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NOVA FILOSOFIA PARA CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS: O USO DE IEC 60079-

10.
Eng. Estellito R. Junior
(Artigo publicado na Revista Controle e Instrumentação - no. 75)

INTRODUÇÃO

A elaboração do plano de classificação de áreas é uma importante etapa no projeto de


instalações elétricas para indústrias que processam produtos inflamáveis. Tradicionalmente, a
utilização de normas americanas (em especial a API-RP-500 [7] ) resultava na repetição de uma dada
figura geométrica para as mais diversas condições de processo, o que pode levar a diversos
questionamentos.
A IEC, através de modelos matemáticos expressos na norma 60079-10 [1] , procura
apresentar um contexto mais realista, tratando cada unidade industrial de acordo com suas
características.
O autor mostra os princípios desta nova filosofia que será incorporada pelo Brasil, através de
norma ABNT prevista para 2003.

Apresentando a IEC 60079-10:

A classificação de áreas é um método de análise do ambiente onde atmosferas explosivas


gasosas poderão ocorrer, de forma a permitir a seleção e instalação de equipamentos elétricos
especiais (também chamados de equipamentos Ex).
Da experiência prática, constatamos que em poucas situações é possível, através de simples
observação de uma planta ou desenho de projeto, indicar quais partes corresponderão às três
categorias de classificação de áreas (Zonas 0, 1 e 2). Uma análise mais detalhada é portanto
necessária e envolve o estudo das probabilidades de ocorrência da atmosfera explosiva.
O primeiro passo é fixar a probabilidade de formação da atmosfera explosiva. A IEC passa a
diferenciar reunindo dados como: a provável freqüência e duração da liberação, a taxa de liberação,
concentração, velocidade do vento, grau de disponibilidade da ventilação e outros fatores que afetem
o tipo e/ou a extensão da Zona, para confeccionar uma base de dados consistente para determinar a
provável presença da atmosfera explosiva. [5]
Como recomendação básica, as áreas Zona 0 e 1 devem ser minimizadas em número e
extensão através de projeto (incluindo-se a especificação de equipamentos de processo com baixas
quantidades e freqüência de liberação) ou mediante adequados procedimentos operacionais. Em
outras palavras, cabe ao projeto de engenharia prover as instalações majoritariamente como Zona 2
ou não-classificadas, de forma a aumentar a segurança da unidade industrial. [11]

Comparações entre as características API e IEC:

O método de cálculo citado na IEC 60079-10 avalia a suficiência da ventilação e permite a


determinação do tipo de Zona atribuído à área classificada pelo seguinte procedimento:
1) Estima-se a ventilação mínima requerida para prevenir o aparecimento de uma atmosfera explosiva
e usa-se esta vazão para calcular um volume hipotético com atmosfera explosiva Vz, o qual com um
tempo de dispersão estimado t , permite determinar o grau de ventilação.
2) Determina-se o tipo de zona a partir do grau e disponibilidade da ventilação e do grau da fonte de
risco.
Ainda que primariamente concebido para uso em área interna, o método exposto pode
também ser aplicado em áreas externas. Para este caso, a IEC 60079-10 fornece uma tabela para
referência.
O API RP-500 não informa as condições para as quais foram elaboradas as figuras de
classificação de áreas, sendo que ao longo da norma constam notas com dizeres como: “as distâncias
assinaladas são para uma refinaria típica”; “as distâncias assinaladas devem ser empregadas com
critério, podendo ser menores ou maiores, dependendo do caso”. [7]
Responda-me leitor: - Nossos projetistas atentam para estas notas, ou todas as unidades –
quaisquer que sejam - costumam receber extensões de áreas “idênticas” às mencionadas nas figuras
desta norma API ?
Outro detalhe importante é que o API RP-500 não enfoca com detalhes as características
físico-químicas das substâncias, preferindo considerar o ambiente da instalação.
Sabe-se hoje [2] que os gases com densidade superior à do ar (ou mesmo gases que quando
liberados na atmosfera possuem densidade maior que a do ar), tendem a se dispersar de modo
peculiar. Tais gases, ao serem liberados na atmosfera, tendem a se espalhar junto ao solo, por efeito
da gravidade, em todas as direções. Simultaneamente a este espalhamento inicial devido à gravidade
( slumping ), o gás começa a sofrer os efeitos do campo de ventos na região.
A simulação matemática da dispersão atmosférica de gases mais densos do que o ar
(também denominados "gases pesados") requer tratamento específico.
O comportamento dos gases densos resulta na formação de nuvens que se estendem a
distâncias laterais consideráveis (grande dispersão horizontal). Uma outra característica peculiar à
dispersão de gases pesados é que uma vez terminada a fase densa da dispersão, a ação da
turbulência atmosférica dilui a nuvem de uma forma tal, que a taxa de crescimento da altura da
nuvem é consideravelmente menor do que aquela esperada para um gás leve.
Estas considerações - à primeira vista extremamente teóricas - estão resultando na prática
numa verdadeira “revolução” nos projetos de classificação de áreas. [9]
O API procurou “correr atrás” da novidade implantada pela IEC, lançando a norma
denominada API RP-505 [6] (que traz como anexo tópicos da IEC 60079-10), introduzindo o conceito de
áreas Classe I, Zona 0, 1 e 2 e um método quantitativo para classificação. O National Electrical Code
(NEC) [8] de 1999, permitiu que a classificação de áreas de novas instalações americanas pudesse ser -
opcionalmente - elaborada conforme API RP-505, desde que conduzida por um “Registered
professional engineer”.
Não foi permitido pelo NEC que uma indústria que já possuísse uma classificação de áreas
feita originalmente com a API RP-500, tivesse uma ampliação classificada pela nova norma. Também
não é permitido nas novas instalações americanas classificadas segundo o API RP-505, o emprego de
equipamentos elétricos e eletrônicos com marcação EEx (certificação segundo normas européias), e
sim marcação AEx (certificação segundo norma UL 2279). [10]
Será que o país defensor da “globalização” estaria tentando criar uma “reserva de mercado”?
O Código Elétrico Canadense (CEC), que sempre seguiu o NEC, em 1998 inovou e tornou
obrigatória - e não opcional - a adoção da filosofia IEC para as novas instalações, abandonando o
conceito das figuras pré-concebidas.
Como diferencial notável, a IEC 60079-10 procura levar em conta o ambiente da instalação,
especialmente sua ventilação.
Na avaliação do sistema de ventilação devemos considerar:
- gases mais pesados que o ar;
- mudanças na densidade do ar com a temperatura;
- obstáculos que possam influenciar a ventilação.

Os seguintes conceitos são abordados pela IEC 79-10:

Grau de ventilação:
Alto – reduz a concentração da fonte quase que instantâneamente;
Médio – controla a concentração, mantendo-a abaixo do limite inferior de explosividade (LIE)
enquanto a liberação estiver em curso e diminuindo-a após cessar a emissão;
Baixo – não controla a emissão, nem evita concentração indevida após o término da emissão.

Disponibilidade de ventilação:
O tamanho da nuvem do gás e o tempo que ela persiste após cessar a emissão podem ser
controlados por meio de ventilação. Um método para avaliar o grau de ventilação necessário para
controlar a extensão e persistência de uma atmosfera explosiva é descrito a seguir. Este método é
aproximado, entretanto o uso de fatores de segurança deve assegurar que o erro seja para o lado da
segurança.
A garantia do grau de ventilação primeiro requererá o conhecimento da máxima taxa de liberação de
gás ou vapor, seja por experiência de campo, cálculos ou dados estatísticos.
A taxa mínima teórica de ventilação para diluir uma dada liberação de material inflamável, para uma
concentração definida abaixo do LIE, pode ser calculada por meio da fórmula:
(1)

Onde:

= vazão mínima de ar [m 3 /s]

= máxima taxa de liberação da fonte de risco [kg/s]


LIE = limite inferior de explosividade [kg/m 3 ]
T = temperatura ambiente em Kelvin

Nota: Para converter LIE [%vol] para LIE [kg/m 3 ] deverá ser usada a seguinte fórmula:

LIE [kg/m 3 ] = 0,416 x 10 -3


x M x LIE [%vol] (2)
onde:
M = massa molecular [kg/kmol]

Com um dado número de trocas de ar por unidade de tempo C , relacionada à ventilação geral da
área, o hipotético volume Vz de uma atmosfera explosiva em torno da fonte da liberação pode ser
estimado usando-se a fórmula:

(3)

onde:
C = número de trocas de ar por unidade de tempo [s -1 ]
k = fator de segurança: 0,25 para fontes de risco de grau contínuo e primário; 0,5 para fontes de
risco de grau secundário.

A fórmula anterior seria aplicável para uma instantânea e homogênea mistura no ponto de
liberação, com condições ideais de fluxo de ar fresco. Na prática, tais situações poderão não ser
encontradas, por exemplo devido a obstáculos ao fluxo de ar, resultando em partes mal ventiladas na
região. Portanto, a troca efetiva de ar na fonte da liberação será mais baixa do que a dada por C na
fórmula (5), levando a um aumento no volume Vz . Introduzindo-se um fator de correção f na fórmula
anterior, resulta em:

(4)

onde:
f = denota a eficiência da ventilação em dissolver uma atmosfera explosiva, e varia de 1 (ideal) até
5 (fluxo de ar impedido).
Vz = representa um volume sobre o qual a concentração média de gás inflamável ou vapor será 0,25
ou 0,5 vezes o LIE, dependendo do valor do fator de segurança k usado em (3). Isto significa que nas
extremidades do volume hipotético estimado, a concentração do gás ou vapor será significativamente
menor que o LIE; isto é, o volume hipotético onde a concentração estará acima do LIE será menor
que Vz .
Para uma área fechada, C é dado por:

(5)

Onde:

= vazão total de ar

V o = volume total ventilado

Em áreas abertas, até mesmo baixas velocidades de vento produzem alto número de trocas de
ar. Consideremos um cubo hipotético com dimensões de poucos metros numa área aberta. Neste caso
uma velocidade de 0,5 m/s produzirá um número de trocas de ar maior que 100/h (0,03/s)
Numa aproximação conservativa, usando-se então C= 0,03/s para situação de área aberta, o
volume Vz poderá ser obtido pela fórmula:

(6)
Porém devido à mecânica de dispersão, este método resultará em volume sobredimensionado. A
dispersão geralmente é mais rápida na condição de área aberta.

Tempo de persistência:
O tempo t necessário para uma concentração média cair de um valor inicial X o para o LIE
multiplicada por k após a liberação ter cessado pode ser estimada por :

(7)
Onde:
X o= concentração inicial da substância inflamável medida na mesma unidade do LIE. Em algum
ponto da atmosfera explosiva, a concentração poderá atingir 100 %. Entretanto, ao calcular t, o
adequado valor para X o a ser considerado dependerá de cada caso, considerando-se entre outros, o
volume assim como a freqüência e duração da liberação. Na maioria dos casos é razoável considerar
X o acima do LIE.
t = mesma unidade de tempo que C. [ s ]
f= fator de não-homogenização da mistura - veja fórmula (4) - variando de 5 para ventilação
limitada ( por exemplo, com uma única abertura de exaustão ), até 1 ( por exemplo, ventilação
entrando num teto perfurado e múltiplos exaustores ).
k = fator de segurança relacionado com o LIE – ver fórmula (4).

A avaliação do grau de ventilação:


Seria simplista dizer que um grau de liberação contínuo conduziria à Zona 0, um grau
primário à Zona 1 e um grau secundário à Zona 2. Isto pode não ser verdade devido ao efeito da
ventilação.
Em alguns casos, o grau e disponibilidade da ventilação poderão ser tão altos, que na prática
não haverá área classificada. Do mesmo modo, o grau de ventilação pode ser tão baixo que resulte
num grau mais severo da Zona (por exemplo, Zona 1 resultante de uma fonte secundária de
liberação).Isto ocorre por exemplo quando o nível de ventilação é tal que a atmosfera explosiva
persiste e é dispersada muito lentamente após a fonte de liberação ter cessado.
O volume Vz pode ser usado para classificar a ventilação como alta, média ou baixa. O
tempo de persistência t pode ser usado para decidir qual grau de ventilação é requerido para uma área
de forma a atender às definições de Zona 0, 1 ou 2.
A ventilação pode ser considerada alta se Vz for pequeno ou próximo de zero. O termo
“ventilação alta” deve ser empregado apenas nos casos de ventilação artificial em torno da fonte, em
pequenas áreas fechadas ou com taxas de liberação muito baixas.
Deve ser enfatizado que numa área fechada pode haver muitas fontes de liberação. Não é
conveniente ter muitas pequenas áreas classificadas dentro de uma área não-classificada.
Também deve ser visto que com as taxas de liberação típicas consideradas para classificação
de áreas, a ventilação natural é insuficiente até mesmo em áreas abertas.
Portanto, é normalmente impraticável ventilar artificialmente áreas fechadas de grande
extensão nas taxas requeridas.
O volume Vz não dá uma idéia do tempo que uma atmosfera explosiva persiste após cessar
a liberação. Isto não é relevante para casos de alta ventilação, mas é um fator a considerar se a
ventilação for baixa ou média.

Análise de caso
Para ilustrar melhor o procedimento descrito na IEC, aplicaremos às fórmulas expressas na
IEC 60079-10 os dados reais de uma planta industrial.
Depois, compararemos os resultados obtidos com a figura padronizada pelo API RP-500 para o tipo de
instalação estudado.

* Dados da instalação:
Ponto sob análise: flange na entrada de compressor de gás natural
Fluido: Gás natural
LIE: 0,033 kg/m 3
Temperatura ambiente: 10 o C
Velocidade do vento: 1 m/s
Fator de segurança: 0,5 ( fonte de risco grau secundário )

Valor de : obtido por software [3]


Quantidade trocas de ar: 200 /h
Velocidade de liberação: 500 m/s (obtido por software)
Direção da liberação: horizontal
Tipo de liberação: contínua
Tipo de solo no local: concreto liso, sem árvores
Umidade relativa do ar: 70 %

· Cálculos:
a) Vazão mínima de ar para manter a mistura abaixo do LIE:

b) Volume hipotético da atmosfera


explosiva:

c) Tempo de persistência:
d) Avaliação:
Com fonte de risco de grau secundário, grau de ventilação médio e disponibilidade de
ventilação boa, a área é considerada Zona 2. Para determinação da extensão, a IEC 600 79-
10 prevê o uso de códigos e normas locais, que poderão incluir requisitos adicionais.

e) Comparemos com a figura aplicável do API RP-500 (adotando-se a terminologia IEC):

CONCLUSÕES:
O advento de procedimentos de análise, baseados nas características específicas de cada
processo, tratará o estudo de áreas classificadas como uma ferramenta de gerenciamento de riscos.
O uso de softwares especializados de simulação para fornecer uma visualização da
propagação de gases através de modelos matemáticos, contribui para uma maior percepção dos riscos
envolvidos na instalação.
Como o tema exige o conhecimento de características físico-químicas das substâncias,
reforça-se a recomendação – expressa no item 4.1 da IEC 60079-10 – de que para a elaboração de
plantas de classificação de áreas, sejam constituídos grupos de trabalho compostos por pessoas
conhecedoras das propriedades físicas dos gases, do processo, dos equipamentos, da segurança
industrial, da manutenção e da operação.
A “tradição”, dos engenheiros eletricistas terem a exclusividade na elaboração das plantas de
classificação de áreas, deverá ser abandonada na nova filosofia. Isto está previsto inclusive no API RP-
505, cuja nota no apêndice E, diz textualmente: “a conclusão da classificação deverá envolver esforços
coordenados entre engenheiros de processo, engenheiros de utilidades, especialistas de segurança,
engenheiros de instrumentação e engenheiros eletricistas”.
Como conseqüência, o estudo de classificação de áreas receberá maior atenção e esmero em
sua confecção, pois que hoje o que freqüentemente testemunhamos são trabalhos tipo “copiar e colar”
do API RP-500, feito por pessoas que até desconhecem o conceito de área classificada.
Embora relegadas a segundo plano quando a classificação de áreas era feita pelo API RP-
500, as listas de dados [4] (cujo modelo básico encontra-se no anexo da IEC 60079-10), passarão a ter
fundamental importância, pois serão referenciadas também nas ampliações da planta industrial.
O uso de figuras pré-concebidas para classificação de áreas deverá ficar limitado às
condições padronizadas, avaliando-se com métodos quantitativos as especiais.
Com a publicação da norma brasileira baseada na IEC 60079-10, passaremos por uma fase
de transição que entendemos será muito positiva, pois consolidará o conceito de gerenciamento de
risco, podendo até permitir à cada empresa a adoção da solução de engenharia mais adequada à sua
realidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
[ 1 ] IEC 60079-10 – Classification of hazardous areas. Third edition – 1995.
[ 2 ] Análise de riscos das futuras instalações do pólo industrial de Guamaré. Princípia Engenharia de
Confiabilidade e Informática – 1996.
[ 3 ] Phast for Windows – versão 5.2 – User manual.
[ 4 ] N-2155 – Norma Petrobras - Lista de dados para classificação de áreas, 1999.
[ 5 ] Fanara, José R.A., Rangel Jr., Estellito – Extensões de áreas classificadas. In: V ENCONTRO DE
ENGENHARIA ELÉTRICA, Petrobrás, Rio de Janeiro, dez 1999, Anais p 104 – 118.
[ 6 ] API RP-505 – Recommended practice for classification of locations at petroleum facilities
classified as Class I, Zone 0, Zone 1 and Zone 2. American Petroleum Institute, 1997.
[ 7 ] API RP-500 – Recommended practice for classification of locations for electrical installations at
petroleum facilities. American Petroleum Institute, 1991.
[ 8 ] National Electrical Code, NFPA, EUA, 1999.
[ 9 ] Bishop, D.N., Jagger, D. M, Propst, J.E. - New area classification guidelines. IEEE paper, 1998.
11 p.
[ 10 ] Babiarz, P.S., Ligett, D.P., Wellman, C.M. - How products will be adapted to the dual hazardous
area classification system. IEEE paper, 1996. 7 p
[ 11 ] CABUM! - Site sobre equipamentos e instalações Ex.
http://www.cabum-ex.net.br

CURRÍCULO RESUMIDO DO AUTOR:


Estellito R. Junior é engenheiro eletricista, representante brasileiro no Comitê TC-31 da IEC que
elabora as normas internacionais sobre atmosferas explosivas, comenta as normas API e ISA sobre
instalações em áreas classificadas, executa auditorias em projetos e montagens elétricas industriais e
é especialista em classificação de áreas, tendo apresentado diversos trabalhos técnicos em congressos
nacionais e internacionais.

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