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Revista Extensão UniDOCTUM

ISSN: 2596-2310

Dezembro de 2019
Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni-UniDOCTUM
Rede de Ensino Doctum
Instituto Ensinar Brasil

Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni-UniDOCTUM


volume 01 | número 02 | 2019
A Revista Extensão UniDOCTUM é uma publicação semestral do
Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni-UniDOCTUM, onde serão
aceitos artigos e resumos, em língua portuguesa, das atividades de
extensão desenvolvidas no ensino superior.

REDE DE ENSINO DOCTUM Centro Universitário Doctum


Instituto Ensinar Brasil de Teófilo Otoni- UniDOCTUM
Autor Corporativo Corpo Editorial

Dr. Pedro Cláudio Coutinho Leitão Dr. Joubert Fidelis


Presidente Diretor

Ma. Janaína Dardengo Paterline Ma. Nínive Bastos Oliveira


Diretora de Ensino Coordenadora Acadêmica

Dra. Iana Soares de Oliveira Penna Ma. Keytiane Iolanda Moura


Coordenadora Geral de Pesquisa e Extensão Coordenadora de Extensão

Ma. Camila de Almeida Miranda

Dra. Soraia de Araújo Diniz

Me. Wilbert Viana Barbosa

Rua João Pinheiro 147 Rua Gustavo Leonardo 1127


Centro - Caratinga - MG São Jacinto - Teófilo Otoni - MG
CEP: 35.300-037 CEP: 39.801-260
(33) 3322- 6314 (33) 3529-3171
Revista Extensão UniDOCTUM
ISSN: 2596-2310

Coordenadores da Unidade
Administração e Ciências Contábeis | Profª. Adriana de Melo Luchini
Arquitetura e Urbanismo | Prof. Pedro Raphael Azevedo Valcarce
Direito | Prof. Igor Alves Noberto Soares
Engenharia Ambiental e Sanitária e Eng. Elétrica | Profª. Keytiane Iolanda Moura
Engenharia Civil | Prof. Marcos Túlio Fernandes
Farmácia| Prof. Fábio Mendes dos Santos
Fisioterapia| Prof. Rodrigo Antônio Montezano Valintin Lacerda
Medicina Veterinária | Profa. Soraia de Araújo Diniz
Odontologia | Prof. José Antônio de Carvalho Soares
Pedagogia | Profª. Philippe Drumond Vilas Boas Tavares
Psicologia | Profª. Kely Prata Silva
Sistemas de Informação | Prof. Wilbert Viana Barbosa

Projeto Gráfico, Capa, Edição de Textos e Diagramação


Profa. Keytiane Iolanda Moura

*O conteúdo de todos os textos é de responsabilidade de seus autores correspondentes.

Apoio:
Sumário
11 Apresentação
ARTIGOS
12 EDUCAÇÃO URBANA E PATRIMONIAL: DESENHANDO A HISTÓRIA DE TEÓFILO
OTONI – MG, UMA NARRATIVA– Arquitetura e Urbanismo
39 CUIDADOS COM ANIMAIS DE GRANDE PORTE – Medicina Veterinária
54 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO INSTRUMENTO CULTURAL E SOCIAL–
Pedagogia

75 NUTRICÃO: PROTEÇÃO E RESPEITO AO ANIMAL – Medicina Veterinária

84 OS DESAFIOS NA NOTIFICAÇÃO DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO CONTRA AS


MULHERES NA DELEGACIA ESPECIALIZADA DE ATENDIMENTO ÀS MULHERES –
Psicologia

RESUMOS
107 3º CORRIDA DE STARTUPS DO ENSINO MÉDIO – Sistemas de Informação

109 PRESERVANDO E CUIDANDO DO AMBIENTE EM UMA RELAÇÃO UNIVERSIDADE-


COMUNIDADE– Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Elétrica e Pedagogia

RELATO DE EXPERIÊNCIA: DISSEMINANDO O SABER JURÍDICO NAS ESCOLAS –


112 Direito

CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA PARA PROFESSORES DA EDUCAÇAO INFANTIL


114 POR MEIO DA EDUCAÇÃO EMOCIONAL– Pedagogia

EXTENSÃO RURAL: A ACADEMIA NO APOIO AOS PEQUENOS PRODUTORES


115 RURAIS PECUARISTAS DA REGIÃO DE TEÓFILO OTONI MG– Medicina Veterinária

118 ATIVIDADE ASSISTIDA POR ANIMAIS– Medicina Veterinária

TRANSMISSÃO DE ZOONOSES PELO CONSUMO DE QUEIJO: IMPORTÂNCIA DA


120 ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO E DA CONSCIENTIZAÇÃO DOS
PRODUTORES E CONSUMIDORES – Medicina Veterinária

123 FORMAS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS COMO MEIO DE ACESSO


À JUSTIÇA: UMA EXPERIÊNCIA NA SEMANA DA CONCILIAÇÃO– Direito
125 PEDAGOGIA SOCIAL: UMA PRÁTICA EXTENSIONISTA NA COMUNIDADE DO
VIRIATO NO MUNICÍPIO DE TEÓFILO OTONI/MG– Pedagogia

126 A IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PARA O MUNICÍPIO DE TEÓFILO


OTONI/MG – Engenharia Elétrica
Apresentação

Cumprindo o tripé Ensino – Pesquisa – Extensão e visando uma


formação completa e possibilitando nossos alunos a inserção no
mercado de profissionais capacitados e com uma visão humanista, o
Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni – UniDoctum, recebeu no
ano de 2019 da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino
Superior (ABMES) o Selo Instituição Socialmente Responsável. Esse
Selo é fruto de nossos trabalhos extensionistas e da nossa integração
com a comunidade, disponibilizando a sociedade e comunidade
UniDoctum o conhecimento adquirido com o ensino e com as pesquisas,
produzindo um conhecimento inovador e aplicado ao cotidiano. Essas
informações também são apresentadas semestralmente no Atelier
Técnico Científico, organizado pelo coordenador de pesquisa do
UniDoctum Prof. Pedro Raphael Azevedo Valcarce.
Sendo assim, buscamos sempre o aprimoramento da formação
profissional dos nossos alunos e a valorização de nossos docentes,
fazendo mais, inovando e indo além, partindo de linhas prioritárias
definidas conforme o contexto regional, que proporcionam a
oportunidade de crescimento acadêmico interdisciplinar e
interprofissional tanto dos alunos, quanto da região abrangida,
agregando desta forma valores e conhecimentos que auxiliarão na
evolução da intelectualidade educacional dos indivíduos envolvidos.

Ma. Keytiane Iolanda Moura


coord. Extensão Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni-UniDoctum

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EDUCAÇÃO URBANA E PATRIMONIAL: DESENHANDO A


HISTÓRIA DE TEÓFILO OTONI – MG, UMA NARRATIVA

THE URBAN AND PATRIMONIAL EDUCATION PROJECT:


DRAWING TEÓFILO OTONI – MG’S HISTORY, A
NARRATIVE

Eude Gedhalyas de Paula Souza1


Kayra Rodrigues Chagas de Jesus¹
Wanderson Oliveira Matias¹
Rafael Mc Carroll de Araújo¹
Ana Luísa Silva Figueiredo2

Resumo
Com o objetivo de trabalhar conceitos de Patrimônio
Cultural e Urbanismo com crianças das escolas da rede
pública de Teófilo Otoni – MG este Projeto de Extensão
foi elaborado e executado de maio a dezembro de 2019.
Trabalhando por etapas, a equipe composta por
discentes do curso de Arquitetura e Urbanismo
desenvolveu nos meses destinados a execução do
projeto o caderno de atividades selecionadas para
constituírem a cartilha, material base para a realização
dos momentos em salas de aula e as aplicaram em uma
das duas turmas de 5º ano da Escola Estadual Germano
Augusto de Souza no bairro São Jacinto, bairro a
nordeste da cidade. A escolha da escola parceira se deu
pela proximidade física à UniDoctum e a relação
pedagógica, uma vez que esta é escola referência em

1
Discente do 4º período do Curso de Arquitetura e Urbanismo Centro
Universitário Doctum de Teófilo Otoni- UniDoctum.
2
Professora Mestra do Curso de Arquitetura e Urbanismo Centro Universitário
Doctum de Teófilo Otoni – UniDoctum. Contato: figueiredo.aluisa@gmail.com
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inclusão na cidade. A turma escolhida se deu por conta


das necessidades da escola, sendo apontada como
preferencial para atividades extracurriculares. A
aplicação das atividades foi realizada nos meses de
outubro a dezembro deste ano, com atividade de
encerramento realizada na segunda semana de
dezembro, em respeito ao calendário escolar.

Palavras-chave: Educação Urbana. Educação Patrimonial.


Patrimônio Cultural. Cidadania. Arquitetura e Urbanismo.

Abstract
With the objective of working concepts of Cultural Patrimony
and Urbanism with children of public schools of Teófilo Otoni -
MG this Extension Project was elaborated and executed from
May to December 2019. Working in stages, the team
composed of students from Architecture and Urbanism course
developed activities selected to constitute the booklet, base
material for the moments in classrooms and applied them in
one of the two 5th grade classes of the Germano Augusto de
Souza State School in São Jacinto neighborhood, northeast of
the city. The choice of the partner school was due to physical
proximity to UniDoctum and the pedagogical relationship, since
this is a reference school for inclusion in the city. The class
chosen was due to the needs of the school, being indicated as
preferred for extracurricular activities. The activities were
implemented from October to December this year, with closing
activity held in the second week of December, in compliance
with the school calendar.

Keywords: Urban Education. Patrimonial Education. Cultural


Patrimony. Citizenship. Architecture and Urbanism.

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Introdução
O Projeto Educação Urbana e Patrimonial: Desenhando a
História de Teófilo Otoni – MG trabalha a conscientização
de estudantes da rede pública de ensino em Teófilo
Otoni-MG sobre temáticas urbanas, tendo como tema
principal o Patrimônio Cultural.
A escolha pelo tema se dá a partir da concepção de que
Patrimônio é um conjunto de bens culturais referentes às
diversas identidades coletivas e não somente os
monumentos históricos (CASTRIOTA, 2009). Assim, é
possível identificar estes bens culturais nos espaços
rurais e urbanos e em todas as localidades, incluindo
cidades pequenas e médias como Teófilo Otoni. Sua
história está cheia de saberes e fazeres, além da
materialização dos desejos de seu fundador e moradores,
desde os indígenas e imigrantes europeus que ali se
instalaram.
Em busca desta valorização determinou-se que o
público-alvo do Projeto seriam crianças da rede pública
de ensino da cidade, pois tê-las como público alvo as
potencializa como agentes dinamizadores da esfera
pública porque seus conhecimentos e práticas ativam
outros grupos da sociedade, como os familiares e
vizinhos com os quais convivem. Outro fator
determinante para a escolha do público-alvo é a intenção
de despertar questionamentos sobre temáticas urbanas
desde cedo, de modo a proporcionar bases para a
construção de um conhecimento mais sólido acerca do
espaço urbano e sua problemática.
Dessa forma, o Projeto de Extensão Educação Urbana
Patrimonial: Desenhando a história de Teófilo Otoni - MG

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atuou ministrando atividades que levaram às crianças


conhecimentos básicos sobre história e organização
socioespacial da cidade; meio ambiente urbano;
urbanização; participação cidadã e Patrimônio Cultural. A
turma escolhida – o 5º ano “do” Professor Elizeu da
Escola Estadual Prefeito Germano Augusto de Souza, no
bairro São Jacinto – se deu por conta das necessidades
da escola, sendo apontada como preferencial para
atividades extracurriculares.
Entende-se que o Patrimônio Cultural, por envolver
processos de construção de memória individual e coletiva
e articular-se com a cultura, a história e a cidade,
consegue fazer a aproximação do público-alvo com
outras temáticas. Em nossa Constituição Federal de
1988, já nos lembra Castriota (2009), já é incorporado o
conceito de bens culturais e, principalmente, “diversas
paisagens, tradições, expressões de arte, saberes
populares e documentos passaram a ser reconhecidos
como patrimônio nacional” (p.12). A relação entre
Patrimônio Cultural e Espaço Urbano, portanto, é
intrínseca a sua história, sendo esta a primeira intenção
do trabalho realizado: registrar localmente e apontar
para as crianças essa associação.
O objetivo geral do Projeto foi de trabalhar a temática de
Patrimônio Cultural no âmbito do Urbanismo com
crianças a partir de atividades em sala de aula
proporcionando bases para a construção de um
conhecimento mais sólido acerca do espaço urbano.
O primeiro objetivo específico do projeto foi desenvolver
habilidades pedagógicas nos discentes a partir da
elaboração do material e da realização das atividades

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com as crianças que pretende transpor conhecimentos


adquiridos na academia para o ensino fundamental.
Também foi objetivo o aperfeiçoamento das habilidades
desenvolvidas nas disciplinas de desenho no curso de
Arquitetura e Urbanismo, pois as atividades exigiram dos
estudantes voluntários a capacidade de transposição dos
conhecimentos adquiridos na academia para o ensino
fundamental, tarefa que exigiu estudos individuais e
diálogos entre o discentes e coordenadora, bem como a
destreza em sala de aula.
Para o desenvolvimento deste artigo a proposta é a da
narrativa, expondo os acontecimentos de forma
cronológica, englobando o momento de produção do
material e sua aplicação em sala com as crianças. Desta
forma, dividimos o texto em duas partes: a preparação e
a execução do projeto, ambas permeadas por reuniões
para avaliação dos resultados parciais, descritas e
comentadas a seguir.

Preparação
Entre os meses de maio e outubro de 2019 foram
realizadas as etapas de elaboração do material e firmada
a parceria com a Escola (figura 1). O processo de criação
do material exigiu habilidades diferenciadas de cada
discente participante da equipe, desde desenho de
observação com técnicas de perspectiva até o
desenvolvimento dos textos adequados à linguagem e
idade de nossos interlocutores.

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Membros da equipe com a Diretora da Escola firmando a


parceria.

Fonte: foto por funcionária da Escola.

A proposta foi seguir a ordem cronológica para aplicar as


atividades, iniciando dos povos originários da região da
cidade de Teófilo Otoni – MG, passando pela busca das
pedras preciosas e desenvolvimento e expansão da
malha urbana da cidade que viria a receber o nome do
aventureiro Teófilo Benedito Otoni até a discussão sobre
patrimônio intangível ou imaterial, “que visa os artefatos
e espaços como expressões das práticas, processos e
representações que as comunidades e indivíduos
reconhecem como parte de seu patrimônio cultural”
(CASTRIOTA, 2009, p.13).
O processo de elaboração das temáticas das atividades
foi longo e, chegamos a pensar em doze (12), devido à

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complexidade do tema e eloquência da equipe,


determinada a destrinchar a história da cidade, que, aos
poucos, percebeu que era necessário reduzi-las. Nas
Tardes de Trabalho – nome dado aos encontros que
iniciavam antes do almoço e seguiam pelas tardes de
sábado – foram discutidas cada atividade, com ideias
defendidas por cada membro da equipe, gerando debates
e momentos de pensamento crítico a respeito das
temáticas (figuras 2 e 3). As temáticas das atividades
finais foram cinco (5): questão indígena; pedras
preciosas; malha urbana; Praça Tiradentes e patrimônio
imaterial, totalizando sete atividades, contando com
apresentação e encerramento.
Neste ponto, sabemos da necessidade de termos, em
nova edição projeto, uma parceria pedagógica para
elaboração conjunta das atividades, que foram pensadas
do ponto de vista de estudantes de arquitetura e
urbanismo – priorizando o design, as cores e as formas
com a recordação do que cada membro (e a
coordenadora) tinha afeição na infância. Assim, a seguir
é narrada como cada atividade foi pensada.

1.1.O que queremos é o que precisamos falar?


Com a dedicação dos discentes nas Tardes de Trabalho
foi possível refletir e identificar as prioridades a serem
trabalhadas com as crianças. Como o objetivo do projeto
é aproximá-las das noções e conceitos de Patrimônio
Cultural e sua relação com os espaços urbanos,
procurou-se identificar retratar bens culturais da cidade
que fossem expoentes. Assim, grande parte das
discussões em equipe foi permeada pelo questionamento
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“o que queremos é o que precisamos falar?” Também,


como já dito, a estratégia foi trabalhar de forma
cronológica e, de acordo com as habilidades dos
discentes com formas, textos e softwares.

Primeira Tarde de Trabalho, reconhecendo os bens da


Praça Tiradentes.

Fonte: foto por Ana Luísa Silva Figueiredo, coordenadora do projeto.

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Desenho de observação para a atividade de Malha Urbana


e Praça Tiradentes.

Fonte: foto por Ana Luísa Silva Figueiredo, coordenadora do projeto.

Logo pensou-se em ter um personagem que contaria a


história, produzindo e fazendo com que a narrativa fosse
coesa. Escolhemos o animal que é símbolo da cidade, a
preguiça, sendo desenhada primeiramente no papel
(figura 4) e digitalizada em forma de vetor para as
demais temáticas (figura 5).

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Boneca da Preguiça, a “mascote” e narradora das


atividades

Fonte: Elaborado por Emely Luísa Cassaro, discente integrante inicial


da equipe.

Preguiça vetorizada e aparamentada para a atividade da


Questão Indígena

Fonte: Elaborado por Wanderson Oliveira Matias, discente integrante da


equipe.

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Assim, a Preguiça – como a chamamos – conversaria por


meio de balões de fala com cada criança e proporia a
atividade. Como na figura 3, a Preguiça foi vetorizada em
diferentes posições e com elementos que remetiam ao
assunto da atividade.
Para a primeira, da questão indígena, Wanderson, um
dos discentes membros da equipe, nos relatou a
experiência que teve ao visitar uma aldeia maxacali por
razão de seu trabalho. Com sua descrição do local e dos
costumes que vivenciou percebemos que nosso ponto
chave para a atividade seria entende-los como amigos.
Por isso elegemos o subtítulo “nossos amigos Maxacalis”.
O que mais marcou Wanderson foi a linguagem e o
cuidado em manter o idioma, existindo uma escola para
tal. Assim, determinamos que começaríamos com um
caça-palavras utilizando-as em maxacali e assim foi
feito. Ele escolheu dez (10) palavras do cotidiano
indígena e na folha de atividade as posicionou em lista
ao lado do quadro com as letras. Neste ponto a discente
Emely Luísa Cassaro pediu para ser desligada do grupo
por motivos pessoais.
Em seguida, a temática das pedras preciosas gerou
bastante discussão entre a equipe. A preocupação geral
dos discentes era não reforçar a narrativa de vencedores,
mas entender que são parte importante da história da
cidade até o momento atual. Para tal entendemos que o
subtítulo seria “uma história da fundação da cidade” e
nesta utilizamos mais recursos, dentre eles o vídeo
elaborado por Wanderson para uma disciplina do curso
de Arquitetura e Urbanismo de um semestre anterior.

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Para discutir sobre organização socioespacial da cidade,


meio ambiente urbano e urbanização foi pensada a
atividade “onde você mora?”. Dentro da temática malha
urbana, com o auxílio do mapa cadastral da cidade cada
criança apontaria e marcaria sua casa. Assim
discutiríamos as relações centro-bairro e a criação de
periferias, bem como de estruturação viária e
pavimentação. Neste ponto a discente Kayra Rodrigues
foi integrada ao grupo assumindo a parte textual das
atividades.
Como resultado da discussão a respeito dos bairros e
centro as localidades tomaram o protagonismo,
principalmente a Praça Tiradentes e seus bens
marcantes. A Preguiça no início indicou que “mora” nesta
praça e por isso a apresentaria para as crianças,
colocando em evidência a Maria Fumaça “Pojixá” e a
Câmara Municipal. A intenção inicial era de transportar
as crianças para a praça, porém devido a percalços a
atividade de colorir ambos desenhos dos bens foi
realizada em sala.
A atividade de patrimônio imaterial passou por várias
mudanças até entendermos que poderíamos trabalhar
com o Mercado Municipal enquanto local de saberes,
fazeres e trocas. Assim, o subtítulo da atividade foi
determinado como “as trocas no mercado municipal” e a
proposta era, além de colorir o edifício desenhado em
perspectiva (figura 6), desenhar os bens ali encontrados.

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Desenho de observação para a atividade de Patrimônio


Imaterial

Fonte: foto por Ana Luísa Silva Figueiredo, coordenadora do projeto.

Para o encerramento a proposta era de voltar as


atividades para verificar “onde estão as preguiças”, pois
os discentes colocaram outros desenhos da Preguiça de
forma maquiada ao longo do material. Após encontra-las
teríamos uma discussão a respeito de todas as
atividades, fazendo uma retrospectiva.
Outro ponto importante foi a elaboração de figurinhas
adesivas para serem entregues as crianças após a
finalização de cada atividade, de acordo com a temática
e nível, passando de bronze a prata e, finalmente a ouro,
no final.

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Elaboração do material no software, digitalização dos


desenhos.

Tudo isso foi planejado e colocado em cada atividade,


pensando a partir da perspectiva da Arquitetura e
Urbanismo, sobretudo no âmbito do Patrimônio Cultural.
Assim, em cada dia de atividade sabíamos que o que foi
planejado não seria devidamente executado, e, por isso,
ainda elaboramos outras atividades complementares
caso a caso. A seguir, são apresentadas estas
experiências.

Execução:
Nos meses de outubro a dezembro foi realizada a etapa
de execução do projeto com a turma de 5º ano
vespertino “do” Professor Elizeu. Assim nos referíamos e
mantemos o tom para este artigo, entendendo que assim
condizemos com a realidade do trabalho posto em
prática.
Logo evidenciou-se que o primeiro objetivo específico do
projeto – desenvolver habilidades pedagógicas nos
discentes a partir da elaboração do material e da
realização das atividades – seria um desafio a ser
cumprido. A entrada em sala de aula causou impacto na
equipe, mesmo com cada um sabendo sua função e
parte na atividade a ser desenvolvida no dia.
A sala de aula ampliou o que pensávamos sobre
“crianças”, sendo que cada uma nos solicitava de forma
diferente e, ao longo das semanas, se afeiçoava a um
membro diferente. A tabela a seguir mostra as atividades

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realizadas, no total de sete (7), a data, discentes


participantes, a coordenadora e professor Elizeu sempre
presente e a quantidade de alunos e alunas presentes
naquele dia.

Tabela 1: Atividades Realizadas e participantes

Atividade Data Discentes Docentes Alunos


Apresentação 31/10/2019 Eude, Ana Luísa 27
Kayra,
Rafael,
Wanderson
Nossos 07/11/2019 Eude, Ana Luísa 26
amigos Kayra,
Maxacalis Rafael,
Wanderson
Pedras 14/11/2019 Eude, Ana Luísa 27
preciosas Kayra,
Rafael
Malha Urbana 19/11/2019 Eude e Ana Luísa 25
Kayra
Praça 21/11/2019 Rafael e Ana Luísa 25
Tiradentes Wanderson
Patrimônio 28/11/2019 - Ana Luísa 24
Imaterial
Encerramento 10/12/2019 Eude, Ana Luísa 26
Kayra e
Rafael
Fonte: elaborada por Ana Luísa Silva Figueiredo, coordenadora do
projeto.

Da mesma forma que na etapa de preparação, narramos


aqui o que foi realizado nas atividades durante a etapa
de execução. Este foi um exercício interessante para

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identificar a relação entre planejamento e realidade,


também do ponto de vista dos discentes.
O primeiro contato com a turma foi para a apresentação
(figura 8). Em círculo foi pedido para que cada criança
falasse seu nome e uma palavra que a lembrasse de
“cidade”. Fomos anotando as palavras em sequência em
cartolinas no chão. A partir das palavras fomos
conversando e introduzindo alguns conceitos de
Patrimônio Cultural e Urbanismo – estas palavras
escritas em letras grandes e maiúsculas no centro do
cartaz. Esta metodologia é chamada de Círculo de
Cultura. Neste primeiro momento as crianças estavam
prestando muita atenção e o efeito de “novidade” nos
deixou bastante surpresos e felizes, indicando que, a
priori, estávamos fazendo um bom trabalho.

Apresentação do Projeto, dos discentes e das crianças


utilizando o Círculo de Cultura.

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Fonte: foto por Rafael McCarroll de Araújo, discente integrante da


equipe.

O segundo dia, já com o material impresso e distribuído


ficou a cargo de apresentarmos a Preguiça, cada um
colocar seu nome e iniciamos a primeira atividade, da
questão indígena. Wanderson iniciou fazendo seu relato e
a turma prestou bastante atenção, participando quando
solicitada. Em seguida procuraram as palavras e
encerramos com a revelação de seus significados (figura
9).

Atividade “nossos amigos maxacalis”, revelando o


significado das palavras.

Fonte: foto por Kayra Rodrigues Chagas de Jesus, discente integrante


da equipe.

Para o terceiro encontro, cuja temática era de pedras


preciosas, os discentes Eude e Kayra pensaram uma
atividade mais dinâmica: caça ao tesouro que reuniu o
“jogo do momento”, o Free Fire com a temática
elencada, uma vez que foi possível simular a busca pelas
pedras e garimpo. Entendemos que seria uma maneira
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de conectar com as crianças e, também, fazer com que


os discentes da equipe assumissem o controle da
atividade, cumprindo com o primeiro objetivo específico
do projeto. Assim, fizeram perguntas para equipes
divididas previamente e aliadas ao conteúdo do vídeo
fizeram a busca no espaço do pátio da escola (Figura
11). No final, verificando o tempo e respostas, chegou-se
a um ranking e cada equipe recebeu o adesivo
correspondente ao do jogo (Figura 10). A turma se
envolveu muito com a atividade, mas percebemos que o
conteúdo precisava ser reforçado para a atividade de
retrospectiva no encerramento.

Estudante mostra a folha da atividade “Pedras


preciosas” completa.

Fonte: foto por Ana Luísa Silva Figueiredo, coordenadora do projeto.

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A busca pelas “pedras preciosas”.

Fonte: foto por Kayra Rodrigues Chagas de Jesus, discente integrante


da equipe.

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A temática de Malha Urbana precisou ser trabalhada em


dois dias ao invés de somente um como planejado. Foi
feita a impressão do mapa cadastral da cidade, porém
ainda ficou pequeno para que as crianças conseguissem
achar suas casas e os pontos marcantes com facilidade.
Foi necessário acompanhá-las individualmente ao mapa e
fazer a identificação. Muitas sabiam exatamente a rua,
mas não o número ou o bairro. Assim, ao questionarmos
“onde você mora?” conseguimos acrescentar a noção de
bairro para elas, todas oriundas ou do São Jacinto, ou
Matinha ou ainda do Jardim Serra Verde, os mais
próximos a escola. Outro problema encontrado foi o
tempo gasto para localizar o que foi proposto no material
(os bens marcantes da cidade e pontos de localização
como as rodovias), uma vez que a resolução do mapa
para a folha não ficou boa. Ainda sim percebemos que as
crianças conseguiram absorver as informações e
apenderam a ler esse tipo de mapa.

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Início da atividade de Malha Urbana: localizando as


casas, dia 1.

Fonte: foto por Kayra Rodrigues Chagas de Jesus, discente integrante


da equipe.

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Atividade de “Malha Urbana”: localizando os bens, dia 2.

Fonte: foto por Ana Luísa Silva Figueiredo, coordenadora do projeto.

Com o apoio do mapa grande afixado na parede


localizamos a Praça Tiradentes e seus bens marcantes,
no material elencados como a Câmara Municipal e a
Maria Fumaça “Pojixá”. Ao colorirem ambas, cada
membro da equipe, passou pelos grupos comentando
sobre cada bem e depois discutimos sobre a função da
Câmara, o que fazem vereadores e o que são os Três
Poderes. A respeito da Maria Fumaça lembramos a
existência da estrada de ferro Bahia-Minas, desativada
na década de 1960, e da criação das rodovias para
realizar o transporte de pessoas e mercadorias.
A atividade planejada para discutir patrimônio imaterial
era para que além de identificarem “as trocas no

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mercado municipal” as crianças pensassem em seus


próprios costumes. Foram lembradas as primeiras
palavras que falaram, na apresentação, e muitas se
referiam a atividades que dependiam do “saber”, como
jogar futebol. Falaram de comidas, das relações com as
famílias por causa da alimentação e descobriram que a
“fófa”, pfefferkuchen no original, é um pão de mel com
especiarias tradicional da culinária alemã, uma das
nações que colonizou a região, típico de Teófilo Otoni.
Isso configura a “fófa” como patrimônio imaterial local e
essa constatação foi o ponto alto do dia.
Com a lembrança do entusiasmo com a “fofa” na
atividade anterior, a coordenadora levou um pacote da
iguaria para distribuir no dia do encerramento (figura
14). Dando sequência as atividades planejadas, as
crianças fizeram a busca pelas preguiças escondidas no
material e foram discutidas e relembradas cada
atividade. Também como patrimônio imaterial brincamos
de “cama de gato” utilizando barbantes, ampliando o
repertório de brincadeiras tradicionais. Foram verificadas
cada material de cada criança e conferidas as devidas
figurinhas faltantes – as tarefas precisavam estar
cumpridas para que as recebessem.

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Foto com a turma, professor Elizeu e parte da equipe do


Projeto no dia de encerramento das atividades.

Fonte: foto por Rafael McCarroll de Araújo, discente integrante da


equipe.

Considerações finais
O Projeto Educação Urbana e Patrimonial: Desenhando a
História de Teófilo Otoni – MG se fez relevante não
somente por sua dupla temática, mas também por inserir
atividades dinâmicas no dia a dia escolar da turma
escolhida para aplicarmos as atividades. A partir dessa
conquista de espaço foi possível trabalhar, então, as
temáticas que foram julgadas relevantes pela equipe,
sabendo que há muitas outras com importância e
potência a serem inseridas no material.
Trabalhar com Patrimônio Cultural é um desafio pois é
cada vez mais difícil conseguir registros históricos e por
isso o foco foi de trabalhar com crianças, para que elas
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passem a valorizar o que existe também nos dias de


hoje. Com relação às atividades a resposta delas foi
positiva, muitas vezes demonstrando afeição aos
discentes e também à coordenadora. Ao chegarmos na
porta da sala elas prontamente abriam sorrisos e
começavam a guardar o material com anuência do
professor Elizeu.
Depois, é importante destacar o período de discussão,
elaboração e execução do material. A equipe, formada
por discentes do 4º período, ainda não cursou a
disciplina de Teoria e História do Patrimônio Cultural,
ministrada pela coordenadora, mas logo entendeu e se
apropriou dos conceitos expostos e, com isso, conseguiu
elaborar o material de forma acessível e para que fosse
dinâmica. Enquanto às particularidades cada discente se
destacou em um campo, formando uma equipe coesa e
dedicada. Apesar disso foi sentida a falta de algum
membro quando este não poderia comparecer devido a
questões de trabalho ou pessoais, tanto por parte das
crianças quanto para a aplicação da atividade.
Elaborado para serem realizadas cinco (5) atividades, o
material nos permitiu trabalhar várias temáticas e, em
consonância com os desejos da turma adaptamos às
realidades e ao calendário escolar. Utilizamos material
disponibilizado pela instituição como Datashow e
papelaria e ainda pudemos aprender mais sobre a
cidade, os bairros com a percepção e o olhar das
crianças. A atividade de encerramento (figura 14) e
revisão evidenciou a alegria das crianças e ao longo da
execução percebemos a confiança da instituição em nós
e no projeto em si. Acreditamos que será possível

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reaplicar as atividades em próximo ano, melhorando seu


conteúdo e expandindo para outras turmas e, quiçá,
instituições.

Agradecimentos

Agradecemos a toda equipe da Escola Estadual Germano


Augusto, principalmente a Diretora Soraia, Vice-Diretora
Marta, Inspetora Martinha e professor Elizeu, que
estiveram abertos à nossa iniciativa desde o início.
Também foi imprescindível o auxílio da professora Maria
Lúcia, do curso de Pedagogia da UniDoctum que, por
também ser Inspetora Estadual, fez a ponte entre a
Escola e a Coordenadora do projeto. O apoio para a
impressão do material utilizado em sala realizado pelo
Decon da UniDoctum com a agilidade do Júnior e
disposição da equipe de compras foi imprescindível. A
coordenadora da Extensão da UniDoctum, Keytiane
Moura, por incentivar desde o início a continuidade do
projeto iniciado pelo então professor Jansen Lemos a
quem devemos toda gratidão pela semente plantada.

Referências
ALBERCHT, Clarissa F. et al. Educação Urbana. Coordenação
Maristela Siolari. Viçosa: UFV, 2012.
CASTRIOTA, Leonardo Barci. Patrimônio cultural:
conceitos, políticas, instrumentos. São Paulo. Annablume,
2009.
LUCENA, Caio Cardoso; BARROS, Cida; SOSTER, Sandra
Schmitt. IPatrimônio: Patrimônio Cultural Brasileiro.

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2018. Disponível em: <http://www.ipatrimonio.org/>. Acesso


em 15 de set. 2019.

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CUIDADOS COM ANIMAIS DE GRANDE PORTE

LARGE ANIMAL CARE

Marcela Gonçalves Cangussú1


Antônio Esteves Garrocho Neto2
Bruna Dhaila Guimarães Oliveira²
José Paulo Fernandes de Medeiros²
Lisandra Loz Santos²
Lorrane Soares Botelho²
Roberta Ferreira Cordeiro Galvão²

Resumo
O abandono de animais domésticos configura um
problema para a sociedade. Essa realidade tem como
consequência a presença de animais em centros urbanos,
provocando acidentes de trânsito e possibilitando a
transmissão de zoonoses. Em 2018, 1,3% das mortes no
transito foram ocasionadas pela presença de animais
(SINAES, 2018). O Projeto Acolhimento e Cuidado com
Animais de Grande Porte foi realizado durante o ano de
2019 com o objetivo de promover condições de bem
estar aos animais, abandonados em vias públicas de
Teófilo Otoni e mantidos em ambientes privados com
baixa condição de bem estar, por meio de intervenções
veterinárias. Bem como, possibilitar medidas educativas
sobre guarda responsável e zoonoses. O projeto
promoveu diversas ações no município de Teófilo Otoni,
tais como: grupos de estudos com produção de um
caderno técnico e folder de conscientização, dia da
conscientização sobre acidentes de transito envolvendo
animais, atendimentos a animais de carroceiros,
mapeamento de animais criados em condições de baixo
bem estar, vermifugação dos animais utilizados para a

1
Médica Veterinária.Docente do curso de Medicina Veterinaria da
UNIDOCTUM. E-mail: mvmarcelacangussu@yahoo.com.br
2
Discentes do curso de Medicina Veterinária do UniDoctum.
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equoterapia e pelos carroceiros, informações sobre


calendário de vacinação e medidas educativas sobre
zoonoses e guarda responsável.

Palabras-chave: Bem-estar. Cuidados. Animais.

Abstract
The abandonment of domestic animals poses a problem for
society. This reality results in the presence of animals in urban
centers, causing traffic accidents and enabling the
transmission of zoonoses. In 2018, 1.3% of traffic deaths were
caused by the presence of animals (SINAES, 2018). The Large
Animal Care and Care Project was carried out during 2019 with
the objective of promoting welfare conditions to animals,
abandoned on public roads of Teófilo Otoni and kept in private
environments with poor welfare, through of veterinary
interventions. As well as enabling educational measures on
responsible guarding and zoonoses. The project promoted
several actions in the municipality of Teófilo Otoni, such as:
study groups with production of a technical notebook and
awareness folder, awareness day about traffic
accidents involving animals, assistance to carriages animals,
mapping of animals raised under conditions poor welfare,
deworming of animals used for horse therapy and carriages,
information on vaccination schedule and educational measures
on zoonoses and responsible guarding.
Keywords: well fare, care, animals

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1.Introdução

O abandono de animais domésticos configura um


problema de saúde pública e poucas cidades brasileiras
possuem uma metodologia eficaz que cuide destes
animais e desenvolvam atitudes em prol do controle de
sua população. Essa triste realidade tem como
consequência a presença de animais tais como cavalos,
mulas, vacas, bezerros dentre outros, em centros
urbanos ocasionando inúmeros problemas de
transmissão de zoonoses e provocando acidentes de
trânsito. De acordo com o Ministério dos Transportes, em
2018 1,3% das mortes no transito foram ocasionadas
pela presença de animais errantes (SINAES, 2018).
Assim como agressões envolvendo pessoas ou outros
animais; contaminação ambiental por dejetos, dispersão
de lixo; danos à propriedade pública ou particular.
O controle destas populações representa um
desafio constante para toda a sociedade,
independentemente do grau de desenvolvimento sócio-
econômico. Pois os laços afetivos que caracterizam a
relação do homem com animais, dificultam o processo
que sempre envolve dois atores sociais: o proprietário e
o poder público.
Ao proprietário cabe exercer o direito de manter o
animal sob sua guarda, desde que de maneira
responsável, ou seja, zelando pela sua saúde, pelo
controle reprodutivo e mantendo-o domiciliado. Ao poder
público destinam-se as ações de controle dos animais
que vivem em vias públicas, com vistas à proteção da
saúde pública, porém, com posturas humanitárias em
relação a eles. Tornando assim, um desafio ao poder
público trabalhar na prevenção e no controle animal com
vistas à saúde humana conciliado ao bem-estar dos
animais (CUNHA et. al, 2019).

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Buscando sempre a valorização da vida nas suas


mais diversas formas, o Projeto Acolhimento e Cuidados
com Animais de Grande Porte com base no Art. 32 da Lei
Federal nº 9.605/98 (Crimes Ambientais), e no Art. 164
do Código Penal, que estabelecem penas de detenção e
multa para maus-tratos e abandonos de animais tanto
silvestres quanto domésticos
Contudo, o Projeto Acolhimento e Cuidado com
Animais de Grande Porte pretendeu despertar na
sociedade a importância de cuidar dos animais e retirá-
los das vias públicas, através da realização de
intervenções veterinárias com o intuito de melhorar o
bem estar dos animais, bem como, possibilitar medidas
educativas para conscientizar a população sobre a
guarda responsável e alertar sobre o risco de
transmissão de zoonoses aos envolvidos nos cuidados
com os animais de grande porte, principalmente equinos.
Além de combater os maus tratos em animais de grande
porte diminuir o número de animais soltos nas ruas e
terrenos baldios de Teófilo Otoni e reduzir o número de
acidentes de transito ocasionados por animais. Além
disso, o projeto também objetivou possibilitar o
crescimento pessoal e profissional dos discentes e
sensibilizar os profissionais envolvidos com animais,
sobre o risco de zoonoses como Mormo e Raiva, unindo
assim os múltiplos saberes e promovendo mudanças
sócio cultural e econômicas nos envolvidos.

2.Desenvolvimento

O projeto foi conduzido na cidade de Teófilo Otoni,


visando animais que são marginalizados, criados em
condições de baixo grau de bem estar e que colocam em
risco à saúde da população. Primeiramente, os discentes
foram sensibilizados através de uma palestra conduzida

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pela professora orientadora do projeto, Marcela


Gonçalves Cangussu, que os orientou sobre as condições
dos animais no município e diante das principais
casuísticas foram distribuídos temas para a realização de
grupos de estudo. Dentre eles: vermifugação, cólicas
(sinais clínicos, agentes etiológicos e tratamento),
vermifugação, carrapaticidas (contraindicação em potros
e éguas prenhas), luxações e fraturas mais comuns
(tratamento), problemas de pele (sarnas, tratamento e
sinais clínicos), desidratação (tipo de soro, dose, como
aplicar), protocolo de vacinação. Tais temas foram
apresentados na forma de seminário e em seguida foram
realizados grupos de discussão sobre os temas, com o
intuito de desenvolver nos discentes, senso crítico para
tratamentos futuros. Além disso, junto com a professora
responsável pelo projeto, os discentes fizeram uma lista
de medicamentos necessários para os atendimentos aos
animais. Tais medicamentos foram doados por um
laboratório, cujo a professora Marcela Cangussú é
distribuidora na região.
Em seguida os alunos passaram por um
treinamento prático para aprenderem sobre contenção e
condução do exame clínico dos pacientes. Nesse
treinamento os discentes puderam ter contato com
animais e colocar em prática conteúdos apresentados em
sala de aula.
Diante de uma necessidade emergente, animais
com sarna, zoonose de importância principalmente para
animais que tem contato íntimo com pessoas. Os
discentes prestaram o primeiro atendimento clínico à
equinos utilizados em uma atividade assistida por
animais, equoterapia para crianças com necessidades
especiais, de acordo com a Figura 1. Durante esse
atendimento avaliamos os parâmetros fisiológicos dos
animais, prescrevemos medicamentos e realizamos

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desvermifugação. Bem como, sugerimos um calendário


sanitário.
Os atendimentos seguiram o mesmo padrão para
animais alocados no parque de exposições, utilizados por
um projeto social do município. No entanto, para esses
animais foram prescritos além de vacinas e vermífugos,
também uma dieta com maior teor de proteína e
orientações sobre mudanças na estrutura física para
garantir maior bem estar aos animais.
Com relação a vistoria de animais em vias
públicas, os discentes juntamente com a professora
orientadora do projeto, percorreram vias públicas do
município, onde ao avistar animais, prestaram serviços e
orientações. Bem como forneceram informações com o
intuito de sensibilizar o dono de animais de grande porte,
sobre doenças como Mormo e Raiva, utilizando folders
fornecidos pela parceria firmada com o Instituto Mineiro
de Agropecuária (IMA). Essas informações também
foram transmitidas à policiais e funcionários da prefeitura
que fazem o resgate dos animais. Também foi realizado o
dia Dia da Conscientização sobre a guarda responsável,
com intuito de demonstrar o risco de acidentes ao deixar
animais em vias públicas.
Os atendimentos foram voltados para toda a
população, focando em animais de carroceiros. Haja visto
que tais animais se encontravam em condições de
baixíssimo bem estar. Dessa forma, o atendimento à essa
categoria, teve um foco maior nos humanos envolvidos,
pois foi verificado que os mesmos possuem baixa renda e
vivem em péssimas condições de higiene.
Durante os meses de desenvolvimento do Projeto,
as ações foram abertas também para discentes não
extensionistas, que participaram dos grupos de estudo e
contribuíram para com o projeto. Para finalizar o projeto
e realizar a avaliação, com o intuito de gerar melhorias

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para o mesmo, foi aplicado uma ficha de avaliação aos


discentes, que segue abaixo na Figura 1.

Figura 1. Ficha de Avaliação do Projeto pelos


discentes
Ficha de avaliação para os discentes que participaram do projeto de extensão
Acolhimento e Cuidado com Animais de Grande Porte
1 Quanto tempo você participou do Projeto de Extensão Acolhimento e Cuidado com
Animais de Grande Porte?
2 Você pode definir o que é Extensão?
3 Qual a fonte de informação que você buscou para definir o que é Extensão?
( ) nas disciplinas durante o curso de Medicina Veterinária
( ) durante o projeto de extensão em que participou
( ) no site de busca – Google ( ) outro Qual:
4 Qual a atividade que você teve maior facilidade e maior dificuldade no Projeto de
extensão?
Facilidade:
Dificuldade:
5 Você conseguiu superar a sua dificuldade?
( ) Sim ( ) Não Se sim, como?
6 Sua participação como bolsista e/ou voluntário no projeto de extensão permitiu a
você verificar a relação ensino/pesquisa e extensão?
( ) Sim ( ) Não. Se sim, de que forma?
7 Em que aspecto o projeto de extensão contribuiu para o seu desenvolvimento
acadêmico?
( ) ser autor ou co-autor de publicação
( ) realizar atividades que não são encontradas na grade curricular do curso
( ) desenvolver projeto de extensão
( ) desenvolver projeto de pesquisa
( ) praticar ensino

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( ) Outro Qual?
8 Em que aspecto o projeto de extensão contribuiu para o seu desenvolvimento
pessoal?
( ) ser menos tímido e conseguir falar em público
( ) ter mais iniciativa
( ) saber trabalhar em equipe
( ) ser mais criativo
( ) ter mais segurança
( ) Outro Qual?
9 Como você vê o papel de um projeto de extensão numa instituição de ensino
superior?
( ) é uma obrigação de toda universidade fazer extensão
(....) é uma contribuição da universidade para sociedade
(....) é uma área imprescindível em todo curso
( ) outro Qual:
10 O que você recomendaria para um bom desempenho nas atividades de extensão?
11 Para você, quais foram os pontos fortes do projeto?
12 Para você, quais foram os pontos fracos do projeto?

3.Resultados e Discussão

Sabendo do descaso da administração pública com


animais que vivem em vias públicas, colocando em risco
a saúde de outros animais e humanos, bem como da
importância dos mesmos para a geração de uma saúde
única. O projeto pode contemplar um número
considerável de humanos e animais, beneficiando
também o ambiente e suas correlações. Assim como
apresentado no gráfico 1.

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Gráfico 1. Beneficiado com o Projeto Acolhimento e


Cuidados com Animais de Grande Porte

O projeto beneficiou mais de 370 pessoas, sendo


60 delas beneficadas diretamente pelo projeto, dentre
elas os donos dos animais, as crianças especiais que
fazem equoterapia, os policiais e funcionários da
prefeitura que fazerm a apreensão dos animais em vias
públicas. Além disso, estima-se que mais de 300 pessoas
foram beneficiadas indiretamente pelo projeto
Acolhimento e Cuidado com Animais de Grande Porte,
através do atendimento de animais doentes que
poderiam ser veículos de zoonoses para pessoas sadias e
do recolhimento de animais andarilhos que poderiam
ocasionar acidentes de trânsito.
Acidentes de trânsito envolvendo animais é muito
mais recorrente do que se pode imaginar. De acordo com
o Ministério dos Transportes, em 2018 1,3% das mortes
no transito foram ocasionadas pela presença de animais
errantes (SINAES, 2018).
No ano de 2019 houve uma redução do número de
acidentes envolvendo animais na cidade de Teófilo Otoni,
como mostra o gráfico 2. Acredita-se que o Projeto
acolhimento e cuidado com animais de grande porte

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tenha contribuído para a redução desses acidentes, ao


retirar e cuidar de animais que estariam soltos em vias
públicas.

Gráfico 2. Acidentes de transito envolvendo


animais

Foram mapeados 107 animais sob condições de baixo


grau de bem estar. Dentre esses, prestou-se
atendimento a 35 animais, dentre eles equinos e muares
e 72 animais não conseguimos prestar atendimento,
como apresentado no gráfico 3.

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Gráfico 3. Animais mapeados com baixa condição


de Bem Estar

Alguns animais encontravam-se alimentando de lixo,


presos ao longo de todo o dia, sem acesso a água e
alimento. Situações que infringem as cinco liberdades
necessárias ao bem estar dos animais. Além disso,
muitos animais encontravam-se desnutridos, com alta
carga parasitária, com miíases e expressão de dor.
Contudo não só o bem estar dos animais não estava
sendo respeitado, mas tal situação também coloca em
risco a vida de outras pessoas ou outros animais; gera
risco de contaminação ambiental por dejetos, dispersão
de lixo e danos à propriedade pública ou particular.
Dessa forma, acredita-se que se houver continuidade do
projeto Acolhimento e Cuidado com Animais de Grande
Porte em 2020, um maior número de animais poderá ser
atendidos, beneficiando mais animais, mais pessoas e
contribuindo para o meio ambiente.
Diante do vivenciado, pelos discentes, ao longo dos
meses de condução do Projeto Acolhimento e Cuidado

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com Animais de grande porte, pôde-se observar melhoria


nos aspectos pessoais desses alunos, assim como mostra
o gáfico 4.

Gráfico 4. Aspectos pessoais dos discentes


beneficiados com o Projeto Acolhimento e Cuidado
com Animais de Grande Porte

Dessa forma, foi possível verificar a melhoria da timidez,


da pro atividade, da aquisição e troca de conhecimento,
o aprendizado do trabalho em equipe, maior proximidade
com a comunidade e segurança na condução de
trabalhos, melhoria da criatividade, a ampliação das
experiências pessoais e profissionais, trocas e influencias
culturais, bem como o fortalecimento das relações
interpessoais para todas as partes envolvidas e a
participação efetiva da comunidade e a divulgação dos
trabalhos realizados pela UNIDOCTUM. Demonstrando a
importância deste projeto de extensão para o
desenvolvimento de habilidades e competências de
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grande valia para a formação de médicos veterinários


generalistas, humanistas, críticos e reflexivos.

4.Considerações Finais
Durante meses de aplicação do Projeto Acolhimento e
Cuidado com Animais de Grande Porte no município de
Teófilo Otoni, os discentes passaram a valorizar o
contato mais íntimo com os animais e vivenciar na
prática a atuação do médico veterinário, dando a real
importância tal profissão tem no fornecimento de uma
saúde única. Atuando como fonte de conhecimento,
formação de senso crítico e domínio dos conteúdos
teórico-prático.
A comunidade foi beneficiada através do cuidado
com os animais, evitando assim o contágio de zoonoses
e acidentes de transito. As pessoas diretamente
envolvidas pelo projeto, receberam os cuidados dos seus
animais e informações, de forma prazerosa e transmitiu
satisfação na participação efetiva de todas as atividades
desenvolvidas. Bem como os animais atendidos pelo
projeto, tiveram melhoria significativa nas suas
condições de bem estar, possibilitando aos mesmos
expressarem seus comportamentos naturais e serem
dignos de uma vida de seres sencientes. Os discentes
extensionistas em conjunto com a comunidade e com os
demais discentes envolvidos tiveram a possibilidade de
trocar experiências e conhecimentos, proporcionando
uma maior proximidade com a comunidade, ampliando
experiências pessoais e profissionais, trocas e influências
culturais das partes envolvidas. Concluímos, portanto,
que o projeto obteve resultados positivos, sendo
executado com êxito dentro das expectativas esperadas.
Contudo para alcançar maiores êxitos com relação
ao bem estar dos animais no município de Teófilo Otoni é
necessário atitudes que tenham como foco, resgatar

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princípios éticos e morais, ou seja, mostrar que nós seres


humanos fazemos parte do meio, e que temos como
obrigação viver em equilíbrio com todos os seres vivos.

Referências Bibliográficas

ANDRADE, W. F. Implantação do Centro de Controle de


Zoonoses: um espaço público para o resgate de animais
abandonados. 2011. 59 f. Trabalho de conclusão de curso
(Especialização)- Faculdade de Medicina Veterinária,
Universidade Federal do Paraná, Colombo, 2011.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] Republica


Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. BRASIL.

BRASIL. Lei n.º 9.605, de 13 de fevereiro de 1998. Dispõe


sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras
providencias. Diário oficial da união 13 fev. 1998.RIO DE
JANEIRO. Lei n.º 3350, de 28 de dezembro de 2001.

CUNHA, O. da et al. PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA


PROPRIETÁRIOS DE ANIMAIS DE TRAÇÃO. Curitiba, UFPR.
Disponível em:
http://www.proec.ufpr.br/enec2005/download/pdf/ rev.pdf .
Acesso em: 23 Set. 2019.

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MINAS GERAIS. Disponível em:
http://www.vet.ufmg.br/academicos/cenex/projetos-de-
extensao/projetocarroceiro. Acesso em: 05 Nov. 2019.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO CURITIVA. Resumo


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SILVA, N. G. Proposta de um sistema de gestão ambiental


adaptado a canis municipais. In: VI Congresso Brasileiro de
Gestão Ambiental, 2015, Porto Alegre. Anais...Porto Alegre,
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SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Relatório de


Situação.
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/mg_seg.pdf >
Acesso em 05 de mai. 2018.

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A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO INSTRUMENTO


CULTURAL E SOCIAL

CONTACTING STORIES AS A CULTURAL AND SOCIAL


INSTRUMENT

JAMIRIO FRANCINO DOS SANTOS JUNIOR¹


MATHEUS CARDOSO MENDES²

Resumo
O presente estudo demonstra os aspectos relacionados a
contação de história como pressuposto pedagógico, que
favorece a valorização da infância e da criança, de modo a
suscitar nos diversos espaços a perspectiva da criança como
detentora de direitos, visando assim fomentar uma formação
integral construída através da imaginação, fantasia e
criatividade. Partindo desse viés, a Pedagogia assume o seu
papel transformador com objetivo de oportunizar vivências, no
campo social, compreendendo sua função norteadora de
disseminar cultura e a preposição de uma formação crítica e
humanizada. Sendo assim, busca-se deslumbrar os desafios na
formação de leitores e a Pedagogia Social como preconizadora
de práticas culturais, no que tange a leitura, a cultura e a
infância.

Palavras-chave: Infância. Social. Cultura. Pedagogia Social.

Abstract
The present study demonstrates the aspects related to
storytelling as a pedagogical presupposition, which favors the
valorization of childhood and the child, in order to raise the
perspective of the child as a holder of rights in the various
spaces, in order to foster an integral formation built through
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imagination, fantasy and creativity. Starting from this bias,


pedagogy assumes its transformative role with the objective of
providing opportunities in the social field, understanding its
guiding function of disseminating culture and the preposition of
a critical and humanized formation. Thus, we seek to dazzle
the challenges in the formation of readers and social pedagogy
as a proponent of cultural practices, with regard to reading,
culture and childhood.

Keywords: Childhood. Social. Culture. Social pedagogy.

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INTRODUÇÃO

A infância é um importante termo para a história, e as


concepções voltadas para a criança, uma vez que a
infância pode ser vista como um conceito evolucionário e
histórico, que sempre esteve presente na sociedade,
produzindo diferentes infâncias em nosso contexto social,
político e econômico.

Nesse sentido, em uma visão contemporânea acerca da


infância, a mesma é entendida como uma etapa na vida
do indivíduo, ou seja, marcada por suas peculiaridades,
contextos e características próprias. Seguindo essa
concepção histórica Ariès (1981) define que:

É preciso considerar a infância como


uma condição da criança. O conjunto
das experiências vividas por elas em
diferentes lugares históricos, geográficos
e sociais é muito mais do que uma
representação dos adultos sobre essa
fase da vida. É preciso conhecer as
representações de infância e considerar
as crianças concretas, localizá-las como
produtoras da história (Ariès 1981,
p.30).

Desta forma, ainda na perspectiva de Ariès, a criança em


sua infância é produtora de história, como também de
cultura, de modo que a partir de suas vivencias se
apropria dos contextos próprios de sua época,
representando sua infância de forma concreta e singular,
uma que esses preceitos são demonstrados em suas
atitudes na construção de sua história.

Desta forma, para Kramer (1999) a infância possui suas


especificidades próprias como poder de imaginação,
fantasia e criação. Entendo que “[...] as crianças como
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cidadãs, pessoas que produzem cultura e são nela


produzidas, que possuem um olhar crítico que vira pelo
avesso a ordem das coisas subvertendo essa ordem”
(KRAMER 1999, p. 272).

Neste sentindo, para a fomentação da imaginação,


fantasia e criação apontados por Kramer (1999), torna-
se indispensável a articulação de movimentos que
promovam estas habilidades, de modo que, neste
contexto as práticas pedagógicas são importantes
mediadoras na valorização da percepção de infância,
sendo a literatura um relevante instrumento para a
fomentação das atividades elencas por Kramer (1999),
sendo assim os meios para viabilizar a condição de
infância necessita embasa-se nas vivencias,
conhecimentos prévios, bem como a dinâmica do
contexto cultural de cada criança.

Para tal, a cerca do conceito da Literatura Infantil,


Coelho (2000) aponta que:

[...] a Literatura Infantil é a arte mais


importante das artes, pois sua matéria é
a palavra (o pensamento, as ideias, a
imaginação), exatamente aquilo que
distingue ou define a especificidade do
humano[...]. (COELHO, 2000, p.10)

Desta forma, a premissa inicial a ser destacada é a


concepção de Literatura Infantil como arte, uma que, a
literatura proporciona para a criança o desenvolvimento
de suas perspectivas e características,
consequentemente nas suas atitudes para com a
sociedade em que está inserida e na construção de sua
infância, distinguindo-se das demais por estar elencado
as suas vivencias e experimentações próprias e
singulares, este pressuposto, demostra a especificidade a

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qual cada criança pertence, ou seja, primar pelas


realidades das crianças é viabilizar o acesso à cultura e
as suas múltiplas vivencias em sociedade.

Para tal, através da emoção, do brincar, da imaginação e


da fantasia que a criança aprende e compreende a
realidade, atribuindo-lhe um significado. É o que Bordini
(1985, p. 27-28) afirma, “os textos literários adquirem
no cenário educacional, uma função única, singular:
aliam à informação o prazer do jogo, envolvem razão e
emoções numa atividade integrativa, conquistando o
leitor por inteiro e não apenas na sua esfera cognitiva”.
Essas interações são articuladoras na formação da
criança enquanto em uma perspectiva social, educacional
e familiar.

A Literatura Infantil infere nos diferentes campos da vida


da criança, sendo importante meio de formação,
transformação e experimentação, promovendo assim
comportamentos e atitudes, que compõe a sua infância
experimentada de sua totalidade e singularidade,
obtendo assim características próprias e únicas. Cunha
afirma que:

A Literatura Infantil influi e quer influir


em todos os aspectos da educação do
aluno. Assim, nas três áreas vitais do
homem (atividade, inteligência e
afetividade) em que a educação deve
promover mudanças de comportamento,
a Literatura Infantil tem meios de atuar.
(Cunha 1974, p.45)

Nesse sentido, a Literatura Infantil como prática


pedagógica, visa promover a cultura e os movimentos
sociais dos quais as crianças estão inseridas, sendo de
suma relevância o envolvimento de práticas pedagógicas
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social com ações voltadas para as comunidades dos


educandos, preconizando a promoção e a valorização do
sujeito na sua infância, bem como na sua localidade,
pautando-se na multiculturalidade dos espaços de
vivência.
Nesta mesma perspectiva Freire (1983) aborda que:

Não há educação fora das sociedades


humanas e não há homens no vazio. A
partir das relações dos homens com a
realidade, resultantes de estar com ela e
de estar nela, pelos atos de criação,
recriação e decisão, vai ele dinamizando
o seu mundo. Vai dominando a
realidade. Vai humanizando-a (FREIRE,
1983).

Partindo das reflexões e das inferências propostas por


Freire, é na relação do homem como o mundo, que o
mesmo se humaniza e constrói sua identidade cultural ao
espaço a qual pertence e supera a inércia de apenas
conhecer as vivencias e experiências do outro, e passa a
fazer parte desse processo da construção da dinâmica
cultural. Sendo assim as atividades sociais atreladas as
práticas educacionais são capazes de construir relações
que propiciam no aprendizado e na formação da
consciência crítica de cada criança.

Partindo dessa premissa, a Literatura Infantil está ligada


a promoção de diversas competências do campo social,
imaginário e pedagógico. Sendo este instrumento
pedagógico fortalecido quando suas perspectivas estão
em conjunto com práticas sociais que estejam pautas na
realidade e na esfera social de cada criança, sendo
assim, capaz de estabelecê-lo como indivíduo crítico e
responsável.

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DESENVOLVIMENTO

A LITERATURA INFANTIL UM DIREITO SOCIAL NA


INFÂNCIA

Quando abordado-se sobre a prática da Literatura


Infantil, muito se destaca a contribuição social que está
prática pedagógica tem oferecido para a sociedade, como
também seus benefícios para os educandos, educadores,
famílias e instituições de ensino. No entanto, se faz
necessário entender que a literatura é um direito social
do qual necessita está inserido nas diversas nuances
sociais na qual esteja direta e indiretamente envolvida.
Nesse mesmo sentido Candido (1995) diz que:

[...] o processo que confirma no homem


aqueles traços que reputamos
essenciais, como o exercício da reflexão,
a aquisição do saber, a boa disposição
para com o próximo, o afinamento das
emoções, a capacidade de penetrar nos
problemas da vida, o senso da beleza, a
percepção da complexidade do mundo e
dos seres, o cultivo do amor. A literatura
desenvolve em nós a quota de
humanidade na medida em que nos
torna mais compreensivos e abertos
para a natureza, a sociedade, o
semelhante. (CANDIDO, 1995, p. 180).

Ainda na perspectiva de Candido, a literatura possui um


papel humanizador, devido a sua liberdade de transpor
preceitos, desenvolvendo o conhecimento sobre os
diversos aspectos da vida, “[...] não corrompe nem
edifica, portanto, mas, trazendo livremente em si o que
chamamos o bem e o mal, humaniza no sentido
profundo, porque faz viver” (CANDIDO, 1972, p. 805).
Para tal, o autor elucida que a literatura nas suas
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diversas expressões, é um direito de todas as classes


sociais, tendo elas acesso a esse instrumento, de forma a
ampliar seus conhecimentos acerca do mundo.

Desse modo, a infância é a etapa da vida de um


indivíduo onde é adquirido suas primeiras percepções de
mundo, preceitos, regras, condutas e o senso crítico
social, e a Literatura Infantil é o caminho para o
desenvolvimento de tais percepções de forma
espontânea, clara e livre para a criança. Sendo assim,
indispensável na formação do sujeito social, uma vez
que, as atitudes do educando se refletirá em todos os
ambientes do qual estiver inserida.

Desta forma a experiência literária é fundamental para o


autoconhecimento da criança, como na formação de sua
consciência exterior, atrelados a sua sociedade e o
mundo em que vive. Nesse sentido Cosson afirma que:

A experiência literária não só nos


permite saber da vida por meio da
experiência do outro, como também
vivenciar essa experiência. Ou seja, a
ficção feita palavra na narrativa e a
palavra feita matéria na poesia são
processos formativos tanto da
linguagem quanto do leitor e do escritor.
Uma e outra permitem que se diga o
que não sabemos expressar e nos falam
de maneira mais precisa o que
queremos dizer ao mundo, assim como
nos dizer a nós mesmos. (Cosson, 2011,
p. 17)

Os processos formativos apontados por Cosson, ocorrem


nas diferentes manifestações da linguagem, evidenciando
que a Literatura Infantil possibilita o desenvolvimento
dos educandos devido os textos literários umas das
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formas mais amplamente desenvolvidas da linguagem,


resultando assim no desenvolvimento amplo da criança.

Sendo assim, a literatura se constitui dos diferentes


diálogos, expressos pelo indivíduo, vencendo barreiras
culturais, políticas e sociais. É o que a autora LLosa
dimensiona que:

A literatura [...] diferentemente da


ciência e da técnica, é, foi e continuará
sendo, enquanto existir, um desses
denominadores comuns da experiência
humana, graças ao qual seres vivos se
reconhecem e dialogam, não importa o
quão distintas sejam suas ocupações e
desígnios vitais, as geografias e as
circunstâncias em que existem e,
inclusive, os tempos históricos que
determinam seu horizonte (LLOSA,
1993, p. 380)

Ainda na nessa perspectiva, a literatura se perpassa por


diferentes territórios de tempo e espaço, desse modo,
torna formadora de cultura, ideias, bem como precursor
de ações voltadas para formação do conhecimento na
sociedade.

Todavia, a Literatura Infantil atualmente assume o papel


de condutora de cultura, responsável de alimentar a
imaginação, promover a conscientização social, entre
outros notórios papeis que podem ser atribuídos a este
instrumento social. Partindo deste contexto Zilberman
(2009) afirma que “a leitura não deve ser o resultado
satisfatório do processo de letramento e decodificação de
matéria escrita, mas como atividade propiciadora de
experiência única com o texto literário” (ZILBERMAN,
2009, p. 16). Sendo assim, é necessário transpor as
metodologias da educação bancária, emboindo nas
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práticas de leitura, o senso de pertencimento aos textos


e livros lidos conduzindo o processo em consonância com
as diretrizes de cunho social e transformador a partir da
leitura.

A criança atualmente possui contato com os diversos


temas sociais de forma acessível, devido ao avanço
tecnológico e a alta velocidade que a informação alcança
os indivíduos, desta forma o acesso a tais informações,
dificulta a capacidade socializadora da família e a escola,
pois:

Na sociedade atual, os conteúdos da


socialização primária são transmitidos
com uma carga afetiva diferente da do
passado, e tanto os grupos como as
opções predefinidas às quais uma
criança é exposta tendem a diferenciar-
se, a multiplicar-se e a modificar-se com
uma velocidade sem precedentes.
(TEDESCO, 1995, p. 32).

Portanto, a literatura necessita ir de encontro a estes


indivíduos, de forma que as crianças são sujeitos
formadores de cultura em sua sociedade, tal como o
adulto, satisfazendo-se também da cultura existente em
seu meio. Desta forma é necessário o acesso a literatura,
como forma de construção do conhecimento, interação
social e apropriação de sua cultura.

Visando suprir a escassez cultural de informação


adequada, que conflita na comunidade e na infância da
criança, medidas e metodologias educativas deve ser
tomada, afim de prevenir e tratar as situações de risco e
vulnerabilidade social encontradas. Desta forma a
Pedagogia Social vem com a premissa de atender a estes
aspectos ocorridos na sociedade, afim de ofertar cultura

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e literatura as infâncias prejudicadas ou não atendidas


na sociedade.

A PEDAGOGIA SOCIAL: UM DIÁLOGO COM A


CULTURA E A SOCIEDADE

A educação é o principal meio de desenvolvimento e


formação do ser humano, sendo exercida em todas as
esferas da vida do indivíduo, e em todas as etapas de
sua vida, realizada de forma teórica e prática, dialogando
entre a cultura e a sociedade, ramificando-se para
atender todas as necessidades educacionais existentes.
Nesse mesmo sentido Brandão (2007) afirma que:

A educação existe onde não há escola e


por toda parte pode haver redes e
estruturas sociais de transferência de
saber de uma geração a outra, onde
ainda não foi sequer criado a sombra de
algum modelo de ensino formal e
centralizado. Porque a educação
aprende com o homem a continuar o
trabalho da vida. (BRANDÃO, 2007, p.
35)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Nº


9.394 1996, 20 de dezembro, aponta no seu Art. 1º “A
Educação abrange os processos formativos que se
desenvolve na vida familiar, na convivência humana, nos
movimentos sociais e organização da sociedade civil e
nas manifestações culturais”. De acordo com a LDB as
práticas pedagógicas são fundamentais para o
desenvolvimento da sociedade, família e cultura do
indivíduo e sua comunidade. Desta forma, esse diálogo é
estabelecido pela Pedagogia Social como também pelas
suas metodologias que valorizam e se desenvolvem em
todas as esferas sociais.

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Desta forma, a Pedagogia Social é uma ciência articulada


para promover ações de intervenção estruturada em sua
base de conhecimento e práticas, uma vez que se atrela
aos pressupostos teórico-metodológicos da educação
social. Tendo a ação sociopedagógica sua técnica de
trabalho. Voltada para as necessidades dos indivíduos e
grupos não privilegiados, Caliman aponta que a
Pedagogia Social é:

Uma ciência, normativa, descritiva, que


orienta a prática sociopedagógica
voltada para indivíduos ou grupos, que
precisam de apoio e ajuda em suas
necessidades, ajudando-os a
administrarem seus riscos através da
produção de tecnologias e metodologias
socioeducativas e do suporte de
estruturas institucionais (CALIMAN,
2010, p. 352).

Para Caliman (2010), as concepções de Pedagogia Social


são diversas, mas no Brasil ela é estudada como uma
ciência crítica e emancipadora do indivíduo, ocupando-se
em particular na educação social, que estabelece análises
das condições de desigualdades sociais existentes,
propondo meios de superar as vulnerabilidades
encontradas na sociedade, tendo o enfoque na
dispensação da educação.

Nesse sentido, as práticas e metodologias pedagógicas


são os meios de propiciar a igualdade e a equidade,
cultura de uma sociedade. Para tal, abordar, como
também praticar as metodologias da Pedagogia Social, é
estabelecer atitudes que buscam confrontar
características marcantes na sociedade brasileira como:
pobreza, preconceitos, segregação e desigualdade social,
discriminação ética, política e racial, e a violência e
criminalidade que alcança crianças e jovens de todo país.
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Diante dessas características, a Pedagogia Social busca a


obtenção de meios para reverter estas características, e
caminha na reflexão de ações que fomentem a
transformação, ou seja, agentes sociais de mudança, um
trabalho vinculado a família, comunidade e a sociedade.

Para Pérez (1999) a educação social é:

Um conjunto fundamentado e
sistematizado de práticas educativas não
convencionais realizadas
preferencialmente _ ainda que não
exclusivamente _ no âmbito da
educação não formal, orientadas para
desenvolvimento adequado e
competente dos indivíduos, assim como
para dar respostas a seus problemas e
necessidades sociais. (PÉREZ, 1999
apud GOHN, 2010, p. 26).

Dessa forma, propiciar esta educação para grupos sociais


menos favorecidos, pode ser um fator decisivo na
manutenção e na oferta da cultura de modo democrático.
Nessa perspectiva, as novas demandas sociais emergem-
se da urgência do desenvolvimento adequado de práticas
culturais e Pedagogias nos diversos âmbitos da
sociedade.

Nesse viés de discussão, a Pedagogia Social é o meio do


qual pode-se transformar realidades sociais por meio da
educação, confrontando pedagogicamente as aflições e
mazelas sociais na teoria e na prática. Sendo assim, a
leitura e a preposição da literatura infantil como recurso
cultural, tem auxiliado nessa perspectiva da
democratização do acesso à cultura, educação e a
infância como esferas propulsoras do conhecimento e
ações insersoras para o mundo social das crianças.

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LEITURA, CULTURA E PEDAGOGIA: O DESAFIO DE


FORMAR LEITORES NA ATUALIDADE

A Pedagogia se objetiva na formação de educadores


habilitados para lecionar, e formar cidadãos críticos e
conscientes de suas atitudes na sociedade em que vive.
É o que aborda as novas Diretrizes Curriculares Nacionais
(BRASIL, 2005), que para além disso tem se direcionado
a valorização de minorias e os direitos básicos,
denominando que:

Enfatiza-se ainda que grande parte dos


Cursos de Pedagogia hoje, tem como
objetivo central à formação de
profissionais capazes de exercer a
docência na Educação Infantil, nos anos
iniciais do ensino Fundamental, nas
disciplinas pedagógicas para a formação
de professores, assim como para a
participação no planejamento, gestão e
avaliação de estabelecimentos de
ensino, de sistemas educativos
escolares, bem como organização e
desenvolvimento de programas não-
escolares. Os movimentos sociais
também têm insistido em demonstrar a
existência de uma demanda ainda pouco
atendida, no sentido de que os
estudantes de Pedagogia sejam também
formados para garantir a educação, com
vistas à inclusão plena dos segmentos
historicamente excluídos dos direitos
sociais, culturais, econômicos e
políticos.(BRASIL, 2005, P.45)

A partir das inferências apresentadas pelas as Diretrizes,


constata-se que a Pedagogia exerce um relevante papel
na condução de movimentos sociais, fomentando de
maneira indispensável a estrutura social a qual estamos
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inseridos no que tange nestes pressupostos a cultura, a


leitura de mundo e a inter-relação do sujeito no meio
que está inserido. Pois, a cultura se descreve pela
manifestação da hominização, dos diferentes hábitos,
conceitos e costumes. Nesta mesma narrativa Vieira
Pinto (1985), aborda o conceito de cultura como um
processo evolutivo.

A cultura é, por conseguinte, coetânea


do processo de hominização, não tem
data de nascimento definida nem forma
distintiva inicial. A criação da cultura e a
criação do ser humano são na verdade
duas faces de um só processo, que
passa de principalmente orgânico na
primeira fase a principalmente social na
segunda, sem, contudo, em qualquer
momento deixarem de estar presentes
os dois aspectos e de se condicionarem
reciprocamente (VIEIRA PINTO, 1985,
p.122).

Nesta perspectiva, a cultura perpassa de séculos em


séculos, evoluindo com ela as artes, historias e a leitura.
Pois, “Ler será, portanto, fazer emergir a biblioteca
vivida, quer dizer, a memória de leituras anteriores e de
dados culturais” (GOULEMOT. In: CHARTIER (Org.),
1996, p.113). Desta forma, o contato com a leitura,
promove a cultura, e o contato com outras.

Ainda parar Chartier (1996) “Cada leitor, a partir de suas


próprias referências, individuais ou sociais, históricas ou
existenciais, dá um sentido mais ou menos singular, mais
ou menos partilhado, aos textos de que se apropria”
(CHARTIER, 1996, p. 20). Em consonância com o autor,
as práticas educacionais em grupos sociais minoritários
promovidas pela Pedagogia, são meios que promovem o
contato com a leitura e consequentemente com outras
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culturas, fomentando assim na transformação do


indivíduo e na criação de cultura.

Desta forma, o ato de adquirir a capacidade de ler,


significa sobretudo a condição de compreender um
mundo que vai se mostrando cada vez maior e mais
surpreendente, formando assim leitores que adquiram o
habito de ler. Entretanto, alguns desafios ocorrem na
formação destes leitores.

A curiosidade e o interesse pela leitura, não só motiva


para ler, como para entender os textos, mas fazer a
leitura das múltiplas realidades do mundo, imergindo nos
múltiplos contextos, uma vez que, Paulo Freire reflete
que “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”,
(FREIRE, 1988). Nesta perspectiva as relações e
inferências construídas pela criança, perpassam suas
vivencias no seu meio social e ressignificadas quando
lhes são atribuídas ao processo de leitura, de modo que,
quanto mais próximo a realidade do educando, maior
será o entendimento da linguagem do texto, devido as
semelhanças percebidas pelo leitor. É o que aborda
Bordini e Aguiar (1983):

O indivíduo busca, no ato de ler, a


satisfação de uma necessidade de
caráter informativo ou recreativo, que é
condicionada por uma série de fatores:
os alunos são sujeitos diferenciados que
têm, portanto, interesse de leitura
variada. As pesquisas que se empenham
em delinear um quadro dos interesses
de leitura das crianças e jovens têm em
conta, como elementos determinantes, a
idade, a escolaridade, o sexo e o nível
sócio-econômico. (BORDINI; AGUIAR,
1993. p. 19).

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Outro desafio encontrado é a falta de bibliotecas, livros e


salas de leituras em escolas e espaços sociais,
diminuindo assim o contato com a leitura, diminuindo
consequentemente o interesse pela leitura, a oferta de
livros desse ser pautada na diversidade, ou seja,
contemplando as múltiplas histórias de modo a favorecer
a identificação dos sujeitos, nos mais plurais contextos
representados. Uma vez que, a menor oferta dessa
diversidade dos textos, histórias infantis, relatos,
recontos de histórias selecionados pelos pedagogos,
conflitando assim com a diferentes representações
sociais dos educandos, uma vez que a vivência de
mundo, experiência como leitor ou gosto deles, são
individuais para cada criança, com isso Bordini e Aguiar
apontam que:

Numa sociedade desigual, os problemas


de leitura se diversificam conforme as
características de classe. As soluções
passíveis se orientam para o pluralismo
cultural, ou seja, a oferta de textos
vários, que dêem conta das diferentes
representações sociais. (1993, p. 13)

A sociedade, e o educador são mediadores do


conhecimento e de práticas que promovem a formação
de leitores, para tal essas práticas precisão se alinhar
com a necessidade real de cada aluno, possuindo assim
uma didática que atenda os diferentes educandos,
engajando-os para uma leitura significativa e prazerosa.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
(2008):

“Processo de ensino-aprendizagem, é
importante ter claro que quanto maior o
contato com a linguagem, nas diferentes
esferas sociais, mais possibilidades se
têm de entender o texto, seus sentidos,
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suas intenções e visões de mundo. ”


(DCEs 2008, p. 55)

Por fim, a literatura é o meio de vivenciar, experimentar


e construir laços com a cultura, imaginação e o
conhecimento, sendo assim um direito social inalienável
de todos os indivíduos, e para que esse direito se efetive
a Pedagogia Social, aliadas as suas práticas e
metodologias disseminam o conhecimento e a leitura,
afim de forma leitores, que compreendem o seu papel na
sociedade em que vive, de forma crítica e consciente.

AGRADECIMENTOS

A construção deste trabalho é resultado de uma ação


extensionista executada pelo curso de Pedagogia do
centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni. Externamos
nossos agradecimentos à equipe gestora e acadêmica
desta renomada intuição de ensino, que não mediu
esforços para a elaboração deste projeto da extensão,
gerenciando todos os aspectos burocráticos para a
realização sistemática dessa ação. Este artigo é fruto
coletivo do resultado de equipe.

Os caminhos educacionais perpassam e cruzam por


diversas cearas, em uma delas tivemos a bela
oportunidade de ganhar um grande parceiro para o
norteamento das ações extensionistas do curso de
Pedagogia, que com amorosidade e competência vem
trilhando suas contribuições no campo social, através
destas experiências pedagógicas, gratidão a Matheus
Cardoso Mendes por todo seu apoio as ações vinculadas
a este trabalho. A Keytiane Moura nossa incansável
coordenadora de extensão que vem desbravando os
caminhos extensionistas em nossa região, e não mediu
esforços para realização das múltiplas vivências dos
projetos, como muito afeto, carinho e competência.
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Agradecemos as alunas do projeto de extensão da


Pedagogia Hospitalar que doaram seu tempo, amor pela
educação, nas ações realizadas neste semestre. Um
abraço pedagógico para Bruna, Roberta, Dayane,
Ithayline, Mara, Milene e Tayna pelas construções
proporcionados por este projeto. Aos apoiadores desse
projeto: Amanda Medeiro, Phaolla Caroline, Diana, Gisele
Das Graças pela dedicação, amizade e compromisso com
a cultura, a sociedade e o desenvolvimento de ações tão
pertinentes para nossa região.

Este artigo é dedicado a todos os educadores do Brasil,


que se comprometem com a oferta de educação de
qualidade, democrática e social. Compreendendo seus
educandos como sujeitos históricos e aprendentes, que
na sua prática apresentam para estes educandos a
leitura de mundo, a valorização de cada sujeito na sua
particularidade. Enfim, este texto é para todos aqueles
que educam com amor e que acreditam que a educação
é o caminho para a transformação de uma sociedade.

Referências

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Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

NUTRICÃO: PROTEÇÃO E RESPEITO AO ANIMAL

NUTRICÃO: ANIMAL PROTECTION AND RESPECT

Pâmela Alves Mariano1


Jordana Esteves Souza1
Isvânova Reinaldo Guimarães2
Kênnia Ferreira Gomes2
Joana Soriano Rodrigues2
Larissa Santos de Barbuda2
Larissa Kretli Winkelstroter3

Resumo
O objetivo do presente trabalho é apresentar o projeto de
extensão do Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni
intitulado “NutriCão: Nutrindo com Amor”, bem como a
metodologia e os resultados obtidos. O projeto foi
desenvolvido no segundo semestre do ano de 2019, na cidade
de Teófilo Otoni. Os objetivos principais do projeto NutriCão
eram a conscientização da população da cidade em relação ao
abandono e maus tratos aos animais, bem como oferecer uma
alimentação adequada e nutritiva aos animais abandonados.
Para atingir estes objetivos, os discentes do curso de medicina
veterinária e a docente responsável elaboraram um panfleto
informativo a serem distribuídos nas principais ruas da cidade
em momentos de conversa com a população. Para oferecer
alimentação de qualidade aos animais, foram utilizados
comedouros e bebedouros produzidos com canos de PVC,
instalados em ruas de grande trânsito de animais não
domiciliados.

1
Discente do 4º período do Curso de Medicina Veterinária das Faculdades
Unificadas de Teófilo Otoni.
2
Discente do 2º período do Curso de Medicina Veterinária das Faculdades
Unificadas de Teófilo Otoni.
3
Professora Doutora do Curso de Medicina Veterinária das Faculdades
Unificadas de Teófilo Otoni, larissakretli@yahoo.com.br
ISSN 2596-2310 75
Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

Palavras-chave: Nutrição animal. Bem-estar animal. Maus-


tratos animal. posse responsável. Conscientização.

Abstract
The aim of this paper is to present the extension project of the
Doctum University Center of Teófilo Otoni entitled "NutriCão:
Feeding with Love", as well as the methodology and results
obtained. The project was developed in the second semester of
2019, in the city of Teófilo Otoni. The main objectives of the
NutriCão project were to raise the city's population's
awareness of animal abandonment and abuse, as well as to
provide adequate and nutritious food for abandoned animals.
To achieve these goals, veterinary medicine students and the
teacher in charge prepared an informative pamphlet to be
distributed on the main streets of the city in moments of
conversation with the population. In order to provide quality
feed to the animals, feeders and drinkers produced with PVC
pipes were used, installed in streets with lots of non-domiciled
animals.
Keywords: animal nutrition; animal welfare; animal abuse;
responsible ownership; awareness.

ISSN 2596-2310 76
Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

Introdução
A relação do ser humano com os animais sempre foi
regida pela noção de domínio, pelo fato do homem ser
acostumado à ideia de legitimidade da exploração dos
animais e da natureza (DIAS, 2007). Os animais são
vistos, de forma geral, como seres subjugados pelo
homem e à mercê de seus caprichos e vontades. Sob
diferentes nuances e perspectivas na sociedade atual, os
animais podem ser vistos como monstros ou mitos, anjos
ou demônios, amigos ou escravos.
Nos últimos anos, a sociedade vem passando por
grandes mudanças em sua conformação, fazendo com
que haja redução do tamanho das famílias e,
consequentemente, o aumento da aquisição de cães e
gatos em busca de afetividade (SILVA et al., 2010). Ao
mesmo tempo, a maioria dos municípios brasileiros vêm
enfrentando problemas relacionados à proliferação de
animais não domiciliados ocasionados pelos baixos níveis
educacionais, a carência de saneamento e o baixo poder
aquisitivo. A adoção de animais é uma importante
estratégia utilizada para diminuir a densidade
populacional de animais não domiciliados (MOUTINHO et
al., 2019).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),
no Brasil temos pelo menos 30 milhões de animais
abandonados, divididos em 20 milhões de cachorros e 10
milhões de gatos [BRADESPIN, 2019]. Esse problema é
uma questão de saúde pública e está presente em
diversas regiões do nosso país. Na atualidade, o controle
populacional se faz necessário por questões relacionadas
à saúde coletiva, ao bem-estar animal e à ordem urbana.
A grande quantidade de cães soltos nas ruas pode
provocar acidentes de trânsito, destruição dos
patrimônios público e privado, maus-tratos contra estes
animais, doenças transmissíveis e agressões a pessoas
(REICHMANN et al., 2009).
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A Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais)


considera o abandono de animais como uma forma de
agressão. Em seu artigo 32, ela prevê detenção de 3
meses a 1 ano e multa para quem pratica atos de abuso
ou maus-tratos, fere ou mutila animais (BRASIL, 2019).
Iniciativas com o intuito de promover a conscientização
sobre maus-tratos e o incentivo à adoção de animais
estão em expansão.
Sendo assim, o objetivo do presente trabalho é
apresentar o projeto de extensão do Centro Universitário
Doctum de Teófilo Otoni intitulado “NutriCão: Nutrindo
com Amor”, bem como a metodologia e os resultados
obtidos.

2.Desenvolvimento

O projeto foi desenvolvido no segundo semestre do ano


de 2019, na cidade de Teófilo Otoni. Os objetivos
principais do projeto NutriCão eram a conscientização da
população da cidade em relação ao abandono e maus
tratos aos animais, bem como oferecer uma alimentação
adequada e nutritiva aos animais abandonados.

Para atingir estes objetivos, os discentes do curso de


medicina veterinária e a docente responsável elaboraram
um panfleto informativo (figura 1) a serem distribuídos
nas principais ruas da cidade em momentos de conversa
com a população. Para oferecer alimentação de qualidade
aos animais, foram utilizados comedouros e bebedouros
produzidos com canos de PVC (policloreto de polivinila)
(figura 2), instalados em ruas de grande trânsito de
animais não domiciliados.

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Figura 1 – Panfletos distribuídos pela cidade de Teófilo


Otoni

Fonte: Elaborado por Larissa Kretli Winkelstroter

Figura 2 – Construção dos bebedouros e comedouros,


passo-a
passo.

Fonte: Elaborado por Larissa Kretli Winkelstroter

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Os panfletos informativos foram distribuídos em ações na


região central da cidade. Foram mais de mil pessoas
abordadas (Figura 3), além de receberem os panfletos,
os integrantes do projeto conversaram com a população
sobre os maus tratos e abandono dos animais. Grande
parte da população não tinha conhecimento a respeito da
Lei nº 9.605/98, que pune as ações nocivas aos
animais. Entretanto, mesmo desconhecendo a legislação
em vigência, houve muito interesse em colaborar com as
ações do projeto.

Figura 3 – Ação no centro de Teófilo Otoni para


conscientização da população em relação aos maus-
tratos e abandono animal

Fonte: Elaborado por Larissa Kretli Winkelstroter

Os maus tratos e abandono de animais é frequente no


Brasil, acarretando uma série de consequências
decorrentes da sua presença em locais públicos, sem
qualquer tipo de supervisão, restrição e cuidados
veterinários. Além disso, o abandono de animais é
considerado uma ameaça potencial nas áreas de saúde
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pública (devido às zoonoses), social (desconforto com


relação ao comportamento animal), ecológico
(principalmente, no que se refere ao impacto ambiental)
e econômico (custos com a estratégia de controle
populacional) (ALVES et al., 2013).
Os impactos do abandono no bem-estar animal também
são de especial relevância. A situação mais frequente
caracteriza-se por condições de saúde física e mental
deficientes, agravadas pela maior suscetibilidade a
estados de sofrimento e exposição a maus tratos
(CAETANO, 2019).

Para fornecer alimentação de qualidade aos animais não


domiciliados, foram instalados comedouros e bebedouros
em ruas de diferentes bairros da cidade de Teófilo Otoni
(Figura 4). Para que esses animais abandonados sejam
adotados com maior facilidade, é necessário que estejam
em plena saúde. Um dos fatores primordiais para que
isso aconteça é a nutrição. Uma alimentação adequada,
além de ser um direito de qualquer animal, faz com que
estes se mantenham saudáveis. Ademais, animais bem
nutridos têm melhor recuperação em cirurgias, como a
de castração, e têm o sistema imunológico mais
competente, adquirindo menos doenças.

Figura 4 – Comedouros e bebedouros instalados nas


ruas de Teófilo Otoni

Fonte: Elaborado por Larissa Kretli Winkelstroter

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O acesso à informação é de grande importância para o


desenvolvimento social da população. Ainda são poucas
as pessoas que têm acesso à estudo e informação de
qualidade, se tornando essencial àqueles que o tem,
repassar ao próximo.

Em respeito aos animais abandonados, cuidados gerais


devem ser prestados pelos humanos, como nutrição,
sanidade e bem-estar, para que estes tenham qualidade
de vida.

Agradecimentos
Agradecemos aos patrocinadores dos comedouros por
viabilizarem parte do projeto. Agradecemos, em especial,
à querida Maria Coman (in memorian), membro deste
projeto e que tão cedo nos deixou, por todo empenho e
dedicação.

Referências

SILVA, Ana Julia et al. Abandono de cães na América Latina:


revisão de literatura. Revista de Educação Continuada em
Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 2,
p. 34-41, 2013.
BRANDESPIN, Daniel. Friguglietti. Posse responsável e bem-
estar animal. I Encontro de Bioética e Bem-Estar Animal
do Agreste Meridional Pernambucano, p.1-3, 2006.
Brasil. Lei 9605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
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condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras


providências. Publicada no Diário Oficial da União em
13/02/1998.
CAETANO, Rafael. Bem-estar animal e posse responsável no
contexto da sociedade brasileira. Serviço Social-Pedra
Branca, 2019.
DIAS, Edna Cardozo. A defesa dos animais e as conquistas
legislativas do movimento de proteção animal no
Brasil. Revista Brasileira de Direito Animal, v. 2, n. 2,
2007.
MOUTINHO, Flavio Fernando Batista; SERRA, Cathia Maria
Barrientos; VALENTE, Luiza Carneiro Mareti. Situação Pós-
Adoção dos Animais Adotados Junto a uma ONG de Proteção
Animal no Estado do Rio de Janeiro. Ciência Animal
Brasileira, v. 20, p. 1-14, 2019.
REICHMANN, Maria de Lourdes Aguiar Bonadia. Controle de
populaçôes de animais de estimaçó. 2000.
SILVA, M. H. et al. Caracterização demográfica e
epidemiológica de cães e gatos domiciliados em Barbacena,
MG. Arq. bras. med. vet. zootec, p. 1002-1006, 2010.
VIEIRA, Adriana Maria Lopes et al. Programa de controle de
populações de cães e gatos do estado de São Paulo.
In: Programa de controle de populações de cães e gatos
do Estado de São Paulo. 2006.

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OS DESAFIOS NA NOTIFICAÇÃO DA VIOLÊNCIA DE


GÊNERO CONTRA AS MULHERES NA DELEGACIA
ESPECIALIZADA DE ATENDIMENTO ÀS MULHERES

CHALLENGES IN REPORTING GENDER-BASED VIOLENCE


AGAINST WOMEN AT THE SPECIALIZED WOMEN'S POLICE
STATION

Kely Prata Silva1


Mírian Coelho Serra2

Resumo
A violência de gênero contra as mulheres foi incorporada nas
políticas públicas brasileiras na década de 80, mas ainda
carece de visibilidade nas formas como é dimensionada e
enfrentada pelos profissionais de segurança pública das
Delegacias Especializadas no Atendimento às Mulheres -
DEAMs. Este relato de experiencia descreve os desafios
enfrentados por esses profissionais no atendimento e
notificação adequados da violência de gênero contra mulheres
na DEAM do município de Teófilo Otoni/MG. As publicações
governamentais oferecem subsídios para operacionalização e
orientações aos serviços de segurança pública para a oferta da
atenção integral e humanizada às mulheres em situação de
violência. Contudo, a produção científica consultada e as
atividades extensionistas realizadas mostram que esse
processo se apresenta como um desafio, sendo imprescindível
delinear estratégias para que os impasses encontrados na
organização e operacionalização dos atendimentos e da
notificação deste tipo de violência sejam superados no âmbito
da segurança pública.

1
Docente do Curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário
Doctum de Teófilo Otoni
2
Docente do Curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário
Doctum de Teófilo Otoni
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Palavras-chave: Atenção integral e humanizada. Delegacias


Especializadas. Notificação. Segurança Pública. Violência de
gênero contra as mulheres.

Abstract
Gender violence against women was incorporated into Brazilian
public policies in the 1980s, but it still lacks visibility in the
ways in which it is scaled and dealt with by public safety
professionals from DEAMs. This experience report describes
the challenges faced by these professionals in the proper
attendance and notification of gender violence against women
in the DEAM of the municipality of Teófilo Otoni / MG.
Government publications provide operating grants and
guidance to public security services to provide comprehensive
and humanized care to women in situations of violence.
However, the scientific production consulted and the extension
activities carried out show that this process presents itself as a
challenge, and it is essential to outline strategies so that the
impasses found in the organization and operationalization of
care and notification of this type of violence are overcome
within the scope of public security. .

Keywords: Comprehensive and humanized care. Specialized


Precincts. Notification. Public security. Gender violence against
women.

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1.INTRODUÇÃO

A violência de gênero contra as mulheres é uma das


manifestações da violência mais persistentes ao longo
da história, atingindo mulheres em todos os espaços
socioculturais. Este tipo de violência produz
vulnerabilidades biopsicossociais, afetando a saúde e
a qualidade de vida das mulheres em todas as fases
de desenvolvimento e formas de expressão de
gênero, e culmina num índice crescente de
feminicídios.
Embora importantes iniciativas governamentais
tenham sido tomadas no campo legislativo e
assistencial para o enfrentamento deste tipo de
violência, a gestão da informação sobre a notificação
e o registro dos casos nas organizações públicas, no
Brasil, ainda parece insuficiente para expressar a
diversidade de situações desta natureza apresentadas
em todo território nacional e para promover ações
efetivas na prevenção, assistência e erradicação desta
problemática. A notificação dos casos de violência
contra a mulher carece de efetividade pela pequena
fração enumerada de ocorrências registradas mesmo
diante da obrigatoriedade, sendo necessário
compreender os motivos pelos quais há dificuldades
tanto para os profissionais informarem quanto para
expressarem respostas adequadas diante destas
situações de violência, seja no âmbito da saúde,
assistência social, segurança pública e/ou justiça.
Este artigo constitui-se como um relato de
experiência de extensão do curso de Psicologia do
Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni realizada
na Delegacia Especializada de Atendimento às
Mulheres neste município. Buscou-se descrever os
aspectos que perpassam a obtenção de dados e a

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Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

produção de informações adequadas sobre a violência


de gênero contra as mulheres no sistema de
segurança pública e, desse modo, fundamentar
propostas de práticas qualificadas de atendimento às
mulheres em situação de violência e subsidiar o
delineamento de estratégias de formação continuada
que possam favorecer a superação dos desafios
encontrados na notificação dos casos deste tipo de
violência.

2. A VIOLÊNCIA DE GÊNERO CONTRA AS MULHERES


NAS POLÍTICAS E NO SISTEMA DE SEGURANÇA
PÚBLICA NO BRASIL

No Brasil, na década de 80, o movimento feminista


denunciou as várias formas de agressões contra as
mulheres e criou condições para que as questões
femininas tivessem visibilidade, principalmente no
âmbito jurídico e socioassistencial, pioneiros na
elaboração de políticas públicas1 de atendimento,
conscientização e proteção às mulheres em situação
de violência (ALCANTARA, 2016; APPEL, 2016; LIMA
et al, 2016).
A violência de gênero contra as mulheres remete a
“qualquer ação ou conduta, baseado no gênero,
inclusive decorrente de discriminação e desigualdade
étnica, que cause morte, dano ou sofrimento físico,
sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito
público quanto privado” (BRASIL, 2006). Nesse

1
Entende-se por políticas públicas as respostas do Estado, por meio de
diretrizes, medidas e procedimentos, a problemas que emergem na sociedade e
são considerados de interesse público. As políticas públicas de saúde, por sua
vez, atendem as necessidades específicas de saúde da população e estão
centradas na promoção, proteção e reabilitação das condições de saúde
individual e coletivamente (SOUZA; SANTANA; MARTINS, 2018).
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sentido, considera-se como situações de violência de


gênero contra as mulheres os atos de violência física,
psicológica, sexual, moral e/ou patrimonial, por
companheiro(as), familiares e conhecidos, em
ambiente domiciliar e familiar; os atos de violação,
abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres,
prostituição forçada, sequestro e assédio sexual por
qualquer pessoa em ambiente comunitário, social,
institucional ou laboral; e qualquer ato de violência
perpetrado ou tolerado pelo Estado ou seus agentes,
onde quer que ocorra (violência institucional).
Cabe reiterar que o termo gênero ultrapassa a
perspectiva biológica/biomédica e está centrado nas
condições históricas, socioculturais e político-
econômicas em que se relacionam mulheres e
homens nas sociedades. Adotá-lo significa reconhecer
que os processos de subordinação, violação e
violência contra as mulheres ocorrem de modo
irrestrito em todas as sociedades, em todas as
culturas, etnias, classes sociais e níveis de
desenvolvimento político-econômico; em qualquer
ambiente (público ou privado; urbano, no campo, nas
florestas e nas águas); em todos os tipos de relações
humanas (familiares, comunitárias, sociais e de
trabalho); em qualquer etapa do desenvolvimento
humano (infância, adolescência, vida adulta e
senescência), expressão de gênero (mulheres
cisgêneras, travestis e transgêneras), orientação
sexual (hetero, homo, bi, assexuais ou pansexuais)
e/ou condição de vida (mulheres com deficiências,
transtornos mentais, que vivem na rua, etc). Estes
parâmetros se entrelaçam de forma cada vez mais
complexa e interseccional na compreensão do que
promove o aumento dos índices de feminicídio e
demais violências de gênero contra as mulheres nas
sociedades contemporâneas (BANDEIRA, 2005;
BANDEIRA, 2014; CAMPOS; ALMEIDA, 2017;
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CAPANO; MACEDO, 2016; GREGOLI; SILVA; RIBEIRO,


2018; LIMA et al, 2016; MENEGHEL; PORTELLA,
2017; SOUZA, SANTANA, MARTINS, 2018).
A inserção da violência de gênero na pauta das
Políticas Públicas favoreceu estudos sobre as
repercussões deste tipo de violência na qualidade de
vida individual e coletiva de mulheres e homens, pois
essa experiência é diferenciada na forma, na
intensidade, na frequência, nos contextos, nos
significados e nas consequências vividas por mulheres
e homens. Ir além dos binômios: homem-agressor,
mulher-vítima, biológico-sociocultural, privado-
público, no delineamento de Políticas Públicas é
superar a naturalização da agressividade como um
atributo masculino e da fragilidade e submissão como
características femininas, pois essa perspectiva tem
impactos negativos nas condições de vida de
mulheres e homens como indicam Souza, Santana e
Martins (2018).
O enfrentamento da violência de gênero não trata de
contrapor homens e mulheres e sim compreender que
ambos são atores na situação de violência por
participarem da mesma estrutura sociocultural. Nem
tão pouco, trata-se de dirigir cuidado à mulher em
situação de violência em detrimento do homem
envolvido na mesma situação; nem de converter
gênero em mero aporte teórico sem que se efetive
nas práticas biopsicossociais (BANDEIRA, 2014;
MACAHADO, 2002; BANDEIRA, 2005). A adoção do
aporte teórico sobre gênero diz da necessidade de
aprimoramento das práticas e políticas específicas de
enfrentamento e prevenção no sentido de reduzir e
amenizar as repercussões da violência contra as
mulheres. E, também, erradicar sua ocorrência,
garantindo a equidade e a dignidade humana integral
e universalmente.
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As medidas de enfrentamento à violência de gênero


contra as mulheres são consolidadas como um eixo
intersetorial e prioritário no campo das Políticas
Públicas nos Planos Nacionais de Políticas para
Mulheres (CAVALCANTI; OLIVEIRA, 2017; SOUZA;
SANTANA; MARTINS, 2018). Nestes planos, a
inserção dos conceitos de intersetorialidade1 e
transversalidade de gênero2 favoreceu o
delineamento de medidas que efetivassem a
prevenção, a assistência, a garantia de direitos
femininos e o enfrentamento da violência de gênero
contra as mulheres articulando os serviços
municipais, estaduais e nacionais de modo a
potencializar os recursos e os resultados e possibilitar
o atendimento integral às mulheres.
Por isso, torna-se relevante o levantamento de dados
sobre as políticas de atendimento às mulheres em
situação de violência contra as mulheres. Além do
mapeamento das circunstâncias delineadoras deste
tipo de violência, estes dados também fomentam a
criação e o aperfeiçoamento de normas e padrões de
atendimento às situações de violência de gênero, o
apoio a projetos educativos e culturais de prevenção
à violência, a ampliação do acesso das mulheres e
dos homens envolvidos em situações de violência de
gênero à saúde, e o incentivo à constituição de redes

1
O trabalho intersetorial corresponde à atuação articulada entre as instituições e
serviços governamentais, não governamentais e a comunidade para o desenvolvimento
de estratégias efetivas de prevenção e de políticas que garantam o empoderamento das
populações, a afirmação e a defesa dos direitos humanos e fundamentais, e a assistência
qualificada às mulheres em situação de vulnerabilidades (BRASIL, 2011).

2 A adoção da noção de transversalidade de gênero nas políticas públicas implica


“elaborar uma matriz que permita orientar uma nova visão de competências (políticas,
institucionais e administrativas) e uma responsabilização dos agentes públicos em
relação à superação das assimetrias de gênero, nas e entre as distintas esferas do
governo” (BANDEIRA, 2005, p.5). Consiste na materialização de políticas de promoção
da igualdade e equidade para as mulheres em todos os níveis e setores.
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intersetoriais de serviços (GREGOLI; SILVA;RIBEIRO,


2018); OBSERVATÓRIODA MULHER CONTRA A
VIOLÊNCIA, 2016).
No âmbito da segurança pública, as Delegacias
Especializadas no Atendimento às Mulheres – DEAMs,
criadas em 1985 em São Paulo e Recife, constituíram-
se como uma experiência pioneira em termos de
política pública neste campo e representam o
reconhecimento por parte do Estado de que a
violência contra as mulheres é uma questão social
que requer um enfretamento com ações públicas em
diversos setores além da segurança pública e do
sistema de justiça, incluindo o sistema de saúde
pública e de assistência social, a educação e o
trabalho (BRASIL, 2010; MACHADO, 2002;
VASCONCELOS; NERY, 2011).
As DEAMs foram incorporadas à Política Nacional de
Prevenção, Enfrentamento e Erradicação da Violência
contra a Mulher e passaram a ser consideradas a
principal porta de entrada para o acolhimento e
atendimento das mulheres, não só pela formalização
das denúncias, mas pela possibilidade de orientação
às mulheres sobre seus direitos e principais medidas
de proteção. Em 2006, o Governo Federal publicou a
Norma Técnica de Padronização das DEAMs, que foi
revisada em 2010 para adequação à Lei n°11.340 -
Lei Maria da Penha. A partir disso, as DEAMs, além da
função de investigação e cumprimento da Lei, passam
a fazer a conexão com outros pontos da rede de
atenção integral às mulheres. Entretanto, apesar das
avaliações positivas sobre a importância desse
equipamento social, ainda há entraves na
manutenção da qualidade desses serviços (BRASIL,
2010; PASINATO;SANTOS, 2008).

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2.1.O PROJETO DE EXTENSÃO DO CURSO DE


PSICOLOGIA DO UNIDOCTUM NA DEAM DO
MUNICÍPIO DE TEÓFILO OTONI/MG

Em 2018 e 2019, o curso de Psicologia do Centro


Universitário Doctum de Teófilo Otoni desenvolveu o
projeto de extensão “Violência contra as mulheres:
mapeamento de perfis e da rede de enfrentamento no
Vale do Mucuri”. O objetivo desse projeto é
desenvolver uma pesquisa documental sobre a
notificação da violência contra mulher nos sistemas
de segurança pública e de saúde no Vale do Mucuri a
fim de fornecer subsídios para o desenvolvimento de
estratégias de enfrentamento da violência de gênero
mais efetivas pelos órgãos de segurança pública e
saúde no município e região.
Nestes dois primeiros anos, os discentes
extensionistas atuaram na Delegacia Especializada no
Atendimento à Mulher do município de Teófilo Otoni,
em Minas Gerais e desenvolveram atividades
relacionadas ao acolhimento psicossocial das
mulheres em situação de violência atendidas nesse
serviço; à capacitação do agentes de segurança
pública que atuam nesse serviço a respeito dos
conceito de gênero e violência de gênero contra as
mulheres; e à elaboração de um protocolo de
atendimento psicossocial nesse serviço a fim de
objetivar o mapeamento dos perfis das situações de
violência de gênero ocorridas no município e região e
contribuir com a melhoria do fluxo de atendimento e
inserção das mulheres em situação de violência na
rede de enfrentamento intersetorial.
Ao longo deste período, observou-se que apesar das
Políticas Públicas de Segurança Pública apontarem os
aspectos técnicos, políticos, culturais, sociais e

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conceituais acerca da violência de gênero contra as


mulheres, e delinearem procedimentos, protocolos,
normas e fluxos que institucionalizam e garantam
legitimidade aos serviços prestados (BRASIL, 2011;
MENEZES et al., 2014; PASINATO, SANTOS, 2008), a
passagem das mulheres em situação de violência de
gênero pelos serviços ainda é marcada por
sofrimentos e silenciamentos. Percebeu-se que esse
tipo de violência tem nuances de ‘invisibilidade’
considerando-se que a maior parte dos casos não
gera atendimentos nos demais serviços e dispositivos
da rede assistencial e, portanto, não são captados
pelos sistemas de informação, resultando em
subnotificação e subenumeração dos eventos. Este
tipo de violência ganha visibilidade somente quando
ocorrem casos extremos, que demandam ações do
Estado, a exemplo dos estupros (principalmente os
estupros coletivos) e dos feminicídios (crimes
tipificados pela Lei nº 13.104/2015), como destacado
por Garcia (2016). Estes fatores impactam na
compreensão do fenômeno e na construção de
políticas de enfrentamento, sendo necessário avançar
na notificação dos casos e no monitoramento dos
encaminhamentos gerados para atendimentos na
rede de atendimento intersetorial.
Na capacitação oferecida aos agentes de segurança
pública na DEAM, observou-se que os mecanismos da
violência de gênero contra as mulheres são tão
complexos e presentes no cotidiano que estão
incorporados no imaginário e nas práticas sociais
coletivas, e os enredos para justificá-los são
suficientemente sofisticados nos jogos de linguagem
(como expressões de duplo sentido, estereótipos de
gênero etc) a ponto de produzir tolerância social e
institucional1 a este tipo de violência (SILVA, 2010).

1
A tolerância social e institucional é compreendida como um conjunto de
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Esta tolerância é manifestada, sobretudo, pela


culpabilização das mulheres, “pela desconfiança com
relação ao seu relato de violência e pela eufemização
e naturalização do comportamento do agressor”
(FBSP, 2017, p. 26; CFEMEA, 2014).
Assim como relataram D’Oliveira e Schraiber (2013),
as mulheres em situação de violência ao buscar os
serviços especializados na DEAM não encontram
atitudes acolhedoras, pelo contrário, recebem
respostas inadequadas, repletas de julgamento moral,
portanto inibidoras da ruptura do ciclo de violência e
silenciadoras. Os estudos realizados sobre a oferta de
cuidado pelos serviços criados especificamente para
trabalhar com o problema da violência de gênero
contra as mulheres têm mostrado muitas dificuldades
na operação dos princípios contidos nas Leis e
políticas conquistadas. Os atendimentos são
marcados por ambiguidades e contradições, os
espaços e fluxos são inadequados à tarefa e a
percepção dos profissionais é permeada, muitas
vezes, por estereótipos acerca das relações de
gênero, como mostra um estudo realizado em
serviços de saúde e Delegacias de Defesa da Mulher.
Além disto, a lógica dos profissionais e suas
expectativas quanto ao trabalho a ser realizado
muitas vezes desconhece ou interpreta parcial ou
equivocadamente as necessidades expressas pelas
mulheres e as possibilidades de intervenção que elas
almejam, criando obstáculos para a efetivação dos

valores, imaginários, comportamentos, atitudes e práticas racistas e sexistas


reproduzidas pela população de modo geral e nas instituições do Estado a partir
da atuação de seus servidores e servidoras, favorecendo e perpetuando a
violência contra as mulheres, incluindo a omissão frente à defesa e a restituição
de direitos, a proteção, a prevenção, a erradicação e a perpetração direta de atos
de violência (SILVA, 2010; BANDEIRA, 2014; CFEMEA; 2014; FBSP,
2017).
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direitos em locais criados para garanti-los


(D’OLIVEIRA e SCHRAIBER, 2013, p. 137).
Considera-se fundamental que os profissionais,
independentemente do espaço de atuação, sejam
capazes de identificar mulheres em situação de
violência e encaminhá-las conforme as demandas e
necessidades aos demais serviços que compõem a
rede assistencial. Cabe destacar que essas demandas
e necessidades dificilmente poderão ser atendidas por
um único setor desta rede, implicando na articulação
de ações territoriais e intersetoriais que possam
contribuir efetivamente com a atenção integral, o
empoderamento feminino, a ruptura do ciclo de
violência e a erradicação da mesma (ALCANTARA,
2016; MACHADO, 2002; MENEZES et al, 2014).
Por isso, uma das ações extensionistas dirigiu-se a
elaboração de um protocolo de atendimento
psicossocial às mulheres em situação de violência a
ser utilizado no acolhimento prestado na DEAM. Esse
protocolo instituiu um instrumento e um fluxo
específicos para realização do registro dos casos
atendidos que objetivou identificar e caracterizar a
situação epidemiológica da violência de gênero contra
as mulheres em termos locais; e aperfeiçoar as
estratégias de intervenção territorial e intersetorial,
promovendo prevenção em saúde, proteção social e
defesa de direitos. Contudo nem sempre os
profissionais se apropriam dos conteúdos das políticas
e documentos protocolares que norteiam a sua
prática e que convergem com os princípios
administrativos e gerenciais do sistema, favorecendo
a ausência ou a subnotificação1 da violência de

1
A subnotificação é constada pelo preenchimento lacunar da Ficha de
Notificação Individual de Violência Interpessoal/Autoprovocada pelo
profissional de saúde responsável, ocasionando imprecisão aos dados e
obstaculizando a visibilidade da violência de gênero contra as mulheres. Assim,
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gênero contra as mulheres no município (ALCANTARA,


2016). Esse é um elemento relevante pois a ausência
ou subnotificação de dados essenciais à compreensão
de um fenômeno social como a violência de gênero
contra as mulheres, pode ser um indicativo do que a
sociedade não prioriza, corroborando com a
perspectiva de que, no Brasil, há tolerância social e
institucional a essa questão. Campos e Almeida
(2017), ao discorrer sobre as dimensões subjetivas
dos profissionais responsáveis por tal ação, assinalam
ser relevante considerar os aspectos socioculturais da
violência de gênero contra as mulheres e as
repercussões destes no preenchimento e uso das
informações do protocolo, interferindo inclusive na
confiabilidade da informação produzida. Ainda tem
repercussão na produção deste registro, a falta de
integração entre os dados dos diversos setores que
prestam atendimento às mulheres em situação de
violência, entre as ações desenvolvidas pelos
profissionais que integram a equipe multiprofissional
num determinado setor, e entre os setores que
integram a rede assistencial (MENEGHEL e PORTELLA,
2017).
A percepção da impunidade dos agressores é
considerada um fator determinante crítico no
silenciamento tanto das mulheres diante da violência
de gênero contra as mulheres quanto dos
profissionais de segurança pública, pois a
ausência/falhas dos mecanismos legais e jurídicos
para proteção das mulheres, como as dificuldades
para efetivação das medidas protetivas, por exemplo,
repercute naqueles que lhe prestam assistência.
Outro aspecto a ser considerado é que a violência de

é necessário investir na capacitação dos profissionais de saúde para a


efetividade da notificação, a qualidade dos registros e no manejo clínico dos
casos.
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gênero contra as mulheres, embora seja um problema


crônico, sujeito a eventos recorrentes, ao mesmo
tempo tem um caráter urgencial/emergencial que é a
possibilidade de morte iminente da usuária do serviço
de segurança pública. Isto exige habilidade do
profissional para reconhecer o envolvimento da
usuária numa situação de violência em que
efetivamente haja risco de morte presente, pois
dificilmente executam uma escuta acolhedora e
humanizada que favoreça o diálogo com essa usuária,
a percepção de redes de suporte, o processo de
empoderamento feminino, a articulação de medidas
protetivas de modo eficaz e rápido com outros
serviços da rede assistencial, e para manter o vínculo
e a longevidade da atenção prestada (MENEGHEL e
PORTELLA, 2017; D’OLIVEIRA e SCHRAIBER, 2013).
Assim, o trabalho em rede intersetorial é um desafio a
ser superado, bem como a adoção da perspectiva de
atenção integral que considere o contexto histórico e
sociocultural, as desigualdades sócio-político-
econômicas e as assimetrias de gênero imbricados
nas questões de violência de gênero.
A falta de formação e capacitação adequadas aos
profissionais nos serviços intersetoriais para lidar com
a situação de violência de gênero contra as mulheres
é outro aspecto determinante. Além de gerar falhas
no reconhecimento da violência de gênero contra as
mulheres e de seus agravos no quadro de saúde e na
qualidade de vidas dessas mulheres, resultam na
revitimização destas que sofrem com
encaminhamentos vazios de significado para outros
serviços da rede assistencial. Também promovem a
fragmentação da organização do trabalho e a
hierarquização verticalizada das categorias
profissionais envolvidas, impedindo o trabalho em
equipes multiprofissionais e a transversalidade dos
conhecimentos necessárias para atuação inclusiva,
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emancipatória e intersetorial preconizada pelo Pacto


Nacional de Enfrentamento à Violência contra as
mulheres (BRASIL, 2011).
O fluxo da atendimento na DEAM também representa
um obstáculo, pois cada situação de violência de
gênero contra as mulheres observada pelo agente de
segurança pública tem uma trajetória específica: no
caso de crianças e adolescentes, o atendimento deve
incluir o Conselho Tutelar, o Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS) e a Vara
da infância e da Juventude; no caso de idosas, o
Conselho do Idoso e o CREAS; no caso de mulheres
em situação de rua, o Centro de Referência para
População em situação de rua e o Consultório na Rua;
no caso de mulheres com transtornos mentais e de
comportamento ou uso abusivo de álcool e outras
drogas, o Centro de Atenção Psicossocial em suas
diversas modalidades (CAPS). Este fluxo inclui ainda a
Vigilância epidemiológica, a Defensoria pública, a rede
hospitalar e Instituto Médico Legal (para exames de
corpo delito e outras perícias cabíveis). Caso o
profissional desconheça estas rotas críticas1, tanto o
profissional quando as mulheres em situação de
violência ficam desassistidas (D’OLIVEIRA e
SCHRAIBER, 2013; MACHADO, 2002; MENEGHEL et
al, 2011;). Portanto, a elaboração do protocolo e do
fluxo de atendimento na DEAM auxilia na identificação
da rede assistencial local e na construção e
implementação das rotas críticas de atendimento.

1
Rotas críticas referem-se à trajetória percorrida pelas mulheres, crianças e
adolescentes em situação de violência na tentativa de interromper essa
experiência e/ou o ciclo de violência a que estão submetidos. A busca organiza-
se desde a explicitação do pedido de ajuda a familiares/amigos até os serviços
de assistência disponíveis em seu território, seja na saúde, assistência social,
educação, segurança pública e justiça (D’OLIVEIRA e SCHRAIBER, 2013).
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A notificação da violência de gênero contra as


mulheres é um instrumento que auxilia no
dimensionamento dessa questão em termos de
caracterização de sua ocorrência, favorecendo a
visibilidade da questão urgente para superação da
tolerância social e institucional observada e o
investimento em políticas públicas e programas mais
assertivos na assistência a esta demanda, decorrendo
disso sua relevância. Desse modo, é fundamental
compreender os fatores que concorrem para a
subnotificação e/ou a ausência de notificações na
DEAM considerada a porta de entrada para a rede
intersetorial de atenção e proteção as mulheres em
situação de violência e agravos decorrentes.
Isto faz atentar para a importância da qualidade do
atendimento prestado às mulheres em situação de
violência nos serviços e dispositivos nas políticas
públicas, garantindo a humanização, a integralidade e
a equidade da assistência, e a melhoria da qualidade
de vida destas mulheres; a necessidade de um
processo de educação permanente destes
profissionais; e a criação de instrumentos normativos
que orientem sua prática profissional no atendimento
deste tipo de demanda (fluxos de atendimento,
notificação e encaminhamentos decorrentes). Embora
seja uma significativa ferramenta na gestão das
rotinas organizacionais e no tratamento de dados
para o uso estratégico da informação pelo poder
público em suas várias áreas de atuação, o Sistema
de Notificação Compulsória dos Casos de Violência
contra a Mulher carece de efetividade. Este sistema,
além de aprimorado no sentido de favorecer a
efetividade da notificação dos casos, ampliar sua
cobertura aos vários tipos de violência de gênero
contra as mulheres e melhorar sua qualidade, precisa
ser integrado aos sistemas de informação gerenciados
pela Previdência Social, pelo Ministério da Justiça,
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pelas Secretarias de Segurança Pública dos estados e


do Distrito Federal, pelo Ministério Público e pelo
Poder Judiciário, num sistema único de informação
em todo território nacional.
A notificação exige uma atuação multiprofissional,
inter e transdisciplinar, e intersetorial para que se
efetive significativamente, otimizando as políticas
públicas e a qualidade do atendimento integral e
humanizado às mulheres em situação de violência.
Uma medida importante neste sentido não está
vinculada à obrigatoriedade da notificação, mas à
formação e capacitação profissional que fomentem a
construção de uma concepção de intervenção
psicossocial contextualizada histórica, sociocultural e
politicamente no sentido da prevenção em saúde e da
promoção e defesa dos direitos humanos e
fundamentais. Portanto sua relevância não está
apenas no aperfeiçoamento das políticas de
enfrentamento à violência contra as mulheres no
âmbito da segurança pública, mas na possibilidade de
atendimento mais equitativo e na edificação de uma
sociedade mais ética e humanitária.
Os estudos analisados e os resultados deste trabalho
representam uma fonte de valor para o
desenvolvimento de programas de capacitação para
os agentes de segurança pública, sinalizando as
deficiências na compreensão do fenômeno da
violência de gênero contra as mulheres, no
conhecimento sobre legislação, normas e diretrizes
para notificação da violência de gênero contra as
mulheres e para o uso da Ficha de Notificação
Individual de Violência Interpessoal e Autoprovocada,
e na percepção da responsabilidade profissional sobre
a notificação dos casos atendidos, bem como os
impasses presentes e os desafios a serem superados.

ISSN 2596-2310 100


Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

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ISSN 2596-2310 101


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contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da
Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres
e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a
criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o
Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
Brasília, DF, seção 1, p. 1, 08 ago. 2006. Disponível em
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em 29 jun. 2019.

ISSN 2596-2310 106


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3ª CORRIDA DE STARTUPS DO ENSINO MÉDIO

3ª HIGH SCHOOL STARTUPS RACE

Yvssa Carneiro Desmots Eliote 1

Wilbert Viana Barbosa 2

Resumo
A corrida de startups é uma competição promovida pelo curso
de Sistemas de Informação do Centro Universitário
UniDoctum. Tem como público-alvo alunos do ensino médio
das escolas públicas e particulares de Teófilo Otoni e região. O
projeto apresenta-se em um contexto de crescimento da taxa
de desemprego entre os jovens no Brasil (GERBELLI,
CAVALLINI, 2019), ascensão do mercado de Tecnologia da
Informação e carência de mão de obra qualificada para
atender a demanda deste mercado (BRITO,2018). Objetiva
despertar a capacidade empreendedora dos alunos,
promovendo a cidadania e a aproximação destes jovens com
tecnologias voltadas para melhorias da qualidade de vida das
pessoas. Em sua 3ª edição, a corrida propôs às equipes
participantes a busca de soluções para as comunidades
escolares em que atuam ao passarem por 4 etapas: (1)
identificação de melhorias a serem realizadas na escola, (2)
implementação das ações propostas, (3) uso do marketing
digital para divulgação ao público externo das ações
executadas e (4) apresentação dos resultados alcançados para
uma banca examinadora. Os alunos da graduação atuaram
como padrinhos das equipes, auxiliando-os na busca de
alternativas para os problemas relatados. Ao todo,

1
Professora Mestra do Curso de Sistemas de Informação do Centro
Universitário Doctum de Teófilo Otoni- UniDoctum, yvssa@hotmail.com
2
Professor Mestre e Coordenador do Curso de Sistemas de Informação do
Centro Universitário Doctum de Teófilo Otoni- UniDoctum,
wilbertviana@gmail.com
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inscreveram-se 09 (nove) equipes, compostas cada uma por


05 (alunos do ensino Médio) e 01 (um professor), todos
vinculados à escola representada. As propostas trazidas pelas
equipes finalistas envolveram recursos tecnológicos que
visaram minimizar problemas como a comunicação entre
alunos e professores, segurança na escola, otimização do uso
de ambientes públicos, melhoria da gestão de produtos
comercializados na cantina bem como do mix de produtos
ofertados. As soluções apresentadas agradaram ao público
presente e foram bastante elogiadas, principalmente, pela
banca avaliadora. Um diferencial da corrida deste ano foi o
legado deixado para as escolas participantes, pois, mesmo as
equipes que não foram classificadas ou vencedoras,
dedicaram-se a encontrar soluções para os problemas da sua
comunidade escolar. Acredita-se que experiências como esta
contribuem para a formação de jovens mais comprometidos e
conscientes do seu papel na sociedade.

Palavras-chave: Cidadania. Educação Empreendedora.


Startups. Tecnologia da Informação.

Referências
BRITO, Débora. Brasil tem 460 mil vagas em TI abertas,
mas faltam profissionais qualificados. ITMidia, 17 de julho
de 2018. Disponível em: <https://itmidia.com/brasil-tem-
460-mil-vagas-em-ti-abertas-mas-faltam-profissionais-
qualificados/>. Acesso em: 04 /03/2019.
GERBELLI, Luiz Guilherme; CAVALLINI, Marta. Jovens são os
mais afetados pela piora do mercado de trabalho e
comprometem futuro da Previdência. Globo.com,
21/06/2019. Economia. Disponível em: <
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-
emprego/noticia/2019/06/21/jovens-sao-os-mais-afetados-
pela-piora-do-mercado-de-trabalho-e-comprometem-futuro-
da-previdencia.ghtml/>. Acesso em: 15 /08/2019.

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PRESERVANDO E CUIDANDO DO AMBIENTE EM UMA


RELAÇÃO UNIVERSIDADE-COMUNIDADE

PRESERVING AND CARING FOR THE ENVIRONMENT IN A


UNIVERSITY-COMMUNITY RELATIONSHIP

Ruth Lopes Negreiros1

Resumo
A fim de promover uma Educação Ambiental de forma
efetiva em todos os níveis de ensino que seja capaz de
sensibilizar as pessoas quanto a importância da
preservação do meio ambiente assumindo atitudes
positivas inerentes à sustentabilidade ambiental,
legislações brasileiras definem que a educação básica e a
superior instituam em seus currículos ações que
favoreçam a uma educação que contribua com o
compromisso ambiental. A Constituição Brasileira de
1988 em seu art. 225 inciso VI, estabeleceu o princípio
da Educação Ambiental. Mousinho (2003) Define
Educação ambiental como instrumento que visa
desenvolver no cidadão o interesse pelas questões
ambientais e os possibilite a colaborar para ampliação de
uma consciência crítica facilitando o confronto do
individuo frete às questões ambientais e sociais. Desta
forma, trata-se de um método que age de maneira
intensa e objetiva, apontando os problemas ambientais à
sociedade e os possibilitando-a a participar das possíveis
soluções. A IES fundamentada na Constituição Federal e
nas exigências estabelecidas pelo MEC que determinou

1
Docente do UniDoctum. E-mail: ruth.to@doctum.edu.br
ISSN 2596-2310 109
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como requisitos legais: Atender as Políticas de educação


ambiental, conforme o disposto na Lei Nº 9.795/1999, no
Decreto Nº 4.281/202 e na Resolução CP/CNE Nº 2/2012
Políticas de Educação ambiental, que determinou o
Desenvolvimento Nacional sustentável, conforme o
disposto no Decreto Nº 7.746. de 05/06/2012 e na
Instrução Normativa Nº 10, de 12/11/2012. Inseriu em
seu PDI e no PPC de todos os cursos o tema moderno,
Educação Ambiental. Também o Instrumento de
Avaliação para Credenciamento das IES prevê no
Indicador 2.4 se o PDI possui politicas institucionais que
se traduzem em ações voltadas à valorização da
diversidade, do meio ambiente. Nesse sentido a
UNIDOCTUM de Teófilo Otoni percebendo a
obrigatoriedade de trabalhar de forma concisa e em
todas as modalidades uma Educação ambiental para
promover uma política que possibilite desenvolvimento,
sensibilização e cidadania de todos, introduziu nos seu
PDI e PPC´s dos cursos uma proposta que estabelece a
participação ativa de todos os cursos oferecidos pela IES
e ainda propõe que os alunos ultrapassem os muros da
Instituição de forma a interagir com a comunidade a qual
está inserida participando nesse sentido de um programa
de extensão. Diante disso o objetivo do projeto
desenvolvido em atenção ao programa consistiu em
estabelecer contato entre escolas da educação básica
circunvizinhas e o Centro Universitário Unidoctum de
Teófilo Otoni possibilitando aos estudantes da educação
básica receber orientações e desenvolver ações em
atenção ao meio ambiente, isso, mediados pelos
acadêmicos da Unidoctum, contribuindo de maneira
afirmativa para a inserção nas questões ambientais. O
trabalho envolveu os estudantes da educação básica e os
acadêmicos dos cursos de Engenharia Ambiental e
Sanitário e do curso de Pedagogia o que pode considerar
um contato Universidade-Comunidade com resultado
significativo, percebendo o compromisso social dos
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Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

acadêmicos dos cursos envolvidos e a aprendizagem e


envolvimento prático dos alunos da educação básica.

Palavras-chave: Educação ambiental. Currículo.


Extensão. Educação superior. Educação básica.

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Nacionais para a Educação Ambiental. Resolução CNE/CP nº 2,
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Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da
República, [2016]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/
Constituiçao.htm. Acesso em: 1 jan. 2017.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, Lei nº.
9.795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação
ambiental, institui a Política Nacional de Educação
Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, n. 79, 28 abr.
1999.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Instrução Normativa nº 10, de 12 de novembro de 2012.

______. Governo Federal. Decreto n. 4.281, de 25 de


junho de 2002. Brasília: 2002
______. Governo Federal. Decreto n. 7.746, de 05 de
junho de 2012. Brasília: 2012
MOUSINHO, P. Glossário. In: TRIGUEIRO, A. (Coord.) Meio
ambiente no século 21.Rio de Janeiro: Sextante. 2003.

ISSN 2596-2310 111


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RELATO DE EXPERIÊNCIA: DISSEMINANDO O SABER


JURÍDICO NAS ESCOLAS

EXPERIENCE REPORT: DISSEMINATING LEGAL


KNOWLEDGE IN SCHOOLS

Karla Christine Ribeiro Silva1

Resumo

O presente trabalho visa divulgar o projeto de extensão


“Direito na Escola” desenvolvido sob a orientação da
Profa. Karla Christine Ribeiro Silva e pelos discentes
extensionistas do curso de Direito do Centro Universitário
DOCTUM de Teófilo Otoni, buscando transmitir para
alunos e professores da rede pública de ensino médio de
nossa cidade noções básicas de Direito na sociedade
contemporânea. Durante o segundo semestre do ano de
2019, a metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica,
onde os temas existentes em nosso ordenamento
jurídico, mas que infelizmente muitos ainda
desconhecem, foram previamente pesquisados e
discutidos para que posteriormente fossem levados ao
público alvo em forma de seminário direcionados aos
jovens, como por exemplo: responsabilidade social
relacionada ao trânsito e ao meio ambiente, violência
doméstica e escolar, drogas e criminalidade, e, por fim,
direitos dos idosos, das crianças e adolescentes,
contemplando assim 151 estudantes e 18 professores.

1
Advogada. Professora no Centro Universitário Doctum. Mestranda em
educação pela UFVJM. Email:karlachristine28@hotmail.com.

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Realizamos também ações de extensão em hospitais e


casas de longa permanência na cidade de Itaipé
orientando idosos e familiares sobre os direitos e
garantias fundamentais relacionados à saúde dos idosos.
Fizemos várias parcerias com alunos do Projeto
Integrador do terceiro período do curso de Direito
noturno, secretarias municipais de saúde, educação e
ação social, bem como contamos com a presença de um
aluno egresso envolvido em nossos trabalhos. Diante
desta perspectiva de associar o ensino, pesquisa e
extensão, o projeto “Direito na Escola: disseminando o
saber jurídico” promoveu cidadania, atingindo assim seus
objetivos.

Palavras-chave: Direito. Escola. Saber. Extensão.

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CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA PARA PROFESSORES DA


EDUCAÇAO INFANTIL POR MEIO DA EDUCAÇÃO
EMOCIONAL

PROFESSIONAL PEDAGOGICAL TRAINING FOR


CHILDREN EDUCATION TEACHERS THROUGH EMTIONAL
EDUCATION

Philippe Drumond Vilas Boas Tavares 1

Resumo

Este trabalho apresenta os resultados de um projeto de


extensão desenhado inicialmente para atuação junto a
educadores infantis de uma comunidade quilombola da zona
rural do interior de Minas Gerais. Como toda ação pedagógica
no sentido de formação continuada demanda uma
sistematização dos processos previamente, elencando os
possíveis obstáculos na implementação da proposta, os
percalços que por ventura vierem a acontecer devem ser
encarados com profissionalismo, de modo a atender os
objetivos iniciais da melhor forma possível. Desta forma, com
as reviravoltas de ordem logística, metodologicamente as
ações de capacitação docente descritas neste artigo ocorreram
em espaços adversos aos pensados inicialmente, porém dentro
do espectro de atuação dos profissionais de educação infantil,
de forma que os resultados foram realmente significativos do
ponto de vista da execução da proposta e do retorno obtido
por meio da avaliação final do projeto, destacando a
importância da práxis educativa enquanto abordagem
fenomenológica para a superação dos desafios inerentes a

1
Coordenador do curso de Pedagogia do Centro Universitário Doctum de
Teófilo Otoni.
ISSN 2596-2310 114
Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

regiões carentes de apoio teórico-metodológico no


desempenho de suas atividades docentes.

Palavras-chave: Educação Infantil. Capacitação Docente.


Extensão.

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EXTENSÃO RURAL: A ACADEMIA NO APOIO AOS


PEQUENOS PRODUTORES RURAIS PECUARISTAS DA
REGIÃO DE TEÓFILO OTONI MG

RURAL EXTENSION: THE ACADEMY ON A SUPPORT FOR


SMALL PRODUCERS OF BEEF AND DAIRY CATTLE OF THE
COUNTY OF TEÓFILO OTONI MG

Mariana de Brito Maia1


Maria Luiza Parisi Dividório1
Paolla Gazzinelli1
Sebastião Ferreira Pinto Neto1
Lucio Onofri 2

Resumo
Ao contrário do que muitos pensam, a maior parte dos
alimentos que chegam às mesas dos brasileiros são oriundos
de pequenos produtores rurais que desenvolvem suas
atividades com mão de obra familiar. A atividade rural no
Brasil tem se tornado cada vez mais difícil, principalmente para
o pequeno produtor, que não possui meios para competir com
as grandes empresas do agribusiness. Torna-se imprescindível
portanto a otimização de cada atividade desenvolvida para que
as perdas sejam minimizadas, uma vez que a escala é
reduzida. O presente projeto teve como objetivo exercitar
conhecimentos acadêmicos em comunidades rurais visando a
prática dos discentes a respeito de extensão rural e a absorção
da instituição pela comunidade, levando à comunidade rural do
entorno de Teófilo Otoni MG o conhecimento acadêmico
referente às práticas básicas gerais relativas à medicina
veterinária e saúde única. O trabalho foi desenvolvido com

1
Discente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Doctum
de Teófilo Otoni- UniDoctum.
2
Docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Doctum de
Teófilo Otoni- UniDoctum.
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reuniões quinzenais entre os membros do projeto e professor


coordenador e com visitas às propriedades para o diagnóstico
da situação das propriedades e a realização de propostas para
maximização de cada processo. Nas reuniões com os alunos foi
traçado o planejamento a ser feito em cada visita, bem como
treinamentos relacionados às atividades a serem realizadas
nas propriedades. Foram realizadas quatro visitas, sendo duas
na comunidade do Brejão, uma no município de Ataleia e outra
no município de Poté. A forragem predominante nas referidas
propriedades foi a Brachiaria brizantha, mas há uma aceitação
crescente da espécie Panicum maximun. Os resultados
demonstram que, apesar de um considerável potencial nas
propriedades, há um acentuado prejuízo por falta de
observância de critérios relacionados à manejo, higiene,
sanidade animal e principalmente planejamento financeiro. A
busca por tecnificação foi um fato comum em todas as
propriedades visitadas, porém os produtores não se encontram
seguros em fazer as melhorias pelo risco em não ter o retorno
esperado. Foi observado também que há grande quantidade de
informações circulantes, mas às vezes, estas chegam
distorcidas e as pessoas as interpretam de maneira equivocada
e as colocam em prática sem os devidos cuidados.

Palavras-chave: Extensão rural. Pecuária. Pequeno produtor;


Mão de obra familiar. Teófilo Otoni.

Referências
BELTRÃO, K.I.; OLIVEIRA, F.E.B., PINHEIRO, S.S. A
população rural e a previdência social no Brasil: uma
análise com ênfase nas mudanças constitucionais. Rio de
Janeiro : IPEA, set. 2000, 26 p.

CARVALHO, J.C.M. O Desenvolvimento da agropecuária


brasileira: da agricultura escravista ao sistema agroindustrial,
Brasília : EMBRAPA-SPI, 1992, 171p.

DIAS, M. M. Políticas públicas de extensão rural e


inovações conceituais: limites e potencialidades Revista

ISSN 2596-2310 117


Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

Perspectivas em Políticas Públicas, Belo Horizonte, v.1, n.1,


jun./dez. 2008. 7. FASER. PRONATER 2007/2008 em
discussão. Disponível em:
<http://www.faser.org.br/noticias.php?id=65>. Acesso em:
06/09/2019.

IEA – Instituto de Economia Agrícola. Assistência Técnica e


Extensão Rural no Brasil: um pouco de sua história.
Análises e Indicadores do Agronegócio. v. 11, n. 5, maio 2016.
Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-33-
2016.pdf>. Acesso em: 14/09/2019.

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ATIVIDADE ASSISTIDA POR ANIMAIS

ANIMAL ASSISTED ACTIVITY

Juliana Nunes Ramos Vaz1


Ianne Rodrigues Cordeiro¹
Marcela Gonçalves Cangussu2

Resumo
A Atividade Assistida por Animais (AAA) é uma prática
direcionada para a melhoria na qualidade de vida através
do vínculo entre o animal e os idosos, a partir do toque e
do contato através de atividades de recreação e
distração durantes as sessões. Propicia assim a melhoria
na socialização e na redução da sensação de solidão, que
muitas vezes é resultado da falta de convívio dos idosos
com seus entes queridos, trazendo juntamente a
melhoria na autoestima, no bem-estar e permitindo que
o participante da intervenção possa se sentir amparado.
Com base nesse conhecimento, o objetivo do projeto de
pesquisa em questão foi trabalhar com um cão-terapeuta
e analisar a sua influência como mediador de benefícios
para idosos no seu desenvolvimento psicomotor, na
instituição de longa permanência na cidade de Teófilo
Otoni-MG, bem como avaliar os parâmetros
comportamentais e fisiológicos do cão, analisando o
bem-estar do animal nesse processo a partir da
mensuração de possíveis indícios de estresse. Como

1
Discente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Doctum
de Teófilo Otoni- UniDoctum.
2
Docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Doctum de
Teófilo Otoni- UniDoctum.
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método de condução de estudo, foi realizada uma revisão


bibliográfica em torno do tema, a qual propiciou um
embasamento para a elaboração dos procedimentos
metodológicos e técnicos a serem executados no
decorrer da pesquisa, como a realização de entrevistas
com cada participante para averiguar as percepções da
influência do cão-terapeuta em suas vidas, permitindo
observar os aspectos positivos e os sentimentos
envolvidos nessa relação homem-animal. A prática da
Atividade Assistida por Animais vem trazendo os
objetivos motivacionais e incentivadores das emoções
humanas, além de reflexos que são evidentes nas saúdes
física e mental dos idosos e do animal.

Palavras-chave: Atividade Assistida por Animais. Bem-estar.


Cão-terapêuta. Saúde Coletiva.

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TRANSMISSÃO DE ZOONOSES PELO CONSUMO DE


QUEIJO: IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO MÉDICO
VETERINÁRIO E DA CONSCIENTIZAÇÃO DE
PRODUTORES E CONSUMIDORES

TRANSMISSION OF ZOONOSES BY CHEESE


CONSUMPTION: IMPORTANCE OF VETERINARY
DOCTOR'S ACTION AND AWARENESS OF PRODUCERS
AND CONSUMERS

Ianne Rodrigues Cordeiro 1


Juliana Nunes Ramos Vaz 1
Soraia de Araújo Diniz 2

Resumo
Zoonoses são doenças transmitidas do animal ao homem, cuja
importância se define na saúde coletiva de uma população,
podendo estar relacionadas a questões de segurança
alimentar. Nesse cenário, o queijo ganha um significativo
papel, sendo caracterizado como o produto lácteo mais
produzido no mundo, com um forte enfoque cultural no Brasil;
motivo pelo qual a produção desse derivado lácteo a partir do
leite cru, é muito comum, principalmente na agricultura
familiar. Essa tradição acaba contribuindo para a ocorrência de
zoonoses, quando aspectos relevantes para a garantia da
qualidade são negligenciados, como uma infraestrutura
adequada para produção, além da presença de instruções para

1
Discente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Doctum
de Teófilo Otoni- UniDoctum.
2
Docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Doctum de
Teófilo Otoni- UniDoctum.
ISSN 2596-2310 121
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a adoção das boas práticas de fabricação e de medidas


sanitárias no rebanho. Sabe-se, portanto, que as principais
zoonoses transmitidas pelo consumo de queijo produzido com
matéria prima fora dos padrões higiênico-sanitários são a
brucelose, a tuberculose, a listeriose, a estafilococose e a
salmonelose. Desse modo, o objetivo desse trabalho é
ressaltar a relevância do médico veterinário na garantia de
produtos de origem animal de qualidade e conscientizar a
população quanto ao consumo e aquisição de queijos
produzidos com o leite cru, a partir do conhecimento,
desenvolvendo no consumidor a capacidade de saber o que
está consumindo, buscando assim evitar a transmissão de
doenças zoonóticas a partir desse alimento. O método de
condução desse estudo foi, portanto, a realização de uma
revisão de literatura em torno do tema, com destaque para os
possíveis modos de contaminação durante a fabricação do
queijo, muito associados a questões de higiene. Esse fato
sugere que a deficiência na qualidade sanitária do produto, se
deve ao desconhecimento das boas práticas agropecuárias e
de fabricação por parte do produtor, sendo que a alternativa
mais eficaz para se evitar a contaminação, seria a capacitação
desses profissionais, repassando instruções que eles possam
colocam em prática. A fiscalização é uma das principais
ferramentas de controle e segurança desse tipo de produto, se
baseando em legislações específicas de acordo com a esfera de
cada unidade da federação, contudo, sempre respeitando a
legislação federal vigente. Assim, levando em conta o
aprimoramento dessa legislação através do Selo Arte, haveria
então uma contribuição para auxiliar na manutenção da
qualidade sanitária do queijo, possibilitando ao consumidor a
garantia de acesso a um produto de excelência em todos os
seus aspectos. O médico veterinário possui grande relevância
na saúde pública quando se trata da promoção da saúde
animal e humana, assegurando a qualidade dos produtos de
origem animal, sendo ele o único profissional responsável por
avaliar tal qualidade, evitando o risco de transmissão de
doenças zoonóticas, proporcionando alimento de melhor
qualidade e conscientizando a população sobre a importância
desse consumo seguro. Assim, é garantido o bem-estar,
pautado na saúde coletiva, sempre visando as três esferas da
saúde única (One Health), saúde humana, saúde animal e
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Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

saúde ambiental, mitigando riscos potenciais nos produtos de


origem animal.

Palavras-chave: Queijo. Zoonoses. Saúde Pública. Segurança


Alimentar.

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FORMAS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS


COMO MEIO DE ACESSO À JUSTIÇA: UMA EXPERIÊNCIA
NA SEMANA DA CONCILIAÇÃO

CONSENSUAL FORMS OF CONFLICT RESOLUTION AS WAY


TO ACCESS TO JUSTICE: AN EXPERIENCE IN THE
CONCILIATION WEEK

Camila de Almeida Miranda1


Maicon Roque da Hora2

Resumo
Cappelleti e Garth (1988) definem o acesso à justiça
como o mais importante direito humano fundamental.
Porém, tal direito vem passando por uma série de
alterações nos últimos anos, não se limitando mais
apenas à atuação do Poder Judiciário, mas também
permitindo que pessoas envolvidas em uma controvérsia
busquem, em conjunto, a resolução mais equilibrada
para sua demanda. Surgem, portanto, as formas
consensuais de solução de conflitos, dentre as quais
destaca-se a mais usada, que é conciliação. Também são
meios consensuais aplicáveis em diferentes ramos do
Direito: a mediação, a arbitragem e a constelação
familiar. Considerando a importância de se buscar uma
aproximação com as instituições capazes de materializar
a efetivação de direitos, o Núcleo de Prática Jurídica da
UniDoctum promoveu atividade de visita técnica ao

1
Advogada. Coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica do Centro
Universitário Doctum de Teófilo Otoni- UniDoctum. Mestre em Gestão
Integrada do Território.
2
Advogado. Orientador do Núcleo de Prática Jurídica do Centro Universitário
Doctum de Teófilo Otoni- UniDoctum. Especialista em Direito do Trabalho.
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Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

fórum com o objetivo de levar os alunos e alunas dos


segundos períodos de Direito, que cursam disciplina
correlata, para conhecerem a estrutura física e
acompanharem audiências da “Semana da Conciliação”,
devidamente articulada com a serventuária responsável
pela “Central de Conciliação”. Este evento consiste em
um mutirão promovido pelo TJMG para obter o maior
número possível de acordos, encerrando processos e
apaziguando autores e réus. Servidores, juízes,
promotores e defensores públicos mobilizaram esforços
para, durante toda uma semana, se dedicarem a intimar
as partes, propor o diálogo, estimular a reflexão e,
conforme explanado, obter o maior número possível de
soluções amigáveis. Os acadêmicos puderam observar
audiências e interagir com as partes, conciliadores e
advogados. Foi uma experiência gratificante que
proporcionou aos estudantes irem além dos conteúdos
teóricos aprendidos em sala para vivenciarem, na
prática, o ambiente forense.

Palavras-chave: Justiça. Conciliação. Meios consensuais.


Direito.

Referência
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça: Trad.
Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Fabris, 1988.

ISSN 2596-2310 125


Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

PEDAGOGIA SOCIAL: UMA PRÁTICA EXTENSIONISTA NA


COMUNIDADE DO VIRIATO NO MUNICÍPIO DE TEÓFILO
OTONI/MG

SOCIAL PEDAGOGY: AN EXTENSIONAL PRACTICE IN THE


VIRIATO COMMUNITY IN THE CITY OF THEÓFILO OTONI /
MG

Jamirio Francino dos Santos Junior¹


Matheus Cardoso Mendes²
Bruna Marques de Jesus³
Milene Nascimento Gonçalves dos Santos4

Resumo
A formação do processo social é de suma importância para o
desenvolvimento da sociedade, nesse sentido as práticas
educacionais e pedagógicas necessitam direcionar seu
contingente de recursos, visando fomentar para a sociedade
em que está inserida, o acesso à cultura, a pluralidade de
ideais em consonância com a realidade social em que está
inserida. Nessa perspectiva, tomou-se a Literatura Infantil
como articuladora das práticas sociais e culturais, e
desenvolveu-se ações de contação de história no bairro Viriato,
no Município de Teófilo Otoni, localizada na região do Vale do
Jequitinhonha e Mucuri, afim de promover através da
educação, movimentos sociais que valorizem a infância, a
cultura e a dinâmica da percepção da leitura, como
instrumento norteador para a formação social do sujeito, bem
como na promoção da diversidade através da Pedagogia
Social, ou seja, antes de sujeitos aprendentes, as crianças são
sujeitos históricos e sociais.

Palavras-chave: Pedagogia Social. Educação. Cultura.

ISSN 2596-2310 126


Revista Extensão UniDOCTUM | 2019.1

Referências
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três
artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez,
1988. 80 p.

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2


ed. Tradução: Dora Flaksman. Rio de Janeiro: Afiliada, 1981.

ISSN 2596-2310 127


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A IMPORTÂNCIA DA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PARA O


MUNICÍPIO DE TEÓFILO OTONI/MG

THE IMPORTANCE OF UNIVERSITY EXTENSION FOR THE


CITY OF TEÓFILO OTONI/MG

Keytiane Iolanda Moura1

Resumo
De acordo com o Fórum dos Pró-Reitores de Extensão das
Universidades Públicas (Forproex), “a extensão universitária,
sob o princípio constitucional da indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão, é um processo interdisciplinar
educativo, cultural, científico e político que promove a
interação transformadora entre universidade e outros setores
da sociedade”. Através das ações de extensão, as Instituições
de Ensino Superior (IES) inserem na comunidade saberes
científicos relacionados com as áreas de atuação dos cursos
que elas disponibilizam. “Na extensão universitária, ocorre
uma troca de conhecimentos em que a universidade também
aprende com a comunidade sobre seus valores e cultura”.
Desta forma, integralizada e incorporada ao município, as IES
tendem a utilizar os saberes nelas produzidos de forma que,
sempre atenta as necessidades e apelos do território em que
está instalada, buscam a transformação social através do
compartilhamento produzido entre IES e comunidade.

Palavras-chave: Extensão Universitária. Educação. Teófilo


Otoni/MG.

1
Mestre em Gestão Integrada de Território. Engenheira Eletricista.
Coordenadora do curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Doctum
de Teófilo Otoni.
ISSN 2596-2310 128

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