e suicídio (Marcos 5:5)


N esse versículo, vemos o homem endem oniado se ferindo. Em Marcos
9:14-29, lemos a história de um homem cujo filho era surdo e mudo por
causa de um dem ônio: “ E este, onde quer que o apanhe, derruba-o... e
m uitas vezes isto o tem lançado no fogo, e dentro da água, para o des-
truir” (vv. 18,22). Jesus expulsa o demônio: “E o espírito gritou, e agitan-
do-o com violência, saiu dele; e ele estava como um m orto, de modo que
m uitos diziam: Ele está morto. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu,
e ele se levantou” (vv. 26-27). Os demônios podem induzir as pessoas à
autoflagelação, e podem até levá-las ao suicídio.

Sintonia 7: Doença inexplicável sem justificativa médica


Quando os exames médicos não revelam nenhuma causa da enfermidade,
devemos olhar para a mente e o espírito a fim de encontrar respostas. As
vezes, as doenças são psicológicas, e um bom aconselhamento pode trazer
a cura. Outras vezes, trata-se da batalha contra os demônios.
Vemos um exem plo deste sintom a em Lucas 13:11-16, com a histó-
ria da m ulher afligida por um “espírito de enferm idade” ( v .ll) . Jesus
cham ou-a de “ filha de A braão, a qual... Satanás havia prendido” (v.16).
Certam ente ela era uma filha de Deus e era fiel à sua sinagoga, mostran-
do-se disposta a aprender mais sobre Deus. “Jesus... disse-lhe: ‘Mulher,
tu estás liberta da tua enferm id ad e’.E ele im pôs suas m ãos sobre ela;
e im ediatam ente ela se en d ire ito u , e glo rificav a a D eus” (vv. 12,13)
Existem doenças físicas causadas por dem ônios denom inados “espíri-
tos de enferm idade” .

Sintoma 8: Comportamento compulsivo


A dependência do álcool, das drogas, do sexo, da comida, dos jogos e de
outras coisas abre caminho para a influência e o controle demoníacos. Não
estou dizendo que os demônios causam esses tipos de problemas, visto que,
obviam ente, as pessoas são responsáveis pelas suas próprias más escolhas.
Mas qualquer coisa que faça alguém se descontrolar o deixa suscetível ao
controle do inferno.
110 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUALe a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

Sintoma 9: Comportamento sexual anômalo


Quando o filho de Jezabel perguntou sobre a paz, Jeú respondeu: “Que
paz, enquanto as prostituições da tua mãe, Jezabel, e as suas feitiçarias são
tantas?” (2Rs 9:22).
Em Ezequiel 16:2051‫־‬, o espírito da prostituição é mencionado várias ve-
zes, e tal espírito infectou a nação de Israel com os pecados de Sodoma (ver-
sículos 49-50). Eles sacrificavam até os próprios filhos (versículos 20-21).
Homossexualidade, adultério, fornicação e infanticídio são provocados
pelo espírito da prostituição. Oseias 4:12 diz: “porque o espírito da prosti-
tuição os conduziu ao erro, e se prostituíram, apartando-se da sujeição ao
seu Deus” . Leia ainda o que diz Oseias 5:4: “Eles não condenarão as suas
ações a fim de voltarem para o seu Deus, porque o espírito das prostituições
está no meio deles, e não conhecem o Senhor” .
A nação e o povo que se entregam aos pecados sexuais e abom inações
são governados pelo espírito da prostituição. Veja o que diz Naum 3:4: “Por
causa da multidão das prostituições da prostituta formosa, a amante das fei-
tiçarias, que vendeu nações através das suas prostituições, e fam ílias pelas
suas feitiçarias” .
Nações e famílias são entregues às amarras espirituais pelas feitiçarias do
espírito da prostituição. Quando adulteramos e nos envolvemos com o pe-
cado sexual, abrimos caminho em nossas vidas para esse espírito demonía-
co. Devemos lutar contra esse principado que domina nossa nação.

Sintoma 10: Derrota, fracasso e depressão na vida cristã


Paulo escreveu em 2 Coríntios 2:14: “Agora, graças a Deus, que sempre nos
faz triunfar em Cristo” . Perceba que esse versículo é precedido por uma exor-
tação de Paulo a fim de que perdoemos uns aos outros “para que Satanás não
obtenha vantagem sobre nós, porque não ignoramos os seus objetivos” (vv.10-
11). Um dos propósito de Satanás é tirar proveito de nossas situações e nos rou-
bar a vida vitoriosa que recebemos em Cristo. O salmista clamou: “Por isso eu
sei que tu me favoreces, porque meu inimigo não triunfa sobre mim” (SI 41:11).
Esse sintoma se manifesta pela incapacidade de louvar e adorar. Salmos
92:1-4 é um testemunho do poder do louvor. Ele culm ina no versículo 4,
no qual Davi diz: “ Pois tu, Senhor, fizeste-me feliz por meio da tua obra;
S in t o m a s d a A t u a ç ã o D e m o n ía c a Ill

triunfarei nas obras das tuas mãos” . E novamente diz: “Salva-nos, ó Senhor,
nosso Deus, e recolhe-nos do meio dos pagãos, para que demos graças ao
teu nome santo, e triunfemos no teu louvor” (SI 106:47).

Sintoma 11: Comportamento e envolvimento com o oculto


Deuteronômio 18:9-12 nos apresenta uma lista das obras do oculto e da
bruxaria, incluindo sacrifício de crianças; adivinhação; vidência; pressá-
gios; feitiçaria; e o trabalho daqueles que fazem magias, invocam aparições
m ediúnicas, espíritos e daqueles que invocam os mortos. O versículo 15 é
uma instrução para que o povo ouça a palavra que vem do profeta de Deus e
para que ande em retidão. O envolvimento com coisas ocultas é claramente
um sintoma de controle demoníaco.

Sintoma 12: Dificuldade de fala


Em Mateus 9:32-33, Jesus expulsou o demônio e o homem mudo passou a fa-
lar. A dificuldade da fala pode ser física, emocional, mental e, em alguns casos,
demoníaca. A linguagem e maldição podem ser influenciadas pelo inimigo.

Sintoma 13: Engano doutrinário


1 Timóteo 4:1 nos admoesta que, nos últimos tempos, espíritos engana-
dores ensinarão as doutrinas dos demônios. Hoje, são abundantes os rituais
religiosos e o charlatanism o, e o motivo pelo qual esses enganadores têm
atraído tantas pessoas é a instrução do poder demoníaco.

Sintoma 14: Legalismo religioso


Gálatas 3:1 fala com o cristão que corre o risco de submeter-se às leis: “Quem
vos encantou a fim de que não obedecessem à verdade?” . A igreja da Galácia
trocou o ministério da fé que operava maravilhas (v.5) por um ministério de leis
cheio de normas e regras. Paulo classificava esse erro como feitiçaria.
Algumas pessoas extremamente religiosas estão sujeitas às tradições, leis
humanas e às aparências. Os demônios prosperam em ambientes como es-
ses, especialm ente os controladores. É muito mais fácil manter um ritual e
listar regras do que andar em fé. Se existe algo que tenta substituir a fé na
obra completa de Cristo, esse algo é uma doutrina dos demônios.
P arte IV

CONHECENDO AS
ESTRATÉGIAS DO SEU
INIMIGO
capítuío

A E stratégia d o M edo

m Jó 3:25, encontramos as seguintes palavras: “Porque aquilo que eu


E grandemente temia me sobreveio; e aquilo o que eu receava me so-
breveio” . Satanás foi a Jeová é disse: “Quero permissão para tocar em Jó” ,
e Deus assim concedeu. Entretanto, a única razão pela qual o inimigo teve
acesso a Jó - mesmo com a permissão - foi porque Jó lhe deu espaço.
Eu acredito que havia dois pecados do medo na vida de Jó. Ele temia que
algo acontecesse com seus filhos e temia que algo acontecesse com os seus
bens. E viveu assim até o fim de seus dias.
O medo é um ímã para os demônios. Ele atrairá o inimigo e fará aconte-
cer as coisas que você expressou com a sua boca. É preciso entender que
o medo não é somente um sentimento, mas também que ele é um espírito.
Em 2 Timóteo 1:7, lemos: “ Deus não nos deu o espírito de medo, mas de
poder, e de amor, e de uma mente sã” .
Eu acredito que espíritos de intimidação e covardia vêm até nós e nos pa-
ralisam , nos impedindo de prosseguir da forma que Deus quer que pros-
sigam os. Esse não é um simples “problem inha” ; na verdade, acho que o
medo tem matado pessoas: “O coração dos homens desfalecerá por medo
da expectativa daquilo que sobrevirá a terra; porque os poderes do céu se-
rão abalados” (Lc 21:26). O medo é um ímã mortal que pode destruir a sua
vida e acabar com a sua felicidade. Na Bíblia, o oposto de medo não é co-
ragem , mas sim fé e esperança.

I dentifique S eus M edos


Que tipos de medo te inundam e fazem sua vida fracassar? É hora de ana-
lisar a si mesmo e de ver quais medos existem em você.
114 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL <>a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

Medo da vida
Todos os dias, encontro pessoas que têm medo de viver plenamente. Este
foi o primeiro medo que surgiu no mundo. Depois de Adão e Eva terem caí-
do em pecado, Deus apareceu para falar com eles e Adão admitiu, “Ouvi a
tua voz no jardim e tive medo, porque eu estava nu, e me escondi” (Gn 3:10).
Adão não conseguia nem seguir sua rotina normal no jardim!
Talvez o seu medo seja de que as pessoas conheçam quem você realmen-
te é e de que elas te evitem. Você tem medo de que alguma coisa que você
tenha feito, algo que só você e Deus sabem, venha à tona. Você teme a ver-
dade. Entretanto, se existe algum lugar nesse mundo onde você possa viver
uma vida transparente, esse lugar é a igreja! É preciso com partilhar suas
dificuldades e seus fracassos, lidando com eles seguramente.
Deus julga o medo tão severamente quanto qualquer outro pecado des-
crito no Bíblia. Mateus 25 contém a parábola dos talentos. Um servo rece-
beu cinco talentos, outro recebeu dois e o terceiro recebeu apenas um. O
que recebera cinco investiu e duplicou aquela quantia; assim também o fez
aquele que recebera dois talentos. Deus espera algo do Seu investimento!
Ele quer ver seus resultados a partir do que Ele plantou. Entretanto, o que
recebera um talento o escondeu. Vejamos sua justificativa:
“Senhor, eu soube, que és um homem duro, que colhes onde não semeas-
te, e ajuntas onde não espalhaste. E receoso, eu fui e escondi na terra o teu
talento” (versos 24-25). O servo atem orizado não conhece de verdade o
Deus a quem servimos, e ele tinha uma percepção errada a Seu respeito.
E qual foi a resposta de seu senhor? Ele não disse: “Pobre velhinho, servo
amedrontado!” . Mas disse: “Tomai, portanto o talento dele, e dai-o ao que
tem os dez talentos” (v.28). O que você não usa, você perde.
O impacto do medo vai além das questões espirituais; ele pode afetar tam-
bém o seu trabalho. Talvez você esteja com medo de dar o próximo passo e
avançar, ou com medo de assumir um cargo de gerência por tem er das res-
ponsabilidades, que serão maiores do que todas as que você já enfrentou
até agora. Prefere-se a zona de conforto ao invés do progresso. Alguém que
está lendo este livro talvez um dia teve uma grande ideia, mas você quis
não arriscar porque teme o fracasso.
A E s t r a t é g ia d o M e d o 115

A história nos conta que Abraham Lincoln perdeu todas as eleições para
as quais se candidatou, exceto uma - a candidatura para a presidência! E se
ele tivesse desistido? Os americanos não teriam visto um dos seus melho-
res presidentes. Há pessoas que têm medo de levantar de manhã e cumprir
sua rotina. Eu te desafio a quebrar esse espírito e a acreditar que você pode
ser tudo o que Deus te capacita a ser.

Medo da morte
E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também
participou das mesmas coisas, para que através da morte ele destruísse
aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e livrasse aqueles que,
por terem medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.
- H ebreus 2:14-15

M uitas pessoas têm um medo terrível da morte. Acredito que este seja
o motivo de tantos médicos prescreverem exames para pacientes que não
têm doença alguma. Por exemplo, muitas pessoas acordam de madrugada
com falta de ar. Talvez elas estejam sofrendo de terror noturno, um ataque
demoníaco para a saúde.
Se você está salvo, por que temer a morte? Todos os cristãos deveríam se or-
gulhar: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1:21). O
céu não é um destino a ser temido! Já ouvi pessoas dizerem: “Sabe, eu quero ir
para o céu, mas ainda não estou pronto” . Bem, eu estou pronto para ir hoje! Eu
sentiría falta da minha família, e eles também sentiríam muito a minha falta.
Mas após ter morrido na cruz e ressurgido da sepultura, Ele iluminou o corre-
dor da morte para sempre! Não terei medo! “Sim, ainda que eu ande pelo vale
da sombra da morte, não temerei mal algum; porque tu estás comigo; tua vara
e o teu cajado me consolam” (SI 23:4). Nem mesmo na morte estamos sós.

Medo do inimigo
Aqui está a resposta apropriada para quando você enfrentar o inimigo: “Porque
eu ouvi a calúnia de muitos; o medo estava em todo lado; enquanto eles juntos
tomavam conselhos contra mim, intentaram tomar a minha vida. Mas eu con-
fiei em ti, ó Senhor;... Tu és o meu Deus. Meus tempos estão na tua mão; livra-
-me da mão de meus inimigos, e daqueles que me perseguem” (SI 31:13-15).
116 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIO S

Eu não tenho que temer o diabo nem seus emissários encarnados na terra.
Jesus derrotou os principados e potestades! Ele tirou as entidades celestiais
dos seus tronos e revelou o inimigo. Não tenho que tem er as cartas do tarô
ou o horóscopo, nem tenho que me consultar com nenhum médium para sa-
ber o que acontecerá amanhã. Eu afirmo como o salmista Davi: “Os meus
tempos estão nas tuas mãos” .

Medo do homem

O temor do homem traz um laço, mas o que puser sua confiança no


Senhor estará a salvo.
- Pv 29:25

Esse é um medo poderoso para muitas pessoas no mundo hoje. Existe


alguém na sua vida que desperta um medo atemorizante em você? Existe
algo que te faça concordar com as pessoas ou fazer o que elas fazem, mes-
mo que elas estejam erradas, simplesmente porque você teme o que elas
possam pensar de você?
Esse tipo de medo é algo que real mente tem contido os jovens hoje. A
pressão dos amigos ou o medo do que os companheiros pensam pode custar
uma vida. O medo de ser diferente e o medo da opinião dos outros podem
ser muito fortes. Não estou dizendo que você tem que ser desagradável,
mas esta é a pura verdade: não importa o que todos pensam , importa o que
Deus pensa! Os jovens e os adultos precisam lutar para que o medo do ho-
mem não mais atrapalhe a realização dos propósitos de Deus em suas vidas.

Medo da insignificância
As pessoas têm muito medo de que suas vidas sejam inúteis. Penso na his-
tória de Abraão: ele deixou a fama e a fortuna em Ur dos Caldeus, deixou
sua bela casa e foi morar em uma tenda onde ninguém o conhecia. “Depois
dessas coisas, a palavra do Senhor veio a Abrão em uma visão, dizendo:
‘Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, e a tua recompensa será infinita-
mente grande’” (Gn 15:1).
Você pode dizer: “Não fui o funcionário do mês, embora eu tenha mere-
cido” . Mas Deus viu seu esforço e o levou em consideração. Talvez você
A E s t r a t é g ia d o M e d o 117

diga: “Ninguém nunca reconheceu meu empenho, e ninguém aprecia o que


eu faço” . Então, eu preciso te contar: a sua maior recompensa é Deus.
Deixe-me lembrar da história da mulher que quebrou um vaso de alabas-
tro e chorou aos pés de Jesus. Ninguém sabe o seu nome; alguns estúdio-
sos acreditam que fosse Maria. O que sabemos realmente foi que Jesus Se
agradou com o que ela fez! Ninguém sabe o nome da viúva que deu tudo o
que tinha ao tem plo, mas Jesus sabe, pois ela é importante para Ele.
Se você tem complexo de inferioridade, é preciso aceitar o fato de que
Jesus Cristo é o único que pode dar sentido e importância à sua vida. E um
dia, quando chegar ao céu, você verá que tudo o que foi semeado nesta vida
ainda está lá!
Certa noite, eu estava vendo TV com alguns amigos quando um seriado
começou. Um amigo disse: “Veja só, satisfação da carne. É tudo tão munda-
no!” . E eu prontamente respond!: “Deixe-os. Talvez aquela pequena estátua
de ouro seja tudo o que eles conseguirão em reconhecimento dessa vida” .
Sabe de uma coisa, eu tenho algo melhor para mim - uma coroa na glória.
Meu Salvador me conhece pelo nome e sabe quantos fios de cabelo tenho
na cabeça, e minha vida está em Suas mãos. Eu não tenho que temer o sen-
timento de insignificância ou me sentir perdido na multidão!

Medo do futuro
Porque eu sei os pensamentos que tenho sobre vós, diz o Senhor, pensa-
mentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
- J e r e m ia s 29:11

Você não precisa temer o amanhã. Quem conhece Jesus Cristo não tem
motivos para temer o futuro.
Quando meu filho Ronnie Jr ainda era pequeno, ele adorava sair para pas-
sear comigo. Mesmo quando tinha quatro ou cinco anos, ele sentava eu-
fórico no banco de passageiro, ainda que fosse para um breve passeio. Ao
relembrar isso, acho interessante que em nenhum momento ele me pergun-
tava: “Papai, você colocou bastante gasolina no carro?” , ou “Papai, você
está com dinheiro?” ou “ Papai, você sabe mesmo para onde estamos indo?”
Meu filho não precisava me fazer essas perguntas; ele segurava na minha
mão e aquilo era o bastante. Ele estava pronto para sair, porque confiava
118 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

em mim e sabia que, estando comigo, suas necessidades seriam supridas.


Mesmo sendo um refrigerante da loja de conveniência do posto ou um lan-
che de algum fa st fo o d , ele sabia que não passaria fome no nosso passeio.
Se precisasse de um banheiro, eu encontraria um. E ele podia confiar que
seu pai saberia o caminho de volta para casa na hora de voltar.
Não posso prever seu futuro, mas posso afirmar uma coisa: com o cris-
tão, o que te espera na eternidade é maravilhoso e você não precisa temer.

E ncarando S uas P róprias F ortalezas do M edo


Se você sente algum medo descontrolado, como medo de um anim al, do
escuro, de multidões, da escassez, de certos lugares ou de certas horas do
dia, saiba que esses medos irão persistir. Você precisa tratá-los. 1 Pedro
3:14 diz: “ Se padecerdes por am or da justiça, sois bem -aventurados. E
não temais com medo deles, nem vos turbeis” . Já 2 Timóteo 1:7 nos revela
“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor,
e de moderação” . A Bíblia nos fala que o medo precisa ser eliminado.
O medo atrai os demônios.

E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para nós. Deus é
amor; e aquele que habita em amor, habita em Deus, e Deus nele. Nisto
o nosso amor é aperfeiçoado, para que tenhamos ousadia no dia do jul-
gamento; porque, como ele é, assim somos nós também neste mundo.
- 1 J o ã o 4:16-17

O versículo 18 diz ainda: “Não há temor no amor, mas o amor perfeito


lança fora o m edo” . Esse tipo de espírito não vai embora tão facilm ente.
Você pode tomar tantos tranquilizantes e calmantes quanto quiser, e pode
até se embriagar, fumar, tomar pílulas para dormir, ir ao cinema ou ao tea-
tro para esquecer seu medo temporariamente. Mas quando você acordar, ou
retomar a sobriedade, ele estará diante de você novamente.

L egiões A ssustadoras do M edo


Ao envolver-se com o espírito do m edo, ele traz consigo seus compa-
nheiros atormentadores. O medo nunca vem sozinho, e seu maior amigo
A E s t r a t é g ia d o M e d o 119

é o torm ento. O tormento envolve noites mal dorm idas, ou a desconfian-


ça de que seu marido está sendo infiel, quando na verdade ele não está, ou
a dificuldade de falar a verdade. Essas são apenas algumas formas de ser
atormentado.
O medo e o tormento chegam até você por meio dos maus relacionamen-
tos. Algumas pessoas talvez alimentem o medo por causa de algo que acon-
teceu no passado e que nunca ficou resolvido. Em Mateus 18, Jesus contou
a parábola de um homem que havia perdoado alguém que lhe devia muito
dinheiro. Entretanto, o homem que fora perdoado se lembrou de alguém
que também lhe devia uma pequena quantidade de dinheiro, mas ele não
perdoou a pequena dívida e molestou seu devedor.
Q uando o m estre soube do ocorrido, ele cham ou o homem que havia
perdoado e perguntou: ‘“ Servo perverso, perdoei-te toda aquela dívida,
porque tu me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu
conservo, como eu tam bém tive m isericórdia de ti? ’ E, indignado, o seu
senhor o entregou aos atorm entadores, até que ele pagasse tudo o que lhe
devia” (Mt 18:32-34). A história term ina com um alerta: “Assim também
meu Pai celeste fará convosco, se de coração não perdoardes cada um as
ofensas do seu irm ão” (v.35).
A razão para algumas pessoas viverem atorm entadas pelo medo é por-
que algo lhes aconteceu no passado. Talvez elas tenham sido machucadas
ou tenham sofrido algum tipo de abuso. Você pode estar prostrado ou so-
frendo pela rejeição de alguém que é importante. Ou talvez se trate de uma
agressão física ou verbal, mas em qualquer um desses casos você pode estar
sendo atormentado porque não conseguiu se livrar da dor e perdoar aque-
le que te feriu.
Qual é o objetivo da parábola do servo impiedoso? É nos mostrar que
Deus conhece o coração. Ele está olhando para você e está dizendo que
conhece todos os seus pensam entos e suas ações. Ele enviou Seu Filho
ao Calvário para derramar Seu sangue e perdoar todas as nossas dívidas.
Portanto, não importa quem te magoou ou qual é a profundidade das suas
feridas - ou se aquela pessoa se desculpou ou não por ter feito o que fez
pois assim como o servo, você deve perdoar. Senão, você estará preso a
120 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIOS

ela por toda a sua vida, e demônios atormentadores tirarão o seu sono e a
sua paz.
Eu não tenho nenhuma solução rápida e fácil para você. É preciso sim-
plesm ente aprender a lidar com as suas m ágoas. Talvez você tenha se
ajoelhado centenas de vezes diante do altar, mas seu alívio foi passageiro
porque você agarrou aquele problema e o levou consigo quando saiu pela
porta. Pouco tempo depois, alguém disse algo que te magoou e logo toda
aquela angústia estava de volta. O medo e o torm ento aparecem quando
você não consegue perdoar. Eu estava pregando em uma série de encontros
quando uma moça me pediu que orasse por ela. O Espírito Santo revelou-
-me imediatamente qual era a necessidade daquela jovem e me instruiu a
dizer: “Você tem que perdoar seu pai” . Ela abaixou a cabeça, se ajoelhou e
disse: “Não!” . Não era ela que dizia aquilo. Era um espírito atorm entador
que estava dominando sua vida há vinte e dois anos. Toda sua com posição,
sua beleza e seu dinheiro (muito dinheiro) não a ajudaram, porque ela es-
tava atormentada pelo fato de seu pai ter agido injustamente; e ela nunca
superou aquele trauma.
Deus quer que não somente peçamos perdão, mas que perdoemos aqueles
que agiram de forma errada conosco. Talvez você pense que isso é injusto,
mas o que precisamos na vida não é de justiça - e sim de misericórdia! No
Espírito, vejo Jesus derramar Seu sangue enquanto você lê, e vejo o rom-
per das amarras. Os velhos medos estão desaparecendo, e a nova vida está
surgindo enquanto você segura este livro!

E xpulsando o M edo
Como você pode se livrar desse medo? O apóstolo João deu a resposta
quando escreveu: “o amor perfeito lança fora o medo” (1 João 4:18). Jesus
vive em nossos corações, e Seu perfeito amor está em nós. Cristo derra-
mou o Seu amor por meio do Espírito Santo. Surge a pergunta: “Como se
livrar do medo?” Mandando ele sair! Você deve perdoar aquele que te ma-
goou e dizer: “Agora, seu espírito lamentável e desprezível do m edo, e to-
dos os seus espíritos atormentadores, eu perdoei aqueles que me magoaram.
Você foi vencido. Vá embora!” Eles têm que sair, pois o amor é o antídoto.
Esqueça a dor e agarre-se ao amor de Deus.
A E s t r a t é g ia d o M t d o 121

R etendo a S ua L iberdade
Um a vez liberto do m edo, com se m anter livre? Veja novamente o que
Deus nos diz: “ Porque eu sei os pensam entos que tenho sobre vós, diz
o Senhor, pensam entos de paz, e não de m al, para vos dar o fim que es-
perais” (Jr 29:11). Imagine Deus pensando em nós; isso me apavora um
pouco. M esm o quando você não está pensando nele, Ele está pensando
em você. Seus pensam entos não são m aliciosos ou intolerantes, mas são
pensam entos de paz. Shalom em hebraico não significa apenas “bons sen-
tim entos” , mas também significa “prosperidade” . Quando Jeremias escre-
veu isso, ele o fez para o povo que estava cativo na Babilônia há setenta
anos. M uitos não viveríam o suficiente para voltar para suas casas. Eles
estavam indo para um lugar desconhecido, e era um lugar a ser temido.
M as Deus queria fazê-los saber que a esperança os aguardava no futuro.

V iva em L iberdade
Como viver diante de tamanha agitação? Como viver em esperança e não te-
mer, mesmo quando algumas coisas em sua vida parecem estar fora de controle?

Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, para todos que
foram levados cativos, que eu deportei de Jerusalém para Babilônia:
Constrói casas, e habitai nelas, e plantai jardins, e comei o seu fruto.
Tomai vós esposas e gerai filhos e filhas, e tomai esposas para vossos
filhos, e dai vossas filhas para maridos, para que possam dar à luz fi-
Ihos e filhas, multiplicai-vos ali e não vos diminuais. E buscai a paz
da cidade, para onde eu vos fiz transportar em cativeiro, e orai ao
Senhor por ela, porque na sua paz, vós tereis paz.
- J e r e m ia s 29:4-7

Deixe-me apresentar outro antídoto para o medo: aproveite o que Deus con-
cedeu a você e não se sinta culpado por isso. Talvez, ao comprar alguma coisa
nova, você sinta a necessidade de se explicar para as outras pessoas. Pode ser que
você tenha receio de que elas pensem: “Poxa, como ele é pretensioso. Olha quan-
ta extravagância!” . Mas Deus disse: “Aproveite a benção que eu te concedi” .
122 E N T E N D E N D O ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL o a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

I gnore os C omentários N egativos


Não escute as pessoas negativas. “ Porque assim diz o Senhor dos
Exércitos, o Deus de Israel: ‘Não vos engane os vossos profetas, e vossos
adivinhadores, que estão no meio de vós, nem escutai os vossos sonhos, os
quais vós induzis para que sejam sonhados. Porque eles vos profetizam fal-
samente em meu nome; eu não os enviei, diz o Senhor” ’. (Jr 29:8-9)
Quando Deus te dá um sonho, quase sempre aparece alguém com um dis-
curso desanimador sobre ele! Uma boa maneira de vislumbrar o futuro com
esperança é buscar o que Deus quer para sua vida, ouvir a Sua voz, e acre-
ditar no seu sonho. Ignore os destruidores de sonhos!

C onfie na B oa P alavra de D eus


Para manter o medo longe, você precisa firmar sua esperança na Palavra
de Deus. Jeremias 29:10 prometeu: “Porque assim diz o Senhor: ‘Após se
completarem setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei e cumprirei a mi-
nha boa palavra em vós, fazendo-vos retom ar para este lugar” ’. Demorou
setenta anos para que o sonho de Israel se realizasse, mas Deus cumpriu a
promessa que havia feito.
Você precisa parar de temer o que a sua família e os outros pensam, e para
isso não é preciso ser grosseiro. Segure firme em Suas promessas e diga
para si mesmo: “Eu não me preocupo se as outras pessoas são negativas em
relação ao meu sonho - Deus tem a palavra!”

D eus S e R evela D iariamente

Com certeza, eu não rendo m uito de m anhã, mas m inha esposa e eu


traçamos uma rotina. Paulette me chama: “Querido, o café está pronto” .
Aproximadamente às 6:30 da manhã, com a xícara de café na mão, nós nos
sentamos em frente à TV e assistimos juntos a um dos nossos programas
devocionais favoritos. Em cinco minutos de transmissão, estou pronto para
atacar o inferno!
Com o m antem os viva a esperança? A creditando que cada am anhã é
um presente de Deus. Quando você acordar amanhã, ainda que seja uma
A E s t r a t é g ia d o M k d o 123

segunda-feira, abra seus olhos e diga: “Bom dia, Senhor. Como vai você?
O que faremos hoje, Senhor?’’. Ainda que vá para o seu trabalho secular,
você está a serviço de Deus, que sabe todas as coisas e tem um plano para
nossas vidas.
Além disso, você verá que a oração afasta o medo. Leia Jeremias 29:12
“Então me invocarei, e ireis,e orareis a m im ,e eu vos escutarei” . Primeiro
Ele disse: “Estou pensando em você!” E agora Ele diz: “Eu te escutarei!” .
Temos que alim entar nossa paixão por Deus. Veja o que diz Jerem ias
29:13: “E vós buscar-m e-eis, e me encontrareis, quando vós procurardes
por mim com todo o vosso coração” . O versículo 14 nos diz que Deus é o
Deus da esperança. Ele diz: “E eu serei encontrado de vós” . Pode parecer
que Deus está brincando de esconde-esconde com você, mas no final Ele
dirá: “Eu estou aqui! Se você me buscar de todo o seu coração, você irá me
encontrar” . Nessa busca constante pela glória de Deus, você perceberá que
Ele está presente em todas as circunstâncias da sua vida.
Eu costum o dizer para Paulette que nosso namoro começou assim: eu
corri atrás dela até ela me pegar! É confortante saber que você irá procurar
Deus até Ele te pegar. O amor perfeito afasta o medo, e um futuro feliz e
confiante pode ser seu.
Agora mesmo você pode pedir para Deus acrescentar o que falta em sua
vida. O medo está prestes a ser dissipado para sempre:

Em nome de Jesus, eu ordeno que o espírito do medo se revele e ordeno


que ele solte suas amarras pelo poder da Palavra de Deus. Eu te coloco
diante do Senhor Jesus, que disse: ‘‘Não temas"; cujo nascimento anun-
ciou a chegada de um novo tempo. Ordeno que seu poder seja quebra-
do e que você saia pelo nome que está acima de todos os nomes. Agora,
Espírito Santo, venha substituir o medo por frutos - amor, alegria, paz,
longanimidade, brandura, bondade, mansidão e domínio próprio. Venha,
em plenitude de poder. Concede-nos a paz de Deus e uma mente sã. Vem,
Jeová, e toca minha vida. Em nome de Jesus, amém.
copítuío

A E stratégia da D epressão

xiste cura definitiva para a depressão? As estatísticas revelam que um


E grande número de americanos espera por uma cura rápida. Em 2001,
estimou-se que vinte e oito milhões de americanos tomavam antidepressi-
vos. Alguns estudos revelam que pelo menos um em cada quatro ameri-
canos toma medicamentos para tratamento psiquiátrico, mas especialistas
acreditam que esse número ainda é baixo.1
Nosso Senhor Jesus, quando começou Seu ministério, sabia em que tipo
de mundo Ele estava. Seu prim eiro serm ão foi pregado na passagem de
Isaías 61. Jesus começou Seu ministério dizendo:

O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor tem me


ungido para pregar boas novas ao pobre. Ele tem me enviado para
atar as feridas do dilacerado, para proclamar liberdade aos cativos
e a abertura da prisão para aqueles que estão encarcerados. Para
proclamar o ano aceitável do Senhor, e o dia da vingança do nosso
Deus, para confortar todos que pranteiam. Para nomear aqueles que
pranteiam em Sião, para dar-lhes beleza em lugar de cinzas, o óleo
de alegria em lugar de pranto, a veste de louvor em lugar de espírito
de opressão, para que eles possam ser chamados árvores de justiça,
a plantação do Senhor, para que ele possa ser glorificado.
- I s a ía s 61:1-3

Nessa passagem, vemos literalmente o libertador proclam ando liberta-


ção. Eis a voz do salvador emitindo o chamado à liberdade ao seu espírito!
Então, por que, a depressão é considerada o maior problema dos cristãos
professos na América?
A E s t r a t é g ia d a D e p r e s s ã o 125

Ter depressão significa estar abatido - com um sentimento de desânimo


e de desesperança. Ela pode afetar o corpo e pode causar uma intensa sen-
sação de fadiga que se abate sobre a pessoa. Na verdade, existem estudos
que comprovam que muitos problemas psicológicos, bem como algumas
doenças relacionadas à fadiga, são consequências da depressão.
A Bíblia não chama isso de depressão, mas sim de espírito da opressão.
Há um demônio envolvido, e Davi o chamou de “ser decaído” . A depres-
são é um estado de lamento em sua vida; é um peso de opressão mediante
as circunstâncias. Você fica sujeito às circunstâncias da sua vida.

P ortas A bertas para a D epressão


M uitas coisas podem deixar a sua vida aberta para o espírito da depres-
são. Observemos brevemente algumas delas.

As circunstâncias
Em Isaías 61, Jesus disse que veio “para pregar boas novas” Uma causa
óbvia da depressão são as circunstâncias negativas, ou más notícias. Johnny
Cash cantava uma música sobre as más notícias se propagando como fogo
descontrolado; na verdade, na letra da música ele diz que as pessoas o cha-
mavam de “Fogo Selvagem” .
Assim também acontece com o diabo - ele ficaria satisfeito por ser cha-
mado de “Velho Fogo Selvagem” ! Mas Jesus não é assim, pois Ele não veio
para nos dar más notícias. Até mesmo a palavra evangelho significa “boas-
-novas” . Jesus veio anunciar que a noite escura passou. Ele veio te liber-
tar! M uitos de vocês convivem com o espírito da opressão por causa das
circunstâncias negativas que têm afetado sua vida.

As doenças
Além das circunstâncias, doenças físicas e mentais também podem te le-
var à depressão. Se você está doente fisicamente há muito tempo, isso pode
atrair um espírito de depressão. As despesas com os tratamentos médicos
também são circunstâncias negativas, assim como distúrbios mentais po-
dem ser uma das causas de uma alma deprimida. Entretanto, é importante
lem brar que nem todos os problemas mentais são causados por demônios.
126 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e ‫ ״‬AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

Os padrões de pensamento
Às vezes, pensamentos equivocados dominam a sua vida, e fica difícil vê-
-la pelas lentes claras da realidade. Você enxerga pelos óculos escuros das
suas próprias circunstâncias, e tudo e todos parecem escurecidos pelas suas
próprias experiências. Por isso que, ocasionalmente, a filha de um homem
adúltero e infiel acha que todos os homens são adúlteros e infiéis. É hora
de se livrar dos velhos óculos do passado.

As cadeias do vício
A servidão demoníaca e os vícios podem te aprisionar. Isaías 61 nos diz que
Jesus veio proclamar libertação aos cativos. Deus não quer que você viva de-
primido como prisioneiro do inimigo. Ele veio consolar aqueles que choram.

A rejeição
A rejeição pode manter você profundamente deprimido. Se me perm ite,
eu gostaria de parafrasear Isaías 61:2 da seguinte maneira: “E ele veio para
declarar o ano da aceitação do Senhor” . Jesus veio para dizer que Deus não
te rejeitou, mas que você fez isso com Ele. Cristo veio para que você fosse
aceito. Talvez você esteja deprimido porque o inimigo da rejeição te aco-
meteu, e você acreditou no que o diabo disse sobre a sua vida. Mas vou te
revelar um segredo: Deus te ama do jeito que você é!

As mortes e perdas
Talvez você esteja deprimido porque perdeu alguém. Saiba que Jesus afir-
mou ter vindo para confortar todos aqueles que choram em Sião. Ele veio
com o óleo da alegria.
Entenda isso: não há nada de errado em chorar por um motivo verdadei-
ro. Se alguém da sua fam ília faleceu, você não está possuído pelo demô-
nio, nem demonizado só por estar triste pela perda. É natural sentir tristeza
quando alguém morre. Às vezes, as pessoas bem-intencionadas tentam con-
fortar aqueles que perderam um companheiro ou alguém amado dizendo:
“Bem, Jesus sabe todas as coisas. Sinta-se abençoado por saber que ele(a)
está no céu.” Embora essa palavra seja verdadeira, no momento do pran-
to você não se sente abençoado. Leva tempo para alguém superar a perda.
A E s t r a t é g ia d a D e p r e s s ã o 127

Quando meu pai morreu, minha mãe levou bastante tempo para se ajustar à
nova realidade. Ela amava Jesus de todo o seu coração, mas na terra meu pai
era a sua base forte. Ela passava até as meias dele! Ela o amava, e ele a ama-
va. Quando ele partiu, minha mãe não sabia o que fazer. Ela tentou arrumar
um emprego que servisse como escape, mas só trabalhou no primeiro dia.
Cada um deve ter seu tempo para passar pelas fases do luto. Entretanto,
se depois de um ano da perda você ainda estiver pranteando, é hora de re-
tirar as vestes de pranto e colocar as vestes de louvor. Não permita que o
inimigo te arraste a uma depressão sombria.

A falta de direção
Você pode estar deprimido porque sua vida está sem direção. Em Isaías
61:3, lemos: “Para nomear aqueles que pranteiam em Sião” . Ordenar é a
mesma palavra usada para coroar um rei. Saiba que Deus tem um lugar para
você. Se você se entregar a Ele, deixando-o acabar com a depressão em sua
vida, O Senhor Todo-poderoso te colocará em Seu trono. Quando você está
no centro da Sua vontade, na Sua direção, o motivo da depressão desaparece!

Fracasso
Jesus disse: “para dar-lhes beleza em lugar de cinzas” (Is 61:3). Deus
espera que você coloque os seus fracassos diante dele. Se você acreditar
em C risto, Ele pode usar seus fracassos muito mais do que jam ais usou
os seus sucessos. Bill e Glória Gaither escreveram a canção “Something
Beautiful” , que fala sobre Deus tomando os nossos fracassos e os transfor-
mando em algo belo. Procure essa música e escute-a; ela irá te abençoar
tanto quanto abençoou a mim.
Talvez você esteja se sentindo fracassado. Embrulhe o seu fracasso e le-
ve-o até Jesus, pois Ele sabe despertar os sonhos e visões que estão morti-
ficados. Ele pode trazer vida das cinzas.

A perda de intimidade com Deus


Talvez você esteja deprim ido porque perdeu a intim idade com Deus.
Jesus disse que nos daria “veste de louvor em lugar de espírito de opres-
são” (Is 61:3). Você percebe que perdeu a intimidade com Deus quando
128 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL 0 a AÇAO DOS D EM O NIOS

não O adora mais. Louve ao Senhor não apenas quando as coisas estiverem
bem, mas também quando tudo der errado! Quando você não tiver vontade
de cantar, cante, pois é hora de cantar.
Os carcereiros espancaram Paulo e Silas quase até a morte à meia-noite.
O que faz alguém , açoitado quase até a morte, à m eia-noite, em uma ca-
deia? Amaldiçoa os carcereiros? As Escrituras nos dizem que à meia-noite,
eles começaram a cantar, e Deus se manifestou e os exaltou. Talvez você
esteja se sentindo agredido e encarcerado, mas é hora de cantar.

Os S in to m a s da D epressão
Em Salmos 42 e 43, vemos uma imagem clara do que é estar deprimido.

Correndo em pânico
“Como o cervo suspira pelos ribeiros das águas, assim minha alma suspi-
ra por ti, ó Deus” (SI 42:1). Eis um animal que está sendo caçado. A depres-
são às vezes faz você se sentir perseguido por algo. Você está tão cansado
de fugir do que te causa medo que fica sem saber para onde ir. Esse é um
dos sintomas. Davi está falando do seu espírito abatido. Ele disse: “Sinto-
me como um cervo, e o caçador está bem atrás de mim” .

Insatisfação
Sua alma pode estar sedenta e insatisfeita: “M inha alm a tem sede de
Deus, do Deus vivo; quando virei e aparecerei diante de Deus?” (SI 42:2).
Jesus disse no sermão do monte: “Abençoados são os que têm fome e sede
de justiça, porque eles serão saciados” (Mt 5:6). Fico muito animado quan-
do visito uma igreja e sinto que eles têm esse tipo de fome e sede. Eles não
sabem tudo, e suas almas estão clamando. Eles não estão satisfeitos onde
estão. A depressão te deixará sedento e levará você a dizer: “ Senhor, eu te-
nho que sair dessa, pois não aguento mais. Não importam as consequên-
cias. Estou com sede de Ti, Deus. Preciso da Tua presença em minha vida” .

Emoções instáveis
“M inhas lágrimas têm sido o meu alim ento dia e noite, enquanto eles
continuamente dizem para mim: Onde está o teu Deus?” (SI 42:3). Muitas
A E s t r a t é g ia d a D e p r e s s ã o 129

perguntas são feitas ao cristão que sofre de depressão: “Pensei que você
fosse cristão. Achei que você recebesse socorro. Pensei que você sabia algo
sobre Deus. O que há de errado com você?” .
Falo como alguém que sofreu de depressão por doze anos. Grande parte
do motivo por isso ter acontecido era o trabalho árduo diário do ministério.
Cheguei a um ponto em que eu não acreditava em ninguém, não queria ouvir
ninguém e não confiava em ninguém. Eu sei o que é ter vontade de desistir.
Eu sei o que é encharcar o travesseiro com lágrimas todas as noites, mas ain-
da ter que levantar e sorrir do púlpito, quando tudo em você está destroçado.
Também sei o que é ter vontade de morrer. Quando ainda muito jovem ,
aos catorze anos, eu fiquei de pé nos trilhos de um trem e disse a Deus:
“ Não quero mais viver. Deixe o trem me atropelar ou dá-me coragem para
pular” . Mas eu ouvi uma voz naquele trilho. Um amigo estava lá, e ele não
veio censurar a minha depressão. Ele simplesmente me puxou dali. Eu sei
como é difícil lutar contra aquelas emoções instáveis “ levando cativo todo
o entendim ento” .

Sentindo-se abandonado
Você já se pegou clamando: “ Deus, eu não sei onde estás; estou procuran-
do, mas não consigo Te encontrar?” . Bem vindo ao mundo real. Até Jesus
clamou “meu Deus, Deus meu, por que tu me abandonaste?” (Mt 27:46).
Estou falando do filho de Deus. Claro que Deus não tinha abandonado
Seu Filho, mas até mesmo Jesus, quando levou os nossos pecados e bebeu
do nosso cálice, sentiu o peso da opressão; e por um momento, Ele sentiu
como se Deus O tivesse abandonado.
Davi tam bém se sentia distante de Deus às vezes. O Livro de Salmos
é cheio de clamores: “ Deus, onde estás? Esqueceste de mim? Sou Davi,
Senhor. Estou aqui e meus inimigos me cercam. Estou doente; Senhor, não
sei o que fazer” . Por favor, entenda que a Bíblia não está cheia de “super-
-santos”; os heróis bíblicos são pessoas comuns, como eu e você.

Sentindo-se sobrecarregado
“Por que estás tu abatida, ó minha alma? E por que estás tu inquieta den-
tro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pelo socorro do seu
130 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DO S DEM Ô NIOS

semblante... Um abismo chama a outro abismo ao barulho de tuas quedas


d ’água; todas as tuas ondas e tuas vagas estão sobre mim” (SI 42:5,7). Você
já sentiu como se estivesse se afogando, mas sem estar se afogando? Você
não está completamente submerso, mas também não consegue manter a ca-
beça fora da água. E isso que acontece com quem está deprimido.

Opressão
“Eu direi a Deus, minha rocha: ‘Por que te esqueceste de mim? Por que
sigo pranteando por causa da opressão do meu inim igo?” ’ (SI 42:9). O
diabo não causa depressão. Ao perm itir que as circunstâncias da vida te
afastem de Deus, ao deixar de adorá-Lo e ao abandonar a igreja, você fica
suscetível a esse espírito. O versículo 4 nos diz: “Quando eu me lem bro
destas coisas, derramo minha alma em mim, pois eu havia ido com a mui-
tidão; eu fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a
multidão que guardava o dia santo” . É comum reagirmos assim sob pres-
são; o local de que mais precisamos é o local que evitamos.

Seu caminho para a cura


Para ser curado da depressão, você precisa sentir o mover revigorante do
Espírito Santo em sua vida! Isaías 61:1 mostra como Jesus Se aproxima do
deprimido, escravizado e quebrantado: “O Espírito do Senhor Deus está
sobre mim, porque o Senhor tem me ungido...” Jesus trouxe a unção - uma
unção que quebra o jugo, desfaz a depressão, revigora e anuncia a liberda-
de. Tudo o que você precisa fazer é pedir para Ele conceder a Sua unção.
Então, busque a palavra revigorante do Senhor. Ele diz: “Por ele, portan-
to, ofereçamos sempre sacrifício de louvor a Deus continuamente, isto é, o
fruto dos nossos lábios dando graças ao seu nome” (Hb 13:15). Lembre-se,
Jesus nos instrui a usar vestes de louvor. Não tenha medo de deixar Deus
fazer mudanças na sua vida de adoração. Talvez você diga: “ Bem, pastor
Phillips, vou apenas adorá-Lo no meu coração” . Tenho certeza de que, ao
acordar amanhã às 6:00, independentemente do quanto esteja cansado, você
vai se vestir para o trabalho! Você não pode chegar ao trabalho despido, di-
zendo, “Não estava com vontade de me vestir; pensei que eu pudesse dei-
xar de fazer isso hoje!” Se Deus disse: “que se lhes dê vestes de louvor” ,
A E s t r a t é g ia d a D e p r e s s ã o 131

você deve vesti-las, querendo ou não, ainda que seu coração esteja sofren-
do. Talvez você tenha passado por uma experiência extremamente doloro-
sa, mas clame ao Senhor mesmo assim!
O diabo não tem poder sobre o sangue derramado na cruz. Satanás não
pode invalidar a ressurreição de Cristo nem pode te isentar da salvação.
Declare juntam ente com Jó: “Ainda que ele me mate, contudo eu confiarei
nele” (Jó 13:15). “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que ele se le-
vantará no último dia sobre a terra” (Jó 19:25).
O demônio da depressão precisa ser extirpado, ou seu impacto será de-
vastador. Se um pai deprimido não tomar essas providências para se recu-
perar, o espírito da depressão afetará sua esposa e filhos, assim como uma
avó podería afetar seus netos. É melhor se livrar dele.
Eu costum ava lutar contra o espírito da depressão todo o Natal por causa
das dificuldades na minha infância. As memórias me assombravam todos
os anos, e eu me afastava dos amigos e da fam ília enquanto todos come-
moravam o nascimento de Jesus, mas Deus usou meus filhos para me tirar
daquele surto periódico de depressão. Eu te aconselho a ficar vigilante e
atento a esses surtos.
Os demônios não podem possuir os cristãos, mas eles podem atormentar,
oprim ir e deprim i-los, vivendo como ratos e baratas. Você precisa expul-
sá-los. Não me livrei deles dizendo: “Bem, eu lamento por vocês estarem
aqui” . Eu tive que dizer para onde eles deveríam ir: “Espíritos da depres-
são, saiam da minha vida!” . E pelo poder e pelo sangue de Jesus, os espí-
ritos fogem !
capítuío

A E stratégia da A flição

ucas nos conta a história de uma mulher, uma filha de Deus, que so-
L freu com um ataque de Satanás sobre seu corpo físico:

E ele ensinava em uma das sinagogas no shabat. E eis que estava ali
uma mulher que tinha um espírito de enfermidade fazia dezoito anos;
e estava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se. E, ven-
do-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, tu estás liberta da tua
enfermidade. E ele impôs suas mãos sobre ela; e imediatamente ela se
endireitou, e glorificava a Deus. E o governante da sinagoga respondeu
com indignação, porque Jesus havia curado no dia do shabat, e disse
à multidão: Seis dias há em que o homem deve trabalhar; nestes, pois,
vinde para serdes curados, e não no dia do shabat. O Senhor respon-
deu-lhe, e disse: Hipócritas! No shabat não solta da manjedoura cada
um de vós o seu boi ou jumento, e não o leva para beber água? E não de-
via esta mulher, sendo filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás
havia prendido, ser solta desta prisão no dia do shabat? E, dizendo ele
estas coisas, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e todo o
povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele.
- L ucas 13:10-17

Aquela mulher tinha todos os sintomas de uma pessoa aleijada, mas Jesus
diz, claramente, que o próprio Satanás a manteve presa por dezoito anos.
Satanás era o culpado por ter transformado a vida daquela mulher em um
verdadeiro inferno.
O passado daquela mulher revelava que ela era uma cristã justa e temente
a Deus. Ela frequentava a igreja assiduamente, e estava na sinagoga onde
A E s t r a t é c ia d a A f l iç ã o 133

Jesus ensinava. Ela era de boa família - “filha de Abraão” , diz a passagem.
Mas como filha, ela vivia aquém dos seus direitos.
Embora alguns garantam que o inimigo não pode afetar os cristãos, ve-
mos claramente que aquela mulher era uma cristã fiel, e ainda assim ela es-
tava quase inválida por causa da sua condição.
O versículo 16 nos diz que a filha de Abraão estava “presa” por Satanás.
Em grego, a palavra presa significa “atada por correntes” ou “mantida por
obrigação” . Ela estava casada com a sua doença, e se via aprisionada e in-
capacitada por aquela enfermidade, sujeitando-se à sua autoridade. Um es-
pírito de enfermidade enviado por Satanás causou aquela escravidão.
Aquela pobre mulher não conseguia agir e trabalhar devido à sua condi-
ção física. Podemos imaginar suas dificuldades para ser uma esposa e mãe
eficiente. Satanás queria impedi-la de ser e fazer tudo o que ela podería
para o reino de Deus.
As autoridades médicas estão plenamente conscientes hoje de que muitas
doenças físicas são resultado de uma mente enferma. As pessoas apresen-
tam muitos sintomas diferentes, mas não se pode identificar a doença ou a
causa do problema físico.
A mulher da passagem bíblica não recebeu ajuda da sua igreja. Ela volta-
va semana após semana, mas eles pareciam não poder ajudá-la. E quando
Jesus a tocou e a curou, os líderes da igreja O criticaram porque, segundo
eles, ele não agiu de modo aceitável.
Mas a cura estava a caminho! “E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe:
‘Mulher, tu estás liberta da tua enferm idade’. E ele impôs suas mãos sobre
ela; e imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus” (Lc 13:12,13).
Eu creio que toda doença causada por um espírito de enfermidade pode
ser curada pela libertação. O relato de Lucas sobre o m inistério de cura
de Jesus nos dá fortes indícios disso; ele escreveu: “Como Deus ungiu a
Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder; o qual andava fazendo
o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus estava com
ele” (At 10:38).
A declaração de Lucas nos diz muitas coisas sobre Jesus. Primeiramente,
Ele operava sob a unção do Espírito Santo. O mesmo Espírito Santo pode
nos equipar, dar poder e capacitar nos dias de hoje!
134 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

Em segundo lugar, a unção do Espírito Santo é liberada para fazer bem.


O ministério de libertação tem a função de libertar vidas, e deve fazer par-
te de todas as igrejas. Muitas congregações têm substituído atividades re-
ligiosas mortas pelo poder do Espírito Santo.
Em terceiro lugar, as doenças podem ser causadas ou pioradas pelo dia-
bo. Não tenha dúvidas: o inimigo da sua alma deseja tom ar você ineficaz,
assim como fez com a mulher em Lucas 13. Essas enfermidades desapare-
cerão quando o poder do inimigo for invalidado.
Ao escolher uma igreja para congregar, você precisa ver se existe uma
atuação autêntica do reino de Deus naquele lugar. Jesus disse: “M as, se eu
expulso os demônios pelo Espírito de Deus, então o reino de Deus é che-
gado a vós” (Mt 12:28). Quando enfrentamos as forças das trevas e vence-
mos, fica evidente que Deus estendeu o Seu domínio e reina sobre a igreja.
Sua palavra nos revela outros exemplos de espíritos enfermos:

E ali estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo;


e ele gritava, dizendo: Deixe-nos sozinhos; o que temos nós contigo,
Jesus de Nazaré? Vieste destruir-nos? Eu sei quem tu és: o Santo de
Deus. Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. Então o
espírito imundo, convulsionando-o, e gritando em alta voz, saiu dele.
- M arcos 1:23-26

Vemos ainda outro registro no evangelho de Lucas:

E, eis que um homem da multidão gritou, dizendo: Mestre, eu te su-


plico que olhes para meu füho, porque ele é meu único filho. Eis que
um espírito o toma, e ele de repente grita; e ele toma-o até ele es-
pumar novamente, e com dificuldade o abandona, ferindo-o. E eu
pedi aos teus discípulos que o expulsassem, e eles não puderam. E,
respondendo Jesus, disse: O geração incrédula e perversa! Até quan-
do eu estarei contigo e vos suportarei? Traze-me aqui o teu filho. E,
quando ele se aproximava, o demônio o derrubou e o agitou. E Jesus
repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou nova-
mente ao seu pai.
- L ucas 9:38-42
A E s t r a t é g ia d a A f l iç ã o 135

Os espíritos de enfermidade e impureza, e os espíritos surdos e mudos, se


manifestam por meio de doenças.

P a s s o s para a C u r a L ibertadora
Os cristãos podem ser curados, especialm ente quando suas enfermida-
des são causadas por ataques ou por cadeias satânicas. São necessárias sete
medidas para a cura.

1. Tenha um claro parecer médico. Certifique-se de que seu pro-


blema não é originalm ente físico. Eu conheci um homem que
sofria de depressão, e os antidepressivos pareciam lhe causar
efeito contrário; sua depressão só aumentava. Ao se consultar
com um médico, ele descobriu que tinha diabetes! Quando a sua
taxa de açúcar foi controlada, sua depressão se foi! Se procedi-
m entos m édicos e exames não indicarem anorm alidades ou a
causa do problema, então siga os passos para a libertação. Deve-
se agir da mesma forma se o médico fizer o diagnóstico, mas não
conseguir encontrar a cura; passe pelo processo de libertação.

2. Esteja bem com Deus. Todos os pecados devem ser confessa-


dos e colocados sob o sangue de Jesus. Qualquer pecado escon-
dido dará um local para o inimigo se esconder em seu corpo.

3. Encha-se com o Espírito Santo. Sujeite-se ao Espírito Santo


para um preenchim ento revigorante, e certifique-se de que os
que te auxiliam na libertação tenham feito o mesmo.

4. Vista a armadura de Deus (Ef 6:10-18). Todo cristão preci-


sa se revestir diariam ente para a batalha, porque Deus disse:
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar
firmes contra as astutas ciladas do diabo” (v.l 1).

5. Ore e declame a Palavra de Deus, principalmente Suas pro-


messas de liberdade e cura. Encontrei dez meios de cura dispo-
níveis nas Escrituras para os cristãos! Deus pode usar qualquer
um deles para lançar cura sobre sua vida:
136 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

(1) a presença do galardão e da unção para curar a igreja ou o


indivíduo (IC o 12:9);
(2) a imposição de mãos por outros cristãos (Mc 16:18);
(3) os presbíteros da igreja orando e ungindo com óleo (Tg 5:14);
(4) ler a Palavra para o doente (Mc 11:23);
(5) concordar em oração com outros cristãos (Mt 18:19-20);
(6) sua própria fé (Mc 11:23);
(7) participar da ceia do Senhor (Lc 22: 14-20);
(8) o nome de Jesus (Jo 14: 13);
(9) orar pelos outros (Jó 42:10);
(10) a fé de outros se movendo em favor da sua cura (Mc 4:40).

6. Mande o espírito de enfermidade sair. Depois de dem ons-


trar sua autoridade, respire fundo até sentir seu corpo e alm a
relaxados.

7. Alegre-se com o seu livramento. A liberdade deve ser mantida


pela caminhada firme com Deus. Os demônios desejam voltar
para o seu hospedeiro; e, se houver espaço, eles voltarão para se
vingar. Volte-se para Deus em adoração e permita que Ele preen-
cha todas as lacunas da sua vida.
copítuío

A E stratégia do E rro

M: 'uitos cristãos não estão andando em liberdade. Antes de revelarmos


.alguns espíritos que estão afligindo a igreja hoje, vamos estabelecer
as fundações.

L em bre - se d o B á sic o

A batalha espiritual envolve alguns procedim entos básicos. Primeiro,


você precisa saber quando é hora de lutar, e deve lutar quando os motivos
forem claros. Quando não houver dúvidas sobre a opressão e os conflitos,
você tem que atuar!
Segundo, use as armas espirituais apropriadas - a oração e a Palavra de
Deus. Ao se afastar da oração e da Palavra de Deus, você provavelmente
será abatido! Aparentemente, você até pode vencer uma luta aqui e outra
ali, mas perderá a guerra espiritual se não estiver armado com a Palavra de
Deus e mergulhado em oração.
Por último, você deve manter o desejo de lutar e de conhecer seu inimigo.
Quando se sabe que o diabo está por trás do conflito, é possível golpeá-lo
com mais força e com muito mais rapidez, livrando-se dele. Muitos estão
lutando contra as pessoas ao nosso redor, mas eles não são o nosso inimigo.
Nunca se esqueça do seu opositor. Senão, você inconscientemente abordará
o primeiro espírito inimigo - o espírito do erro.

R e c o n h e ç a E r r o s e F r u str a ç õ es

Estabelecidas as fundações, você deve seguir em frente para se tomar um


guerreiro perspicaz.
138 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUALe a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne
não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes
que há de vir, e já agora está no mundo. Vós sois de Deus, filhinhos,
e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do
que aquele que está no mundo. Eles são do mundo, por isso falam do
mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece
a Deus nos ouve; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto co-
nhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
- 1 J oão 4:3-6

Esse espírito invasor é possivelmente o que mais escraviza na igreja; não


se trata apenas de um mau hábito. Acreditar em uma mentira, repetir uma
mentira, fazer uma fofoca mentirosa e aceitar uma mentira te deixam à mer-
cê de um demônio chamado espírito do erro. Você deixa sua vida exposta
ao controle do inimigo!
Tenho viajado por igrejas por todo país e encontrado m uitas pessoas.
Espanta-me ver as doutrinas estranhas e alteradas que essas pessoas tei-
mosamente abraçam e seguem. Elas estão escravizadas por uma mentira.
O diabo é um mentiroso, e mentir faz parte da sua natureza. Por isso é
tão importante que o cristão aceite somente a verdade. Dr. Neil Anderson
começa seu maravilhoso best-seller The Bondage Breaker com a seguinte
afirmação: “A liberdade conquistada pelo conflito espiritual e pelo cativei-
ro [guerra espiritual] não é um encontro com o poder; é um encontro com a
verdade” 1. Nós precisamos entender que a maioria das batalhas espirituais
acaba no momento em que o indivíduo abraça a verdade. Por isso é impor-
tante encararmos o fato de que nós estamos engajados em uma guerra, e
que a maior arma do inimigo contra nós é a mentira.

Q u a se , m as N ão T otalmente
Imagine que você seja o controlador de uma estação de trem de última
geração. Seu trabalho é fazer com que os computadores e os horários dos
trens estejam sintonizados. O que seria mais perigoso - um relógio com
atraso de cinco horas ou um relógio com atraso de trinta segundos? Claro
que, se o relógio estivesse atrasado cinco horas, qualquer um dos seus
A E s t r a t é g ia d o E r r o 139

funcionários (e clientes!) notaria o erro, e ele seria ajustado. Entretanto,


um atraso de trinta segundos podería custar a vida de centenas de pessoas
na agitada e lotada estação de embarque!
Algo que se pareça verdadeiro é mais perigoso do que a mentira descara-
da e óbvia. Essa é uma grande verdade no contexto da igreja, tanto na dou-
trina errada quanto no pobre julgamento daqueles que escutam e abraçam
esse erro. Acreditar em algo que é “quase verdade” tem feito muitos cris-
tãos construírem fortalezas do mal em suas vidas.
Paulo diz o seguinte: “Porque, embora andando na carne, não guerreamos
segundo a carne” (2Co 10:3). É muito fácil culparmos algum outro cris-
tão quando temos lutas e conflitos. Entretanto, muito frequentemente seu
problem a é com o inimigo: “Porque não lutamos contra carne e sangue”
(Ef 6:12). Embora percamos muito tempo agitando, lutando, falando, pres-
sionando, reclamando, correndo, discutindo e debatendo sobre os proble-
mas da carne, não estamos lutando uns contra os outros na igreja!
Uma meia verdade é uma mentira; contar parte da história é uma mentira.
Não há nada perigoso demais com Deus: “Destruindo imaginações, e toda
a altivez que se exalta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo
todo o pensamento à obediência de Cristo” (2C0 10:5). Eu creio que toda
barreira na vida de uma pessoa começa com uma mentira.

A R aiz d o E rro
Jesus disse: “Vós sois de vosso pai, o diabo, e quereis satisfazer os desejos
de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não permaneceu na ver-
dade, porque não há verdade nele. Quando ele fala mentira, fala do que lhe
é próprio; porque é um mentiroso, e pai dela” (Jo 8:44). Seja do movimento
Nova Era, do humanismo ou de qualquer outra fonte, os enganos e os erros
provêm de Satanás, que é o pai de todas as mentiras. Não se esqueça disso:
não existe mentira inocente, fofoca inocente ou boato inocente! Essas coisas
abrem portas para o inimigo, e se você participa delas, sua velha natureza
carnal ainda está sendo controlada por Satanás, o pai da mentira.
As palavras de Tiago sobre o uso de nossas línguas são muito fortes:
“Mas a língua nenhum homem pode domar. É um mal indisciplinado, cheio
de veneno m ortal” (Tiago 3:8). É fácil imaginarmos a língua mentirosa
140 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL c>a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

como uma chama do inferno, destruindo tudo o que está em seu caminho!
Na hora em que você põe uma mentira na sua língua e começa a propagá-
-la, sua boca fica “cheia de peçonha mortal” ! Você magoará não somente a
si mesmo, mas também àqueles que estão ao seu redor.
Os cristãos são facilmente sugados pelas meias verdades e doutrinas do
erro. Você consegue identificar alguns desses exemplos na sua vida e nas
suas conversas?

• Velhas lendas e superstições;


• Sextas-feiras treze;
• Não passar embaixo de escadas;
• Pé de coelho “da sorte” ;
• Usar cristais;
• Ler horóscopos;
• Assistir ou ouvir programas de entrevistas ou “reality” shows
(acreditando em tudo sem verificar o que é verdadeiro).

Você não precisa de um pé de coelho nem de um amuleto da sorte para ser


abençoado. “O meu Deus, suprirá todas as vossas necessidades, segundo
as suas riquezas, em glória, por Cristo Jesus” (Fp 4:19). Alguns cristãos se
convenceram de que ler o horóscopo todos os dias é uma prática inocente,
mas isso abre as portas da sua vida para as mentiras do inimigo. Recebemos
um alerta claro que nos instrui dizendo: “Todavia, recusa as fábulas profa-
nas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade” (lT m 4:7).
Outras mentiras crescem cada vez mais em nossa cultura de entreteni-
mento de hoje. Embora diversão seja uma coisa boa, muitos cristãos gastam
o dinheiro do cinema em filmes que contêm conteúdos questionáveis. Com
o passar do tem po, eles acham que esses conteúdos não os deixam mais
tão desconfortáveis quanto antes. A fornicação, a sodomia, a fala vulgar,
a extrema violência... em pouco tempo você será abrandado pela mentira.
E existe também o “ respeitável” pecado da fofoca. Fique atento quan-
do alguém começar uma conversa com “eu não estou fofocando, m as...”
ou “você ouviu falar disso ou daquilo? Eu vou te dizer para que você pos-
sa orar...” . Melhor ficar alerta quando ouvir esse tipo de coisa! Aqui tam-
bém há raízes do espírito do erro. Quando ceder e estimular a fofoca, você
A E s t r a t é g ia d o E r r o 141

estará autom aticam ente entregue a uma fortaleza. Ao ouvi-la de alguém,


você com partilha suas ofensas. E então, você continua a espalhá-la entre
amigos e parentes. As pessoas que começaram a fofoca não estão mais en-
volvidas; mas ela continua sendo propagada por outras pessoas. O que está
acontecendo? Fortalezas - de amargura, raiva, rancor e discórdia - estão
sendo construídas nas mentes e corações de outros ao seu redor!
Então, o que fazer quando uma pessoa chega contando uma história so-
bre alguém que foi injusto com ela? “Querido irmão, M ateus 18 diz que
você deve conversar com alguém que te ofendeu. Tente restaurar a amizade
com aquele irmão ou irmã!” Pela minha experiência, a maioria das pessoas
consegue resolver seus conflitos quando se sentam juntas e tentam. Quando
não há tentativa de reconciliação, todo tipo de rancor e pensamento pode
surgir. A paranoia e o desespero podem crescer.
Todos seremos ofendidos em algum momento. O interessante é que, na
maioria das vezes, não vale a pena se desgastar com as ofensas! Quando um
problem a ou situação te consumir, imagine-se descobrindo que está com
um tumor incurável? O problema ainda seria tão grande e tão surpreenden-
te? Às vezes, quando estamos perto demais, parece que o problema é o fim
do mundo, mas pela perspectiva de Deus, não vale a pena perder a amiza-
de de um irmão!
Se você e seu irmão não resolverem o problema, a Bíblia diz que vocês
devem chamar um amigo em comum para conversar. E se isso não resol-
ver o problema, peça para a igreja intervir no assunto. Até que isso aconte-
ça, ninguém precisa saber do problema, falar sobre ele ou propagá-lo pela
fofoca!

A F o r ç a d o E rro

O erro é uma doença generalizada, e muito do que ouvimos na mídia


não passa de grandes mentiras. Por isso devemos zelar pela verdade, vi-
vendo-a, abraçando-a e pregando-a para aqueles que estão ao nosso redor.
Aqueles que estão presos ao erro normalmente não percebem que estão ata-
dos. Precisamos trazê-los para a luz da verdade. Os que estão crescendo no
Senhor serão capazes de discernir o erro.
142 ENTENDENDO a BATALJ IA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

O espírito do anticristo está agindo em nossa nação. Esse espírito nega


a divindade de Cristo e se coloca contra tudo aquilo em que acreditamos,
alimentando a ilegalidade e o fracasso da sociedade. Humanismo secular é
o nome mais sofisticado que damos para o espírito do erro.
Dr. Bill Bright, falecido diretor da Campus Crusade for Christ, uma vez
disse: “Você já parou para pensar no porquê de nossa sociedade estar fican-
do mais e mais secular e no porquê de as orações e a leitura da Bíblia não
serem mais bem-vindas nas escolas públicas? A religião do hum anismo é
grandemente responsável. Você já se perguntou por que a sociedade hoje
está muito mais tolerante à liberdade sexual, homossexualismo, incesto e
ao aborto? A religião do humanismo é grandemente responsável” .2
Tiago 5:19-20 nos alerta que tal erro leva à morte: “Irmãos, se algum den-
tre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba ele que,
aquele que converte um pecador do erro do seu caminho, salvará da morte
uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados” . No momento em que ne-
gamos uma mentira ou nos recusamos a aceitá-la, estamos lutando contra a
proliferação do pecado. Contudo, se deixarmos a mentira correr, veremos
corpos espiritualmente estirados por todo lugar.
Lembro-me da fábula infantil do escorpião e do sapo. O escorpião pediu
para o sapo carregá-lo até o outro lado do rio. O sapo, relutante, temendo a
picada mortal, tentou educadamente recusar, mas as palavras eloquentes do
escorpião o convenceram. No meio da travessia, o escorpião picou o sapo.
“Por que você fez isso? Agora nós dois iremos morrer!” , exclamou o sapo
sentindo o veneno correr pelo seu corpo. O escorpião respondeu: “Mas mi-
nha natureza é picar” .
A natureza de Satanás é destruir. Talvez você esteja lendo este livro e
já tenha recusado o presente da salvação que Cristo concede livremente.
Talvez você esteja vivendo há anos como cristão mas, no seu interior, você
sabe que nunca passou por uma mudança verdadeira. Se isso acontece com
você, faça essa oração agora:
Senhor, perdoa-me por eu ter acreditado em uma mentira por tanto tempo.
Agora sei que, sem Cristo, estou perdido. Aceito seu sacrifício e ressurrei-
ção como minha única esperança. Aceito a Jesus como Senhor e Salvador
da minha vida. Em nome de Jesus, amém.
A E s t r a t é g ia d o E r r o 143

Outros talvez estejam passando pela tentação oferecida pelo atraente e in-
feccioso erro. Não dê ouvidos a esse escorpião! Permita-se aceitar somente
a verdade. Permaneça na Palavra de vida de Deus e na verdade justa que
ela contém - você pode viver e amar a vida seguindo os princípios desta
verdade! Faça esta oração:
Em nome de Jesus eu amarro o espírito do erro e ordeno que ele saia da
minha mente. Eu recuso todas as mentiras e pensamentos tortuosos que tens
trazido até mim. Eu, aqui e agora, recebo em minha vida o espírito da ver-
dade. Amo você, Jesus, e agradeço por me ajudar a livrar-me das mentiras.
copítuío

A E stratégia da P erversão

Espírito da prostituição e o espírito da perversão normal mente traba-


O lham de mãos dadas, e são demônios que levam o homem à imorali-
dade sexual. Eles odeiam a humanidade e estão atacando os jovens de hoje
com muita força. Na América, esses espíritos têm dominado a mídia de en-
tretenimento em todos os níveis. Nossa nação de jovens idolatra e aplaude
muitos apresentadores de TV que estão demonizados por essas entidades.
Tiger Woods, profissional do golfe e sem dúvida o maior jogador de golfe
que já existiu, era demais. Há não muito tempo, o mundo inteiro o invejava.
Parecia que ele tinha tudo - dinheiro, fama, influência, uma bela mulher e
filhos. Mas após um acidente de carro, descobriu-se que Tiger Woods so-
fria de uma compulsão sexual [N.T.: Tiger Woods sofreu um acidente de
carro logo após uma briga com sua esposa, que descobriu que ele tinha re-
lacionamentos extraconjugaisj. Seu vício lhe custou milhões de dólares de
endosso, e sua popularidade limitou-se ao escândalo recente e às especu-
lações dos tabloides.
Michael Jackson, considerado o rei do pop, morreu em 2009 após uma
década, ou mais, de muitas controvérsias sobre relacionamentos questioná-
veis com crianças. Em uma das petições contra Jackson, as evidências eram
tão alarmantes que ele saiu do tribunal dizendo que não queria ser exposto
publicamente. A exposição aconteceu assim mesmo, e o império de Jackson
desmoronou diante dos nossos olhos.
Ainda assim, o público correu para comprar ingressos para o filme da tur-
nê “This is it” . Mesmo morto, o filme/documentário sobre o último show
fez milhões de dólares, que, claro, são inúteis para Jackson agora.
A estudante universitária americana Amanda Knox foi declarada culpa-
da pelo assassinato de sua colega de quarto na Itália, e condenada a vinte e
A E s t r a t é g ia d a P e r v e r s ã o 145

seis anos de prisão. Ela parecia ter tudo o que uma jovem poderia desejar,
incluindo inteligência e beleza. Após uma noite demoníaca impregnada de
perversão, Knox e seu namorado estupraram e mataram Meredith Kercher.1
A vida de Amanda Knox está acabada, e tudo o que ela pôde fazer ao ou-
vir a sentença foi chorar e lamentar: “Não, não!”2. Mas era tarde demais.
Eu pessoalm ente já vi cemitérios imensos para as vítimas da AIDS em
países do terceiro mundo, comprovando as consequências mortais do trá-
fico com os demônios da perversão. Normalmente as pessoas não esperam
que esse pecado lhes cause problem as, mas no fim elas são aprisionadas
por ele.
Talvez você tenha se sentido em uma zona de conforto quando viu o título
deste capítulo, pensando: “Eu não tenho problemas com pecados sexuais.
Nunca me prostituí nem me relacionei com prostitutas, e eu me mantenho
longe da pornografia e dos romances baratos. Certamente este capítulo não
serve para mim” .
Entretanto o espírito da prostituição tem como problema central a idola-
tria. Tudo o que toma o controle da sua vida pode se tornar um ídolo. Isso
inclui carreira, esporte, uma pessoa, uma causa ou um projeto importan-
te, comida, TV, hobbies ou sexo. 1 Coríntios 6:12 esclarece que: “Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me
são lícitas, mas eu não serei levado sob o poder de nenhuma” . Os que estão
sob o controle da prostituição e perversão têm mais do que simplesmente
um problema sexual; eles sempre têm outras causas enraizadas na mente e
no espírito, o que os levam a essas ações exteriores.

A C riação d o s Í d o l o s

Deus com eça os Dez M andam entos com uma instrução fundamental:
“Não terás outros deuses diante de m im ...eu o Senhor teu Deus, sou um
Deus cium ento” (Êx 20:3,5).
As m anifestações dos espíritos de prostituição e perversão começam
quando você dá prioridade a outras coisas que não ao Senhor. Quando você
dedica seu coração a qualquer coisa que não seja o Senhor Jesus Cristo,
você se prostitui. Você está se vendendo por menos do que o melhor de
146 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIOS

Deus. A Bíblia nos revela muitas razões para que o espírito da prostituição
e da perversão entre na vida de alguém.

Fracasso dos pais


Maus tratos de qualquer forma têm um trágico resultado que pode mais
tarde levar a criança a fazer associações erradas, e que podem perdurar
durante a vida adulta. Por essa razão, vamos definir abuso infantil como:
“qualquer ato recente ou falta de ato por parte dos pais ou dos responsáveis
pela criança que resulte em morte, danos físicos ou emocionais sérios, abu-
so sexual ou exploração; ou um ato ou falta de ato que represente um risco
iminente de dano grave.”3
Temos libertado prostitutas por meio do nosso ministério e descobrimos
que a maioria delas foi vítima de abuso sexual pelo pai, padrasto ou por al-
guma outra pessoa que exercia autoridade sobre ela. Outras foram vítimas
de estupro algumas vezes, e Satanás conseguiu entrar por meio daquele
abuso. A maioria dos homossexuais que tenho aconselhado também foram
vítimas de relacionamentos sexuais prematuros e de abusos. Outros não ti-
veram uma figura masculina como modelo ou sofreram abuso sexual por
parte do pai. As más atitudes dos pais resultam em maldição de gerações.

Problemas sexuais no casamento


Se um casal não tem uma vida sexual saudável, o cônjuge privado está
sujeito aos ataques do inim igo, pois a tentação da carne pode levá-lo ao
pecado. A Bíblia diz: “Não vos defraudeis um ao outro, exceto se com
consentimento, por algum tem po, para que se deem ao jejum e oração; e
ajuntai-vos novamente, para que Satanás não vos tente pela vossa falta de
autocontrole” (1 Co 7:5).
Existe todo um processo: desejos errados, sedução, ações erradas, peca-
do e morte. “Mas cada homem é tentado, quando atraído e seduzido pela
sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido,
gera o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1:14-15).
Hoje, os apelos sexuais estão em todo lugar. A internet se tornou uma
nova fonte do mal. As salas de bate-papo e o fácil acesso à pornografia po-
dem ser um terreno fértil para relacionamentos ilícitos.
A E s t r a t é g ia d a P e r v e r s ã o 147

Exposição prematura a materiais contendo sexo explícito


O inim igo quer poluir a m ente, e quanto mais jovem a pessoa for, me-
lhor. Até as crianças podem acessar os piores m ateriais, e essa exposição
prem atura pode abrir portas para os espíritos demoníacos. A televisão, os
filmes e a internet são janelas tanto para a mente do jovem quanto do adul-
to, e não há para onde fugir nessa nossa era da informação. Os estudantes
fazem as tarefas de casa na internet, e toda a cultura educacional e estrutu-
ra social estão fundadas na tecnologia da informação; pessoas de todas as
áreas trabalham por meio dela. Em outras palavras, se esconder da tecno-
logia não é a resposta.
A tecnologia não é má; ela é neutra. Claro que não queremos voltar para
1955, quando muitas pessoas rejeitaram a tecnologia considerando que fos-
se uma fonte do mal. Mas precisamos ficar de guarda contra nosso inimi-
go, sabendo que Satanás deseja destruir completamente as nossas famílias
e as nossas vidas.
Precisamos respeitar nossas mulheres e nossos maridos. Os pais devem
controlar seus filhos no computador, monitorar os programas de televisão
e filmes, e protegê-los de qualquer tentação. Os avós devem também ter
influência sobre os netos, principalm ente se os pais estiverem ausentes.
Algo inocente e útil como as redes sociais da internet pode criar vias para
a perversão sexual entrar em nossas casas. Veja um exemplo vivido por um
querido amigo meu:

Há algumas noites, meu filho mais novo foi visitar sua avó. Uma das
brincadeiras favoritas dele é jogar vídeo game online. Um amigo da esco-
la, que agora sabemos sofria de abusos em casa, falou para meu filho en-
trar em um site da web. O nome parecia inofensivo para meu filho (como
também seria para qualquer um), mas ao entrar no site (sem supervisão e
sem controles de segurança), ele ficou chocado com o que viu. Meu filho
correu até a avó chorando e confessou. Aquele incidente podería ser evi-
tado se estivesse sob o controle dos pais e melhor monitorado. Após re-
compensá-lo pela confissão, também confessamos ter ocorrido uma falha
no nosso sistema de monitoramento e oramos com ele.
148 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

Uma vida devocional sem disciplina


Aqueles que estão comprometidos com Jesus Cristo e que O buscam dia-
riamente provavelmente permanecerão intocáveis pelo espírito da perver-
são. Os cristãos devem ter uma vida de autocontrole e devem ficar longe
das coisas que tentam a carne. Buscar a Deus diariamente significa ter uma
vida ativa de oração, que inclui agradecimento e louvor. Os anjos habitam
entre os louvores a Deus, e há proteção em nossa devoção diária a Ele!
Buscar a Deus diariamente também inclui uma vida de estudo intenso. A
Bíblia ilumina nossos passos e expulsa os demônios.

Envolvimento com o oculto


Esta é a porta de entrada para a prostituição. Jezabel estava envolvida
com práticas ocultas, em bora se sentasse no trono de Israel, uma nação
constituída por Deus. Ela seduziu os servos de Deus e usurpou o reinado
de sua verdadeira liderança. Aqueles que foram libertos do envolvimento
com o ocultismo e feitiçaria me falaram sobre práticas sexuais que fizeram
parte da sua iniciação.
Existe uma relação entre a rebelião espiritual e a prostituição. Muitos mi-
nistros e membros de igrejas são vítimas do espírito da prostituição quando
se rebelam contra a vontade de Deus. Quando nos afastamos de Sua prote-
ção por causa da nossa desobediência, entregamos aos demônios a chave
do nosso autocontrole e da nossa reputação.
A sociedade está extremamente interessada no oculto. Parece que em to-
dos os canais de televisão, caçadores de fantasmas e feiticeiros são estu-
dados, imitados e dignos da confiança alheia. No sudeste de Tennessee,
existem muitos grupos autodenominados caçadores de fantasmas que vão
a qualquer lugar onde acreditam haver assombrações.
Pense na seguinte definição para oculto: “um conhecimento perverso e
retorcido do paranormal que se opõe ao conhecimento de Deus por meio
de Jesus Cristo” .

L iç õ e s em O seias
O livro de Oseias é um livro incomum. Toda a história desse profeta se
desenrola a partir do seu casamento com Gomer, uma idólatra e prostituta,
A E s t r a t é g ia d a P e r v e r s ã o 149

e Oseias suportou a dor de amar uma mulher controlada por tal espírito.
G om er deu três filhos a ele, dos quais o último se cham ava “não m eu.”
G om er tinha uma com pulsão sexual e abandonou Oseias para se tornar
prostituta no templo do deus Baal; ela teria morrido como escrava se Oseias
não tivesse, com amor e m isericórdia, a comprado de volta. Sua vida de
adultério ilustra a infidelidade de Israel a Deus.
Como vemos, quando uma pessoa se distancia de Deus, fica fácil se des-
viar de todos os outros compromissos da vida. O livro de Oseias marca a
vida de alguém dominado pelo espírito da prostituição. Atente para os sete
passos abaixo:

1. A pessoa dominada por esse espírito não conhece a Deus


(Oseias 5:4).

2. Ele(a) viola a lei de Deus (Oseias 4:2-3).

3. A destruição vem sobre ele(a) (Oseias 4:6).

4. A prosperidade se torna um meio para fazer o mal, e não para


abençoar (Oseias 4:7).

5. As pessoas adoram as coisas, e não a Deus (Oseias 4:12).

6. A igreja se torna uma hipocrisia (Oseias 4:15).

7. D eus castiga aquele que se deixa controlar pelo espírito da


idolatria e da prostituição (Oseias 4:9).

O Novo Testamento também menciona as condutas decadentes do peca-


dor. Um claro caminho rumo ao julgamento se torna evidente para aqueles
que se entregam à prostituição e à perversão. Romanos 1:17-32 os lista da
seguinte maneira:

1. Recusa à vida da fé (v. 17)


2. Rejeição a Deus (vv. 18-22)
3. Troca da glória de Deus por um ídolo (vv.21-23)
4. Troca da verdade de Deus por mentiras (vv.24-25)
150 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRI TUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIO S

5. Aceitação da perversão sexual (vv.26-27)


6. Entrega, por Deus, aos artifícios da perversão (v.28)
7. Destruição da sociedade (vv.29-32)

Os que seguem por esse caminho destrutivo fazem uma escolha terrível.
Essa escolha é espiritualmente justificada com base na gratificação instan-
tânea e no prazer mental ou físico, que não podem ser - nem serão - du-
radouros. O juízo de Deus sobre eles é triplo. Ele os entrega à impureza, à
paixão vil e à mente maliciosa.
As ramificações dessas fortalezas destrutivas atacam duas áreas. Primeiro,
a pessoa abre sua vida para a destruição. E isso acompanha o fracasso mo-
ral, a angústia mental e o inferno em ocional. Perigos físicos e m entais,
como as doenças, depressões e AIDS, podem até causar a morte.
O grande poeta Lord Byron escreveu seus próprios fracassos m orais e
suas consequências:

Meus dias são uma folha amarela;


As flores e frutos do amor, tudo acabou;
O remorso, a ferida e o sofrimento
Foi tudo o que me restou!4

Os princípios básicos da sociedade se desintegram seguidos pela repro-


vação moral. Os demônios da prostituição minam a fam ília e as norm as
sociais, causando destruição. O que são normas sociais? Elas não são clara-
mente definidas para aqueles que estão distantes do corpo da igreja. Nossa
televisão e nosso governo estão definindo as normas sociais com um mar-
keting inteligente e divertido. Até mesmo alguns cristãos infiéis estão se
entregando às mentiras perpetuadas nas igrejas e no trabalho porque seu
senso de normas sociais está distorcido. O último exemplo disso foi Cindy
McCain posando para uma sessão de fotos com uma fita adesiva cobrindo
sua boca em apoio ao casamento gay para ο NOH8, um protesto fotográ-
fico contra a Proposição 8, que proíbe casamentos e que foi aprovada na
Califórnia em 2008.5 Apesar de toda clareza do PR pelo partido republica-
no, ela causou um grande impacto neste.
A E s t r a t é g ia d a P e r v e r s ã o 151

As taxas de divórcios são tão altas dentro da igreja quanto fora dela. Essa
é uma prova verdadeira da influência da nossa mídia retorcida e da visão
do governo atual no que tange a ser uma família. Casamentos em ruínas e
filhos desviados testificam o poder destrutivo da perversão.

A m a r r a n d o a I dolatria
Para vencer essa fortaleza do mal, você precisa ter a certeza de que Jesus
é o Senhor. Examine o seu coração e veja se Ele reina no trono da sua vida.
Você mantém algum desejo ou algum aspecto do seu coração e da sua men-
te distantes do Senhor? Entregue-os a Ele.
Em seguida, destrua todos os ídolos que estão no seu coração. Se exis-
te algo que ocupe mais o seu tempo, talento e afeto do que sua dedicação
a Deus, entenda que isso é um ídolo e tome uma atitude imediatamente!
Por último, amarre os espíritos da idolatria e da prostituição que possam
estar enraizados na sua vida. Pare por um instante e ore:

Senhor Jesus, perdoe-m e p o r deixar algo ou outro alguém domi-


nar a minha vida. C onfesso que só Tu és o Senhor e rejeito cada
m entira de Satanás e cada ídolo que colocou na minha vida. Em
nome de Jesus, eu am arro esses espíritos destrutivos e peço que Tu
me purifiques de todo erro que p o ssa ter entrado em minha vida.
O brigado p ela liberdade que tenho em Ti; em nome de Jesus, amém.
capítuío

A E stratégia da C onfusão

fluir da presença de Deus. Esse

No último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, di-


zendo: Se algum homem tem sede, deixai-o vir a mim, e beber. Quem
crê em mim, como diz a escritura, do seu ventre fluirão rios de água
viva. (Mas isso ele falou do Espírito, que haviam de receber os que
nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, pois
Jesus ainda não tinha sido glorificado).
- J oão 7:37-39

Há um rio, seus córregos alegrarão a cidade de Deus, o lugar santo


dos tabernáculos do Altíssimo.
- S alm os 4 6 :4

Quando nos reunimos em adoração, rios fluem de nossos corações, assim


como o poder do ministério. Você precisa deixá-lo fluir no seu espírito, mas
frequentemente esse fluir é impedido por espíritos obscuros.
Vejamos o espírito de Leviatã e aprendamos a lidar com a sua arm adilha
da confusão.

Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos


para levantar o seu pranto.
- Jó 3:8

Podes tu fisgar o leviatã com um anzol? Ou sua língua com um cor-


dão que tu deixas cair? Podes pôr um anzol no seu nariz, ou furar sua
mandíbula com um espinho? Fará ele muitas súplicas a ti? Falará
A E s t r a t é g ia d a C o n f u s ã o 153

ele palavras suaves a ti? Fará ele um pacto contigo, ou o tomarás tu


por servo para sempre? Brincarás com ele como com um pássaro, ou
o prenderás por causa de tuas donzelas? Farão teus companheiros
um banquete com ele, ou o repartirão entre os mercadores?
- Jó41:l-6
Então, vemos Leviatã ser mencionado novamente no livro de Isaías.

Naquele dia o Senhor com sua dolorosa, grande e forte espada puni-
rá leviatã, a serpente perfurante, leviatã, aquela serpente tortuosa. E
ele matará o dragão que está dentro do mar.
- Isaías 27:1

E novamente no livro de Salmos: “Ali vão os navios; lá está aquele levia-


tã, a quem tu fizeste para brincar com ele” (SI 104:26).
Aqui está um animal que simboliza o mal. O Leviatã é um espírito gigan-
te que atrapalha o fluir dos propósitos, do poder e da prosperidade de Deus
em sua vida. O nome significa literalmente “retorcer” . Ele é a grande for-
ça demoníaca que confunde tudo para impedir que Deus flua, e é chamado
de serpente enroscadora. De acordo com O Dicionário da Bíblia Ilustrada
de Easton, Leviatã é usado figurativamente para representar um “cruel ini-
m igo” .1 O Brown-Driver-Briggs Hebrew Lexicon diz que ele é um dragão
parecido com um dinossauro, uma besta que é inimigo do povo de Deus.2
Para nós, Leviatã e suas características são a imagem de um grande inimi-
go escondido na igreja que sufoca o fluir! Vejamos de perto o que Jó nos diz
sobre o espírito escondido nos nove primeiros versículos de Jó 41. Aqui,
as Escrituras nos revelam as fortes características de Leviatã. A Bíblia nos
fala de um espírito formidável e assustador, que não é facilmente detecta-
do ou pego por razões naturais. Na carne, nenhum humano pode batalhar
contra ele.

Eis o I n im ig o n ° 1 d a I greja !

Por que dizemos que ele é o inimigo número 1 da igreja? Veja de perto.
Ele está escondido: você consegue tirar com anzol ou atar com uma corda?
154 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e ‫ ״‬AÇAO D O S DEM O NIO S

Ele está escondido debaixo d ’água. A água na Bíblia representa m uitas


coisas:
1. A Palavra;
2. O fluir da vontade de Deus;
3. Toda a humanidade.

Leviatã tenta se esconder onde a Palavra e o fluir do Espírito de Deus es-


tão se movendo entre as pessoas. Normal mente, não vemos sua atuação até
muitos estarem feridos, pois ele fica escondido até que Deus o exponha.
Outra razão para ele ser nosso inimigo numero um é que ele não vive em
acordos e pactos. Quando alguém é afetado por esse espírito, ele destrói
os relacionamentos em acordo. Esse espírito destrói casam entos, parcerias
em negócios, amizades e, o pior de todos, as igrejas. Se você não consegue
mais suportar, pode ser Leviatã agindo. Mas me acompanhe e eu mostrarei
que a culpa não é de ninguém.
As investidas desta serpente servem para distorcer a verdade. Veja nova-
mente em Isaías 27:1: “ ...a serpente tortuosa...” . É assim que esse espírito
enganador atua. Algo é dito sobre a Palavra e, antes mesmo de você escutar,
a serpente distorce o que foi dito! Você entende errado. Talvez você diga
alguma coisa para o seu (sua) parceiro(a) com boa intenção, mas ele(a) fica
chateado(a) com isso. Algumas decisões são tomadas na igreja e “ponto fi-
nal” ; mas você sente que algo a mais deveria ser feito. Ou alguém infecta-
do por Leviatã distorce o que foi dito e cria discórdia (lembre-se de Adão e
Eva). Essa serpente se coloca entre você e eu e torce a verdade; ela se mete
entre amigos e cônjuges trazendo confusão; ela se mete na vida da igreja
e distorce tudo.
Talvez Leviatã seja como um crocodilo, que é perigoso quando a maré
sobe, mas no período de seca tem que ir para outro lugar em busca de água.
O crocodilo tem sangue frio, então seu metabolismo age parcialmente de
acordo com o meio em que vive; assim, para se manter frio, o crocodilo
precisa estar na água ou se afundar na lama.
Se a água nesse exemplo simbolizar o mover do Espírito de Deus, vamos
analisar o quanto Leviatã pode ser ameaçador se comparado a um crocodi-
lo. O crocodilo sabe que a sua presa sempre procurará a água, então todo o
A E s t r a t é g ia da C ontusão 155

seu plano se baseia em esconder-se e circundar seu alimento, aparentando


ser inofensivo por muitos dias.
M as, de repente, o crocodilo toma a sua presa e se contorce ao redor dela
até tirar a sua vida. O ataque é muito rápido. Depois de torcê-la, o crocodilo
afoga a vítima nas águas barrentas profundas. O inimigo abordará pessoas
boas e as torcerá até confundi-las; em seguida, ele as levará para o abismo,
não restando chance para escaparem.
Também lemos em Isaías 27:1 que primeiro ele ataca, e depois foge. Por
isso as pessoas frequentemente abandonam o companheiro ou o amigo, e
deixam a igreja. Ele coloca um espírito de fuga nelas, ou melhor, uma ati-
tude de desistência. Pelo fato de a maioria das pessoas desconhecer esse
espírito que as abate e sufoca, elas se veem sem alternativas e preferem
abandonar as situações difíceis. Logo, em uma situação de pânico e confu-
são, elas correm procurando claridade.
Leviatã tem atacado a maternidade. Uma forma deturpada de feminismo
divulgada pela mídia parece dar à mulher um poder inocente, mas na rea-
lidade as mulheres estão evitando a responsabilidade de criar seus filhos
em nome da liberdade. As mulheres estão fugindo da maternidade, ou pela
prática diabólica do aborto ou simplesmente passando a responsabilidade
da criação dos seus filhos para os ex-maridos e avós. As jovens america-
nas, seguindo maus exemplos como o de Britney Spears, estão sendo con-
torcidas e confundidas.
A geração passada ficou conhecida como “órfã” por causa dos milhões de
pais que fugiram de suas responsabilidades. Podemos prever a forte tendên-
cia de que a próxima geração não terá pai nem mãe - órfãos espirituais que
naturalm ente serão presas mais fáceis para as forças demoníacas.
Leviatã está atacando as igrejas. Mesmo depois das orações terem sido
abolidas nas escolas e da errônea separação entre o estado e a igreja, os pais
podiam descansar sabendo que seus filhos aprenderíam os direitos e valores
que fazem deste um grande país.
Em vez disso, ainda que a Bíblia seja rigorosa quanto a este tema, um
precedente está sendo estabelecido na educação sexual, que inclui o ensi-
no do homossexualismo enquanto uma alternativa de vida. Como cristãos,
estam os desguarnecidos da nossa liberdade para discordar.
156 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

As mentes brilhantes que um dia regiam as instituições educacionais ago-


ra temem ser atacadas pela mídia ou perder o financiamento do governo,
caso eles discordem.
Leviatã distorce os fatos históricos, distorce depoim entos de homosse-
xuais declarados e distorce o apoio da com unidade até que uma escola
seja inundada pelas ondas do que chamamos de tolerância. É evidente que
Leviatã atua hoje, assim como os resultados escolares estão cada vez pio-
res e os alunos do Ensino Médio menos instruídos do que em qualquer ou-
tro momento da história.

E sse I n im ig o P o d e S er V e n c id o

Naquele dia o Senhor com sua dolorosa, grande e forte espada puni-
rá leviatã, a serpenteperfurante, leviatã, aquela serpente tortuosa. E
ele matará o dragão que está dentro do mar.
— I s a ía s 27:1

Leviatã já está vencido pela espada do Senhor, que é severa, grande e for-
te. A espada do Senhor é a Palavra e o Espírito, como vemos em Efésios
6:17: “ ...e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” . Lemos também
em Hebreus que a espada traz discernimento: “Porque a palavra de Deus é
viva e poderosa, e mais aguda do que qualquer espada de dois gum es, pe-
netrando até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e dis-
cerne os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma que
não se manifeste à sua vista; porém todas as coisas estão nuas e abertas aos
olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4:12-13).
Essa espada nos ajuda a reconhecer Leviatã, e não há como fazê-lo sem
o Espírito Santo e a Palavra. Quando a igreja estiver determinada a ouvir
Jesus, a espada entrará em ação e Leviatã fugirá!
O que devemos fazer? Reconhecer que nossa soberba vem do inimigo.
Veja este último versículo sobre Leviatã: “Ele contem pla todas as coisas
altivas; ele é um rei sobre todos os filhos do orgulho” (Jó 41:34). Ele é o rei
de toda a soberba! O orgulho nos afasta de Deus e faz com que nos sinta-
mos ofendidos facilmente. Ele nos faz cair e nos afasta dos planos de Deus.
A E s t r a t é g ia d a C o n f u s ã o 157

Como em todas as suas cartas, fala sobre estas coisas, nas quais há
algumas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis
deturpam, e como também as outras escrituras, para sua própria
destruição. Vós, portanto, amados, visto que sabeis destas coisas de
antemão, cuidai para que não vos deixeis levar pelo erro dos per-
versos, e acabeis caindo de vossa própria firmeza. Porém crescei na
graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele
seja dada a glória, tanto agora, como para sempre. Amém.
- 2 P edro 3:16-18 ( grifo do autor)

Uma última consideração: observe essas palavras - torcem, perdição, en-


gano, arrebatados. Esse é o trabalho de Leviatã! E como o vencemos? Você
acabou de ler a resposta - crescendo na Palavra, crescendo na graça (amor
e perdão) e crescendo no conhecimento (intimidade com Jesus).
capítuío

A E stratégia d o V eneno

s cristãos que vivem cheios do Espírito e em união fluem juntos como


um rio forte do poder de Deus: “Há um rio, seus córregos alegrarão a
cidade de Deus, o lugar santo dos tabemáculos do Altíssimo” (SI 46:4).
Entretanto, em Apocalipse nós encontramos a descrição de um desastre
do fim dos tempos: “E o terceiro anjo soou, e caiu uma grande estrela do
céu, queimando como se fosse uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos
rios, e sobre as fontes de águas. E o nome da estrela se chama Absinto; e a
terça parte das águas se transformou em absinto; e muitos homens morre-
ram por causa das águas, porque elas se tornaram amargas” (Ap 8:10-11).
O Espírito Santo revelou-me que este fato tem uma implicação espiritual.
Eis uma “estrela cadente” que polui os rios e as fontes das águas! O rio é
o fluir de Deus, e as fontes de águas representam o Espírito Santo em Seu
povo: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, mas
a água que eu lhe der, se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida
eterna” (Jo 4:14).
A palavra absinto em grego é absinthos. Nesse contexto, trata-se de um
demônio que caiu na terra para envenenar a água e espalhar morte pelos
rios da vida de Deus. No Antigo Testamento esse demônio também é men-
cionado: “Para que não haja entre vós homem, nem mulher, nem fam ília,
nem tribo, cujo coração se desvie hoje do Senhor nosso Deus, para ir e ser-
vir os deuses dessas nações; para que não haja entre vós, uma raiz que pro-
duza fel e absinto” (Dt 29:18).
Vejamos as palavras veneno e fel: veneno, originalm ente rosh, signifi-
ca “cabeça de peçonha” ; esse termo era usado para se referir ao veneno de
uma cobra ou o veneno de algumas partes das plantas. Fel origina-se da pa-
lavra laanah , e se refere ao veneno que amaldiçoa!
A E s i r a ié g ia d o V t n h n o 159

Quando o absinthos vem, ele tom a a pessoa amargurada e as consequên-


cias são terríveis!

O A b s in t h o s C o m eç a P e q u e n o

De onde vêm as guerras e brigas entre vós? Porventura não vêm dis-
to, das concupiscências que guerreiam nos vossos membros? Cobiçais,
e nada tendes; matais, e desejais ter, e não podeis obter; combateis
e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis,
porque pedis mal, para consumirdes em vossos deleites. Adúlteros e
adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra
Deus? Qualquer que quiser ser amigo do mundo, torna-se um inimi-
go de Deus. Pensais vós que a escritura diz em vão: O Espírito que em
nós habita tem ciúmes?
- T iago 4:1-5

Repare que as palavras são quem produz o veneno. Nós aprendemos que
Leviatã, o espírito tortuoso, pode causar confusão. E onde há confusão, o
veneno também está.

Tu és laçado pelas palavras da tua boca, tu és tomado pelas palavras


da tua boca.
- Provérbios 6:2

Uma pessoa má, um homem malévolo, anda com a boca perversa,


ele pisca com seus olhos, fala com os pés e ensina com os dedos;
a perversidade está no seu coração, ele maquina coisas ruins con-
tinuamente; ele semeia discórdia. Portanto sua calamidade virá
repentinamente; subitamente será quebrado, sem reparação. Estas
seis coisas o Senhor odeia; sim, sete são abominações para ele: O
olhar orgulhoso, a língua mentirosa, mãos que derramam sangue
inocente, o coração que maquina idéias perversas, pés que se apres-
sam a correr para o mal, a testemunha falsa que fala mentiras, e
aquele que semeia discórdia entre irmãos.
- P rovérbios 6:12-19
160 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALI IA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

O A b s in t h o s se E spalha R a pid a m e n te

O veneno se espalha rapidamente de uma pessoa para outra; como uma


pequena fagulha entre as árvores pode incendiar uma floresta, assim age
o absinthos. Note que o veneno contam ina o corpo inteiro; uma pequena
porção dele pode enfraquecer todo o corpo da igreja. “Os caminhos de Sião
pranteiam, porque ninguém comparece às festas solenes; todos os seus por-
tões estão desolados; seus sacerdotes suspiram; suas virgens estão aflitas,
e ela está amargurada” (Lm 1:4).

O A b s in t h o s I m p e d e a B e n ç ã o e T raz M a l d iç ã o

O absinthos impede o fluir da benção que nós deveriamos liberar uns para
os outros. É isso mesmo: nós deveriamos abençoar uns aos outros! Estamos
acostumados a ficar em nossos santuários como bebês em uma cadeirinha
e a gritar: “Comida, Papai” . Transferimos a responsabilidade da nossa ali-
mentação espiritual para os nossos pastores, professores e líderes da igreja.
Nós não percebemos a grande benção que existe em compartilhar, aprender,
abençoar e estar em comunhão com aqueles que estão sentados ao nosso
lado, porque estamos muito ocupados tentando descobrir se eles estão na
mesma esfera de influência ou se têm a mesma posição socioeconômica que
nós. Ou talvez estejamos dando muita ênfase ao passado deles.
A inveja na igreja entre líderes, pastores, professores e diáconos envenena
e reduz o fluir do Espírito de Deus para gotas de água. Um líder de grupo
de estudo estava apoiando um ministro de outra igreja que estava cheio de
amargura. O ministro estava falando mal do trabalho, dizendo que o núme-
ro de pessoas nas reuniões era muito pequeno. Então, o líder de grupo ten-
tou dar alguns conselhos administrativos baseados no sucesso do seu grupo
de estudo. O ministro, cheio de amargura, exclamou: “Eu não ensino em
pequenos grupos. Eu tenho um ministério” . Ele não entendeu o valor e não
recebeu a benção de um companheiro combatente!
O veneno que brota da inveja e do orgulho nos impede de ouvir as ma-
neiras pelas quais podemos melhorar nossas vidas, negócios e ministérios.
A E s t r a t é g ia d o V eneno 161

Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-


vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai vossas mãos, vós pecadores;
e purificai vossos corações, vós de duplo ânimo. Estai aflitos, e lamen-
tai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria em
pesar. Humilhai-vos diante do Senhor, e ele vos exaltará. Não faleis
mal uns dos outros, meus irmãos. Aquele que fala mal de seu irmão, e
julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já
não és um cumpridor da lei, mas juiz. Há um legislador que é capaz de
salvar e destruir. Quem és tu, porém, que julgas a outrem?
— T iago 4:7-12

O absinthos é um veneno mortal para sua vida espiritual e impede que


você produza os frutos de Deus. Você não pode amaldiçoar e abençoar ao
mesmo tempo. Vamos à igreja e repetimos mecanicamente “Deus te aben-
çoe” , mas quando saímos dela, assassinamos com palavras os colegas de
trabalho, os membros da igreja, os professores, os estudantes e até os nos-
sos cônjuges, ensinando sublim inarm ente aos nossos filhos a arte de as-
sassinar com palavras. E muitas vezes, nesse mesmo m omento, estamos
abençoando o alimento à mesa. Consequentem ente, relatórios frequentes
de comida contaminada são registrados em nossas casas e restaurantes, e os
medicamentos para estômago e intestino são prescritos agora mais do que
nunca. Enquanto isso, nossas conversas assassinas ecoam pelas paredes e
entram em nossas vidas.
Outro dito cristão muito desgastado é, quando alguém pergunta como
você está, responder: “estou na benção” . Uma língua assassina não é aben-
çoada, e Deus odeia a língua mentirosa! Na próxima vez que você ouvir
“Deus te abençoe” ou “estou na benção” , não julgue, mas pergunte a si mes-
mo: “Será que eu, com a minha língua, estou me permitindo ser abençoa-
do; e será que eu tenho o favor de Deus baseado nas minhas conversas?” .

O A b s in t h o s E a S a b e d o r ia d o I n f e r n o
D ese n c a r n a d a
Agora vemos as fontes desse espírito mais claramente. Elas são:

• M undanas ( epigeios ) - que estão por toda terra;


162 ENTENDENDO a BATAEI IA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

• Sensuais (psache) - que vêm da alm a e da em oção, não do


espírito;

• Demoníacas (daimonia) - que vêm da opressão demoníaca! Esse


espírito abre portas para a inveja, egoísm o, confusão e todas as
coisas más que existem.

C o m o P o d e m o s A n d a r L ivres d o A b s in t h o s ?

Primeiro, devemos andar no Espírito usando a sabedoria pura e pacífica


do céu.

Quem é o homem sábio e dotado de conhecimento entre vós? Que


mostre pelo seu bom comportamento as suas obras com a mansi-
dão da sabedoria. Mas, se tendes uma amarga inveja, e contenda
em vossos corações, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
Esta sabedoria não desce do alto, mas é terrena, sensual e diabólica.
Porque onde há inveja e contenda, a í há confusão e toda a obra do
mal. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente pura, depois
pacífica, gentil, e fácil de ser invocada, cheia de misericórdia e de
bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. E o fruto da justiça é
semeado na paz daqueles que praticam a paz.
— T ia g o 3:13-18

Precisamos que Deus fale ao nosso ser contaminado. Ele trará perdão e
derramará benção sobre nossas vidas, e os frutos do Espírito fluirão em nós.
Para andarmos em liberdade, nós devemos nos livrar das palavras torpes
como nos instrui Efésios 4:31: “Toda amargura, e ira, e cólera, e tumulto,
e blasfêmias, e toda a malícia seja tirada de entre vós’’.
Além disso, devemos mostrar perdão e desculpar os outros. Gosto da pa-
lavra perdão porque quando alguém é perdoado, seus crimes não são mais
motivos de acusação, investigação, discussão ou explicação. Se alguém é
perdoado de uma pena de prisão, ele ou ela já estiveram encarcerados, mas
agora estão livres. E é simples assim. Numa linguagem popular, eles estão
“livres do anzol” . Efésios 4:32 nos diz: “E sede amáveis uns para com os
A E s t r a t é g ia d o V eneno 163

outros, com passivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus
vos perdoou por causa de Cristo” .
Finalmente, devemos procurar a paz - correr atrás dela, persegui-la e usar
todos os nossos recursos para viver em paz com os outros. A palavra paz
significa que todos em uma sociedade ou relacionamento operam de forma
harmoniosa. Isso não significa que agimos da mesma maneira. Celebramos
nossas diferenças na busca em comum pela justiça ao invés de exigirmos
cristãos modelados em form a, que aparentam, agem e pensam da mesma
maneira.

Segui a paz com todos os homens, e a santidade, sem a qual nenhum


homem verá o Senhor. Examinando diligentemente para que nenhum
homem fracasse da graça de Deus; para que nenhuma raiz de amar-
gura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos sejam contaminados.
- H ebreus 12:14-15

Isso significa que não devemos dar lugar às más conversas, às mágoas,
nem deixar que o veneno se alastre pelas nossas vidas. Livre-se disso e
prom ova a paz! Esteja atento às palavras “vos perturbe” . A palavra pertur-
bar em grego é enochleo, que significa “ser assediado por uma multidão” .
Quando a Igreja se Transforma em Multidão seria um ótimo título para
um livro bem diferente. Quantos m inistros já não sofreram nas mãos de
uma multidão tirana? Até os americanos do passado temiam tanto a tirania
das massas descontroladas por uma razão errônea quanto a tirania dos reis.
Na verdade, a estrutura do nosso governo é parcialmente baseada nesses
medos.
Na Revolução Francesa, o rei Luís XVI e sua esposa, M aria Antonieta,
foram decapitados por causa da indiscrição dos tabloides, que exageraram
sobre a vida pessoal da monarquia. Os quatro anos seguintes foram os mais
sangrentos da história da França, pois mais de quarenta mil pessoas mor-
reram na guilhotina.1Os governos seguintes continuaram fracassando, em
parte por causa dos rumores, exageros e das fofocas assassinas que causa-
ram morte e caos. Finalmente, ao invés de um rei e ao invés da democracia,
os Franceses se submeteram a Napoleão Bonaparte, que é conhecido por
alguns historiadores como déspota.
164 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

Não há nada pacífico em uma m ultidão m ovida por rum ores. Quantas
igrejas têm substituído a paz pelo despótico Satanás?
A solução está em compartilhar, evitar confronto, perdoar e não abando-
nar; assim, você terá a paz!
capítuío

A E stratégia da M orte

ontinuem os a revelar alguns espíritos escondidos que impedem o


C fluir de Deus. Neste capítulo, iremos focar em Caim, o primeiro fi-
lho de Adão e Eva; embora fosse um presente de Deus, ele se voltou para o
inimigo: “Não como Caim, que era do maligno, e assassinou o seu irmão. E
por que o assassinou? Porque as suas próprias obras eram más e as de seu ir-
mão justas” (1 Jo 3:12). Como no caso de Jezabel, vemos o espírito que agiu
em Caim ainda operando no Novo Testamento.

Estes, porém, falam mal do que não sabem; mas aquilo que natu-
ralmente conltecem, como animais irracionais, nestas coisas se
corrompem. Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e
correram gananciosamente em direção ao erro de Balaão por recom-
pensa, e pereceram na rebelião de Coré.
- J udas 10-11

Existem aqueles que escolhem o “caminho de Caim” , homem conhecido


por ter assassinado seu irmão em uma disputa de adoração!

Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que


Caim, pelo qual alcançou testemunho de que ele era justo, testificando
Deus sobre os seus dons, e através disso, depois de morto, ainda fala.
- H ebreus 11:4

Abel era um homem de fé, enquanto Caim agia pelas suas próprias forças.
Hoje, matamos com as palavras, e não com armas. O ódio não é uma emo-
ção; ele é uma ação, e as palavras erradas e os falsos testemunhos podem
166 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

matar. Leia novamente o que diz o livro de Judas e pergunte a si mesmo se


esse espírito tem atacado você e sua igreja.
Esse espírito opera tipicam ente nas fam ílias: “E Adão conheceu Eva,
sua mulher; e ela concebeu e teve Caim, e disse: ‘Concebi um homem do
Senhor’. E ela também teve Abel, irmão dele. E Abel era um guardador de
ovelhas, mas Caim era cultivador da terra” (Gn 4:1-2). Caim não tinha pro-
blemas com pessoas de fora, mas com seus próprios fam iliares. Quantas
vezes o fluir tem sido interrompido por causa dos conflitos fam iliares? E
quando eu falo “família” , refiro-me também à igreja, que é a família de Deus.
Esse espírito também rejeita a liderança e acredita que há uma forma me-
lhor de fazer as coisas.

E no passar do tempo, aconteceu que Caim trouxe do fruto da ter-


ra uma oferta ao Senhor. E Abel, ele também trouxe das primícias e
da gordura do seu rebanho. E o Senhor teve consideração por Abel
e por sua oferta.
- G ênesis 4:3-4

Deus havia claramente instruído àquela primeira família que Ele apenas
se aproximaria se houvesse um sacrifício com sangue. No portão do Éden,
entre os querubins que o guardavam , Jeová derramou sangue de anim ais
para vestir nossos primeiros pais. Caim rejeitou a instrução de Sua autori-
dade, Adão e Eva, e achou que teria um caminho melhor.
Na família da igreja sempre existem “opositores” , isto é, pessoas que es-
tão sempre prontas para criticar quaisquer decisões. O discordar honesto é
bem-vindo, se proposto da maneira correta; entretanto, a rebelião que ataca
e destrói a liderança é feitiçaria, que, como já discutimos, é um elemento do
oculto que traz consigo uma série de outros demônios fortes.
Note que esse espírito expressa raiva e sarcasmo: “Mas por Caim e por sua
oferta ele não teve consideração. E Caim ficou muito irado, e o seu semblan-
te caiu” (Gn 4:5). O espírito da morte não aceitará correção, como aconteceu
com Caim. Quando viu que estava errado, Caim não se arrependeu. Ao invés
disso, ele sentiu raiva, o que ficou estava estampado em seu rosto.
O mesmo espírito pode ser visto na parábola do filho pródigo: “E ele lhe
disse: O teu irmão chegou; e teu pai matou o novilho cevado, porque ele o
A E s t r a t é g ia da M orte 167

recebeu são e salvo. E ele se irritou e não queria entrar; portanto, saindo o
pai, lhe rogava” (Lc 15:27-28). Quando o filho pródigo voltou para casa,
o filho mais velho foi quem ficou com raiva e cortou relações com ele. Em
nossa igreja local, centenas de pessoas têm sido batizadas, e milhares têm
aceitado a Cristo como Salvador; mas existem aqueles que não irão se ale-
grar por causa do espírito de Caim.
Continuando a leitura de Gênesis, vemos que esse espírito não ouvirá a
Palavra de Deus: “E o Senhor disse a Caim: ‘Por que estás irado? E por que
o teu semblante está caído?” ’ (Gn 4:6). Aqui, a Palavra de Deus veio até
Caim. Deus disse para ele que tudo poderia ser remediado, mas esse tipo
de espírito não aceita a Palavra.
Esse espírito abre portas para outros espíritos desastrosos: “Se tu fazes
bem , não serás aceito? E se não fazes bem, o pecado jaz à porta. E para ti
será o desejo dele, e tu governarás sobre ele” (Gn 4:7). Deus nos alerta que,
como Caim , se nos recusarm os a mudar, as portas estarão abertas para o
pecado. O texto de Hebreus declara que o pecado é como uma besta feroz
pronta para avançar pela porta adentro. Se você é um pai ou uma mãe que
vive nesse espírito, você abrirá portas que destruirão seus filhos!
Esse espírito bloqueia a vida: “E Caim falou com Abel, seu irmão; e acon-
teceu que, quando eles estavam no campo, Caim se levantou contra Abel,
seu irmão, e o assassinou” (Gn 4:8). Caim matou Abel, que não tinha feito
nada além de adorar e servir a Deus! Esse espírito interrompe a adoração
da igreja; por isso há contendas no ministério de música.
Além disso, esse espírito ataca em tempos de colheita para desfazer os
planos de Deus. Leia o versículo 8 novamente: “E Caim falou com Abel,
seu irmão; e aconteceu que, quando eles estavam no campo, Caim se levan-
tou contra Abel, seu irmão, e o assassinou” . Caim atacou seu irmão no cam-
po, em tem pos de colheita, e as discórdias normalmente se levantam nas
igrejas quando é tempo de colheita. O espírito de Caim não apenas acertou
seu alvo, mas matando o que lida com o campo, mata também aqueles que
dependem da colheita. O espírito de Caim, observado por essa perspectiva,
promove assassinato espiritual em massa.
Durante a Grande Depressão, a marca da tirania de Joseph Stalin domi-
nou toda a Rússia, conhecida na época como União Soviética. Durante a
168 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIOS

escassez de comida, Stalin estava sendo alvo de tentativas de assassinato e


rumores de que seria retirado do poder. Sua paranoia se concentrou na co-
munidade agrícola politicamente forte conhecida como os Kulaks. Stalin
enviou um pequeno exército àquela comunidade e saqueou os depósitos de
grãos reservados para a primavera.
Fazendo isso, Stalin acusou falsam ente os fazendeiros de esconder os
grãos. M ilhares (e posteriorm ente m ilhões) desses fazendeiros foram
executados. Os russos não tiveram m uito para com er, mas a verdadeira
fome os acometeu mais tarde, porque não tinham sementes para plantar na
prim avera.1
Esse espírito am aldiçoa os portadores: “E o Senhor disse a Caim: Onde
está Abel, teu irmão? E ele disse: Eu não sei; sou eu guardador do meu
irmão? E ele disse: O que tu fizeste? A voz do sangue de teu irm ão está
clam ando a mim desde a terra. E agora tu és am aldiçoado desde a ter-
ra, que abriu a sua boca para receber o sangue do teu irmão da tua m ão”
(Gn 4:9-11). Quando você m ata a adoração, a colheita e a liderança na
igreja com fofocas, falatório e rebelião, essa é a consequência! Você, sua
família e suas finanças serão amaldiçoados.
É possível que a m iséria e as dificuldades na nossa econom ia nacio-
nal ocorram devido a ataques aos líderes das igrejas pela nação inteira?
Precedentes históricos parecem indicar que todos os grandes ataques à igre-
ja e à liderança resultaram na queda da economia, e até mesmo guerras.
Esse espírito cria vagabundos espirituais:

E ele disse: ... quando tu cultivares a terra, ela não te dará mais a
sua força; fugitivo e errante serás na terra. E Caim disse ao Senhor:
Meu castigo é maior do que eu posso suportar. Eis que tu me expul-
saste neste dia da face da terra; e de tua face eu estarei escondido;
e serei fugitivo e errante na terra. E acontecerá que todo aquele que
me encontrar me matará. E o Senhor lhe disse; Portanto, todo aque-
le que matar Caim, a vingança será tomada sobre ele sete vezes. E o
Senhor fixou uma marca sobre Caim, para que qualquer que o achas-
se não o matasse.
-G ê n e s is 4:10,12-15
A E s t r a t é g ia da M orte 169

Esse espírito não permitirá que você encontre uma igreja para congregar.
Você ira vagar; e por onde quer que vá, você irá se deparar com a mesma
multidão. Sua vida será marcada por um espírito inquietante.
Uma pessoa espiritualm ente marcada é reconhecida em qualquer igreja
que frequentar por aqueles que têm o dom de discernir os espíritos. Essa
m arca também pode se estender pela vida profissional, fora dos muros da
igreja.
Aquele que carrega a marca do assassinato perde amigos e família, por-
que não se pode confiar no espírito de Caim.

L ib e r t a n d o - se d o E spír it o d e C aim

Como viver livre do controle e dos efeitos desse espírito assassino?

Admita a necessidade de refrear sua língua.

A morte e a vida estão no poder da língua; e aqueles que a amam


comerão do seu fruto.
- P rovérbios 18:21

Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disse-
rem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás
justificado, e por tuas palavras serás condenado.
-M ateus 12:36-37

Se algum homem entre vós parece ser religioso, e não refreia a sua lín-
gua, antes engana o seu próprio coração, a religião desse homem é vã.
—T ia g o 1:26

Peça a Deus um coração puro e pensamentos retos.

O geração de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo


maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
- M ateus 12:34
170 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL g a AÇÃO D O S DEM Ô NIOS

Suplico-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, de apresen-


tardes os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mun-
do, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
- R om anos 12:1-2

Peça a Deus que purifique sua língua com fogo.

No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi também o Senhor assenta-


do sobre um trono, alto e exaltado, e a orla de seu manto encheu o
templo. Acima situavam-se os serafins. Cada um tinha seis asas; com
duas cobriam sua face e com duas cobriam seus pés e com duas voa-
vam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, santo, santo, é o
Senhor dos exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os um-
brais da porta moveram-se à voz do que clamava, e a casa se encheu
de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! Porque eu estou arruinado.
Porque sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um
povo de lábios impuros. Porque meus olhos têm visto o Rei, o Senhor
dos Exércitos. Então, voou um dos serafins em minha direção, tendo
uma brasa viva em sua mão, a qual ele tinha tirado do altar com uma
tenaz. E ele colocou sobre a minha boca e disse: Veja! Isto tocou teus
lábios e tua iniquidade é removida, e teu pecado purificado. Também
eu ouvi a voz do Senhor, dizendo: Quem irei eu enviar, e quem irá por
nós? Então disse eu: Aqui estou eu, envia-me. E ele disse: Vai! E dize
a este povo: Ouvi vós de fato, porém não entendais, e vede vós de
fato, mas não compreendais.
- I s a ía s 6:1-9

Depois desse encontro, Isaías estava pronto para servir! Agora faça esta
oração:

Senhor, perdoa-me por demonstrar o espírito de Caim, o espírito


assassino, em minha vida. Eu admito que tenho agido erradamente
A E s t r a t é g ia da M orte 171

com os outros, e estou arrependido de todas as palavras negativas


que falei sobre eles.
Comprometo-me contigo hoje afirmando que, com Sua ajuda, mu-
darei as minhas palavras de maldição para palavras de bênçãos.
Obrigado pelo dom da fala e por poder, por meio dele, abençoar
aqueles que estão em minha vida.
Senhor, com a Sua ajuda eu vou me esforçar para ser uma ben-
ção na minha família, na minha igreja, em meio daqueles que tem
autoridade sobre mim e de todos os que estão ao meu redor. Amém.
capítuío

A E stratégia da O pressão

m dos perigos na batalha espiritual é dar espaço para o inimigo retor-


nar à sua vida. No Antigo Testamento, esses espaços são chamados
de “cordas dos ímpios” .

O Senhor é justo; cortou em pedaços as cordas dos perversos. Sejam


todos eles confundidos e virados para trás, aqueles que odeiam Sião.
- S a i .m o 129:4-5

Aqui as cordas são enroladas ao redor do ímpio como uma cobra.

Quanto ao ímpio, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas


do seu pecado será detido. Ele morrerá sem instrução, e na grandeza
da sua loucura se perderá.
- P r o v é r b io s 5:22-23

O Novo Testamento identifica o espírito que se enrosca e serpenteia em


torno de nós como uma corda, ou como “píton” : “E aconteceu que, indo
nós à oração, uma certa jovem possuída por um espírito de adivinhação nos
saiu ao encontro, a qual dava grande lucro aos seus senhores adivinhando”
(At 16:16). Nesse caso, vemos uma mulher sendo apertada até a morte por “pí-
ton” . O inimigo deseja se enroscar em você e te comprimir até tirar a sua vida!

P ít o n - A Voz do P a ssado

A palavra para esse espírito no Antigo Testamento é ‘o w b ' , que também


significa “espírito fam iliar” . A menina falava pelos demônios para consul-
tar as pessoas que já haviam morrido. Essa manifestação nos dias de hoje
se dá por pecados, tendências, fracassos e maldições de gerações.
A E s t r a t é g ia da O pressão 173

E tu serás derrubada, e falarás desde o chão e tua fala sairá baixa,


proveniente do pó, e tua voz será como a de alguém que tem um es-
pírito familiar, desde o chão, e tua fala será um sussurro desde o pó.
- I s a ía s 29:4

Existem entidades que tentam acompanhar a história da sua família! Quero


deixar claro que “pítons” falou do pó, de debaixo da terra. Resumindo, o
passado te amarra e tenta espremer a sua vida.
N osso passado está morto! M uitas vezes, o nosso passado representa
morte, destruição, e desespero. Às vezes, somos infectados por uma atitu-
de nostálgica que aperta as cordas e os sonhos futuros. Essa atitude nostál-
gica infecta a igreja, e nós nos apegamos a formas de adoração e pontos de
vista tradicionais em vez de deixamos Deus fazer “novas todas as coisas’’.
Existe uma forma saudável de construir baseando-se no passado, traçando
perspectivas das circunstâncias presentes e edificando o futuro.
Vejamos uma conversa entre Deus e Moisés para termos uma vaga ideia
da visão de Deus para um passado, um presente e um futuro saudáveis.
M oisés desejava desesperadamente ver a face de Deus:

E disse: Não podes ver a minha face, porque nenhum homem me verá
e viverá. E disse o Senhor: Vê, há um lugar junto a mim, e tu ficarás
sobre a rocha. E acontecerá, quando a minha glória passar, que eu
te porei em uma fenda da rocha, e te cobrirei com a minha mão en-
quanto eu passar, e tirarei a minha mão, e tu me verás pelas minhas
costas; mas a minha face não será vista.
- Ê xodo 33:20-23

Foi Moisés quem narrou a criação do planeta Terra, a queda do homem


e as vidas de Abraão, Isaque e Jacó. Nenhum humano entendeu o passado
melhor do que Moisés; e ele ainda queria ver a face de Deus porque sabia
que a única esperança de conseguir levar o povo à Terra Prometida seria
se Deus estivesse com ele em sua jornada. Moisés conhecia e entendia os
triunfos e fracassos da condição humana pela sua experiência do passado.
A promessa de M oisés só estaria assegurada se o favor de Deus recaísse
sobre ele.
174 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO DOS D EM O NIOS

E Moisés aprendeu que Deus está sempre no controle. Deus poderia ter
Se desenhado e entregue o desenho a M oisés, dado uma descrição por es-
crito da Sua glória ou poderia ter negado o pedido que Lhe foi feito. Mas
Deus marcou um lugar e uma determinada hora para mostrar a M oisés, de
relance, por onde Ele passava.
Não há futuro em seu passado porque Deus está sempre seguindo em
frente. Se demorarmos nos corredores do passado, checando nossas vitó-
rias e fracassos para aprender com nossos erros, perderemos o que Deus
está fazendo agora e Suas promessas para nosso futuro.

P ít o n - O E m pil h a m en t o d e Más C ir c u n st â n c ia s
Terrores tomam conta dele como as águas, uma tempestade o rouba
à noite.
-J ó 27:20

No futebol americano, qualquer time pode ser penalizado por “empilha-


mento” , e o pior “empilham ento” acontece quando um time perde a bola.
Satanás não segue regras. Quando cometemos um erro ou perdemos muito
tempo celebrando a vitória do passado, ele “em pilha” . A palavra inundar
em hebraico significa “estar rodeado por água” . O inimigo tentará rodear
você.

P ít o n - O P o d e r d o s R e l a c io n a m en t o s E r r a d o s

Não se engane: As comunicações malignas corrompem as boas


maneiras.
- 1 C o r ín t io s 15:33

Existe uma coisa chamada pressão dos amigos que nada mais é do que
um grupo de demônios que estão ao redor daqueles que não estão vivendo
corretamente.
Na sua família também podem existir os assassinos de sonhos. Às vezes,
as cordas do inimigo são as fitas do avental da mamãe. Outras vezes, as
cordas são membros controladores da família.
A E s t r a t é g ia da O pressão 175

Píton adora teologia cultural desgastada e passa muito tempo navegando


em websites apologéticos, debatendo e discutindo, estrangulando os cris-
tãos jovens e inseguros com dúvidas e descrenças. Assim, com a pressão
dos amigos e os assassinos de sonhos, píton certamente pode parecer “uma
inundação” . E se não estiver firme na Palavra, você será levado pela cor-
renteza da destruição.

Ora, o Senhor havia dito a Abrão: Sai-te do teu país, e da tua pa-
rentela, e da casa de teu pai, para uma terra que eu te mostrarei. E
eu farei de ti uma grande nação, e eu te abençoarei, e farei teu nome
grande; e tu serás uma bênção. E eu abençoarei os que te abençoa-
rem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem, e em ti todas as famílias
da terra serão abençoadas. Assim, Abrão partiu, como o Senhor lhe
havia falado, e Ló foi com ele. E Abrão tinha setenta e cinco anos de
idade quando ele partiu de Harã. E Abrão tomou Sarai, sua esposa,
e Ló, filho de seu irmão, e todas as posses que haviam ajuntado, e as
almas que eles tinham obtido em Harã, e eles saíram para a terra de
Canaã, e para a terra de Canaã eles vieram.
-G ê n e s is 12:1-5

Abraão teve que se afastar de sua família e cultura para encontrar seu ver-
dadeiro propósito. Paulo teve que deixar o espírito sufocante dos fariseus.

L iv r a n d o - se d o E spírito d e P ít o n

Então, como cortar a cobra ao meio e fazê-la te libertar?

1. Temos que orar e jejuar. “Por isto todos os que são piedosos
orarão a ti, no tempo em que tu podes ser encontrado; certamen-
te nas enchentes de grandes águas elas não chegarão até ele”
(SI 32:6). “Não é este o jejum que eu tenho escolhido? Soltar os
grilhões da perversidade, desfazer as pesadas cargas e permitir
ao oprim ido ir livre, e que vós quebreis todo jugo?” (Is 58:6).
Quando oramos e jejuam os, o que está ao nosso redor se desfaz
e nós conseguimos nos proteger.
176 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

2. Devemos buscar a presença do Senhor. “Tu és o meu esconde-


rijo; tu me preservarás da dificuldade; tu me cercarás com can-
ções de libertação. Selá” (SI 32:7). Encontramos a Sua presença
quando nos reunimos na congregação. Na igreja, Deus desmas-
cara píton e nos envolve com cânticos de livramento.

3. Precisamos experimentar o poder do Espírito Santo. “Então,


eles tem erão o nome do Senhor desde o oeste, e a glória dele
desde o nascer do sol. Quando o inimigo vier a entrar como uma
inundação, o Espírito do Senhor erguerá um estandarte contra
ele” (Is 59:19). O Espírito Santo levanta uma bandeira contra
o inimigo. Aqui está o Jeová Nissi - nossa bandeira de vitória.

4. Precisamos confessar a promessa da Palavra. “Com relação


a mim, este é meu pacto com eles, diz o Senhor. Meu Espírito
que está sobre ti e minhas palavras, as quais eu tenho coloca-
do em tua boca não se afastarão da tua boca, nem da boca de
tua descendência, nem da boca da descendência da tua descen-
dência, diz o Senhor, desde agora em diante e para sem pre”
(Is 59:21). Ao invés do espírito sufocante de píton que surge do
nosso passado, liberando as más circunstâncias e m inando os
relacionamentos, você pode mudar seu destino e o destino dos
seus descendentes para sempre. Como? Declarando a Palavra de
Deus! Coloque a Palavra na sua boca e nas bocas dos seus filhos.
Deus promete mudar sua família para sempre!

Diga ao espírito de píton: “Hoje você sai!” .


copítuío

A E stratégia da P obreza

oposto de maldição na Bíblia é benção. Maldição é quando dificul-


O dades, aflição, doença, escassez ou outras questões negativas aba-
tem um a fam ília ou um indivíduo por muito tem po. Benção é quando a
presença de Deus concede saúde, abundância, favor e contentamento para
uma fam ília ou indivíduo. Em muitas fam ílias e igrejas temos visto a mal-
dição da pobreza, e esse espírito atua trazendo uma escassez repentina que
gera medo. Por sua vez, esse medo geralmente traz espíritos de tormento,
incluindo depressão, falta de m otivação, discussões e desespero. Até mes-
mo as pessoas ricas têm medo de perder suas riquezas, e por isso elas não
dizim am e não contribuem como deveríam. Mas a Bíblia diz: “Manda aos
que são ricos neste mundo que não sejam altivos, nem confiem na incer-
teza das riquezas, mas no Deus vivo, que abundantemente nos dá todas as
coisas para deleites” (lT m 6:17).
Gostaria de admoestar todo aquele que Deus tem abençoado:

1. Não se orgulhe de seus feitos. O Senhor “te dá força para adqui-


rires riqueza” , e “a bênção do Senhor é que enriquece; e não traz
consigo dores” (Dt 8:18; Pv 10:22).

2. Não ponha sua fé nas riquezas e bens materiais.

3. Confie que o “Deus vivo” guarnecerá o seu futuro.

4. Aproveite o que Deus lhe deu, mas não acumule às escondidas!

5. Compartilhe o que você tem com os outros.

6. Lembre-se de preservar o tesouro no céu.


ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUALe a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

L iv r a n d o - se d o E spír ito d a P o br eza

Agora, para aqueles que se sentem amaldiçoados pela escassez ou medo


de perder o que têm, qual é a saída? Como reverter e acabar com a maldição
para se ter bênçãos? Deus me revelou que Salmos 112 é a resposta positiva
que podemos dar. Essa resposta irá cancelar as forças negativas do inimigo
e liberar a favorável corrente das bênçãos de Deus.

Temor reverente diante do Senhor da aliança

Louvai ao Senhor. Abençoado é o homem que teme ao Senhor.


- S a l m o 1 1 2 :1

Temor não significa medo, mas reverência a Jeová, o grande EU SOU.


Esse é o nome que Deus disse a Moisés diante da sarça ardente. Esse é Seu
nome da aliança como provedor e protetor do Seu povo. Você está submis-
so em reverência ao Senhor que guarda a aliança? Diga: “Eu temo o Deus
da aliança!” .

Alegre obediência aos mandamentos do Senhor

Louvai ao Senhor. Abençoado é o homem ... que se deleita grande-


mente em seus mandamentos.
- S a l m o 1 1 2 :1

Essa pessoa não se sente am edrontada diante dos m andam entos do


Senhor. Ela entende quando Deus diz: “Você não deve” , pois ela sabe que
isso significa “Não sofra” . Quando Deus nos dá uma palavra positiva, ela
significa: “Ajude-se a ser feliz!” .
Quanto às ofertas, o mandamento dos dízimos e suas promessas que en-
contramos nas Escrituras são os mais desobedecidos pelos cristãos: “Trazei
todos os dízimos para o armazém, para que haja alimento na minha casa, e
provai-me agora com isto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu, e derramar sobre vós uma bênção, que não haverá espa-
ço suficiente para recebê-la” (Ml 3:10).
A E s t r a t é g ia da P obreza 179

Esperança de um futuro melhor

Fartura e riquezas estarão em sua casa, e sua justiça dura para


sempre.
- S almo 112:3

1. Força. Essa é uma promessa para a sua descendência: a geração


futura será poderosa na terra se andar corretamente.

2. Provisão. Se seus descendentes cam inharem na justiça, Deus


continuará multiplicando o seu legado.

Percepção da orientação de Deus nas trevas

Sobre o reto levanta-se a luz nas trevas; ele é gracioso, e cheio de


compaixão e justo.
- S almo 112:4

Temos aqui a promessa da direção de Deus quando as trevas encobrem


o caminho. Deus promete nos dar sabedoria para tomar as decisões apro-
priadas nos momentos difíceis. Jeosafá disse: “Senhor, não sabemos o que
fazer; mas os nossos olhos estão postos em Ti” (2Cr 20:12, parafraseado).

Espírito generoso e misericordioso

Sobre o reto levanta-se a luz nas trevas; ele é gracioso, e cheio de


compaixão e justo. Um bom homem mostra favor e empresta; ele guia-
rá seus negócios com discrição. Ele dispersou, ele deu aos pobres;
sua justiça dura para sempre; seu chifre será exaltado com honra.
- S almo 112:4-5,9

Essa pessoa não é amaldiçoada pelo espírito da pobreza porque ela tem
um espírito misericordioso. Ela empresta, espalha e dá aos necessitados do
reino. A palavra espalhar é usada no sentido de semear. Uma pessoa de es-
pírito m isericordioso é honesta e cuidadosa nas finanças, e é dedicada ao
trabalho.
180 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRI TUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

Aqui está a chave que abre o fluir dos céus em sua vida: “Dai, e vos será
dado, boa m edida, prensada, rem exida e transbordante, vos darão no vos-
so regaço; porque com a mesma m edida com que m edirdes vos m edirão
novamente’’ (Lc 6:38).

Viver pela fé, e não pelo medo


Ele não terá medo das más notícias; seu coração é firme, confiando
no Senhor. Seu coração está estabelecido, ele não terá medo, até que
ele veja o seu desejo sobre os seus inimigos.
- S alm o 112:7-8

Essa pessoa não checa as oscilações econômicas na Wall Street nem age
baseada nos relatos dos homens! Em momentos de dificuldade ela confia
no Senhor, e prova isso ao não reter os dízimos e as ofertas. Ela não permi-
te que o inimigo a intimide e atrapalhe a obra de Deus, pois ela sabe que,
seja lá o que o inimigo faça, Deus reverterá para o bem.

Permitir que Deus seja glorificado


Ele dispersou, ele deu aos pobres; sua justiça dura para sempre; seu
chifre será exaltado com honra.
- S alm os 112:9

A palavra fo rç a representa posição. Deus concederá Sua glória aos aben-


çoados e lhes dará honra e favor. Essa é a Sua promessa.
Estamos aqui para quebrar o espírito da pobreza, para expulsá-lo, de-
monstrar a nossa fé, e não o medo. Hoje o Senhor romperá a ação do espí-
rito da pobreza em você e na igreja.
copítuío

A E stratégia do Legalismo

mais fácil viver seguindo regras estipuladas por alguém do que obede-
E cer e seguir o Espírito Santo! Lamento dizer que, nos meus quase qua-
renta anos de ministério, eu fui tanto culpado quanto vítima do legalismo.
A prim eira vez em que vivi o legalismo da igreja, eu era aluno do Ensino
M édio, e isso aconteceu em meados dos anos 60. No furor da guerra do
Vietnã, enquanto Dr. Martin Luther King Jr marchava para minha cidade
natal em Montgomery, Alabama, nosso pastor nos alertava sobre o perigo
traiçoeiro do baile de formatura!
Quando fui ministrar na Igreja Batista Central, em Chattanooga, no ano
de 1979, travou-se uma guerra nas igrejas conservadoras sobre a questão
das m ulheres usarem calças e sobre o com prim ento dos cabelos dos ho-
mens. Até mesmo óculos com armações arredondadas eram supostamente
banidos em alguns círculos, com a justificativa de que eles te identificavam
como um liberal!
Sair de um círculo cristão para outro pode ser um verdadeiro choque cul-
tural por causa do legalismo. Nunca vou me esquecer do comentário de um
amigo sobre sua visita a alguns cristãos em um país europeu. Na congrega-
ção, ouviu-se falar de algumas mulheres que lamentavam a questão do uso
excessivo de maquiagem pelas m ulheres am ericanas. Enquanto falavam
tristemente sobre o declínio do cristianismo tradicional na América, aque-
las mulheres europeias derramavam lágrimas em seus copos de cerveja!
Será que confundimos nossas mensagens com nossos próprios gostos e
preferências culturais? Como estamos delimitando a diferença entre o que
Deus exige e o que o homem deseja? E como evitar que nossas igrejas cor-
rompam a mensagem de Deus com regras hipócritas que atrapalham a obra
de Deus?
182 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e ‫ ״‬AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

Um dos demônios mais traiçoeiros que luta contra a igreja, dividindo-a


e impedindo que haja renovação, é o legalismo. Ele pode ser definido sim-
plesmente pela substituição do plano de salvação de Deus pelas obras do
homem, e pode ser relacionado às leis do Antigo Testamento.
Alguns querem acrescentar algo ao simples evangelho da morte e ressur-
reição de Cristo e à nossa fé nesse sacrifício. Esse é o núcleo do legalismo.
Outros querem acrescentar normas culturais que não têm fundam ento bí-
blico às práticas da vida cristã. E há aqueles que querem adicionar traços
denominacionais à definição de espiritualidade. E ainda há outros que que-
rem acrescentar seus gostos pessoais, preferências e aversões àquilo que
seria próprio para um cristão.
Tudo o que é acrescido ao Evangelho se tom a um novo evangelho e é ina-
ceitável aos olhos de Deus. Acredito que o mundo não tem rejeitado nossa
mensagem, mas tem rejeitado a nossa caricatura da mensagem.
Olhar os excessos de um Islã legalístico e a escravidão que ele desen-
cadeou deve ser um chamado para as igrejas cristãs. Se nossa obrigação
for alcançar um bilhão de muçulmanos com o evangelho de Cristo, então
é melhor termos mais para oferecer do que um conjunto de regulamentos
para se seguir.

P a u l o F ala S o br e o L egalism o
Quando Jesus veio ao mundo, a fé dos judeus tinha se transform ado em
extrem o legalism o, pois as regras tinham substituído o relacionam ento
com Deus. O legalismo tinha escravizado as pessoas, mas Jesus veio para
libertá-las.
Gálatas 3 é o argumento chave de Paulo para contrastar a lei e a fé. Muitos
gálatas que tinham se convertido a Cristo estavam se voltando para o ju-
daísmo e para a lei. Gálatas 3:7 nos diz: “Sabei, pois, que aqueles que são
da fé são chamados filhos de Abraão” . Um verdadeiro judeu que faz parte
da família de Deus é “da fé” . Sendo assim , todos os que creem são filhos
de Abraão. Paulo faz dois apelos aos gálatas.

1.0 apelo espiritual


O apelo de Paulo aos gálatas tem como base a experiência pessoal deles.
A E s t r a t é g ia d o L e g a l is m o 1 83

O insensatos gaiatas, quem vos encantou a fim de que não obedeces-


sem à verdade, quando entre vós, diante de vossos olhos, Jesus Cristo
foi evidentemente apresentado e crucificado? Apenas quero saber de
vós isto: Recebestes o Espirito pelas obras da lei ou pela fé naquilo
que ouviram? Sois assim tão tolos? Depois de terdes começado pelo
Espírito, quereis agora ser aperfeiçoados pela carne? Padecestes
tantas coisas em vão? Se é que foi em vão! Aquele que vos ministra o
Espírito e realiza milagres entre vós, o faz. pelas obras da lei, ou pela
fé naquilo que ouviram?
- G á ea ta s 3:1-5

A experiência deles com o Espírito Santo é mencionada três vezes. Paulo


usa a palavra insensato, que quer dizer “desprovido de razão” . Aqueles cris-
tãos tinham perdido o bom senso! Você entenderá porque o legalismo torna
o cristão “irracional” quando ler suas implicações espirituais.

O legalism o é uma enganação dem oníaca.


“Quem vos fascinou...” . O termo grego aqui é baskaino, e significa “en-
feitiçar” . Essa é uma referência óbvia a um espírito enganador que levou
aqueles cristãos ao erro. Muitas armadilhas estranhas que os homens têm
acrescentado à prática do C ristianism o existem por causa do engano de
Satanás, ou do seu “feitiço” .

O legalism o desobedece à verdade.


“ ... para não obedecerdes à verdade...” . Esses cristãos seguiram o enga-
no por um caminho de desobediência. A verdade divina foi substituída por
uma mentira que eles seguiram e, portanto, eles viveram em desobediência
à vontade de Deus.

O legalism o desonra a cruz.


“ ... perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado,
entre vós?” Paulo declarou que Jesus Cristo foi “evidenciado” ou expos-
to. Parece-nos que a crucificação de Cristo foi abordada de tal maneira que
eles foram dramaticamente salvos pela sua mensagem. O Cristo crucifica-
do comoveu a igreja da Galácia, mas eles voltaram suas costas para a cruz
184 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO D O S DEM O NIO S

com insensatez e retornaram à Lei. Fazendo isso, aquele povo desonrou o


sacrifício feito por Jesus na cruz.

O legalism o renuncia o E spírito.


“ ... recebestes o Espírito...” . Os cristãos tinham recebido o Espírito Santo,
e Ele começou a operar. Mas hoje, eles tentam viver segundo a Lei e de
acordo com a carne.
O Espírito Santo possibilita a oferta de uma vida em sacrifício a Deus, e a car-
ne não pode fazer o que foi iniciado pelo Espírito. É impressionante ver como
muitos cristãos são salvos pela obra do Espírito de Deus, mas depois tentam
viver o Cristianismo de acordo com o que os homens dizem ser apropriado.

O legalism o desconsidera o que é m ilagroso.


Paulo ministrou aos gálatas pelo Espírito, e outros milagres foram mani-
festos pelo mesmo poder. A Lei não tem poderes sobrenaturais. Os milagres
acontecem quando a Palavra de Deus é pregada com o poder do Espírito e
quando as pessoas a recebem com fé.
Nessa passagem, aprendemos que a pregação só será efetiva “pela prega-
ção da fé” . Alguns só escutam a mensagem de forma crítica; outros escutam
intelectualmente; muitos escutam com preconceito, e há aqueles que não
dão ouvidos a ela! Mas se você ouvir com fé, a Palavra de Deus pode trans-
formar-se em prática de vida.
O capítulo 3 de Hebreus nos admoesta sobre aqueles que rejeitam ouvir,
e nos diz que, se não ouvirmos com fé, seremos endurecidos. Hebreus 4:2
nos faz ainda outra admoestação: “Porque para nós o evangelho foi prega-
do, assim também como a eles, mas a palavra pregada não lhes serviu, não
estando esta misturada com a fé daqueles que a ouviram ” . Se a pregação
não estiver acompanhada pela fé, ela não será proveitosa.
A igreja da Galácia tinha perdido o bom senso. A fé tinha sido substituída
pelas obras, e a graça pela lei. O próximo apelo que Paulo faz vem direto
das páginas do Antigo Testamento.

2 .0 apelo das Escrituras


Paulo achou necessário destacar a doutrina da salvação pela graça com
exemplos do Antigo Testamento. Em Gálatas 3:6-7, Paulo cita a conversão
A E s t r a t é g ia d o L e g a l is m o 185

de Abraão como exemplo, no Antigo Testamento, da salvação pela fé. Em


Gênesis 15:6, lemos sobre Abraão: “E ele creu no Senhor, e ele lhe atribuiu
isto por justiça” . Com isso, vemos que naquele tempo Deus salvava as pes-
soas da mesma forma com que nos salva hoje.
Gaiatas 3 dá continuidade a esse tema a partir da conversão de Abraão até
a aliança que Deus fez com ele: “Prevendo a escritura que Deus justificaria
os gentios pela fé, pregou o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti todas as na-
ções serão abençoadas. De modo que aqueles que são da fé são abençoados
com o fiel Abraão” (G1 3:8-9). Essa aliança inclui tanto os judeus quanto os
gentios, e a promessa de benção por meio da semente de Abraão é para todos.
Paulo continua dizendo: “Porque todos quantos são das obras da lei estão
sob a maldição, pois está escrito: Maldito é todo aquele que não observa to-
das as coisas escritas no livro da lei para cumpri-las. Que nenhum homem
é justificado pela lei perante Deus, isso é evidente, porque o justo viverá
pela fé. E a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas deverá vi-
ver nelas” (G1 3:10-12).
A lei não pode salvar; ela só pode amaldiçoar. Se alguém não consegue
cum prir toda a lei, ele é amaldiçoado por ela. A única maneira de acabar
com a maldição da Lei é ter uma vida de fé. Não vivemos sob as restrições
do legalism o, mas sob o poder da graça. Gálatas 3:11 cita Habacuque 2:4.
Se um homem escolhe a Lei, ele vive sob a bênção e a maldição dela. Mas
como todos os homens pecaram, nós estamos sob a maldição da Lei até que
recebamos a Cristo, que tomou sobre Si as nossas maldições.
Cristo veio para nos livrar e nos redim ir da terrível maldição das amar-
ras do pecado.
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se por nós uma mal-
dição, porque está escrito: Maldito é todo aquele que for pendurado
em uma árvore; para que a bênção de Abraão pudesse vir sobre os
gentios por meio de Jesus Cristo; para que possamos receber a pro-
messa do Espírito através da fé.
-G á la ta s 3:13-14

A citação de Paulo em Deuteronômio 21:23 nos lembra de que ser crucifi-


cado era um sinal evidente para os judeus de que aquele homem era maldito
186 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL ‫ ״‬a AÇAO D O S DEM O NIO S

diante de Deus. Jesus tomou aquela maldição por nós: “Aquele que em seu
próprio corpo levou os nossos pecados sobre o madeiro, para que nós, mor-
tos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas
fostes curados” (lP e 2:24).
Quando Cristo gritou, “Meu Deus, meu Deus, por que tu me abandonas-
te?” (Mc 15:34), Ele estava suportando as nossas maldições para que pu-
déssemos ser livres. E foi pela morte de Cristo que a promessa da bênção
de Deus, feita a Abraão, foi cumprida. Quando cremos nele, recebemos a
promessa do Espírito e vivemos na liberdade da fé.
No fim de Gálatas 3, Paulo resume seu raciocínio contrastando a lei e a
promessa. Primeiro, ele enfatiza que a lei veio depois da promessa. Deus
fez uma promessa a Abraão quatrocentos anos antes de entregar a Lei a
Moisés para a nação de Israel. A lei não cancelou a promessa.
Paulo também nos lembra de que a Lei foi estabelecida por causa da mal-
dade: “Então, para que serve a lei? A lei foi acrescentada por causa das
transgressões, até que viesse a semente para quem a promessa fora feita; e
foi estabelecida por anjos pelas mãos de um mediador. Ora, um mediador
não é um mediador de um apenas, mas Deus é um só” (G1 3:19-20).
A Lei chegou ao povo por meio de um mediador. A salvação prometida a
Abraão foi trazida na pessoa de Jesus Cristo! Quando estudamos mais tarde
os argumentos de Paulo, aprendemos que a Lei expõe o pecado: “É então
a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum. Se tivesse exis-
tido uma lei que pudesse vivificar, em verdade, a justiça teria vindo pela
lei. Mas a escritura concluiu tudo sob o pecado, que a promessa pela fé de
Jesus Cristo possa ser dada aos que creem. De modo que a lei foi a nossa
pedagoga, para trazer-nos a Cristo, a fim de que pudéssemos ser justifica-
dos pela fé” (G1 3:21-22,24).
A Lei pode revelar o pecado, mas ela não pode nos livrar do pecado.
Outra tradução usa a palavra tutor para descrever o papel da Lei em nos-
sos corações. A palavra grega usada era paidugogos. Nos tempos da Bíblia,
esse termo se referia ao escravo que era escolhido para treinar um menino
até que ele se tornasse adulto. Na arte dos antepassados, esse tutor único
era descrito com uma vara em sua mão. Os paidagogos eram geralmente se-
veros, muito parecidos com os sargentos treinadores dos fuzileiros navais.
A E s t r a t é g ia d o L egausm o 187

O propósito da Lei era nos levar à exaustão com nossa condição de per-
didos para nos forçar a encarar e confessar nossa total inabilidade e incapa-
cidade de salvação. Éramos literalmente aprisionados e vigiados pela Lei.
Mas ela nos leva a Cristo, que nos liberta e nos faz Sua família.
Como cristãos, permanecemos juntos em Cristo em plena fraternidade.
Somos partes da promessa feita a Abraão; somos herdeiros de Deus. Não
deixem os que preferências culturais, denominações e posições milenares
nos dividam . Celebrem os o fato de todos sermos salvos pelo sangue de
Jesus!
P arte V

GARANTINDO A VITORIA
SOBRE O INIMIGO
capítu lo

A V itória no C alvário

entendimento bíblico da batalha espiritual começa no final, e não no


O começo. Isso é justo porque é importante mantermos nosso foco em
Cristo, e não no poder do inimigo. Satanás não tem nenhuma autoridade le-
gítima sobre qualquer cristão; ele é um usurpador e um transgressor na terra
de Deus. Não podemos admitir sua reivindicação arrogante do reinado deste
mundo. Isso seria uma traição a Cristo, que se entregou à cruz e não se cur-
vou diante do inimigo quando foi tentado no deserto.
Devem os ir direto ao cerne da batalha espiritual: a batalha já está ga-
nha! Satanás está sob julgamento desde o Éden. Não podemos nos esque-
cer de que o julgam ento de Satanás foi anunciado no Éden e consumado
no Calvário! Devemos proclamar que o que foi proferido sobre Satanás no
Éden foi executado: “E eu colocarei inimizade entre ti e a mulher, e entre
a tua semente e a sua semente; ela ferirá a tua cabeça, e tu lhe ferirás o cal-
canhar” (Gn 3:15). Apesar da sua força, ele não prevaleceu sobre aquele
que lhe era mais forte.
No clássico O Peregrino, de John Bunyan, Temeroso e Desconfiado de-
sistem da sua jornada à cidade de Deus quando veem dois leões. O narra-
dor diz: “os leões estavam acorrentados, mas de onde o Cristão estava não
podia ver as correntes que os prendiam ” .1 Satanás e as forças do inferno
estão em uma pequena coleira desde o Calvário. Nós não estamos lutan-
do para a vitória, mas pela vitória. O objetivo da guerra espiritual é adotar
e reforçar a vitória da cruz sobre o inimigo. Não devemos superestimá-lo,
nem subestimá-lo.
Não somos duelistas que acreditam que Deus e o diabo são igualmente
fortes e que lutam pelo controle do homem. Satanás não coexiste com Deus,
e os poderes das trevas foram vencidos na cruz. A passagem extraordinária
190 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

de Colossenses 2 tem seu clímax no versículo 15 com a gloriosa afirmação


da vitória de Cristo: “E, despojando os principados e potestades, os expôs
abertamente, triunfando sobre eles em si mesmo” .
A maioria das pessoas vê na cruz o sacrifício de Cristo para o nosso per-
dão. Nós vemos Seu exemplo único de amor incondicional e vemos a de-
monstração do amor de Deus por nós. Tudo isso é verdade, mas existe ainda
outra verdade sobre o que aconteceu naquela cruz. Uma batalha espiritual
cósmica foi travada naquele dia.
Esse foi o dia culm inante de todo o ódio de Satanás por Jesus. Satanás
tentou matar Jesus no Seu nascimento usando a tirania de Herodes; tentou
Jesus no deserto para desviar os planos do Pai e colocou diante do Senhor
a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida.
Ele tentou Jesus no corpo, na alma e no espírito. Mas Jesus o venceu com
a Palavra de Deus.
Não podemos ter dúvidas quanto ao claro propósito da vinda de Jesus
a este mundo: Ele veio para batalhar contra Satanás. O Senhor Jesus dei-
xou o céu e invadiu a esfera de Satanás, sendo foi rejeitado pelos homens
e odiado por Satanás. Em Seu primeiro discurso na sinagoga em Nazaré,
Jesus citou Isaías 61:1: “O Espírito do Senhor Deus está sobre m im , por-
que o Senhor tem me ungido para pregar boas novas ao pobre. Ele tem me
enviado para atar as feridas do dilacerado, para proclam ar liberdade aos
cativos e a abertura da prisão para aqueles que estão encarcerados” . Jesus
via nosso mundo como cativo, cego, desiludido e ferido, isto é, vítima das
consequências desastrosas do controle de Satanás.
Ao longo do Seu m inistério, Jesus confrontou as forças do inferno e as
expulsou. M uitas vezes, Ele fez cegos enxergarem - e Ele ainda abre os
olhos daqueles que Satanás cegou e ainda liberta os cativos de seu cativei-
ro. Jesus viu a obra destrutiva de Satanás e agiu.
A Bíblia está cheia de versículos que revelam essas verdades. Em uma
das muitas afirmações sobre o propósito do Senhor ter vindo a este mundo,
João diz: “ Para este propósito o Filho de Deus foi manifestado: para que
pudesse destruir as obras do diabo” (1 Jo 3:8).
Pouco antes da crucificação, Jesus disse: “Agora é o juízo deste mundo;
agora será expulso o príncipe deste mundo” (Jo 12:31).
A V it ó r ia n o C a l v á r io 191

Quando foi preso, Jesus disse para os que O prenderam: “Eu tenho esta-
do diariam ente convosco no templo, não estendestes as mãos contra mim;
mas esta é a vossa hora, e o poder das trevas” (Lc 22:53).
O mundo em que Ele ministrava estava dominado por Satanás: “E nós sa-
bemos que somos de Deus, e que todo o mundo jaz no maligno” (1J0 5:19).
E mais uma vez, Seu propósito é declarado pelo autor de Hebreus: “E já
que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também participou
das mesmas coisas, para que através da morte ele destruísse aquele que ti-
nha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2:14).
O apóstolo Paulo não tinha dúvidas sobre o que aconteceu na esfera es-
piritual no dia da crucificação de Jesus. A passagem de Colossenses 2:6-15
nos dá em detalhes o panorama espiritual da batalha cósmica travada no
Calvário naquele dia, revelando a nossa vitória. Paulo diz que três coisas
importantes aconteceram na cruz que os olhos naturais não puderam ver.

A C ruz D espojou S atanás


Poderes espirituais hostis reinaram sobre o homem e o m undo, e esse
reino teve sua origem no pecado e na Queda. Mas Jesus veio para derro-
tá-los: “E, despojando os principados e potestades, os expôs abertamente,
triunfando sobre eles em si mesmo” (Cl 2:15). A palavra “despojar” signi-
fica “desapossar” , “saquear” ou “roubar” . No original do grego, trata-se do
tempo verbal aoristo, que significa “despojado de uma vez e para sempre” .
Não haverá outro confronto; a batalha já foi decidida para sempre. A cena
sugerida por essa palavra é a de um inimigo caído que teve sua espada, ar-
madura, escudo, posição e riqueza tomados. As Escrituras nos ensinam que
Satanás foi destituído de direito, poder e autoridade sobre aqueles que se
curvaram aos pés da cruz e receberam o precioso sangue de Cristo como
expiação dos seus pecados.
E o que Jesus tomou de Satanás? Vemos em Romanos 8:33-34 que Ele
tirou o direito de Satanás nos acusar: “Quem acusará alguma coisa aos es-
colhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é o que condenará? É
Cristo que m orreu, sim, que foi ressuscitado, o qual está à direita de Deus,
e também intercede por nós” . De Satanás foi tirado o direito de nos matar.
192 EN TENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

Não somos mais culpados, e lhe foi tirado o direito de propriedade sobre
nós. Ele não tem armas nem meios de nos manter presos.

A C ruz E xpôs S atanás


Cristo “os expôs publicamente” . Alguém pode discordar dessa palavra e
dizer: “Mas não foi Cristo o exposto publicamente naquele dia?” Sim, Ele
foi. Rasgaram as Suas vestes e O expuseram diante dos homens que grita-
vam: “salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus” . Mas
não podemos nos esquecer de que também havia outra exposição pública
acontecendo na esfera espiritual invisível.
Na esfera espiritual, Cristo expôs publicamente Satanás e todas as for-
ças demoníacas. Jesus os exibiu diante do mundo dos anjos, do mundo dos
demônios, do mundo espiritual e diante dos “justos aperfeiçoados” . E eles
não viram Satanás como anjo de luz, modo pelo qual ele normalmente se
manifesta, mas viram sua verdadeira natureza. Eles o viram como um men-
tiroso sujo e asqueroso. Satanás e todas as forças demoníacas foram vistos
em sua verdadeira natureza.
Satanás e todo o seu exército agitaram-se em grande fúria contra o apa-
rentemente indefeso Filho de Deus. Satanás veio como A poliom , o des-
truidor. Quando a poeira da batalha se dissipou, havia uma cruz vazia e um
túmulo vazio. Jesus derrotou Satanás em seu território. Ele foi m ostrado
como o adversário vencido que é - exposto como em um outdoor , e esta-
vam expostos à vista de todos.
Satanás é sempre um espetáculo público de derrota quando o povo de
Deus declara a vitória do Calvário. Em Sua ascensão, Jesus atravessou a
atmosfera declarando que nem a lei da gravidade nem os poderes do infer-
no poderíam segurá-Lo.

A C ruz V enceu S atanás


Dr. Jam es S. S tew art, pregador escocês e ex-capelão da rain h a da
Inglaterra, apoiava os fundamentos da fé na igreja anglicana quando ain-
da não se era comum fazê-lo. Dr. Stewart exigia um retorno à verdade; ele
afirmava que uma batalha cósmica havia se travado na cruz. Atrás da cruz,
A V it ó r ia n o C a l v á r io 193

há uma figura do homem decadente. Os pecados da humanidade, tal como


o orgulho, a inveja, a ganância, o falso m oralismo, a religião, a injustiça
política e a indiferença levaram nosso Salvador à cruz. E por trás deles, es-
tavam os principados e potestades do mal. As pessoas eram movidas por
forças que iam além das suas.2
Jesus escolheu morrer pelo Seu povo porque Ele sabia que o inimigo, com
sua força, mantinha o laço da morte sobre eles. E Cristo, ainda mais forte,
veio trazer os cativos à liberdade. Ele agiu na história não apenas para res-
gatar os pecadores, mas também para expor o erro do dualismo. Em todo
lugar, as pessoas temiam os deuses da superstição. Jesus não apenas os ven-
ceu, mas anunciou que eles se curvariam diante dele e confessariam que
Ele é o Senhor.

Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome


que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre
todo joelho das coisas nos céus, e coisas na terra, e coisas debaixo
da terra, e para que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai.
- F ilipensbs 2:9-11

O poder de Satanás foi destruído na cruz, e o triunfo sobre Satanás fi-


nalm ente chegou. O verbo “triunfar” significa “conquistar com pleta e
irreversivelmente” .
Entretanto, a pergunta persiste: “Se Satanás foi despojado, exposto e ven-
cido na cruz, por que minha vida está tão distante da vitória?” . Primeiro,
se não está salvo, você está vulnerável aos ataques e à presença do inimigo
em sua vida. Não há outro meio de ser vitorioso sobre Satanás, a não ser
pelo sangue de Jesus, derramado pelos seus pecados.
Segundo, se você é cristão, Satanás só atacará se você permitir. A Bíblia
nos admoesta: “Não deis lugar ao diabo” (Ef 4:27). Se você deu lugar ao
diabo por meio de uma vida pecaminosa, você colocou um tapete de boas-
-vindas para o inimigo entrar em sua vida e te escravizar. Muitos cristãos
levam vidas tão fracassadas e deprimentes que não honram ao Senhor nem
servem de exemplo para outros. Esses cristãos fazem parte de uma igre-
ja fraca e anêmica que não reflete aquilo que Cristo realizou na cruz. Por
194 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL <>a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

acaso Jesus morreu para que hoje tivéssemos uma igreja cheia de pessoas
enfermas, deprimidas e presas ao inimigo?
Há vitória na cruz! O sangue nos purificou dos pecados e aniquilou o po-
der do inimigo. Cada martelada nos pregos que cravaram Suas santas mãos
cravava também os pregos no caixão de Satanás. Todos os cristãos estão
libertos.
A morte de Cristo foi uma batalha na qual Deus alcançou uma vitória
imortal, e o conflito foi violento e misterioso. Nosso Senhor morreu para
vencer a batalha e ressurgiu dos mortos para nos garantir a vitória.
Temos vitória em Jesus todos os dias. Quando Satanás se aproxim a, nós
sim plesm ente o fazem os lem brar do nosso Salvador. Se ele nos acusar,
apontamos para o perdão. E se ele nos tentar, nós o afrontamos com as pa-
lavras do Senhor. E se ele tenta nos tocar, declaramos que ele não tem au-
toridade sobre o que é propriedade de Deus.
capítuío

A licerces para a V itória

m 2 Tim óteo 2:3-4, todo cristão é descrito como um soldado em


E guerra. Se quiserem alcançar a vitória, o plano de batalha dos solda-
dos deve ser guardado em alicerces firmes do ensino da Palavra de Deus.
A m aior cilada do inimigo está em perverter e negar a verdade.
Os alicerces de Deus são fortes e nós precisamos descansar nossa fé, pia-
nejamento e estratégia de luta sobre três sólidas bases bíblicas e espirituais:

1. A obra consumada de Cristo;

2. A união dos crestes com Cristo;

3. A obra do Espírito dc Cristo no cristão hoje.

O A licerce d a O bra C o n s u m a d a d e C risto

Tudo o que temos e podemos aproveitar na esfera do Espírito tem base


no glorioso fato de que o filho de Deus veio encarnado, invadiu este mun-
do infestado de demônios e conquistou a vitória por Sua morte e ressurrei-
ção sobre a cruz.
Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com po-
der; o qual andava fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do
diabo, porque Deus estava com ele.
-A to s 10:38

Como Deus conquistou essa vitória? Leia Atos 10:39-40: “ao qual ma-
taram, pendurando-o em um madeiro; a este, Deus ressuscitou ao terceiro
d ia ,e o manifestou abertamente” .
196 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

No início dos anos 50, o falecido Professor James S. Stewart, na confe-


rência de Lyman Beecher, na Universidade de Yale, lamentou a falta de en-
sinamento sobre os demônios e a derrota destes, a qual só é alcançada por
meio da cruz: “Eu gostaria de introduzir o tema da pregação da cruz suge-
rindo que, se para muitos contemporâneos os impactos de Newton, Darwin
e Freud têm negado a existência do divino, eles têm, com mais intensidade
ainda, negado o satânico” .1
Posteriormente, ele afirma: “A retirada da dimensão satânica tem tido o
seu impacto sobre a teologia cristã... uma força usurpadora pessoal viva e
tirânica... e não simplesmente uma fobia humana ou um ego dividido” .2
A morte de Jesus fez pelo menos quatro coisas para garantir a vitória.

1. Ele resolveu a questão do pecado.


Portanto, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos acesso pela f é a esta
graça, na qual estamos firmes, e nos regozijamos na esperança da
glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas
tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a pa-
ciência a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança
não nos envergonha, porque o amor de Deus está derramado em nos-
sos corações pelo Espírito Santo que é dado a nós.
- R omanos 5:1-5

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo


Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
- R omanos 8:1

E incorruptível, Jesus morreu em nosso lugar para quitar nossa dívida de


pecado e para que Satanás não tivesse mais o direito de nos acusar.

2. Ele veio para que você fosse aceito.


Para louvor da glória da sua graça, pela qual nos fez. aceitáveis a si
no Amado.
- E fésios 1:6

Você agora tem um valor eterno.


A l ic e r c e s p a r a a V it ó r ia 197

3. Ele veio para derrotar Satanás.


Ele nos livrou do poder das trevas, e nos transferiu para o reino do
seu amado Filho.
- C0LOSSENSES 1:13

E, despojando os principados e potestades, os expôs abertamente.


triunfando sobre eles em si mesmo.
- C olo ssenses 2:15

E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também


participou das mesmas coisas, para que através da morte ele des-
truísse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e livrasse
aqueles que, por terem medo da morte, estavam por toda a vida su-
jeitos à servidão.
- H eb r eu s 2:14-15

Aquele que comete pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o


princípio. Para este propósito o Filho de Deus foi manifestado: para
que pudesse destruir as obras do diabo.
- 1 J oão 3:8

A morte expiatória de Cristo foi a batalha de todos os tempos. Vitórias in-


visíveis estavam sendo conquistadas. O teólogo Gustav Aulen declara que
Jesus é “Christus Victor” .3 Sua morte foi triunfante. P.T. Forsyth disse: “A
terrível necessidade do mundo é menor do que a impressionante vitória de
Cristo. E os demônios que encontramos já foram destinados ao inferno jun-
to ao Satanás que Cristo derrotou. A maldade do mundo é, apesar de tudo,
como ‘touro na rede’, uma fera acorrentada se batendo até a morte” .4
João Calvino, ao com entar Colossenses 2:8-15, disse: “Não existe ne-
nhum tribunal tão esplêndido, nenhum trono tão majestoso, nenhuma ma-
nifestação de triunfo tão notável, nenhuma carruagem tão elevada quanto
o mastro |da cruz] em que Cristo venceu a morte e o diabo... pisando-os
sob seus pés” .5
O grande teólogo Alemão Oscar Cullman, no seu livro Christ and Time,
fala sobre a obra consumada de Cristo: “Os principados e potestades entre
198 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO D O S DEM O NIOS

a Ressurreição e a Parusia [Segunda Vinda] estão amarrados a uma corda,


mas ainda em liberdade para m anifestar seu caráter dem oníaco, mas em-
bora estejam atados, pois Cristo já venceu todos os demônios: a cruz e a
ressurreição são a batalha decisiva que definiu o rumo da guerra e definiu a
luta, mesmo que o Dia da Vitória ainda esteja longe de chegar” .6
Nós precisamos entender que lutamos sobre os alicerces de uma vitória
que já foi conquistada!
Cristo veio anular tudo o que herdamos do primeiro Adão.

Portanto, como por um homem o pecado entrou no mundo, e pelo pe-


cado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque
todos pecaram; (porque até a lei, o pecado estava no mundo; mas o
pecado não é imputado quando não há lei. No entanto, a morte reinou
desde Adão até Moisés, até mesmo sobre aqueles que não tinham pe-
cado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é afigura daquele
que havia de vir. Mas o dom gratuito também não é como a trans-
gressão. Porque, se pela transgressão de um morreram muitos, muito
mais abundou a graça de Deus para os muitos, e o dom pela graça
de um homem: Jesus Cristo. E não foi assim o dom como transgres-
são, por um só que pecou. Porque o juízo veio por uma transgressão,
para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas transgressões
para justificação. Porque, se pela transgressão de um homem, a mor-
te reinou por meio de um, muito mais os que recebem a abundância da
graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por meio de um, Jesus
Cristo). Portanto, assim como pela transgressão de um veio o juízo
sobre todos os homens para condenação, assim também pela justiça
de um veio o dom gratuito sobre todos os homens para justificação de
vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem, muitos
foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão fei-
tos justos. Além disso, veio a lei, para que a transgressão abundasse;
mas onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim
como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça
para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
- R omanos 5:12-21
A l ic e r c e s p a r a a V it ó r ia 199

No Jardim do Éden, Satanás usurpou a herança da humanidade e entro-


nizou a morte como rei da terra. Um “segundo Adão” - Jesus Cristo - foi
convocado para quebrar os grilhões dos principados e potestades, e para
resgatar a raça da extinção (Rm 5:17). Eu e você temos que nos apropriar
da obra realizada por Cristo se quisermos gozar da Sua vitória. E isso nos
leva ao segundo alicerce.

O Alicerce da Nossa União com Cristo


Respondeu-lhe Jesus, dizendo: Na verdade, na verdade eu te digo:
Se um homem não nascer de novo, ele não pode ver o reino de Deus.
- João 3:3

E vos vivificou, estando mortos em transgressões e pecados, nos quais,


no passado, caminhastes, conforme o curso deste mundo, conforme o
príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos
da desobediência; entre os quais também todos nós vivíamos, em tem-
pos passados, nos desejos da nossa carne,fazendo a vontade da carne
e da mente; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros tam-
bém. Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo seu grande amor com
que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos pecados, nos vivi-
ficou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou
juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo
Jesus; para mostrar nas épocas vindouras as abundantes riquezas da
sua graça, pela sua benignidade para conosco através de Cristo Jesus.
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de nós; é
dom de Deus. Não de obras, para que nenhum homem se glorie.
- E fésios 2:1-9

No novo nascim ento (João 3:3), somos vivificados pelo Espírito Santo
(E f 2:1-9) e levados a uma união vital com C risto. Rom anos 5:10 diz:
“Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela mor-
te de seu Filho, muito mais, tendo sido reconciliados, seremos salvos pela
sua vida” . Na verdade, Sua morte assegurou nossa salvação e Sua vida nos
trouxe a salvação.
200 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

Deus transforma as nossas vidas ao trocá-las pela vida de Cristo. Segundo


o Novo Testamento, agora somos identificados com Cristo em todos os as-
pectos da Sua obra consumada.

Nossa morte com Cristo


Estou crucificado com Cristo, não obstante, eu vivo, porém, não eu,
mas Cristo vive em mim.
- G álatas 2:20

Nosso sepultamento com Cristo


Romanos 6:4 declara que tudo o que recebemos de Adão foi sepultado
com Cristo; o batismo é uma representação desse sepultamento.

Portanto, fomos sepultados com ele para morte pelo batismo, para
que assim como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória
do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida.

Nossa ressurreição com Cristo


Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua
morte, também o seremos na semelhança da sua ressurreição; sabendo
isto, que o nosso velho homemfoi crucificado com ele, para que o corpo
do pecado pudesse ser destruído,para que não sirvamos mais ao pecado.
- R omanos 6:5-6

E vos vivificou, estando mortos em transgressões e pecados, nos quais,


no passado, caminhastes, conforme o curso deste mundo, conforme o
príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos
da desobediência; entre os quais também todos nós vivíamos, em tem-
pos passados, nos desejos da nossa carne,fazendo a vontade da carne
e da mente; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros tam-
bém. Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo seu grande amor com
que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos pecados, nos vivi-
ficou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos).
- E fésios 2:1 -5
A l ic e r c e s p a r a a V it ó r ia 201

Espiritualmente, a pessoa salva é resgatada da morte. Embora nossos


corpos não tenham sido elevados, o aspecto da ressurreição está presente
em nosso espírito por meio do Espírito Santo. Na verdade, o Espírito Santo
é o “penhor” ou garantia da ressurreição do nosso corpo. A vida eterna ha-
bita em cada cristão.

Em quem também vós confiastes, depois que ouvistes a palavra da


verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido,
fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é a garantia
da nossa herança, até a redenção da possessão adquirida, para lou-
vor da sua glória.
-E f é s io s 1:13-14

Entronizados com Cristo


Estando nós ainda mortos em nossos pecados, nos vivificou juntamen-
te com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente
com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus.
- E fésios 2:5-6

Em Efésios 1:20-21, percebemos que, quando decidimos ficar ao lado de


Cristo e nos sentar com Ele, ficamos então “acima de todo o principado,
e poder, e potestade, e dom ínio” . E tudo aquilo que antes estava sobre as
nossas cabeças fica sob os nossos pés. Nossa posição estratégica é plena-
mente definida com Cristo. Primeira João 4:17 diz: “porque, qual ele é, so-
mos nós também neste mundo” . Isso nos leva ao alicerce final, a plenitude
do Espírito Santo.

O A licerce d e P le n it u d e e P o d e r d o E spírito S anto

O Senhor da terra hoje é a terceira pessoa da Trindade, o bendito Espírito


Santo, e este habita em cada cristão. Ele pode, entretanto, ser ignorado, in-
sultado, entristecido e apagado. Mas anseia preencher, abençoar e produzir
frutos em cada cristão.
202 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS D EM Ô NIOS

Só o Espírito Santo pode transformar a Palavra de Deus em espada


do Espírito.
E tomai o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a pa-
lavra de Deus.
- E fésios 6:17

Porque a palavra de Deus é viva e poderosa, e mais aguda do que


qualquer espada de dois gumes, penetrando até a divisão da alma e
do espírito, e das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e in-
tenções do coração.
- H ebreus 4:12

Só o Espírito Santo possibilita a oração eficaz.

Semelhantemente o Espírito também nos ajuda em nossas fraque-


zas; porque não sabemos o que devemos orar como convém, mas o
próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não podem ser
proferidos.
- R omanos 8:26

Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santís-


sima fé, orando no Espírito Santo.
-J udas 1 :2 0

Só o Espírito Santo dá o entendimento da Palavra de Deus.


Por isso também, depois de ter ouvido falar da vossa fé no Senhor Jesus
e o vosso amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por
vós, fazendo menção de vós em minhas orações; para que o Deus de nos-
so Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e
de revelação no conhecimento dele, tendo os olhos do vosso entendimen-
to iluminados, para que saibais qual é a esperança do seu chamado, e
quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.
- E f é s io s 1:15-18
A l ic e r c e s p a r a a V it ó r ia 203

As Escrituras nos falam sobre o dom da revelação do conhecimento e do


entendimento por meio do Espírito Santo. O Espírito de Deus nos possibi-
lita entender e praticar a verdade espiritual.

O Espírito Santo fortalece o nosso homem interior.


(...) que sejais fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem
interior.
- E f é sio s 3:16

O Espírito Santo deseja encher todo cristão.


Efésios 5:18 diz: “Mas enchei-vos do Espírito” . “Encher” não é nada me-
nos do que manter o total controle do indivíduo. Esse é o senhorio de Cristo
atuando na vida do cristão. Um cristão cheio do Espírito não pode ser der-
rotado por Satanás e suas forças demoníacas. Quando somos preenchidos
pelo Espírito, vivemos em constante estado de triunfo.
capítuío

R ecursos para a V itória

amos resumir e listar as verdades que Deus tem revelado a nós


Existem cinco recursos infalíveis que garantem a vitória espiritual.

Io Recurso - assumir a autoridade


Primeiro, o fiel deve assumir a autoridade de sua posição em Cristo. Em
Efésios 2:6, Paulo declara que fomos elevados com C risto e assentados
com Ele nos lugares celestiais. Em Efésios 1:20-21, descobrim os que os
principados e potestades estão sob os nossos pés quando assumimos nosso
direito à autoridade em Cristo.
O cristão está revestido de autoridade em virtude da sua união com Cristo.
Essa autoridade é exercida pelo poder do Espírito Santo, que habita em nós.
Temos de nos posicionar contra o inimigo com uma fé firme e inabalável.
Não podemos ter medo de ordenar que o inimigo saia da nossa presença e
pare de interferir em nossas vidas.

2° Recurso - a Palavra de Deus


O segundo recurso infalível é a Palavra de Deus. No Novo Testamento,
descobrimos que dois termos do grego são usados para traduzir “palavra”
referindo-se à Escritura. Um é logos, que representa a palavra em todo seu
significado e entendimento. Rhema é o outro, e significa “a palavra dita e
aplicada” , ou seja, “a palavra revelada” . Efésios 6:17 chama as Escrituras
de “a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” . Nesse versículo, palavra
é rhema , que significa a palavra dita, aplicada, revelada e liberada. Satanás
e seus demônios irão fugir do cristão preparado, que proclama a Palavra de
Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo, quando tentado por Satanás no deserto,
usou apenas as Escrituras para expulsá-lo (Veja Mateus 4:1-11).
R e c u r s o s p a r a a V it ó r ia 205

3o Recurso - oração e jejum


O terceiro recurso é a parceria da oração e do jejum . Em Efésios 6:18,0
cristão equipado com toda a armadura recebe a seguinte instrução: “Orando
em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito...”
Em casos extrem os, a oração deve ser acom panhada pelo jejum . Em
Marcos 9:14-29, Jesus encontrou um pai desesperado com um filho ende-
moniado. Enquanto Jesus estava no monte da transfiguração. Seus discípu-
los fracassaram na tentativa de libertar o menino.
A questão para o pai foi a fé: “ E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, todas
as coisas são possíveis ao que crê” (Mc 9:23). Jesus expulsou o demônio e
desafiou Seus discípulos dizendo: “Este tipo não sai de modo algum, senão
pela oração e pelo jejum ” (v.29).
O jejum deve acompanhar a oração do fiel que enfrenta a batalha espiri-
tual. Isaías 58:6-12 define o jejum como a privação da própria necessidade
para ajudar o necessitado. Este é o tipo de jejum que Deus escolheu para
derrotar o inimigo.

Não é este o jejum que eu tenho escolhido? Soltar os grilhões da per-


versidade, desfazer as pesadas cargas e permitir ao oprimido ir livre,
e que vós quebreis todo jugo?
- Isaías 58:6

A oração e o jejum são eficazes contra o inimigo.

4o Recurso - louvor e adoração


O quarto recurso é o louvor e a adoração. No Antigo Testamento, o lou-
vor era usado como uma arma. 2 Crônicas 20 registra a história de Jeosafá
e sua batalha contra os amonitas e os moabitas. Observe a estratégia para
a vitória:•

• O líder oferece uma oração fervorosa a Deus. 2 Crônicas 20:6-


12 nos mostra as palavras dessa poderosa oração. Jeosafá con-
fessa a total confiança em Deus pela vitória, e confessa que seus
olhos estão somente nele.
206 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO D O S DEM O NIO S

• Total atenção é dada à Palavra de Deus, que é proclamada por


um homem cheio do Espírito de Deus. Em 2 Crônicas 20:13*17,
lemos que, após a oração, a palavra profética é declarada a Jaaziel.
Ele prega contra o medo e encoraja a fé. A Palavra é lançada com
poder!

• O louvor e a adoração fluem. Em 2 Crônicas 20:18-22, Jeosafá


enviou os coros para que cantassem “com voz muito alta” (v.19).
E enquanto louvavam “a m ajestade santa” (v.21), a invisível
atuação de Deus agiu no curso da batalha. “E, quando começa-
ram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra
os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, que
vieram contra Judá, e foram desbaratados” (v.22).

Salmos 149:6 diz: “Estejam em sua boca os altos louvores de D eus, e


uma espada de dois fios na sua mão” . O louvor é uma forte arma contra o
inimigo.

5o Recurso - presença e virtudes de Cristo


O quinto recurso é a presença e as virtudes do Senhor Jesus C risto.
Existem quatro verdades vitais sobre Jesus que garantem vitória em nos-
sa vida.

• Você tem o sangue de Jesus para os seus pecados. Primeira João


1:7 nos diz: “o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica
de todo o pecado” . Satanás e seus demônios só invadem onde
os pecados não confessados lhes dão lugar. O sangue é um a
arma indubitável: “E eles o [Satanás] venceram pelo sangue do
Cordeiro...” (Ap 12:11).•

• Você tem a cruz de Jesus para cuidar da sua carne. “Pois aqueles
que são de Cristo já crucificaram a carne com as paixões e con-
cupiscências” (G1 5:24). Essa identificação com a cruz de Cristo
protege você das ciladas do pecado. G álatas 2:20 diz: “Estou
crucificado com Cristo, não obstante, eu vivo, porém , não eu,
R k c l ir s o s p a r a a V it ó r ia 207

mas Cristo vive em mim. E a vida que agora vivo na carne, vi-
vo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou, e entregou-se a si
mesmo por mim” . O Cristo que habita em nós opera nos cristãos
que vivem pela fé.

• Você tem o nome de Jesus para derrotar o inim igo. Em Atos


16:18, Paulo expulsa o dem ônio de uma jovem ordenando ao
espírito: “Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo para sair dela” .
Na Bíblia, os nomes representam o caráter e a autoridade de uma
pessoa. O nome de Jesus Cristo não é uma palavra mágica, mas
sim o reconhecim ento da m aravilhosa presença de Jesus e de
Seu poder em todas as situações. Filipenses 2:10 nos diz: “Para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho das coisas nos céus, e
coisas na terra, e coisas debaixo da terra” . Os demônios se pros-
tram diante do nome de Jesus Cristo.•

• A fé em Jesus é a nossa garantia de proteção. Efésios 6:16 nos


fala sobre tomar “sobretudo, o escudo da fé, com o qual pode-
reis apagar todos os dardos inflamados do maligno” . Os cristãos
devem acreditar em Deus diante das acusações do inimigo, nas
crises das circunstâncias e no turbilhão das dificuldades. Aquele
que tem fé acredita em Deus antes que algo aconteça, e até que
aconteça - porque Deus assim o disse!
capítuío

O P osicionamento d o C ristão
D iante da V itória

guerra do Golfo é um clássico exemplo de estratégia de batalha.


A Nenhum confronto foi iniciado até que tudo e todos estivessem na
posição correta. Então, o ataque aéreo começou. Os aviões aliados levaram
a guerra para o céu e depois para a terra. E então, as tropas terrestres invadi-
ram para resgatar o território perdido e libertar os cativos.
A batalha espiritual também usa esse mesmo tipo de estratégia. Os cris-
tãos precisam conhecer seu inim igo, conhecer sua força e se posicionar.
Essa posição de batalha é descrita em Efésios 6:10: “fortalecei-vos no
Senhor” . A salvação é Cristo em você. Sua posição de vitória é você em
Cristo!

E ntendendo a P osição de E xaltação do C ristão


A descrição favorita de Paulo para um cristão é “em Cristo.” Efésios usa
essa expressão repetidamente para especificar os privilégios de ser um cris-
tão. Os cristãos precisam ser “fiéis em Cristo Jesus” . Temos a possibilidade
de viver na fé porque estamos em Cristo. Também “todas as bênçãos espi-
rituais” (Ef 1:3) são nossas em Cristo. Temos certeza da nossa aceitação na
família divina porque “nos deu gratuitamente no Amado” (v.6). Na verda-
de, ao lermos Efésios 1, veremos que todas as necessidades desta vida e da
vida futura são esclarecidas quando entendemos o que significa estar em
Cristo. Normalmente o foco é Cristo estar presente na vida do cristão. Mas
no livro de Efésios, o foco é o cristão estar em Cristo.
O P o s i c i o n a m e n t o d o C r is t ã o D ia n t e d a V it ó r ia 209

Para alcançarmos os propósitos deste estudo é importante notarmos que


“em C risto” o cristão é exaltado e entronizado acima dos principados e
potestades “e... ressuscita juntam ente... e assenta nas regiões celestes em
C risto Jesus” (E f 2:6). Os lugares celestiais são onde Cristo está entro-
nizado: “que manifestou em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o
colocou à sua própria destra nos lugares celestiais, muito acima de todo
principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia,
não só neste mundo, mas também no que há de vir. E colocou todas as coi-
sas sob seus pés” (Ef 1:20-22).
Quando entendem os nossa posição em Cristo, então entendemos clara-
mente que tudo o que está debaixo dos Seus pés está também debaixo dos
pés do cristão. Como em baixadores do céu, os cristãos têm a autoridade
do trono de Jesus Cristo! Nossa batalha contra Satanás e seus demônios
acontece nos lugares celestiais: “ Porque não lutamos contra carne e san-
gue, m as contra os principados, contra as potestades, contra os gover-
nantes das trevas deste m undo, contra a m aldade espiritual em regiões
celestiais” (E f 6:12).
Você e eu não temos em nós mesmos nenhuma autoridade sobre os de-
mônios. Mas essas forças espirituais do mal sabem muito bem da autorida-
de que temos em Cristo Jesus. Embora o embaixador de um país more em
outro país, ele ainda é cidadão do seu país. Quando o embaixador dos EUA
fala, ele usa a autoridade de Washington DC e todo o poder dos Estados
Unidos. Do mesmo modo, somos cidadãos do céu, e aqui na terra nós fala-
mos com toda a autoridade do céu.

E ntendendo o P ropósito Eterno do C ristão


O propósito eterno de Deus para todo cristão é fazer com que sejamos se-
melhantes a Cristo. Nosso propósito não é lutar para adquirir a vitória, pois
nosso Senhor já ganhou a batalha decisiva no Calvário. Nós lutamos pela
Sua vitória e estamos aqui para reforçá-la: “ Fortalecei-vos no Senhor e na
força do seu poder” (Ef 6:10).
O verbo fortalecer está conjugado no tempo presente do modo imperati-
vo, isto é, temos uma ordem contínua. Observamos que o sujeito é fortale-
cido por uma força exterior. Poderiamos também traduzir como “continue
210 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇAO DOS DEM O NIOS

sendo fortalecido” , mas não é o cristão que exercita seus músculos espiri-
tuais. Ele recebe e se apropria da força advinda de Deus.
Deus perm ite que Satanás guerreie contra os cristãos. Em bora funda-
mentalmente isso seja um m istério, diversos motivos podem ser observa-
dos com clareza.

1. As batalhas contra Satanás aperfeiçoam o cristão no uso das


Escrituras.

2. Essas batalhas terrestres nos libertam para um reino de exaltação


no próximo mundo: “Porque eu considero que os sofrim entos
deste tempo presente não são dignos de serem comparados com
a glória que há de ser revelada em nós” (Rm 8:18).

3. A guerra espiritual nos ensina sobre a tragédia da condição do


homem por causa da queda da humanidade. O ódio de Satanás
pela raça humana e seus incansáveis esforços para controlar o
destino do homem são claramente expostos na batalha espiritual.

4. O homem conhece a sua absoluta impotência diante do inimi-


go quando está longe de Cristo. C. S. Lewis disse: “A educação
sem valores parece tom ar o homem um demônio mais astuto” .1

5. A batalha espiritual previne que o cristão esteja conformado de-


mais com esse mundo. Os confrontos regulares nos conscien-
tizam de que estamos em um território hostil. Por últim o, essa
guerra nos ensina que o servo não está acim a do seu m estre!
Nosso Senhor também foi um soldado. Ele lutou até derramar o
Seu sangue; Ele lutou e levou a vitória.

6. A gora é dever do cristão reforçar a vitória de Jesus. N osso


Senhor não era inexperiente na batalha; Ele encarou Satanás no
início do Seu m inistério, quando foi tentado, e no final do Seu
m inistério aqui na terra, no jardim e na cruz. O propósito de
Deus é que todo cristão saiba lutar seguindo Seu exemplo.
O POSICIONAMENTO DO CRISTÃO DiANTE DA V1TÓRIA 211

E n t e n d e n d o o P o d e r d o C ristão

Deixe-me lembrá-lo novamente: “Fortalecei-vos no Senhor e na força do


seu poder” (Ef 6:10). Quando um cristão entende sua posição, ele começa
a se apropriar do poder de Jesus. O que é “força do seu poder”? Esse mes-
mo termo é usado em Efésios 1:19-20. A ação do Seu poder é o mesmo po-
der que trouxe o corpo morto de Jesus à vida. Esse é o mesmo poder que O
exaltou acima de todos aos mais altos lugares celestiais e sobre a terra. E o
mesmo poder que Paulo tinha em mente quando escreveu: “Eu posso fazer
todas as coisas por meio de Cristo, que me fortalece” (Fp 4:13).
Quando alguém aceita a Cristo como Senhor, ele dá início à sua vitória. A
batalha é terrível e violenta, mas nós estamos do lado vitorioso. Como nos
apropriar dessa vitória e vivê-la? A oração, a Palavra e a fé são o caminho.
Nós recebemos poder ilimitado quando desejamos viver para o Senhor, e
uma vida repleta do Espírito Santo provê a força de que precisamos.
Satanás tem dois objetivos principais. Primeiro, ele deseja manter o maior
número possível de pessoas longe da salvação de Cristo. Segunda Coríntios
4:4 nos revela sua terrível estratégia: “ ... para que a luz do glorioso evan-
gelho de Cristo, que é a imagem de Deus, brilhe para eles” . Satanás acre-
dita que sua única esperança de adiamento |do seu castigo] é iludir tantos
hum anos que Deus revertería Seus planos de redenção, e assim provaria
ser injusto.
Segundo, Satanás deseja neutralizar os cristãos, frustrando-os e desen-
corajando-os. Acorde para a verdade! Se você não tomar sua posição em
Cristo na batalha, o inimigo te destruirá.
Agora mesmo você pode tomar sua posição em Cristo. Faça a seguinte
oração:

P ai C elestial, eu me prostro em louvor e subm issão diante de Ti.


Eu Te louvo porque o sangue de Jesus me reveste, e fa ç o isso pelo
E spírito Santo, que habita em mim e enche meu ser. Rendo-me mais
uma vez a Ti com o sacrifício vivo; repudio a conform idade deste
mundo e Te louvo p ela obra transform adora de C risto. Eu renuncio
a Satanás e aos seus dem ônios, e declaro que eles não têm direito
212 E N T E N D E N D O a BATALI IA ESPIRI TUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

de interferir na minha oração. Oro ao Deus vivo e verdadeiro, e re-


preendo toda interferência do inimigo.
Peço, Senhor, que repreendas Satanás e recebo agora minha po-
sição de exaltação em C risto. Reconheço que a arm adura de Deus
não é outra senão C risto! Minha espada é a Palavra de Deus e o
louvor.
Louvo a Ti, Jesus, para que estando eu contigo em Seu trono, o
inimigo fique sob os meus p és. Repreendo, repudio e renuncio tudo
o que Satanás tem p osto diante de mim; eu o confronto p elo sangue
de Jesus e ordeno que saia em nome de Jesus C risto. D eclaro a to-
dos os principados e potestades que sei quem sou em C risto, e que
viverei em C risto e em Sua vitória sobre eles. Em nome do podero-
so Jesus, amém.
capítuío

A rmando - se para a V itória

velho hino “Stand Up for Jesus” tem um verso que diz assim: “Vista
O a armadura do evangelho / vista cada peça em oração.” 1 Esse pensa-
mento reflete o que Paulo está dizendo à igreja. Tendo declarado a posição
de batalha do cristão em Efésios 6:10 e sua postura diante da batalha nos
versículos 11-13, Paulo fala da armadura que deve ser usada nessa batalha.
Tanto o versículo 11 quanto o 13 convocam o cristão para ‘vestir’ toda a ar-
madura de Deus. Essa ordem final inclui todos os aparatos da armadura. A
palavra grega para “toda a armadura” , panóplia, vem de pan, que significa
“toda” e hoplon , que significa “armamento” . A panóplia (“toda armadura”)
inclui todos os equipamentos do soldado. Um estudioso traduziu: “vista a
magnífica armadura.”
Quando Paulo escreveu o livro de Efésios, ele escreveu de acordo com
o seu conhecim ento pessoal dos soldados rom anos. Ele estava algema-
do a um guarda quando escreveu: “Eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus
Cristo...” (Ef 3:1); “Eu, o preso do Senhor, rogo-vos...” (Ef 4:1). Ele se de-
clara “em baixador em cadeias” (Ef 6:20). Paulo viu no soldado romano
uma maravilhosa ilustração da verdade espiritual.
Entenda que a armadura é simbólica: ela nada mais é do que Cristo em Si.
Todo cristão conhece a Cristo como Salvador, mas o problema está em quan-
do não nos apropriamos de tudo o que Senhor traz consigo. O que faz a di-
ferença não é tonar Cristo disponível a nós, mas tomar posse dele. É como
alguém que tem um milhão de dólares no banco, mas vive na pobreza. Se ele
nunca sacar e se apropriar do dinheiro, qual é a vantagem de tê-lo? Romanos
13:14 diz: “ Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façam provisão
para a carne, para cumprir suas cobiças” . O verbo revestir vem da palavra
214 ENTENDENDO ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

grega enduo, também encontrada em Efésios 6:11. Paulo escreveu a Timóteo:


“Sê forte na graça que há em Cristo Jesus” (2Tm 2:1).
Nas batalhas da vida. Cristo é a resposta - mas temos de nos apropriar
dos Seus recursos.
Existem três peças da armadura que devem, sem exceção, sempre acom-
panhar o soldado: o cinto, a couraça e os calçados (Ef 6:14-15). Os outros
equipamentos devem ser usados sempre que necessários. A ênfase aqui é
que é possível esquecer peças da armadura como o escudo, o capacete e a
espada, pois essas devem ser usadas somente durante a batalha. Neste ca-
pítulo destacaremos o cinto da verdade.

O C in t o d a V er d a d e I lustra a I n t e g r id a d e

O cinto tinha três utilidades primordiais para o soldado romano. Ele man-
tinha todas as armas e equipamentos juntos, prendia suas vestes (assim ele
não tropeçaria nem cairia a caminho da batalha) e era ornamental, mostran-
do as medalhas e brasões pelo heroísmo na batalha.
Aqui ele é uma arma espiritual, mas as funções são as m esm as. Ele é
chamado de cinto da verdade, sendo assim, ele representa o Senhor Jesus
Cristo, que disse: “Eu sou... a verdade” (Jo 14:6). Ele também representa
a Palavra de Deus, que nos protege de tropeçar nos obstáculos do mundo.
E, por último, ele revela a honestidade e integridade que deve caracterizar
a vida de todo aquele que conhece Jesus Cristo.

O C in to da V er d a d e E xibe a I n s pir a ç ã o para a


I n t e g r id a d e

Como já destacam os, o Senhor Jesus C risto é a arm adura do cristão.


Isaías 11:5 fala sobre Jesus: “E justiça será o cinto que envolve seus lom-
bos, e fidelidade o cinturão que cinge sua cintura” .
Quando Jesus enfrentou Satanás, Ele afirmou a verdade da Palavra de
Deus (Mateus 4). Ele olhou para os fariseus que se opunham a Ele e disse:
“Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8:46). Pilatos olhou para
Jesus e perguntou: “Que é a verdade?” . E depois declarou: “Eu não acho
A r m a n d o - sf, p a r a a V i t ó r i a 215

nenhuma culpa nele” (Jo 18:38). Até mesmo o ladrão na cruz exclamou:
“mas este homem nada fez de errado” (Lc 23:41).
Nosso Senhor Jesus Cristo falou e viveu a verdade. E Ele ainda é a ver-
dade hoje. Apocalipse 1:12-13 descreve Jesus glorificado: Ele está adorna-
do ou cingido com um cinto de ouro. Toda Sua glória está atrelada à Sua
verdade.
O cinto representa o Senhor Jesus Cristo e Sua Palavra presentes na vida
de alguém. Sua verdade. Seu caráter e Sua integridade estão refletidos em
nosso viver.
Um estudante de música entrou no estúdio do seu professor e perguntou:
“Que boas notícias você tem hoje?” . O professor pegou um martelo e ba-
teu contra o diapasão. Então ele disse: “Essa nota é Lá; ela será Lá amanhã;
ela era Lá quinhentos anos atrás. E ela será Lá daqui a quinhentos anos” .
A vida só permanece unida se estiver atada a verdades imutáveis. Jesus
C risto e Sua Palavra são o diapasão que dá à nossa vida uma referência
imutável para vivermos em harmonia neste mundo contraditório.

O C in t o d a V er d a d e n o s E n s in a a I m po r tâ n c ia da
I n te g r id a d e
Esse cinto da verdade é revelado pela honestidade e integridade do fiel.
Nossas vidas precisam ser vividas de forma que as pessoas vejam a vcrda-
de. Assim como os soldados romanos usavam o cinto para firmar suas ves-
tes e evitar que tropeçassem , a verdade da Palavra de Jesus também nos
protege de tropeçar diante do mundo que nos observa.
Além disso, as medalhas de vitória presas ao cinto da integridade são pro-
vas da sua reputação. Efésios 4:14-16 admoesta os cristãos sobre as falsas
doutrinas e mestres enganadores. O versículo 15 nos desafia a falar “a ver-
dade em am or” para que “cresçamos em tudo” .
Não podemos nos esquecer de que o nosso inimigo pode tentar destruir
nossa honestidade e caráter.
Conhecemos a verdade? Jesus é a verdade. Podemos consultar os grandes
filósofos, mas Sócrates, Platão e Kant não terão a resposta. Podemos buscar
os grandes líderes do passado, mas eles não terão a resposta. Jesus Cristo
tem a resposta para nós hoje. Ele provou Sua honestidade quando ressurgiu
216 E N T E N D E N D O ‫ ״‬BATALHA ESPIRITUALea AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

dentre os mortos. Precisamos admitir a verdade sobre nós mesmos e rece-


ber a verdade de Jesus hoje. Quando assim fizermos, a integridade será uma
característica da nossa vida.

O C o r a ç ã o d o G u er reiro
Portanto, estai firmes, tendo ... vestida a couraça da justiça.
-E f é s io s 6:14

A segunda peça da armadura necessária para os santos soldados é a cou-


raça da justiça. A palavra grega para couraça é thorax. Essa peça era feita
de metal e couro, e era amarrada ao redor do corpo do soldado, da cabeça
até a coxa. Ela protegia os órgãos vitais, incluindo coração e pulmões. Na
armadura do cristão, ela é chamada de couraça da justiça. A palavra justiça
significa literalmente “ser considerado certo ou ser justificado” .
Os órgãos internos eram considerados pelas pessoas do século primeiro
como o centro dos desejos e das emoções. Espiritualm ente, um ataque à
mente e às emoções é muito perigoso. Satanás deseja “ bagunçar” sua men-
te, pois ele é um acusador e caluniador.
O que é a justiça que protege nossas mentes e corações? Primeiro consi-
deraremos o que ela não é.

Perceba que existe uma justiça impotente.


Todos nós, porém, somos como uma coisa impura, e todas as nossas
justiças são como trapos imundos.
- I s a ía s 64:6

Romanos 3:10 cita várias passagens do Antigo Testamento, declarando:


“Não há nenhum justo, nem sequer um” . Nesse versículo, entendemos que
essa justiça não é a justiça humana.
Essa justiça não é um atributo natural do homem. Não se trata de uma ati-
vidade religiosa, caridade ou bondade humana. Até a nossa melhor atitude
está manchada pelo pecado. A justiça do homem é o bem que não é bom o
suficiente. Jesus disse: “Se a vossa justiça não exceder a justiça dos escribas
e fariseus, de modo algum entrareis no reino do céu” (Mt 5:20). Os fariseus
A r m a n d o - se p a r a a V it ó r ia 217

eram bons exteriorm ente, e Paulo era um fariseu antes da sua conversão.
Seu testemunho em Filipenses 3:4-9 era o de que, sendo um fariseu, ele era
religioso, zeloso e não havia nele motivo de acusação.
Tudo isso significa simplesmente que não podemos ser justos (com Deus)
pelos nossos próprios méritos! Como pode então uma pessoa ser justa?

Receba uma justiça imputada.


Jesus disse: “Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e to-
das estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Seu reino e a Sua jus-
tiça são necessários em nossas vidas, mas como podemos obter a justiça
de Deus?
Romanos 3:19-26 nos diz claramente que Jesus Cristo é o justo de Deus:
“ Sendo justificados livremente pela sua graça através da redenção que há
em Jesus Cristo; a quem Deus estabeleceu para ser uma propiciação através
da fé no seu sangue, para declarar a sua justiça pela remissão dos pecados
que são passados, na paciência de Deus” (versos 24-25).
O único dilem a que Deus enfrentou foi, sendo justo, ter que fazer com
que os pecadores também se tornassem justos. Esse dilema foi resolvido
quando Cristo derramou Seu sangue em sacrifício pelos pecados da huma-
nidade. Ele morreu para sofrer o castigo e suportar a maldição da lei con-
tra todos nós.
Romanos 3:21-22 declara que a justiça de Deus pode ser revelada e re-
cebida. Em 2 Coríntios 5:21, lemos como isso é possível: “Porque aquele
que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que fôssemos fei-
tos justiça de Deus nele” . A Escritura nos diz que somos justos porque Ele
imputou sua justiça em nós: “e se algum homem pecar, temos um advoga-
do com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1 Jo 2:1). A Escritura também diz que
nós somos justos “assim como ele é justo” (1 Jo 3:7).
Romanos 5:17-19 declara que a justiça de Deus é um dom da Sua graça.
Além disso, esse dom nos capacita para reinarmos em vida. A justiça de
Jesus nos dá a marca da realeza!
Todas essas passagens revelam que a justiça é um dom e uma obra de
Deus. Justo é o Filho de Deus em nossas vidas, e nós a recebemos por meio
da fé.
218 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

A couraça foi designada para desviar os ataques do inim igo, e a justiça


de Cristo protege o cristão do mesmo jeito. Aceitar a Jesus e saber que Ele
também nos aceita, desvia as flechas de rejeição que recebemos dos outros.
Quando sabemos que Deus nos vê como alguém 100% justo, isso desvia as
humilhações, a culpa e as acusações feitas pelo inimigo.

A justiça protege da inferioridade.


A igualdade com Cristo é a chave para uma imagem saudável. O mun-
do diz que nós não somos nada, mas Deus diz: você é da realeza (veja
Romanos 5:17). O inimigo diz que nós não temos futuro, mas Deus está
preparando um lugar para nós reinarmos com Ele na glória.
O diabo dirá que nós não temos valor e que o que nós fazemos é sem im-
portância. Alguém disse: “Todos os ‘nascidos de novo’, como membros da
futura noiva de Cristo, são extremamente significantes e im portantes, e de
grande relevância nas obras, realizações e projetos criativos de Deus, como
qualquer outra mente inteligente do universo” .
Não podemos controlar os outros. Satanás virá contra nós com todos os
tipos de ataques. Ele só prevalece contra nós quando agimos erroneamente.
Quando respondemos de maneira errada - seja movidos pela raiva, teimo-
sia, autocom iseração ou autoflagelação - fracassam os em não nos apro-
priarmos da couraça da justiça.
Somente o que toca o nosso espírito pode realm ente nos machucar. Se
deixamos o que nos acontece ou o que dizem sobre nós sufocar o que Deus
diz, então não estamos usando a couraça.
O que m otivou o filho pródigo a sair do chiqueiro? Ele se lem brou de
quem era: ele era um filho! Quando voltou para casa, seu pai disse: “porque
este meu filho estava morto, e vive novamente” (Lc 15:24).

A couraça da justiça protege contra a imoralidade.


Quando temos consciência de que somos justos em Jesus e de que fare-
mos parte do Seu reino, não aceitamos viver em uma posição inferior. Por
que um herdeiro de Deus aceitaria viver como um animal? Por que um san-
to se sujeitaria a viver como um condenado? Por que um rei vivería como
um escravo?
A rmando - se para a V itória 219

Houve um tempo em que as pessoas viveram para proteger o nome da


fam ília. Quando percebemos que temos Cristo e que Ele é a nossa justiça,
essa motivação nos capacita a viver o que somos em Jesus. Você não é um
pecador salvo pela graça; você foi um pecador. Agora você é um santo e um
membro da família. Por que você aceitaria ser menos do que é?
E por espontânea vontade, entregam os nossos corpos para serem ins-
trum entos da Sua justiça (Rm 6:13). A justiça de Jesus controla o nosso
comportamento.

A justiça protege da insegurança.

Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz,
e alegria no Espírito Santo.
- R om anos 1 4 :1 7

Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas


coisas vos serão acrescentadas.
- M ateus 6 :3 3

Quando Jesus é o rei de nossas vidas, somos beneficiados com a Sua jus-
tiça, e todas as outras coisas na vida irão bem. Os acontecimentos em nos-
sas vidas são form as de Deus dizer: “Reconheça o Meu reino e receba a
M inha justiça” .
O que você precisa fazer? Faça a seguinte oração:

Senhor, não tenho justiça sozinho e entrego meu pecado pela Tua
justiça. Senhor, eu recebo a Tua justiça, me coloco diante do Pai
e confesso alegremente que sou agora, e serei para sempre, o que
disseres que eu sou. Declaro ser Teu füho, santo, herdeiro de Deus,
parte da Tua noiva e do Teu corpo. Senhor, eu entrego o meu cor-
po como um instrumento de justiça. Reconheço que tudo o que ti-
nha em mim de Adão agora está morto, e que tudo o que sou em
Jesus me torna propriedade Tua. Senhor, aceito a Bíblia como Teu
sopro de vida e reconheço 2 Timóteo 3:16, que nos diz que toda
Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para instruir com
220 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIOS

justiça. Senhor, eu Te agradeço porque a Tua morte me torna justo


diante do Pai. Em nome de Jesus, amém.

A C a m in h a d a d o G u e r r e ir o

E calçados os vossos pés na preparação do evangelho da paz.


- E fésios 6:15

O próprio Jesus Cristo é a armadura de Deus: “Mas revesti-vos do Senhor


Jesus Cristo” (Rm 13:14). Revestir-se da armadura consiste em reconhe-
cer quem é Jesus, quem somos em Cristo, e aceitar tudo o que Ele tem para
nossa vida.
A peça da armadura que iremos examinar agora é o calçado do guerreiro.
Grandes generais já disseram no passado que um exército se m ovim enta
baseado em duas coisas: sua comida e seus pés. E isso era especialm ente
aplicado ao exército romano, que tinha que marchar grandes distâncias so-
bre terrenos pedregosos. Os calçados romanos para batalha eram de sola-
do grosso de couro com pregos que funcionavam como garras de chuteira.
Eles eram presos aos pés e pernas com cordões de couro, e serviam para
três coisas:

7. Garantir pisadas firmes. Os pregos se firmavam ao chão para


evitar que os soldados escorregassem;

2. Proteger. Naquele tempo, os inimigos colocavam estacas pontia-


gudas de madeira no chão. Um soldado descalço teria um grave
ferimento no pé, e uma infecção o eliminaria da batalha;

3. Dar mobilidade. Os calçados possibilitariam que o exército se


movesse rapidamente para o local de batalha.

Nossos calçados espirituais servem essencialmente para os mesmos pro-


pósitos. Eles nos ajudam a perceber claramente o tipo de solo em que pisa-
mos e o que nos faz seguir em frente.
A rmando -se para a V itória 221

As características dos calçados


Os sapatos da batalha espiritual do cristão são descritos como “o evange-
lho da paz” . Nós estamos firmes no solo do evangelho, palavra que significa
“boas novas” . O que são as boas novas? Em 1 Coríntios 15:1 -4, Paulo des-
creve o evangelho como a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo.
Nossa firme pisadura está na imutável mensagem de Jesus Cristo. Existem
ainda algumas verdades imutáveis e inalteráveis.
Muitas pessoas estão escorregando e pisando em falso na fé. Muitos subs-
titutos são oferecidos para o Evangelho, e Paulo confrontou esse problema
em Gálatas 1:6-10. Esse falso evangelho tinha as seguintes marcas: ele era
diferente, pervertido, abominável e agradava o homem.
Gálatas 5:1 diz: “Firmemo-nos, portanto, na liberdade com que Cristo nos
libertou” . Portanto, temos um só Evangelho e um só caminho para a salva-
ção: “E em nenhum outro há salvação, porque não há nenhum outro nome
dado aos homens debaixo do céu, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12,
leia também os versículos 10-11). Devemos nos firmar nessas verdades.

A estabilidade dos calçados


Este é o tempo das folhagens secas espirituais, que são levadas pelo vento
das circunstâncias e das falsas doutrinas. Os calçados nos dão estabilida-
de, evitando que caiamos durante a batalha. É possível, mesmo no campo
de batalha deste mundo, ter uma vida estável. Efésios 6:15 nos fala sobre
o evangelho da paz.
A palavra paz é traduzida do grego eirene, e em hebraico é shalom. A paz
é um bem-estar, uma sensação de alegria. E é possível ter paz com Deus
enquanto travamos uma batalha contra o diabo.

Portanto, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos acesso pela fé a esta
graça, na qual estamos firmes, e nos regozijamos na esperança da
glória de Deus.
- R om anos 5:1-2
222 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

Quando sabemos que temos paz com Deus por intermédio do sangue de
Jesus, Satanás não pode nos amedrontar. W. D. Cornell deveria estar sen-
tindo a paz de Deus quando escreveu a letra de Maravilhosa Paz.

Paz, paz, maravilhosa paz


Que desce do Pai que no céu está.
Encha o meu espírito para sempre - eis o meu clamor.
Em insondáveis ondas de amor.2

Se você permitir que o diabo confunda os seus pensamentos e te cause an-


siedade, consequentemente, toda sua vida se tomará instável. Tiago 1:8 nos
alerta: “O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus cami-
nhos” . Não permita que o inimigo tire os seus sapatos. Lembre-se, em Cristo
você tem o que o mundo procura - paz (Rm 5:1-2) e liberdade (G1 5:1).

A mobilidade dos calçados


A palavra preparação é traduzida da palavra grega que significa “pronti-
dão” , e representa a ideia de alguém que esteja pronto para batalhar a qual-
quer hora.
Também aprendemos em Efésios que a vida do cristão é uma caminhada:

• Não devemos andar por caminhos errados (Ef 2:2);


• Devemos andar nas Suas obras (Ef 2:10);
• Devemos andar dignamente (Ef 4:1);
• Devemos andar em amor (Ef 5:1-2);
• Devemos andar na luz (Ef 5:8).

Não conseguirem os cam inhar direito se não estiverm os usando os cal-


çados do Evangelho. M uitos cristãos estão se arrastam e cam inham len-
tamente; outros vagueiam pelo mundo sem seus calçados e estão feridos
ou mancando. Hoje a igreja está paralisada e com os músculos atrofiados.
Antes da Segunda Guerra M undial, o General Charles De Gaulle escre-
veu uma série de notas alertando a França sobre um novo tipo de guerra que
estava para acontecer. Os franceses tinham construído a Linha M aginot na
sua fronteira, e essa linha defensiva consistia em apontar armas poderosas
A rmando - se para a V itória 223

para a A lem anha. De Gaulle alertou a nação de que novas armas, como
aviões de caça e tanques, tornariam suas defesas obsoletas. Porém, nin-
guém atentou para as suas palavras e a França se tornou uma nação cativa.3
As igrejas que constroem suas próprias linhas de defesa ficarão estagna-
das. Precisamos estar prontos para avançar com o Evangelho, e nossa opor-
tunidade para servir é hoje. Devemos usar nossos recursos agora mesmo
para espalhar o Evangelho de Jesus Cristo. Precisamos nos preparar para
lutar na linha de frente, onde a batalha pelas almas está sendo travada. Não
podemos recuar nessa guerra.
Devemos estar com os pés firmados na verdade de Jesus, mantendo a es-
tabilidade do coração mesmo em meio aos conflitos. Precisamos nos pre-
parar para avançar e nos posicionar onde a batalha é mais intensa.
Aquiles, um herói da mitologia grega, foi ferido no calcanhar. Essa era a
única parte do seu corpo que estava exposta, e aquela ferida o matou. Não
podemos ficar descalços se quisermos sobreviver e triunfar.

A Fé do G u e r r e ir o

Tomando, sobre tudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar to-
dos os dardos inflamados do maligno.
-E f é s io s 6:16

Nas guerras do passado, os arqueiros mergulhavam suas flechas em piche,


colocavam fogo nas extremidades das lanças e as atiravam em direção ao
inimigo. O soldado desatento que fosse atingido por uma daquelas flechas
inflamadas teria uma ferida agonizante. Com suas roupas em chamas, ele
teria sérias queimaduras.
Para se proteger das terríveis flechas, os romanos inventaram um largo
escudo no formato de uma porta. Esses escudos mediam aproximadamente
30X15 centímetros. Eles eram revestidos em couro e encharcados de água,
protegendo assim os guerreiros à frente da batalha dos dardos inflamados
do inimigo.
Paulo usa essa arma para ilustrar a fé. Ele mudou o verbo da língua grega
de ter para tomar ao descrever o uso das últimas três armas (Ef 6:16-17).
224 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

Podemos “tomar” o escudo, o capacete e a espada. Podemos escolher nos


apropriar da fé, ou não nos apropriar dela.
O que é a fé? No Novo Testamento, ter fé é acreditar ao ponto de se com-
prometer, e é acreditar e agir de acordo com o que Deus disse. A fé é tão
importante quanto ao que ela se refere. Posso acreditar que uma cadeira é
firme, mas eu não exercito a fé bíblica até que eu me sente naquela cadeira.
Aqui a fé é como um escudo, como esse que foi usado pelos soldados ro-
manos para se defender e para avançar contra o inimigo. Se eu coloco mi-
nha fé no escudo, preciso saber mais sobre ele.

Tomando o escudo
Para tomar o escudo, precisamos entender qual - ou melhor, quem - é o
escudo nas Escrituras. Em Gênesis 14 e 15, descobrimos a identidade do
nosso escudo. Nesses capítulos, Abraão tem uma grande vitória. O rei de
Sodoma oferece uma recompensa, mas ele sabiamente a recusa. Em vez de
aceitá-la, Abraão dá o dízimo a M elquisedeque pouco depois de recusar a
oferta do mundo. E Deus diz a Abraão: “Não temas, Abrão; eu sou o teu es-
cudo, e a tua recompensa será infinitamente grande” (Gn 15:1).
Abraão põe a sua vida nas mãos de Deus, O qual era o escudo que Abraão
precisava para viver em um mundo hostil.
Davi também tomou o escudo da fé. Ele disse: “Mas tu, ó Senhor, és um
escudo para mim” (SI 3:3). No Salmo 84:11 lemos: “Pois o Senhor Deus é
um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória. Nenhuma coisa boa ele re-
terá daqueles que andam retamente” .
Nós levamos o escudo da fé quando confiamos no Senhor. Habacuque 2:4
diz: “o justo pela sua fé viverá” . Habacuque escreveu isso em uma época
em que o mal prosperava, o inimigo ameaçava e o povo de Deus precisa-
va de renovação. Ele fez perguntas angustiadas a Deus, que lhe respondeu:
“Viva pela fé” . Esse versículo é citado ainda em Rom anos 1:17, Gálatas
3:11 e Hebreus 10:38. A fé não só nos traz vida, mas é também a m aneira
como vivemos nossas vidas.
Somos salvos pela fé na Palavra de Deus sobre Seu filho. Nós tam bém
vivemos pela fé: “a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé no Filho
A rm a n d o -se para a V it ó r ia 225

de Deus, que me amou, e entregou-se a si mesmo por mim” (G1 2:20). O


com positor Robert Grant expressou seu pensamento da seguinte maneira:

Adoremos ao Rei, a Ele toda a glória,


Com gratidão louvemos pelo Seu poder e Seu amor;
N osso Escudo e Protetor, o Ancião de Dias,
Pavilhão de esplendor, cingido com louvor.4

O escudo testado
O teste da fé nos faz lem brar do inimigo que enfrentam os diariamente
no campo de batalha da vida. Isso não deveria nos surpreender ou espan-
tar, pois nosso Senhor foi testado pelo inim igo na tentação do deserto.
Q uando o apóstolo Paulo escreveu sobre esse escudo da fé, ele estava na
prisão.
O escudo da fé não nos protege da vida. Paulo enfrentou circunstâncias
difíceis, fraquezas físicas, trabalho exaustivo e duras decepções, ainda que
tivesse um escudo. Nossa fé pode ser testada, mas Deus não permitirá que
nada toque em nós sem a Sua permissão. O escudo não nos fará sentirmos
confortáveis neste mundo. O escudo é Cristo, e enfrentamos tudo pela Sua
graça.
O diabo irá arremessar seus dardos violentos. As vezes eles vêm em for-
ma de tentações, distrações, acusações, fantasias e depressões. As vezes
eles vêm em forma de perseguição! Toda a fúria desses dardos inflamados
do inferno pode ser resolvida por Jesus. Esse escudo pode nos proteger de
tudo o que Satanás lança sobre nós.
Como a fé atua diante dos ataques do inimigo? Com a Palavra de Deus,
sem pre! A fé está na pessoa de D eus, na Palavra de D eus, e nas Suas
promessas.
Quando Satanás te acusar, responda com a Palavra de Deus. Deixe a cruz
de Cristo responder o inimigo e repreenda as suas lanças inflamadas.
Talvez alguém pergunte: “E se eu não me lembrar de nenhuma passagem
das Escrituras? Então apenas clame ao Senhor. Quando uma criança está
em apuros, sem saber o que fazer, ela grita: “Papai!” . Querido amigo, quan-
do você não souber o que dizer, apenas clame ao Senhor!
226 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

O escudo triunfante
Tudo o que Satanás lançar na direção do cristão, Deus pode desviar. “E
esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1J0 5:4). A fé é sempre
vitoriosa.
O exército romano sempre colocava seus melhores guerreiros na frente da
v
batalha. As vezes, aquela linha se estendia na distância de quase dois qui-
lômetros e o exército podia avançar por trás daquela formação de soldados
corajosos que seguiam atrás do escudo.
A igreja avança por trás do poderoso escudo da fé. Sem fé, nós ficamos
indefesos e inúteis para Deus. Não podemos agradá-Lo sem fé, pois ela é a
chave para a vitória. Vivemos pela fé, a “linha de frente” do Cristianismo.
A fé nos protege de Satanás, e por meio dela nos apropriamos das promes-
sas de Deus. A fé é sempre vitoriosa.

A M ente d o G u er reiro
E tomai o capacete da salvação...
- E fésios 6:17

Todo cristão é um santo e um soldado, um adorador e um guerreiro, na fé


e na luta! Como guerreiros, lutamos em uma posição de combate e de vitó-
ria. Travamos a batalha na posição certa, porque somos alertados a perma-
necer firmes! Estamos equipados com toda a armadura adequada para nos
levar aos campos de batalha desta vida.
Enfrentamos um inimigo inteligente e agressivo que mira em áreas deci-
sivas em nossas vidas no ataque. A palavra grega para “diabo” (diabolos)
significa “difamador, falso acusador, caluniador” . É “aquele que arremes-
sa” . Ele é um acusador.
Deus nos concede a armadura que protege nossa fé e derrota nossos ini-
migos. Essa armadura inclui os atributos do Senhor Jesus Cristo.

• Quando recebemos o cinto da verdade, Jesus diz: “Eu sou... a


verdade” (Jo 14:6).

Quando recebemos a couraça da justiça, Jesus é o justo de Deus


(IC o 1:30).
A rm a n d o -se para a V i t ó r ia 227

• Quando calçamos os calçados da paz, Jesus diz: “A minha paz


vos dou” (Jo 14:27).

• Quando erguemos o escudo da fé , apenas Jesus pode responder


as duras acusações do inferno.

O próximo é o capacete da salvação. O capacete dos romanos, feito de


m etal, cobria a cabeça e os ossos da face, protegendo os soldados contra
os ataques mortais do inimigo. Da mesma form a, o capacete da salvação
protege o cristão dos ataques de Satanás. Vejamos como ele ataca o nosso
intelecto.

O ataque à mente
Vivemos em um mundo corrupto no qual as pessoas são governadas por
um “sentimento perverso” (Rm 1:28). Os cristãos são instruídos a não andar
“como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente” (Ef 4:17).
O dramaturgo George Bernard Shaw escreveu: “A ciência na qual depo-
sitei a minha fé está arruinada... Por ela ajudei a destruir a fé de milhões
de adoradores... E agora, olhe para mim e veja a tragédia de um ateu que
perdeu a sua fé” .5
Nosso mundo fala sobre “sexo seguro” em vez de falar sobre a vida mo-
ral. Nossa nação sabe muito sobre direitos e pouco sobre responsabilidades.
Até mesmo a igreja pode rege o seu m inistério de acordo com o mundo.
Romanos 8:6 nos diz: “Porque a mentalidade carnal é morte” . A mentali-
dade carnal significa pensar segundo a carne.
Em Lucas 12:29, Jesus nos admoesta sobre a mente confusa: “Nem sejais
de mente duvidosa” . Esse termo é traduzido da palavra grega meteorizo,
de onde temos em português a palavra meteoro. O significado é “estar no
ar, suspenso, indeciso” . Muitos aceitam a condição de viver sem respostas.
Filipenses 4:6 nos diz: “Não estejais inquietos por coisa alguma” . Muito
desânim o e depressão são causados por preocupações desnecessárias. Não
podemos encher nossas mentes com a enganação. 2 Coríntios 2:11 nos aler-
ta sobre a mente negligente: “para que Satanás não obtenha vantagem sobre
nós, porque não ignoramos os seus objetivos” . Que tolice viver na ignorân-
cia das enganações de Satanás. Deus quer que pensemos retamente.
228 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL <‫ ־‬a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

A garantia da mente
O capacete é chamado de capacete da salvação. A salvação é a libertação
do cristão de sua perda do reino de Deus e de sua posição de condenado na
vida. A salvação tem três aspectos:

/. A salvação é um evento do passado. Nos conselhos da eternida-


de, na história da cruz e na conversão pessoal, a salvação é um
acontecimento que começou no passado.

2. A salvação é uma experiência atual. A salvação continua na vida


do cristão. “Aquele que começou a boa obra em vós a realizará
até ao dia de Jesus Cristo” (Fp 1:6). A salvação continua atuan-
do na vida do cristão.

3. A salvação é uma expectativa prometida. A salvação aponta para


a esperança futura do cristão. Romanos 13:11 nos fala dessa es-
perança futura: “porque a nossa salvação agora está mais perto
de nós do que quando crem os” .

Eu estou convencido de que o capacete da salvação é a nossa garantia


da proteção de Deus até o dia da Sua volta. Em 1 Tessalonicenses 5 : 4 9 ‫־‬, o
capacete é claramente definido como a “esperança da salvação.” Podemos
manter nossas cabeças erguidas e evitar que nossas mentes sejam confundi-
das tendo em mente que o Senhor está no controle e que Ele está voltando.
Os psicólogos dizem que para mantermos uma mente sã precisam os ter
alguém para amar, fazer algo útil e ter esperança no futuro. Num nível prá-
tico, isso é verdade. Saber que a sexta-feira se aproxima nos ajuda a encarar
a semana. Saber que a dor presente passa e que a cura acontecerá em breve
ajuda as pessoas a passarem por doenças e cirurgias.
A esperança do céu e de uma vida melhor nos ajuda a seguir por esta vida.
Tito 2:13 diz: “Aguardando a abençoada esperança e o aparecim ento glo-
rioso do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” . Hebreus 6:18-19 diz:
“Para que ... pudéssemos ter uma poderosa consolação, nós, que procura-
mos refúgio na esperança colocada diante de nós. Esperança essa que temos
como âncora da alma” . O precursor, nosso Senhor, vai à frente de nós para
A rm a n d o -se para a V it ó r ia 229

glorificar e ancorar nossas almas ao Seu trono. Não há nada que o mundo
possa fazer que nossa âncora de esperança não possa segurar.
Lembro-me agora de outro grande hino de fé “Que Firme Alicerce”:

Que firme alicerce, vós santos do Senhor


Adquirem pela fé em Sua gloriosa Palavra...
E embora a alma o inferno tente abater
Não vou, nunca, jamais desistir.6

A resposta da mente
Como podemos, então, controlar nossa mente e nossos pensamentos?
Prim eiro devem os nos arrepender conscientem ente. O arrependimento
vem da palavra grega metanoia, que quer dizer “mudança de pensamento” .
Em segundo lugar, precisamos receber com consciência. “Que haja em
vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5). “Mas nós
temos a mente de Cristo” (1 Co 2:16). “Ora, como Cristo padeceu por nós
na carne, armai-vos também com o mesmo pensamento” (lP e 4:1).
Em terceiro lugar, temos que renovar a nossa mente. “Suplico-vos, pois,
irmãos, pelas misericórdias de Deus, de apresentardes os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não
sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação
da vossa mente, para que experimenteis qual é a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus” (Rm 12:1-2). Esses versículos nos ensinam que, entregan-
do os nossos corpos a Ele e recusando nos conformar com este mundo, tere-
mos nossas mentes renovadas. Essa é uma necessidade diária.

Passos para uma mente renovada


Como renovar a mente? Filipenses 4 estabelece os passos para lidar com
pensamentos confusos e uma mente indecisa.

1. Alegrar-se no Senhor. “Regozijai-vos sempre no Senhor; e ou-


tra vez digo: Regozijai-vos. Seja a vossa moderação notória a
todos os homens. O Senhor está próximo” (Fp 4:4-5). O louvor
230 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIOS

é um ótimo antídoto para a aflição. O louvor promove a proxi-


midade de Deus.

2. Suplicar ao Senhor. “Não estejais inquietos por coisa alguma;


mas em tudo, pela oração e súplica com ação de graças, sejam
as vossas petições conhecidas diante de Deus” (Fp 4:6). A ora-
ção é um antídoto para a mente em agonia. Entregue a Deus as
suas necessidades.

3. Descansar em Cristo. “E a paz de Deus, que excede todo o en-


tendim ento, guardará os vossos corações e as vossas m entes,
através de Cristo Jesus” (Fp 4:7). Deixe a paz de Deus proteger
a sua mente.

4. Refletir nas coisas boas de Deus. “Tudo o que é verdadeiro,


tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo
o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude,
e se há algum louvor, nisso pensai. Estas coisas que aprendestes,
e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de
paz será convosco” (Fp 4:8-9). Tenha bons pensamentos. Use a
Bíblia para conter os pensamentos maus.

5. Relaxar no Senhor. “ Regozijei-m e grandem ente no Senhor,


porque finalm ente o vosso cuidado por mim floresceu nova-
mente; porque já éreis cuidadosos, mas vos faltava oportuni-
dade. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi,
seja qual for o meu estado, a estar contente com isso. Eu sei
como estar hum ilhado e sei também como ter abundância; em
todo lugar e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter far-
tura como a ter fom e, tanto a ter abundância como a sofrer ne-
cessidade. Eu posso fazer todas as coisas por meio de Cristo,
que me fortalece” (Fp 4:10-13). Deus promete suprir todas as
nossas necessidades. Pela fé agradecem os a Deus e recebemos
de Suas mãos tudo o que necessitam os.
A rm an d o - se rara a V it ó r ia 231

Você está usando o capacete da salvação? Você tem vivido em esperan-


ça? Sua mente está clara? Seus pensamentos são retos? Jesus Cristo te dará
uma nova mente. Você precisa se arrepender? Você precisa receber? Você
precisa renovar a sua mente? Jesus quer ajudá-lo hoje.

A ESPADA D O GUERREIRO

E tomai o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a pa-


lavra de Deus. Orando em todo tempo com toda oração e súplica no
Espírito, e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos
os santos.
- E fésios 6:17-18

Essa parte da guerra convoca todos os cristãos para se posicionarem con-


tra Satanás. Agora Satanás vem em nossa direção - por meio do sistema
do mundo em que vivemos e pela nossa carne. Todas as peças que estuda-
mos até agora são armas de defesa. Com elas podemos nos defender dos
ataques do inimigo.

• Com nosso cinto e couraça temos integridade e identidade em


Cristo. Satanás não pode atacar nosso caráter.

• Com nossos calçados e escudo tem os equilíbrio e confiança.


Satanás não pode afetar nosso comprometimento com Deus.

• Com nosso capacete tem os a segurança e garantia das coisas


boas de Deus. Satanás não pode destruir nossa confiança.

Tiago 4:7 nos diz, “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” . Armas defen-
sivas mantêm Satanás à distância, mas somente as armas ofensivas podem
fazê-lo fugir! Deus nos deu como arma ofensiva a espada do Espírito.
A palavra espada se refere à espada romana de dois gumes, usada em com-
bate corpo a corpo. Essa arma perfeitamente balanceada era manejada com
habilidade pelos soldados romanos que praticavam diariamente durante horas
até conseguir usá-la perfeitamente. Vamos ver a respeito dela e de seu uso.
232 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO DOS DEM Ô NIO S

A espada e o soldado
“Tomai... a espada” . A verbo tomar está no tempo verbal imperativo ao-
risto no texto grego. Essa é uma ordem para o santo soldado tomar posse
de uma vez por todas daquilo que Deus concede. A arma ofensiva que Deus
oferece é a Sua Palavra. A Palavra de Deus deve ser usada para atacar o
inimigo, Satanás.
Essa espada não é de invenção humana. Ela foi inventada por decreto di-
vino. Ela não foi moldada pelo fogo terreno, mas pelas chamas ardentes da
majestosa presença de Deus. O martelo da inspiração celestial afiou a es-
pada que é manejada pela mão do cristão.
Hebreus 4:12-13 nos revela que a Palavra de Deus é uma espada viva. Ela
é penetrante e eficaz. A espada afiada da Palavra de Deus expulsa o mal.
Nesta passagem a espada está nas mãos do nosso grande Sumo Sacerdote, o
Senhor Jesus. Usando a espada como uma ferramenta cirúrgica, ele penetra
nas nossas vidas, discernindo pensamentos e intenções. Com essa espada
Ele realizou a cirurgia da salvação. Após usar a espada em você, o santo,
Jesus coloca a espada em suas mãos.
O segredo da habilidade de luta do Rei Arthur era sua espada, Excalibur.
Essa espada era especial porque concedia extraordinário poder a qualquer
guerreiro comum! E assim também acontece com o cristão. A espada do
Espírito é para ele uma arma de poder ilimitado.

A espada do Espírito
“Tomai... a espada do Espírito” . Note que a espada está ligada ao Espírito
de Deus. Ter a espada do E spírito não é sim plesm ente ter a Bíblia! O
Espírito Santo inspirou a Bíblia (2Pe 1:21). Somente o Espírito Santo pode
nos ensinar a Bíblia: “ Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, que o Pai
enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas” (Jo 14:26). João
16:13 diz a respeito do Espírito Santo: “ele vos guiará a toda a verdade.”
Sem o Espírito Santo as verdades da Bíblia não podem ser entendidas:
“Mas o homem natural não recebe as coisas do Espírito de Deus, porque
lhe parecem loucura; nem pode conhecê-las, porque elas são discernidas
espiritualmente” (1C0 2:14). O poder do Espírito Santo direciona o uso da
Palavra na vida do cristão.
A rm a n d o -se para a V it ó r ia 233

Outra m aneira de usar a espada é pelo louvor. Salmo 149:6 diz: “Estejam
em sua boca os altos louvores de Deus, e uma espada de dois fios na sua
mão” . Todos nós precisamos tomar a espada do Espírito. A Palavra de Deus
precisa ser amada, aprendida e vivida para que funcione como uma espada.
Nenhum a parte de nossas vidas deve ser vivida sem a oração e a Palavra.
Em 2 Samuel 23:10 lemos sobre Eleazar, um dos valentes de Davi. Ele
lutou com os filisteus até que sua mão ficou presa à sua espada. Essa espa-
da se tornou uma extensão de seu corpo. Que a Palavra de Deus, a espada
do Espírito, seja isso e mais para todos os que desejam ser bons soldados
de Jesus Cristo.
capítuío

B atendo a P orta na
C ara d o I nimigo

esus Cristo é chamado de “o príncipe da [nossa] salvação” (Hb 2:10).


J Um dos Seus propósitos era libertar os cativos de Satanás.
Jesus veio para curar todos os que eram oprimidos pelo diabo. Como le-
mos no livro de Atos: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito
Santo e com poder; o qual andava fazendo o bem, e curando a todos os opri-
midos do diabo, porque Deus estava com ele” (At 10:38).
Esse é o propósito da Sua igreja. A primeira vez que a igreja é menciona-
da nas Escrituras é em M ateus, onde lemos: “E eu também te digo que tu és
Pedro, e sobre esta rocha eu edificarei a minha igreja, e as portas do infer-
no não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). Aqui está a prim eira menção à
igreja na batalha espiritual.
O trecho “as portas do hades [ou inferno] não prevalecerão contra ela” é
muitas vezes mal entendido. Visualizamos pessoas trancadas atrás de por-
tões. Observe o texto novamente. O texto grego indica que nós estam os
atacando as portas do inferno! Aqui a igreja está na ofensiva, destruindo as
portas do reino das trevas e libertando os cativos! Vemos um Cristo mili-
tante e uma igreja militante.
Estamos numa guerra invisível com um inimigo ameaçador. Temos armas
do Espírito que nos dão a vitória. Mas infelizmente, muitos cristãos vivem
na depressão, opressão, medo, costumes, maldições de família, mudanças
de personalidade, vícios e doenças inexplicáveis. Onde está a vitória pro-
metida a nós? O que está acontecendo?
Ba tendo a P orta na C ara d o In im ig o 235

Paulo fala da nossa batalha e dos ataques satânicos aos cristãos em 2


Coríntios 10:3-4. Ele descreve esses problemas usando o termo fortaleza.
A palavra grega significa “forte” . Ela deriva de uma palavra que significa
“dom inado, acometido de doença, carência e necessidade” . As fortalezas
são o meio pelo qual o inimigo desenvolveu para ter acesso e controlar a
vida de um cristão.

D e fin iç ã o d e F ortaleza
Uma fortaleza é um forte de pensamentos ruins que pode abrigar uma en-
tidade demoníaca. Essa entidade demoníaca pode promover ataques pro-
venientes da moradia que nosso pensamento, enganado, construiu para ele.
Na verdade, podemos pôr uma arma nas mãos do inimigo para que ele atire
em nós. Costumes e vícios são, muitas vezes, fortalezas infestadas de de-
m ônios. E isso não é possessão demoníaca, mas infestação de demônios.
Os cristãos podem ser oprimidos, deprimidos, tentados, perseguidos e gol-
peados - mas não podem ser possuídos.
Embora os cristãos não possam ser totalmente tomados por Satanás e seus
dem ônios, é triste observarmos que muitos são perseguidos por forças do
mal. Ainda que o cristão possa ter controle sobre seu corpo, os demônios
podem encontrar lugar em sua mente. A mente é um lugar comum de peca-
dos não confessados, vícios (obsessões) ou atitudes erradas. Resumindo, o
cristão abraça uma mentira. Segunda Coríntios 10:5 diz: “Destruindo ima-
ginações, e toda a altivez que se exalta contra o conhecimento de Deus...” .
A batalha avança na mente do cristão; as idéias erradas, as más atitudes, as
falsas suposições, as tradições equivocadas e as mentiras podem se tornar
o porteiro que recebe os demônios em nossas vidas. E podem ser também
esconderijos que abrigam os demônios.

As D o z e R aízes d a s F ortalezas
1. O espírito da enfermidade afetou uma m ulher de fé no Novo
Testamento: “E eis que estava ali uma mulher que tinha um es-
pírito de enfermidade fazia dezoito anos; e estava curvada, e não
podia de modo algum endireitar-se” (Lc 13:11). Essa mulher era
236 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL c a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

frequentadora assídua da sinagoga. Ela era uma filha de Abraão,


mas ainda assim os demônios afetaram sua saúde. Alguns exem-
pios são doenças físicas, ataques na identidade masculina ou fe-
minina, alergias e síndromes estranhas.

2. O espírito da covardia. “Deus não nos deu o espírito de m edo,


m as de poder, e de am or, e de um a m ente sã ” (2Tm 1:7).
Exemplos incluem medo, tormento, inferioridade, inadequação,
preocupação, espírito crítico, tensão, comportamento e medo de
qualquer coisa.

3. O espírito de píton, também chamado de adivinhação. “E acon-


teceu que, indo nós à oração, uma certa jovem possuída por um
espírito de adivinhação nos saiu ao encontro, a qual dava gran-
de lucro aos seus senhores adivinhando; esta, seguindo a Paulo
e a nós, gritava, dizendo: ‘Estes hom ens são servos do Deus
Altíssimo que nos mostra o caminho da salvação’. E isto ela fez
por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao es-
pírito: ‘Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo para sair dela’. E
ele saiu na mesma hora” (At 16:16-18). Rebelião, feitiçaria, prá-
ticas de ocultismo e magia negra fluem desse espírito. Maldições
acompanham essas práticas.

4. O espírito da imoralidade sexual, chamado de prostituição e lu-


xúria. “O meu povo consulta a sua madeira, e a sua vara lhe res-
ponde, porque o espírito da prostituição os conduziu ao erro, e se
prostituíram, apartando-se da sujeição ao seu Deus” (Os 4:12).
Concupiscência, adultério, pornografia, estupro, incesto e amor
pelas coisas do m undo são características desse dem ônio. A
compulsão sexual também é resultado desse espírito pervertido.

5. Um espírito escravizador que geralmente acompanha o medo.


“Porque não recebestes um espírito de servidão, para novamen-
te tem erdes, mas recebestes o E spírito de adoção, pelo qual
B atendo a P orta na C ara d o In im ig o 237

clam am os: ‘A ba, P ai’” (Rm 8:15). V ícios, bulim ia, anorexia,
relacionamentos errados, codependência, e outros distúrbios ob-
sessivos são agravados por esse demônio.

6. O espírito do orgulho que normalmente é acompanhado por re-


helião. “O orgulho precede a destruição, e o espírito altivo pre-
cede a queda. Melhor é ser de espírito humilde com os mansos,
do que dividir o despojo com os orgulhosos” (Pv 16:18-19).
O rgulho, desprezo, escárnio, lascívia, egoísm o, preconceito,
arrogância, fofoca e crítica são m anifestações desse espírito
perverso.

7. O espírito da perversão. “O Senhor tem infundido um espírito


perverso no meio deles. E eles têm feito o Egito errar em toda
obra ali realizada, como um homem bêbado cam baleando em
seu vôm ito” (Is 19:14). Homossexualidade, perversão sexual e
atividades paranormais são incitadas por esse espírito.

8. O espírito do Anticristo. “E todo o espírito que não confessa que


Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito
do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e já agora está no
m undo” (1 Jo 4:3). Esse espírito rouba a glória de Cristo; nega os
dons sobrenaturais e os atribui a Satanás; opõem-se; persegue e
divide verdadeiros ministérios.

9. O espírito da depressão ou opressão. “... para nomear aqueles


que pranteiam em Sião, para dar-lhes beleza em lugar de cin-
zas, o óleo de alegria em lugar de pranto, a veste de louvor em
lugar de espírito de opressão, para que eles possam ser chama-
dos árvores de justiça, a plantação do Senhor, para que ele possa
ser glorificado” (Is 61:3). Depressão, extrema aflição, desespe-
ro, desesperança e pensamentos suicidas fluem desse demônio
malévolo.
238 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

10. O espírito mentiroso, uma das ferramentas favoritas de Satanás.


“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve;
aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecem os o
espírito da verdade e o espírito do erro” (1J0 4:6). D escrença,
decepção, acomodação, intelectualismo, cultos, bajulação e le-
galismo partem desse espírito que semeia a discórdia.

11. O espírito do ciúme, um espírito destruidor de relacionamentos.


“E se o espírito de ciúmes vier ao esposo, e ele sentir ciúmes de
sua esposa, estando ela contaminada; ou se o espírito de ciúmes
vier ao esposo, e ele sentir ciúmes de sua esposa, não estando
ela contam inada” (Nm 5:14). Ciúm e, raiva, ira, crueldade, sus-
peita, competição, insegurança, divórcio e divisão são resultados
da atuação desse espírito.

12. O espírito do entorpecimento ou sono. “(De acordo como está


escrito: Deus lhes deu um espírito de sonolência, olhos para não
verem e ouvidos para não ouvirem ), até este dia” (Rm 11:8).
Constante fadiga, passividade, inadequação e autopiedade des-
crevem esse dem ônio. Quando está no controle de uma vida,
esse espírito bloqueia o sucesso e traz o cansaço.

D e r r u b a n d o a s F ortalezas d o I n im ig o

Para derrubar essas fortalezas de Satanás, é preciso ser um cristão arma-


do. Apocalipse 12:11 revela nossa tríplice arma para vencer o inimigo: “E
eles o venceram pelo sangue do Cordeiro, e pela palavra do seu testemu-
nho; e eles não amaram as suas vidas até a morte” .

1. O sangue cancela o direito de Satanás de nos oprimir.

2. A palavra do nosso testem unho. Sim , tom em os a Palavra de


Deus como espada, liberando-a através de nossa boca contra o
inimigo. A verdade nos libertará.
Baten do a P orta na C ara d o In im ig o 239

3. Uma vida entregue a Jesus. Podemos nos apropriar de todo o ar-


mamento de Jesus, e devemos aprisionar todo pensamento ini-
migo e lançá-lo fora.

Vemos o sangue expiatório, o testemunho do cristão que veste a armadu-


ra, e a vida entregue à vontade de Jesus. Satanás treme diante do cristão re-
vestido com a arm adura de Deus. Deixe-me compartilhar oito passos para
a rem oção de uma fortaleza.

• Prim eiro passo - C ertifique-se de que você confessou Jesus


Cristo como seu Senhor e Salvador.

• Segundo passo - Conscientize-se de que só Deus pode remover


um a fortaleza.

• Terceiro passo - Identifique a fortaleza.

• Q uarto passo - C onfesse todos os pecados relacionados às


fortalezas.

• Quinto passo - Agradeça a Deus pelo perdão.

• Sexto passo - Visualize a destruição.

• Sétimo passo - Peça a Deus para livrá-lo das forças demoníacas


associadas às fortalezas.

• Oitavo passo - Faça a restituição.

Após esses passos você deve se apossar do território recuperado. Confesse


que você não pode mais ser afetado por aquela área da fortaleza e clame a
plenitude de Deus. Acabe com os pecados que escravizavam você, e preen-
cha seus pensamentos com as Escrituras para reforçar a vitória.
No Antigo Testamento, os judeus receberam a ordem de expulsar os ini-
migos e se apossar de Canaã. O território das nossas almas, como Canaã, é
240 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIO S

cheio de fortalezas que precisam ser destruídas. Como soldados, temos que
tomar posse do que é nosso. Uma vida abundante aguarda aqueles de nós
que expulsarmos o inimigo e tomarmos posse do território de nossas almas.
A fortaleza de Jerico caiu diante do povo de Deus. A fortaleza de Satanás
irá desmoronar diante de nós se utilizarmos nossas armas com destreza.

...e estando prontos para vingar toda a desobediência, quando a vos-


sa obediência for cumprida.
- 2 C o r ín t io s 10:6

Quando expulsamos essas fortalezas, todos os demônios que se escon-


diam por detrás dessas m entiras, hábitos, doenças e escolhas erradas fi-
cam expostos, e Deus pune a desobediência. A palavra grega para “punir”
é ekdikeo - ou vingar. Quando vivemos em obediência, Deus Se vinga de
todos os demônios que se atreveram a nos ameaçar.
P arte VI

MANTENDO A VITORIA
SOBRE O SEU INIMIGO
capítuío

C olocando o
I nimigo pra C orrer

atanás tem despojado a autoridade na vida dos cristãos, m as ele e


S suas forças dem oníacas tem em a autoridade da Palavra de Deus
por meio de Cristo. Tiago 2:19 diz: “Os demônios também creem , e tre-
mem” Uma batalha decisiva foi travada e vencida na cruz e no túm ulo va-
zio, e essa vitória despojou a autoridade de Satanás e de seus exércitos.
Colossenses 2:15 declara que Jesus “despojou [a autoridade de] principa-
dos e potestades” .
Quando Jesus veio ao m undo, este era um território ocupado e arm a-
do por Satanás. As forças do mal O reconheceram (M c 1:23-25). Em
M arcos 5, forças do mal apoderaram -se de um hom em . Tantos foram
os dem ônios que controlavam aquele hom em que ocuparam um a m a-
nada de dois m il porcos. M as aquelas forças não podiam se m over sem
a perm issão de Jesu s, pois E le derrotou Satanás e quebrou to d a sua
autoridade.
Satanás não conseguiu convencer Jesus, porque Ele não se rendeu às ten-
tações. A morte não foi empecilho para Jesus. Satanás usou todas as suas
armas, mas elas foram quebradas sob os pés de Cristo. A gloriosa verdade
é que você e eu fortalecemos essa vitória. Nós podemos colocar o inimigo
para fugir. Podemos ver Satanás recuando rapidamente. Eis alguns simples
passos para a vitória:
C o lo ca n d o o In im ig o pra C orrer 243

A E x ig ê n c ia d a S u b m issã o

Deus resiste aos orgulhosos, mas dá graça aos humildes.


- T iago 4:6

Antes de um cristão colocar o inimigo em fuga, é preciso estar debaixo


da autoridade de Deus, que resiste aos soberbos. A palavra soberbo descre-
ve uma pessoa autossuficiente que dirige sozinho a sua vida. A palavra re-
sistir significa “se armar contra” . Deus Se posiciona contra aquele que se
acha autossuficiente.
A palavra chave em Tiago 4:7 é sujeitar. Essa é uma palavra militar que
significa “ se render às ordens” . O cristão tem autoridade sobre Satanás
quando vive sobre a autoridade de Cristo. Um cristão rebelde, em peca-
do, não consegue por Satanás em fuga. O Cristão que vive debaixo da au-
toridade concedida por Deus pode expulsar o inimigo. Os cristãos devem
aprender a viver sob autoridade. A Palavra de Deus estabelece o padrão da
autoridade de Deus.
Os cristãos vivem sob a autoridade de Cristo. Também vivemos sob a au-
toridade do governo humano (lP e 2:13-15). A mulher vive sob a autoridade
do seu marido (Ef 5:22-24). Os filhos precisam viver sob a autoridade de
seus pais (Ef 6:1-3). E isso é para proteção e poder. Toda autoridade huma-
na é delegada, mas é inválida se violar a vontade de Deus. “Devemos antes
obedecer a Deus do que aos hom ens” (At 5:29).
A prendem os que se quiserm os derrotar Satanás, tem os que obedecer
ordens. Jesus viveu de acordo com a vontade do Pai durante a Sua breve
perm anência na terra. Esse foi o segredo do Seu poder. Ele viveu sob au-
toridade. “E, achado na form a de hom em , hum ilhou-se a si mesmo, sen-
do obediente até a m orte, e morte de cruz” (Fp 2:8). Esse era o prelúdio
da vitória e o caminho para a autoridade. Após Sua subm issão, veio Sua
exaltação. O versículo 10 declara que todo reino está agora debaixo da
Sua autoridade - o reino espiritual, o reino natural e o reino demoníaco.
Antes de assum irm os nossa autoridade, temos que nos subm eter comple-
tam ente a Deus.
244 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL c a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

A R esistên c ia a S atanás
Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
- T iago 4:7

Quando vivemos sob autoridade de Cristo, podemos vencer. Efésios 1 e


2 declaram essa verdade. Efésios 1:19-23 declara a autoridade do Cristo
ressuscitado, que subiu aos céus e está entronizado. Precisamos reconhe-
cer que não temos autoridade sobre Satanás em nossa carne e poder. Fomos
feitos menores que os anjos. Mas em Cristo recebemos Sua autoridade so-
bre Satanás.
Efésios 2:1-6 declara que estamos agora totalmente ligados a Cristo pela
Sua crucificação, ressurreição, ascensão e entronização. E assim compar-
tilhamos Sua autoridade. Estamos agora em Cristo, elevados acim a do rei-
no dos anjos.
Temos que resistir a Satanás. Essa palavra em Tiago 4:7 não é a mesma
palavra do versículo 6. A palavra no versículo 7 implica “perm anecer so-
zinho” . Temos então Deus e o cristão contra Satanás e prevalecemos sem
a ajuda humana.
Precisamos compreender que não podemos nos esconder de Satanás. Não
podemos fugir de Satanás. Não podemos ultrapassá-lo, e não podemos fu-
gir dele nesse planeta.
Como, então, resistimos a Satanás?

• Procurando viver em obediência e pureza sob a autoridade de


Cristo.

• T om ando firm e p o sição c o n tra S atan ás na a u to rid a d e de


Cristo.

• Atacando Satanás verbalmente com a Palavra de Deus e a obra


de Cristo.

Não dando lugar ou motivos a Satanás.


C o lo ca n d o o In im ig o pra C orrer 245

• Ordenando que ele saia na autoridade de Cristo.

• A gradecendo e louvando ao Senhor; assim , verem os o diabo


fugir.
capítuío

Fazendo o Inimigo R ecuar

vida do cristão está sempre na rota de colisão com os planos de


A Satanás. Uma vez príncipe, agora ele é usurpador - um mentiroso no
trono da terra.
A rebelião de Satanás aconteceu num período pré-Adâmico. Tanto a ciên-
cia quanto as Escrituras afirmam um grande cataclismo que trouxe ruína e
morte a este mundo antes de Adão. Lúcifer se tornou o maligno Satanás e
se escondeu no corpo de uma serpente no Éden.
Em bora esteja vencido, Satanás aguarda sua sentença final juntam ente
àqueles da raça humana que serão lançados no inferno com ele. Jesus der-
rotou nosso antigo inimigo e o sentenciou à destruição, preparando um in-
ferno ardente para o diabo e seus anjos.
Até que ocorra o juízo final, ele permanece no nosso sistema solar como
“príncipe das potestades do ar” . Ele tem permissão para operar sobre aque-
le que é desobediente. Ele é parte integrante deste mundo decaído. Além
disso, sabemos que a terra não é nossa área de lazer, ela é nosso campo de
batalha.
O salmo 56 é um dos salmos chamados de mictão, que significa “can-
ção de ouro” ou “canção preciosa” . Seu título, “A Pomba Calada em Terra
Distante” , expressa um anseio de Davi que retoma Salmos 55:6: “E eu dis-
se: ‘Ó, se eu tivesse asas como a pomba! Porque então eu voaria para lon-
ge e ficaria descansado” ’.
Davi compôs esse salmo quando estava sendo perseguido por Saul e caiu
nas mãos dos filisteus. Ele relembrava seus dias de calm aria antes da as-
sombrosa responsabilidade da liderança tê-lo acometido. Ele tinha sido un-
gido rei, mas em vez de um trono, ele vivenciava a guerra!
Fa zen d o o In im ig o R ecuar 247

A experiência de Davi não é muito diferente da nossa: nós aceitamos a


Cristo, somos ungidos pelo Espírito, e então o inimigo declara guerra! Mas
sabemos que a vitória já é nossa.

As Q uatro M aneiras de o I nimigo O primir


Como o inimigo nos testa? A estratégia dele é nos pressionar por todos os
lados. Aqui temos uma clara definição da opressão de Satanás e de como
identificá-la.
Satanás irá nos rodear de pessoas que nos distraem . Em Salmos 56:2,
Davi sentiu como se estivesse sendo caçado por leões. Sabemos que exis-
tem pessoas em nossa vida que desejam tomar nosso tem po, nos distrair,
criticar e confundir! Quando Pedro tentou “ajudar” Jesus, negando a neces-
sidade da cruz, Jesus disse: “Arreda-te de mim, Satanás.”
Às vezes, as pessoas que estão perto de nós irão nos atrapalhar. Outras
vezes elas irão nos atacar! Saibamos - o inimigo usará qualquer um! “Sede
misericordioso a mim, ó Deus, porque o homem quer me engolir, sua luta
diária me oprim e” (SI 56:1). Observe a palavra calcar; ela significa “bater,
inibir e consumir.” Às vezes, o inimigo quer apenas abater nosso espírito
e consum ir os nossos propósitos! A expressão “o dia todo” é traduzida do
hebraico e significa “o tempo todo; em todas as coisas” . Literalmente, sig-
nifica que Satanás ataca todos os propósitos da nossa vida, o tempo todo!
Ele é incansável.
Já aprendemos sobre os esforços de Satanás para nos intimidar. Na pri-
m eira Guerra do Golfo as palavras “chocante” e “apavorante” foram utili-
zadas para descrever um ataque feito do céu que durou dias. O propósito
do ataque era acabar com as esperanças daqueles que estavam sendo ata-
cados. Como príncipe das potestades do ar, nosso inimigo tenta nos “cho-
car e apavorar” .
Satanás usa a calúnia para nos derrotar e nos afastar da vitória. “Todo dia
eles distorcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra
mim para o mal” (SI 56:5). Satanás é o acusador! Seu objetivo é difamar e
arruinar. Lembremos do seu ataque perverso a Jó. A palavra torcer em he-
braico significa atsab, e quer dizer “falsificar, entalhar, cortar, causar dor” .
248 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

Satanás irá usar o que dissermos e fizermos, transform ando isso em algo
que nos cause dor, ele deturpará nossa imagem e forjará o que acreditamos!
A palavra pensamento significa “entrelaçar ou adaptar” . Ela é utilizada
em julgamentos injustos. Satanás torce e deturpa nossos pensamentos para
frustrar os propósitos de Deus em nossa vida.
Salmos 56:6 declara que Satanás persegue os cristãos com o intuito de
abalar sua fé: “Eles se juntam , se escondem, marcam os meus passos, en-
quanto esperam pela minha alm a” . Essa é a tática final de Satanás. M ais do
que nunca, Satanás usa as pessoas, até mesmo as cristãs, para fazer o seu
trabalho sujo.

S ete R espostas V itoriosas contra a


I ntimidação de S atanás
Salmos 56:9 nos ensina: “Quando eu clamar a ti, [Senhor] então os meus
inimigos se voltarão” . Observando este salmo com atenção, descobrimos
sete respostas vitoriosas contra o inimigo.
Primeiro devemos confiar no Senhor, como fez o salmista. “A qualquer
tempo em que eu estiver com medo, confiarei em ti” (v.3). A palavra con-
fiar em hebraico é batach, que significa “estar confiante, seguro, salvo e
ter fé” . A origem dessa palavra significa “ser esticado” . Aqui as rugas de
preocupação somem quando você recebe aplicações espirituais de Botox.
Confiar também é “estar seguro em terra firme” .
Salmos 56:4 nos traz a segunda resposta, que é confiar na Palavra de
Deus. “Em Deus louvarei a sua palavra, em Deus pus a minha confiança;
não temerei” . Aqui o cristão se refugia em Deus e na Sua Palavra. Ele lou-
va a Palavra! Ele grita aleluia em meio ao ataque porque tem uma palavra
de Deus! Ele confia em Deus enquanto a batalha está sendo travada.
Como terceira resposta, podemos nos refugiar no Deus que cuida de nós.
“Tu contas minhas perambulações, põe as minhas lágrimas no teu frasco;
não estão elas no teu livro?” (SI 56:8). Isso é confiar! Enquanto o inimi-
go persegue, Deus “conta as nossas aflições” . A palavra contar refere-se a
“contabilizar para comemorar depois” . Deus irá celebrar nossa vitória jun-
to a nós! A palavra aflição significa “exílio” . O inimigo tenta nos exilar da
nossa terra, mas Deus conta as nossas aflições. Vamos tomar de volta tudo
Fa zen d o o In im ig o R ecuar 249

o que o inimigo nos roubou. Deus tem o livro! Nossas lágrimas estão sen-
do recolhidas em um odre de vinho. E o que é amargo Deus transformará
em vinho fino e converterá nosso choro em alegria.
Quarta resposta: a oração põe em cena os recursos de Deus. “Quando eu
clam ar a ti, então os meus inimigos se voltarão; disto eu sei, porque Deus
é por m im ” (SI 56:9). Aqui temos uma oração fervorosa de alguém que,
diante do inimigo, clama a Deus. Um clamor corajoso, alto e forte. Deus
ouvirá nossas orações feitas no momento de aflição.
Q uinta resposta: posso descansar em total segurança de acordo com o
versículo 9: “disto eu sei, porque Deus é por mim” . Nossa! Aqui o cristão
expressa extrema confiança. O poderoso escudo da fé está levantado con-
tra o inimigo. Romanos 8:28 traz uma promessa do Antigo Testamento: “E
sabemos que todas as coisas contribuem juntam ente para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados de acordo com o seu propó-
sito” . Deus é por você - acreditei
Sexta resposta: quando honramos nossas promessas, Deus nos protege.
“Teus votos estão sobre mim, ó Deus; eu renderei louvores a ti” (SI 56:12).
Uma interpretação direta dessa passagem seria: “Cumprirei as promessas
que te fiz, ó Deus, e erguerei minhas mãos em ações de graças enquanto
louvo a Ti” . Para Deus essa é uma séria promessa, portanto, devemos cum-
prir os nossos votos. Quando cum prim os o que prom etem os, a vitória é
garantida.
Leia o seguinte alerta e promessa sobre os votos:

Quando fizeres algum voto a Deus, não tardes em pagá-lo; porque


ele não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que tu
não prometas, do que prometeres e não pagar. Não sofra a tua boca
fazendo pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro;
por que se iraria Deus contra a tua voz, e destruiría a obra das tuas
mãos?
- E c l e s ia s t e s 5:4-6

O destruidor vem quando uma prom essa feita ao Senhor é quebrada.


“Laço é para o homem devorar aquilo que é santo, e só refletir depois de
feitos os votos” (Pv 20:25).
250 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIOS

Sétima resposta: damos testemunho do poder de Deus como fez Davi no


último versículo do salmo 56: “Porque tu livraste a minha alma da morte;
não livrarás meus pés de cair, para que eu caminhe diante de Deus à luz dos
vivos?” (v.13). Esse versículo final revela que Deus resgata nossas vidas e
nos protege das quedas. A palavra tropeçar aqui significa “ser em purrado” .
A palavra pés é jornada; Deus não permitirá que o inimigo nos empurre do
penhasco durante nossa jornada; chegaremos à casa seguros!
Deus nos concede um novo com eço. A palavra vida significa “carne
nova” . Deus renova nossa vida na Terra quando andamos em Sua luz ou na
luz do dia. Isso nos remete a um novo começo. E é assim que a vida deve-
ria ser vivida!
Aqui temos uma proclamação para fazer o inimigo recuar:

• Pelo sangue de Jesus, anulo toda oração satânica, em nome de


Jesus.

• Pelo sangue de Jesus, anulo toda intimidação satânica, em nome


de Jesus.

• Eu anulo todo decreto satânico contra a minha vida, em nome


de Jesus.

• Pelo sangue de Jesus, anulo todo desejo satânico sobre a minha


vida, em nome de Jesus.

• Eu anulo toda expectativa satânica concernente à m inha vida,


em nome de Jesus.

• Eu anulo toda decisão satânica tomada contra a minha vida, em


nome de Jesus.

• Eu anulo todo acordo satânico que se põe contra m inha vida,


pelo sangue de Jesus.
Fa zen d o o In im ig o R ecuar 251

• Eu anulo toda conspiração satânica nos lugares celestiais contra


a minha vida, em nome de Jesus.

• Eu anulo toda conspiração satânica na Terra contra a minha vida,


em nome de Jesus.

• Eu anulo todo plano e projeto satânicos para a minha vida, em


nome de Jesus.
capítuío

U ma V ida de A doração

bservemos brevemente o treinamento dos guerreiros de Davi para a


O batalha. É interessante notarmos que o Salmo 18, o “manual de ins-
truções” , é composto pela adoração. No final do salmo Davi exclama: “O
Senhor vive; e bendita seja a minha rocha, e que seja exaltado o Deus da mi-
nha salvação” (v.46). Davi sabia que a adoração a Deus colocava o inimigo
em fuga.

A doração 101
Mais um salmo que parece um manual de instrução na arte de adorar.

Louvai ao Senhor.
Cantai ao Senhor uma nova canção,
e seu louvor na congregação dos santos.
Regozije-se Israel naquele que o fez,
Alegrem-se os filhos de Sião no seu Rei.
Louvem o seu nome na dança;
Cantem louvores a ele com tamhoril e harpa.
Pois o Senhor tem prazer em seu povo;
Ele embelezará os mansos com a salvação.
Alegrem-se os santos na glória;
Cantem alto sobre as suas camas.
Estejam em sua boca os altos louvores de Deus,
E uma espada de dois fios na sua mão,
Para executarem vingança sobre os pagãos,
E punições sobre o povo;
U ma V id a d e A doração 253

Para amarrarem os seus reis com correntes,


E os seus nobres com grilhões de ferro;
Para executarem sobre eles o juízo escrito;
Todos os seus santos têm esta honra.
Louvai ao Senhor.
- S almos 1 4 9 :1 9 ‫־‬

Esse belo salmo nos ensina que o louvor não é apenas a criação de uma
m úsica - mas o som da adoração. Esse som chega aos ouvidos do nosso
inim igo na batalha. Ele inclui riso, choro, palmas e clamor. Ele também
inclui o ruído do sopro do corpo de Cristo que busca em silenciosa medi-
tação a Sua misericórdia. Tudo isso faz parte da lua; o som da batalha nos
ouvidos do inimigo.
A adoração tem ainda mais força quando feita por todo o corpo de Cristo
reunido. Esse salmo nos ensina: “Alegre-se Israel” . A referência é coleti-
va. Algo acontece de poderoso durante a adoração em conjunto, onde dois,
três ou mais estão reunidos. Jesus prometeu: “Aí estou eu no meio deles”
(Mt 18:20).
Também sabemos ao ler Hebreus 2:12 que quando Ele se manifesta em
nosso meio e estamos cantando, Ele começa a cantar. Se você pensa que seu
louvor afeta os demônios, espere até o Senhor Jesus começar a cantar com
você; o Espírito Santo também entra em operação e Deus, o Pai, começa a
cantar de volta para você!
A adoração deve refletir ou representar as três partes do tabernáculo ou
tem plo. Começamos no átrio exterior, onde o sangue nos salvou, e louva-
mos o nome de Jesus por nossa salvação. Então prosseguimos em direção
ao lugar santo, onde existe a mesa dos pães da proposição e o candelabro.
Nesse lugar sua Palavra e Sua instrução nos iluminam um pouco mais; en-
tramos pelas portas com ações de graça e passamos pelos átrios com louvor.
E então prosseguim os ao santo dos santos, onde encontram os um véu
que foi rasgado. Quando os altos louvores começam, nos achegamos àque-
le lugar de imunidade e intimidade com o Senhor, onde nenhum demônio
do inferno pode nos tocar. O salmista disse: “todos os seus santos têm esta
honra” (SI 149:9). Houve um tempo em que só os sacerdotes podiam entrar
254 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

no santo dos santos, mas depois da cruz, Jesus disse: “Entre. Você é bem-
-vindo neste santo lugar” .
Muitas igrejas nunca entraram nesse lugar durante a adoração. Elas não sa-
bem como é silenciar, repousar aos pés de Cristo e dizer: “Não me moverei,
Senhor, até que Te movas. Ficarei aqui até que me digas o que devo fazer” .
Vejamos mais adiante no salmo 149, onde o salmista diz que existem mui-
tas maneiras de adorar. Podemos tocar um instrumento. Podemos cantar.
Podemos até mesmo dançar! O versículo 3 diz: “Louvem o seu nom e na
dança; cantem louvores a ele com tamboril e harpa” .
Precisamos aprender mais sobre a adoração. O versículo 4 continua: “Pois o
Senhor tem prazer em seu povo” . Deus Se agrada quando cantamos. Salmos
22:3 diz: “Ó tu que habitas nos louvores de Israel” . A palavra hebraica para
“habitar” , yashab, significa “morar como marido com a mulher que ama” .
Quando começamos a cantar, Ele não vem com uma vara, mas com um pre-
sente em Suas mãos. Quando cantamos, Ele vem nos beijar. Adoração signi-
fica “beijar” . Quando cantamos, Deus responde como um protetor, como um
provedor, como aquele que ama, como um acolhedor, e como um pai.
Não importa se sua voz é afinada; Deus ama ouvi-lo cantar! De vez em
quando, m inha m ulher, Paulette, me pede: “Q uerido, cante para m im ” .
Minha igreja sabe que eu nunca aceitaria estar diante da congregação com
um microfone para cantar, mas cheia de amor, minha esposa acha que a mi-
nha voz é maravilhosa!

U ma A rma E ficiente
Nossos louvores a Deus se tornam um a arma poderosa. Salm os 149:6
diz: “Estejam em sua boca os altos louvores de Deus, e uma espada de dois
fios na sua mão” . Você deseja o poder da Palavra de Deus atuando em sua
vida? Comece a adorá-Lo!
Eu costumo pensar no jovem Davi, correndo para encontrar Golias, com
pedras e funda nas mãos. O louvor a Deus estava em seus lábios, e o gigan-
te conseguia evitar rir: “Venho até ti como homem poderoso, e tu envias
um bebê até mim” . Mas avançando vinha o menino cantor e adorador. O
que Golias não sabia era que a pedra na mão de Davi estava sendo guiada
pela Rocha Eterna, que nunca perde!
U m a V id a d e A doração 255

Podemos sentir que temos um Golias avançando contra a nossa vida, mas
lancemos mão da Rocha Eterna e comecemos a louvar a Deus. Então, com
a espada da Palavra de Deus, pegaremos o inimigo pelos cabelos da cabeça
e darem os o golpe final!
Deus está restaurando o tabernáculo de Davi nestes últimos dias. A ado-
ração davídica está de volta. Nossas igrejas podem incorporar cada parte
do louvor a Deus: instrumentos, coral, solistas, bandas, guitarras, palmas,
danças e clamor.
O louvor a Deus realiza muitas coisas! Deus diz em Salmos 149:7: “para
executarem vingança sobre os pagãos, e punições sobre o povo” .
Quando começo a louvar a Deus, os anjos da glória entram na guerra por
mim contra todo e qualquer inimigo. O próximo versículo revela que com
esse louvor, podem os am arrar nobres e reis; e prendê-los com cadeias.
Podemos amarrar o diabo!
Jesus disse: “E eu também te digo que tu és Pedro, e sobre esta rocha eu
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela” (Mt 16:18). E ele continua no versículo 19: “E eu te darei as chaves
do reino do céu; e tudo quanto tu ligares na terra será ligado no céu, tudo
quanto tu desligares na terra será desligado no céu” .
Quais são as chaves para o reino do céu? O evangelho, certam ente, é a
chave. O salm ista disse: “Entrai em seus portões com ações de graças, e
em seus átrios com louvores; sede gratos a ele, e bendizei o seu nom e”
(SI 100:4). Quando fazemos isso, temos as chaves que irão trancafiar as
forças das trevas.
Às vezes nossos louvores irão amarrar espíritos que tentam perturbar nos-
sas vidas. O demônio da depressão sempre foge assim que começamos a
cantar. Deus nos promete vestes de louvor em vez de espírito angustiado
(Is 61:3). Quando você sentir a escuridão das trevas cair novamente, co-
mece a cantar. A vitória virá, e Ele amarrará o demônio da depressão que
tenta m atar e destruir você.
A m úsica te dá coragem . Ela sempre teve uma poderosa influência nas
atitudes relacionadas à guerra espiritual. Em toda guerra, um a música
tem a parece surgir como um brado de guerra. Nos últimos anos, a América
enfrentou a crise do G olfo Pérsico e Iraque, e todos os dias ouvia-se a
256 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL 0‫ ־‬a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

poderosa canção de Lee Greenwood “God Bless the USA” [Deus abençoe
a América]. A alma cansada, enfraquecida e temerosa começa a erguer-se
e tomar coragem com a música.
Vejamos Paulo e Silas. Eles foram espancados e machucados no escuro da
noite. “Silas” , disse Paulo, “Vamos cantar!” . Com toda força, sentindo ain-
da a dor das pancadas pelo corpo, eles cantaram, e os céus se abriram. Deus
desceu e agiu tão fortemente que as portas da prisão se abriram, e o carce-
reiro correndo ao encontro deles disse: “Senhores, que me é necessário fa-
zer para me salvar?” (Veja Atos 16). Nenhuma pregação... apenas louvor!
Todas as vezes que Davi cantava, os demônios fugiam da sua vida e daque-
les que o ouviam. E Neemias também conhecia o poder do louvor a Deus!
Uma multidão de plebeus tentava construir uma incrível muralha. Alguns
zombavam do esforço deles dizendo: “Porque, se uma raposa corresse sobre
esse muro, a pequena criatura seria capaz de derrubá-lo!” (Veja Neemias 4:3).
Os trabalhadores de Neemias eram escarnecidos e zombados, e eles estavam
exaustos além do que se possa imaginar. Mas Neemias disse: “Segui o vosso
caminho, comei a gordura, e bebei a doçura, e enviai porções para aqueles
que nada foi preparado; porque este dia é santo ao nosso Senhor; nem este-
jais contritos; porquanto a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8:10). Os
trabalhadores começaram a cantar da maneira deles, e Deus Se agradou com
aquele louvor. E força brotou do espírito deles.

O L o u v o r S uscita o A vivam ento


Se você deseja um verdadeiro avivamento, você precisa aprender o ver-
dadeiro louvor e adoração. E isso pode ser confuso! O tempo de adoração
pode alterar a ordem do culto ou fazer seu delicioso assado queimar porque
o culto de domingo passou do meio dia. Mas essas são consequências insig-
nificantes quando você vê o altar cheio de pessoas sofridas, arrependidas e
feridas, e vê o poder de Deus transbordando em Seu povo.
O diabo tenta roubar o nosso cântico. É hora de voltar a cantar. O sal-
mista disse: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem de m anhã”
(SI 30:5). Bem , agora é dia! A noite acabou. Seu Pai está cantando para
você. Este é um novo dia.
copítuío

A mando o P róximo
I ncondicionalmente

u acredito que a maior lição que aprendi na batalha espiritual tenha


E ocorrido tarde demais para muitas oportunidades que tive em minha
vida. Esta arma poderosa nunca falhou, de todas as vezes que eu a utilizei: o
amor ágape, o amor de Deus.
Se você ler com calm a o grande capítulo sobre o am or na B íblia, 1
Coríntios 13, você verá que nele o Espírito Santo explica claramente esse
poderoso presente. Escondido nesse tesouro inestimável que “sofre todas
as coisas; crê em todas as coisas, espera em todas as coisas, suporta todas
as coisas” (v.7) está um poder explosivo que pode derrubar muitas mura-
lhas espirituais.
Em Romanos 8:31-39 lemos:

O que diremos, então, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem pode
ser contra nós? Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o
entregou por todos nós, como não nos dará gratuitamente também
com ele todas as coisas? Quem acusará alguma coisa aos escolhi-
dos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é o que condenará?
É Cristo que morreu, sim, que foi ressuscitado, o qual está à direita
de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor
de Cristo? Será a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou
a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito:
Por causa de ti somos mortos todo o dia; somos considerados como
ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais
do que vitoriosos, através daquele que nos amou. Porque eu estou
258 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os


principados, nem as potestades, nem as coisas do presente, nem as
coisas porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra
criatura será capaz de nos separar do amor de Deus, que está em
Jesus Cristo nosso Senhor.

A maior arma na batalha espiritual é o amor de Deus. É por isso que Deus
começou com ele e o prometeu desde o início dos tempos.

Porque Deus amou tanto ao mundo que ele deu o seu Filho unigêni-
to, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
- João 3:16

Contemple, que tipo de amor o Pai nos outorgou, que fôssemos cha-
mados filhos de Deus. Portanto, o mundo não nos conhece, porque
não o conheceu.
- 1 João 3:1

A cruz do Calvário foi uma demonstração pública do amor ágape de Deus,


do amor sem limites, do amor que não retrocede, do amor que irá onde for
necessário para trazer de volta os seus amados. Ele é o tem a da Bíblia; o
palpitar das nossas canções. Ele é o centro do evangelho que pregam os e o
único traço que separa o cristianismo do Islamismo, do Budismo e de to-
dos os “ismos” deste mundo.
Temos um Deus que nos ama não im porta o que tenham os feito. Seu
amor é sem limites. Não podemos compreender a altura, a profundidade,
o comprimento ou a largura do Seu amor. O amor de Cristo supera todo o
conhecimento. Não podemos compreendê-lo ou estudá-lo totalm ente. Não
podemos expressá-lo com pletam ente. Não podemos escrever canções ou
poemas suficientes para expressar este am or ou pregar sermões suficien-
tes para explicá-lo. E nem fazer orações suficientes que expressem qual é
o amor de Deus!
Um dos meus hinos antigos favoritos fala do poder desse amor, sua estro-
fe final foi escrita nas paredes de um manicômio:

Poderiamos com tinta encher 0 oceano?


A m a n d o o P r ó x im o In c o n d ic io n a l m e n t e 259

E os céus foram feitos de pergaminho,


E cada extremidade da terra traçada com uma pena,
E todo escriba habilitado,
Para escrever o amor de Deus que no céu está,
Fez escoar as águas do oceano.
O pergaminho não poderia conter toda a verdade,
Ainda que esticado pela imensidão dos céus.
Refrão
Ah, o amor de Deus, tão rico, tão puro,
Quão imensurável e forte
Durará para sempre
A canção dos santos e dos anjos.1

E lem ento s d a A rm a

Podem os, claram ente, compreender as muitas facetas dessa arma pode-
rosa. É frustrante para m im , ao entrar em uma igreja, ver pessoas sendo
guiadas pela emoção, brincando de ser religiosas. Tenho vontade de gritar
e dizer: “Vocês acham que Deus arruinou o céu para pregar Seu Filho ama-
do num a cruz por seis horas debaixo do sol de meio dia em Israel e verter o
Seu sangue para vocês brincarem de ser religiosos? Ele verteu Seu sangue
a fim de trazer mudança para a nossa vida, nos curar por dentro e por fora,
e nos transform ar para sempre!” Ninguém que abre o seu coração e aceita
a Cristo permanece como antes. Ele nos muda.

Amor imerecido
Você é filho de Deus, e, não importam os erros que você cometeu, Ele
está contigo. Seu casam ento pode ter term inado em divórcio, mas Deus
está contigo. Você pode ter cometido alguns erros na juventude, fracassa-
do nos negócios, ou cumprido pena em uma penitenciária, mas Deus está
com você. Ele exerceu o Seu voto no Calvário por você. Ele te amou mes-
mo antes de você nascer. Antes que a primeira onda batesse nas rochas, Ele
sabia o seu nome, conhecia o seu coração e o amava! Nada pode separá-lo
260 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

do amor de Deus. Você não pode fazer nada para merecê-lo. O am or ága-
pe é assim.
Quando estamos envolvidos por esse amor e lançamos mão dele, desco-
brimos algo de grande poder. Podemos amar e servir alguém sem esperar
nada em troca. Viveremos em vitória.

Amor destemido
“Quem nos separará do amor de Deus?” . Paulo pergunta. “Será tribula-
ção ou angústia?” (Rm 8:35). A resposta, claro, é não! Seus problem as e
pressões são formas de Deus mostrá-lo que o ama! “Perseguição?” . O amor
ágape irá banir toda controvérsia. “Fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” .
Nada disso influencia o poder do amor de Deus.

Amor invicto
Romanos 8:37 afirma: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vi-
toriosos” . O trecho “somos mais do que vitoriosos” é definido em um a só
palavra do grego - hupernikao - e parece ser uma palavra criada pelo após-
tolo Paulo, porque ela não aparece em nenhum outro registro da literatura
grega. A palavra nikao, vencedor, representava a maior força que alguém
poderia ter. Ou seja, significava conquista; vitória; despojos; controle. Os
inimigos sucumbiram . Tudo o que alguém quer está em suas m ãos. Não
existia palavra com significado mais forte do que nikao. Mas o apóstolo
Paulo acrescentou huper em grego, que significa super em português. Ele
queria falar de algo maior do que conquista quando disse: “Vocês são mais
do que vencedores” .
Como posso ser mais do que vencedor? Por causa de Jesus, nunca te-
rei que lutar algumas batalhas novamente. Posso ter que guerrear uma ou
duas vezes na vida, mas nunca terei que lutar pela minha salvação. Ele já
venceu essa batalha! Eu não preciso lutar por perdão. Eu não preciso lu-
tar pela minha cura. Não preciso lutar pelos dons do Espírito. Eu sou mais
que vencedor!
Existe a história de uma mulher cujo marido se mudou para as ilhas das
Filipinas por um curto período de tempo a negócios. O casal criara três fi-
lhos que agora estavam quase crescidos. Poucas semanas antes do término
A m a n d o o P r ó x im o In c o n d ic io n a l m e n t e 261

da sua viagem , ele enviou um telegrama para sua esposa dizendo: “Eu não
a amo mais. Encontrei alguém aqui. Não vou voltar para casa. Adeus. Seu
m arido” .
O homem de negócios casou-se com uma jovem filipina e eles tiveram um
filho. Mas tragicamente o homem logo descobriu que sofria de um câncer
term inal, e morreu. A viúva filipina e seu filho não tinham para onde ir, en-
tão ela escreveu para a primeira mulher daquele homem: “ Fui casada com
o seu marido. Temos um filho. Eu não sei o que fazer” .
Essa mulher, agora, era cristã. “Querida,” ela respondeu, “Deus ama você.
Cristo morreu por você. Estou enviando dinheiro para que você venha para
os Estados Unidos. Acertaremos tudo quando você chegar aqui. Você e a
criança irão morar em minha casa” . Este é o poder do amor ágape!
Vencer e ser amado por Deus não significa que você não terá dores e
feridas, mas significa que você irá sempre amar. Aquela mulher poderia
sim plesm ente dizer: “Quer saber, ele se divorciou de mim. Deixe que sua
pequena aventura cuide de si mesma” . Mas isso seria perder.
Talvez você esteja perdendo sua batalha espiritual porque você não con-
segue perdoar. A Bíblia diz: “Amai os vossos inimigos, abençoai os que vos
am aldiçoam , fazei o bem aos que vos odeiam ...” (Mt 5:44). Não importa
como eles respondam ao nosso ato de amor. Se for o amor ágape, não im-
porta. O amor irá amar de qualquer maneira. O amor foi até a cruz, e con-
tinuou amando. Ele foi sepultado, e três dias depois ressurgiu.
Nos últimos anos, um falso evangelho tem sido pregado. Muitos disse-
ram: “ Ser um verdadeiro cristão é seguir esta denom inação, pertencer a
esta igreja, e fazer isso, e fazer aquilo. Você tem que se vestir desta manei-
ra e agir deste modo” . Mas a verdade é que o evangelho não é nada disso.
O verdadeiro evangelho é: Cristo nos amou, morreu por nós, levou as nos-
sas culpas, e nos ama de qualquer maneira apesar de tudo. O amor vence
o tem po todo.

Amor inegável
Paulo escreve ainda em Romanos 8:38: “Porque estou certo de que...” A
locução, estou certo, está na voz passiva no grego. Significa “estou conven-
cido de algo além de mim” . Isso não significa que eu me convencí disso. Na
262 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e ‫ ״‬AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

voz passiva ela significa: “Não fiz nada para merecer isso. Alguém de fora
me convenceu” . Paulo disse: “Eu ouvi tanto disso que estou absolutamente
convencido; estou certo de que...”
Paulo foi espancado várias vezes. Ele foi jogado na prisão; perseguido;
mal interpretado. Mas ele disse: “Estou certo de que...” . Isso significa no
grego: “Estou plenamente convencido. Nunca vou mudar meu pensamento.
Nada pode abalar a minha vida. Não posso ser separado do amor de Deus!” .
Nem mesmo a morte pode nos separar do Seu amor.
Até a morte de minha mãe, eu ligava para ela todos os domingos. Quando
eu era ainda um calouro inseguro na universidade, minha mãe me mandava
$15 por semana. Não parece muito agora, mas nos anos 60, mamãe traba-
lhava para ganhar $ 1,25 por hora. Ela estava então me mandando o paga-
mento de um dia e meio toda semana!
O lhando para o passado, envergonho-m e hoje de não ter valorizado
isso antes. Eu vi minha mãe usar sempre o mesmo vestido para ir à igreja
durante anos. Ela lavava e usava o mesmo vestido, para que nós tivésse-
mos algo novo para vestir. Ela nos deu o seu m elhor em tem po de escas-
sez. Quando meu pai passava por crises por causa do alcoolism o, nunca
ouvi minha mãe dizer: “Vou em bora” . Antes dele se converter e assum ir
o trabalho de um diácono ganhador de almas nos últimos dez anos de sua
vida, minha mãe estava lá ao lado dele. Ela estava lá nos m om entos difí-
ceis. O amor venceu!

U m a T r a n sfer ên c ia D iv ina
Você pode estar lendo isso e sentir a necessidade de ser verdadeiramen-
te amado. Efésios 1 diz que fomos feitos agradáveis no Am ado. É hora
de você parar de se culpar por tudo e de se sentir responsável por tudo.
“Portanto, agora nenhum a condenação há para os que estão em C risto
Jesus” (Rm 8:1). Você é amado.
Talvez você só precise perm itir que o amor que Deus te concedeu seja
transferido do seu coração para a vida daqueles que estão ao seu redor. Ele
te deu o bastante para que pudesse transbordar, não importa se quem o re-
cebe irá retorná-lo dizendo “Eu te amo” ou não. Não espere por um paga-
mento compensatório. Jesus já pagou por tudo!
A m a n d o o P r ó x im o In c o n d ic io n a l m e n t e 263

Oh, o amor que traçou o plano da salvação!


Oh, a graça que humilhou 0 homem!
Oh, o grande abismo que Deus preencheu no Calvário!2

Se você perm itir que o amor de Deus te inunde e flua por você, os demô-
nios irão fugir. Você experimentará a verdadeira vitória, porque o inimigo
não consegue ficar onde o amor de Deus abunda. Declare sua vitória e dis-
pare a arma do amor de Deus em sua vida!
copítuío

T omando o T erritório de volta

O i Antigo Testamento nos oferece belas imagens das verdades do Novo


*Testamento. Elas são chamadas de símbolos. A maior cena ou sím-
bolo de batalha espiritual encontra-se no livro de Josué. O nome Josué, em
hebraico Yeshua ou Jesus, significa “salvador” ou “libertador” .
A jornada dos filhos de Israel do Egito pelo deserto até Canaã é um exem-
pio de vida cristã. Deus usou todas aquelas experiências para quebrantar o
Seu povo.

A R esistên c ia q u e E n fr en ta m o s

Na vida cristã enfrentamos um inimigo triplo: o mundo, a carne e o diabo.


A libertação do Egito ilustra nosso resgate do mundo. A experiência do de-
serto quebra o poder da carne. Podemos traçar claros paralelos entre Canaã
e as fortalezas em nossas vidas.
Canaã não é uma “terra justa e feliz” ; ela não é o céu. Ela representa o
que é do direito do cristão agora! Ela é a terra que mana leite e mel. Ela é
a vida abundante prometida por Jesus em João 10:10.
M uitos cristãos escaparam do E gito, m as com o as tribos de G ade e
M anassés, eles decidiram viver no deserto, nunca alcançando o territó-
rio espiritual que m ana leite e m el. M uitos cristãos se contentam com
menos do que as prom essas de Deus. Ele deseja que seus filhos e filhas
sejam soldados! Ele lhes deu a terra de C anaã, e ela era um verdadeiro
campo arm ado de inim igos. Ela era repleta de cidades fortificadas, com
grandes reis que deveríam ser destruídos antes que adquirissem suas
propriedades.
T o m a n d o o T e r r it ó r io d e volta 265

As R iq u e z a s que nos P ertencem


Sabem os que existem panoram as espirituais nunca vistos, m ontanhas
nunca escaladas, rios de vida onde ninguém nunca nadou, frutos que nin-
guém nunca provou, colheitas que ninguém nunca aproveitou, presentes
nunca abertos e abundância nunca experimentada?
As altas fortalezas nos têm amedrontado. Deus deu a terra para os filhos
de Israel, mas eles tiveram que reivindicá-la e lutar por ela (Js 1:2). E nós
devem os fazer o mesmo. Em Josué 3:5 Deus prometeu fazer maravilhas,
fazer o sobrenatural. Em Josué 4:24 o povo louva a Deus por ter partido as
águas do Jordão. Imediatamente o inimigo viu que o povo de Deus estava
a caminho da terra!
Após sermos salvos, devemos reivindicar cada centímetro do território
da nossa alma. Assim como os filhos de Israel tiveram que marchar sobre
a terra, nós devemos tomar cada centímetro do que Satanás gostaria de ti-
rar de nós.

Os R e f o r ç o s que nos P ertencem

No instante em que os filhos de Israel cam inharam em fé, Deus apre-


sentou-Se com recursos invisíveis - “o príncipe do exército do Senhor”
(Js 5:14). O que aconteceu aqui?
Aqui vemos a prom essa do Senhor. Deus havia prom etido nunca aban-
donar Josué. Agora o Senhor apresenta-Se com o Seu exército para a luta.
Tam bém vemos a presença do Senhor na figura do anjo do Senhor com
sua “espada nua” (Js 5:13). Esse exército de guerreiros invisíveis havia
chegado para a batalha. Tudo o que Josué podia fazer era adorar e obede-
cer. Lem bre-se, Deus nunca ordena Seus filhos que lutem sozinhos. “E eis
que eu estou convosco sem pre, até o fim do m undo” (Mt 28:20).

O R e in o q u e n o s P ertence

A passagem chave aqui é Josué 6. Os filhos de Israel tinham que obe-


decer às ordens e m archar ao redor de Jerico uma vez ao dia durante seis
dias e sete vezes no sétimo dia. E na sétima volta, eles deveríam soprar as
266 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL c a AÇÃO D O S D EM Ô NIO S

trombetas. Após terem feito isso, os muros caíram e a cidade foi tomada.
Se hoje obedecerm os às ordens de D eus, as m uralhas das fortalezas não
nos resistirão.

O G o v e r n o q u e n o s P ertence
Não dê lugar ao diabo. Em Josué 10:8-25, Josué recebeu uma clara pala-
vra de Deus a respeito de seus inimigos. Deus disse que nenhum inimigo de
Israel ficaria de pé. Depois de ouvir a voz de Deus, Josué teve um a atitude
rápida e decisiva. Após marcharem a noite toda, os filhos de Israel não des-
cansaram na presença dos seus inimigos, mas sim atacaram.
No meio da batalha Josué precisava de um m ilagre para que a palavra de
Deus se cumprisse na batalha. Ele orou. Deus ouviu a sua oração e o sol
parou durante a batalha. Se Deus prometeu vitória, Ele não perm itirá que
as trevas ultrapassem o dia.
Cinco poderosos reis, que se levantaram contra os filhos de Israel, foram
entregues nas mãos de Josué. Com a proclamação da vitória, não apenas
para a batalha que acontecia, mas para as futuras batalhas, Josué derrotou
os reis.
Deus fará por você o que fez por Josué. Ele falará claramente. Aja rapida-
mente em Suas palavras, e você será posicionado para que veja um milagre
de Deus. Ele irá entregar seus inimigos em suas mãos.
capítuío

Q uebrando M aldições

rovérbios 18:21 diz: “A morte e a vida estão no poder da língua; e


aqueles que a amam comerão do seu fruto” . A vida e a morte são po-
derosam ente influenciadas por aquilo que falamos, ouvimos e recebemos!
Somente quando confessamos a Palavra de Deus com os nossos lábios libe­
ramos bênçãos e fé para movermos o sobrenatural e derrotarmos o inimigo.
Palavras negativas trazem maldições, favorecem a ação demoníaca e libe­
ram forças destrutivas.

P ortas A bertas

Dr. Henry M alone, em seu excelente livro Shadow Boxing, nos indica
cinco portas abertas que permitem que forças negativas operem em nossa
vida.1

Desobediência
A desobediência consciente nos leva ao cativeiro do inimigo.

Não sabeis vós que a quem vos apresentardes como servos para obe-
decer-lhe, servos sois daquele a quem obedeceis, seja do pecado
para a morte, ou da obediência para a justiça?
-R om anos 6:16

Q uando pensam entos de desobediências são m anifestos, eles edificam


fortalezas malignas.
268 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIO S

Destruindo imaginações, e toda a altivez que se exalta contra o


conhecimento de Deus, e levando cativo todo o pensamento à obe-
diência de Cristo.
-2 C 0 R ÍN T 1 0 S 10:5

Temos que m anter cativos nossos pensam entos negativos e de desobe-


diência, e confessá-los.

Falta de Perdão
A falta de perdão é a segunda porta que permite que o inimigo trabalhe
em nossa vida. Para aproveitar os benefícios do reino dos céus agora, é pre-
ciso perdoar aqueles que nos magoam. Jesus nos ensinou diversas vezes
sobre o perdão.

Então Pedro, aproximando-se dele, disse: "Senhor, até quantas vezes


o meu irmão pecará contra mim, e eu o perdoarei? Até sete vezes?”
Jesus lhe disse: “Eu não te digo que até sete vezes; mas até setenta
vezes sete.”
- M ateus 18:21-22

Esse chamado ao perdão é imperativo. Logo a seguir Jesus conta um a


parábola sobre dívida. Um hom em tinha uma grande dívida, e seu mes-
tre o perdoou. Esse mesmo homem que foi perdoado se recusou a perdoar
uma pequena dívida que tinham contra ele. Escute o veredicto de Jesus em
Mateus 18:32-35:

Seu senhor então, chamando-o, disse-lhe: Servo perverso, perdoei-te


toda aquela dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu, igualmen-
te, ter compaixão do teu conservo, como eu também tive misericórdia
de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até
que ele pagasse tudo o que lhe devia. Assim também meu Pai celeste
fará convosco, se de coração não perdoardes cada um as ofensas do
seu irmão.
Q uebrando M a l d iç õ e s 269

Os atorm entadores são demônios da depressão, medo, ira, enfermidade e


insônia. M uitas vezes, é difícil perdoar certas palavras ditas ou escritas. O
perdão é um ato sobrenatural que o Espírito Santo realiza através de nós.

Trauma emocional
Outra ferram enta usada pelo inimigo é o trauma emocional, que pode ser
resultado de acidentes, abuso, divórcio, crim e, traição e palavras erradas.
Precisamos ser curados de coisas como medo, falta de perdão, traumas, re-
presália e autopiedade.

Votos errados e julgamentos


Os votos errados e julgam entos são o quarto meio usado pelo inimigo.
Nossas palavras erradas dão acesso a Satanás.

Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum; nem pelo céu, por-
que é o trono de Deus. Nem pela terra, porque é o escabelo de seus
pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. Nem jura-
rás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou
preto. Mas seja o vosso falar: “Sim”, “sim ”; “não”, “não”; porque
o que passa disto vem do maligno.
-M ateus 5:34-37

As pessoas irão jurar que elas nunca terão determinada atitude. Satanás
ouve isso, e então elas serão persuadidas a tomar determinada atitude, e se-
rão vitimadas por isso. A maioria dos abusadores sofreu abuso - e a maioria
jurou nunca fazer aos outros o que fizeram a eles. As palavras de julgamen-
to contra o próximo também abrem portas para que o inimigo libere o mes-
mo problem a em nossa vida.

Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com
que julgardes sereis julgados; e com a medida que medirdes vós se-
reis medidos.
-M ateu s 7:1-2

O poder de um voto ou de um julgam ento irá prender você a uma sé-


rie de ações carnais que irão controlá-lo até que o voto seja quebrado.
270 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIO S

Eclesiastes 5:5 nos diz: “M elhor é que tu não prom etas, do que promete-
res e não pagar” . Cuidado com as palavras “Eu nunca vou” ou “eu sempre
vou” . Satanás age até que essas palavras sejam invertidas.

Maldições
Todos os itens acima podem incluir maldições - a quinta porta aberta que
permite a atuação das forças espirituais das trevas. Uma m aldição é uma
corda do mal esticada e amarrada a você numa extrem idade, e na outra a
“sabe-se lá o que” do passado. Você pode estar vivendo sob uma m aldição
se algo parece estar constantemente lhe impedindo ou criando conflitos em
certa área da sua vida.
As maldições, que podem também ser chamadas de hábitos, afetam famí-
lias, igrejas, círculos sociais, cidades e a natureza. Elas podem ser passadas
para outros membros da família se não forem quebradas e operam no reino
invisível, além de poderem ser passadas por palavras ou objetos.
Para saber se você está lidando com uma maldição, existem muitas coi-
sas que podem ser percebidas no reino físico que irão indicar uma maldição
ativa no mundo espiritual.

1. Estado mental. Insanidade, desvio de personalidade e distúrbios


em ocionais podem estar presentes. “O Senhor fará com que a
peste se agarre a ti, até que ele te tenha consum ido da terra, a
qual vais possuir” (Dt 28:21).

2. Aflições hereditárias ou doenças crônicas. “O Senhor te ferirá


com a tuberculose e com a febre, e com uma inflamação, e com
um ardor intenso, e com a espada, e com golpes, e com a ferru-
gem; e te perseguirão até que pereças” (Dt 28:22).

3. Problemas femininos e dificuldades de concepção. Em bora pos-


sam ter uma explicação médica, eles também podem ser resul-
tados de uma maldição. “M aldito será o fruto do teu ventre, e o
fruto da tua terra, e o crescimento das tuas vacas, e os rebanhos
das tuas ovelhas” (Dt 28:18).
Q uebrando M a l d iç õ e s 271

4. Problem as na fam ília ou divisão. “Gerarás filhos e filhas, mas


não serão para ti porque irão em cativeiro” (Dt 28:41).

5. Dificuldades financeiras. As dificuldades financeiras podem ser


resultado de escolhas imprudentes, mas elas também podem in-
dicar uma maldição agindo em sua vida. “Vós sois amaldiçoa-
dos com uma maldição; pois vós mesmos me roubaste, toda esta
nação” (Ml 3:9).

6. Propensão a acidentes. Estar propenso a acidentes pode ser tam-


bém evidência de uma maldição atuante em sua vida. “O Senhor
te ferirá com loucura, e cegueira, e espanto de coração; e tatearás
ao m eio-dia, como o cego tateia na escuridão, e não prosperarás
nos teus caminhos; e somente serás oprimido e roubado eterna-
mente; e nenhum homem te salvará” (Dt 28:28-29).

Uma vez confirmado que você está lidando com uma maldição, o próxi-
mo passo para reverter isso é expor. “Como o pássaro ao vaguear, como a
andorinha ao voar, assim a maldição sem motivo não virá” (Pv 26:2).

C a u sa s e E feitos d a s M a l d iç õ e s
As maldições são sempre causadas por algo ou alguém no passado ou no
presente. Existem certos pecados que constantemente causam as maldições
- como a rebelião e a desobediência.

E Samuel disse: “Tem o Senhor um deleite maior nas ofertas quei-


madas e sacrifícios do que na obediência à voz do Senhor? Eis que
o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o sujeitar-se do que a gor-
dura de carneiros. Pois a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e a
teimosia é como a iniquidade e idolatria. Como rejeitaste a palavra
do Senhor, Ele também rejeitou a ti como rei”.
- 1 S amuel 15:22-23

Samuel disse que a rebelião é como o pecado da adivinhação. A rebelião


dos filhos traz maldições.
272 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL <‫ ־‬a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. “Honra


a teu pai e a tua mãe”, (que é o primeiro mandamento com promes-
sa), “para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra".
-E f é s io s 6:1-3

Maldições também acompanham o oculto.

Ora, as obras da carne são manifestas e aqui estão: Adultério, for-


nicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia,
rivalidade, ira, porfia, rebeliões, heresias, invejas, homicídios, bebe-
deiras, orgias e outras coisas semelhantes. A respeito dessas coisas
vosfalo, como já vos falei outrora, que os que as praticam tais coisas
não hão de herdar o reino de Deus.
-G álatas 5:19-21

As maldições acompanham os que agem injustamente com os outros.

Maldito seja aquele que remover o marco de seu próximo; e todo o


povo dirá: Amém. Maldito seja aquele que fizer o cego se desviar do
caminho; e todo o povo dirá: Amém. Maldito seja aquele que perver-
ter o juízo do estrangeiro, do órfão e da viúva; e todo o povo dirá:
Amém.
- D euteronômio 2 7:17-19

Maldições acompanham a perversão sexual. Todo adultério, fom icação,


homossexualismo, bestialidade, incesto e pornografia trazem maldições.

Maldito seja aquele que se deitar com a esposa de seu pai; porque
descobriu a nudez de seu pai; e todo o povo dirá: Amém. Maldito
seja aquele que se deitar com qualquer tipo de animal; e todo o povo
dirá: Amém. Maldito seja aquele que se deitar com sua irmã, a filha
de seu pai, ou a filha de sua mãe; e todo o povo dirá: Amém. Maldito
seja aquele que se deitar com sua sogra; e todo o povo dirá: Amém
- D euteronômio 27:20-23

Racismo e antissem itism o trarão m aldição para aqueles que se sentem


superiores aos outros.
Q uebrando M a l d iç õ e s 273

E eu abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te


amaldiçoarem, e em ti todas as famílias da terra serão abençoadas.
- G ênesis 12:3

Confiar no potencial, na força e na influência hum ana tam bém atrairá


uma maldição.

Assim diz o Senhor: Amaldiçoado seja o homem que confia no ho-


mem, e torna carne o seu braço, e cujo coração afasta-se do Senhor.
Pois ele será como o arbusto no deserto, e não verá quando o bem
chegar. Porém habitará os lugares secos no deserto, em uma terra
salgada e não habitada.
-J e r e m ia s 17:5-6

M aldições acompanham o furto e a mentira.

Então disse-me: Esta é a maldição que avança pela face de toda a


terra; pois todo aquele que rouba será cortado conforme está de um
lado, e todo aquele que jura será cortado conforme está do outro
lado. Eu a farei sair, diz o Senhor dos Exércitos, e ela entrará na casa
do ladrão, e na casa daquele que jurar falsamente pelo meu nome; e
permanecerá no meio da sua casa, e a consumirá juntamente com a
sua madeira e com as suas pedras.
- Z acarias 5:3-4

O furto e a mentira incluem roubar o dízimo do Senhor.

Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais. Mas vós dizeis:


Em que te roubamos? Em dízimos e ofertas. Vós sois amaldiçoados
com uma maldição; pois vós mesmos me roubaste, toda esta nação.
- M alaquias 3:8-9

Palavras ditas por aqueles que estão sob autoridade afetiva podem resultar
em maldições. Quando você diz alguma coisa quando está com raiva para
alguém que está sob sua autoridade, você amaldiçoa essa pessoa. Frases
simples e ditas rapidamente, como: “Você é estúpido” ou “Eu odeio você” ,
trazem efeitos tardios. Raquel, a esposa de Jacó, morreu jovem por causa
274 ENTENDENDO a BATALl IA ESPIRITUAL c a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

das palavras do seu marido: “Com quem encontrares os teus deuses, que
este não viva. Diante de nossos irmãos, discerne o que é teu com igo, e to-
ma -0 a ti. Porque Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado” (Gn 31:32).
A mentira, a fofoca, e religião professada sem propósito atraem o mal.

Mas, se tendes uma amarga inveja, e contenda em vossos corações,


não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Esta sabedoria não
desce do alto, mas é terrena, sensual e diabólica.
—T iago 3:14-15

Aquele que desvia o seu ouvido de ouvir a lei, até a sua oração será
abominação.
- P rovérbios 28:9

L iv r a n d o - se d a M a l d iç ã o
Uma vez identificada e revelada, o próximo passo é expulsar a maldição.
Um elemento essencial para se livrar de uma m aldição é saber que você
está salvo! Os demônios consideram seu corpo a habitação deles até que
você seja salvo.

Quando um espírito imundo sai de um homem, anda por lugares ári-


dos, buscando repouso, e não o encontra. Então ele diz: Eu voltarei
para a minha casa, de onde saí. E voltando, a encontra vazia, var-
rida e adornada. Então ele vai, e leva consigo outros sete espíritos
piores do que ele, e, eles entrando, habitam ali; e o último estado
desse homem vem a ser pior do que o primeiro. Assim também há de
acontecer a esta geração perversa.
-M ateus 12:43-45

Confesse em voz alta o seu desejo de se render a Deus. Feche todas as


portas e afaste o acesso de Satanás à sua vida. Arrependa-se da rebelião e da
desobediência. Perdoe aqueles que te magoaram. Entregue todas as feridas
e traumas do seu passado a Deus. Cancele os votos do passado, julgamentos
e palavras erradas, quer tenham sido ditas por você ou para você. Confesse
com sua boca que Jesus suportou todo pecado, dor e maldição por você!
Q uebrando M a l d iç õ e s 275

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se por nós uma mal-
dição, porque está escrito: Maldito é todo aquele que for pendurado
em uma árvore.
-G álatas 3:13

Para concluir, renuncie todo espírito que tem oprimido sua vida, receba a
libertação e louve a Deus. Confesse Salmos 34 em oração:

Eu bendirei ao Senhor em todo 0 tempo;


Seu louvor estará continuamente na minha boca.
Minha alma a fará se gloriar no Senhor;
Os humildes ouvirão isso e ficarão felizes.
Ó, magnificai o Senhor comigo,
E juntos exaltemos o seu nome.

Eu busquei o Senhor e ele me ouviu,


E me livrou de todos os meus medos.
Eles olharam para mim, e foram iluminados;
E suas faces não foram envergonhadas.
Este pobre homem clamou e o Senhor 0 ouviu,
E 0 salvou de todas as suas dificuldades.
O anjo do Senhor acampa ao redor daqueles que 0 temem,
E os livra.

O, provai e vede que o Senhor é bom;


Abençoado é o homem que confia nele.
Ó, temei o Senhor, vós seus santos;
Porque não há escassez para aqueles que o temem.
Os leõezinhos carecem, e sofrem de fome;
Mas aqueles que buscam o Senhor não terão falta de nenhuma coisa boa.

Vinde, vós crianças, escutai-me;


Eu vos ensinarei o temor do Senhor.
Que homem é aquele que deseja a vida,
E ama os muitos dias, para que possa ver 0 bem?
276 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

Guarda a tua língua do mal,


E teus lábios de falar a malícia.
Afasta-te do mal, e faz o bem;
Busca a paz, e persegue-a.

Os olhos do Senhor estão sobre os justos,


E os seus ouvidos estão abertos para o seu clamor.
A face do Senhor é contra aqueles que fazem 0 mal,
Para cortar fora sua lembrança da terra.

Os justos clamam, e o Senhor ouve,


E os livra de todas as suas dificuldades.
O Senhor está perto daqueles que são de coração quebrantado;
E salva também o contrito de espírito.

Muitas são as aflições do justo;


Mas o Senhor o livra de todas.
Ele guarda todos os seus ossos;
Nenhum deles é quebrado.
O mal mata os perversos;
E os que odeiam os justos serão desolados.
O Senhor redime a alma de seus servos;
E nenhum daqueles que confiam nele será desolado.
capítuío

C onstruindo C ercas de
P roteção E spiritual

profeta Ezequiel escreveu: “Não subistes às brechas, nem reparastes


O a cerca para a casa de Israel, para ficardes de pé na batalha no dia do
Senhor” (Ez 13:5). Uma cerca nos tempos da Bíblia era um cercado ou bar-
reira especial posta ao redor das vinhas de uva. Dependendo do formato, a
cerca servia para manter insetos, percevejos, roedores, ladrões e pássaros
longe das plantações.
Espiritualm ente, a cerca é uma muralha de proteção de Deus prometida
a todos os que acreditam nele, andam com Ele e confiam nele. Como cris-
tãos que acreditam em Suas promessas, já é hora de declararmos: “Eu vim
tomar de volta o que Satanás roubou! Quero a barreira protetora de Deus
ao redor da minha vida e da minha fam ília” .
Deus anseia por igrejas e indivíduos que tenham fé para estarem de pron-
tidão onde há brechas, assim o inimigo não terá o direito de roubar o que
Deus lhes deu.

D eus po de remover uma cerca ?

A Bíblia nos revela pelo menos duas vezes ou duas razões para Deus per-
m itir que as cercas caiam. Às vezes, Ele irá retirar a cerca em julgamento.
Deus canta para Isaías no capítulo 5 e basicamente diz: “Porque dei Meu
Amado como uma videira, e limpei as pedras e plantei Meu povo na Minha
vinha. Eu removi tudo” . Então Deus diz: “Eu coloquei um cercado ao seu
redor para protegê-lo. Mas quando vim colher os frutos, em vez de belos e
doces cachos de boas uvas, as frutas cheiravam mal. Elas eram silvestres e
278 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

sem valor” . Deus disse a Isaías que devido à desobediência deles, Ele trou-
xe julgamento e removeu a cerca, deixando que a destruição viesse sobre
a nação.
Quando Deus remove a cerca de uma nação, de uma igreja, de uma famí-
lia ou de uma pessoa, problemas sérios aparecem!
Deus pode tam bém tirar a cerca para provar que Satanás é um m enti-
roso. No prim eiro capítulo de Jó, o diabo aparece. E Deus fala para ele:
“Tu consideraste o meu servo Jó, que não há ninguém como ele na terra,
homem perfeito e íntegro, que teme a Deus e se afasta do m al?” (Jó 1:8).
E o diabo respondeu: “Bem, como não poderia ser - Tu tens o cercado.
Se retirares a cerca e se me deixares entrar, ele irá amaldiçoá-Lo diante da
Tua face” .
Deus disse: “Não acredito que Ele Me ame apenas pelo que tenho feito a
ele. Acredito que ele Me ame de todo coração” . Portanto, para provar que
Satanás estava errado e para provar a fé de Jó, Deus permitiu que Satanás
afligisse Jó por um tempo. Ao vermos Jó do outro lado da cerca rem ovida,
sua fortuna se foi, sua família se foi, sua saúde se foi e sua mulher o enco-
raja a amaldiçoar a Deus e morrer. Mas ainda assim Jó diz: “Ainda que Ele
me mate, contudo eu confiarei nele” (Jó 13:15).
Jó passou naquele difícil teste de fé e viveu para ver tudo ser restituído em
dobro. Essa parte da história normalmente não é discutida o suficiente - en-
fatizamos tanto o seu sofrimento que nos esquecemos de que Deus recom-
pensou sua fé abundantemente, muito além do que tinha sido tirado dele.
Jó foi um dos quatro prováveis homens da Bíblia de quem Deus confiaria
remover a cerca. José foi outro em quem Deus confiou o bastante ao ponto
de retirar o cercado. Ele permitiu que José suportasse a escravidão, a ten-
tação, a prisão e a rejeição para a Sua glória. Paulo tam bém teve a cerca
retirada. M ilhares foram curados através do seu m inistério, mas estúdio-
sos acreditam que seus olhos eram seu “espinho na carne” , um a enfermi-
dade que continuaria a afligi-lo se ele se exaltasse demais (Veja 2 Coríntios
12:7). Deus tam bém confiou em Jesus e retirou a cerca para que Ele pu-
desse morrer na cruz, sacrificando a Si mesmo em favor dos nossos peca-
dos e falhas.
C o n s t r u in d o C ercas d e P roteção E s p ir it u a l 279

P recisando de P roteção ?
Verdadeiramente, muitos de nós que temos a proteção de uma cerca que-
brada ou a ausência desta, não enfrentamos a vida por nossos próprios mé-
ritos ou por termos sido escolhidos por Deus para um teste especial. Muitas
lacunas em nossas cercas protetoras acontecem porque fazemos escolhas
que nos deixam vulneráveis aos ataques do inimigo. E por causa dessas es-
colhas nos sentimos tristes, nos magoamos, aborrecemos, brigamos, fracas-
samos e caminhamos em meio à dificuldade.
A boa notícia é que podemos permitir que Deus construa uma cerca refor-
çada ao nosso redor e ao de nossa família, que o diabo não pode ultrapassar.

A cerca de louvor
Lemos em Jó: “E seus filhos iam e festejavam em suas casas, cada um no
seu dia; e mandavam chamar as suas três irmãs para comerem e beberem
com eles. E assim era que, quando os dias de seus banquetes terminavam,
enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia ofertas
queim adas de acordo com o número de todos eles; porque Jó dizia: ‘Pode
ser que meus filhos tenham pecado e amaldiçoado a Deus em seus cora-
ções’. Assim fazia Jó continuam ente” (Jó 1:4-5).
Vejamos que no versículo 10 Satanás perguntou a Deus: “Tu não fizeste
um a cerca sobre ele, e sobre a sua casa, e sobre tudo que ele tem por todos
os lados?” . Como você acha que esta cerca foi colocada ao redor dos filhos
de Jó? Deus viu a seriedade da fé de Jó. Jó não pegava logo no sono, ron-
cando às oito horas da manhã - ele estava de pé às 4:30, intercedendo pela
sua fam ília.
Podemos imaginar as suas orações. Talvez ele dissesse: “Eu não sei o que
meus filhos e filhas fizeram hoje, mas Senhor, aqui estou com uma ofer-
ta, um memorial para Ti. Deus, por favor, coloque uma cerca ao redor dos
meus filhos!” .
M uitos pais ficam perdidos quando seus filhos vão para a faculdade ou se
mudam. É fácil cair em profunda preocupação e medo sobre o que eles es-
tão fazendo a qualquer hora do dia ou da noite. Mas aqui temos um prático
280 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

e possível meio de ajudá-los: pedir a Deus para colocar uma cerca ao redor
deles. Laçá-los com o Espírito Santo!
Anos atrás, como um jovem ministro aprendendo lições de Deus, eu es-
tava visitando Natchez, no Mississippi. Uma família me hospedou por uma
noite, e aquela mãe era uma amável santa de Deus. Aquela querida m ulher
tinha uma filha de catorze anos que era temente a Deus e um filho de vinte
um anos que não era fiel a Deus.
Por volta das 4:30 da m anhã, eu fui beber um copo de água quando
ouvi algo que parecia um gemido de um animal ferido no quarto ao lado.
Preocupado, eu parei para ouvir e entendi apenas trechos da fala daque-
la santa mãe dizendo: “Oh Deus, por favor, salve-o Senhor. Se necessário
for, tire minha vida, Senhor, mas não perm ita que ele vá para o inferno.
Senhor, proteja-o essa noite. Eu não sei onde ele está, Senhor, mas por fa-
vor, proteja-o” .
Comovido, voltei para cama, mas não consegui dormir logo, fiquei pen-
sando no fardo daquela mãe.
Na manhã seguinte, sentado à mesa com a família para o café, gentilmen-
te eu disse: “Escutei você orando na noite passada” .
Ela rapidamente se desculpou: “Oh, me desculpe irmão Ron, eu não que-
ria perturbá-lo” .
E eu disse: “Não senhora, sua oração não me acordou, mas ela certamen-
te perturbou o meu espírito complacente” .
E ela respondeu: “Estou orando há sete anos para que meu filho saia das
drogas e do álcool e volte para casa” .
Penso nessa história e imagino quantas vezes oramos por cinco minutos
por algo que precisamos ou que nos preocupa, e quando a resposta não vem
jogamos a toalha e não persistimos na nossa intercessão. Mas essa mãe era
como Jó. Ela disse: “Eu não desisti” . E sua fé foi recompensada - na noite
seguinte seu filho entrou numa igreja e entregou seu coração para Cristo!
Você pode construir uma cerca que levará sua família de volta para Deus
por meio da oração. Você pode construir um cercado ao redor do seu ne-
gócio. Se você começar a orar com sinceridade, você verá uma trem enda
diferença. Se você não entende por que os lucros estão caindo ou por que
os negócios não estão sendo lucrativos, saiba que o diabo é um ladrão que
C o n s t r u in d o C ercas d e P roteção E s p ir it u a l 281

adora roubar o sucesso de nós. Fique firme na íe e ore pela proteção da cer-
ca do Senhor sobre você, afastando o diabo daquilo que é seu.

A cerca da liderança espiritual


Se você congrega sob a autoridade de uma igreja fiel à Palavra de Deus,
guiada por um pastor sensível ao toque do Espírito Santo, então, há pro-
teção neste lugar. Estar sob o ministério de um homem de Deus irá colo-
car uma cerca ao seu redor. Lembre-se de Ezequiel 22:30: “E eu busquei
por um homem entre eles, que fizesse o cerco, e que se pusesse na brecha
diante de mim pela terra, para que eu não a destruísse; mas eu não encon-
trei nenhum ” .
M uitos ministérios repetem o lema: “Não queremos ofender ninguém” .
M as Deus abençoa as fam ílias das igrejas que defendem a verdade da
Palavra de Deus.

A cerca da unidade
As pessoas em união podem construir uma cerca. Você pode relembrar
a história de Abraão implorando a Deus para poupar Sodoma e Gomorra.
Abraão perguntou: “Você as pouparia se cinquenta pessoas ali fossem acha-
das justas?” E Deus respondeu: “Eu as pouparei pelas cinquenta pessoas” .
Abraão barganhou até chegar ao número de dez pessoas. É confortante sa-
ber que dez pessoas justas e de oração poupariam aquelas cidades perver-
sas (Veja Gênesis 19)!
Coisas surpreendentes aconteceriam se começássemos a orar seriamente
por questões governamentais que estão afetando famílias e igrejas hoje. E
se começássem os a orar em unidade? Se dez justos vivendo em pureza te-
riam poupado Sodoma, o que não podería fazer um grupo de cristãos inter-
cessores pela nossa nação hoje?

A cerca da proteção dos anjos


Santos anjos irão ajudá-lo a construir uma cerca ao redor da sua família.
Salmos 34:7 diz: “O anjo do Senhor acampa ao redor daqueles que o te-
m em , e os livra” . Imagine o terreno ao redor da sua casa todo cercado de
282 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S D EM Ô NIOS

anjos acampados! Hebreus 1:14 diz: “Não são todos eles espíritos minis-
tradores, enviados para servir àqueles que serão herdeiros da salvação?” .
Essa verdade se tornou ainda mais preciosa para mim quando me tornei
pai de um adolescente! Quando seus filhos chegam à idade dos dezesseis
anos, e assumem a direção de um carro, parece que toda a sua vida de ora-
ção muda! Eu costumava brincar que eu teria que comprar parte de um ter-
reno de depósito de ferro velho só para guardar os carros que meus filhos
destruíssem! Mas aprendi que os olhos de Deus estão sempre sobre a minha
família; Ele nunca dorme. Ainda que você cochile, agradeça a Deus por es-
tar atento e porque os santos anjos estão posicionados ao redor da sua casa,
ao redor das suas posses, e ao redor dos seus filhos. Nenhuma distância é
grande demais, pois viajam à velocidade da luz.
O profeta Daniel orou certa vez durante três sem anas por um pedido.
Deus respondeu Daniel no prim eiro dia, mas Daniel não viu a evidência
da resposta até que um anjo chegasse. A criatura angelical se identificou
e então disse: “Eu deveria ter chegado mais cedo, mas tive que lutar con-
tra um demônio da Pérsia. Eu estava a caminho com sua resposta” (Leia
Daniel 10).
Muitas pessoas desistem muito rapidamente. Enquanto estamos orando,
os anjos estão agindo, e os dem ônios estão guerreando contra eles, mas
Deus está a caminho com a resposta. Os anjos podem estar trazendo o fi-
lho desobediente de volta para sua casa agora, protegendo-o por todo o
caminho.

A cerca do avivamento
O avivamento constrói uma cerca. Salmos 80:14 diz: “Retom a, nós te im-
pioramos, ó Deus dos Exércitos; olha para baixo do céu, contem pla e visi-
ta esta videira” . Novamente, no versículo 18 está o apelo: “Assim nós não
voltaremos de ti, vivifica-nos, e nos chamaremos pelo teu nom e” . Quando
vem o avivamento, um cercado é colocado ao redor de tudo o que aconte-
ce em sua casa.
Visualize novam ente a imagem da vinha. Os que cultivavam uvas no
tempo da Bíblia valorizavam e protegiam suas plantações a todo custo. A
proteção ao redor dos brotos preciosos era de multicamadas. Prim eiro eles
C o n s t r u in d o C ercas d e P roteção E s p ir it u a l 283

colocariam um muro de pedras. Depois colocariam uma cerca grossa de es-


pinhos. Então, bem perto da plantação, eles construiríam uma fogueira para
afastar os insetos e pássaros.
Que imagem sensacional para nós! Primeiro, o muro de pedras é um sím-
bolo de Deus Pai, que é eterno, imutável, um firme alicerce. Com nossas
fam ílias firmemente edificadas sobre a Rocha Eterna, encontramos paz e
segurança na força e direção do Pai.
Depois, a cerca de espinhos é Jesus, cujo sangue oferece eterna prote-
ção para nossas almas. Lembro-me dos versos do poema de G. A. Studdert
Kennedy:

Quando Jesus veio ao Gólgota, eles O penduraram no madeiro,


Eles cravaram grandes pregos em Suas mãos e pés, e fizeram um
Calvário;
Eles O coroaram com uma coroa de espinhos, vermelhas e profundas
eram suas feridas,
Estes foram dias severos e cruéis, e o corpo de um ser humano não ti-
nha valia.1

Finalmente, pense no simbolismo da muralha de fogo. Chegamos ao tem-


po de colheita, quando as uvas são colhidas, após um longo período quando
esperam os, esperamos e esperamos. O Pai nos observou e o sangue cuidou
de nós. Mas agora o fruto está sendo colhido e a fragrância está no ar. Este
é o momento de colhermos as grandes bênçãos das nossas vidas, mas todos
os demônios do inferno, todos os insetos e pássaros querem se alojar en-
tre os galhos! Entretanto, Deus disse: “Envio o fogo do Espírito Santo” . E
quando o fogo começa a queimar, a fumaça de Sua glória sobe e nada pode
chegar às nossas plantações.
Quando somos salvos e Ele é o nosso Pai, vivemos sob o sangue do Cristo
crucificado; somos batizados, ungidos com o Espírito de Deus e o batismo
do fogo. Nenhum demônio do inferno irá tocar em nada do que é nosso!
Temos imunidade! Podemos caminhar na Sua liberdade.
Você não está cansado de ter o inimigo ao redor interferindo no que é seu?
Temos uma promessa do Deus Todo-poderoso de ser a nossa proteção con-
tra os ataques do diabo. Satanás já devorou muitas plantações no passado,
284 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

mas ele não pode penetrar a poderosa cerca de Deus. Nossos filhos estão
seguros na área cercada.
É hora de nos apropriarm os de toda a proteção dada por Deus. Apenas
façamos esta oração:

Senhor, construa uma cerca ao redor de mim, da minha igreja, da


minha família, da nossa nação. Proteja o que é meu, Senhor, por-
que na verdade tudo pertence a Ti. Senhor, deixe-me viver o bastan-
te para contemplar o avivamento e provar do vinho novo. Obrigado
pela colheita que está por vir!
capítu ío

V ivendo na E sperança T riunfante

Como m anter uma vida abençoada? Siga estes oito simples passos e des-
cubra como uma vida feliz é o antídoto para a depressão!

1. Faça algo.
Encontre algo para fazer. Comece a servir a Deus! João 13:17 diz: “Se
sabeis essas coisas, felizes são os que as praticam ” . Talvez possa ser uma
das mais simples tarefas, como por exem plo, auxiliar no berçário. Nessa
tarefa, você se sentirá feliz. Faça algo para Deus e a alegria irá alcançá-lo
pelo caminho.

2. Pare de reclamar da correção de Deus.


Jó 5:17 nos diz: “Eis que feliz é o homem a quem Deus corrige; portanto,
não desprezes o castigo do Todo-Poderoso” . Às vezes os tempos difíceis
não vêm do diabo. Deus pode usar essas circunstâncias para nos corrigir
firmemente. Hebreus 12:6 nos diz: “Pois aquele a quem o Senhor ama tam-
bém castiga” . Ele não é um pai arrependido, como muitos de nós que deixa-
mos nossos filhos fazerem o que quiserem. Ele é um pai amável que corrige
Seus filhos, não por não querer que aproveitemos a vida, mas porque Ele
sabe de todas as coisas e deseja a nossa verdadeira felicidade.

3. Aprenda a descansar na segurança de Deus.


Deuteronôm io 33:29 diz: “Feliz és tu, ó Israel; quem é como tu, ó povo
salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro, e que é a espada da tua ex-
celência? E os teus inim igos serão descobertos como m entirosos diante
de ti, e pisarás em seus lugares altos” . Cristo é o seu escudo. Ele é a es-
pada da sua m ajestade. Ele colocará seus inimigos debaixo dos seus pés.
286 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL ‫ ״‬a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

E eu afirmo: podemos viver livres da depressão se descobrirmos nossa po-


sição em Jesus Cristo.

4. Leia o Livro!
Tome-se um leitor da Bíblia. Provérbios 3:13 declara: “Feliz é o homem
que encontra sabedoria, e o homem que adquire entendimento” . A Palavra de
Deus não é o livro do mês, mas é o Livro de Todos os Tempos. Ela é o best-
-seller de Deus! Nela encontramos mais de 3.000 promessas e elas são todas
suas. Segunda Coríntios 1:20 nos diz: “Porque todas as promessas de Deus
nele são sim, e por ele o Amém, para a glória de Deus por nós” . Isso significa
que elas pertencem a nós. Somos felizes quando encontramos esse tesouro.
Quase todas as pessoas deprimidas que aconselhei tinham abandonado a vida
devocional e não estavam abastecendo suas vidas com as promessas de Deus.
Se não sabe por onde começar, comece pelo livro de Salmos.

5. Coloque suas prioridades em ordem.


Salmo 128:1-6 nos diz: “Abençoado é todo aquele que teme ao Senhor,
que anda em seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; fe-
liz serás... A tua esposa será como uma videira frutífera pelos lados da tua
casa; os teus filhos como plantas de oliveira ao redor da tua mesa. Eis que
assim será abençoado o homem que teme ao Senhor. O Senhor te abençoa-
rá desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.
Sim, tu verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel” . Faça um inven-
tário das suas prioridades e prenda no batente da porta ou no quadro de avi-
sos de sua casa.

6. Pare de praticar atividades ilegais.


Muitos cristãos não sabem por que estão deprim idos - depois de assis-
tirem horas de novelas. “B ilheteria do Inferno” , e outros program as de
televisão questionáveis. Se esse é um problema para você, desconecte a te-
levisão da tomada se for preciso! Tenha o controle da sua vida. Pare de ler
as coisas erradas. Impregne sua vida com a Bíblia.
Talvez você diga: “Eu realmente não acho que algumas dessas coisas são
erradas de se ver ou fazer” . Preciso contestar - se está fazendo você se sentir
V iv e n d o na E spera n ça T r iu n f a n t e 287

triste, está errado! Romanos 14:22 diz: “Feliz é aquele que não se condena
a si mesmo nas coisas que aprova” . Eis o significado desse versículo: “Feliz
o homem que não caminha na condenação por causa das coisas que permite
entrar em sua vida” . Se você se sente culpado por isso, pare de fazê-lo, não
importa se os outros concordam ou não. Se existe algo em sua vida que não
deveria estar ali, remova-o. Livre-se do horóscopo. Lance fora qualquer ta-
lismã que você possa estar carregando no pescoço que honre ao diabo.
L ivre-se de todo tipo de m úsica que glorifique a carne e o inim igo.
Com ece a pôr sua vida em ordem. Comece a espalhar na sua vida coisas
que façam transbordar a alegria. Se você ainda tem dúvidas se algo é cor-
reto ou não, pergunte a si mesmo: “Posso fazer isso sem ofender o meu
próxim o? Consigo m anter o meu testemunho diante dos perdidos? Posso
continuar fazendo isso e não viver sob condenação?” .

7. Aprenda a se desviar dos golpes.


Tiago 5:11 diz: “Eis que temos por felizes os que sofrem” . Posso me fe-
rir nas batalhas de vez em quando, mas preciso dizer que o sangue de Jesus
está do meu lado! É hora dos cristãos agirem com determinação e não fu-
girem toda vez que o diabo levantar sua cabeça asquerosa e silvar. Tiago
diz para considerarmos motivo de grande alegria o fato de passarmos pelas
diversas provações que surgem em nosso caminho.

8. E por último, lembre-se de quem está no controle.


Imprima ou transcreva em uma folha Salmos 144:15 e pendure em algum
lugar onde você possa vê-lo todos os dias de m anhã ao acordar. O texto
diz: “Feliz é esse povo, que está em tal situação; sim, feliz é esse povo cujo
Deus é o Senhor” . O seu Deus está no controle! Ele é o Senhor de tudo.
Nada pode destituí-lo do Seu trono. Recebemos os últimos capítulos do li-
vro, e Apocalipse 22 revela que quando tudo estiver terminado, Ele ainda
será o Rei dos reis e Senhor dos senhores! Nunca houve reino que ele não
fosse Rei. Seus problemas podem ser grandes demais para você, mas não
serão grandes demais para Ele.
N o ta s

Introdução
1. Ted Row lands e M ichael Cary, “Arm y H onors D ead, Searches for
M otive in Fort Hood Shootings” , C N N .com , 7 de N ovem bro de 2009,
http://www.cnn .com/2009/CRIM E/l 1/06/texas .fort.hood .shootings/index.
html (acesso em 28 de abril de 2010).
2. Aaron Cooper, Ted Rowlands, Barbara Star e Brian Todd, “Fort Hood
Suspect Charged W ith M urder” , C N N .com , 12 de N ovem bro de 2009,
http://w w w .cnn.com /2009/C RIM E/11/12/fort.hood.investigation/index.
html (acesso em 28 de abril de 2010).

Capítulo 2
Tomando Posse da Vitória
1. Oscar Cullman, Christ and Time (n.p.m.p., 1964),84.
2. James S. Stewart, A Faith to Proclaim (London: Hodder e Stoughton,
1962), 102-103.

Capitul03
Equívocos sobre a Batalha Espiritual
1. NotableBiographies.com , “Joy Adam son,” http://notablebiographies.
com/A-An/Adamson-Joy.html (acesso em 1 de junho de 2010).

Capítulo 4
Treinando para Reinar
1. Eu ouvi o Senador Denton afirmar isso em uma reunião que participei.
2. De a co rd o com a c ita çã o em “Top Ten Arm ies o f the World ” ,
StrategyPage.com, http://www.strategypage.com/militaryforums/30-2212/
page23.aspx (acesso em 29 de abril de 2010).
N otas 289

Capítulo 5
Batalha Além das Estrelas
1. Sun T zu, The A rt o f War, trans. Lionel G iles, Project G utenberg,
http://www.gutenberg.org/files/17405/17405-h.htm (acesso em 29 de abril
de 2010).
2. Joseph D elG rippo, “C ow boys-49ers: B reaking Down the Best 12
Games in NFL’s Best Rivalry” , BleacherReport.com, http://bleacherreport.
com/articles/243827-the-dozen-best-games-in-the-nfls-best-rivalry-dallas-
-and-san-francisco (acesso em 29 de abril de 2010).

Capítulo 6
A Guerra Contínua no Eden
1. Livro de Jasher 16:11, http://w w w .ccel.0rg/a/anonym ous/jasher/16.
htm ; 2 4 :1 7 , h ttp ://w w w .c c el.o rg /a /an o n y m o u s/ja sh e r/2 4 .h tm ;2 8 :1 8 ,
http://w w w .ccel.0rg/a/anonym ous/jasher/28.htm (acesso em 29 de abril
de 2010).

Capítulo 10
Os Sete Demônios que Atacam a Igreja
1. Publius Cornelius Tacitus, Annals 14.27, trans. Alfred John Church
e W illiam Jackson Brodribb, http://m cadam s,posc.mu.edu/txt/ah/tacitus/
TacitusA nnalsl4.htm l (acesso em 3 de maio de 2010).
2. De acordo com a citação no serm ão “Revival Recovers A ll” do Dr.
Harold L. W hite, http://www.angelfire.com /az3/hlwl932/lsam 3011revre-
covers .html (acesso em 3 de maio de 2010).
3. Lambeth and the Vatican: or, Anecdotes o f the Church o f Rome, o f the
Reformed Churches, and o f Sects and Sectaries, vol.3 (London: Oxford
University, 1825), 149.

Capítulo 13
Desmascarando o Inimigo
1. W illiam F. Arndt e F. W ilber Gingrich, A Greek-English Lexicon o f the
New Testament (Chicago: University of Chicago Press, 1979).
290 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL e a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

2. C. Fred D ickason, Demon Possession and the Christian: A New


Perspective (W heaton, IL: Crossway Books, 1989).
3. Kurt E. Koch, Occult Bondage and Deliverance (Grand Rapids, MI:
Kregel Publications, 1972).

Capítulo 17
A Estratégia da Depressão
1.B ruce L ev in e, Commonsense Rebellion: D ebunking Psychiatry,
Confronting Society (n.p.: Continuum International Publishing G roup,
2001), citado em Christopher Kem p, “Respectable Drugs and the M ental
Health Craze,” CityBeAtcom, 9 de Agosto de 2001, http://www.citybeAt-
com /cincinnati/article-6075-respectable-drugs-and-the-m ental-health-
craze.html (acesso em 4 de maio de 2010).

Capítulo 19
A Estratégia do Erro
1. Neil T. Anderson, The Bondage Breaker (Eugene, OR: Harvest House,
2000), 23.
2. De acordo com citação em Percy W illiam s, “The C hristian Fam ily
Series: The R ole o f the C hurch in C reating and M ain tain ig S trong
F am ilies” . The Vision Speaks, vol. 48, Edição 1, Prim avera de 2004,
http://w w w .thechurchofgodntj.org/strongfam ilies.htm l (acesso em 4 de
maio de 2010).

Capítulo 20
A Estratégia da Perversão
1. Associated Press, “Am anda Knox Judges: M urder Was Im pulsive” ,
C B S N e w s.c o m . 4 de m arço de 2 0 1 0 , h ttp ://w w w ,c b s n e w s .c o m /
stories/2010/03/04/world/main6266494.shtml?source=related_story&tag=
related (acesso em 4 de maio de 2010).
2. C B S/A ssociated Press, “A m anda Knox Found G uilty o f M urder” ,
C B SN ew s.com . 4 de dezem bro de 2 009, http ://w w w ,cb sn ew s.co m /
stories/2009/12/04/world/main5893278.shtml (acesso em 4 de maio de 2010).
N otas 291

3. C hild W elfare Inform ation G atew ay, “W hat Is C hild A buse and
Neglect?” ChildWelfare.gov, http://www.childvvelfare.gov/pubs/factsheets/
whatiscan.cfm (acesso em 21 de abril de 2010).
4. Lord Byron, “On My Thirty-sixth Year,” Bartleby.com. http://ww w.
bartleby.com/100/368.187.html (acesso em 1 de junho de 2010).
5 . F o to s da C a m p a n h a N O H 8 : C in d y M c C a in , h ttp ://w w w .
noh8cam pain.com /photo-gallery/fam iliar-faces/photo/5722 (acesso em 4
de maio de 2010).

Capítulo 21
A Estratégia da Confusão
1. M atthew George Easton, Easton’s Illustrated Bible Dictionary (New
York: T. Nelson and Sons, 1894), s.v. “Leviathan” , 420.
2. PCStudy Bible, Bíblia online, Brown-Driver-Briggs Hebrew Lexicon,
copyright © 1993, W oodside B ible F e llo w sh ip , O n ta rio , C anada;
Licenciado por Institute of Creation Research; usado com permissão; s.v.
“Leviathan.”

Capítulo 22
A Estratégia do Veneno
1. Fullerton.edu, “The French Revolution” , http://faculty.fullerton.edu/
nfitch/historyllOb/rev.htm l (acesso e m 4 de maio de 2010).

Capítulo 23
A Estratégia da Morte
1. ProjectAvalon.net, “Soviet Policy and the Ukranian Genocide of 1932-
33” , http://projectavalon.net/forum /showthread.php?t=8690 (acesso em 5
de maio de 2010).

Capítulo 27
A Vitória no Calvário
1. John Bunyan, O Peregrino - Parte 1 (Rio de Janeiro: BV Films Editora,
2009), p. 165.
2. Stewart, A Faith to Proclaim, 95-97.
292 ENTENDENDO a BATALHA ESPIRITUAL « a AÇÃO D O S DEM Ô NIO S

Capítulo 28
Alicerces para a Vitória
1. Stewart, A Faith to Proclaim.
2. Ibid.
3. Gustav Aulen, Christus Victor: An Historical Study o f The three Main
Types o f the Idea o f the Atonement (n.p.: Society for Promoting Christian
Knowledge, 1945).
4. P. T. Forsyth, “The Fatherhood of Death” , em Missions in State - and
Church (New York: A. C. Armstrong and Son, 1908), http://ww w.archive.
org/stream/missionsinstatecOOfors/missionsinstateOOfors_djvu.txt (acesso
em 5 de maio de 2010).
5. John Calvin, Calvin’s Bible Commentaries: Philippians, Colossians,
and Thessalonians, Prim eira Edição em 1847 (n.p.: Forgotten B ooks,
2007), 161.
6. Cullman, Christ and Time, 198.

Capítulo 30
O Posicionamento do Cristão Diante da Vitória
1. C. S. L ew is Society o f C a lifó rn ia , “C itaçõ es de C. S. L e w is” ,
http://www.lewissociety.org/quotes.php (acesso em 5 de maio de 2010).

Capítulo 31
Armando-se para a Vitória
1. “Stand up for Jesus” de George Duffield Jr Domínio Público.
2. “Wonderful Peace” de Warren D. Cornell. Domínio Público.
3. N o ta b le B io g ra p h ie s .c o m , “ C h a rle s de G a u lle ” , h ttp ://w w w .
notablebiographies.com /De-D u/de-Gaulle-Charles.htm l (acesso em 6 de
maio de 2010).
4. “O Worship the King” de Robert Grant. Domínio Público.
5. George Bernard Shaw, Too Good To Be True: A Political Extravaganza
(n.p.: Samuel French, Inc., 1933,1934,1960,1961), 99.
6. “How Firm a Foundation” de John Rippon. Domínio Público.
N otas 293

Capítulo 36
Amando o Próximo Incondicionalmente
1. “O Am or de Deus” de Frederick M. Lehman. Domínio Público.
2. “At Calvary” de W illiam R. Newell. Domínio Público.

Capítulo 38
Quebrando Maldições
1. Henry M alone, Shadow Boxing (n.p.: Vision Life Publications, 2004).

Capítulo 39
Construindo Cercas de Proteção Espiritual
1. G. A. Studdert Kennedy, “Indifference,” em The Unutterable Beauty
(London: H odder and S toughton, 1927), 24; http://w w w .m un.ca/rels/
restmov/texts/dasc/TUB .HTM (acesso em 7 de M aio de 2010).
A ARTE DA GUERRA PARA BATALHAS ESPIRITUAIS

‫־‬,. CINDY./ TRJMV‘

A A rte
*G uerra
pdM

Táticas Essenciais e Estratégias para a


Batalha Espiritual
ocê já parou para pensar que Portanto, a autora utiliza conceitos
V talvez as perdas, derrotas e
mazelas que atingemsua vida não
extraídos do livro A Arte da Guer-
ra, de Sun Tzu, aceitos e aplicados
sejamapenas meras coincidências? mundialmente, e os adapta para o
E quando seus projetos e sonhos contexto espiritual, apresentando a
se reduzema grandes frustrações? principal e mais poderosa arma para
Atendência a se culpar ou colocar a se vencer essa guerra: a oração.
culpa emalguémé a primeira alter- Em A Arte da Guerra para Ba-
nativa que vema sua mente? talhas Espirituais, a autora faz a
No livroAArte da Guerra para Ba- seguinte ressalva: “Somos vence-
talhas Espirituais, a autora best-sel- dores, mas estamos vencendo?” E
ler, Cindy Trimm, mostra que a sua nos alertaque nãoé apenas o poder
lutanãoécontraa carne ousangue, de Deus que nos faz vitoriosos, mas
mas contra as potestades malignas, sim nossa disciplina e preparação
pois essa batalha não se restringe para vencer as batalhas da guerra
apenas ao mundo real, transcende espiritual pela oração.
0 mundo espiritual. Agora! E você? Está preparado
E, nessa lutaentre o beme 0 mal, paravencer essa batalha? Qual será
a sua vida é 0 alvo a ser atingido. sua estratégia?

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rentes formas de estratégias que ma como um a pessoa pecadora
o inimigo procura colocar no ca- deve chegar até o Senhor e confes-
m inho do ser hum ano, para im- sar os pecados, de todo o coração.
pedi-lo de alcançar a felicidade Do m esm o jeito que aconteceu
na presença de Jesus Cristo. com a incrível história do homem
Escrito pelo pastor Miquéias Oli- da cidade de G adara, que após
veira, ele traz um diferencial, que um a intensa luta espiritual, se ar-
irá te ajudar a descobrir de ma- rependeu dos seus erros, e tornou-
neira complexa todas as arm adi- -se uma nova criatura. Não haverá
lhas que o inimigo tem prepara- sentido na batalha se o fim de cada
do para tentar lhe derrubar, além uma delas não resultar na salvação
de provar que é possível vencer das almas ao Reino de Deus.

*Versos Bíblicos: BKJ Fiel 1611

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